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Monitoramento e Qualidade Ambiental Sandra Eliza Beu APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Monitoramento e Qualidade Ambiental, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 TEMÁTICA 1: PRINCIPAIS CONCEITOS SOBRE MONITORAMENTO E QUALIDADE AMBIENTAL .................................................................................................................7 1.1 Bases Conceituais de Monitoramento e Qualidade Ambiental .....................................................................7 1.2 Desenvolvimento Socioambiental e Poluição Ambiental: Conflitos e Necessidade de Monitoramento Ambiental .......................................................................................................................................8 1.3 Principais Conceitos e Tipos de Poluição Ambiental .....................................................................................13 1.4 Risco Ambiental e a Importância do Monitoramento ...................................................................................14 1.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................15 1.6 Atividades Propostas ..................................................................................................................................................16 2 TEMÁTICA 2: TIPOS DE POLUIÇÃO AMBIENTAL E PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS PARA MONITORAMENTO ........................................................................... 17 2.1 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Ar ..............................................................................................17 2.2 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Solo ..........................................................................................24 2.3 Poluição e Monitoramento da Qualidade da Água .........................................................................................28 2.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................34 2.5 Atividades Propostas ..................................................................................................................................................35 3 TEMÁTICA 3: TECNOLOGIAS PARA MONITORAMENTO DA QUALIDADE AMBIENTAL ..............................................................................................................................................37 3.1 Sistemas de Integração de Informações ..............................................................................................................37 3.2 Uso do GPS no Monitoramento Ambiental ........................................................................................................39 3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................40 3.4 Atividade Proposta .......................................................................................................................................................41 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 43 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 47 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), O objetivo geral, do curso, é o de oferecer-lhe subsídios para compreender os princípios de moni- toramento e qualidade ambiental, com base em uma análise sistêmica e integrada das relações entre os usos antrópicos e a qualidade dos recursos naturais. Esta apostila e a disciplina, como um todo, buscam apresentar uma definição dos conceitos funda- mentais para o monitoramento e a qualidade ambiental, apresentando as principais bases conceituais e metodologias associadas a essa área de conhecimento. Dessa forma, a disciplina é dividida em três temáticas principais, sendo que a primeira compreen- de uma abordagem conceitual sobre monitoramento ambiental e a apresentação de metodologias de amostragem e análise de poluentes. A temática 2 apresenta aspectos sobre monitoramento da qualida- de do ar, recursos hídricos e solo e a temática 3 compreende aspectos teóricos associados ao monitora- mento de fontes de poluição de efluentes gasosos e líquidos, assim como o funcionamento das redes de monitoramento. Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desse trajeto. Profa. Msc. Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 TEMÁTICA 1: PRINCIPAIS CONCEITOS SOBRE MONITORAMENTO E QUALIDADE AMBIENTAL1 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, vamos iniciar uma discussão sobre os principais aspectos conceituais associa- dos ao monitoramento ambiental. O conceito de monitoramento ambiental pode ser entendido como uma forma ou proce- dimento metodológico de coleta de dados que compreende um acompanhamento contínuo e sistemático das variáveis ambientais, com o obje- tivo de identificar e avaliar – qualitativa e quanti- tativamente – as condições dos recursos naturais em um determinado momento, assim como as tendências ao longo do tempo, sob influências de ações antrópicas. O monitoramento ambiental é de grande importância na avaliação da qualidade ambiental, pois o mesmo fornece informações sobre os fato- res que influenciam o estado de conservação e da qualidade ambiental da área estudada. O conceito de qualidade ambiental envolve uma temática e abordagem complexa, pois neste há uma diversidade de fatores associados e que devem considerar relações econômicas, sociais, culturais e ambientais. Os aspectos que envolvem e asseguram a qualidade ambiental de uma de- terminada região devem ser baseados na análise de indicadores ambientais. De acordo com Silva (2002), entende-se por boa qualidade ambiental urbana a associação dos parâmetros físicos, quí- micos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e culturais que permita o desenvolvimento harmo- 1.1 Bases Conceituais de Monitoramento e Qualidade Ambiental nioso, pleno e digno de vida. Tanto o monitora- mento quanto a qualidade ambiental são basea- dos em indicadores ambientais. Os indicadores ambientais compreendem um conjunto de dados quantitativos ou qualita- tivos que possibilitam o acompanhamento de alteração de padrões ambientais e de estratégias de ação sobre o meio ambiente através da análise sistemática e da expressão sintética das evoluções temporais e/ou espaciais, em relação a uma situa- ção de referência, com o objetivo de estabelecer metas e verificar eficiência e eficácia das ações.Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 AtençãoAtenção Alterações da qualidade ambiental são em grande parte associadas à modificação de pro- cessos naturais ou sociais provocada por ação humana. Dessa forma, o monitoramento ambiental é fundamental para a avaliação da qualidade dos recursos naturais e atua como uma ferramenta importante no controle da poluição ambiental. 1.2 Desenvolvimento Socioambiental e Poluição Ambiental: Conflitos e Necessidade de Monitoramento Ambiental A maioria dos grandes centros urbanos apresenta um acelerado crescimento, muitas ve- zes sem um planejamento adequado, levando à deterioração dos espaços ambientais e seus re- cursos. O modelo de produção urbano-industrial que utilizamos tem como contrapartida a polui- ção ambiental do ar, solo e água. A grande concentração de pessoas nos cen- tros urbanos tem deixado a população vulnerável ao atendimento de suas necessidades mais bási- cas, como o abastecimento de água, tratamento de efluentes, drenagem fluvial e destinação de lixo urbano (VALLE, 2004). Esta vulnerabilidade, associada à grande emissão de poluentes gera- dos por atividades urbanas e industriais vêm cada vez mais influenciando nos conflitos e desafios associados às necessidades de controle e monito- ramento ambiental. Até alguns anos, a poluição ambiental era estudada por seus efeitos locais, e as soluções eram aplicadas de forma localizada, sem a per- cepção de que esse tipo de ação afetava global- mente o ambiente. Após técnicas de mensuração do meio, as pessoas passaram a conscientizar-se dos efeitos globais que essas ações localizadas (como exemplo podemos citar a coleta de lixo urbano para disposição em aterros) e poluidoras provocavam. A perda da biodiversidade, chuvas ácidas, contaminação dos mares, desflorestamento, desertificação e contaminação dos mares são apenas alguns dos exemplos dos esgotamentos dos recursos e da degradação do meio ambien- te (VALLE, 2004). Todas as alterações citadas são diferentes consequências das ações humanas, que podem ser utilizadas para demonstrar a atual qualidade de nosso ambiente. Além da preocupação com a biodiversida- de, os efeitos da poluição ambiental geram cada vez mais riscos à saúde humana e à qualidade do uso dos recursos naturais para atividades antró- picas. As discussões sobre os tipos de risco têm crescido nos últimos tempos, pela própria ne- cessidade que a ciência requer de procurar al- ternativas que direcionem a tomada de medidas preventivas, a fim de conseguir minimizar os inú- meros efeitos negativos à sociedade. O risco ambiental pode ser associado às noções de incerteza, exposição ao perigo, perda e prejuízos em decor- rência de processos naturais ou associa- dos às relações hu- manas que interferem diretamente na quali- dade ambiental. Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 AtençãoAtenção A qualidade ambiental é o estado das condi- ções do meio ambiente e seus recursos, ex- pressas por indicadores ou índices relacionados com os padrões de qualidade ambiental, refe- rindo-se a características variadas, tais como pureza ou poluição da água e do ar, ruído, aces- so aos espaços abertos, os efeitos visuais das áreas construídas, e os efeitos potenciais que tais características podem ter na saúde física e mental dos indivíduos. Muitos autores compreendem uma boa qualidade ambiental como aquela em que pa- râmetros químicos, físicos, biológicos, culturais, políticos, econômicos e sociais estão associados, de maneira que promovam um desenvolvimento harmonioso, para a humanidade, além de condi- ções mínimas necessárias para o desenvolvimen- to e sobrevivência de todos os organismos terres- tres (SILVA, 2002). Saiba maisSaiba mais A qualidade ambiental pode estar intimamente ligada à qualidade de vida, pois a vida é um siste- ma que depende do meio ambiente, sendo que este irá influenciar as diferentes formas e ativida- des de vida e seus múltiplos organismos. Há uma interação e um equilíbrio entre ambos que irá va- riar de escala em tempo e lugar. Pina e Resende (2009) apud Dias (2011) afirmam que quanto mais próximo do estado natural melhor será a qualida- de ambiental e a qualidade de vida. Hoje, empresas e organizações que preten- dem obter financiamentos no mercado interna- cional, e que almejam serem líderes econômicos no seu mercado de atuação, utilizam a qualidade ambiental como parte de sua imagem, contro- lando os impactos causados por suas operações tanto internas (como resíduos resultantes da pro- dução de um produto) quanto externas (como despejo de efluentes contaminados, emissões at- mosféricas e até impactos causados por veículos da frota de distribuição de seus produtos). Os principais fatores que envolvem aspec- tos da qualidade ambiental podem ser identifica- dos através de questionamentos que deverão ser solucionados para estabelecer critérios nas análi- ses da qualidade do ambiente, como, por exem- plo: �� “Qual é o padrão de qualidade a ser usado para determinar essa boa quali- dade?” �� “Qual seria o seu mínimo?” �� “Quais os critérios a serem empregados para determinar os parâmetros de qua- lidade ambiental?” Os estudos ambientais são importantíssimas ferramentas para preservação e gerenciamento dos recursos ambientais, pois fornecem indica- tivos para a racionalização de seu uso e mane- jo, muitas vezes solucionando problemas. Para tal, muitas organizações e agências reguladoras promovem o monitoramento ambiental, seja da água, ar ou solo. Uma das etapas do processo de avaliação de impacto ambiental é exatamente o monitora- mento ambiental. Seu objetivo principal é o de verificar o atendimento de requisitos obrigatórios, como parâmetros legais ou condições impostas pela li- cença ambiental, além de comparar os impactos reais com os impactos previstos, de modo que possam ser recomendadas ações corretivas caso os resultados do monitoramento mostrem algu- ma inconformidade com relação a algum critério já previamente estabelecido (como um padrão legal), conforme citado por Vilela Júnior e Dema- jorovic (2006). O monitoramento ambiental consiste em um processo de medições e/ou observações sis- temáticas e periódicas, dirigidas a alguns parâme- tros e indicadores, com o objetivo de verificar se algum tipo de impacto ambiental está ocorrendo, podendo assim dimensionar a magnitude do im- pacto com o intuito de promover eventuais me- didas mitigadoras e preventivas (BITAR; ORTEGA, 1998). Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 O monitoramento ambiental deve atender aos seguintes aspectos: �� Fornecer informações que permitam avaliar medidas corretivas para modifi- car ou ajustar ações degradantes. �� Fornecer informações imediatas, caso um indicador de impactos se aproxime de valores críticos. �� Alertar para futuros impactos não pre- vistos, ou mudanças não esperadas no ambiente. O monitoramento ambiental deve ser ba- seado em indicadores ambientais. Os indicadores ambientais irão fornecer informações para que possam ser feitas as avaliações da qualidade do meio ambiente. Hoje, segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2013), os indicadores, de modo geral, são informações quantificadas, de caráter científico e de fácil compreensão, utiliza- das em processos de decisões em todos os níveis da sociedade, muito úteis como ferramentas de avaliação de diferentes fenômenos, de modo a apresentar suas tendências e progressos que po- dem se alterar ao longo do tempo. Já os indicadores, mais especificamente, ambientais são estatísticas selecionadas que re- sumem e demonstram diferentes aspectos do estado do meio ambiente, recursos naturais e ati- vidades humanas que possam estar relacionados. Os indicadores ambientais permitem a simplifica- ção do número de informações para se lidar com uma dada realidade por representar uma medida que ilustra e comunica umconjunto de fenôme- nos que levem à redução de investimentos em tempo e recursos financeiros. O artigo 32, do Decreto nº 60.101, de 26 de abril de 2007, referente às atribuições do Ministé- rio do Meio Ambiente, define que a Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental deverá promover o desenvolvimento de estatísti- cas ambientais e indicadores de desenvolvimen- to sustentável no Brasil. Além disso, o referido decreto envolve principalmente questões como: preservação, conservação e utilização sustentá- vel de ecossistemas, preservação e conservação da biodiversidade e das florestas, e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da qualida- de ambiental e uso sustentável dos recursos na- turais. O conceito de desenvolvimento sustentável foi muito divulgado após a Conferência das Na- ções Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvi- mento, no ano de 1992 (ano em que ocorreu a Rio-92), em que se definiu que a humanidade tem capaci- dade de tornar o desenvol- vimento para uma forma sustentável, garantindo que ele atenda às necessidades contemporâneas sem comprometer a capacida- de de as gerações futuras atenderem também às suas. Desse modo, o grande desafio seria conciliar a preservação ambiental, com o aumento das de- mandas por combustíveis, água e energia elétrica. A análise da qualidade ambiental só irá au- xiliar nessa conciliação dependendo da escolha de indicadores ambientais que irão de fato representar todos os segmentos da pai- sagem de interesse de estu- do/análise. Esses indicado- res podem ser qualitativos e quantitativos, de diferentes classes de análise (clima, ve- getação, relevo, densidade demográfica, aspectos so- ciais e econômicos etc.). Essa escolha de indica- dores deve ser adequada às realidades ambiental e socioeconômica da região a ser avaliada. Ao tratar da importância da mensuração e consequentemente dos indicadores de susten- tabilidade, Van Bellen (2005) faz a seguinte colo- cação: que o objetivo principal da mensuração é auxiliar os tomadores de decisão na avaliação de seu desempenho em relação aos objetivos esta- belecidos, fornecendo bases para o planejamen- to de futuras ações. Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Essas medidas são úteis por várias razões: no sentido de que servem para auxiliar os toma- dores de decisão a compreender melhor, em ter- mos operacionais, o que o conceito de desenvol- vimento sustentável significa, funcionando como ferramentas de explicação pedagógicas e educa- cionais, para auxiliar na escolha de alternativas políticas, direcionando para metas relativas à sus- tentabilidade, tendo em vista que as ferramentas fornecem um senso de direção para os tomadores de decisão e, quando escolhem entre alternativas de ação, funcionam como ferramentas de plane- jamento; e, por fim, para avaliar o grau de sucesso no alcance das metas estabelecidas referentes ao desenvolvimento sustentável, sendo, essas medi- das, ferramentas de avaliação. Dessa forma, os indicadores são fundamen- tais para o monitoramento ambiental e tomadas de decisão, pois permitem a criação de cenários sobre o estado do meio, além de aferir e possibi- litar o acompanhamento de resultados de uma decisão tomada. O número e os tipos de indicador que de- vem ser considerados numa avaliação ambiental dependem da escala e das características so- cioambientais do local onde está sendo realizada a avaliação ambiental. Em monitoramento ambiental é importan- te o estabelecimento de um fator ambiental a ser analisado, relacionado à definição do que deve ser observado e como checar. Uma das formas mais usuais de organização de indicadores ocorre com uso do modelo Pres- são-Estado-Resposta, desenvolvido pela Organi- zação Mundial para Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD), em 1994. Esse modelo recomenda a adoção de três grupos de indicado- res: Estado, Pressão e Resposta (PER), e seu con- junto de informações é que fornecerá uma sínte- se das condições ambientais, tanto das pressões sobre o meio ambiente quanto das respostas en- contradas pela sociedade para mitigá-las. Nesse modelo, o “estado” representa a situação atual do meio e dos recursos naturais (ar, água, recursos vivos), a “pressão” compreende as atividades hu- manas sobre o meio ambiente (atividades indus- triais, transporte, agricultura, urbanização etc.) e as “respostas” compreendem as ações da socieda- de e as dos agentes responsáveis pelos resultados das pressões e condições do estado. O modelo PER vem sendo aceito e adotado internacionalmente. Nesse modelo, as pressões sobre o ambiente são reduzidas àquelas causadas pela ação do homem, desconsiderando as pro- venientes da ação da natureza. Organizado com base em um sistema de informação ambiental, configura um sistema de armazenamento de informação de distintas fontes, servindo de ali- cerce para a elaboração de políticas de gestão ambiental. Tem como escopo o conceito de cau- salidade em que as atividades humanas exercem pressões sobre o ambiente alterando a qualida- de e a quantidade de recursos naturais, ou seja, alterando o seu estado. A sociedade responde a essas alterações por meio de políticas ambientais, econômicas ou setoriais, que representam as res- postas do modelo, conforme Figura 1. Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 Figura 1 – Fluxograma do modelo de organização PER de indicadores. Fonte: Adaptado do Sistema FIRJAN (2008). Como exemplos de indicadores ambientais nessa dimensão PER, podemos citar: �� Pressões relacionadas às atividades hu- manas: �� Volume de águas residuais não tra- tadas; �� Disposição de resíduos sólidos; �� Redução de cobertura vegetal. �� Condições diretamente relacionadas à qualidade ambiental: �� Qualidade do ar; �� Qualidade e quantidade de água; �� Contaminação do solo. �� Respostas relacionadas às ações do Es- tado, empresas e ONGs: �� Investimento em áreas verdes; �� Áreas recuperadas; �� Investimento em gestão ambiental. O modelo PER atua como uma estratégia interessante às políticas públicas, pois estabelece uma forma clara e sistemática de organizar um conjunto grande de indicadores e elementos do meio. Esse modelo atua como um facilitador do monitoramento ambiental, pois estabelece as re- lações de fatores de causalidade à situação atual do meio com as ações que estão sendo realizadas. Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 De acordo com a Resolução do Conse- lho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 001/1986 e a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981), a poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: ��prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; ��criem condições adversas às ativi- dades sociais e econômicas; ��afetem desfavoravelmente a biota; ��afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; �� lancem matérias ou energia em desa- cordo com os padrões ambientais esta- belecidos. De uma forma geral a poluição compreen- de uma entrada no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia que possa afetar ne- gativamente o homem ou outros organismos. Saiba maisSaiba mais “Considera-se poluente qualquer substância pre- sente no ar e que, pela sua concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem estar público, danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudi- cial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.” Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es- -B?sicas/21-Poluentes 1.3 Principais Conceitos e Tipos de Poluição Ambiental Um dos maiores desafios da atualidade en- volve a dimensão de controle da emissão de po- luentes ambientais. Existem diversos tipos de emissão de po- luentes, que podem causar interferências no ar, nas águas e no solo. O Quadro1 apresenta alguns exemplos de tipos de poluição. Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 Quadro 1 – Tipos de poluição. Tipos Principais características Exemplos de fontes de emissões Poluição sonora A poluição sonora é aquela causada pelo excesso de ruídos, como aqueles causados pelos carros, atividades industriais e máquinas, bastante comuns nos grandes centros urbanos. Atividades industriais, veículos. Poluição atmosférica A poluição atmosférica é aquela ocasionada pelo aumento de poluentes na atmosfera, provocada principalmente por emissões de gases poluentes e particulados provenientes de atividades industriais e uso de veículos automotores. Indústrias e automóveis que lançam diversos tipos de gás na atmosfera, como o dióxido de carbono, óxidos de enxofre e materiais particulados. Poluição da água A poluição da água é caracterizada pelo lançamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos provenientes de esgotos não tratados, poluição difusa nas áreas urbanas e rurais, além de efluentes industriais que contaminam corpos hídricos superficiais e subterrâneos. Lançamento de esgotos não tratados em corpos hídricos superficiais, lançamentos de efluentes industriais, entre outros. Poluição do solo A poluição dos solos é caracterizada pela emissão de poluentes diretamente no solo, que pode trazer consequências na qualidade ambiental do mesmo. Disposição inadequada de resíduos sólidos de origem doméstica ou industrial. 1.4 Risco Ambiental e a Importância do Monitoramento A palavra “risco” é associada à chance de algo acontecer e pode ser empregada de diversas formas e sentidos. O risco ambiental pode ser considerado como o potencial de ocorrência de resultados ad- versos indesejados para a saúde ou vida humana, para o ambiente ou para os bens materiais. Assim, o risco ambiental pode ser analisado como a medida da perda econômica e/ou danos à vida humana em função da combinação entre a frequência de ocorrência e a magnitude de um evento indesejado. Uma forma de mensurar o ris- co ambiental é através da fórmula: R = f(M, P). Onde: R é o risco. M é a magnitude do evento. P é a probabilidade. A ocorrência histórica de grandes acidentes mundiais associados à poluição ambiental, como derramamentos de petróleos, vazamentos de gases poluentes de indústrias, entre outros, cola- borou para a ocorrência de um debate mundial sobre os efeitos dos poluentes no meio ambien- te e na saúde e qualidade de vida da população. Além dessas preocupações, os efeitos da poluição mundial também geram prejuízos econômicos para as diversas corporações, como: (a) multas e indenizações a terceiros; (b) paralisação do pro- cesso produtivo; (c) perdas de equipamentos e instalações; (d) gastos com recuperação de áreas contaminadas; (e) comprometimento de imagem ou até do negócio. Dessa forma, o monitoramento ambiental atua como uma importante ferramenta para con- trole da emissão de poluentes, que pode subsi- diar uma gestão ambiental mais eficaz e apoiar ações de políticas públicas e tomadas de decisão. http://www.infoescola.com/meio-ambiente/poluicao-sonora/ http://www.infoescola.com/ecologia/poluicao-atmosferica/ http://www.infoescola.com/fisico-quimica/gases/ http://www.infoescola.com/ecologia/poluicao-da-agua/ http://www.infoescola.com/meio-ambiente/poluicao-do-solo/ Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Este capítulo iniciou com uma apresentação sobre as bases conceituais de monitoramento e qua- lidade ambiental. Neste, o conceito de monitoramento foi apresentado como um procedimento meto- dológico que subsidia a avaliação das condições dos recursos naturais associados à qualidade ambiental dos mesmos. A qualidade ambiental envolve uma perspectiva complexa e deve ser analisada conside- rando aspectos e relações econômicas, sociais, culturais e ambientais. No capítulo foi, ainda, enfatizada a importância dos indicadores ambientais, que compreendem um conjunto de dados quantitativos ou qualitativos que podem mensurar e possibilitar o acompanhamento de alterações de padrões ambien- tais associados às diversas ações humanas ou evoluções temporais. Os indicadores ambientais são fundamentais para o acompanhamento das condições ambientais e são imprescindíveis para a aplicação no monitoramento ambiental. Após a caracterização conceitual de qualidade e monitoramento ambiental, foi apresentada uma narrativa sobre a problemática do desen- volvimento urbano não planejado e suas consequências para a geração de poluentes ambientais. Neste texto, foi reforçada a necessidade do monitoramento ambiental como ferramenta de acompanhamento e observação das mudanças ambientais associadas aos conflitos socioambientais. Foi dado enfoque à importância dos estudos ambientais como uma importante ferramenta de apoio ao gerenciamento dos recursos ambientais, pois estes vão fornecer os indicadores necessários para avaliação dos problemas existentes. Nesses estudos, o monitoramento ambiental atua como uma etapa resultante da avaliação de impactos ambientais, onde este consiste em um processo de medições e/ou observações sistemáticas e periódicas relacionadas a indicadores preestabelecidos, com o objetivo de verificar se algum tipo de impacto ambiental está ocorrendo. O monitoramento ambiental tem como objetivo principal fornecer informações que permitam avaliar e estabelecer medidas corretivas para modificar ou ajustar as ações que ocasionam ações degra- dantes no meio ambiente. Além desse objetivo, o monitoramento também visa a fornecer informações imediatas caso um indicador de impactos se aproxime de valores críticos e alertar para futuros impactos não previstos, ou mudanças não esperadas no ambiente. Foi apresentada também a importância da sustentabilidade ambiental e que esta deve considerar aspectos e indicadores de sustentabilidade. Após essa abordagem, foi apresentado o modelo PER, que estabelece uma forma organizacional de análise entre os fatores de pressão (geração de impactos am- bientais), com a situação atual do meio (estado do meio) e as respostas da sociedade (o que está sendo feito?) perante as pressões e estado do meio. É uma ferramenta de análise estratégica de dados que au- xilia no monitoramento ambiental e estabelecimento de políticas públicas. O capítulo foi finalizado com uma abordagem conceitual sobre poluição ambiental, onde foram apresentados os principais tipos de poluição que afetam a maioria das populações, sendo estes a po- luição sonora, poluição atmosférica, poluição das águas e poluição do solo. Após essa descrição, foram apresentados o conceito de risco ambiental e a importância do monitoramento ambiental. 1.5 Resumo do Capítulo Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Com base nos conteúdos apresentados neste capítulo, responda às seguintes questões: 1. O que é o monitoramento ambiental e sua importância e aplicações? 2. Com base no modelo PER, preencha a tabela abaixo, demonstrando exemplos de indicadores de pressão-estado-resposta, associados à problemática de ocupações nas áreas de mananciais. Pressão (problemática central a ser analisada) Estado (como estão as áreas de mananciais?) Resposta (o que é realizado pelas políticas públicas em relação ao problema?) Ocupação desordenada nas áreas de mananciais Indicadores Indicadores Indicadores 1.6 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Caro(a) aluno(a), Na temática 2, serão apresentados os princi- pais conceitos e aspectos associados à poluição e monitoramento da qualidade do ar, solo e águas. 2 2.1 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Ar A poluição atmosférica vem sendo um gra- ve problema de saúde pública em regiões inten- samente urbanizadas desde a primeira metade do século XX. A poluição do ar compreende altas concentrações de Material Particulado (MP) e ou- tros compostos. Esse tipo de poluição possuidi- versas causas e pode ser agravado pela ocorrência de fatores climáticos que dificultam a dispersão dos poluentes, piorando a qualidade do ar. Os poluentes do ar compreendem quais- quer substâncias que quando em concentrações específicas tornam o ar impróprio e nocivo para a saúde, causando danos à fauna e flora e incon- veniente ao bem-estar público. Atualmente, é consenso entre as pesquisas mundiais que em grandes centros urbanos, como a cidade de São Paulo, a expectativa de vida é em média um ano e meio menor que em cidades do interior, devido aos efeitos da poluição atmosférica na saúde das populações. O nível de poluição do ar pode ser mensura- do pela quantidade de substâncias poluentes no mesmo. Esses poluentes são divididos em duas categorias: poluentes primários e poluentes se- cundários, que serão descritas a seguir: �� Poluentes primários: são aqueles que são expelidos diretamente da fonte para a atmosfera (QUEIROZ; JACOMI- NO; MENEZES, 2007; PEREIRA JÚNIOR, 2007). Exemplos: monóxido de carbono (CO), óxi- dos de nitrogênio (NOx) constituídos pelo monó- xido e dióxido de nitrogênio (NO e NO2), dióxido de enxofre (SO2) e materiais particulados (mate- riais sólidos pulverizados). Muitas indústrias que no passado não possuíam filtros de controle das emissões de poluentes atmosféricos eram poten- ciais fontes geradoras de poluentes primários, como observado na Figura 2. TEMÁTICA 2: TIPOS DE POLUIÇÃO AMBIENTAL E PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS PARA MONITORAMENTO Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 Figura 2 – Indústrias liberando poluentes diretamente para a atmosfera, um exemplo de poluentes primários. Fonte: http://www.colegioweb.com.br/wp-content/uploads/2012/08/file0001748024351.jpg Poluentes primários podem derivar de fon- tes móveis (como carros), fixas (como indústrias) ou naturais (como vulcões). Entretanto, os esca- pamentos de carros e as chaminés dos centros urbanos são os principais contribuintes para o acúmulo e reações desses compostos quími- cos na atmosfera. De acordo com a legislação ambiental vigente no país (Resolução CONAMA nº 003/1990), o material particulado presente na atmosfera é considerado um poluente primário (QUEIROZ; JACOMINO; MENEZES, 2007). �� Poluentes secundários: são aqueles resultantes de reações químicas entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera (QUEIROZ; JACO- MINO; MENEZES, 2007). Esse esquema de integração pode ser observado na Figura 3. Exemplos: Compostos Orgâ- nicos Voláteis (COV) e ozônio tropos- férico (O3), que é resultante de reações fotoquímicas. Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Figura 3 – Fluxograma indicando o processo de formação dos poluentes atmosféricos secundários. Componentes atmosféricos Poluentes primários Reações químicas Poluentes secundários A Resolução do CONAMA nº 003 de 1990 define como poluente atmosférico qualquer for- ma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou característi- cas em desacordo com os níveis estabelecidos, e que torne ou possa tornar o ar: (i) impróprio, noci- vo ou ofensivo à saúde; (ii) inconveniente ao bem- -estar público; (iii) danoso aos materiais, à fauna e à flora; (iv) prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comu- nidade. Para determinação da con- centração de um poluente na atmosfera há necessidade de medir-se o grau de exposição dos receptores (seres humanos, animais, plantas, materiais) por suas fontes de emissão e suas interações na atmosfera, do ponto de vista físico (diluição) e químico (reações químicas). A qualidade do ar apresenta influências em função de condições meteorológicas que determinam uma maior ou menor diluição dos poluentes. Dessa forma, em condições onde as condições meteorológicas são mais desfavoráveis à dispersão de poluentes, os mesmos tendem a se concentrar na atmosfera, como ocorre em pe- ríodos de clima seco. Já em épocas de chuvas, a dispersão ocorre com maior facilidade. Com isso, a análise da interação entre as fontes de emissões de poluentes e seu comportamento na atmosfe- ra vai definir o nível da qualidade do ar e o surgi- mento de efeitos adversos da poluição do ar so- bre os seus receptores. Padrões de qualidade do ar Os padrões de qualidade do ar estabelecem quais os limites máximos para concentração de um componente atmosférico que garantam pro- teção à saúde e ao bem-estar da população. No Brasil, os padrões de qualidade do ar são estabelecidos através da Portaria Normativa nº 438 de 14/03/1990 e da Resolução CONAMA nº 003 de 28/06/1990. Nessa resolução, é estabe- lecido como poluente atmosférico qualquer for- ma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou característi- Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 cas em desacordo com os níveis estabelecidos e que tornem ou possam tornar o ar: I - impróprio nocivo ou ofensivo à saú- de; II - inconveniente ao bem-estar público; III - danoso aos materiais, à fauna e flora; IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Segundo os dados da CETESB (2013), as substâncias poluentes podem ser classificadas conforme apresentado no Quadro 2. Quadro 2 – Classificação de poluentes atmosféricos. Co m po st os de En xo fre Co m po st os de N itr og ên io Co m po st os Or gâ ni co s M on óx id o de Ca rb on o Co m po st os H al og en ad os M et ai s Pe sa do s M at er ia l Pa rt icu la do Ox id an te s Fo to qu ím ico s SO2 SO3 Compostos de enxofre reduzido: H2S, mercaptanas, dissulfeto de carbono etc. sulfatos NO NO2 NH3 HNO3 nitratos hidrocarbonetos alcoóis aldeídos cetonas ácidos orgânicos CCO HCl HF cloretos fluoretos PPb CCd AAs NNi Etc. Mistura de compostos no estado sólido ou líquido O3 formaldeído acroleína PAN etc. Fonte: CETESB (2013). Segundo a Resolução CONAMA nº 003/1990, em seu artigo 3º, são estabelecidos os seguintes padrões de qualidade do ar: I - Partículas Totais em Suspensão a) Padrão Primário 1 - concentração média geométrica anual de 80 (oitenta) microgramas por metro cúbico de ar. 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 240 (duzentos e quaren- ta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. b) Padrão Secundário 1 - concentração média geométrica anual de 60 (sessenta) micro gramas por metro cúbico de ar. 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 150 (cento e cinqüenta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. II - Fumaça a) Padrão Primário 1 - concentração média aritmética anual de 60 (sessenta) microgramas por metro cúbico de ar. 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 150 (cento e cinqüenta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. b) Padrão Secundário 1 - concentração média aritmética anual de 40 (quarenta) microgramas por metro cúbico de ar. Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 100 (cem) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida uma de urna vez por ano. III - Partículas Inaláveis a) Padrão Primário e Secundário 1- concentração média aritmética anual de 50 (cinqüenta) microgramas por me- tro cúbico de ar. 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 150 (cento e cinqüenta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. IV - Dióxido de Enxofre a) Padrão Primário 1- concentração média aritmética anual de 80 (oitenta) microgramas por metro cúbico de ar. 2- concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 365 (trezentos e sessen- ta e cinco)microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. b) Padrão Secundário 1 - concentração média aritmética anual de 40 (quarenta) microgramas por metro cúbico de ar. 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de,100 (cem) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mas de urna vez por ano. V - Monóxido de Carbono a) Padrão Primário e Secundário 1- concentração médio de 8 (oito) horas de 10.000 (dez mil) microgramas por me- tro cúbico de ar (9 ppm), que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. 2 - concentração média de 1 (urna) hora de 40.000 (quarenta mil) microgramas por metro cúbico de ar (35 ppm), que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. VI - Ozônio a) Padrão Primário e Secundário 1 - concentração média de 1 (uma) hora de 160 (cento e sessenta) microgramas por metro cúbico do ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. VII - Dióxido de Nitrogênio a) Padrão Primário 1 - concentração média aritmética anual de 100 (cem) microgramas por metro cú- bico de ar. 2 - concentração média de 1 (uma) hora de 320 (trezentos e vinte) microgramas por metro cúbico de ar. b) Padrão Secundário 1- concentração média aritmética anual de 100 (cem) microgramas por metro cú- bico de ar. 2 - concentração média de 1 (uma) hora de 190 (cento e noventa) microgramas por metro cúbico de ar. A síntese dessas informações pode ser ob- servada no Quadro 3, a seguir. Quadro 3 – Padrões de qualidade do ar, segundo Resolução CONAMA nº 003/1990, em seu art. 3º. * Não deve ser excedido mais de uma vez ao ano. MGA – Média Geométrica Anual. MAA – Média Aritmética Anual. Fonte: Brasil (1990). Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Segundo o disposto no art. 4º da Resolução CONAMA nº 003/1990, o monitoramento da qua- lidade do ar é atribuição dos estados. O estado de São Paulo é um dos que obteve maiores avanços quanto ao controle da poluição atmosférica. Segundo dados da CETESB (2013), que é o órgão responsável pelo monitoramento ambiental no estado de São Paulo, em 2005, a Or- ganização Mundial de Saúde (OMS) publicou do- cumento com uma revisão dos valores-guia para os poluentes atmosféricos visando à proteção da saúde da população. Essas diretrizes recomen- dadas pela OMS consideram diversos fatores so- cioambientais e os fatores relacionados ao nível de desenvolvimento dos países e da capacidade dos estados em gerenciar a qualidade do ar. Segundo dados da CETESB (2013), a partir dessa publicação, o estado de São Paulo iniciou um processo de revisão dos padrões de quali- dade do ar, baseado nas diretrizes estabelecidas pela OMS, que resultou na publicação do Decreto Estadual nº 59.113 de 23/04/2013. Nesse decreto, foram estabelecidas metas gradativas e progressi- vas para que a poluição atmosférica seja reduzida a níveis desejáveis ao longo do tempo (CETESB, 2013). O Decreto Estadual nº 59.113/2013 estabe- lece que a administração da qualidade do ar no território do estado de São Paulo será efetuada através de Padrões de Qualidade do Ar, observa- dos os seguintes critérios (CETESB, 2013): �� Metas Intermediárias (MI) – estabele- cidas como valores a serem cumpridos em etapas, visando à melhoria gradati- va da qualidade do ar no estado de São Paulo, com base na busca pela redução das emissões de fontes fixas e móveis, em linha com os princípios do desen- volvimento sustentável. �� Padrões Finais (PF) – padrões determi- nados pelo melhor conhecimento cien- tífico para que a saúde da população seja preservada ao máximo em relação aos danos causados pela poluição at- mosférica. Esse exemplo do estado de São Paulo é in- teressante para demonstrar as possibilidades de estabelecimentos de metas para maior eficiência dos parâmetros legais associados ao monitora- mento da qualidade do ar. Saiba maisSaiba mais Para conhecer um pouco mais sobre o monitora- mento da qualidade do ar no estado de São Pau- lo, acesse o site da CETESB: http://www.cetesb. sp.gov.br. Nesse site é possível encontrar diversas informações sobre monitoramento ambiental e qualidade do ar, água e solos. Ainda a Resolução nº 003/1990 do CONAMA estabelece os métodos de amostragem e análise dos seguintes poluentes atmosféricos: �� Partículas Totais em Suspensão – mé- todo de amostrador de grandes volu- mes ou método equivalente. �� Fumaça – método da refletância ou método equivalente. �� Partículas Inaláveis – método de sepa- ração inercial/filtração ou método equi- valente. �� Dióxido de Enxofre – método de para- ronasilina ou método equivalente. �� Monóxido de Carbono – método do infravermelho não dispersivo ou méto- do equivalente. �� Ozônio – método da quimiolumines- cência ou método equivalente. �� Dióxido de Nitrogênio – método da quimioluminescência ou método equi- valente. Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 São diversos os métodos para amostragem e análise de poluentes atmosféricos e, a seguir, será apresentado um breve descritivo dos princi- pais, que são citados na Resolução nº 003/90 do CONAMA. O sistema de Amostrador por Grande Volu- me (AVG), também conhecido como Hi-Vol (Figu- ra 3), é um filtro isocinético, utilizado nas análises das partículas em suspensão. Para tal, o equipa- mento é devidamente instalado no ambiente em que se pretende monitorar e funciona puxando uma certa quantidade de ar através de um filtro, durante um período de amostragem de 24 horas. O filtro é pesado antes e depois da amos- tragem, e o volume de ar é amostrado a partir da vazão medida em relação ao tempo de amostra- gem, podendo-se então obter a concentração das partículas totais em suspensão. Esse moder- no equipamento possui um registrador automá- tico, que registra continuamente, em uma carta gráfica, a variação da vazão durante a amostra- gem (ENERGÉTICA, 2013). O método de refletância da luz é utilizado para análise de fumaça. Esse equipamento (Fi- gura 3) é formado por um trem de amostragem que, através do uso de uma bomba de vácuo, faz o ar atmosférico passar por um filtro de celulose, retendo a fumaça. Esse filtro é coletado e levado para um laboratório, para medição da concentra- ção através de um refletômetro especial (ENER- GÉTICA, 2013). Figura 3 – Amostrador de grandes volumes (à esquerda) e amostrador de fumaça (à direita). Fonte: Energética (2013). O método por separação inicial, para análise da concentração de partículas inaláveis, utiliza do mesmo equipamento de amostragem por gran- de volume, porém com uma forma diferenciada, em que o ar quando coletado para dentro de uma câmara retém uma camada oleosa de partículas maiores que 10 um (ENERGÉTICA, 2013). O dióxido de enxofre é analisado através do método de pararonasilina. Para tal, utiliza-se um equipamento de amostragem de pequeno volu- me (Figura 4). Seu sistema de captação leva o ar através de uma mangueira para frascos borbu- lhantes, preenchidos com soluções de reagentes específicos. Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Figura 4 – Exemplo de amostrador de pequeno volume para análise de dióxido de enxofre. Já as técnicas de quimioluminescência utili- zam reações químicas para obtenção de energia luminosa. A quantidade de luz emitida pode ser medida fornecendo informações das concentra- ções do ozônio. 2.2 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Solo A camada da crosta terrestre mais superfi- cial é o solo, de propriedades físicas, químicas e biológicas distintas, constituído por partículas minerais de diferentes tamanhos, água, orga- nismos vivos e matéria orgânica (FRAGA; DINIS, 2005). O solo está continuamente ameaçado por diferentes atividades humanas que podem levar à sua degradação, como a erosão, diminuição de matéria orgânica, contaminação local ou difusa, compactação, diminuição da biodiversidade, sa- linização e impermeabilização. Nessa situação, o solo desempenha papel primordial,pois é o ambiente mais complexo, apresentando-se como uma mistura de compo- nentes vivos e não vivos interagindo entre si e va- riando, naturalmente, no tempo e no espaço. O critério para o uso de um parâmetro como indicador de qualidade do solo é a sua capacida- de de interferir nos processos ecológicos, integrar as propriedades físicas, químicas e biológicas, além de ser facilmente utilizável por especialistas, técnicos e agricultores. Nesse sentido, os micror- Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 ganismos se enquadram nesses critérios, poden- do ser utilizados como sensíveis indicadores da qualidade do solo. O mecanismo de formação do solo é uma dinâmica de processos de fragmentação de natu- reza físico-química, transporte de sedimentação, evolução pedogênica, além da decomposição de rochas (FRAGA; DINIS, 2005). Esse recurso não re- novável desempenha variadas funções vitais, de caráter ambiental, ecológico, social e econômico, sendo importante componente para o desenvol- vimento de infraestruturas e atividades humanas, e importante elemento paisagístico, patrimonial e físico. Uma das principais funções do solo é sua atuação como filtro, depurando e imobilizando partículas e impurezas nele depositadas. Entre- tanto, sua capacidade é limitada, e as alterações em suas propriedades fundamentais, causadas muitas vezes pelo efeito cumulativo da deposi- ção de poluentes atmosféricos, aplicação excessi- va de defensivos agrícolas e fertilizantes e dispo- sição de resíduos sólidos urbanos, entre outros, podem gerar danos à ciclagem de nutrientes e da água, e até prejudicar a produção de alimentos de origem vegetal e animal (CETESB, 2013). Quaisquer alterações das características fí- sicas, químicas ou biológicas do solo, que sejam indesejáveis, podem prejudicar a vida de todos os organismos dependentes desse recurso, e são consideradas poluição. As atividades resultantes do crescimento urbano, o uso do solo, a extração de recursos e o aterro de resíduos são processos que podem provocar grandes impactos tanto no solo quanto nas águas subterrâneas. As principais fontes de poluição do solo são os agrotóxicos, de- posição inadequada de resíduos sólidos, aciden- tes com efluentes líquidos contaminantes duran- te seu transporte, produção ou manuseio e, não menos importante, as atividades de mineração. Esses poluidores irão primeiramente penetrar na zona atmosférica do solo, podendo infiltrar-se na zona insaturada e, de maneira mais crítica, poste- riormente nas águas subterrâneas. Existem dois tipos de poluente que mais afetam os solos: orgânicos persistentes e inorgâ- nicos: �� Poluentes orgânicos persistentes: são compostos estáveis que persistem no ambiente, resistindo a degradações físicas, químicas e biológicas, com capa- cidade de bioacumular em organismos vivos (atuam de maneira destrutiva no sistema reprodutor, imunológico e en- dócrino, e também são considerados carcinogênicos). Os poluentes orgâ- nicos mais famosos são os pesticidas (como o DDT), policlorobifenilos (PCBs), dioxinas e furanos. �� Poluentes inorgânicos: são agrotóxi- cos (inseticidas, herbicidas e fungici- das), fertilizantes (nitrogênio e fósforo) e metais pesados (chumbo, mercúrio, arsênio, cromo, cobre etc.). Com a preocupação das consequências ambientais desses processos deteriorantes, foi necessário desenvolver processos que monito- rassem e controlassem a poluição do solo e suas atividades de uso e ocupação. Para isso, são uti- lizadas principalmente técnicas de biomonitora- mento, com plantas e organismos bentônicos, os diferentes contaminantes irão provocar distintas reações nas espécies, podendo afetar sua distri- buição, causar alterações fisiológicas, ou serem extintas do local contaminado. Essas reações for- necem informações de concentrações e qualida- de do solo monitorado. Para avaliar a toxicidade de efluentes que possam ser tóxicos quando depositados no solo, é utilizado o método de alongamento e germi- nação de raízes, que tem como princípio avaliar o efeito fitotóxico no processo de germinação de sementes e desenvolvimento de raízes. A presen- ça de uma substância tóxica pode interferir nes- ses processos vitais da planta, alterando sua so- brevivência ou desenvolvimento regular. Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 Os indicadores de qualidade do solo podem ser classificados como físicos, químicos e biológi- cos. O Quadro 4, a seguir, apresenta os principais indicadores físicos, químicos e biológicos que po- dem ser utilizados no monitoramento ambiental do solo. Quadro 4 – Exemplos de indicadores de qualidade do solo. Fonte: Doran e Parkin (1994). O monitoramento da qualidade do solo pode ser realizado através da observação dos indicadores apresentados no Quadro 4. Amos- tragens do solo e análise dos seus componentes químicos, físicos ou biológicos são as formas mais usuais de monitoramento da qualidade dos solos. Saiba maisSaiba mais No estado de São Paulo, o monitoramento da qualidade dos solos e águas subterrâneas é ba- seado em uma listagem de valores orientadores, que correspondem a concentrações de subs- tâncias químicas que fornecem orientação so- bre a condição de qualidade de solo e de água subterrânea e são utilizados como instrumentos para prevenção e controle da contaminação e gerenciamento de áreas contaminadas sob inves- tigação. Esses valores e diretrizes para monitora- mento do solo estão descritos na Lei Estadual nº 13.577, de 08 de julho de 2009. Em âmbito nacional, a Resolução CONAMA nº 420/2009 dispõe sobre critérios e valores orien- tadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas conta- minadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. O Anexo I, da Resolução CONAMA nº 420/2009 estabelece procedimentos para o es- tabelecimento de Valores de Referência de Qua- lidade (VRQs) para as substâncias inorgânicas de ocorrência natural no solo, que são estabelecidos a partir de interpretação estatística dos resulta- dos analíticos obtidos em amostras coletadas nos Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 principais tipos de solo do estado, conforme as etapas descritas a seguir (conforme Anexo I, da Resolução CONAMA nº 420/2009): 1 - Seleção dos tipos de solo Identificar os tipos de solo em cada es- tado, com base em critérios tais como o material de origem do solo (litologia), re- levo e clima, de modo a se obter um con- junto de tipos de solo que representem os compartimentos geomorfológicos, pedológicos, geológicos mais represen- tativos do estado. 2 - Seleção de parâmetros para carac- terização do solo Os parâmetros a serem determinados para caracterização do solo são: carbo- no orgânico, pH em água, capacidade de troca catiônica (CTC) e teores de argila, silte, areia e de óxidos de alumínio, ferro e manganês. Considerando as peculiarida- des regionais, outros parâmetros pode- rão ser incluídos. Em cada compartimento selecionado conforme o item 1 deverão ser definidas estações de amostragem, em trechos sem interferência antropogênica ou com interferência antropogênica desprezível, que devem ser distribuídas de modo a re- presentar estatisticamente a área geográ- fica de ocorrência de cada tipo de solo. A amostra de cada estação será do tipo composta, formada por subamostras de 10 (dez) pontos amostrais, obtidas na profundidade de 0-20 cm. Amostragens simples ou para outras profundidades poderão ser adotadas em função de es- pecificidades regionais. As coordenadas geográficas e a altitude dos pontos amos- trais devem ser anotadas, especificando o sistema geodésico de referência. Deverão ser adotados procedimentos de coleta, manuseio, preservação, acon- dicionamento e transporte de amostras, descritos em normas nacionais e interna- cionais, respeitando-seos prazos de vali- dade. 3 – Metodologias analíticas Para análise das substâncias inorgânicas listadas no Anexo II, utilizar a fração de solo menor que 2mm. A metodologia analítica para a extração das substâncias inorgânicas (exceto mercúrio) das amos- tras será a USEPA 3050 ou USEPA 3051 ou em suas atualizações. As determinações do pH em água, CTC e dos teores de car- bono orgânico, argila, silte, areia, óxidos de ferro, alumínio, manganês e silício devem seguir as metodologias analíticas definidas pela EMBRAPA. No caso de ocorrência natural, reconheci- da pelo órgão ambiental competente, de substâncias não contempladas nas meto- dologias citadas anteriormente, deverão ser adotadas metodologias que atendam às especificações descritas em normas reconhecidas internacionalmente, que incluam a edição mais recente dos méto- dos publicados pela USEPA (United States Environmental Protection Agency), série SW-846 – Test Methods for Evaluating So- lid Waste; pela ISO (International Standa- rization Organization) e pela DIN (Deuts- ches Institut für Normung). As análises químicas deverão contemplar rastreabilidade analítica, validação, cartas controle elaboradas com faixas de con- centração significativamente próximas daquelas esperadas nas matrizes sólidas) e ensaios com materiais de referência cer- tificados, a fim de comprovar a exatidão dos resultados por meio de ensaios para- lelos. 4 – Interpretação dos dados e obten- ção dos VRQs Cada estado poderá estabelecer, por substância, um único VRQ ou um VRQ para cada tipo de solo. O VRQ de cada substância poderá ser estabelecido com base no percentil 75 ou percentil 90 do universo amostral, retiradas previamente as anomalias. O referido VRQ será deter- minado utilizando tratamento estatístico aplicável e em conformidade com a con- cepção do plano de amostragem e com o conjunto amostral obtido. As anomalias deverão ser avaliadas em estudos específicos e interpretadas esta- tisticamente. Para as determinações das substâncias químicas em que todos os re- sultados analíticos forem menores do que o limite de quantificação praticável (LQP) do respectivo método analítico, eleger “< LQP” como sendo o VRQ da substância e excluí-las dos demais procedimentos de interpretação estatística. Para interpretação estatística das subs- tâncias químicas em que parte dos re- sultados analíticos forem menores que o limite de quantificação praticável (LQP), considerar como resultado na matriz de dados o valor LQP/2. Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Para as substâncias que apresentarem mais do que 60% de resultados superio- res ao limite de quantificação, a definição de agrupamento de tipos de solo deverá ser realizada com base em teste estatís- tico que comprove semelhança entre os grupos amostrais. Para estabelecimento do VRQ de cada substância, avaliar a necessidade de se excluir da matriz de dados os resultados discrepantes (outliers), identificados por métodos estatísticos. As substâncias cujo percentil selecionado for igual ao LQP/2, adotar “< LQP” como sendo o VRQ da substância. 5 – Base de dados Os dados obtidos pelos estados na amos- tragem, determinações analíticas e os VRQs, deverão compor a base de dados sobre qualidade de solos. 2.3 Poluição e Monitoramento da Qualidade da Água Quando os recursos hídricos são influen- ciados pelo uso para suprimento das demandas dos núcleos urbanos, da agricultura, indústrias e alterações no solo urbano e rural, sua qualidade naturalmente sofrerá alterações. Esses recursos possuem capacidade de assimilar e diluir resíduos e esgotos (através de processos físicos, químicos e biológicos) pela autodepuração, porém com ca- pacidade limitada. Monitoramento da qualidade da água: for- nece informações básicas e avalia os padrões de poluentes contidos nos corpos hídricos caracteri- zando uma poluição. O monitoramento é impor- tante para avaliar o uso de um corpo hídrico. Avaliação da qualidade da água Para se avaliar a qualidade ambiental como um todo, é preciso obter informações que este- jam integradas entre os fatores bióticos e abióti- cos que regem o funcionamento do ecossistema. A avaliação de um ecossistema possui parâme- tros físicos, químicos e biológicos. Para avaliação da qualidade da água, esses parâmetros devem ser considerados. I – Parâmetros físicos e químicos: �� Variáveis climatológicas; �� Variáveis hidrológicas: �� Radiação solar subaquática; �� Zona eutrófica e transparência da água; �� Temperatura da água. �� Oxigênio dissolvido; �� pH e alcalinidade; �� Condutividade elétrica; �� Demanda Biológica do Oxigênio (DBO) e Demanda Química do Oxigênio (DQO); �� Material em suspensão; �� Compostos de nitrogênio e fós- foro. II – Parâmetros biológicos: �� Bactérias termotolerantes (coli- formes); �� Comunidade planctônica. Doenças de veiculação hídrica Neste tópico, será dado destaque às doen- ças de veiculação hídrica, pois estas são responsá- veis por muitas mortes em áreas desprovidas de infraestrutura de saneamento ambiental. Todos os seres vivos possuem água em sua constituição, sendo que no organismo humano corresponde a cerca de 70% de sua massa cor- poral. A água desempenha funções fisiológicas fundamentais, como: dissolver e diluir todos os componentes solúveis do organismo, servir como Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 veículo de elementos e compostos a serem excre- tados e regular a temperatura corporal. A água doce do planeta representa apenas 3% do total da água existente na natureza. Os 97% restantes de água encontram-se nos ocea- nos e mares gelados. A maior parte da água doce, aproximadamente 2,3% dos 3% existentes, está congelada nas calotas polares e geleiras, ou em lençóis subterrâneos muito profundos. De acordo com Mota (1994), não se encon- tra água pura na natureza, pois sempre há impu- rezas, que podem ser de origem física, química e biológica. Contudo, essas impurezas deverão estar em nível não prejudicial ao homem, sendo que os valores são estabelecidos pelos órgãos de saúde pública. Para cada atividade, a água deve apresentar características qualitativas diferentes que podem ser comprometidas por fatores “naturais” e/ou an- trópicos recebidos (BRANCO, 1991). A contaminação da água, solo, ar, entre outros, se deve a elementos que são ali lança- dos, tornando-se nocivos à saúde dos indivíduos (MARTOS; MAIA, 1997). Geralmente, a contaminação da água se dá pela incorporação de resíduos, sendo as excretas de humanos e animais os principais agentes con- taminadores. A contaminação fecal da água pode incorporar uma variedade de organismos pato- gênicos. Os principais agentes biológicos encon- trados na água são bactérias, vírus, protozoários e helmintos, sendo que as bactérias representam os principais agentes responsáveis por morbida- de na população. Através da água, muitas doenças podem ser transmitidas ao homem. São as chamadas “doen- ças de veiculação hídrica” (MOTA, 1994). A doença pode ser definida como um desarranjo ou falha no organismo do indivíduo exposto, conduzindo a uma perturbação da estrutura e na função do órgão afetado. Para Pereira (1995), o curso da doença não é igual no organismo de todos os indivíduos, exis- tindo uma variação de um caso para outro. Da mesma maneira, os mecanismos de transmissão são diversos, podendo as doenças serem transmi- tidas de humanos para humanos ou de animais para humanos, podendo chegar até nós também por vetores, pelo ar que respiramos, água que be- bemos e pelo solo que pisamos. Quase 80% de todas as doenças dos países em desenvolvimento são provenientes de água de má qualidade (MARULLI, 1999). Devido à con- dição socioeconômica desfavorável, condições precárias de saneamento e má qualidade das águas em países em desenvolvimento, as diar- reias (enterites e disenterias) são reconhecidas pela OMS como sendo as principais causasde morbimortalidade em crianças na faixa etária de 0 a 4 anos de idade (ESCUDER et al., 1999; MOTA, 1994). De acordo com Mota (1994), entre as doen- ças transmitidas pela água ao homem, por agen- tes biológicos, destacam-se a febre tifoide, febre paratifoide, diarreia, disenteria bacilar, giardíase, cólera e hepatite. Entre as doenças causadas por bactérias, podemos destacar a diarreia causada por Esche- richia coli. Em áreas com saneamento deficiente, a diarreia pode ser endêmica e sua transmissão está vinculada à contaminação fecal. Hábitos de higiene pessoal inadequada de portadores e más condições de saneamento ambiental contribuem para a disseminação desse patógeno. Para manter um controle da qualidade mi- crobiológica da água de abastecimento, alguns microrganismos foram eleitos como indicadores de contaminação, pela dificuldade que seria o iso- lamento de cada patógeno separadamente. Os principais indicadores utilizados para exame da água são: coliformes totais, coliformes fecais, es- treptococos fecais e clostrídeos sulfito-redutores – todos indicadores de contaminação fecal. As razões para o grupo dos coliformes ser escolhido como indicador de contaminação da água são: aparecem em grande quantidade nas fezes humanas; cada pessoa pode eliminar até 100 bilhões de bactérias num único dia; por se- rem encontrados nas fezes de humanos e animais, pode-se afirmar que a água teve contado com excretas de animais ou humanos; sua identifica- ção, do ponto de vista laboratorial, requer técni- Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 cas simples e econômicas; o organismo indicador deve viver na água tão bem quanto o organismo patogênico (CVS, 2005; TORTORA et al., 2003). Pelo fato de apenas a E. coli ser exclusiva- mente um organismo que vive no intestino, en- quanto outras bactérias são encontradas em vá- rios ambientes (planta e solo), a E. coli é utilizada como um indicador de contaminação fecal nos testes de qualidade da água. A ausência de coliformes é prova de uma água bacteriologicamente potável, pois o grupo coliforme é considerado um indicador confiável da adequabilidade do tratamento da água. AtençãoAtenção Principais Doenças Relacionadas com a Água Por ingestão de água contaminada: • Cólera; • Disenteria amebiana; • Disenteria bacilar; • Febre tifoide e paratifoide; • Gastroenterite; • Giardíase; • Hepatite infecciosa; • Leptospirose; • Paralisia infantil; • Salmonelose. Por contato com água contaminada: • Escabiose (doença parasitária cutânea conhecida como sarna); • Tracoma (mais frequente nas zonas rurais); • Verminoses, tendo a água como um estágio do ciclo; • Esquistossomose. Por meio de insetos que se desenvolvem na água: • Dengue; • Febre amarela; • Filariose; • Malária. Cólera, febre tifoide e paratifoide são as doenças mais frequentemente ocasionadas por águas contaminadas e penetram no organismo via cutaneomucosa, como é o caso de via oral. A qualidade da água é alterada em função de distintos e numerosos impactos ambientais advindos de atividades antrópicas, tais como: �� Mineração; �� Construção de barragens e represas; �� Retilinização e desvio do curso natural de rios; �� Lançamento de efluentes domésticos e industriais não tratados; �� Desmatamento e uso inadequado do solo em regiões ripárias e planícies de inundação; �� Superexploração de recursos pesquei- ros; �� Introdução de espécies exóticas. Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Como consequência dessas atividades, tem-se observado uma enorme queda da quali- dade da água e perda de biodiversidade aquáti- ca, em função da desestruturação do ambiente físico, químico e alteração da dinâmica natural das comunidades biológicas. Nossos rios são co- letores naturais das paisagens, que demonstram as consequências do uso e ocupação do solo. Os principais processos de degradação observados em função das atividades humanas nas bacias de drenagem são o assoreamento e homogenei- zação do leito de rios e córregos, diminuição da diversidade de habitats e micro-habitats e eutrofi- zação artificial (enriquecimento por aumento nas concentrações de fósforo e nitrogênio). Um dos principais tipos de monitoramento da qualidade da água, muito utilizado nos dias de hoje, é o macroinvertebrado bentônico, um mo- nitoramento biológico. A utilização de macroin- vertebrados bentônicos em estudos de impacto ambiental ainda é muito recente no Brasil. O es- tudo ecológico desses organismos como bioin- dicadores de qualidade de água é amplamente utilizado em diversos países (p. ex., Inglaterra, Espanha, Austrália, Estados Unidos e Canadá). Os Estados Unidos já estão mais avançados quanto à utilização desses bioindicadores, entre outros grupos de organismos, na avaliação ambiental (GOULART; CALLISTO, 2003). Esse tipo de moni- toramento fornece informações da qualidade da água através da análise da quantidade ou apare- cimento de diferentes espécies no local de coleta de dados (Figura 6). Figura 6 – Organismos bentônicos e sua associação com a qualidade das águas. Fonte: Goulart e Callisto (2003). Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 Em relação às disposições legais referentes à qualidade das águas, a Resolução CONAMA nº 357/2005 dispõe sobre a classificação dos cor- pos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condi- ções e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Nessa resolução, os corpos hídricos são classificados em águas doces, salo- bras e salinas, e são estabelecidas classes de usos dos mesmos, de acordo com suas características ambientais e de intervenções antrópicas. Outros instrumentos legais importantes para o monito- ramento das águas são: a Resolução CONAMA nº 274/2000, que define critérios para a classificação de águas destinadas à recreação de contato pri- mário, em praias e reservatórios de uso para con- tato primário ou balneário; e a Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, que estabelece parâmetros mínimos para potabilidade da água. Assim, o monitoramento visa a permi- tir uma avaliação adequada da qualidade da água. Para tanto, segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), podem ser utilizadas diversas con- figurações, em termos de localização dos pontos de monitoramento, de periodicidade e de tipos de parâmetro monitorados, sempre em função dos objetivos visados: �� Monitoramento básico – realizado em pontos estratégicos para acompa- nhamento da evolução da qualidade das águas, identificação de tendências e apoio à elaboração de diagnósticos. Além disso, os resultados obtidos no monitoramento permitem a identifi- cação de locais onde é necessário um maior detalhamento. A frequência des- se tipo de monitoramento acompanha os ciclos hidrológicos, ou seja, geral- mente varia de uma frequência mínima trimestral até uma frequência mensal. Os parâmetros monitorados nessa mo- dalidade devem estar relacionados com o tipo de uso e ocupação da bacia con- tribuinte à estação e com os objetivos da rede. Sendo assim, tanto a localiza- ção das estações quanto os parâmetros monitorados devem ser reavaliados pe- riodicamente. �� Inventários – esta modalidade com- preende observações associadas à ava- liação intensiva de um espectro mais ou menos amplo de parâmetros com o objetivo de estabelecer um diagnóstico da qualidade das águas de um trecho específico de curso d’água. Essa ava- liação pode estar associada ao acom- panhamento de ações limitadas no tempo (por exemplo, implantação de empreendimentos hidrelétricos). No in- ventário, a frequência de amostragem é alta, variando de diária até mensal, por um período de tempo determinado. �� Vigilância – nesta modalidade in- cluem-se as observações efetuadas em locais onde a qualidade das águas é de fundamental importância para um determinado uso (especialmente para consumo humano) ouem locais críti- cos em termos de poluição associada ao uso da água. Nesse caso, é necessá- rio um monitoramento praticamente em tempo real, o que pressupõe a uti- lização de aparelhos automáticos de medição, o que limita os tipos de parâ- metro monitorado. Entretanto, um bom acompanhamento dos parâmetros pH, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica já permite identificar alterações associadas a ações antrópicas, configu- rando um alerta para a tomada de pro- vidências. �� De Conformidade – nesta modalidade, incluem-se as observações feitas pelos usuários dos recursos hídricos (automo- nitoramento) em atendimento a requi- sitos legais presentes nos marcos regu- latórios (Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, Resolução nº 357 do CONA- MA), nas condicionantes das licenças ambientais e nos termos de outorga. Tanto a periodicidade quanto os parâ- Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 metros monitorados são determinados pelos órgãos competentes. O planejamento de uma rede de mo- nitoramento de qualidade da água é iniciado a partir da definição dos objetivos do monitoramento. A par- tir desses objetivos são definidas as configurações da rede em termos do número e da localização das estações; da frequência de monitoramento; e dos parâmetros a serem monitorados. Essas definições são condicionadas à disponibilidade de recursos para o mo- nitoramento. Definidos os roteiros, são identificados os aparatos necessários para a coleta e preservação das amos- tras, bem como para determinação de parâmetros em campo. Existem hoje diversos tipos de kit de monitoramento da qualidade da água para realização de amostragens em campo. De uma maneira geral, esses kits analisam uma variável mínima de indicadores, sendo estes: temperatura, condutividade, pH, oxigênio dissolvido, teores de nutrientes dissolvidos e totais (como nitrogênio e fósforo), materiais em suspensão e turbidez (Figura 7). Figura 7 – Exemplo de kit de análise de água. Fonte: http://www.alfakit.ind.br Saiba maisSaiba mais Para saber mais sobre os padrões de qualidade da água estabelecidos nas Resoluções CONAMA nº 357/2005 e nº 274/2000, consulte os links: CONAMA nº 357/2005: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf CONAMA nº 274/2000: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=272 http://www.alfakit.ind.br/ Sandra Eliza Beu Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 O capítulo 2 compreendeu os principais conceitos e aspectos associados à poluição do ar, solo e águas. Este capítulo foi iniciado com uma apresentação sobre os principais fatores associados à poluição atmosférica e suas causas. Apresentou uma caracterização dos poluentes do ar e seus efeitos à fauna, flora e saúde da população. Em seguida foi apresentada uma classificação de poluentes primários e se- cundários e os aspectos relacionados à Resolução CONAMA nº 003 de 1990, que apresenta, junto com a Portaria Normativa nº 438 de 14/03/1990, os padrões de qualidade do ar que são exigidos no Brasil. Em seguida, foi apresentada uma classificação de poluentes atmosféricos e descritos os padrões de qualida- de do ar exigidos legalmente pela Resolução CONAMA nº 003/1990. Na sequência, foi citado o exemplo do estado de São Paulo que no seu Decreto Estadual nº 59113 de 23/04/2013 estabelece metas gradati- vas e progressivas para que a poluição atmosférica seja reduzida a níveis desejáveis ao longo do tempo. Com base nessa resolução, foram apresentados também alguns métodos de amostragem e análise de poluentes atmosféricos. Após o tópico de monitoramento da qualidade do ar, foram apresentados os aspectos relacionados à poluição e monitoramento da qualidade do solo. Assim, foram apresentadas as funções e características do solo, assim como os tipos de poluente que mais afetam os solos (persis- tentes e orgânicos). Também foi apresentada a importância do biomonitoramento e que este pode ser aplicado no controle ambiental dos solos. Após esse tema, foram apresentados os principais indicadores de qualidade dos solos e sua relação com a qualidade dos solos. Também foi apresentado o principal ins- trumento legal referente aos critérios e valores orientadores de qualidade do solo (Resolução CONAMA nº 420/2009). Após a caracterização dos principais fatores de interferência na qualidade do solo, foi apre- sentado um tópico referente à poluição, monitoramento e qualidade da água. O tópico foi iniciado com uma apresentação sobre monitoramento da qualidade da água e como deve ser realizada a avaliação da qualidade da água, que deve considerar parâmetros físicos, químicos e biológicos. Nesse tópico, foi dada ênfase às doenças de veiculação hídrica, pois estas são responsáveis por muitas mortes em países em desenvolvimento. Foram apresentados os principais fatores associados à poluição das águas e disse- minação de doenças e quais as doenças mais comuns e que servem como indicadores da má qualidade das águas e do saneamento ambiental deficiente. Também foram apresentados exemplos de impactos e atividades antrópicas que afetam a qualidade das águas e exemplos de bioindicadores de qualidade da água. O fechamento do capítulo foi realizado com uma apresentação sobre a importância da rede de monitoramento e exemplos de como o monitoramento pode ser aplicado. 2.4 Resumo do Capítulo Monitoramento e Qualidade Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 2.5 Atividades Propostas Com base nas informações apresentadas no capítulo, responda às seguintes questões: 1. Em relação à poluição e monitoramento da qualidade do ar, comente sobre os principais fa- tores responsáveis por esse tipo de poluição e cite exemplos de poluentes classificados como primários e secundários. 2. Considerando as informações apresentadas referentes à poluição e monitoramento da qua- lidade do solo, apresente quais os dois tipos de poluente que mais afetam o solo. Faça uma breve caracterização de cada tipo. 3. Apresente três exemplos de indicadores de qualidade do solo e sua relação com a qualidade do solo. 4. Em relação à poluição e monitoramento da qualidade da água, apresente os principais parâ- metros que devem ser considerados na análise ambiental e exemplos de cada um. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 Caro(a) aluno(a), Na temática 3, será apresentada uma abor- dagem sobre a importância dos sistemas de in- tegração de informações, como os Sistemas de Integrações de Informações (SIGs) para apoio ao monitoramento ambiental, assim como o uso de imagens de satélite, que cada vez mais são utiliza- das pelas políticas públicas para o planejamento e monitoramento ambiental. 3 3.1 Sistemas de Integração de Informações Para o monitoramento ambiental também é de grande importância o estabelecimento de metodologias para análise integrada de informa- ções. Algumas situações exigem que o monito- ramento e análise da qualidade ambiental con- siderem as inter-relações de diversos indicadores ambientais e essa análise integrada requer o uso de sistemas de integração de informações para análise dos dados. Segundo Santos (2004), a análise integrada de dados é possível se for estabelecida uma es- trutura clara e representativa das interações do território. Uma das formas de se estabelecer essa integração se dá através da análise de dados te- máticos, através de mapas. Os mapas compreendem representações cartográficas do território, que variam de acordo com sua escala e objeto de análise. Um mapa per- mite observar as localizações, extensões, padrões de distribuição e as relações dos componentes distribuídos em um espaço delimitado. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são softwares que utilizam os diversos indi- cadores ambientais para integração de informa- ções e análise integrada de dados. Um SIG ou GIS (Geographic Information Sys- tem) é um sistema composto por software, usuá- rio, hardware, dados e metodologia (ou técnicas)
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