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MANDADO DE SEGURANÇA ATV

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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) FEDERAL da Vara da SEÇÃO JUDICIÁRIA DA BAHIA.
	
EDSON, idoso, aposentado, xxxxx, xxxxx, portador da cédula de identidade nº xxxxxxxxx, inscrito no CPF sob o nº xxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na xxxxxxxxxxxxxxx, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado, instrumento de mandato em anexo, com escritório na Rua Boa esperança, 123, 15° Andar, Sala 100, Salvador/BA, CEP 41289-890, vem perante V. Exa., com fulcro no art. 5º, LXIX da Constituição Federal e Lei nº 12.016/2009, impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA
com pedido de tutela provisória de urgência antecipada
contra ato da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público interno, com endereço na Avenida Luis Viana Filho, nº 2155 - Paralela - Salvador - BA - CEP. 41820725; do ESTADO DA BAHIA pessoa jurídica de direito público, citado na pessoa de seu representante legal, com endereço no Largo do Campo Grande, n. 382, Campo Grande, Salvador/BA; e do MUNICÍPIO DE SALVADOR/BA, pessoa jurídica de direito público, citado na pessoa do seu representante legal, com endereço na Travessa da Ajuda, 02 - Ed. Sulamérica, 1º andar, Salvador/BA; pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Faz jus o impetrante aos benefícios da gratuidade da justiça, previstos no artigo 3º da Lei nº 1.060/50, c/c o art. 98, § 1º, do CPC, por ser economicamente necessitado, não tendo condições de arcar com custas processuais, sem prejuízo da subsistência ou de sua família.
Ressalte-se que, para acolhimento judicial, basta a afirmação da parte, presumindo-se verdadeira a alegação de insuficiência financeira por pessoa natural, sem a necessidade de qualquer dilação probatória (art. 4º da Lei nº 1.060/50 e art. 99, § 3º, do CPC). 
Então, postula-se a concessão da gratuidade da justiça.
I. Dos fatos
Edson, idoso aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, recebe um salário mínimo por mês. Durante mais de três décadas, esteve exposto a agentes nocivos à saúde, foi acometido por doença que exige o uso contínuo de medicamento controlado, cuja ministração fora da forma exigida pode colocar em risco a sua vida. Em razão de sua situação pessoal, todo dia 5 comparece ao posto de saúde existente na localidade em que reside, retirando a quantidade necessária do medicamento para os próximos trinta dias. No último dia 5, foi informado, pelo Diretor do referido posto, que a central de distribuição não entregara o medicamento, já que o Município, em razão da crise financeira, não pagava os fornecedores havia cerca de seis meses. Inconformado com a informação recebida, Edson formulou, logo no dia seguinte, requerimento endereçado ao Secretário Municipal de Saúde, autoridade responsável pela administração das dotações orçamentárias destinadas à área de saúde e pela aquisição dos medicamentos encaminhados à central de distribuição, órgão por ele dirigido. Na ocasião, esclareceu que a ausência do medicamento poderia colocar em risco sua própria vida. Em resposta escrita, o Secretário reconheceu que Edson tinha necessidade do medicamento, o que fora documentado pelos médicos do posto de saúde, e informou que estavam sendo adotadas as providências necessárias à solução da questão, mas que tal somente ocorreria dali a 160 (cento e sessenta) dias, quando o governador do Estado prometera repassar receitas a serem aplicadas à saúde municipal. Nesse meio-tempo, sugeriu que Edson procurasse o serviço de emergência sempre que o seu estado de saúde apresentasse alguma piora.
II. DO DIREITO
A Constituição é o marco fundante de todo ordenamento jurídico, que irradia sua força normativa para todos os setores do Direito, ou seja, ―”é o Direito primordial, porquanto condiciona os demais” . Dessa forma, ―”deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estrutura do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos”.
Com efeito, é importante ter em mente que todos os agentes públicos – legisladores, magistrados, e administradores – são responsáveis perante a lei e a Constituição, devendo comportar-se de maneira a proteger a Carta Magna6 . Assim, tendo em vista que a saúde é um direito fundamental, protegido constitucionalmente, o Poder Público não pode refutar uma de suas atribuições, tendo, pois, que garantir o direito à saúde dos cidadãos mais carentes, que necessitam de medicamentos para a manutenção de suas vidas, como na espécie.
A Constituição Federal e, por conseguinte, a sua força normativa, deve prevalecer, garantindo-se, na espécie, o direito à saúde como dever do Estado e direito do cidadão (CF, art. 196) e, em consequência, deve ser reconhecida a procedência dos pedidos adiante formulados. Cabível aplicar-se, em última análise, o art. 5º da Lei de introdução ao Código Civil7 , que diz: "Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum". (grifou-se). Nesse contexto, pertinente consignar a diretriz jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça:
"É cediço que, ao aplicar a lei, o julgador não deve restringir-se à subsunção do fato à norma, mas sim, estar atento aos princípios maiores que regem o ordenamento e aos fins sociais a que a lei se dirige (art. 5.º, da Lei de Introdução ao Código Civil)." (STJ, 2. T, REsp 757197/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJ 19.09.2005, p. 310).
IV. - DO DIREITO À SAÚDE 
O direito à vida, assegurado no art. 5°, caput, da Constituição Federal aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, consubstancia-se no direito à saúde, resguardado no art. 6°, bem como no art. 196. Vale ressaltar que o direito à saúde é consequência direta do direito à vida. Neste sentido o entendimento do STF, in verbis:
―O direito à saúde – além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas – representa consequência constitucional indissociável do direito à vida. O Poder Público, qualquer que seja a esfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, não pode mostrar-se indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que por omissão, em censurável comportamento inconstitucional. O direito público subjetivo à saúde traduz bem jurídico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsável, o Poder Público (federal, estadual ou municipal), a quem incumbe formular – e implementar – políticas sociais e econômicas que visem a garantir a plena consecução dos objetivos proclamados no art. 196 da Constituição da República‖. STF, RE 241630-2/RS, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 03.04. 2001, p. 49.
A norma do art. 196 da Constituição Federal de 1988 o enuncia como sendo direito público subjetivo8 do cidadão, correspondente a um dever jurídico estatal. É, na classificação da doutrina constitucionalista, norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata, conforme o disposto no art. 5º, § 1º, da Constituição, não dependendo de qualquer ato legislativo para que seja efetivada pela Administração Pública.
O direito à saúde é, portanto, um direito fundamental10, de cunho social, exigível perante o poder público, a merecer efetividade do Poder Judiciário, eis que malferido pelo Poder Executivo. De outra forma, podemos afirmar que, in casu, cai por terra o Princípio norteador e fundamental da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, se o Estado Democrático de Direito, através de seus entes, não garantir o fornecimento do medicamente necessário para o tratamento da patologia do Demandante, viabilizando a própria integridade física de seus cidadãos. Ademais, a todos, independentemente de sua condição social ou econômica, é garantido o acesso às ações de saúde, mediante o princípio da universalidade de atendimento. E, para dar cumprimento a estas diretrizes, incumbe ao poder público prestar atendimento pleno ao indivíduo, o que envolve todos os níveis deassistência (PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE). Não se pode dizer, portanto, que o Demandante, portador de retinopatia diabética não ploriferativa e edema macular cistóide em ambos os olhos, encontra-se em um Estado Democrático de Direito se não tem a sua saúde protegida, nem tampouco a sua integridade física e psíquica preservada, evitando-se o agravamento de seu estado já debilitado de saúde, pela falta de um medicamento constante da lista do SUS.
III. DA MEDIDA LIMINAR
É cabível, no caso em tela, a antecipação dos efeitos da tutela, consoante o disposto no art. 273, inc. I e art. 461, § 3º, ambos do CPC, afigurando-se evidente o dano irreparável, eis que é urgente e impostergável o fornecimento do medicamento pleiteado, sob pena de grave comprometimento da saúde do postulante. 
―Sendo dever do Estado a prestação de assistência farmacêutica aos necessitados, inclusive medicamentos para tratamento de doenças graves, resta presente a verossimilhança das alegações. Também presente o risco de dano irreparável ou de difícil reparação, tendo em vista a gravidade da doença que acomete o agravado‖. TRF4, 3. T, AG 2004.04.01.034542-0/SC, Rel. Des. Federal Silvia Maria Gonçalves Goraieb, DJ 27.10.2004, p. 651.
Premente, na espécie, que o exercício da função jurisdicional, que não deve encontrar obstáculos, salvo no ordenamento jurídico, garanta o direito constitucional à tutela jurisdicional efetiva e tempestiva, salvaguardando-se, assim, o direito à saúde do Autor. Frise-se, por oportuno, que a prestação jurisdicional efetiva16 e tempestiva, outrora já consagrada em tratados internacionais aderidos pelo Brasil, restou consagrada constitucionalmente, por expressa inclusão pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, do inc. LXXVIII ao art. 5º da Constituição Federal. No curso da argumentação desenvolvida demonstrou-se, de maneira que se afigura inequívoca, a presença da prova inequívoca da verossimilhança das alegações. A violação dos preceitos fundamentais representados expostos é ostensiva, caso não se assegure a efetivação do direito postulado17, em face das densas e cabais bases jurisprudenciais e normativas citadas e dos relatórios médicos colacionados aos autos. Está demonstrado, também, o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, pois, caso o Estado não forneça em caráter urgente o medicamento para tratamento da doença do necessitado, o quadro clínico se agravará, custando à parte autora a própria visão. Posto isto, postula-se a antecipação de tutela da sentença de mérito, já que não se pode aguardar até o final do trâmite comum da tutela jurisdicional, em razão do risco de dano irreparável ou de dificílima reparação que pode da demora advir.
IV. DOs pedidos
Nos termos da Constituição Federal, requer, confiando nos doutos suprimentos e alto espírito de justiça desse MM. Juízo digne-se a determinar: 
a) concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos já expendidos; 
b) Determinar a citação da parte Ré, no endereço indicado na qualificação, nos termos do art. 18, da Lei 9.099/95, para que, querendo, compareça à audiência de instrução e julgamento a ser designada por este MM Juízo, sob pena de decretação da revelia e aplicação dos efeitos jurídicos decorrentes; 
c) a citação dos réus, na pessoa dos respectivos representantes legais, para, querendo, contestarem a presente ação no prazo legal, sob as penas da lei. 
d) a concessão da tutela antecipada pleiteada, pelos fundamentos acima expostos, a fim de que seja fornecidas duas ampolas do medicamento “LUCENTIS”, conforme expresso nos relatórios médicos em anexo; 
e) seja, ao final, julgado procedente o pedido da parte do autor, com a determinação definitiva do fornecimento do medicamento XXXXXXX, confirmando-se a antecipação de tutela supra requerida; 
f) a fixação de multa diária, no caso de descumprimento da liminar ou da decisão de mérito, nos termos do art. 461, § 4º, do CPC; e Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, em especial a documental, testemunhal e pericial, que de logo requer. 
Dá-se à causa o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para efeitos legais.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Dr. Jeferson Gabriel Santos Costa
OAB/BA 99.999

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