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Jurisprudencia_Criminal_PRO_MP

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Jurisprudência criminal pró-MP 
 
Índice 
(atualizações em vermelho) 
 
STF 
 
1. Falsa identidade não configura autodefesa 
2. Vedação de combinação de leis (tóxicos) 
3. Sistema de monitoramento por câmeras não induz crime impossível 
4. Arma desmuniciada não induz atipicidade 
5. Roubo com emprego de arma sem apreensão 
6. Regressão de regime e crime doloso (desnecessidade do trânsito em julgado) 
7. Falta grave altera data-base na regressão de regime 
8. Vedação de conversão em restritiva no tráfico 
9. Experiência anterior da vítima (menor de idade) não afasta tipicidade de corrupção de menores 
10. Corrupção de menores não exige prova 
11. Comparecimento espontâneo do réu ao processo supre nulidade da citação 
12. Não-comparecimento de testemunha em prazo razoável gera perda da prerrogativa (do art. 221 
CPP) 
13. Alteração da forma de participação em crime gera possibilidade de nova imputação (mesmo 
tendo havido absolvição anterior) 
14. Validade da gravação ambiental por interlocutor 
15. Dispensabilidade de laudo pericial em arma de fogo 
16. Se modus operandi revela extrema periculosidade do agente, configura garantia da ordem 
pública 
17. Legitimidade do MP de 1ª instância manejar HC no STF quando versar sobre defesa da ordem 
jurídica (no caso, respeito ao princípio do juiz natural) 
18. Vedação de liberdade provisória no tráfico 
19. Circunstâncias judiciais desfavoráveis justifica regime prisional mais grave 
20. Paridade de condições entre acusação e defesa 
21. Suborno a policial não configura autodefesa 
22. Validade da vedação legal à liberdade provisória no tráfico (em detrimento da repercussão geral 
declarada pelo STF, em sentido contrário) 
23. Princípio ‘in dúbio pro reo’ só vale para condenação; não vale para afastar segregação cautelar 
24. Advogado que recebe honorários oriundos de produto de crime pratica receptação 
25. Contumácia afasta bagatela 
26. Fundamentação “per relationem” é válida: juiz faz remissão à manifestação do MP 
27. Posse isolada de arma ou de munição induz tipicidade 
28. Pena máxima abstrata norteia execução penal provisória na pendência de recurso do MP 
29. Conduta de “fogueteiro do tráfico” tem tipificação penal autônoma 
30. Preponderância da reincidência frente à confissão 
31. Atos infracionais influem negativamente na pena-base 
32. Viabilidade da regressão de regime prisional direto para o fechado 
 
STJ 
 
1. Desobediência de prefeito a ordem judicial 
2. Falsidade ideológica em declaração de pobreza 
3. Calúnia no desempenho da Advocacia 
4. Conceituação da expressão “na discussão da causa” (ensejadora da imunidade profissional do 
Advogado) 
5. Acatamento da atenuante da confissão somente se admitir a íntegra da imputação 
6. Não-acatamento da confissão visando desclassificação (de tráfico para uso) 
7. Preponderância da reincidência frente à confissão 
8. Saída temporária depende de aferição judicial (não é automática) 
9. Condenado não tem direito público subjetivo à remoção de/para estabelecimento prisional 
10. Falta grave gera nova data-base para benefícios da execução 
11. Tráfico privilegiado é hediondo 
12. Descabimento da insignificância no patrimônio público (crime de prefeito) 
13. Disparo e/ou porte de arma em concurso com roubo (não incide consunção) 
14. Condenações sem trânsito em julgado configuram maus antecedentes 
15. Ônus da prova (da defesa) 
16. Desclassificação de tráfico para uso exige prova (da defesa) dada a especialidade deste último 
17. Concurso de crimes entre receptação e porte ilegal de arma 
18. Disparo não absorve porte ilegal de forma automática 
19. Atos infracionais anteriores justificam preventiva de imputável 
20. Circunstâncias judiciais desfavoráveis (e pena-base acima do mínimo legal) justificam regime 
prisional mais grave 
21. Diferença entre prisão-pena e prisão-cautela 
22. Porte de arma desmontada configura crime 
23. Audiência do art. 16 da LMP somente se realiza acaso vítima apresente retratação 
24. Validade de vídeo apresentado em plenário sem o conhecimento prévio da Defesa 
25. Prova da receptação dolosa se faz pelas circunstâncias do fato 
26. Contumácia afasta bagatela 
27. Impotência afasta desistência voluntária na tentativa de estupro 
28. Regime aberto não admite remição por trabalho 
29. Vedação da liberdade provisória no tráfico 
30. Posse isolada de arma ou de munição induz tipicidade 
31. Pedido de absolvição do MP não vincula Juiz 
32. Falsa identidade não configura autodefesa 
33. Atos infracionais influem negativamente na pena-base 
34. Atraso na comunicação de flagrante à Defensoria não gera nulidade 
35. Viabilidade da regressão de regime prisional direto para o fechado 
36. Desnecessidade de porte ostensivo da arma para configurar a majorante no roubo 
37. Confissão deve ser aferida pela colaboração e tem caráter objetivo 
 
 
STF 
 
1. Falsa identidade não configura 
autodefesa 
 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
CRIMINAL. CONSTITUCIONAL E 
PENAL. CRIME DE FALSA IDENTIDADE. 
ART. 307 DO CP. REPERCUSSÃO GERAL 
RECONHECIDA. JURISPRUDÊNCIA DO 
STF REAFIRMADA. AGRAVO 
IMPROVIDO. I – Inexistência de novos 
argumentos capazes de afastar as razões 
expendidas na decisão ora atacada, que deve 
ser mantida. II – O Plenário Virtual, ao 
analisar o RE 640.139/DF, reconheceu a 
repercussão geral do tema versado nestes 
autos e, na ocasião, reafirmou a 
jurisprudência, já consolidada no sentido 
de que comete o delito tipificado no art. 307 
do Código Penal aquele que, conduzido 
perante a autoridade policial, atribui a si 
falsa identidade com o intuito de ocultar 
seus antecedentes. III – Agravo regimental 
improvido. 
(RE 648223 AgR, Relator(a): Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000181567&base=baseAcordaos
Turma, julgado em 18/10/2011, DJe-211 
DIVULG 04-11-2011 PUBLIC 07-11-2011 
EMENT VOL-02620-02 PP-00171) 
 
 
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. 
"HABEAS CORPUS". CRIME DE ROUBO: 
CONSUMAÇÃO. FALSA IDENTIDADE. 
SEQUESTRO. I. - Crime de roubo: consuma-
se quando o agente, mediante violência ou 
grave ameaça, consegue retirar a coisa da 
esfera de vigilancia da vítima. II. - Tipifica o 
crime de falsa identidade o fato de o 
agente, ao ser preso, identificar-se com 
nome falso, com o objetivo de esconder 
seus maus antecedentes. III. - Crime de 
sequestro não caracterizado. IV. - Extensão ao 
co-réu dos efeitos do julgamento, no que toca 
ao crime de sequestro. V. - H.C. deferido em 
parte. 
(HC 72377, Relator(a): Min. CARLOS 
VELLOSO, SEGUNDA TURMA, julgado 
em 23/05/1995, DJ 30-06-1995 PP-20409 
EMENT VOL-01793-02 PP-00271) 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. 
USO DE DOCUMENTO FALSO. 
ATIPICIDADE. INOCORRÊNCIA. O fato 
de o paciente ter apresentado à polícia 
identidade com sua foto e assinatura, porém 
com impressão digital de outrem, configura o 
crime do art. 304 do Código Penal. Havendo 
adequação entre a conduta e a figura típica 
concernente ao uso de documento falso, 
não cabe cogitar de que a atribuição de 
identidade falsa para esconder 
antecedentes criminais consubstancia 
autodefesa. Ordem denegada. 
(HC 92763, Relator(a): Min. EROS GRAU, 
Segunda Turma, julgado em 12/02/2008, DJe-
074 DIVULG 24-04-2008 PUBLIC 25-04-
2008 EMENT VOL-02316-06 PP-01186) 
 
EMENTA CONSTITUCIONAL. PENAL. 
CRIME DE FALSA IDENTIDADE. 
ARTIGO 307 DO CÓDIGO PENAL. 
ATRIBUIÇÃO DE FALSA INDENTIDADE 
PERANTE AUTORIDADE POLICIAL. 
ALEGAÇÃO DE AUTODEFESA. ARTIGO 
5º, INCISO LXIII, DA CONSTITUIÇÃO. 
MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL. 
CONFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA 
DA CORTE NO SENTIDO DA 
IMPOSSIBILIDADE. TIPICIDADE DA 
CONDUTA CONFIGURADA. O princípio 
constitucional da autodefesa (art. 5º, inciso 
LXIII, da CF/88) não alcança aquele que 
atribui falsa identidade perante autoridade 
policial com o intento de ocultar maus 
antecedentes, sendo, portanto, típica a 
conduta praticada pelo agente (art. 307 do 
CP). O tema possui densidade constitucional 
e extrapola os limites subjetivos das partes.(RE 640139 RG / DF, Relator(a): Min. DIAS 
TOFFOLI, julgado em 22/09/2011, DJe-198 
DIVULG 13-10-2011 PUBLIC 14-10-2011 
EMENT VOL-02607-05 PP-00885) 
 
2. Vedação de combinação de leis (tóxicos) 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 
DOSIMETRIA PENAL. QUANTIDADE DE 
ENTORPECENTES. LEGITIMIDADE 
PARA ELEVAÇÃO DA PENA BASE. 
APLICAÇÃO PARCIAL DE LEI 
POSTERIOR, NA PARTE EM QUE 
BENEFICIA O RÉU. INVIABILIDADE. 
ORDEM DENEGADA. 1. É legítimo o 
aumento da pena base com fundamento na 
elevada quantidade de entorpecente 
encontrada em poder da paciente. 2. Não é 
permitida, nem mesmo para beneficiar o 
réu, a combinação de dispositivos de leis 
diversas, criando uma terceira norma não 
estabelecida pelo legislador, sob pena de 
violação aos princípios da legalidade, da 
anterioridade da lei penal (art. 1º do Código 
Penal) e da separação de poderes. 3. Ordem 
denegada. 
(HC 96844, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
04/12/2009, DJe-022 DIVULG 04-02-2010 
PUBLIC 05-02-2010 EMENT VOL-02388-
01 PP-00125) 
 
3. Sistema de monitoramento por câmeras 
não induz crime impossível 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL E 
PROCESSUAL PENAL. TENTATIVA DE 
FURTO. ABSOLVIÇÃO FUNDADA EM 
VÁRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO 
ESPECIAL DA ACUSAÇÃO INTERPOSTO 
SOB FUNDAMENTO ÚNICO. 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000152389&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000003390&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000000495&base=baseRepercussao
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000166681&base=baseAcordaos
INOCORRÊNCIA. RESTABELECIMENTO 
DA CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DE 
OFENSA AO PRINCÍPIO TANTUM 
DEVOLUTUM QUANTUM APELATUM. 
CRIME IMPOSSÍVEL, FACE AO SISTEMA 
DE VIGILÂNCIA DO 
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. 
INOCORRÊNCIA. 1. Tendo o Ministério 
Público impugnado todos os fundamentos 
pelos quais a paciente foi absolvida, 
restabelecendo-se a condenação em recurso 
especial, não procede a alegação de ofensa ao 
princípio tantum devolutum quantum 
apelatum. 2. O pleito de absolvição fundado 
em que o sistema de vigilância do 
estabelecimento comercial tornou 
impossível a subtração da coisa não pode 
vingar. A paciente e seu comparsa 
deixaram o local do crime, somente sendo 
presos após perseguição, restando, assim, 
caracterizada a tentativa de furto. 
Poderiam, em tese, lograr êxito no intento 
delituoso. Daí que o meio para a 
consecução do crime não era 
absolutamente ineficaz. Ordem indeferida. 
(HC 95613, Relator(a): Min. EROS GRAU, 
Segunda Turma, julgado em 11/11/2008, DJe-
152 DIVULG 13-08-2009 PUBLIC 14-08-
2009 EMENT VOL-02369-05 PP-00943 RTJ 
VOL-00211- PP-00420) 
 
4. Arma desmuniciada não induz 
atipicidade 
 
EMENTA: PORTE ILEGAL DE ARMA DE 
FOGO. ARMA DESMUNICIADA. 
TIPICIDADE. CARÁTER DE PERIGO 
ABSTRATO DA CONDUTA. RECURSO 
IMPROVIDO. 1. O porte ilegal de arma de 
fogo é crime de perigo abstrato, consumando-
se pela objetividade do ato em si de alguém 
levar consigo arma de fogo, 
desautorizadamente e em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar. Donde a 
irrelevância de estar municiada a arma, ou 
não, pois o crime de perigo abstrato é assim 
designado por prescindir da demonstração 
de ofensividade real. 2. Recurso improvido. 
(RHC 91553, Relator(a): Min. CARLOS 
BRITTO, Primeira Turma, julgado em 
23/06/2009, DJe-157 DIVULG 20-08-2009 
PUBLIC 21-08-2009 EMENT VOL-02370-
03 PP-00572 RT v. 98, n. 890, 2009, p. 513-
516) 
 
EMENTA: PENAL. RECURSO 
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. 
PORTE DE ARMA DE FOGO 
DESMUNICIADA. INTELIGÊNCIA DO 
ART. 14 da Lei 10.826/03. TIPICIDADE 
RECONHECIDA. CRIME DE PERIGO 
ABSTRATO. RECURSO DESPROVIDO. I. 
A objetividade jurídica da norma penal 
transcende a mera proteção da incolumidade 
pessoal, para alcançar também a tutela da 
liberdade individual e do corpo social como 
um todo, asseguradas ambas pelo incremento 
dos níveis de segurança coletiva que a Lei 
propicia. II. Mostra-se irrelevante, no caso, 
cogitar-se da eficácia da arma para a 
configuração do tipo penal em comento, 
isto é, se ela está ou não municiada ou se a 
munição está ou não ao alcance das mãos, 
porque a hipótese é de crime de perigo 
abstrato, para cuja caracterização 
desimporta o resultado concreto da ação. 
III - Recurso desprovido. 
(RHC 90197, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado 
em 09/06/2009, DJe-167 DIVULG 03-09-
2009 PUBLIC 04-09-2009 EMENT VOL-
02372-02 PP-00379 LEXSTF v. 31, n. 369, 
2009, p. 381-400) 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 
CONSTITUCIONAL. PENAL. PORTE 
ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO 
PERMITIDO. JULGADO DO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA EM 
CONSONÂNCIA COM A 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. ARMA 
DESMUNICIADA. TIPICIDADE DA 
CONDUTA. PRECEDENTES. ORDEM 
DENEGADA. 1. A decisão do Superior 
Tribunal de Justiça está em consonância com 
a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal. 2. O crime de porte ilegal de arma de 
fogo de uso permitido é de mera conduta e de 
perigo abstrato, ou seja, consuma-se 
independentemente da ocorrência de efetivo 
prejuízo para a sociedade, e a probabilidade 
de vir a ocorrer algum dano é presumida pelo 
tipo penal. Além disso, o objeto jurídico 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000162168&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000162373&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000162530&base=baseAcordaos
tutelado não é a incolumidade física, mas a 
segurança pública e a paz social, sendo 
irrelevante o fato de estar a arma de fogo 
municiada ou não. Precedentes. 3. Ordem 
denegada. 
(HC 104206, Relator(a): Min. CÁRMEN 
LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 
10/08/2010, DJe-159 DIVULG 26-08-2010 
PUBLIC 27-08-2010 EMENT VOL-02412-
03 PP-00671 RT v. 99, n. 902, 2010, p. 529-
532) 
 
5. Roubo com emprego de arma sem 
apreensão 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME 
CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO. 
CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE 
PENA. EMPREGO DE ARMA DE FOGO. 
ARMA NÃO APREENDIDA E NÃO 
PERICIADA. INSTRUÇÃO CRIMINAL 
QUE EVIDENCIOU O EFETIVO MANEJO 
DO ARTEFATO OFENSIVO. PROVA 
TESTEMUNHAL. INCIDÊNCIA DA 
CIRCUNSTÂNCIA MAJORANTE. 
PRECEDENTE DO PLENÁRIO DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
ORDEM DENEGADA. 1. À falta de 
apreensão da arma de fogo, mas 
comprovado o seu emprego por outros 
meios idôneos de prova, não há como 
refugar a aplicação do inciso I do § 2º do 
art. 157 do Código Penal. 2. A incidência da 
circunstância majorante do inciso I do § 2º do 
art. 157 do estatuto incriminador está 
justificada no maior potencial de intimidação 
e conseqüente rendição da vítima, provocadas 
pelo uso de arma de fogo. Precedente do 
Plenário do STF: HC 96.099, da relatoria do 
ministro Ricardo Lewandowski. Precedentes 
da Primeira Turma: 94.236 e 101.534, da 
minha relatoria. Precedentes da Segunda 
Turma: HC 94.448, da relatoria do ministro 
Joaquim Barbosa; HC 99.446, da relatoria da 
ministra Ellen Gracie; HC 94.616, da relatoria 
do ministro Celso de Mello. 3. Habeas corpus 
indeferido. 
(HC 104653, Relator(a): Min. AYRES 
BRITTO, Segunda Turma, julgado em 
17/08/2010, DJe-173 DIVULG 16-09-2010 
PUBLIC 17-09-2010 EMENT VOL-02415-
03 PP-00449 LEXSTF v. 32, n. 382, 2010, p. 
475-481) 
 
 
 
6. Regressão de regime e crime doloso 
(desnecessidade do trânsito em julgado) 
 
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS. 
PRÁTICA DE CRIME DOLOSO PELO 
CONDENADO. FALTA GRAVE. 
REGRESSÃO DE REGIME. 
DESNECESSIDADE DE SENTENÇA 
CONDENATÓRIA TRANSITADA EM 
JULGADO. PRECEDENTES DO STF. 
ORDEM DENEGADA. 1. A Lei de 
Execução Penal não exige o trânsito em 
julgado de sentença condenatória para a 
regressão de regime, bastando, para tanto, 
que o condenado tenha "praticado" fato 
definido como crime doloso (art. 118, I da 
LEP). 2. Ante o exposto, denego a ordem de 
habeas corpus. 
(HC 97218, Relator(a): Min. ELLEN 
GRACIE, Segunda Turma, julgado em 
12/05/2009, DJe-099 DIVULG28-05-2009 
PUBLIC 29-05-2009 EMENT VOL-02362-
07 PP-01280 RTJ VOL-00210-03 PP-01213) 
 
7. Falta grave altera data-base na regressão 
de regime 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 
PROCESSUAL PENAL. FALTA GRAVE. 
REINÍCIO DA CONTAGEM DE PRAZO 
PARA A CONCESSÃO DE NOVOS 
BENEFÍCIOS E REGRESSÃO DO REGIME 
DE CUMPRIMENTO DA PENA IMPOSTA 
AO PACIENTE. POSSIBILIDADE. 
PRECEDENTES. 1. É firme a 
jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal no sentido de que, em caso de falta 
grave, impõem-se a regressão de regime e a 
alteração da data-base para concessão de 
novos benefícios executórios (cf., por 
exemplo, HC 86.990, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, DJ 9.6.2006. Precedentes). 2. 
Ordem denegada. 
(HC 97130, Relator(a): Min. CÁRMEN 
LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 
23/06/2009, DJe-152 DIVULG 13-08-2009 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000168089&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000168966&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000087941&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000162188&base=baseAcordaos
PUBLIC 14-08-2009 EMENT VOL-02369-
06 PP-01151) 
 
EMENTA: PROCESSO PENAL. HABEAS 
CORPUS. COMETIMENTO DE FALTA 
GRAVE. REGRESSÃO DE REGIME 
PRISIONAL. I - Não havendo o Superior 
Tribunal de Justiça decidido quanto a 
determinado pedido, não pode esta Corte se 
pronunciar, sob pena de supressão de 
instância. II - O cometimento de falta grave 
pelo apenado impõe não só a regressão de 
regime de cumprimento da pena, como o 
reinício do cômputo do prazo de 1/6 da 
pena para obtenção de nova progressão de 
regime prisional. III - Ordem parcialmente 
conhecida e, nessa parte, denegada. 
(HC 86990, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado 
em 02/05/2006, DJ 09-06-2006 PP-00019 
EMENT VOL-02236-02 PP-00227 LEXSTF 
v. 28, n. 332, 2006, p. 425-430 RT v. 95, n. 
854, 2006, p. 512-514) 
 
8. Vedação de conversão de privativa em 
restritiva no tráfico 
 
HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE 
ENTORPECENTES. SUBSTITUIÇÃO DE 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR 
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS (LEI Nº 
9.714/98). INCOMPATIBILIDADE. 
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
DESFAVORÁVEIS. AUSÊNCIA DO 
REQUISITO SUBJETIVO DO INCISO III, 
DO ART. 44 DO CP. FIXAÇÃO DE 
REGIME INICIAL PARA CUMPRIMENTO 
DE PENA MAIS GRAVOSO. 
POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO 
STF.ORDEM DENEGADA. 1. A norma 
contida no art. 44, caput, da Lei n° 
11.343/06, ao expressamente estabelecer a 
proibição da conversão, apenas explicita 
regra que era implícita no sistema jurídico 
brasileiro quanto à incompatibilidade do 
regime legal de tratamento em matéria de 
crimes hediondos e a eles equiparados com 
o regime pertinente aos outros crimes. 2. 
No presente caso, o Juiz de Direito fixou a 
pena-base do paciente acima do mínimo legal, 
por considerar que as circunstâncias judiciais 
lhe eram desfavoráveis. 3. Deste modo, ainda 
que se admitisse a possibilidade de 
substituição da pena privativa de liberdade 
por pena restritiva de direito nos delitos de 
tráfico de entorpecente cometidos na vigência 
da Lei nº 6.368/76, na presente hipótese, 
estaria ausente o requisito subjetivo do inciso 
III, do art. 44 do Código Penal. 4. Esta Corte 
tem adotado orientação pacífica segundo a 
qual "não há nulidade na decisão que majora a 
pena-base e fixa o regime inicial mais 
gravoso, considerando-se as circunstâncias 
judiciais desfavoráveis" (HC 93.818/RJ, rel. 
Min. Cármen Lúcia, DJ 16.05.2008), não 
servindo o habeas corpus como instrumento 
idôneo para realizar a ponderação, em 
concreto, das circunstâncias judiciais do art. 
59, do Código Penal. 5. Habeas corpus 
denegado. 
(HC 97843, Relator(a): Min. ELLEN 
GRACIE, Segunda Turma, julgado em 
23/06/2009, DJe-148 DIVULG 06-08-2009 
PUBLIC 07-08-2009 EMENT VOL-02368-
04 PP-00858) 
 
9. Experiência anterior da vítima (menor 
de idade) não afasta tipicidade de 
corrupção de menores 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. 
VÍTIMA MENOR DE QUATORZE ANOS. 
CONSENTIMENTO E EXPERIÊNCIA 
ANTERIOR. IRRELEVÂNCIA. 
PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA. CARÁTER 
ABSOLUTO. ORDEM DENEGADA. Para a 
configuração do estupro ou do atentado 
violento ao pudor com violência presumida 
(previstos, respectivamente, nos arts. 213 e 
214, c/c o art. 224, a, do Código Penal, na 
redação anterior à Lei 12.015/2009), é 
irrelevante o consentimento da ofendida 
menor de quatorze anos ou, mesmo, a sua 
eventual experiência anterior, já que a 
presunção de violência a que se refere a 
redação anterior da alínea a do art. 224 do 
Código Penal é de caráter absoluto. 
Precedentes (HC 94.818, rel. min. Ellen 
Gracie, DJe de 15.8.2008). Ordem denegada. 
(HC 99993, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
24/11/2009, DJe-232 DIVULG 10-12-2009 
PUBLIC 11-12-2009 EMENT VOL-02386-
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000008425&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000161979&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000163961&base=baseAcordaos
03 PP-00505 RJSP v. 57, n. 386, 2009, p. 
185-188 RSJADV abr., 2010, p. 46-47) 
 
10. Corrupção de menores não exige prova 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 
CORRUPÇÃO DE MENORES. 
ALEGAÇÃO DE FALTA DE PROVA DA 
CHAMADA IDONEIDADE MORAL 
ANTERIOR DA VÍTIMA MENOR. 
DESNECESSIDADE. ORDEM 
DENEGADA. Para a configuração do 
crime de corrupção de menores (art. 1º da 
Lei 2.252/1954), é desnecessária a prova da 
chamada "idoneidade moral anterior da 
vítima menor", exigida pela impetrante. 
Ordem denegada. 
(HC 97197, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
27/10/2009, DJe-228 DIVULG 03-12-2009 
PUBLIC 04-12-2009 EMENT VOL-02385-
04 PP-00711 RJSP v. 58, n. 387, 2010, p. 
163-166 RT v. 99, n. 894, 2010, p. 476-479 
LEXSTF v. 32, n. 373, 2010, p. 334-338) 
 
11. Comparecimento espontâneo do réu ao 
processo supre nulidade da citação 
 
EMENTA: AÇÃO PENAL. Processo. 
Citação por editais. Alegação de não terem 
sido esgotadas as providências para 
localização do réu. Irrelevância. 
Comparecimento espontâneo deste ao 
processo, mediante defensor constituído no 
ato do interrogatório. Exercício pleno dos 
poderes processuais da defesa. Ausência de 
prejuízo. Nulidade processual inexistente. 
Inexistência, outrossim, de vícios de ordem 
diversa. HC denegado. Também no processo 
penal, o comparecimento espontâneo e 
oportuno do réu, mediante defensor 
constituído, supre a falta ou a nulidade de 
citação realizada por editais. 
(RHC 87699, Relator(a): Min. CEZAR 
PELUSO, Segunda Turma, julgado em 
02/06/2009, DJe-118 DIVULG 25-06-2009 
PUBLIC 26-06-2009 EMENT VOL-02366-
02 PP-00366) 
 
12. Não-comparecimento de testemunha 
em prazo razoável gera perda da 
prerrogativa (do art. 221 CPP) 
 
EMENTA: QUESTÃO DE ORDEM. AÇÃO 
PENAL. DEPUTADO FEDERAL 
ARROLADO COMO TESTEMUNHA. NÃO 
INDICAÇÃO DE DIA, HORA E LOCAL 
PARA A OITIVA OU NÃO 
COMPARECIMENTO NA DATA JÁ 
INDICADA. AUSÊNCIA DE JUSTA 
CAUSA PARA O NÃO ATENDIMENTO 
AO CHAMADO JUDICIAL. DECURSO DE 
MAIS DE TRINTA DIAS. PERDA DA 
PRERROGATIVA PREVISTA NO ART. 
221, CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO 
PENAL. Passados mais de trinta dias sem que 
a autoridade que goza da prerrogativa prevista 
no caput do art. 221 do Código de Processo 
Penal tenha indicado dia, hora e local para a 
sua inquirição ou, simplesmente, não tenha 
comparecido na data, hora e local por ela 
mesma indicados, como se dá na hipótese, 
impõe-se a perda dessa especial prerrogativa, 
sob pena de admitir-se que a autoridade 
arrolada como testemunha possa, na prática, 
frustrar a sua oitiva, indefinidamente e sem 
justa causa. Questão de ordem resolvida no 
sentido de declarar a perda da prerrogativa 
prevista no caput do art. 221 do Código de 
Processo Penal, em relação ao parlamentar 
arrolado como testemunha que, sem justa 
causa, não atendeu ao chamado da justiça, pormais de trinta dias. 
(AP 421 QO, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 
22/10/2009, DJe-023 DIVULG 03-02-2011 
PUBLIC 04-02-2011 EMENT VOL-02457-
01 PP-00001) 
 
13. Alteração da forma de participação em 
crime gera possibilidade de nova 
imputação (mesmo tendo havido absolvição 
anterior) 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSO 
PENAL. HOMICÍDIO. JÚRI. CONCURSO 
DE PESSOAS. RÉUS DENUNCIADOS POR 
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO. 
JULGAMENTO DESMEMBRADO. 
ABSOLVIÇÃO DO PARTÍCIPE. 
JULGAMENTO DO SEGUNDO RÉU, QUE, 
EM PLENÁRIO, INVERTE A ACUSAÇÃO 
INICIALMENTE POSTA NA DENÚNCIA, 
ASSUMINDO A PARTICIPAÇÃO NO 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000163858&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000000103&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000167136&base=baseAcordaos
EVENTO CRIMINOSO E IMPUTANDO 
AO PARTÍCIPE ABSOLVIDO A AUTORIA 
MATERIAL DO DELITO. ABSOLVIÇÃO. 
SEGUNDA DENÚNCIA EM 
CONFORMIDADE COM A NOVA 
VERSÃO DOS FATOS. ALEGAÇÃO DE 
AFRONTA À COISA JULGADA. 
INTELIGÊNCIA DO ART. 110, § 2º, DO 
CPP. VINCULAÇÃO OBRIGATÓRIA 
ENTRE PRONÚNCIA-LIBELO-
QUESITAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO 
ART. 384, CAPUT E PARÁGRAFO 
ÚNICO, NA SEGUNDA FASE DO RITO 
DO JÚRI (JUDICIUM CAUSAE). 1. A 
ofensa à coisa julgada exige a identidade de 
causa, caracterizada pela identidade do fato, 
sendo que esta não se verifica no caso de 
alteração de um dos elementos que o constitui 
(tempo, lugar, conduta imputada ao agente). 
2. A absolvição, pelo Conselho de Sentença, 
da imputação de participação no crime de 
homicídio -- pela entrega da arma e auxílio 
à fuga -- não veda a possibilidade de nova 
acusação pela autoria material. Da mesma 
forma, a absolvição, pelo Júri, da imputação 
de autoria material do crime de homicídio não 
faz coisa julgada impeditiva de o acusado 
responder a nova ação penal (agora como 
partícipe) pelo mesmo crime cuja autoria 
material é imputada a outrem. Novas 
imputações que não passaram pelo crivo do 
Conselho de Sentença não configuram 
identidade de fato apta a caracterizar a 
coisa julgada (art. 110, § 2º, do CPP). 
Precedentes. 3. O procedimento do Júri, 
marcado por duas fases distintas e 
procedimentos específicos, exige a correlação 
obrigatória entre pronúncia-libelo-quesitação. 
Correlação, essa, que decorre não só da 
garantia da ampla defesa e do contraditório do 
réu -- que não pode ser surpreendido com 
nova imputação em plenário --, mas também 
da necessidade de observância à paridade de 
armas entre acusação e defesa. Daí a 
impossibilidade de alteração, na segunda fase 
do Júri (judicium causae), das teses balizadas 
pelas partes na primeira fase (judicium 
accusationis), não dispondo o Conselho de 
Sentença dos amplos poderes da mutatio 
libelli conferidos ao juiz togado. 4. Habeas 
corpus indeferido. 
(HC 82980, Relator(a): Min. CARLOS 
BRITTO, Primeira Turma, julgado em 
17/03/2009, DJe-200 DIVULG 22-10-2009 
PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL-02379-
03 PP-00579) 
 
14. Validade da gravação ambiental por 
interlocutor 
 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL 
PENAL. 1) REPERCUSSÃO GERAL DA 
QUESTÃO CONSTITUCIONAL. 
INTIMAÇÃO DO AGRAVANTE APÓS 
3.5.2007. NECESSIDADE DE 
DEMONSTRAÇÃO FORMAL. 
DEMONSTRAÇÃO INSUFICIENTE. 2) 
INEXIGIBILIDADE DE LICENÇA PRÉVIA 
PARA A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO 
PENAL CONTRA PARLAMENTAR: 
APLICABILIDADE AOS DEPUTADOS 
ESTADUAIS. 3) RECEBIMENTO DE 
DENÚNCIA CONTRA DEPUTADO 
ESTADUAL QUE EXERCE MANDATOS 
SUCESSIVOS. CIÊNCIA À ASSEMBLÉIA 
LEGISLATIVA: APLICABILIDADE 
APENAS AOS CRIMES COMETIDOS NO 
MANDATO EM CURSO. 4) GRAVAÇÃO 
AMBIENTAL FEITA POR UM 
INTERLOCUTOR SEM 
CONHECIMENTO DO OUTRO: 
CONSTITUCIONALIDADE. 5) 
ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AO 
ART. 5º, INC. LV, DA CONSTITUIÇÃO 
DA REPÚBLICA: CONTROVÉRSIA 
INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA 
CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO 
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA 
SEGUIMENTO. 
(AI 769798 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN 
LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 
01/02/2011, DJe-036 DIVULG 22-02-2011 
PUBLIC 23-02-2011 EMENT VOL-02469-
02 PP-00414) 
 
15. Dispensabilidade de laudo pericial em 
arma de fogo 
 
EMENTA: PROCESSUAL PENAL. PENAL. 
HABEAS CORPUS. PORTE DE MUNIÇÃO 
DE USO RESTRITO. ART. 16 DA LEI 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000163187&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000170263&base=baseAcordaos
10.826/2003. PERÍCIA PARA A 
COMPROVAÇÃO DO POTENCIAL 
LESIVO DA MUNIÇÃO. 
DESNECESSIDADE. SIGILO 
TELEFÔNICO JUNTADO AOS AUTOS 
APÓS AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E 
JULGAMENTO. ALEGAÇÃO DE 
NULIDADE QUE NÃO PODE SER 
EXAMINADA SOB PENA DE 
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 
DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE 
ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. 
POSSIBILIDADE. DECISÃO 
ADEQUADAMENTE FUNDAMENTADA. 
IMPETRAÇÃO CONHECIDA EM PARTE 
E DENEGADA A ORDEM NESSA 
EXTENSÃO. I - A objetividade jurídica dos 
delitos previstos na Lei 10.826/03 transcende 
a mera proteção da incolumidade pessoal, 
para alcançar também a tutela da liberdade 
individual e de todo o corpo social, 
asseguradas ambas pelo incremento dos níveis 
de segurança coletiva que a lei propicia. II - 
Despicienda a ausência ou nulidade do 
laudo pericial da arma ou da munição para 
a aferição da materialidade do delito. III - 
A questão da nulidade decorrente do fato de o 
procedimento de quebra de sigilo telefônico 
ter sido juntado aos autos após a audiência de 
instrução e julgamento não pode ser 
conhecida, sob pena de indevida supressão de 
instância com o desbordamento dos limites de 
competência do STF descritos no art. 102 da 
Constituição Federal. IV - No caso, o 
magistrado, ao fixar a pena-base dos 
pacientes, observou fundamentadamente 
todas as circunstâncias judiciais constantes do 
art. 59 do Código Penal, especialmente a 
grande quantidade de substância entorpecente 
e a qualidade de mentores intelectuais 
ostentada pelos pacientes, o que justifica a 
fixação do quantum da pena acima do mínimo 
legal. V - Writ conhecido em parte, 
denegando-se a ordem na parte conhecida. 
(HC 93876, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado 
em 28/04/2009, DJe-208 DIVULG 05-11-
2009 PUBLIC 06-11-2009 EMENT VOL-
02381-04 PP-00778) 
 
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. 
HABEAS CORPUS. PORTE DE ARMA DE 
FOGO. ART. 10 DA LEI 9.437/97 E ART. 
14 DA LEI 10.826/2003. PERÍCIA PARA A 
COMPROVAÇÃO DO POTENCIAL 
LESIVO DA ARMA. DESNECESSIDADE. 
ORDEM DENEGADA. I - Para a 
configuração do crime de porte de arma de 
fogo não importa se a arma está ou não 
municiada ou, ainda, se apresenta regular 
funcionamento. II - A norma incriminadora 
prevista no art. 10 da Lei 9.437/97 não fazia 
qualquer menção à necessidade de se aferir o 
potencial lesivo da arma. III - O Estatuto do 
Desarmamento, em seu art. 14, tipificou 
criminalmente a simples conduta de portar 
munição, a qual, isoladamente, ou seja, sem a 
arma, não possui qualquer potencial ofensivo. 
IV - A objetividade jurídica dos delitos 
previstos nas duas Leis transcendem a mera 
proteção da incolumidade pessoal, para 
alcançar também a tutela da liberdade 
individual e de todo o corpo social, 
asseguradas ambas pelo incremento dos níveis 
de segurança coletiva que ele propicia. V - 
Despicienda a ausência ou nulidade do laudo 
pericial da arma para a aferição da material; 
idade do delito. VI - Ordem denegada. 
(HC 96922, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado 
em 17/03/2009, DJe-071 DIVULG 16-04-
2009 PUBLIC 17-04-2009 EMENT VOL-
02356-05 PP-00950) 
 
16. Se modus operandi revela extrema 
periculosidade do agente, configura 
garantia da ordem pública 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO 
PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM 
PÚBLICA E APLICAÇÃO DA LEI PENAL. 
RÉU PRONUNCIADO POR DUPLO 
HOMICÍDIO QUALIFICADO E LESÃO 
CORPORAL GRAVE. MANUTENÇÃO DA 
CUSTÓDIA CAUTELAR. PRISÃO 
PREVENTIVA EMBASADA EM FATOS 
CONCRETOS. PERICULOSIDADE 
CONCRETA. ACAUTELAMENTO DOMEIO SOCIAL. ORDEM DENEGADA. 1. O 
fundamento da garantia da ordem pública é 
suficiente, no caso, para sustentar o decreto de 
prisão preventiva do paciente. Decreto, afinal, 
mantido pela sentença de pronúncia, com o 
reconhecimento de que permanecem 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000163437&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000085903&base=baseAcordaos
incólumes os fundamentos da preventiva. Não 
há como refugar a aplicabilidade do conceito 
de ordem pública se a concreta situação dos 
autos evidencia a necessidade de 
acautelamento do meio social. 2. Quando da 
maneira de execução do delito sobressair a 
extrema periculosidade do agente, abre-se 
ao decreto de prisão a possibilidade de 
estabelecer um vínculo funcional entre o 
modus operandi do suposto crime e a 
garantia da ordem pública. 3. Não há que se 
falar em inidoneidade do decreto de prisão, se 
este embasa a custódia cautelar a partir do 
contexto empírico da causa. Contexto, esse, 
revelador da gravidade concreta da conduta 
(de violência incomum) e da periculosidade 
do paciente. 4. O decreto prisional, para além 
de apontar o paciente como investigado em 
vários outros delitos (fls. 60), encontra apoio, 
ainda, na fuga do acusado. Fuga, essa, que se 
deu logo após o cometimento do delito, a 
demonstrar o claro intento de se frustrar a 
aplicação da lei penal. O que, segundo 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
materializa a hipótese descrita no art. 312 do 
Código de Processo Penal. 5. Ordem 
denegada. 
(HC 97688, Relator(a): Min. CARLOS 
BRITTO, Primeira Turma, julgado em 
27/10/2009, DJe-223 DIVULG 26-11-2009 
PUBLIC 27-11-2009 EMENT VOL-02384-
03 PP-00506) 
 
17. Legitimidade do MP de 1ª instância 
manejar HC no STF quando versar sobre 
defesa da ordem jurídica (no caso, respeito 
ao princípio do juiz natural) 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 
MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE. 
PARCELAMENTO DE TERRAS 
PERTENCENTES À UNIÃO. 
COMPETÊNCIA. 1. A legitimidade do 
Ministério Público para impetrar habeas 
corpus tem fundamento na incumbência da 
defesa da ordem jurídica e dos interesses 
individuais indisponíveis. 2. O habeas 
corpus é instrumento idôneo para eleger o 
foro competente para o julgamento da causa. 
Precedente. 3. Compete à Justiça Federal o 
processamento e julgamento da ação penal 
proposta para apurar a prática do crime de 
parcelamento irregular de terras pertencentes 
à União. Ordem concedida. 
(HC 84056, Relator(a): Min. EROS GRAU, 
Primeira Turma, julgado em 30/11/2004, DJ 
04-02-2005 PP-00027 EMENT VOL-02178-
01 PP-00133 LEXSTF v. 27, n. 316, 2005, p. 
389-394 RTJ VOL-00193-03 PP-01028) 
 
LEGITIMIDADE - HABEAS CORPUS - 
MINISTÉRIO PÚBLICO. O Ministério 
Público tem legitimidade para impetrar 
habeas corpus quando envolvido o 
princípio do juiz natural. COMPETÊNCIA 
- PARCELAMENTO DE SOLO - GLEBA 
INTEGRADA AO PATRIMÔNIO DA 
UNIÃO. Uma vez constatado tratar-se de 
gleba integrada ao patrimônio da União, a 
persecução criminal, considerado o crime do 
artigo 50 da Lei nº 6.766/69, há de ocorrer 
mediante atuação do Ministério Público 
Federal, sendo competente para processar e 
julgar a ação a Justiça Federal, consoante 
dispõe o inciso IV do artigo 109 da 
Constituição Federal. 
(HC 84103, Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 
06/08/2004, DJ 06-08-2004 PP-00020 
EMENT VOL-02158-03 PP-00515 RJP v. 2, 
n. 7, 2006, p. 154) 
 
18. Vedação de liberdade provisória no 
tráfico 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 
PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE 
DROGAS. PRISÃO EM FLAGRANTE. 
RELAXAMENTO. CRIME HEDIONDO. 
LIBERDADE PROVISÓRIA. 
INADMISSIBILIDADE. VEDAÇÃO 
CONSTITUCIONAL. DELITOS 
INAFIANÇÁVEIS. ART. 5º, XLIII, DA CF. 
ESPECIALIDADE DA LEI 11.343/2006. 
ORDEM DENEGADA. I - Os crimes de 
tráfico de drogas e associação para o tráfico 
são de natureza permanente. O agente 
encontra-se em flagrante delito enquanto não 
cessar a permanência. II - A vedação à 
liberdade provisória para o delito de 
tráfico de drogas advém da própria 
Constituição, a qual prevê a sua 
inafiançabilidade (art. 5º, XLIII). III - A 
Lei 11.343/2006 é especial em relação à Lei 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000163768&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000093716&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000094887&base=baseAcordaos
dos Crimes Hediondos, não existindo 
antinomia no sistema jurídico. IV - Ordem 
denegada. 
(HC 97463, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado 
em 06/10/2009, DJe-218 DIVULG 19-11-
2009 PUBLIC 20-11-2009 EMENT VOL-
02383-02 PP-00279 REVJMG v. 60, n. 191, 
2009, p. 343-346) 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. 1. PRISÃO 
EM FLAGRANTE POR TRÁFICO DE 
DROGAS. LIBERDADE PROVISÓRIA: 
INADMISSIBILIDADE. 2. PEDIDO 
FORMULADO PARA QUE OS 
PACIENTES TENHAM O DIREITO DE 
RECORRER EM LIBERDADE: 
IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA 
CONDENATÓRIA QUE ASSENTOU 
ESTAREM PRESENTES, NO CASO, OS 
PRESSUPOSTOS PARA DECRETAÇÃO 
DA PRISÃO CAUTELAR. 1. A proibição 
de liberdade provisória, nos casos de 
crimes hediondos e equiparados, decorre 
da própria inafiançabilidade imposta pela 
Constituição da República à legislação 
ordinária (Constituição da República, art. 5º, 
inc. XLIII): Precedentes. O art. 2º, inc. II, da 
Lei n. 8.072/90 atendeu o comando 
constitucional, ao considerar inafiançáveis os 
crimes de tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos. 
Inconstitucional seria a legislação ordinária 
que dispusesse diversamente, tendo como 
afiançáveis delitos que a Constituição da 
República determina sejam inafiançáveis. 
Desnecessidade de se reconhecer a 
inconstitucionalidade da Lei n. 11.464/07, 
que, ao retirar a expressão 'e liberdade 
provisória' do art. 2º, inc. II, da Lei n. 
8.072/90, limitou-se a uma alteração textual: a 
proibição da liberdade provisória decorre da 
vedação da fiança, não da expressão 
suprimida, a qual, segundo a jurisprudência 
do Supremo Tribunal, constituía redundância. 
Mera alteração textual, sem modificação da 
norma proibitiva de concessão da liberdade 
provisória aos crimes hediondos e 
equiparados, que continua vedada aos presos 
em flagrante por quaisquer daqueles delitos. 
2. A Lei n. 11.464/07 não poderia alcançar o 
delito de tráfico de drogas, cuja disciplina já 
constava de lei especial (Lei n. 11.343/06, art. 
44, caput), aplicável ao caso vertente. 3. 
Irrelevância da existência, ou não, de 
fundamentação cautelar para a prisão em 
flagrante por crimes hediondos ou 
equiparados: Precedentes. 4. Sentença 
condenatória que assentou a existência dos 
pressupostos para a decretação da prisão 
cautelar. Não há falar, no caso, na 
possibilidade de os Pacientes recorrerem em 
liberdade. 5. Impossibilidade de execução 
provisória da pena privativa de liberdade ou 
restritiva de direitos decorrente de sentença 
penal condenatória, ressalvada a decretação 
de prisão cautelar nos termos do art. 312 do 
Código de Processo Penal. 6. Ordem 
denegada. 
(HC 97883, Relator(a): Min. CÁRMEN 
LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 
23/06/2009, DJe-152 DIVULG 13-08-2009 
PUBLIC 14-08-2009 EMENT VOL-02369-
06 PP-01218 LEXSTF v. 31, n. 368, 2009, p. 
481-497) 
 
19. Circunstâncias judiciais desfavoráveis 
justificam regime prisional mais grave 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. ART. 157, § 
2º, I, DO CÓDIGO PENAL. CRIME DE 
ROUBO CIRCUNSTANCIADO. EMPREGO 
DE ARMA DE FOGO. APREENSÃO E 
PERÍCIA PARA A COMPROVAÇÃO DE 
SEU POTENCIAL LESIVO. 
DESNECESSIDADE. ELEMENTOS 
SUFICIENTES DE CONVICÇÃO. 
PRECEDENTES. IMPOSIÇÃO DE 
REGIME INICIAL FECHADO. 
POSSIBILIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS 
JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. 
PRECEDENTES. O reconhecimento da causa 
de aumento de pena prevista no art. 157, § 2º, 
inc. I, do Código Penal, prescinde da 
apreensão da arma e da confirmação de seu 
potencial lesivo, bastando, para sua 
incidência, queconstem dos autos elementos 
de convicção suficientes à comprovação de tal 
circunstância. Diante da valoração das 
circunstâncias judiciais do art. 59 do 
Código Penal, é justificável a imposição do 
regime inicial fechado para o cumprimento 
da pena desde que a decisão esteja 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000163668&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000162194&base=baseAcordaos
devidamente fundamentada, como 
efetivamente ocorreu no caso. Esta Corte tem 
adotado orientação segundo a qual o habeas 
corpus não é instrumento idôneo para realizar 
a ponderação, em concreto, das circunstâncias 
judiciais do art. 59 do Código Penal já 
avaliadas oportunamente na sentença 
condenatória. Ordem denegada. 
(HC 100100, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
23/11/2010, DJe-027 DIVULG 09-02-2011 
PUBLIC 10-02-2011 EMENT VOL-02461-
02 PP-00313) 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE 
ROUBO QUALIFICADO (CÓDIGO 
PENAL, ART. 157, § 2º, I E II). FIXAÇÃO 
DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA 
PENA. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
DESFAVORÁVEIS. REGIME INICIAL 
FECHADO. A alegação de que o regime 
prisional mais gravoso foi fixado com base 
na gravidade em abstrato do crime não 
encontra fundamento, pois as 
circunstâncias judiciais são desfavoráveis 
aos réus, o que, inclusive, motivou o 
aumento da pena-base. Inteligência do art. 
33, § 3º, c/c o art. 59, caput e inciso III, 
ambos do Código Penal. Ordem denegada. 
(HC 88493, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
30/05/2006, DJ 20-10-2006 PP-00088 
EMENT VOL-02252-02 PP-00412 LEXSTF 
v. 29, n. 337, 2007, p. 421-427) 
 
20. Paridade de condições entre acusação e 
defesa 
 
MANDADO DE SEGURANÇA - OBJETO - 
DIREITO SUBJETIVO - PRERROGATIVA 
DA MAGISTRATURA. Tem-no os 
integrantes da magistratura frente a ato que, 
em última analise, implique o afastamento de 
aspecto revelador da equidistancia, 
consideradas as partes do processo, como e o 
caso da cisão da bancada de julgamento, para 
dar lugar aquele que atue em nome do Estado-
acusador. DEVIDO PROCESSO LEGAL - 
PARTES - MINISTÉRIO PÚBLICO E 
DEFESA - PARIDADE DE ARMAS. 
Acusação e defesa devem estar em igualdade 
de condições, não sendo agasalhavel, 
constitucionalmente, interpretação de normas 
reveladoras da ordem jurídica que desague em 
tratamento preferencial. A "par condicio" e 
inerente ao devido processo legal (ADA 
PELLEGRINI GRINOVER). JUSTIÇA 
MILITAR - CONSELHO DE JUSTIÇA - 
BANCADA - COMPOSIÇÃO - CÓDIGO 
DE PROCESSO PENAL MILITAR - 
ESTATUTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
A Lei Complementar n. 75/93, reveladora do 
Estatuto do Ministério Público, não derrogou 
os artigos 400 e 401 do Código de Processo 
Penal Militar no que dispoem sobre a 
unicidade, nos Conselhos de Justiça, da 
bancada julgadora e reserva de lugares 
proprios e equivalentes a acusação e a defesa. 
Abandono da interpretação gramatical e 
linear da alinea "a" do inciso I do artigo 18 
da Lei Complementar n. 75/93, quanto a 
prerrogativa do membro Ministério 
Público da União de sentar-se no mesmo 
plano e imediatamente a direita dos juizes 
singulares ou presidentes de órgãos 
judiciarios. Emprestimo de sentido 
compativel com os contornos do devido 
processo legal. 
(RMS 21884, Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 
17/05/1994, DJ 25-11-1994 PP-32302 
EMENT VOL-01768-01 PP-00099) 
 
21. Suborno a policial não configura 
autodefesa 
 
Habeas Corpus. 2. Corrupção ativa. 
Argumento da defesa de que a conduta de 
oferecer dinheiro ao policial, a fim de não ser 
efetuado o flagrante de outro crime, configura 
ato de autodefesa. 3. A garantia 
constitucional da ampla defesa não pode 
servir de manto protetor de práticas 
criminosas. 4. Ordem denegada. 
(HC 105478, Relator(a): Min. GILMAR 
MENDES, Segunda Turma, julgado em 
01/03/2011, PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-054 DIVULG 22-03-2011 PUBLIC 23-
03-2011) 
 
22. Validade da vedação legal à liberdade 
provisória no tráfico (em detrimento da 
repercussão geral declarada pelo STF, em 
sentido contrário) 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000167332&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000007467&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000104544&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000171664&base=baseAcordaos
E MENTA : Habeas Corpus. Crime de tráfico 
de drogas. Prisão em flagrante e presença dos 
requisitos do art. 312 do CPP. 
Admissibilidade da custódia cautelar. 
Precedentes. Súmula 691 do Supremo 
Tribunal Federal. Excepcionalidade do caso 
concreto. Inocorrência. Writ não conhecido. 
Precedentes. Não se conhece de habeas 
corpus impetrado contra decisão de 
indeferimento de liminar proferida por 
Tribunal Superior. Entendimento sumulado 
por esta Corte. O impetrante não demonstrou 
a excepcionalidade do caso concreto, que 
poderia conduzir à superação da súmula nº 
691 desta Corte e ao conhecimento de ofício 
de suas alegações. É plenamente justificada 
a manutenção da custódia cautelar 
decorrente da prisão em flagrante por 
tráfico de drogas quando, além da 
proibição da liberdade provisória 
legalmente imposta pelo art. 44 da Lei nº 
11.343/06, estiverem presentes os requisitos 
previstos no art. 312 do CPP. Habeas corpus 
não conhecido. 
(HC 107415, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
01/03/2011, PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-054 DIVULG 22-03-2011 PUBLIC 23-
03-2011) 
 
23. Princípio ‘in dúbio pro reo’ só vale 
para condenação; não vale para afastar 
segregação cautelar 
 
Prisão preventiva. Prova bastante da 
existência do crime e suficientes indícios de 
autoria, para efeito de tal prisão. Não se pode 
exigir, para esta, a mesma certeza que se 
exige para a condenação. Princípio da 
confiança nos juízes próximos das pessoas em 
causa, dos fatos e das provas, assim com 
meios de convicção mais seguros que os 
juízes distantes. O in dúbio pro reo vale ao 
ter o juiz que absolver ou condenar; não, 
porém, ao decidir se decreta, ou não, a 
custódia preventiva. Habeas corpus negado. 
(RHC 50376, Relator(a): Min. LUIZ 
GALLOTTI, PRIMEIRA TURMA, julgado 
em 17/10/1972, DJ 21-12-1972) 
 
24. Advogado que recebe honorários 
oriundos de produto de crime pratica 
receptação 
 
Advogado que, no exercício da profissão, é 
denunciado por receptação dolosa e 
favorecimento pessoal e real (arts. 180, 348 e 
349 do Código Penal), em virtude de haver 
recebido, a título de honorários advocatícios, 
parte do produto do roubo, propiciando ainda 
aos autores da infração fuga para outro 
Estado. Improcedência da alegada atipicidade 
penal dos fatos, que constituem, em tese, os 
crimes capitulados na denúncia. 
(RHC 56143, Relator(a): Min. CUNHA 
PEIXOTO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
28/03/1978, DJ 30-06-1978 PP-04845 
EMENT VOL-01101-01 PP-00444 RTJ 
VOL-00092-03 PP-01090) 
 
25. Contumácia afasta bagatela 
 
“(...) 4. O criminoso contumaz, mesmo que 
pratique crimes de pequena monta, não pode 
ser tratado pelo sistema penal como se tivesse 
praticados condutas irrelevantes, pois crimes 
considerados ínfimos, quando analisados 
isoladamente, mas relevantes quando em 
conjunto, seriam transformados pelo infrator 
em verdadeiro meio de vida 
5. O princípio da insignificância não pode 
ser acolhido para resguardar e legitimar 
constantes condutas desvirtuadas, mas 
para impedir que desvios de conduta 
ínfimos, isolados, sejam sancionados pelo 
direito penal, fazendo-se justiça no caso 
concreto. Comportamentos contrários à lei 
penal, mesmo que insignificantes, quando 
constantes, devido a sua reprovabilidade, 
perdem a característica de bagatela e 
devem se submeter ao direito penal. (...)” 
(HC 102088, Relator(a): Min. CÁRMEN 
LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 
06/04/2010, DJe-091 DIVULG 20-05-2010 
PUBLIC 21-05-2010 EMENT VOL-02402-
05 PP-01058) 
 
1. Embora sejareduzida a expressividade 
financeira dos produtos subtraídos pelo 
paciente, não há como acatar a tese de 
irrelevância material da conduta por ele 
praticada, tendo em vista ser ele 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000171675&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000040921&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000123254&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000168788&base=baseAcordaos
reincidente específico em delitos contra o 
patrimônio. Esses aspectos dão claras 
demonstrações de ser um infrator 
contumaz e com personalidade voltada à 
prática delitiva. 2. Conforme a 
jurisprudência desta Corte, “o 
reconhecimento da insignificância material 
da conduta increpada ao paciente serviria 
muito mais como um deletério incentivo ao 
cometimento de novos delitos do que 
propriamente uma injustificada 
mobilização do Poder Judiciário” (HC nº 
96.202/RS, DJe de 28/5/10). 
(HC 101998, Relator(a): Min. DIAS 
TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 
23/11/2010, DJe-053 DIVULG 21-03-2011 
PUBLIC 22-03-2011 EMENT VOL-02486-
01 PP-00031) 
 
26. Fundamentação “per relationem” é 
válida: juiz faz remissão à manifestação do 
MP 
 
Reveste-se de plena legitimidade jurídico-
constitucional a utilização, pelo Poder 
Judiciário, da técnica da motivação “per 
relationem”, que se mostra compatível com o 
que dispõe o art. 93, IX, da Constituição da 
República. A remissão feita pelo magistrado 
- referindo-se, expressamente, aos 
fundamentos (de fato e/ou de direito) que 
deram suporte a anterior decisão (ou, 
então, a pareceres do Ministério Público 
ou, ainda, a informações prestadas por 
órgão apontado como coator) - constitui 
meio apto a promover a formal 
incorporação, ao ato decisório, 
da motivação a que o juiz se reportou como 
razão de decidir. Precedentes. 
(AI 825520 AgR-ED, Relator(a): Min. 
CELSO DE MELLO, Segunda Turma, 
julgado em 31/05/2011, DJe-174 
DIVULG 09-09-2011 PUBLIC 12-09-
2011 EMENT VOL-02584-02 PP-
00258) 
 
“(...) 4. Deveras, o delito de porte ilegal de 
arma de fogo tutela a segurança pública e a 
paz social, e não a incolumidade física, sendo 
irrelevante o fato de o armamento estar 
municiado ou não. Tanto é assim que a lei 
tipifica até mesmo o porte da munição, 
isoladamente. Precedentes: HC 104206/RS 
(...)” 
(HC 88757, Relator(a): Min. LUIZ FUX, 
Primeira Turma, julgado em 06/09/2011, DJe-
180 DIVULG 19-09-2011 PUBLIC 20-09-
2011 EMENT VOL-02590-02 PP-00200) 
 
28. Pena máxima abstrata norteia execução 
penal provisória na pendência de recurso 
do MP 
 
“1. A jurisprudência prevalecente neste 
Supremo Tribunal sobre a execução 
provisória admite a progressão de regime 
prisional a partir da comprovação de 
cumprimento de pelo menos um sexto de 
pena máxima atribuída em abstrato ao 
crime, enquanto pendente de julgamento a 
apelação interposta pelo Ministério Público 
com a finalidade de agravar a pena do 
Paciente. (...)” 
(HC 90893, Relator(a): Min. CÁRMEN 
LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 
05/06/2007, DJe-082 DIVULG 16-08-2007 
PUBLIC 17-08-2007 DJ 17-08-2007 PP-
00058 EMENT VOL-02285-04 PP-00724 
RTJ VOL-00203-01 PP-00289 RT v. 96, n. 
866, 2007, p. 573-577) 
 
29. Conduta de “fogueteiro do tráfico” tem 
tipificação penal autônoma 
 
1. A conduta do “fogueteiro do tráfico”, 
antes tipificada no art. 12, § 2º, da Lei 
6.368/76, encontra correspondente no art. 
37 da Lei que a revogou, a Lei 11.343/06, 
não cabendo falar em abolitio criminis. 2. 
O informante, na sistemática anterior, era 
penalmente responsável como coautor ou 
partícipe do crime para o qual colaborava, em 
sintonia com a teoria monística do art. 29 do 
Código Penal: “Quem, de qualquer modo, 
concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade”. 
3. A nova Lei de Entorpecentes abandonou 
a teoria monística, ao tipificar no art. 37, 
como autônoma, a conduta do colaborador, 
aludindo ao informante (o “fogueteiro”, 
sem dúvida, é informante), e cominou, em 
seu preceito secundário, pena de 2 (dois) a 6 
(seis) anos de reclusão, e o pagamento de 300 
(trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa, que 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000171589&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000179028&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000179479&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000005615&base=baseAcordaos
é inferior à pena cominada no art. 12 da Lei 
6.368/76, expressando a mens lege que a 
conduta a ser punida mais severamente é a do 
verdadeiro traficante, e não as periféricas. 
(HC 106155, Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. 
LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 
04/10/2011, PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-218 DIVULG 16-11-2011 PUBLIC 17-
11-2011) 
 
30. Preponderância da reincidência frente 
à confissão 
 
“1. Não há nulidade na decisão que fixa a 
pena-base considerando fundamentação 
idônea, na qual estão compreendidas a 
propensão do Recorrente à reiteração delitiva 
e a inexistência nos autos de elemento a 
evidenciar que as vítimas teriam contribuído 
para a prática do crime. A sentença deve ser 
lida em seu todo. Precedentes. 2. A 
reincidência é circunstância agravante que 
prepondera sobre as atenuantes, com 
exceção daquelas que resultam dos motivos 
determinantes do crime ou da 
personalidade do agente, o que não é o caso 
da confissão espontânea. Precedentes. 3. A 
confissão espontânea é ato posterior ao 
cometimento do crime e não tem nenhuma 
relação com ele, mas, tão somente, com o 
interesse pessoal e a conveniência do réu 
durante o desenvolvimento do processo 
penal, motivo pelo qual não se inclui no 
caráter subjetivo dos motivos 
determinantes do crime ou na 
personalidade do agente. 4. Possibilidade de 
se adotar condenações com trânsito em 
julgado por crimes distintos para a fixação da 
pena-base e para a agravante da reincidência 
em segunda instância. Inexistência de bis in 
idem. Precedentes. 5. A Primeira Turma 
Criminal do Tribunal de Justiça de Mato 
Grosso do Sul não inovou ao apreciar a 
dosimetria da pena na sentença condenatória; 
analisou seus fundamentos para mantê-la. 
Não há reformatio in pejus. 6. Recurso ao 
qual se nega provimento. 
(RHC 115994, Relator(a): Min. CÁRMEN 
LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 
02/04/2013, PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-070 DIVULG 16-04-2013 PUBLIC 17-
04-2013) 
 
31. Atos infracionais influem 
negativamente na pena-base 
 
Os atos infracionais podem e devem, sim, ser 
levados em conta na avaliação da 
personalidade do paciente, que, de fato, se 
mostra desajustada e voltada para o crime, 
como bem assentado na sentença. 
(HC 97056/DF Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão: 
Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, 
julgado em 02/12/2010, DJe-152 DIVULG 
08-08-2011 PUBLIC 09-08-2011 EMENT 
VOL-02562-01 PP-00016) 
 
32. Viabilidade da regressão de regime 
prisional direto para o fechado 
 
5. Regressão a regime de cumprimento de 
pena mais gravoso que o fixado em sentença 
transitada em julgado (aberto ou semiaberto). 
Possibilidade. Regência do art. 118 da Lei de 
Execuções Penais. 6. Constrangimento não 
evidenciado. 
(RHC 104585, Relator(a): Min. GILMAR 
MENDES, Segunda Turma, julgado em 
21/09/2010, DJe-190 DIVULG 07-10-2010 
PUBLIC 08-10-2010 EMENT VOL-02418-
04 PP-00791) 
 
 
 
STJ 
 
1. Desobediência de prefeito a ordem 
judicial 
 
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO 
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. 
CRIME DE RESPONSABILIDADE DE 
PREFEITO POR DESOBEDIÊNCIA A 
ORDEM JUDICIAL. 
ART. 1º, XIV, DO DECRETO-LEI 201/67. 
VALORAÇÃO JURÍDICA DO FATO. 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000182008&base=baseAcordaos
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000203457&base=baseAcordaoshttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=625423
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=615209
DESNECESSÁRIO O REEXAME DE 
PROVAS. TIPICIDADE DA CONDUTA. 
AGRAVO IMPROVIDO. 
1. Não encontra óbice no entendimento 
consolidado na Súmula 7/STJ o recurso que 
se limita à discussão acerca da qualificação 
jurídica de ato emanado do Judiciário como a 
ordem judicial a que se refere o art. 1º, XIV, 
do Decreto-Lei 201/67. 
2. Configura ordem judicial a 
determinação de Juiz do Trabalho dirigida 
a prefeito para que procedesse, de 
imediato, ao bloqueio do saldo pecuniário 
devido a empresa reclamada nos autos de 
reclamação trabalhista, bem como à 
colocação do crédito à disposição daquela 
Justiça Especializada. 
3. Tipicidade da conduta reconhecida. 
4. Agravo regimental improvido. 
(AgRg no REsp 679.499/AM, Rel. Ministro 
ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA 
TURMA, julgado em 03/04/2008, DJe 
09/06/2008) 
 
CRIMINAL. PREFEITO MUNICIPAL. 
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. 
AFASTAMENTO DO CARGO. PLEITO DE 
NULIDADE DA DECISÃO QUE O 
AFASTOU DO CARGO. 
ILEGALIDADE NÃO DEMONSTRADA. 
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA NÃO-
EVIDENCIADA DE PLANO. TIPICIDADE 
DA CONDUTA. 
IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. 
ORDEM DENEGADA. 
Denúncia que imputa ao paciente a prática, 
em tese, de delito de responsabilidade de 
Prefeito, em virtude do não cumprimento de 
decisão judicial. 
Não há ilegalidade na decisão de afastamento 
do paciente do cargo de Prefeito realizada nos 
termos do art. 2º, II, do Decreto-lei 201/67, 
ademais em se tratando de político que 
responde a várias outras ações penais. 
O afastamento cautelar, de natureza 
provisória, perdura somente durante a 
instrução do feito, não implicando em perda 
do cargo, determinação que só ocorrerá após o 
trânsito em julgado, em respeito aos ditames 
constitucionais e legais. 
É posição desta Corte que o trancamento da 
ação, normalmente, é inviável em sede de 
habeas corpus, pois depende do exame da 
matéria fática e probatória. 
A falta de justa causa para a ação penal só 
pode ser reconhecida quando, de pronto, sem 
a necessidade de exame valorativo do 
conjunto fático ou probatório, evidenciar-se a 
atipicidade do fato, a ausência de indícios a 
fundamentarem a acusação ou, ainda, a 
extinção da punibilidade, hipóteses não 
verificadas in casu. 
Não se evidencia a atipicidade da conduta 
imputada ao paciente que, teria, em tese, 
deixado de cumprir decisão judicial, na 
qual se determinava a reintegração de 
servidor municipal e o pagamento da 
remuneração respectiva. 
 Maiores considerações a respeito das 
alegações trazidas pela impetração são 
impróprias no meio eleito. 
Ordem denegada. 
(HC 37.468/BA, Rel. Ministro GILSON 
DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 
04/11/2004, DJ 06/12/2004, p. 348) 
 
2. Falsidade ideológica em declaração de 
pobreza 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME 
DE FALSIDADE IDEOLÓGICA. 
DECLARAÇÃO FALSA DE POBREZA 
PARA OBTER A GRATUIDADE DE 
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. REMESSA 
AO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA AS 
PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO 
EVIDENCIADO. 
1. É típica, a princípio, a conduta da pessoa 
que assina declaração de "pobreza" para 
obter os benefícios da assistência judiciária 
gratuita e, todavia, apresenta evidentes 
condições de arcar com as despesas e custas 
do processo judicial. 
2. Não se vislumbra, assim, qualquer 
constrangimento ilegal na decisão do Juízo 
Cível, que determinou a remessa de cópia de 
declaração de pobreza firmada nos autos de 
ação monitória ao Ministério Público, para a 
análise de possível cometimento do crime de 
falsidade ideológica. 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=desobedi%EAncia+prefeito+crime+judicial&b=ACOR#DOC1
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=desobedi%EAncia+prefeito+crime+judicial&b=ACOR#DOC6
3. Recurso desprovido. 
(RHC 21628/SP, Rel. Ministra LAURITA 
VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
03/02/2009, DJe 09/03/2009) 
 
PROCESSUAL PENAL. HABEAS 
CORPUS. FALSIDADE IDEOLÓGICA. 
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
FALTA DE JUSTA CAUSA. 
INOCORRÊNCIA. 
I - O trancamento de ação por falta de justa 
causa, na via estreita do writ, somente é viável 
desde que se comprove, de plano, a 
atipicidade da conduta, a incidência de causa 
de extinção da punibilidade ou ausência de 
indícios de autoria ou de prova sobre a 
materialidade do delito, hipóteses não 
ocorrentes na espécie. (Precedentes). 
II - No caso, a conduta do paciente, em tese, 
se amolda ao delito tipificado no art. 299, 
do CP, uma vez que é típica, em princípio, 
a conduta daquele que assina declaração de 
pobreza para fazer prova em juízo e, no 
entanto, apresenta evidentes condições de 
arcar com as despesas do processo 
(Precedentes). 
Writ denegado. 
(HC 55841/SP, Rel. Ministro FELIX 
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
19/10/2006) 
 
3. Calúnia no desempenho da Advocacia 
 
1. PENAL. QUEIXA CRIME. CALÚNIA. 
PRESENÇA DO ELEMENTO SUBJETIVO. 
PROPÓSITO DELIBERADO DE 
OFENDER. DIFAMAÇÃO. CRIMES 
DEVIDAMENTE CONFIGURADOS. 
2. DELITOS PERPETRADOS POR 
ADVOGADO NO EXERCÍCIO DE SUAS 
FUNÇÕES. INVIOLABILIDADE 
PROFISSIONAL QUE NÃO PODE SER 
INVOCADA. IMUNIDADE RELATIVA. 
3. A LEI PROTEGE A IMUNIDADE 
FUNCIONAL - AQUELA QUE GUARDA 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE COM A 
NOBILÍSSIMA ATIVIDADE DO 
ADVOGADO, NO ENTANTO NÃO 
CONSAGRA DIREITO DO CAUSÍDICO 
DE ULTRAPASSAR OS LIMITES DA 
LIDE, DEVENDO TODO EXCESSO SER 
PUNIDO. 
4.PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E 
DA PROPORCIONALIDADE.GARANTIA 
CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO À 
HONRA DE QUALQUER PESSOA. 
OFENSA GRATUITA NÃO FOI 
CONTEMPLADA PELO LEGISLADOR. 
5.AUTORIA DEMONSTRADA. 
CONDUTAS INDUVIDOSAMENTE 
TIPIFICADAS. CONDENAÇÃO QUE SE 
IMPÕE. 
6. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE 
CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, 
PROVIDO. 
(REsp 1180780/MG, Rel. Ministro 
ADILSON VIEIRA MACABU 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 
15/02/2011, DJe 09/03/2011) 
 
PROCESSUAL PENAL. "HABEAS 
CORPUS". ADVOGADO. OFENSA A JUIZ 
NO CURSO DO PROCESSO (INJURIA, 
DIFAMAÇÃO E CALUNIA). TIPICIDADE. 
OS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS 
(ART. 133) E 
INFRACONSTITUCIONAIS (LEI N. 
8.906/94, ART. 7., PARAGRAFO 2.) NÃO 
CONSTITUEM UM "BILL OF 
INDEMNTY" PARA O ADVOGADO. 
PRECEDENTES DO STJ. RECURSO 
ORDINARIO IMPROVIDO. 
(RHC 5.050/SP, Rel. Ministro ADHEMAR 
MACIEL, SEXTA TURMA, julgado em 
11/12/1995, DJ 11/03/1996, p. 6665) 
 
 
4. Conceituação da expressão “na discussão 
da causa” (ensejadora da imunidade 
profissional do Advogado) 
 
RHC - CONSTITUCIONAL - PENAL - 
PROCESSUAL PENAL - "HABEAS 
CORPUS" - ADVOGADO - IMUNIDADE - 
ILICITUDE - INVESTIGAÇÃO 
PROBATÓRIA - A Constituição da 
República consagra a inviolabilidade do 
advogado por seus atos e manifestações, nos 
limites da lei (art. 133). Com isso, visa-se a 
garantir a plenitude do exercício da 
advocacia, indispensável à exata solução das 
controvérsias judiciárias. 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=21628&b=ACOR#DOC1
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=cal%FAnia+advogado+processo+crime&b=ACOR#DOC1
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=cal%FAnia+advogado+bill&b=ACOR
Urge, todavia, não identificá-la com o 
arbítrio, a prepotência, a incursão no âmbito 
da descortesia, da brutalidade, não amparados 
pelo Direito. 
O art. 142, I do Código Penal, coerente com o 
sistema, deixa expresso não constituir injúria, 
ou difamação. I - a ofensa irrogada em juízo, 
na discussão da causa, pela parte ou por seu 
procurador. 
Causa, aqui, guarda os limites da 
divergência levada a juízo, ou seja, da 
divergência entre a causa de pedir e a 
contestação. Não se confunde, por isso, com 
oportunidade consentida para agressões 
pessoais. "Na discussão da causa", 
normativamente exterioriza o limite: desde 
que necessário para evidenciar as teses 
opostas. Não enseja, por isso, ocasião paraofensas pessoais, desnecessárias para a 
decisão judicial. 
No caso dos autos, a apreciação reclama 
investigação probatória, inviável em sede de 
recurso ordinário. 
(RHC 7864/SP, Rel. Ministro LUIZ 
VICENTE CERNICCHIARO, SEXTA 
TURMA, julgado em 06/10/1998, DJ 
09/11/1998, p. 173) 
 
5. Acatamento da atenuante da confissão 
somente se admitir a íntegra da imputação 
 
HABEAS CORPUS. ATENTADO 
VIOLENTO AO PUDOR. FIXAÇÃO DA 
PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO 
LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
DESFAVORÁVEIS. 
PERSONALIDADE DO AGENTE E 
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. 
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 
INEXISTÊNCIA DE 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. REGIME 
INICIAL FECHADO. CRIME HEDIONDO. 
EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. 
CONFISSÃO ESPONTÂNEA. 
INEXISTÊNCIA. ORDEM DENEGADA. 
1. Inexiste constrangimento ilegal a ser 
sanado, visto que a sanção imposta ao 
paciente revela-se razoável, sendo fixada 
conforme o que preceitua o art. 59 do Código 
Penal, estabelecida a pena-base um pouco 
acima do mínimo legal em razão do 
reconhecimento de circunstâncias judiciais 
desfavoráveis, notadamente a personalidade 
do agente e as circunstâncias do crime, 
encontrando-se devidamente motivada a 
exacerbação adotada. 
2. O crime foi praticado em 13 de abril de 
2008, ou seja, após o advento da Lei nº 
11.464/2007, que entrou em vigor em 
29/3/2007, dando nova redação ao art. 2º da 
lei nº 8.072/90, que, no seu § 1º, dispõe que a 
pena para crimes hediondos será cumprida em 
regime inicial fechado. 
3. Faz jus ao benefício decorrente da 
confissão espontânea o acusado que 
assume, de forma voluntária e sem 
ressalvas ou desculpas, a prática do delito, 
o que não ocorreu no presente caso, pois o 
paciente não assume a realização da 
conduta criminosa e, ao contrário, nega o 
ocorrência de crime indicando versão 
divergente sobre os fatos. 
4. Ordem denegada. 
(HC 141534/MS, Rel. Ministro HAROLDO 
RODRIGUES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/CE), SEXTA 
TURMA, julgado em 24/11/2009, DJe 
08/11/2010) 
 
AGRAVO REGIMENTAL. PENAL. 
ESTELIONATO. CRIME CONSUMADO E 
TENTADO. EXISTÊNCIA DE MAUS 
ANTECEDENTES E CONSEQÜÊNCIAS 
DANOSAS. APLICAÇÃO DO ART. 65, 
INCISO III, ALÍNEA D, DO CÓDIGO 
PENAL. IMPOSSIBILIDADE. 
1. A decisão deve ser mantida, tendo em vista 
o Agravante apenas repisar argumentos já 
fundamentadamente rejeitados. 
2. Deve-se majorar a pena-base se existem 
maus antecedentes e conseqüências danosas, 
consoante o disposto no art. 59 do Código 
Penal. 
3. Incabível a aplicação da confissão 
espontânea, que além de incompleta, não 
serviu para embasar e manter a conclusão 
condenatória. 
4. Não se constata flagrante ilegalidade para 
concessão de habeas corpus de ofício. 
5. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no AG Nº 875991/RJ, Rel. Ministra 
LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado 
em 16/04/2009) 
 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=RHC+7864&b=ACOR
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=141534&b=ACOR
javascript:AbreDocumento('Abre_Documento.asp?sSeq=873244&sReg=200700507323&sData=20090511')
“(...) 6. Não há que se reconhecer a 
atenuante da confissão, uma vez que se 
trata de confissão qualificada. Os agentes 
confirmam apenas que o dinheiro foi 
transferido para suas contas, mas não 
reconhecem a prática do crime de peculato, 
insistem na tese defensiva de que o dinheiro 
foi repassado de forma lícita, para cobrir 
despesas do Município. Precedente do STJ. 
(...)” 
(HC 124.009/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, 
julgado em 15/03/2011, DJe 14/09/2011) 
 
6. Não-acatamento da confissão visando 
desclassificação (de tráfico para uso) 
 
HABEAS CORPUS. PENAL. TRÁFICO DE 
ENTORPECENTES. DESCLASSIFICAÇÃO 
PARA O DELITO DE USO. REEXAME DA 
PROVA. INADEQUAÇÃO DA VIA 
ELEITA. 
AUSÊNCIA DE PROVA QUE SUSTENTE 
A ALEGAÇÃO DE NÃO-REINCIDÊNCIA. 
CONFISSÃO ESPONTÂNEA. NÃO-
OCORRÊNCIA. CRIME HEDIONDO. 
FIXAÇÃO DO REGIME DE 
CUMPRIMENTO DA PENA APLICADA. 
DECLARAÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE DE TODO O 
§ 1º DO ART. 2º DA LEI 8.072/90 PELO 
PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. ORDEM PARCIALMENTE 
CONCEDIDA. 
1. A desclassificação da conduta de tráfico 
ilegal de drogas para uso implica, 
necessariamente, o reexame e a valoração da 
prova produzida durante a instrução criminal, 
inviáveis na estreita via do habeas corpus. 
2. O habeas corpus deve vir instruído com 
todas as provas que sustentem as alegações 
nele contidas, já que não se admite dilação 
probatória. Se houve reconhecimento da 
reincidência pelo Tribunal de origem e pelo 
juiz sentenciante, não há como acatar 
argumentação contrária, em sede de habeas 
corpus, se não trouxe o impetrante nenhum 
documento que comprove suas alegações. 
3. Para a configuração da confissão 
espontânea, o acusado deve admitir contra 
si a prática do fato criminoso que lhe é 
imputado. Na hipótese dos autos, não 
houve a confissão da prática do delito de 
tráfico de substâncias entorpecentes, mas 
que seria usuário de drogas, de modo que 
não há como incidir a referida atenuante. 
4. Não obstante ter sido a declaração de 
inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei 
8.072/90 incidental e com efeito ex nunc, 
incompreensível seria a aplicação do aludido 
ato normativo em outras causas envolvendo 
crimes hediondos, ou a eles equiparados, após 
ter sido considerado pelo Supremo Tribunal 
Federal como violador de princípios inscritos 
na Constituição Federal. Precedentes. 
5. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, 
na sessão de 23/2/06 (HC 82.959/SP), ao 
declarar a inconstitucionalidade incidental do 
art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, afastou o óbice à 
execução progressiva da pena aplicada aos 
condenados pela prática de crimes hediondos, 
ou a eles equiparados. 6. No caso, sendo o réu 
reincidente e tendo sido condenado à pena de 
4 (quatro) anos e 1 (um) mês de reclusão, 
impõe-se a fixação do regime fechado, para o 
início do cumprimento da sanção, em 
observância ao disposto no art. 33 do referido 
diploma legal e da Súmula 269/STJ, atento ao 
reconhecimento pelo Tribunal de origem de 
circunstâncias judiciais desfavoráveis. 
7. Habeas corpus concedido parcialmente 
para, afastando a aplicação do disposto no art. 
2º, § 1º, da Lei 8.072/90, declarado 
inconstitucional na sua integralidade pelo 
Supremo Tribunal Federal, reconhecer ao réu 
o direito ao regime inicial fechado. 
(HC 49457/MS, Rel. Ministro ARNALDO 
ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, 
julgado em 08/11/2007, DJ 07/02/2008, p. 1) 
 
7. Preponderância da reincidência frente à 
confissão 
 
PENAL. RECURSOS ESPECIAIS. ART. 
155, § 4º, INCISOS I E IV, C/C ART. 
14, INCISO II, DO CÓDIGO PENAL. 
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
DESFAVORÁVEIS. SUBSTITUIÇÃO POR 
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. 
IMPOSSIBILIDADE. FIXAÇÃO DA PENA. 
CONFISSÃO ESPONTÂNEA. 
PREPONDERÂNCIA DA REINCIDÊNCIA. 
ART. 67 DO CP. 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=confiss%E3o+%28reduz+ou+atenua%29&b=ACOR#DOC2
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=HC+49457&b=ACOR#DOC5
I - Tendo sido a pena-base do recorrente 
ORIEL PRADO DUARTE fixada acima do 
mínimo legal, inviável a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de 
direitos, ex vi do art. 44, inciso III, do CP 
(Precedentes). 
II - A fixação da pena do recorrente 
ALECSANDRO PRADO DUARTE acima do 
mínimo legal está devidamente fundamentada 
em face da existência de diversas 
circunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu. 
III - A circunstância agravante da 
reincidência, como preponderante, deve 
prevalecer sobre a atenuante da confissão 
espontânea, a teor do art. 67 do Código 
Penal (Precedentes). 
Recursos especiais desprovidos. 
(REsp 804.421/DF, Rel. Ministro FELIX 
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
12/09/2006, DJ 05/02/2007, p. 350) 
 
 
PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. 
DIVERGÊNCIA NÃO DEMONSTRADA 
DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA. 
REEXAME DO CONJUNTO 
PROBATÓRIO. VERBETE SUMULAR N.º 
07 DESTA CORTE. CIRCUNSTÂNCIA 
AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA DEVE 
PREPONDERARSOBRE ATENUANTE 
DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. 
1. A sugerida divergência não foi 
demonstrada na forma preconizada nos arts. 
541, parágrafo único, do Código de Processo 
Civil, e 255, §§ 1.º e 2.º, do Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
2. A pretensão recursal de desclassificação do 
crime para o tipo descrito no art. 28 da Lei n.º 
11.343/2006 implicaria o reexame do 
conjunto probatório, o que é vedado na via do 
especial. 
3. Apresenta-se inviável a tese de 
compensação entre a atenuante da 
confissão espontânea e a agravante da 
reincidência, porquanto esta Quinta 
Turma firmou entendimento que a 
circunstância agravante da reincidência, 
como preponderante, deve prevalecer 
sobre a atenuante da confissão espontânea, 
nos termos do art. 67 do Código Penal. 
4. Recurso especial desprovido. 
(REsp 1050137/DF, Rel. Ministra LAURITA 
VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
22/06/2010, DJe 02/08/2010) 
 
8. Saída temporária depende de aferição 
judicial (não é automática) 
 
RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO 
PENAL. CONTRARIEDADE AO ART. 112 
DA LEP. 
LEI 10.792/03. PROGRESSÃO DE 
REGIME. REQUISITO SUBJETIVO. BOM 
COMPORTAMENTO CARCERÁRIO. 
OFENSA AO ART. 127 DA LEP. FALTA 
DISCIPLINAR DE NATUREZA GRAVE. 
INTERRUPÇÃO DE LAPSO PARA 
PROGRESSÃO DE REGIME. AUSÊNCIA 
DE PREVISÃO LEGAL. PERDA DOS 
DIAS REMIDOS. 
SÚMULA VINCULANTE Nº 9 DO STF. 
AFRONTA AOS ARTS. 66, IV, 122, 123 e 
124, CAPUT, DA LEP. SAÍDAS 
TEMPORÁRIAS AUTOMATIZADAS. 
DELEGAÇÃO DE FUNÇÃO 
JURISDICIONAL AO ADMINISTRADOR 
DO PRESÍDIO. IMPOSSIBILIDADE. 
RECURSO ESPECIAL A QUE SE DÁ 
PARCIAL PROVIMENTO. 
1. Nos termos do artigo 112 da Lei de 
Execuções Penais, com a redação dada pela 
Lei 10.792/2003, para a concessão do 
benefício da progressão de regime, é 
suficiente, em regra, que o apenado preencha 
o requisito objetivo, referente ao lapso 
temporal, e o requisito subjetivo, relacionado 
ao bom comportamento carcerário. 
2. O cometimento de falta grave acarreta a 
regressão de regime e a perda dos dias 
remidos, mas não há previsão legal de 
interrupção do lapso para nova progressão de 
regime. 
3. É assente a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal e deste Superior Tribunal de 
Justiça no sentido de que o cometimento de 
falta disciplinar de natureza grave implica a 
perda dos dias remidos, conforme disciplina 
artigo 127 da Lei de Execução Penal. 
Inteligência da Súmula Vinculante nº 9 do 
Pretório Excelso. 
4. 'Não se admite a concessão automática 
de saídas temporárias ao condenado que 
cumpre pena em regime semi-aberto, sem a 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=REsp+1123841&b=ACOR
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=confiss%E3o+%28droga+ou+entorpecente%29+desclassifica%E7%E3o&b=ACOR&thesaurus=JURIDICO#DOC6
avaliação pelo Juízo da Execução e a 
manifestação do Ministério Público a 
respeito da conveniência da medida, sob 
pena de indevida delegação do exame do 
pleito à autoridade penitenciária'. (REsp nº 
850.947/RS, Relator Ministro Felix Fischer, 
in DJ 26/2/2007). 
5. Recurso Especial a que se dá parcial 
provimento, para decretar a perda dos dias 
remidos anteriormente à data do cometimento 
da falta grave pelo recorrido, bem como para 
afastar a concessão de saídas automatizadas 
do recorrido. 
(REsp 762453/RS, Rel. Ministra MARIA 
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 01/12/2009, DJe 
18/12/2009) 
 
9. Condenado não tem direito público 
subjetivo à remoção de/para 
estabelecimento prisional 
 
HABEAS CORPUS. PACIENTE 
CONDENADO A 25 ANOS E 10 MESES 
DE RECLUSÃO, POR USO, TRÁFICO E 
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE 
DROGAS ILÍCITAS, MOEDA FALSA, 
CONTRABANDO OU DESCAMINHO E 
PORTE DE ARMA (ARTS. 12, 13, 14 E 18, I 
E III, TODOS DA LEI 6.368/76, ARTS. 289, 
§ 1o., E 334, AMBOS DO CPB E ART. 10 
DA LEI 9.437/97). PEDIDO DE 
TRANSFERÊNCIA DE 
ESTABELECIMENTO PRISIONAL. 
AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E 
CERTO DO SENTENCIADO. 
SUBORDINAÇÃO AOS INTERESSES DA 
SEGURANÇA PÚBLICA. ALEGAÇÕES 
DE RESIDÊNCIA E VÍNCULOS 
FAMILIARES NÃO DEMONSTRADOS. 
PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO 
DA ORDEM. ORDEM DENEGADA. 
1. Anotou o Magistrado singular que os 
sentenciados, em geral, não têm direito de 
escolher o local onde cumprirá a pena 
restritiva de liberdade, pois a opção, além de 
respeitar o local dos crimes cometidos, deve 
subordinar-se aos interesses da segurança 
pública. 
Ademais, o condenado, não tem direito 
líquido e certo de escolher em qual presídio 
de sua preferência, deverá cumprir a pena 
imposta. 
2. O paciente não comprovou, com um 
mínimo de suficiência, que tivesse 
efetivamente residência e vínculos familiares 
expressivos no longíquo lugar para onde 
pretende a transferência. 
3. Parecer do MPF pela denegação da 
ordem. 
4. Ordem denegada. 
(HC 116610/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, 
julgado em 06/10/2009, DJe 03/11/2009) 
 
10. Falta grave gera nova data-base para 
benefícios da execução 
 
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. 
PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL. 
ART. 112 DA LEI DE EXECUÇÕES 
PENAIS. REQUISITO OBJETIVO. 
COMETIMENTO DE FALTA GRAVE. 
INTERRUPÇÃO DO LAPSO TEMPORAL. 
PRECEDENTES DESTA CORTE 
SUPERIOR. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
REGULAR. DESNECESSIDADE DE 
CONDENAÇÃO JUDICIAL. 
1. O cometimento de falta grave pelo 
condenado implicará o reinício do cômputo 
do interstício necessário ao preenchimento 
do requisito objetivo para a concessão do 
benefício da progressão de regime. 
Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 
2. Nulidade do processo administrativo 
disciplinar por ofensa ao princípio do 
contraditório, que não se verifica. Exigências 
legais devidamente observadas. 
3. Não se exige, para fins de caracterização de 
falta grave, apuração e condenação judicial 
prévia pelo fato, ainda criminoso, sendo 
suficiente, para fins de aplicação da falta 
grave, a apuração administrativo-disciplinar, 
nos termos do art. 47 da Lei de Execução 
Penal. 
4. Ordem denegada. 
(HC 109.441/RS, Rel. Ministra LAURITA 
VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
28/10/2008, DJe 17/11/2008) 
 
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. 
PACIENTE CONDENADO À PENA 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=REsp+762453&b=ACOR#DOC3
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=HC+116610&b=ACOR#DOC3
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&livre=HC+117068&b=ACOR
TOTAL DE 11 ANOS E 03 MESES DE 
RECLUSÃO EM REGIME INICIAL 
FECHADO POR TRÁFICO ILÍCITO DE 
ENTORPECENTES. PROGRESSÃO DE 
REGIME. FALTA GRAVE. POSSE DE 
SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE NA 
VIGÊNCIA DO REGIME SEMIABERTO 
DEVIDAMENTE COMPROVADA POR 
MEIO DE REGULAR PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. 
REGRESSÃO E REINÍCIO DA 
CONTAGEM DO PRAZO PARA A 
CONCESSÃO DE NOVOS BENEFÍCIOS A 
PARTIR DA ÚLTIMA FALTA. 
PRECEDENTES DO STJ. PARECER DO 
MPF PELA DENEGAÇÃO DO WRIT. 
ORDEM DENEGADA. 
1. Tendo a falta grave restou devidamente 
apurada por meio de regular procedimento 
administrativo disciplinar, não há que se falar 
em ausência de exame de corpo de delito. 
2. O STJ entende que o cometimento de 
falta grave implica o reinício da contagem 
do prazo da pena remanescente para a 
concessão do benefício da progressão de 
regime prisional. 
3. A contagem do novo período aquisitivo 
do requisito objetivo deverá ter início na data 
do cometimento da última falta grave pelo 
apenado, incidente sobre o remanescente da 
pena e não sobre o total desta. 
4. Ordem denegada, em consonância com o 
parecer do MPF ministerial. 
(HC 122860/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, 
julgado em 12/05/2009, DJe 25/05/2009) 
 
11. Tráfico privilegiado é hediondo 
 
CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. 
TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CAUSA 
DE DIMINUIÇÃO DA PENA. HEDIONDEZ 
DO DELITO. NÃO AFASTAMENTO. 
REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO 
DA PENA FIXADO POR LEI. 
INDEPENDENTE DO QUANTUM. LEI 
11.464/2006. RECURSO PROVIDO. 
I. A incidência da causa de diminuição de 
pena do

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