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Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da Vara de Família e Sucessões da Comarca de _____ (cidade/estado).
Processo nº: 
Fulana de Tal, já qualificada e inventariante compromissada nos autos do processo referente à Abertura de Inventário de _______ , por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração – fl. ___) e em cumprimento ao despacho de fl. ____, vem à presença de Vossa Excelência para apresentar, tempestivamente, as ÚLTIMAS DECLARAÇÕES e ESBOÇO DE PARTILHA, nos seguintes termos.
I. AUTOR DA HERANÇA
__________, brasileiro, aposentado, casado com a inventariante, Carteira de Identidade RG ______/SSP-___ expedida em __/__/__, CPF/MF _____, residia na Rua e nº _____, Bairro ____, CEP/cidade/estado _____, faleceu nesta cidade, com ______ anos de idade, no dia ___/__/__, conforme certidão de óbito anexada aos autos (fl. ____).
II. VIÚVA MEEIRA E HERDEIRA NECESSÁRIA
__________, brasileira, casada com o de cujus sob o regime de comunhão parcial de bens (fl. ____), aposentada, Carteira de Identidade RG _______ / SSP-__ expedida em __/__/__, CPF/MF ________, residente e domiciliada na Rua e nº ______, Bairro _____, CEP/cidade/estado _____.
Ao tempo da abertura da sucessão legítima, o casal não estava separado de fato ou judicialmente; além disso, a viúva inventariante não contraiu novo casamento.
Portanto, a viúva é meeira e herdeira necessária (CC, arts. 1845 e 1.829, inciso I). Faz jus à meação sobre os bens comuns, ao direito real de habitação (a título gratuito) do único imóvel residencial deixado pelo autor da herança, bem como à concorrência (com os dois descendentes do autor da herança) sobre a meação do de cujus nos bens comuns.
III. HERDEIROS NECESSÁRIOS DESCENDENTES
O autor da herança deixou dois filhos maiores de idade e capazes: nome ______, do matrimônio com a inventariante, e nome ________, de outro relacionamento antes do casamento.
Nome _________, brasileiro, solteiro, estudante, filho de _______ e ______, Carteira de Identidade RG _______/DGPC-____ expedida em __/__/__, CPF/MF _____, nascido em __/__/__, atualmente com ___ anos de idade, residente e domiciliado no mesmo endereço supramencionado, pois mora com a mãe e depende financeiramente dela.
Cessão de Direitos Hereditários – O herdeiro _____ filho de ____ e _____, cedeu integralmente seus direitos hereditários para a viúva inventariante, conforme noticiado nos autos por meio da petição às fls. __/__ e da escritura pública (fls. __/___). A referida escritura pública foi lavrada no 2º Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas da Comarca de _____, aos (dia/mês/ano) ___ de ___ de ___, no livro ____ folhas ___/___ e verso, protocolo nº __.
Por conseguinte, a viúva tem direito ao quinhão que caberia ao herdeiro cedente, a saber: (i) meação do de cujus nos bens comuns do casal (casa residencial e saldo em conta de poupança), que serão partilhados proporcionalmente em três partes; e (ii) bem particular (lote de terreno) que será partilhado em duas partes.
IV. BENS DO ESPÓLIO
O espólio é constituído de um lote de terreno com casa residencial urbana e de saldo em conta de poupança, conforme descrito abaixo:
1 – Um lote de terreno com casa residencial urbana: uma casa de morada, coberta de telhas francesas, com três cômodos, piso cimentado, situada nesta cidade, na Travessa ____ – atualmente Rua e nº _____, Bairro ____ - e o respectivo terreno medindo ___ metros de frente para essa Rua, dividindo pela direita com terrenos da municipalidade de (nome da cidade) _____ numa extensão de ____ metros, pela esquerda com (nome) ______, numa extensão de ____ metros.
O imóvel foi adquirido em nome do autor da herança, por meio de escritura pública de compra e venda, lavrada aos (dia/mês/ano) __ de __ de __, no livro ___, folhas __/__ e verso, no Cartório do 1º Ofício desta cidade e devidamente registrada aos (dia/mês/ano) ____ de ___ de ___ no livro ___ – Registro Geral, sob nº _____, no Cartório de Registro de Imóveis da 1º Circunscrição desta cidade. Imóvel cadastrado na Prefeitura Municipal de _____ sob o nº _______ CCI-____, conforme Certidão de Matrícula juntada aos autos (fl. __).
Na ocasião da compra desse imóvel, no lote de terreno existia apenas uma casa com três cômodos e de acabamento simples. Depois do matrimônio, foi demolida (fl. ___ – alvará de demolição) e construída outra casa com área de ___ metros quadrados (fls. __/__). Posteriormente, foram realizadas outras benfeitorias que aumentaram a área construída para ____ metros quadrados.
No entanto, não foi feita a averbação no Cartório de Registro Imobiliário da construção da nova casa.
Valor do imóvel: R$ ___ (___ reais), conforme atribuição feita pela Fazenda Pública Estadual (fls. __/___).
2 – Saldo em conta de poupança: conta nº ____, agência prefixo ____, banco ______. No dia __de __ de ___, foi realizado o saque de numerário, por meio de Alvará Judicial, no montante de R$ ____ (____reais). Cópia do recibo de retirada à fl. ___.
Valor total dos bens a inventariar: R$ ____ (___ reais).
V. DÍVIDAS DO DE CUJUS E ENCARGOS DO ESPÓLIO
Resta pagar apenas a última parcela de honorários advocatícios contratuais que é de R$ ____ (____ reais) e será quitada pela inventariante ao final do processo.
O restante das dívidas e encargos pertinentes ao espólio foi pago, conforme prestações de contas da inventariança feitas às fls. ____/___ e ___/___. A Contadoria Judicial fez a conferência (fls. __/__). Depois disso, houve o pagamento das custas processuais complementares no importe de R$ ____ (__ reais).
O valor final apontado para fins de prestação de contas totaliza R$ ___ (___ reais). Nesse valor estão incluídos o ITCM-Imposto de Transmissão Causa Mortis de R$ ___ (____ reais) e custas processuais iniciais e complementares (as custas não incidiram sobre a meação da viúva).
Contudo, cabe lembrar que cada herdeiro é responsável pelo pagamento do imposto incidente sobre o seu quinhão, ou seja, o ITCM não é encargo da herança, como ocorre, com as dívidas póstumas (que decorrem do próprio processo do inventário: despesas do funeral, custas processuais, honorários advocatícios do advogado contratado pela inventariante, taxas judiciárias, etc.).
Em suma, o ITCM (alíquota de ____% sobre R$ _____) no valor de R$ ___ (__ reais) deve ser subtraído das dívidas/encargos do espólio[1]. Maiores esclarecimentos no tópico “VIII” adiante.
Além disso, a viúva deve pagar a metade das dívidas/encargos do espólio, pois recebe a sua meação nos bens comuns (ou seja, a nova casa que foi construída depois do casamento e o numerário que foi sacado da conta de poupança).
Assim, na verdade, as dívidas e encargos do espólio são no importe de R$ ____ [ou seja, R$ _____ – R$ _____ (ITCM) = R$ ____ ÷ 2 = R$ ____]. Isso porque, como dito, a viúva paga a metade dos encargos e dívidas sobre o acervo do espólio, haja vista que recebe a sua meação nos bens comuns que foram adquiridos onerosamente (aquestos)[2].
A maioria das dívidas e encargos do espólio foi quitada com dinheiro da inventariante. Com o direito à meação da viúva, a quantia sacada da conta de poupança foi insuficiente para quitar integralmente as dívidas e encargos do espólio.
Portanto, restaram apenas R$ ____ (___ reais) de crédito em favor do espólio para quitar as dívidas e encargos (R$ _____). Com isso, a viúva tem direito a ser ressarcida pelo espólio em R$ ___ (__ reais), ou melhor, pelo filho do casal ______ em R$ ____ (__ reais).
Valor das dívidas e encargos do espólio: R$ ____ (____ ), mas o referido filho deve ressarcir à viúva o valor de R$ _____.
Valor do ITCM: R$ ____ (____ reais), que é de responsabilidade de cada herdeiro de acordo com o seu quinhão. Em outras palavras, o filho também deve ressarcir à viúva o valor de R$ ____ (___ reais) referente ao ITCM [R$ ____ do terreno + R$ ___ da casa + R$ ___ do saldo da conta poupança].
Em resumo, o filho deve ressarcir a viúva no montante de R$ ___ [R$ ___ de dividas/encargos do espólio + R$ ___ de ITCM], conforme demonstrado acima. Maiores detalhes no tópico “VIII” adiante.
VI. TESTAMENTOO autor da herança não deixou testamento conhecido, nem qualquer disposição de última vontade; portanto, trata-se de sucessão legítima (a título universal).
VII. DIREITO REAL DE HABITAÇÃO
O imóvel residencial sempre serviu de residência do casal e constitui a opção de moradia da viúva e o filho comum do casal, nome ______. Tal realidade se ajusta à norma prevista no Código Civil, art. 1.831. Fato que assegura à inventariante o direito real de habitação, por ser a casa residencial (objeto de partilha) a única dessa natureza.
VIII. CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE
A viúva inventariante desfruta de dupla condição como herdeira: tem direito à meação sobre os bens comuns do casal (casa residencial construída no terreno depois de casados e saldo na conta de poupança) e ainda a uma fração do patrimônio a título de concorrência sucessória. Como se vê, o de cujus deixou dois herdeiros legítimos em linha reta (descendentes cuja filiação é híbrida) e a viúva como herdeira.
Em outras palavras, há três herdeiros necessários; e a viúva, além de sua meação, herdou conjuntamente com os dois descendentes do de cujus uma parte da herança em razão do seu direito de concorrência na legítima (Código Civil, arts. 1.829, incisos I e II, e 1.845), além do seu direito real de habitação a título gratuito (CC, art. 1.831). Lembrando que a viúva adquiriu integralmente os direitos hereditários do herdeiro _____ depois da abertura do inventário.
Como se sabe, no tocante ao cálculo do direito de concorrência do cônjuge sobrevivente com filiação híbrida do de cujus há grandes dissensões doutrinárias e jurisprudenciais. Nesse aspecto, Maria Berenice Dias, na mesma obra anteriormente citada em nota de rodapé no tópico “V”, assim escreve na página 148:
“Sobre a extensão do acervo sucessório para servir de base para o cálculo do direito de concorrência só há dúvidas. A lei nada diz e há opiniões das mais variadas.”
Quanto à concorrência do cônjuge sobrevivente com os descendentes no regime da comunhão parcial, ensina a referida jurista (pág. 149) que:
“[…] três são as posições sobre a base de incidência do seu direito: (a) sobre a totalidade da herança; (b) sobre os bens particulares; ou (c) exclusivamente sobre os aquestos […]
[…]
Tudo mudou a partir da posição adotada pelo STJ que põe um ponto final à discussão. Em erudito voto a Min. Fátima Nancy conclui pela necessidade [de] preservar o regime da comunhão parcial de bens, de acordo com o postulado da autodeterminação, contemplando o cônjuge sobrevivente com o direito à meação, além da concorrência hereditária sobre os bens comuns, mesmo que haja bens particulares, os quais, em qualquer hipótese, são partilhados apenas entre os descendentes […]”
STJ, REsp 1.117.563/SP, rel. Min. Nancy Andrighi, 3º Turma, DJ 6.4.2010 (transcrição da parte final da ementa):
“[…] Preserva-se o regime da comunhão parcial de bens, de acordo com o postulado da autodeterminação, ao contemplar o cônjuge sobrevivente com o direito à meação, além da concorrência hereditária sobre os bens comuns, mesmo que haja bens particulares, os quais, em qualquer hipótese, são partilhados apenas entre os descendentes. Recurso especial improvido.”
A partir da posição acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgado acima, que se coaduna com o entendimento de Maria Berenice Dias, no regime de comunhão parcial de bens, quando da morte do cônjuge o sobrevivente percebe sua meação e concorre sobre os bens comuns. Os herdeiros ficam com a titularidade exclusiva do patrimônio preexistente a casamento.
A referida doutrinadora propõe em sua obra (página 173) que na hipótese de FILIAÇÃO HÍBRIDA, como ocorre no processo em apreço, o cálculo dos quinhões dos descendentes e do cônjuge sobrevivente deve ser feita da seguinte forma:
x = (nc + s) ÷ 2s
f = h ÷ (s + x)
e = f.x
onde:
h é o valor da herança (deduzidas as dívidas do falecido, encargos e despesas do espólio).
na é o número de filhos só do de cujus (enteados).
nc é o número de filhos comuns do casal.
s é o número total de filhos.
x é a proporção a ser recebida pelo cônjuge sobrevivente em relação a cada filho.
f é o valor a ser recebido por cada filho.
e é o valor a ser recebido pelo cônjuge.
ATIVO DO ESPÓLIO
a) Imóvel: lote de terreno (bem particular do autor da herança) e casa residencial construída depois do matrimônio (bem comum do casal);
b) Crédito em conta de poupança (bem comum do casal).
Valores dos referidos bens deixados pelo de cujus:
Lote de terreno R$ _____ (__ reais)
Casa residencial R$ _____ (__ reais)
Saldo na poupança R$ _____ (__ reais) (data da retirada - alvará)
PASSIVO DO ESPÓLIO
Os encargos e dívidas sobre o espólio também se dividem: a metade é de responsabilidade do cônjuge sobrevivente e a outra metade é encargo do espólio. Com isso chega-se à herança: a soma da meação do morto e de seus bens particulares.
Antes de calcular a fração a que faz jus a viúva inventariante, mister abater as dívidas do de cujus e as dívidas do espólio. Só depois cabe identificar a meação do falecido para ser calculado o direito concorrente do cônjuge. Concluídos todos estes cálculos é que se chega à herança a ser dividida entre os herdeiros.
Total de dívidas e encargos do espólio: R$ ___ (__ reais). Isso considerando apenas a metade, pois a viúva paga o restante (outra metade).
O demonstrativo de dívidas e encargos do espólio referente à parte (quinhão) de cada um é o seguinte:
a) nome do filho ____ : R$ ____ (__ reais), refere-se às suas partes no bem particular do de cujus e na concorrência da meação do bem comum do de cujus); e
b) nome da inventariante: ______ : R$ ___ (__ reais), referente à sua meação sobre os bens comuns (saldo conta de poupança e casa) + R$ _____ [i.e., R$ ____ da sua parte na concorrência da meação do bem comum do de cujus + R$ ___ da cessão de direitos hereditários do (nome) ______].
 Valor total do ITCM que é de responsabilidade de cada herdeiro, de acordo com o seu quinhão: R$ _____ (____ reais).
Segue abaixo o demonstrativo referente ao ITCM, calculado de acordo com o quinhão de cada um:
a) ITCM do lote de terreno R$ xxx (alíquota de x% sobre R$ xxxx), sendo a metade do filho ____ e o restante da viúva (cessão de direitos hereditários do ____);
b) ITCM da casa residencial R$ xxx (x% sobre R$ xxxx), sendo R$ ____ do filho (concorrência sobre a meação do de cujus) e R$ ____ da viúva (i.e., R$ xxx da sua meação; R$ xxx da sua parte na concorrência sobre a meação do de cujus e R$ xxx da parte oriunda da cessão de direitos hereditários), e;
c) ITCM do saldo da conta de poupança R$ xxx (x% sobre R$ xxx), sendo R$ ___ do filho (concorrência sobre a meação do de cujus) e R$ ____ da viúva (R$ xxx da sua meação; R$ xxx da sua parte na concorrência sobre a meação do de cujus e R$ xxx da parte oriunda da cessão de direitos hereditários).
Tendo em vista a Cessão de Direitos Hereditários para a viúva e considerando-se que cada herdeiro vai pagar de seu próprio dinheiro as dívidas e encargos do espólio e a parte do ITCM, isso para que o imóvel não seja alienado, mas mantido em condomínio (copropriedade pela viúva e o filho), haja vista a referida cessão de direitos hereditários e o direito real de habitação.
E ainda, que no caso concreto a metade do dinheiro sacado na conta de poupança foi insuficiente para cobrir todas as dívidas e encargos do espólio; por isso, na verdade, a viúva que pagou e deve ser ressarcida no valor equivalente (na forma de acréscimo em seu quinhão).
Em resumo, o filho deve ressarcir a viúva pelo montante de R$ ____ [R$ xxx de ITCM + R$ xxx de dívidas/encargos do espólio]. Valor esse que será reembolsado para a viúva com acréscimo no quinhão desta e redução do quinhão dele.
Efetuados todos os cálculos na forma relatada e de modo a não causar prejuízo a nenhuma das partes, chegou-se ao seguinte resultado final para a partilha dos bens, considerando-se que não haverá alienação (nem a venda judicial) e o imóvel é indivisível e será considerado para fins do esboço de partilha o seu valor total atribuído pela Fazenda PúblicaEstadual (R$ xxx).
Nome do filho será proprietário da seguinte parte ideal do imóvel constituído pelo lote de terreno e a casa construída depois do matrimônio: a fração de xxxx% (xxx inteiros e yyy centésimos percentuais) do imóvel.
Vale dizer: isso já considerado que ele tem direito a 50% do valor total do lote de terreno (bem particular do de cujus) + xx,yy% de sua parte no valor total da casa (i.e., xxx,yy% oriundos da concorrência sobre a meação do de cujus na casa), e do resultado dessa soma (que corresponde a xx,yy% do valor total do imóvel) foi subtraído o ressarcimento de R$ xxx (na forma de parte do quinhão, que equivale a x,yz% do valor total do lote de terreno e da casa) para a viúva do ITCM e despesas/encargos do espólio que são de responsabilidade do filho e foram pagas por ela.
Nome da viúva será proprietária da seguinte parte ideal do referido imóvel: a fração de xx,yy% (xx inteiros e yy centésimos percentuais) do imóvel.
Da mesma forma, já considerado que ela faz jus à meação do valor total da casa + xx,xx% no valor total da casa (cessão de direitos hereditários) + 50% do valor total do lote de terreno (cessão de direitos hereditários) + xx,yy% de sua parte na concorrência sobre a meação do de cujus, e do resultado dessa soma foi acrescido o ressarcimento de R$ xxx (na forma de parte do quinhão, que equivale a x,yz% do valor total do lote de terreno e da casa) para a viúva do ITCM e despesas/encargos do espólio de responsabilidade do filho e foram pagas por ela.
Assim, o imóvel será mantido em condomínio (copropriedade) pela viúva e o filho do casal. Cabendo àquela a fração de xx,yy% e a este a fração de zz,yy%.
Em outros termos, se o imóvel foi avaliado em R$ xxx (___ reais), caberia ao filho, na hipótese de alienação por tal valor, a importância de R$ xxx (__ reais), e à viúva a quantia de R$ yyy (__ reais).
IX - CONCLUSÃO
Os referidos herdeiros merecem que a partilha seja feita na forma acima sugerida. Máxime porque o filho já reside com a mãe e depende financeiramente dela. Além disso, como dito, a viúva tem direito real à habitação, bem como se evitará a alienação do imóvel, o que obviamente iria prejudicá-los bastante. Isso não viola as normas contidas no Código Civil, art. 2.019, caput, e seus §§ 1º e 2º.
Nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro, volume 7: direito das sucessões. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 560), ao tratar sobre as regras da partilha:
“A adjudicação ao herdeiro, ao cessionário ou ao cônjuge sobrevivente prefere, portanto, à venda judicial no condomínio derivado da herança. Pode ela ser requerida a qualquer tempo, enquanto não realizada a praça. Para essa adjudicação, torna-se desnecessário o assentimento dos demais herdeiros. No entanto, se mais de um a pleitear, impõe-se a licitação.
A lei confere hipoteca ‘ao coerdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente’ (CC, art. 1.489, IV)”.
A viúva e seu filho estão de pleno acordo em manterem o imóvel indivisível em copropriedade.
Reitera-se que todos os cálculos das dívidas e encargos do espólio foram efetuados de modo proporcional ao quinhão de cada um, conforme sobejamente demonstrados. Vale dizer: foi observada na partilha, a maior igualdade possível, conforme dispõe o art. 2.017 do Código Civil, assim como a comodidade dos herdeiros.
Com isso, nenhuma das partes envolvidas sofrerá prejuízos de ordem financeira. E tais cálculos foram feitos de acordo com entendimentos da melhor doutrina nacional e da jurisprudência do STJ.
X – REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Ante o exposto, cumpridas as formalidades legais, estando os impostos solvidos na forma legal, com as inclusas certidões negativas expedidas pelas Fazendas Públicas Estadual e Municipal, requer a Vossa Excelência:
a) seja recebida esta petição, com seus anexos de ESBOÇO DE PARTILHA e das certidões negativas expedidas pelas Fazendas Públicas relativas à prova de quitações dos tributos relativos aos bens do espólio, bem como da cessão de direitos hereditários do filho ____ (nome) para a cessionária _______ (nome da viúva);
b) deferir o regular processamento da petição com a juntada de seus anexos;
c) a homologação por sentença do ESBOÇO DE PARTILHA em anexo, na forma conforme foi fundamentado, de modo que o imóvel (lote de terreno com casa residencial) não seja alienado, nem vendido judicialmente, a terceiros, mas sim deferidos o direito real de habitação à viúva inventariante e adjudicado em nomes desta e de seu filho ____ no regime de condomínio (copropriedade), cabendo a cada um a seguinte fração do referido bem: xx,yy% (xx inteiros e yy centésimos percentuais) para a viúva e xx,zz% (xx inteiros e zz centésimos percentuais) para o filho;
d) determinar a intimação da Fazenda Pública Estadual para ciência da sentença;
e) após o trânsito em julgado da sentença, determinar a expedição da competente Carta de Adjudicação do imóvel partilhado (lote de terreno urbano com casa), estabelecendo-se condomínio (copropriedade) entre os dois herdeiros – nome da viúva _______ (com a fração de ___ %) e seu filho (nome) _____ (com a fração de __%) -, nas frações indicadas, bem como o direito real de habitação a título gratuito em favor da referida viúva.
Os herdeiros estão de pleno acordo sobre a partilha na forma indicada e que o imóvel seja adjudicado em nome dos dois, estabelecendo-se o condomínio entre ambos.
Por último, este advogado pede desculpas pelo excesso de informações na petição, mas entende que foi a melhor forma de esclarecer e demonstrar como foi realizado o esboço, que no caso não seguiu a regra mais comumente usada para a partilha.
Nesses termos, pede deferimento.
Local e data
Nome do advogado
OAB/___ nº __
ANEXOS:
01. Esboço de partilha e resumo do esboço.
02. Certidões negativas expedidas pelas Fazendas Públicas.
[1] “Quanto ao imposto de transmissão cada herdeiro é responsável pelo imposto incidente sobre o seu quinhão […]” (DIAS, Maria Berenice. Manual das sucessões. 2. ed. rev. atual. e ampl. 2a. tiragem. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 575).
[2] Nas palavras de Maria Berenice Dias, “[...] Os encargos e dívidas sobre este acervo se dividem: a metade é de responsabilidade do sobrevivente e a outra metade é encargo do espólio. Com isso chega-se à herança: a soma da meação do morto e de seus bens particulares. Antes de calcular a fração a que faz jus o cônjuge, mister abater as dívidas do de cujus e as dívidas do espólio. Só depois cabe identificar a meação do falecido para ser calculado o direito concorrente do cônjuge. Concluídos todos estes cálculos é que se chega à herança a ser dividida entre os herdeiros.” (Ibidem, p. 151).
“[…]
[…] O sobrevivente recebe a metade dos bens comuns e também a metade das dívidas que incidem sobre os mesmos Em sede de direito concorrente, a base de cálculo é distinta. Antes de calcular a fração a que fazem jus cônjuge e companheiro, mister abater as dívidas do de cujus e do espólio. Ou seja, afastada a meação do sobrevivente, à meação do falecido somam-se os bens particulares. Depois de abatidos os encargos e dívidas do espólio é que se pode quantificar o direito concorrente sobre a fração dos bens comuns.” (Ibidem, p. 574).

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