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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO. CAMPUS CUIABÁ - BELA VISTA DEPARTAMENTO DE ENSINO DO CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS THAHIS YOHANA SILVA FRANÇA Relatório de aula prática Sedimentação Decantação da disciplina de Laboratório Básico 1 apresentado ao curso Bacharelado em Engenharia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Cuiabá Bela Vista. Docente: Rafael Araújo Lira Cuiabá 2020 1. INTRODUÇÃO Definida como o movimento de partículas no seio de uma fase fluida, provocado pela ação da gravidade. Geralmente as partículas sólidas são mais densas que o fluido. O caso em particular que será estudado é o de partículas sólidas que decantam através de uma fase líquida, apesar de haver decantação de sólidos ou líquidos em gases. A decantação pode ter como objetivo a clarificação do líquido, o espessamento da suspensão ou ainda a lavagem dos sólidos. Na Clarificação do líquido: tem-se inicialmente uma suspensão com baixa concentração de sólidos para obter um líquido com um mínimo de sólidos. No Espessamento da suspensão: inicialmente se tem uma suspensão concentrada para obter os sólidos com uma quantidade mínima possível de líquido. Geralmente tem a finalidade de reduzir o tamanho de filtros ou de centrífugas. Um decantador pode funcionar como clarificador ou espessador. Lavagem dos sólidos: é a passagem da fase sólida de um líquido para outro, para lavá-la sem filtrar (operação mais dispendiosa). Esse processo pode ser realizado em colunas onde a suspensão alimentada pelo topo é tratada com um líquido de lavagem introduzido pela base. A decantação das partículas sólidas realiza-se em suspensão de concentração praticamente constante. Porém são operações instáveis, pois existem escoamentos preferenciais intensos causados pelas diferenças locais de concentração. Uma alternativa é utilizar decantadores em série operando em contracorrente. O objetivo será realizar um ensaio de sedimentação em batelada (teste de sedimentação em proveta), visando separar uma suspensão diluída, para obter um fluido límpido e uma “lama” com a maior parte dos sólidos e aplicar os métodos de Kynch e Talmadge & Fitch para dimensionar a área de um sedimentador contínuo. 2. REFERENCIAL TEORICO 2.1 Método de Kynch e Talmadge & Fitch Kynch desenvolveu um método que possibilitava fazer o dimensionamento de um espessador convencional, praticando-se apenas um ensaio de sedimentação em bancada (curva de decantação z x t). Este modelo postulava que a razão do espessamento é função única da diluição da polpa. Etapas: - Após realizar o ensaio na proveta, determinando, ao longo do tempo (t), a altura medida do fundo da proveta até o nível inferior (z) do líquido clarificado. A operação de separação de um lodo diluído ou de uma suspensão, pela ação da gravidade, gerando um fluido claro e um lodo de alto teor de sólidos é chamada de sedimentação. A sedimentação industrial ocorre em equipamentos denominados tanques de decantação ou decantadores, que podem atuar como espessadores ou clarificadores. Quando o produto é a “lama” se trata de espessador, e quando o produto é o líquido límpido temos um clarificador. O mecanismo da sedimentação pode ser descrito, da melhor forma, através da observação dos efeitos que ocorrem num ensaio de sedimentação dos sólidos numa suspensão colocada numa proveta. A Figura 1 mostra as diferentes zonas que aparecem em um teste de sedimentação em batelada: Onde: A: líquido límpido B: suspensão com concentração uniforme igual a inicial C: zona de dimensões e concentração variável D: zona de compactação (sólidos sedimentados) Em t = 0, a solução tem uma concentração uniforme ao longo de toda a altura da proveta; as partículas de sólido são também quase uniformes. Logo que o processo de sedimentação inicia, todas as partículas começam a sedimentar e a zona D é de sólidos sedimentados que inclui, predominantemente, as partículas mais pesadas. Numa zona de transição, acima do material sedimentado, existem canais através do qual o fluido se eleva. Este fluido é expelido da zona D à medida que esta zona é comprimida. A zona C é uma região de distribuição variável de tamanhos e de concentração não-uniforme. A zona B é uma zona de concentração uniforme, com aproximadamente a mesma concentração e distribuição que a inicial. No topo da região B há uma fronteira acima da qual está a região de líquido límpido, região A. Em um teste de proveta o chamado ponto crítico ou ponto de compressão é atingido quando as fases B e C desaparecem, ficando apenas o líquido clarificado A e a suspensão em compressão D. Em um sedimentador contínuo as mesmas zonas estão presentes, no entanto, uma vez que tenham atingido o estado permanente (quando a suspensão da alimentação é injetada à uma taxa igual a taxa de remoção da lama e do líquido límpido do decantador), as alturas de cada zona serão constantes. Dentre os métodos de dimensionamento da área, citam-se o de Coe e Clevenger, o de Kynch, Yoshioka e Dick, e outros. 2.2 No presente relatório usaremos os métodos de Kynch. Método de Kynch Kynch desenvolveu um método que possibilitava fazer o dimensionamento de um espessador convencional, praticando-se apenas um ensaio de sedimentação em bancada (curva de decantação z x t). Este modelo postulava que a razão do espessamento é função única da diluição da polpa. Etapas: - Após realizar o ensaio na proveta, determinando, ao longo do tempo (t), a altura medida do fundo da proveta até o nível inferior (z) do líquido clarificado. - Construir a curva z versus t. - Obter vários pares de v e C a partir da curva traçando tangentes em diversos pontos da curva. A partir dessas tangentes determina-se os valores t, z e zi. Abaixo as equações de cálculo da velocidade (v) e da concentração ( c ): Onde, Co = é a concentração inicial da suspensão usada no ensaio da proveta (t/m3); zo = é a altura inicial da suspensão na proveta (m). Com a construção gráfica descrita calculam-se os diversos pares de valores de concentração e da velocidade de decantação, com os quais são calculados os valores correspondentes da área de seção transversal do decantador. O valor máximo obtido corresponde a área mínima do decantador. A área de um sedimentador contínuo pode ser dimensionada a partir da equação geral: onde: A = área da seção transversal (m²); Co = concentração de sólidos na alimentação (kg/m³); Cs =Ce =CL concentração de sólidos na lama espessada (kg/m³); Qo = vazão volumétrica de alimentação (m³/s); u = velocidade de sedimentação/ decantação na zona limite (m/s); C = concentração da suspensão na zona limite (kg/m³). 3.0 METODOLOGIA 3.1 MATERIAIS UTILIZADOS REAGENTE: • CACO3 PA EQUIPAMENTO • 1PROVETA DE 1000 ML DE PREFERÊNCIA COM ESCALA COLORIDA • 1 BASTÃO PARA AGITAÇÃO • 1 CRONÔMETRO • FUNIL DE ALIMENTAÇÃO • ESPÁTULA • RÉGUA PARA MEDIÇÃO DA ALTURA • LANTERNA (CELULAR) PARA ILUMINAÇÃO DA SEDIMENTAÇÃO EM PROVETA 3.2 PROCEDIMENTO Preparar uma suspensão de cal com concentração de 0,08 g/cm³, em uma proveta de 1000 mL; - Agitar a suspensão com um bastão de vidro até sua uniformização; - Medir a altura da interface inferior do líquido clarificado em função do tempo, a cada 2 min até 20 min e após este tempo medir a cada 4 min até uma altura aproximadamente constante entre as duas medidas de tempo; - Anotar o tempo e a altura da interface correspondente ao ponto crítico. 3.3 CÁLCULOS E EXPRESSÃO DO RESULTADO - Com os dados obtidos calcular a altura de um espessador contínuo que opera com uma suspensão de cal (densidade = 2,2 g/cm³) comconcentração de alimentação de 0,08 g/cm³ e vazão de 30 m³/h, sendo a concentração da lama de 0,25 g/cm³ ( 250g/1000 ml), pelos métodos de Kynch e Talmadge & Fitch. - Traçar as curvas de altura x tempo; - Utilizar os métodos de Kynch para calcular a área do espessador; - Utilizar o método de Talmadge & Fitch para calcular a área do espessador; - Estimar a altura do sedimentador pesquisando em literatura complementar h=V/S; - Analisar e discutir os resultados obtidos. - Inserir as conclusões com base nos resultados alcançado 4.0 RESULTADOS OBTIDOS A operação de sedimentação é baseada em fenômenos de transporte, onde a partícula sólida em suspensão está sujeita a ação das forças da gravidade, do empuxo e de resistência ao movimento. O mecanismo da sedimentação descontínua auxilia na descrição do processo contínuo, com o uso do teste de proveta, que é baseado no deslocamento da interface superior da suspensão com o tempo. A partir da massa das amostras em filtro obtidos nas análises, para as diversas faixas de profundidade de coluna versus tempo, podemos calcular os valores de sólidos em suspensão conforme mostram a tabela1 abaixo: TEMPO (MIN) ALTURA (CM) 0 19,6 2 17,7 4 15,7 6 14,1 8 13 10 12 12 11,2 14 10,5 16 9,6 18 9 20 8,5 24 7,6 28 6,8 32 6 36 5,4 40 4,8 44 4,3 48 3,9 52 3,5 56 3,2 60 2,9 64 2,6 68 2,5 72 2,4 Tabela1: Teste de proveta, dados do laboratório. Através dos dados obtidos na tabela 1, obtivemos a seguir o gráfico1 de variação de altura versos o tempo de sedimentação: Gráfico1: Variação de altura versos o tempo de sedimentação. Fonte: Autoria própria. 0 5 10 15 20 25 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Altura versos Tempo A lt u ra ( cm ) Tempo (min) Cálculos Tempo mínimo Altura mínima Área da Seção Transversal Diâmetro 1) Altura Mínima 𝑍𝑚𝑖𝑛 = 𝐶0𝑍0 𝐶𝑅 equação (1) 𝑍𝑚𝑖𝑛 = 80𝑥19,6 250 = 6,272 m Onde: Zmin é a altura mínima C0 é a concentração inicial Z0 é a altura inicial CR é a concentração final de CaCO3 2) Tempo mínimo 0 5 10 15 20 25 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Altura versus Tempo A lt u ra ( cm ) Gráfico 2: Determinando o t min, através da altura mínima. Achando a altura mínima através da equação 1, podemos assim achar o tempo mínimo no gráfico 2, que foi de 34,5 min transformando para horas temos 0,575 h.. t min= 34,5 min → H → 0,575 h 3) Área da Seção Transversal 𝑆 = 𝑄𝐴𝑥𝑡𝑚𝑖𝑛 𝑍0 equação (2) 𝑆 = 30𝑥0,575 19,6 = 0,8801 m2 Onde: S é a área da seção transversal QA é a vazão tmin é o tempo mínimo de sedimentação Z0 é a altura 4) Diâmetro D2= 𝑆𝑥4 𝜋 D= √ 𝑆𝑥4 𝜋 equação (3) D= √ 0,8801𝑥4 𝜋 = 1,1944 m Tempo (min) 1) ZIL → é a altura da interface do clarificado-sedimentado em cada ponto Traçando as tangentes no gráfico3, podemos obter a tabela 2 a seguir: Gráfico 3: Traçando as tangentes A partir da construção da curva Z versos t, foram traçadas as tangentes na curva obtidas através do gráfico 1 a cima. 2) CL 𝐶𝐿 = 𝐶0𝑍0 𝑍𝐼𝐿 = 𝐶𝐿 = 80𝑥19,6 𝑍𝐼𝐿 = 1568 𝑍𝐼𝐿 equação (4) Como encontrar a Altura do tanque de sedimentação ZIL CL CL=CR ALTURA A lt u ra ( cm ) Tempo (min) Onde: CL é a concentração do início da sedimentação C0 é a concentração inicial Z0 é a altura inicial ZIL é a altura da interface do clarificado-sedimentado em cada ponto Fazer isso para todos os pontos. Tabela 2: Variação de concentração Para achar o tempo concentração inicial seja igual a concentração final TCL=CR temos que fazer interpolação de antes e depois, por que não temos o valor de 250 g/L na tabela. Interpolação 304−232=304−250 50−60=50−𝑡𝐶𝐿=𝐶𝑅 = 304min Tr= tCL=CR = tfinal do comportamento linear Onde: Tr é o tempo final da sedimentação de H2 tCL=CR é o tempo onde as concentrações iniciais e finais são iguais tfinal do comportamento linear é onde acaba o comportamento linear Tr= 35,2 min Tempo (min) Z (altura min) zi (cm) CL 0 19,6 19,6 1568 10 12 16,4 960 20 8,5 8,4 680 30 6,3 12 564 40 4,8 10,1 384 50 3,8 8,2 304 60 2,9 6,8 232 72 2,4 6,3 192 3) Altura 0 5 10 15 20 25 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Altura versus Tempo Exponencial Linear Tanque de Sedimentação H1 H2 H3 H2= 4 3 𝑥𝑍𝑚𝑖𝑛𝑥 𝑡𝑟 𝑡𝑚𝑖𝑛 H2= 4 3 𝑥6,272𝑥 35,2 34,5 H2= 8,5323m 5. CONCLUSÃO Os dados obtidos a partir desse ensaio se ajustaram de forma satisfatória ao experimento como pôde ser visualizado no método aplicado, fornecendo dessa forma confiabilidade aos resultados encontrados. No método de Kynch, observando a evolução da decantação e da velocidade de sedimentação com o tempo. Determinaram -se alguns valores de áreas do decantador e foi escolhido dentre eles o maior valor, pois é necessário garantir que a velocidade ascendente do líquido não seja maior que a velocidade de sedimentação da partícula mais lenta a ser recuperada, logo é preciso ter sempre uma margem de segurança. Apesar de os métodos terem as limitações apresentadas anteriormente, eles funcionam razoavelmente bem para materiais incompressíveis e devido à simplicidade dos mesmos, sua utilização ainda tem grande aceitação n a indústria de clarificadores e espessadores. Pode-se considerar que eles se adéquam bem ao experimento realizado e atingiram os objetivos requeridos através da execução do experimento de forma bastante simples. 6.0 REFERÊNCIAS SITES https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4675804/mod_resource/content/0/Apostila _sedimenta%C3%A7%C3%A3o_rev02.pdf ACESSADO EM 15/09/2020 https://www.passeidireto.com/arquivo/68021557/relatorio-aula-pratica- sedimentacao ACESSADO EM 13/09/2020 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4675804/mod_resource/content/0/Apostila_sedimenta%C3%A7%C3%A3o_rev02.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4675804/mod_resource/content/0/Apostila_sedimenta%C3%A7%C3%A3o_rev02.pdf https://www.passeidireto.com/arquivo/68021557/relatorio-aula-pratica-sedimentacao%20ACESSADO%20EM%2013/09/2020 https://www.passeidireto.com/arquivo/68021557/relatorio-aula-pratica-sedimentacao%20ACESSADO%20EM%2013/09/2020 https://www.monografias.com/pt/docs/Relat%C3%B3rio- sedimenta%C3%A7%C3%A3o-P3RB9P5H5 ACESSADO EM 12/09/2020 https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1195176/mod_resource/content/1/Sedimentac ao.pdf ACESSADO EM 13/09/2020 https://drive.google.com/file/d/1j7dHj9r25xQEzh3lft_1TUJbZjXMzumt/view ACESSADO DIA 11/09/2020 https://drive.google.com/file/d/1sh9scommM2t9uVPoSyi1cMxybBC5LX8y/view ACESSADO 12/09/2020. https://www.monografias.com/pt/docs/Relat%C3%B3rio-sedimenta%C3%A7%C3%A3o-P3RB9P5H5 https://www.monografias.com/pt/docs/Relat%C3%B3rio-sedimenta%C3%A7%C3%A3o-P3RB9P5H5 https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1195176/mod_resource/content/1/Sedimentacao.pdf%20ACESSADO%20EM%2013/09/2020 https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1195176/mod_resource/content/1/Sedimentacao.pdf%20ACESSADO%20EM%2013/09/2020 https://drive.google.com/file/d/1j7dHj9r25xQEzh3lft_1TUJbZjXMzumt/view%20ACESSADO%20DIA%2011/09/2020 https://drive.google.com/file/d/1j7dHj9r25xQEzh3lft_1TUJbZjXMzumt/view%20ACESSADO%20DIA%2011/09/2020 https://drive.google.com/file/d/1sh9scommM2t9uVPoSyi1cMxybBC5LX8y/view%20ACESSADO%2012/09/2020 https://drive.google.com/file/d/1sh9scommM2t9uVPoSyi1cMxybBC5LX8y/view%20ACESSADO%2012/09/2020
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