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Prévia do material em texto

Monitoramento 
e Qualidade 
Ambiental
Sandra Eliza Beu
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Monitoramento e 
Qualidade Ambiental, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado 
dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar 
aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 TEMÁTICA 1: PRINCIPAIS CONCEITOS SOBRE MONITORAMENTO E 
QUALIDADE AMBIENTAL .................................................................................................................7
1.1 Bases Conceituais de Monitoramento e Qualidade Ambiental .....................................................................7
1.2 Desenvolvimento Socioambiental e Poluição Ambiental: Conflitos e Necessidade de 
Monitoramento Ambiental .......................................................................................................................................8
1.3 Principais Conceitos e Tipos de Poluição Ambiental .....................................................................................13
1.4 Risco Ambiental e a Importância do Monitoramento ...................................................................................14
1.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................15
1.6 Atividades Propostas ..................................................................................................................................................16
2 TEMÁTICA 2: TIPOS DE POLUIÇÃO AMBIENTAL E PRINCIPAIS 
ESTRATÉGIAS PARA MONITORAMENTO ........................................................................... 17
2.1 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Ar ..............................................................................................17
2.2 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Solo ..........................................................................................24
2.3 Poluição e Monitoramento da Qualidade da Água .........................................................................................28
2.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................34
2.5 Atividades Propostas ..................................................................................................................................................35
3 TEMÁTICA 3: TECNOLOGIAS PARA MONITORAMENTO DA QUALIDADE 
AMBIENTAL ..............................................................................................................................................37
3.1 Sistemas de Integração de Informações ..............................................................................................................37
3.2 Uso do GPS no Monitoramento Ambiental ........................................................................................................39
3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................40
3.4 Atividade Proposta .......................................................................................................................................................41
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 43
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 47
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral, do curso, é o de oferecer-lhe subsídios para compreender os princípios de moni-
toramento e qualidade ambiental, com base em uma análise sistêmica e integrada das relações entre os 
usos antrópicos e a qualidade dos recursos naturais. 
Esta apostila e a disciplina, como um todo, buscam apresentar uma definição dos conceitos funda-
mentais para o monitoramento e a qualidade ambiental, apresentando as principais bases conceituais e 
metodologias associadas a essa área de conhecimento. 
Dessa forma, a disciplina é dividida em três temáticas principais, sendo que a primeira compreen-
de uma abordagem conceitual sobre monitoramento ambiental e a apresentação de metodologias de 
amostragem e análise de poluentes. A temática 2 apresenta aspectos sobre monitoramento da qualida-
de do ar, recursos hídricos e solo e a temática 3 compreende aspectos teóricos associados ao monitora-
mento de fontes de poluição de efluentes gasosos e líquidos, assim como o funcionamento das redes de 
monitoramento. 
Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desse trajeto.
Profa. Msc. Sandra Eliza Beu 
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
TEMÁTICA 1: PRINCIPAIS CONCEITOS 
SOBRE MONITORAMENTO E 
QUALIDADE AMBIENTAL1
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, vamos iniciar uma discussão 
sobre os principais aspectos conceituais associa-
dos ao monitoramento ambiental. 
O conceito de monitoramento ambiental 
pode ser entendido como uma forma ou proce-
dimento metodológico de coleta de dados que 
compreende um acompanhamento contínuo e 
sistemático das variáveis ambientais, com o obje-
tivo de identificar e avaliar – qualitativa e quanti-
tativamente – as condições dos recursos naturais 
em um determinado momento, assim como as 
tendências ao longo do tempo, sob influências 
de ações antrópicas. 
O monitoramento ambiental é de grande 
importância na avaliação da qualidade ambiental, 
pois o mesmo fornece informações sobre os fato-
res que influenciam o estado de conservação e da 
qualidade ambiental da área estudada. 
O conceito de qualidade ambiental envolve 
uma temática e abordagem complexa, pois neste 
há uma diversidade de fatores associados e que 
devem considerar relações econômicas, sociais, 
culturais e ambientais. Os aspectos que envolvem 
e asseguram a qualidade ambiental de uma de-
terminada região devem ser baseados na análise 
de indicadores ambientais. De acordo com Silva 
(2002), entende-se por boa qualidade ambiental 
urbana a associação dos parâmetros físicos, quí-
micos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e 
culturais que permita o desenvolvimento harmo-
1.1 Bases Conceituais de Monitoramento e Qualidade Ambiental
nioso, pleno e digno de vida. Tanto o monitora-
mento quanto a qualidade ambiental são basea-
dos em indicadores ambientais. 
Os indicadores ambientais compreendem 
um conjunto de dados quantitativos ou qualita-
tivos que possibilitam o acompanhamento de 
alteração de padrões ambientais e de estratégias 
de ação sobre o meio ambiente através da análise 
sistemática e da expressão sintética das evoluções 
temporais e/ou espaciais, em relação a uma situa-
ção de referência, com o objetivo de estabelecer 
metas e verificar eficiência e eficácia das ações.Sandra Eliza Beu
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8
AtençãoAtenção
Alterações da qualidade ambiental são em 
grande parte associadas à modificação de pro-
cessos naturais ou sociais provocada por ação 
humana.
Dessa forma, o monitoramento ambiental 
é fundamental para a avaliação da qualidade dos 
recursos naturais e atua como uma ferramenta 
importante no controle da poluição ambiental. 
1.2 Desenvolvimento Socioambiental e Poluição Ambiental: Conflitos e 
Necessidade de Monitoramento Ambiental 
A maioria dos grandes centros urbanos 
apresenta um acelerado crescimento, muitas ve-
zes sem um planejamento adequado, levando à 
deterioração dos espaços ambientais e seus re-
cursos. O modelo de produção urbano-industrial 
que utilizamos tem como contrapartida a polui-
ção ambiental do ar, solo e água. 
A grande concentração de pessoas nos cen-
tros urbanos tem deixado a população vulnerável 
ao atendimento de suas necessidades mais bási-
cas, como o abastecimento de água, tratamento 
de efluentes, drenagem fluvial e destinação de 
lixo urbano (VALLE, 2004). Esta vulnerabilidade, 
associada à grande emissão de poluentes gera-
dos por atividades urbanas e industriais vêm cada 
vez mais influenciando nos conflitos e desafios 
associados às necessidades de controle e monito-
ramento ambiental. 
Até alguns anos, a poluição ambiental era 
estudada por seus efeitos locais, e as soluções 
eram aplicadas de forma localizada, sem a per-
cepção de que esse tipo de ação afetava global-
mente o ambiente. Após técnicas de mensuração 
do meio, as pessoas passaram a conscientizar-se 
dos efeitos globais que essas ações localizadas 
(como exemplo podemos citar a coleta de lixo 
urbano para disposição em aterros) e poluidoras 
provocavam. 
A perda da biodiversidade, chuvas ácidas, 
contaminação dos mares, desflorestamento, 
desertificação e contaminação dos mares são 
apenas alguns dos exemplos dos esgotamentos 
dos recursos e da degradação do meio ambien-
te (VALLE, 2004). Todas as alterações citadas são 
diferentes consequências das ações humanas, 
que podem ser utilizadas para demonstrar a atual 
qualidade de nosso ambiente.
Além da preocupação com a biodiversida-
de, os efeitos da poluição ambiental geram cada 
vez mais riscos à saúde humana e à qualidade do 
uso dos recursos naturais para atividades antró-
picas.
As discussões sobre os tipos de risco têm 
crescido nos últimos tempos, pela própria ne-
cessidade que a ciência requer de procurar al-
ternativas que direcionem a tomada de medidas 
preventivas, a fim de conseguir minimizar os inú-
meros efeitos negativos à sociedade.
O risco ambiental pode ser associado às 
noções de incerteza, exposição ao perigo, perda 
e prejuízos em decor-
rência de processos 
naturais ou associa-
dos às relações hu-
manas que interferem 
diretamente na quali-
dade ambiental. 
Monitoramento e Qualidade Ambiental
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9
AtençãoAtenção
A qualidade ambiental é o estado das condi-
ções do meio ambiente e seus recursos, ex-
pressas por indicadores ou índices relacionados 
com os padrões de qualidade ambiental, refe-
rindo-se a características variadas, tais como 
pureza ou poluição da água e do ar, ruído, aces-
so aos espaços abertos, os efeitos visuais das 
áreas construídas, e os efeitos potenciais que 
tais características podem ter na saúde física e 
mental dos indivíduos. 
Muitos autores compreendem uma boa 
qualidade ambiental como aquela em que pa-
râmetros químicos, físicos, biológicos, culturais, 
políticos, econômicos e sociais estão associados, 
de maneira que promovam um desenvolvimento 
harmonioso, para a humanidade, além de condi-
ções mínimas necessárias para o desenvolvimen-
to e sobrevivência de todos os organismos terres-
tres (SILVA, 2002).
Saiba maisSaiba mais
A qualidade ambiental pode estar intimamente 
ligada à qualidade de vida, pois a vida é um siste-
ma que depende do meio ambiente, sendo que 
este irá influenciar as diferentes formas e ativida-
des de vida e seus múltiplos organismos. Há uma 
interação e um equilíbrio entre ambos que irá va-
riar de escala em tempo e lugar. Pina e Resende 
(2009) apud Dias (2011) afirmam que quanto mais 
próximo do estado natural melhor será a qualida-
de ambiental e a qualidade de vida.
Hoje, empresas e organizações que preten-
dem obter financiamentos no mercado interna-
cional, e que almejam serem líderes econômicos 
no seu mercado de atuação, utilizam a qualidade 
ambiental como parte de sua imagem, contro-
lando os impactos causados por suas operações 
tanto internas (como resíduos resultantes da pro-
dução de um produto) quanto externas (como 
despejo de efluentes contaminados, emissões at-
mosféricas e até impactos causados por veículos 
da frota de distribuição de seus produtos).
Os principais fatores que envolvem aspec-
tos da qualidade ambiental podem ser identifica-
dos através de questionamentos que deverão ser 
solucionados para estabelecer critérios nas análi-
ses da qualidade do ambiente, como, por exem-
plo:
�� “Qual é o padrão de qualidade a ser 
usado para determinar essa boa quali-
dade?”
�� “Qual seria o seu mínimo?” 
�� “Quais os critérios a serem empregados 
para determinar os parâmetros de qua-
lidade ambiental?” 
Os estudos ambientais são importantíssimas 
ferramentas para preservação e gerenciamento 
dos recursos ambientais, pois fornecem indica-
tivos para a racionalização de seu uso e mane-
jo, muitas vezes solucionando problemas. Para 
tal, muitas organizações e agências reguladoras 
promovem o monitoramento ambiental, seja da 
água, ar ou solo. 
Uma das etapas do processo de avaliação 
de impacto ambiental é exatamente o monitora-
mento ambiental. 
Seu objetivo principal é o de verificar o 
atendimento de requisitos obrigatórios, como 
parâmetros legais ou condições impostas pela li-
cença ambiental, além de comparar os impactos 
reais com os impactos previstos, de modo que 
possam ser recomendadas ações corretivas caso 
os resultados do monitoramento mostrem algu-
ma inconformidade com relação a algum critério 
já previamente estabelecido (como um padrão 
legal), conforme citado por Vilela Júnior e Dema-
jorovic (2006).
O monitoramento ambiental consiste em 
um processo de medições e/ou observações sis-
temáticas e periódicas, dirigidas a alguns parâme-
tros e indicadores, com o objetivo de verificar se 
algum tipo de impacto ambiental está ocorrendo, 
podendo assim dimensionar a magnitude do im-
pacto com o intuito de promover eventuais me-
didas mitigadoras e preventivas (BITAR; ORTEGA, 
1998). 
Sandra Eliza Beu
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10
O monitoramento ambiental deve atender 
aos seguintes aspectos:
�� Fornecer informações que permitam 
avaliar medidas corretivas para modifi-
car ou ajustar ações degradantes.
�� Fornecer informações imediatas, caso 
um indicador de impactos se aproxime 
de valores críticos.
�� Alertar para futuros impactos não pre-
vistos, ou mudanças não esperadas no 
ambiente.
O monitoramento ambiental deve ser ba-
seado em indicadores ambientais. Os indicadores 
ambientais irão fornecer informações para que 
possam ser feitas as avaliações da qualidade do 
meio ambiente. Hoje, segundo o Ministério do 
Meio Ambiente (BRASIL, 2013), os indicadores, de 
modo geral, são informações quantificadas, de 
caráter científico e de fácil compreensão, utiliza-
das em processos de decisões em todos os níveis 
da sociedade, muito úteis como ferramentas de 
avaliação de diferentes fenômenos, de modo a 
apresentar suas tendências e progressos que po-
dem se alterar ao longo do tempo. 
Já os indicadores, mais especificamente, 
ambientais são estatísticas selecionadas que re-
sumem e demonstram diferentes aspectos do 
estado do meio ambiente, recursos naturais e ati-
vidades humanas que possam estar relacionados. 
Os indicadores ambientais permitem a simplifica-
ção do número de informações para se lidar com 
uma dada realidade por representar uma medida 
que ilustra e comunica umconjunto de fenôme-
nos que levem à redução de investimentos em 
tempo e recursos financeiros. 
O artigo 32, do Decreto nº 60.101, de 26 de 
abril de 2007, referente às atribuições do Ministé-
rio do Meio Ambiente, define que a Secretaria de 
Articulação Institucional e Cidadania Ambiental 
deverá promover o desenvolvimento de estatísti-
cas ambientais e indicadores de desenvolvimen-
to sustentável no Brasil. Além disso, o referido 
decreto envolve principalmente questões como: 
preservação, conservação e utilização sustentá-
vel de ecossistemas, preservação e conservação 
da biodiversidade e das florestas, e instrumentos 
econômicos e sociais para a melhoria da qualida-
de ambiental e uso sustentável dos recursos na-
turais.
O conceito de desenvolvimento sustentável 
foi muito divulgado após a Conferência das Na-
ções Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvi-
mento, no ano de 1992 (ano 
em que ocorreu a Rio-92), 
em que se definiu que a 
humanidade tem capaci-
dade de tornar o desenvol-
vimento para uma forma 
sustentável, garantindo que 
ele atenda às necessidades 
contemporâneas sem comprometer a capacida-
de de as gerações futuras atenderem também às 
suas. Desse modo, o grande desafio seria conciliar 
a preservação ambiental, com o aumento das de-
mandas por combustíveis, água e energia elétrica.
A análise da qualidade ambiental só irá au-
xiliar nessa conciliação dependendo da escolha 
de indicadores ambientais 
que irão de fato representar 
todos os segmentos da pai-
sagem de interesse de estu-
do/análise. Esses indicado-
res podem ser qualitativos e 
quantitativos, de diferentes 
classes de análise (clima, ve-
getação, relevo, densidade 
demográfica, aspectos so-
ciais e econômicos etc.). Essa escolha de indica-
dores deve ser adequada às realidades ambiental 
e socioeconômica da região a ser avaliada.
Ao tratar da importância da mensuração e 
consequentemente dos indicadores de susten-
tabilidade, Van Bellen (2005) faz a seguinte colo-
cação: que o objetivo principal da mensuração é 
auxiliar os tomadores de decisão na avaliação de 
seu desempenho em relação aos objetivos esta-
belecidos, fornecendo bases para o planejamen-
to de futuras ações. 
Monitoramento e Qualidade Ambiental
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11
Essas medidas são úteis por várias razões: 
no sentido de que servem para auxiliar os toma-
dores de decisão a compreender melhor, em ter-
mos operacionais, o que o conceito de desenvol-
vimento sustentável significa, funcionando como 
ferramentas de explicação pedagógicas e educa-
cionais, para auxiliar na escolha de alternativas 
políticas, direcionando para metas relativas à sus-
tentabilidade, tendo em vista que as ferramentas 
fornecem um senso de direção para os tomadores 
de decisão e, quando escolhem entre alternativas 
de ação, funcionam como ferramentas de plane-
jamento; e, por fim, para avaliar o grau de sucesso 
no alcance das metas estabelecidas referentes ao 
desenvolvimento sustentável, sendo, essas medi-
das, ferramentas de avaliação.
Dessa forma, os indicadores são fundamen-
tais para o monitoramento ambiental e tomadas 
de decisão, pois permitem a criação de cenários 
sobre o estado do meio, além de aferir e possibi-
litar o acompanhamento de resultados de uma 
decisão tomada. 
O número e os tipos de indicador que de-
vem ser considerados numa avaliação ambiental 
dependem da escala e das características so-
cioambientais do local onde está sendo realizada 
a avaliação ambiental. 
Em monitoramento ambiental é importan-
te o estabelecimento de um fator ambiental a ser 
analisado, relacionado à definição do que deve 
ser observado e como checar. 
Uma das formas mais usuais de organização 
de indicadores ocorre com uso do modelo Pres-
são-Estado-Resposta, desenvolvido pela Organi-
zação Mundial para Cooperação Econômica e o 
Desenvolvimento (OECD), em 1994. Esse modelo 
recomenda a adoção de três grupos de indicado-
res: Estado, Pressão e Resposta (PER), e seu con-
junto de informações é que fornecerá uma sínte-
se das condições ambientais, tanto das pressões 
sobre o meio ambiente quanto das respostas en-
contradas pela sociedade para mitigá-las. Nesse 
modelo, o “estado” representa a situação atual do 
meio e dos recursos naturais (ar, água, recursos 
vivos), a “pressão” compreende as atividades hu-
manas sobre o meio ambiente (atividades indus-
triais, transporte, agricultura, urbanização etc.) e 
as “respostas” compreendem as ações da socieda-
de e as dos agentes responsáveis pelos resultados 
das pressões e condições do estado.
O modelo PER vem sendo aceito e adotado 
internacionalmente. Nesse modelo, as pressões 
sobre o ambiente são reduzidas àquelas causadas 
pela ação do homem, desconsiderando as pro-
venientes da ação da natureza. Organizado com 
base em um sistema de informação ambiental, 
configura um sistema de armazenamento de 
informação de distintas fontes, servindo de ali-
cerce para a elaboração de políticas de gestão 
ambiental. Tem como escopo o conceito de cau-
salidade em que as atividades humanas exercem 
pressões sobre o ambiente alterando a qualida-
de e a quantidade de recursos naturais, ou seja, 
alterando o seu estado. A sociedade responde a 
essas alterações por meio de políticas ambientais, 
econômicas ou setoriais, que representam as res-
postas do modelo, conforme Figura 1. 
Sandra Eliza Beu
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
12
Figura 1 – Fluxograma do modelo de organização PER de indicadores.
Fonte: Adaptado do Sistema FIRJAN (2008).
Como exemplos de indicadores ambientais 
nessa dimensão PER, podemos citar:
�� Pressões relacionadas às atividades hu-
manas:
�� Volume de águas residuais não tra-
tadas;
�� Disposição de resíduos sólidos;
�� Redução de cobertura vegetal.
�� Condições diretamente relacionadas à 
qualidade ambiental:
�� Qualidade do ar;
�� Qualidade e quantidade de água;
�� Contaminação do solo.
�� Respostas relacionadas às ações do Es-
tado, empresas e ONGs:
�� Investimento em áreas verdes;
�� Áreas recuperadas;
�� Investimento em gestão ambiental.
O modelo PER atua como uma estratégia 
interessante às políticas públicas, pois estabelece 
uma forma clara e sistemática de organizar um 
conjunto grande de indicadores e elementos do 
meio. Esse modelo atua como um facilitador do 
monitoramento ambiental, pois estabelece as re-
lações de fatores de causalidade à situação atual 
do meio com as ações que estão sendo realizadas.
Monitoramento e Qualidade Ambiental
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13
De acordo com a Resolução do Conse-
lho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 
001/1986 e a Política Nacional do Meio Ambiente 
(Lei nº 6.938/1981), a poluição é a degradação da 
qualidade ambiental resultante de atividades que 
direta ou indiretamente:
��prejudiquem a saúde, a segurança 
e o bem-estar da população; 
��criem condições adversas às ativi-
dades sociais e econômicas; 
��afetem desfavoravelmente a biota; 
��afetem as condições estéticas ou 
sanitárias do meio ambiente; 
�� lancem matérias ou energia em desa-
cordo com os padrões ambientais esta-
belecidos.
De uma forma geral a poluição compreen-
de uma entrada no meio ambiente de qualquer 
forma de matéria ou energia que possa afetar ne-
gativamente o homem ou outros organismos.
Saiba maisSaiba mais
“Considera-se poluente qualquer substância pre-
sente no ar e que, pela sua concentração, possa 
torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, 
causando inconveniente ao bem estar público, 
danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudi-
cial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e 
às atividades normais da comunidade.” 
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-
-B?sicas/21-Poluentes
1.3 Principais Conceitos e Tipos de Poluição Ambiental 
Um dos maiores desafios da atualidade en-
volve a dimensão de controle da emissão de po-
luentes ambientais. 
Existem diversos tipos de emissão de po-
luentes, que podem causar interferências no ar, 
nas águas e no solo. O Quadro1 apresenta alguns 
exemplos de tipos de poluição.
Sandra Eliza Beu
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
Quadro 1 – Tipos de poluição.
Tipos Principais características Exemplos de fontes de emissões
Poluição sonora
A poluição sonora é aquela causada pelo excesso 
de ruídos, como aqueles causados pelos carros, 
atividades industriais e máquinas, bastante comuns 
nos grandes centros urbanos.
Atividades industriais, veículos.
Poluição atmosférica
A poluição atmosférica é aquela ocasionada pelo 
aumento de poluentes na atmosfera, provocada 
principalmente por emissões de gases poluentes e 
particulados provenientes de atividades industriais e 
uso de veículos automotores.
Indústrias e automóveis 
que lançam diversos tipos 
de gás na atmosfera, como 
o dióxido de carbono, óxidos 
de enxofre e materiais 
particulados.
Poluição da água
A poluição da água é caracterizada pelo lançamento 
de resíduos sólidos e efluentes líquidos provenientes 
de esgotos não tratados, poluição difusa nas áreas 
urbanas e rurais, além de efluentes industriais 
que contaminam corpos hídricos superficiais e 
subterrâneos.
Lançamento de esgotos não 
tratados em corpos hídricos 
superficiais, lançamentos de 
efluentes industriais, entre 
outros.
Poluição do solo
A poluição dos solos é caracterizada pela emissão 
de poluentes diretamente no solo, que pode trazer 
consequências na qualidade ambiental do mesmo.
Disposição inadequada de 
resíduos sólidos de origem 
doméstica ou industrial.
1.4 Risco Ambiental e a Importância do Monitoramento 
A palavra “risco” é associada à chance de 
algo acontecer e pode ser empregada de diversas 
formas e sentidos. 
O risco ambiental pode ser considerado 
como o potencial de ocorrência de resultados ad-
versos indesejados para a saúde ou vida humana, 
para o ambiente ou para os bens materiais.
Assim, o risco ambiental pode ser analisado 
como a medida da perda econômica e/ou danos 
à vida humana em função da combinação entre 
a frequência de ocorrência e a magnitude de um 
evento indesejado. Uma forma de mensurar o ris-
co ambiental é através da fórmula: R = f(M, P). 
Onde:
R é o risco.
M é a magnitude do evento.
P é a probabilidade.
A ocorrência histórica de grandes acidentes 
mundiais associados à poluição ambiental, como 
derramamentos de petróleos, vazamentos de 
gases poluentes de indústrias, entre outros, cola-
borou para a ocorrência de um debate mundial 
sobre os efeitos dos poluentes no meio ambien-
te e na saúde e qualidade de vida da população. 
Além dessas preocupações, os efeitos da poluição 
mundial também geram prejuízos econômicos 
para as diversas corporações, como: (a) multas e 
indenizações a terceiros; (b) paralisação do pro-
cesso produtivo; (c) perdas de equipamentos e 
instalações; (d) gastos com recuperação de áreas 
contaminadas; (e) comprometimento de imagem 
ou até do negócio. 
Dessa forma, o monitoramento ambiental 
atua como uma importante ferramenta para con-
trole da emissão de poluentes, que pode subsi-
diar uma gestão ambiental mais eficaz e apoiar 
ações de políticas públicas e tomadas de decisão. 
http://www.infoescola.com/meio-ambiente/poluicao-sonora/
http://www.infoescola.com/ecologia/poluicao-atmosferica/
http://www.infoescola.com/fisico-quimica/gases/
http://www.infoescola.com/ecologia/poluicao-da-agua/
http://www.infoescola.com/meio-ambiente/poluicao-do-solo/
Monitoramento e Qualidade Ambiental
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
15
Este capítulo iniciou com uma apresentação sobre as bases conceituais de monitoramento e qua-
lidade ambiental. Neste, o conceito de monitoramento foi apresentado como um procedimento meto-
dológico que subsidia a avaliação das condições dos recursos naturais associados à qualidade ambiental 
dos mesmos. A qualidade ambiental envolve uma perspectiva complexa e deve ser analisada conside-
rando aspectos e relações econômicas, sociais, culturais e ambientais. No capítulo foi, ainda, enfatizada 
a importância dos indicadores ambientais, que compreendem um conjunto de dados quantitativos ou 
qualitativos que podem mensurar e possibilitar o acompanhamento de alterações de padrões ambien-
tais associados às diversas ações humanas ou evoluções temporais. 
Os indicadores ambientais são fundamentais para o acompanhamento das condições ambientais e 
são imprescindíveis para a aplicação no monitoramento ambiental. Após a caracterização conceitual de 
qualidade e monitoramento ambiental, foi apresentada uma narrativa sobre a problemática do desen-
volvimento urbano não planejado e suas consequências para a geração de poluentes ambientais. Neste 
texto, foi reforçada a necessidade do monitoramento ambiental como ferramenta de acompanhamento 
e observação das mudanças ambientais associadas aos conflitos socioambientais. Foi dado enfoque à 
importância dos estudos ambientais como uma importante ferramenta de apoio ao gerenciamento dos 
recursos ambientais, pois estes vão fornecer os indicadores necessários para avaliação dos problemas 
existentes. Nesses estudos, o monitoramento ambiental atua como uma etapa resultante da avaliação 
de impactos ambientais, onde este consiste em um processo de medições e/ou observações sistemáticas 
e periódicas relacionadas a indicadores preestabelecidos, com o objetivo de verificar se algum tipo de 
impacto ambiental está ocorrendo. 
O monitoramento ambiental tem como objetivo principal fornecer informações que permitam 
avaliar e estabelecer medidas corretivas para modificar ou ajustar as ações que ocasionam ações degra-
dantes no meio ambiente. Além desse objetivo, o monitoramento também visa a fornecer informações 
imediatas caso um indicador de impactos se aproxime de valores críticos e alertar para futuros impactos 
não previstos, ou mudanças não esperadas no ambiente.
Foi apresentada também a importância da sustentabilidade ambiental e que esta deve considerar 
aspectos e indicadores de sustentabilidade. Após essa abordagem, foi apresentado o modelo PER, que 
estabelece uma forma organizacional de análise entre os fatores de pressão (geração de impactos am-
bientais), com a situação atual do meio (estado do meio) e as respostas da sociedade (o que está sendo 
feito?) perante as pressões e estado do meio. É uma ferramenta de análise estratégica de dados que au-
xilia no monitoramento ambiental e estabelecimento de políticas públicas.
O capítulo foi finalizado com uma abordagem conceitual sobre poluição ambiental, onde foram 
apresentados os principais tipos de poluição que afetam a maioria das populações, sendo estes a po-
luição sonora, poluição atmosférica, poluição das águas e poluição do solo. Após essa descrição, foram 
apresentados o conceito de risco ambiental e a importância do monitoramento ambiental. 
1.5 Resumo do Capítulo
Sandra Eliza Beu
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16
Com base nos conteúdos apresentados neste capítulo, responda às seguintes questões:
1. O que é o monitoramento ambiental e sua importância e aplicações?
2. Com base no modelo PER, preencha a tabela abaixo, demonstrando exemplos de indicadores 
de pressão-estado-resposta, associados à problemática de ocupações nas áreas de mananciais.
Pressão
(problemática central a ser 
analisada)
Estado 
(como estão as áreas de 
mananciais?)
Resposta
(o que é realizado pelas políticas 
públicas em relação ao problema?)
Ocupação desordenada nas 
áreas de mananciais
Indicadores Indicadores Indicadores
1.6 Atividades Propostas 
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17
Caro(a) aluno(a),
Na temática 2, serão apresentados os princi-
pais conceitos e aspectos associados à poluição e 
monitoramento da qualidade do ar, solo e águas. 
2
2.1 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Ar 
A poluição atmosférica vem sendo um gra-
ve problema de saúde pública em regiões inten-
samente urbanizadas desde a primeira metade 
do século XX. A poluição do ar compreende altas 
concentrações de Material Particulado (MP) e ou-
tros compostos. Esse tipo de poluição possuidi-
versas causas e pode ser agravado pela ocorrência 
de fatores climáticos que dificultam a dispersão 
dos poluentes, piorando a qualidade do ar. 
Os poluentes do ar compreendem quais-
quer substâncias que quando em concentrações 
específicas tornam o ar impróprio e nocivo para 
a saúde, causando danos à fauna e flora e incon-
veniente ao bem-estar público. Atualmente, é 
consenso entre as pesquisas mundiais que em 
grandes centros urbanos, como a cidade de São 
Paulo, a expectativa de vida é em média um ano 
e meio menor que em cidades do interior, devido 
aos efeitos da poluição atmosférica na saúde das 
populações. 
O nível de poluição do ar pode ser mensura-
do pela quantidade de substâncias poluentes no 
mesmo. Esses poluentes são divididos em duas 
categorias: poluentes primários e poluentes se-
cundários, que serão descritas a seguir: 
�� Poluentes primários: são aqueles que 
são expelidos diretamente da fonte 
para a atmosfera (QUEIROZ; JACOMI-
NO; MENEZES, 2007; PEREIRA JÚNIOR, 
2007). 
Exemplos: monóxido de carbono (CO), óxi-
dos de nitrogênio (NOx) constituídos pelo monó-
xido e dióxido de nitrogênio (NO e NO2), dióxido 
de enxofre (SO2) e materiais particulados (mate-
riais sólidos pulverizados). Muitas indústrias que 
no passado não possuíam filtros de controle das 
emissões de poluentes atmosféricos eram poten-
ciais fontes geradoras de poluentes primários, 
como observado na Figura 2. 
TEMÁTICA 2: TIPOS DE POLUIÇÃO 
AMBIENTAL E PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS 
PARA MONITORAMENTO
Sandra Eliza Beu
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18
Figura 2 – Indústrias liberando poluentes diretamente para a atmosfera, um exemplo de poluentes primários. 
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/wp-content/uploads/2012/08/file0001748024351.jpg
Poluentes primários podem derivar de fon-
tes móveis (como carros), fixas (como indústrias) 
ou naturais (como vulcões). Entretanto, os esca-
pamentos de carros e as chaminés dos centros 
urbanos são os principais contribuintes para o 
acúmulo e reações desses compostos quími-
cos na atmosfera. De acordo com a legislação 
ambiental vigente no país (Resolução CONAMA 
nº 003/1990), o material particulado presente na 
atmosfera é considerado um poluente primário 
(QUEIROZ; JACOMINO; MENEZES, 2007).
�� Poluentes secundários: são aqueles 
resultantes de reações químicas entre 
poluentes primários e componentes 
naturais da atmosfera (QUEIROZ; JACO-
MINO; MENEZES, 2007). Esse esquema 
de integração pode ser observado na 
Figura 3. Exemplos: Compostos Orgâ-
nicos Voláteis (COV) e ozônio tropos-
férico (O3), que é resultante de reações 
fotoquímicas. 
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19
Figura 3 – Fluxograma indicando o processo de formação dos poluentes atmosféricos secundários.
Componentes 
atmosféricos
Poluentes 
primários
Reações 
químicas 
Poluentes 
secundários
A Resolução do CONAMA nº 003 de 1990 
define como poluente atmosférico qualquer for-
ma de matéria ou energia com intensidade e em 
quantidade, concentração, tempo ou característi-
cas em desacordo com os níveis estabelecidos, e 
que torne ou possa tornar o ar: (i) impróprio, noci-
vo ou ofensivo à saúde; (ii) inconveniente ao bem-
-estar público; (iii) danoso aos materiais, à fauna e 
à flora; (iv) prejudicial à segurança, ao uso e gozo 
da propriedade e às atividades normais da comu-
nidade.
Para determinação da con-
centração de um poluente na 
atmosfera há necessidade de 
medir-se o grau de exposição 
dos receptores (seres humanos, 
animais, plantas, materiais) por 
suas fontes de emissão e suas 
interações na atmosfera, do ponto de vista físico 
(diluição) e químico (reações químicas).
A qualidade do ar apresenta influências 
em função de condições meteorológicas que 
determinam uma maior ou menor diluição dos 
poluentes. Dessa forma, em condições onde as 
condições meteorológicas são mais desfavoráveis 
à dispersão de poluentes, os mesmos tendem a 
se concentrar na atmosfera, como ocorre em pe-
ríodos de clima seco. Já em épocas de chuvas, a 
dispersão ocorre com maior facilidade. Com isso, 
a análise da interação entre as fontes de emissões 
de poluentes e seu comportamento na atmosfe-
ra vai definir o nível da qualidade do ar e o surgi-
mento de efeitos adversos da poluição do ar so-
bre os seus receptores.
Padrões de qualidade do ar
Os padrões de qualidade do ar estabelecem 
quais os limites máximos para concentração de 
um componente atmosférico que garantam pro-
teção à saúde e ao bem-estar da população.
No Brasil, os padrões de qualidade do ar 
são estabelecidos através da Portaria Normativa 
nº 438 de 14/03/1990 e da Resolução CONAMA 
nº 003 de 28/06/1990. Nessa resolução, é estabe-
lecido como poluente atmosférico qualquer for-
ma de matéria ou energia com intensidade e em 
quantidade, concentração, tempo ou característi-
Sandra Eliza Beu
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20
cas em desacordo com os níveis estabelecidos e 
que tornem ou possam tornar o ar:
I - impróprio nocivo ou ofensivo à saú-
de; 
II - inconveniente ao bem-estar público;
III - danoso aos materiais, à fauna e flora;
IV - prejudicial à segurança, ao uso e 
gozo da propriedade e às atividades 
normais da comunidade.
Segundo os dados da CETESB (2013), as 
substâncias poluentes podem ser classificadas 
conforme apresentado no Quadro 2.
Quadro 2 – Classificação de poluentes atmosféricos. 
Co
m
po
st
os
 
de
 En
xo
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Co
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s 
Fo
to
qu
ím
ico
s 
SO2 
SO3
Compostos de enxofre 
reduzido: 
H2S, mercaptanas, 
dissulfeto de carbono etc.
sulfatos
NO
NO2
NH3
HNO3
nitratos
hidrocarbonetos 
alcoóis
aldeídos
cetonas
ácidos orgânicos
CCO
HCl
HF
cloretos
fluoretos
PPb
CCd
AAs
NNi
Etc.
Mistura de 
compostos 
no estado 
sólido 
ou 
líquido
O3
formaldeído
acroleína
PAN
etc.
Fonte: CETESB (2013).
Segundo a Resolução CONAMA nº 003/1990, 
em seu artigo 3º, são estabelecidos os seguintes 
padrões de qualidade do ar:
I - Partículas Totais em Suspensão
a) Padrão Primário
1 - concentração média geométrica anual 
de 80 (oitenta) microgramas por metro 
cúbico de ar.
2 - concentração média de 24 (vinte e 
quatro) horas de 240 (duzentos e quaren-
ta) microgramas por metro cúbico de ar, 
que não deve ser excedida mais de uma 
vez por ano. 
b) Padrão Secundário
1 - concentração média geométrica anual 
de 60 (sessenta) micro gramas por metro 
cúbico de ar.
2 - concentração média de 24 (vinte e 
quatro) horas de 150 (cento e cinqüenta) 
microgramas por metro cúbico de ar, que 
não deve ser excedida mais de uma vez 
por ano. 
II - Fumaça
a) Padrão Primário
1 - concentração média aritmética anual 
de 60 (sessenta) microgramas por metro 
cúbico de ar.
2 - concentração média de 24 (vinte e 
quatro) horas de 150 (cento e cinqüenta) 
microgramas por metro cúbico de ar, que 
não deve ser excedida mais de uma vez 
por ano. 
b) Padrão Secundário
1 - concentração média aritmética anual 
de 40 (quarenta) microgramas por metro 
cúbico de ar.
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21
2 - concentração média de 24 (vinte e 
quatro) horas de 100 (cem) microgramas 
por metro cúbico de ar, que não deve ser 
excedida uma de urna vez por ano.
III - Partículas Inaláveis
a) Padrão Primário e Secundário
1- concentração média aritmética anual 
de 50 (cinqüenta) microgramas por me-
tro cúbico de ar.
2 - concentração média de 24 (vinte e 
quatro) horas de 150 (cento e cinqüenta) 
microgramas por metro cúbico de ar, que 
não deve ser excedida mais de uma vez 
por ano. 
IV - Dióxido de Enxofre
a) Padrão Primário
1- concentração média aritmética anual 
de 80 (oitenta) microgramas por metro 
cúbico de ar.
2- concentração média de 24 (vinte e 
quatro) horas de 365 (trezentos e sessen-
ta e cinco)microgramas por metro cúbico 
de ar, que não deve ser excedida mais de 
uma vez por ano.
b) Padrão Secundário
1 - concentração média aritmética anual 
de 40 (quarenta) microgramas por metro 
cúbico de ar.
2 - concentração média de 24 (vinte e 
quatro) horas de,100 (cem) microgramas 
por metro cúbico de ar, que não deve ser 
excedida mas de urna vez por ano.
V - Monóxido de Carbono
a) Padrão Primário e Secundário
1- concentração médio de 8 (oito) horas 
de 10.000 (dez mil) microgramas por me-
tro cúbico de ar (9 ppm), que não deve 
ser excedida mais de uma vez por ano.
2 - concentração média de 1 (urna) hora 
de 40.000 (quarenta mil) microgramas 
por metro cúbico de ar (35 ppm), que não 
deve ser excedida mais de uma vez por 
ano.
VI - Ozônio
a) Padrão Primário e Secundário
1 - concentração média de 1 (uma) hora 
de 160 (cento e sessenta) microgramas 
por metro cúbico do ar, que não deve ser 
excedida mais de uma vez por ano. 
VII - Dióxido de Nitrogênio
a) Padrão Primário
1 - concentração média aritmética anual 
de 100 (cem) microgramas por metro cú-
bico de ar.
2 - concentração média de 1 (uma) hora 
de 320 (trezentos e vinte) microgramas 
por metro cúbico de ar.
b) Padrão Secundário
1- concentração média aritmética anual 
de 100 (cem) microgramas por metro cú-
bico de ar.
2 - concentração média de 1 (uma) hora 
de 190 (cento e noventa) microgramas 
por metro cúbico de ar.
A síntese dessas informações pode ser ob-
servada no Quadro 3, a seguir.
Quadro 3 – Padrões de qualidade do ar, segundo Resolução CONAMA nº 003/1990, em seu art. 3º.
* Não deve ser excedido mais de uma vez ao ano. MGA – Média Geométrica Anual. MAA – Média Aritmética Anual.
Fonte: Brasil (1990).
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22
Segundo o disposto no art. 4º da Resolução 
CONAMA nº 003/1990, o monitoramento da qua-
lidade do ar é atribuição dos estados. 
O estado de São Paulo é um dos que obteve 
maiores avanços quanto ao controle da poluição 
atmosférica. Segundo dados da CETESB (2013), 
que é o órgão responsável pelo monitoramento 
ambiental no estado de São Paulo, em 2005, a Or-
ganização Mundial de Saúde (OMS) publicou do-
cumento com uma revisão dos valores-guia para 
os poluentes atmosféricos visando à proteção da 
saúde da população. Essas diretrizes recomen-
dadas pela OMS consideram diversos fatores so-
cioambientais e os fatores relacionados ao nível 
de desenvolvimento dos países e da capacidade 
dos estados em gerenciar a qualidade do ar. 
Segundo dados da CETESB (2013), a partir 
dessa publicação, o estado de São Paulo iniciou 
um processo de revisão dos padrões de quali-
dade do ar, baseado nas diretrizes estabelecidas 
pela OMS, que resultou na publicação do Decreto 
Estadual nº 59.113 de 23/04/2013. Nesse decreto, 
foram estabelecidas metas gradativas e progressi-
vas para que a poluição atmosférica seja reduzida 
a níveis desejáveis ao longo do tempo (CETESB, 
2013). 
O Decreto Estadual nº 59.113/2013 estabe-
lece que a administração da qualidade do ar no 
território do estado de São Paulo será efetuada 
através de Padrões de Qualidade do Ar, observa-
dos os seguintes critérios (CETESB, 2013):
�� Metas Intermediárias (MI) – estabele-
cidas como valores a serem cumpridos 
em etapas, visando à melhoria gradati-
va da qualidade do ar no estado de São 
Paulo, com base na busca pela redução 
das emissões de fontes fixas e móveis, 
em linha com os princípios do desen-
volvimento sustentável.
�� Padrões Finais (PF) – padrões determi-
nados pelo melhor conhecimento cien-
tífico para que a saúde da população 
seja preservada ao máximo em relação 
aos danos causados pela poluição at-
mosférica.
Esse exemplo do estado de São Paulo é in-
teressante para demonstrar as possibilidades de 
estabelecimentos de metas para maior eficiência 
dos parâmetros legais associados ao monitora-
mento da qualidade do ar. 
Saiba maisSaiba mais
Para conhecer um pouco mais sobre o monitora-
mento da qualidade do ar no estado de São Pau-
lo, acesse o site da CETESB: http://www.cetesb.
sp.gov.br. Nesse site é possível encontrar diversas 
informações sobre monitoramento ambiental e 
qualidade do ar, água e solos. 
Ainda a Resolução nº 003/1990 do CONAMA 
estabelece os métodos de amostragem e análise 
dos seguintes poluentes atmosféricos:
�� Partículas Totais em Suspensão – mé-
todo de amostrador de grandes volu-
mes ou método equivalente.
�� Fumaça – método da refletância ou 
método equivalente.
�� Partículas Inaláveis – método de sepa-
ração inercial/filtração ou método equi-
valente.
�� Dióxido de Enxofre – método de para-
ronasilina ou método equivalente.
�� Monóxido de Carbono – método do 
infravermelho não dispersivo ou méto-
do equivalente.
�� Ozônio – método da quimiolumines-
cência ou método equivalente.
�� Dióxido de Nitrogênio – método da 
quimioluminescência ou método equi-
valente.
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São diversos os métodos para amostragem 
e análise de poluentes atmosféricos e, a seguir, 
será apresentado um breve descritivo dos princi-
pais, que são citados na Resolução nº 003/90 do 
CONAMA.
O sistema de Amostrador por Grande Volu-
me (AVG), também conhecido como Hi-Vol (Figu-
ra 3), é um filtro isocinético, utilizado nas análises 
das partículas em suspensão. Para tal, o equipa-
mento é devidamente instalado no ambiente em 
que se pretende monitorar e funciona puxando 
uma certa quantidade de ar através de um filtro, 
durante um período de amostragem de 24 horas. 
O filtro é pesado antes e depois da amos-
tragem, e o volume de ar é amostrado a partir da 
vazão medida em relação ao tempo de amostra-
gem, podendo-se então obter a concentração 
das partículas totais em suspensão. Esse moder-
no equipamento possui um registrador automá-
tico, que registra continuamente, em uma carta 
gráfica, a variação da vazão durante a amostra-
gem (ENERGÉTICA, 2013).
O método de refletância da luz é utilizado 
para análise de fumaça. Esse equipamento (Fi-
gura 3) é formado por um trem de amostragem 
que, através do uso de uma bomba de vácuo, faz 
o ar atmosférico passar por um filtro de celulose, 
retendo a fumaça. Esse filtro é coletado e levado 
para um laboratório, para medição da concentra-
ção através de um refletômetro especial (ENER-
GÉTICA, 2013).
Figura 3 – Amostrador de grandes volumes (à esquerda) e amostrador de fumaça (à direita).
 
Fonte: Energética (2013).
O método por separação inicial, para análise 
da concentração de partículas inaláveis, utiliza do 
mesmo equipamento de amostragem por gran-
de volume, porém com uma forma diferenciada, 
em que o ar quando coletado para dentro de uma 
câmara retém uma camada oleosa de partículas 
maiores que 10 um (ENERGÉTICA, 2013).
O dióxido de enxofre é analisado através do 
método de pararonasilina. Para tal, utiliza-se um 
equipamento de amostragem de pequeno volu-
me (Figura 4). Seu sistema de captação leva o ar 
através de uma mangueira para frascos borbu-
lhantes, preenchidos com soluções de reagentes 
específicos.
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Figura 4 – Exemplo de amostrador de pequeno volume para análise de dióxido de enxofre.
Já as técnicas de quimioluminescência utili-
zam reações químicas para obtenção de energia 
luminosa. A quantidade de luz emitida pode ser 
medida fornecendo informações das concentra-
ções do ozônio.
2.2 Poluição e Monitoramento da Qualidade do Solo
A camada da crosta terrestre mais superfi-
cial é o solo, de propriedades físicas, químicas e 
biológicas distintas, constituído por partículas 
minerais de diferentes tamanhos, água, orga-
nismos vivos e matéria orgânica (FRAGA; DINIS, 
2005). O solo está continuamente ameaçado por 
diferentes atividades humanas que podem levar 
à sua degradação, como a erosão, diminuição de 
matéria orgânica, contaminação local ou difusa, 
compactação, diminuição da biodiversidade, sa-
linização e impermeabilização.
Nessa situação, o solo desempenha papel 
primordial,pois é o ambiente mais complexo, 
apresentando-se como uma mistura de compo-
nentes vivos e não vivos interagindo entre si e va-
riando, naturalmente, no tempo e no espaço.
O critério para o uso de um parâmetro como 
indicador de qualidade do solo é a sua capacida-
de de interferir nos processos ecológicos, integrar 
as propriedades físicas, químicas e biológicas, 
além de ser facilmente utilizável por especialistas, 
técnicos e agricultores. Nesse sentido, os micror-
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ganismos se enquadram nesses critérios, poden-
do ser utilizados como sensíveis indicadores da 
qualidade do solo. 
O mecanismo de formação do solo é uma 
dinâmica de processos de fragmentação de natu-
reza físico-química, transporte de sedimentação, 
evolução pedogênica, além da decomposição de 
rochas (FRAGA; DINIS, 2005). Esse recurso não re-
novável desempenha variadas funções vitais, de 
caráter ambiental, ecológico, social e econômico, 
sendo importante componente para o desenvol-
vimento de infraestruturas e atividades humanas, 
e importante elemento paisagístico, patrimonial 
e físico.
Uma das principais funções do solo é sua 
atuação como filtro, depurando e imobilizando 
partículas e impurezas nele depositadas. Entre-
tanto, sua capacidade é limitada, e as alterações 
em suas propriedades fundamentais, causadas 
muitas vezes pelo efeito cumulativo da deposi-
ção de poluentes atmosféricos, aplicação excessi-
va de defensivos agrícolas e fertilizantes e dispo-
sição de resíduos sólidos urbanos, entre outros, 
podem gerar danos à ciclagem de nutrientes e da 
água, e até prejudicar a produção de alimentos de 
origem vegetal e animal (CETESB, 2013).
Quaisquer alterações das características fí-
sicas, químicas ou biológicas do solo, que sejam 
indesejáveis, podem prejudicar a vida de todos 
os organismos dependentes desse recurso, e são 
consideradas poluição. As atividades resultantes 
do crescimento urbano, o uso do solo, a extração 
de recursos e o aterro de resíduos são processos 
que podem provocar grandes impactos tanto no 
solo quanto nas águas subterrâneas. As principais 
fontes de poluição do solo são os agrotóxicos, de-
posição inadequada de resíduos sólidos, aciden-
tes com efluentes líquidos contaminantes duran-
te seu transporte, produção ou manuseio e, não 
menos importante, as atividades de mineração. 
Esses poluidores irão primeiramente penetrar na 
zona atmosférica do solo, podendo infiltrar-se na 
zona insaturada e, de maneira mais crítica, poste-
riormente nas águas subterrâneas.
Existem dois tipos de poluente que mais 
afetam os solos: orgânicos persistentes e inorgâ-
nicos:
�� Poluentes orgânicos persistentes: 
são compostos estáveis que persistem 
no ambiente, resistindo a degradações 
físicas, químicas e biológicas, com capa-
cidade de bioacumular em organismos 
vivos (atuam de maneira destrutiva no 
sistema reprodutor, imunológico e en-
dócrino, e também são considerados 
carcinogênicos). Os poluentes orgâ-
nicos mais famosos são os pesticidas 
(como o DDT), policlorobifenilos (PCBs), 
dioxinas e furanos.
�� Poluentes inorgânicos: são agrotóxi-
cos (inseticidas, herbicidas e fungici-
das), fertilizantes (nitrogênio e fósforo) 
e metais pesados (chumbo, mercúrio, 
arsênio, cromo, cobre etc.).
Com a preocupação das consequências 
ambientais desses processos deteriorantes, foi 
necessário desenvolver processos que monito-
rassem e controlassem a poluição do solo e suas 
atividades de uso e ocupação. Para isso, são uti-
lizadas principalmente técnicas de biomonitora-
mento, com plantas e organismos bentônicos, os 
diferentes contaminantes irão provocar distintas 
reações nas espécies, podendo afetar sua distri-
buição, causar alterações fisiológicas, ou serem 
extintas do local contaminado. Essas reações for-
necem informações de concentrações e qualida-
de do solo monitorado.
Para avaliar a toxicidade de efluentes que 
possam ser tóxicos quando depositados no solo, 
é utilizado o método de alongamento e germi-
nação de raízes, que tem como princípio avaliar 
o efeito fitotóxico no processo de germinação de 
sementes e desenvolvimento de raízes. A presen-
ça de uma substância tóxica pode interferir nes-
ses processos vitais da planta, alterando sua so-
brevivência ou desenvolvimento regular.
Sandra Eliza Beu
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26
Os indicadores de qualidade do solo podem 
ser classificados como físicos, químicos e biológi-
cos. O Quadro 4, a seguir, apresenta os principais 
indicadores físicos, químicos e biológicos que po-
dem ser utilizados no monitoramento ambiental 
do solo.
Quadro 4 – Exemplos de indicadores de qualidade do solo. 
Fonte: Doran e Parkin (1994).
O monitoramento da qualidade do solo 
pode ser realizado através da observação dos 
indicadores apresentados no Quadro 4. Amos-
tragens do solo e análise dos seus componentes 
químicos, físicos ou biológicos são as formas mais 
usuais de monitoramento da qualidade dos solos. 
Saiba maisSaiba mais
No estado de São Paulo, o monitoramento da 
qualidade dos solos e águas subterrâneas é ba-
seado em uma listagem de valores orientadores, 
que correspondem a concentrações de subs-
tâncias químicas que fornecem orientação so-
bre a condição de qualidade de solo e de água 
subterrânea e são utilizados como instrumentos 
para prevenção e controle da contaminação e 
gerenciamento de áreas contaminadas sob inves-
tigação. Esses valores e diretrizes para monitora-
mento do solo estão descritos na Lei Estadual nº 
13.577, de 08 de julho de 2009. 
Em âmbito nacional, a Resolução CONAMA 
nº 420/2009 dispõe sobre critérios e valores orien-
tadores de qualidade do solo quanto à presença 
de substâncias químicas e estabelece diretrizes 
para o gerenciamento ambiental de áreas conta-
minadas por essas substâncias em decorrência de 
atividades antrópicas. 
O Anexo I, da Resolução CONAMA nº 
420/2009 estabelece procedimentos para o es-
tabelecimento de Valores de Referência de Qua-
lidade (VRQs) para as substâncias inorgânicas de 
ocorrência natural no solo, que são estabelecidos 
a partir de interpretação estatística dos resulta-
dos analíticos obtidos em amostras coletadas nos 
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principais tipos de solo do estado, conforme as 
etapas descritas a seguir (conforme Anexo I, da 
Resolução CONAMA nº 420/2009):
1 - Seleção dos tipos de solo
Identificar os tipos de solo em cada es-
tado, com base em critérios tais como o 
material de origem do solo (litologia), re-
levo e clima, de modo a se obter um con-
junto de tipos de solo que representem 
os compartimentos geomorfológicos, 
pedológicos, geológicos mais represen-
tativos do estado.
2 - Seleção de parâmetros para carac-
terização do solo
Os parâmetros a serem determinados 
para caracterização do solo são: carbo-
no orgânico, pH em água, capacidade de 
troca catiônica (CTC) e teores de argila, 
silte, areia e de óxidos de alumínio, ferro e 
manganês. Considerando as peculiarida-
des regionais, outros parâmetros pode-
rão ser incluídos.
Em cada compartimento selecionado 
conforme o item 1 deverão ser definidas 
estações de amostragem, em trechos 
sem interferência antropogênica ou com 
interferência antropogênica desprezível, 
que devem ser distribuídas de modo a re-
presentar estatisticamente a área geográ-
fica de ocorrência de cada tipo de solo.
A amostra de cada estação será do tipo 
composta, formada por subamostras de 
10 (dez) pontos amostrais, obtidas na 
profundidade de 0-20 cm. Amostragens 
simples ou para outras profundidades 
poderão ser adotadas em função de es-
pecificidades regionais. As coordenadas 
geográficas e a altitude dos pontos amos-
trais devem ser anotadas, especificando o 
sistema geodésico de referência.
Deverão ser adotados procedimentos 
de coleta, manuseio, preservação, acon-
dicionamento e transporte de amostras, 
descritos em normas nacionais e interna-
cionais, respeitando-seos prazos de vali-
dade.
3 – Metodologias analíticas
Para análise das substâncias inorgânicas 
listadas no Anexo II, utilizar a fração de 
solo menor que 2mm. A metodologia 
analítica para a extração das substâncias 
inorgânicas (exceto mercúrio) das amos-
tras será a USEPA 3050 ou USEPA 3051 ou 
em suas atualizações. As determinações 
do pH em água, CTC e dos teores de car-
bono orgânico, argila, silte, areia, óxidos 
de ferro, alumínio, manganês e silício 
devem seguir as metodologias analíticas 
definidas pela EMBRAPA.
No caso de ocorrência natural, reconheci-
da pelo órgão ambiental competente, de 
substâncias não contempladas nas meto-
dologias citadas anteriormente, deverão 
ser adotadas metodologias que atendam 
às especificações descritas em normas 
reconhecidas internacionalmente, que 
incluam a edição mais recente dos méto-
dos publicados pela USEPA (United States 
Environmental Protection Agency), série 
SW-846 – Test Methods for Evaluating So-
lid Waste; pela ISO (International Standa-
rization Organization) e pela DIN (Deuts-
ches Institut für Normung).
As análises químicas deverão contemplar 
rastreabilidade analítica, validação, cartas 
controle elaboradas com faixas de con-
centração significativamente próximas 
daquelas esperadas nas matrizes sólidas) 
e ensaios com materiais de referência cer-
tificados, a fim de comprovar a exatidão 
dos resultados por meio de ensaios para-
lelos.
4 – Interpretação dos dados e obten-
ção dos VRQs
Cada estado poderá estabelecer, por 
substância, um único VRQ ou um VRQ 
para cada tipo de solo. O VRQ de cada 
substância poderá ser estabelecido com 
base no percentil 75 ou percentil 90 do 
universo amostral, retiradas previamente 
as anomalias. O referido VRQ será deter-
minado utilizando tratamento estatístico 
aplicável e em conformidade com a con-
cepção do plano de amostragem e com o 
conjunto amostral obtido.
As anomalias deverão ser avaliadas em 
estudos específicos e interpretadas esta-
tisticamente. Para as determinações das 
substâncias químicas em que todos os re-
sultados analíticos forem menores do que 
o limite de quantificação praticável (LQP) 
do respectivo método analítico, eleger “< 
LQP” como sendo o VRQ da substância e 
excluí-las dos demais procedimentos de 
interpretação estatística. 
Para interpretação estatística das subs-
tâncias químicas em que parte dos re-
sultados analíticos forem menores que o 
limite de quantificação praticável (LQP), 
considerar como resultado na matriz de 
dados o valor LQP/2.
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Para as substâncias que apresentarem 
mais do que 60% de resultados superio-
res ao limite de quantificação, a definição 
de agrupamento de tipos de solo deverá 
ser realizada com base em teste estatís-
tico que comprove semelhança entre os 
grupos amostrais.
Para estabelecimento do VRQ de cada 
substância, avaliar a necessidade de se 
excluir da matriz de dados os resultados 
discrepantes (outliers), identificados por 
métodos estatísticos.
As substâncias cujo percentil selecionado 
for igual ao LQP/2, adotar “< LQP” como 
sendo o VRQ da substância.
5 – Base de dados
Os dados obtidos pelos estados na amos-
tragem, determinações analíticas e os 
VRQs, deverão compor a base de dados 
sobre qualidade de solos.
2.3 Poluição e Monitoramento da Qualidade da Água
Quando os recursos hídricos são influen-
ciados pelo uso para suprimento das demandas 
dos núcleos urbanos, da agricultura, indústrias e 
alterações no solo urbano e rural, sua qualidade 
naturalmente sofrerá alterações. Esses recursos 
possuem capacidade de assimilar e diluir resíduos 
e esgotos (através de processos físicos, químicos 
e biológicos) pela autodepuração, porém com ca-
pacidade limitada. 
Monitoramento da qualidade da água: for-
nece informações básicas e avalia os padrões de 
poluentes contidos nos corpos hídricos caracteri-
zando uma poluição. O monitoramento é impor-
tante para avaliar o uso de um corpo hídrico. 
Avaliação da qualidade da água
Para se avaliar a qualidade ambiental como 
um todo, é preciso obter informações que este-
jam integradas entre os fatores bióticos e abióti-
cos que regem o funcionamento do ecossistema. 
A avaliação de um ecossistema possui parâme-
tros físicos, químicos e biológicos. Para avaliação 
da qualidade da água, esses parâmetros devem 
ser considerados. 
I – Parâmetros físicos e químicos:
�� Variáveis climatológicas;
�� Variáveis hidrológicas:
�� Radiação solar subaquática;
�� Zona eutrófica e transparência 
da água;
�� Temperatura da água.
�� Oxigênio dissolvido;
�� pH e alcalinidade;
�� Condutividade elétrica;
�� Demanda Biológica do Oxigênio 
(DBO) e Demanda Química do 
Oxigênio (DQO);
�� Material em suspensão;
�� Compostos de nitrogênio e fós-
foro.
II – Parâmetros biológicos:
�� Bactérias termotolerantes (coli-
formes);
�� Comunidade planctônica.
Doenças de veiculação hídrica
Neste tópico, será dado destaque às doen-
ças de veiculação hídrica, pois estas são responsá-
veis por muitas mortes em áreas desprovidas de 
infraestrutura de saneamento ambiental. 
Todos os seres vivos possuem água em sua 
constituição, sendo que no organismo humano 
corresponde a cerca de 70% de sua massa cor-
poral. A água desempenha funções fisiológicas 
fundamentais, como: dissolver e diluir todos os 
componentes solúveis do organismo, servir como 
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veículo de elementos e compostos a serem excre-
tados e regular a temperatura corporal.
A água doce do planeta representa apenas 
3% do total da água existente na natureza. Os 
97% restantes de água encontram-se nos ocea-
nos e mares gelados. A maior parte da água doce, 
aproximadamente 2,3% dos 3% existentes, está 
congelada nas calotas polares e geleiras, ou em 
lençóis subterrâneos muito profundos. 
De acordo com Mota (1994), não se encon-
tra água pura na natureza, pois sempre há impu-
rezas, que podem ser de origem física, química 
e biológica. Contudo, essas impurezas deverão 
estar em nível não prejudicial ao homem, sendo 
que os valores são estabelecidos pelos órgãos de 
saúde pública. 
Para cada atividade, a água deve apresentar 
características qualitativas diferentes que podem 
ser comprometidas por fatores “naturais” e/ou an-
trópicos recebidos (BRANCO, 1991).
A contaminação da água, solo, ar, entre 
outros, se deve a elementos que são ali lança-
dos, tornando-se nocivos à saúde dos indivíduos 
(MARTOS; MAIA, 1997).
Geralmente, a contaminação da água se dá 
pela incorporação de resíduos, sendo as excretas 
de humanos e animais os principais agentes con-
taminadores. A contaminação fecal da água pode 
incorporar uma variedade de organismos pato-
gênicos. Os principais agentes biológicos encon-
trados na água são bactérias, vírus, protozoários 
e helmintos, sendo que as bactérias representam 
os principais agentes responsáveis por morbida-
de na população.
Através da água, muitas doenças podem ser 
transmitidas ao homem. São as chamadas “doen-
ças de veiculação hídrica” (MOTA, 1994). A doença 
pode ser definida como um desarranjo ou falha 
no organismo do indivíduo exposto, conduzindo 
a uma perturbação da estrutura e na função do 
órgão afetado. 
Para Pereira (1995), o curso da doença não é 
igual no organismo de todos os indivíduos, exis-
tindo uma variação de um caso para outro. Da 
mesma maneira, os mecanismos de transmissão 
são diversos, podendo as doenças serem transmi-
tidas de humanos para humanos ou de animais 
para humanos, podendo chegar até nós também 
por vetores, pelo ar que respiramos, água que be-
bemos e pelo solo que pisamos.
Quase 80% de todas as doenças dos países 
em desenvolvimento são provenientes de água 
de má qualidade (MARULLI, 1999). Devido à con-
dição socioeconômica desfavorável, condições 
precárias de saneamento e má qualidade das 
águas em países em desenvolvimento, as diar-
reias (enterites e disenterias) são reconhecidas 
pela OMS como sendo as principais causasde 
morbimortalidade em crianças na faixa etária de 
0 a 4 anos de idade (ESCUDER et al., 1999; MOTA, 
1994). 
De acordo com Mota (1994), entre as doen-
ças transmitidas pela água ao homem, por agen-
tes biológicos, destacam-se a febre tifoide, febre 
paratifoide, diarreia, disenteria bacilar, giardíase, 
cólera e hepatite.
Entre as doenças causadas por bactérias, 
podemos destacar a diarreia causada por Esche-
richia coli. Em áreas com saneamento deficiente, 
a diarreia pode ser endêmica e sua transmissão 
está vinculada à contaminação fecal. Hábitos de 
higiene pessoal inadequada de portadores e más 
condições de saneamento ambiental contribuem 
para a disseminação desse patógeno.
Para manter um controle da qualidade mi-
crobiológica da água de abastecimento, alguns 
microrganismos foram eleitos como indicadores 
de contaminação, pela dificuldade que seria o iso-
lamento de cada patógeno separadamente. Os 
principais indicadores utilizados para exame da 
água são: coliformes totais, coliformes fecais, es-
treptococos fecais e clostrídeos sulfito-redutores 
– todos indicadores de contaminação fecal.
As razões para o grupo dos coliformes ser 
escolhido como indicador de contaminação da 
água são: aparecem em grande quantidade nas 
fezes humanas; cada pessoa pode eliminar até 
100 bilhões de bactérias num único dia; por se-
rem encontrados nas fezes de humanos e animais, 
pode-se afirmar que a água teve contado com 
excretas de animais ou humanos; sua identifica-
ção, do ponto de vista laboratorial, requer técni-
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30
cas simples e econômicas; o organismo indicador 
deve viver na água tão bem quanto o organismo 
patogênico (CVS, 2005; TORTORA et al., 2003).
Pelo fato de apenas a E. coli ser exclusiva-
mente um organismo que vive no intestino, en-
quanto outras bactérias são encontradas em vá-
rios ambientes (planta e solo), a E. coli é utilizada 
como um indicador de contaminação fecal nos 
testes de qualidade da água.
A ausência de coliformes é prova de uma 
água bacteriologicamente potável, pois o grupo 
coliforme é considerado um indicador confiável 
da adequabilidade do tratamento da água.
AtençãoAtenção
Principais Doenças Relacionadas com a Água
Por ingestão de água contaminada:
• Cólera;
• Disenteria amebiana;
• Disenteria bacilar;
• Febre tifoide e paratifoide; 
• Gastroenterite;
• Giardíase;
• Hepatite infecciosa;
• Leptospirose;
• Paralisia infantil;
• Salmonelose. 
Por contato com água contaminada:
• Escabiose (doença parasitária cutânea conhecida como sarna);
• Tracoma (mais frequente nas zonas rurais);
• Verminoses, tendo a água como um estágio do ciclo;
• Esquistossomose. 
Por meio de insetos que se desenvolvem na água:
• Dengue;
• Febre amarela;
• Filariose;
• Malária. 
Cólera, febre tifoide e paratifoide são as 
doenças mais frequentemente ocasionadas por 
águas contaminadas e penetram no organismo 
via cutaneomucosa, como é o caso de via oral.
A qualidade da água é alterada em função 
de distintos e numerosos impactos ambientais 
advindos de atividades antrópicas, tais como:
�� Mineração; 
�� Construção de barragens e represas; 
�� Retilinização e desvio do curso natural 
de rios; 
�� Lançamento de efluentes domésticos e 
industriais não tratados; 
�� Desmatamento e uso inadequado do 
solo em regiões ripárias e planícies de 
inundação; 
�� Superexploração de recursos pesquei-
ros; 
�� Introdução de espécies exóticas. 
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Como consequência dessas atividades, 
tem-se observado uma enorme queda da quali-
dade da água e perda de biodiversidade aquáti-
ca, em função da desestruturação do ambiente 
físico, químico e alteração da dinâmica natural 
das comunidades biológicas. Nossos rios são co-
letores naturais das paisagens, que demonstram 
as consequências do uso e ocupação do solo. Os 
principais processos de degradação observados 
em função das atividades humanas nas bacias 
de drenagem são o assoreamento e homogenei-
zação do leito de rios e córregos, diminuição da 
diversidade de habitats e micro-habitats e eutrofi-
zação artificial (enriquecimento por aumento nas 
concentrações de fósforo e nitrogênio).
Um dos principais tipos de monitoramento 
da qualidade da água, muito utilizado nos dias de 
hoje, é o macroinvertebrado bentônico, um mo-
nitoramento biológico. A utilização de macroin-
vertebrados bentônicos em estudos de impacto 
ambiental ainda é muito recente no Brasil. O es-
tudo ecológico desses organismos como bioin-
dicadores de qualidade de água é amplamente 
utilizado em diversos países (p. ex., Inglaterra, 
Espanha, Austrália, Estados Unidos e Canadá). Os 
Estados Unidos já estão mais avançados quanto 
à utilização desses bioindicadores, entre outros 
grupos de organismos, na avaliação ambiental 
(GOULART; CALLISTO, 2003). Esse tipo de moni-
toramento fornece informações da qualidade da 
água através da análise da quantidade ou apare-
cimento de diferentes espécies no local de coleta 
de dados (Figura 6).
Figura 6 – Organismos bentônicos e sua associação com a qualidade das águas. 
Fonte: Goulart e Callisto (2003).
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32
Em relação às disposições legais referentes 
à qualidade das águas, a Resolução CONAMA nº 
357/2005 dispõe sobre a classificação dos cor-
pos de água e diretrizes ambientais para o seu 
enquadramento, bem como estabelece as condi-
ções e padrões de lançamento de efluentes, e dá 
outras providências. Nessa resolução, os corpos 
hídricos são classificados em águas doces, salo-
bras e salinas, e são estabelecidas classes de usos 
dos mesmos, de acordo com suas características 
ambientais e de intervenções antrópicas. Outros 
instrumentos legais importantes para o monito-
ramento das águas são: a Resolução CONAMA nº 
274/2000, que define critérios para a classificação 
de águas destinadas à recreação de contato pri-
mário, em praias e reservatórios de uso para con-
tato primário ou balneário; e a Portaria nº 518 do 
Ministério da Saúde, que estabelece parâmetros 
mínimos para potabilidade da água. 
Assim, o monitoramento visa a permi-
tir  uma avaliação adequada da qualidade da 
água. Para tanto, segundo a Agência Nacional das 
Águas (ANA), podem ser utilizadas diversas con-
figurações, em termos de localização dos pontos 
de monitoramento, de periodicidade e de tipos 
de parâmetro monitorados, sempre em função 
dos objetivos visados:
�� Monitoramento básico  – realizado 
em pontos estratégicos para acompa-
nhamento da evolução da qualidade 
das águas, identificação de tendências 
e apoio à elaboração de diagnósticos. 
Além disso, os resultados obtidos no 
monitoramento permitem a identifi-
cação de locais onde é necessário um 
maior detalhamento. A frequência des-
se tipo de monitoramento acompanha 
os ciclos hidrológicos, ou seja, geral-
mente varia de uma frequência mínima 
trimestral até uma frequência mensal. 
Os parâmetros monitorados nessa mo-
dalidade devem estar relacionados com 
o tipo de uso e ocupação da bacia con-
tribuinte à estação e com os objetivos 
da rede. Sendo assim, tanto a localiza-
ção das estações quanto os parâmetros 
monitorados devem ser reavaliados pe-
riodicamente.
�� Inventários  – esta modalidade com-
preende observações associadas à ava-
liação intensiva de um espectro mais 
ou menos amplo de parâmetros com o 
objetivo de estabelecer um diagnóstico 
da qualidade das águas de um trecho 
específico de curso d’água. Essa ava-
liação pode estar associada ao acom-
panhamento de ações limitadas no 
tempo (por exemplo, implantação de 
empreendimentos hidrelétricos). No in-
ventário, a frequência de amostragem é 
alta, variando de diária até mensal, por 
um período de tempo determinado.
�� Vigilância  – nesta modalidade in-
cluem-se as observações efetuadas em 
locais onde a qualidade das águas é 
de fundamental importância para um 
determinado uso (especialmente para 
consumo humano) ouem locais críti-
cos em termos de poluição associada 
ao uso da água. Nesse caso, é necessá-
rio um monitoramento praticamente 
em tempo real, o que pressupõe a uti-
lização de aparelhos automáticos de 
medição, o que limita os tipos de parâ-
metro monitorado. Entretanto, um bom 
acompanhamento dos parâmetros pH, 
oxigênio dissolvido e condutividade 
elétrica já permite identificar alterações 
associadas a ações antrópicas, configu-
rando um alerta para a tomada de pro-
vidências.
�� De Conformidade – nesta modalidade, 
incluem-se as observações feitas pelos 
usuários dos recursos hídricos (automo-
nitoramento) em atendimento a requi-
sitos legais presentes nos marcos regu-
latórios (Portaria nº  518 do Ministério 
da Saúde, Resolução nº 357 do CONA-
MA), nas condicionantes das licenças 
ambientais e nos termos de outorga. 
Tanto a periodicidade quanto os parâ-
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metros monitorados são determinados 
pelos órgãos competentes.
O planejamento de uma rede de mo-
nitoramento de qualidade da água 
é iniciado a partir da definição dos 
objetivos do monitoramento. A par-
tir desses objetivos são definidas as 
configurações da rede em termos do 
número e da localização das estações; 
da frequência de monitoramento; e 
dos parâmetros a serem monitorados. 
Essas definições são condicionadas à 
disponibilidade de recursos para o mo-
nitoramento. Definidos os roteiros, são 
identificados os aparatos necessários 
para a coleta e preservação das amos-
tras, bem como para determinação de 
parâmetros em campo. 
Existem hoje diversos tipos de kit de 
monitoramento da qualidade da água 
para realização de amostragens em 
campo. De uma maneira geral, esses 
kits analisam uma variável mínima de 
indicadores, sendo estes: temperatura, 
condutividade, pH, oxigênio dissolvido, 
teores de nutrientes dissolvidos e totais 
(como nitrogênio e fósforo), materiais 
em suspensão e turbidez (Figura 7). 
Figura 7 – Exemplo de kit de análise de água.
Fonte: http://www.alfakit.ind.br
Saiba maisSaiba mais
Para saber mais sobre os padrões de qualidade da água estabelecidos nas Resoluções CONAMA 
nº 357/2005 e nº 274/2000, consulte os links:
CONAMA nº 357/2005: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf
CONAMA nº 274/2000: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=272
http://www.alfakit.ind.br/
Sandra Eliza Beu
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34
O capítulo 2 compreendeu os principais conceitos e aspectos associados à poluição do ar, solo e 
águas. 
Este capítulo foi iniciado com uma apresentação sobre os principais fatores associados à poluição 
atmosférica e suas causas. Apresentou uma caracterização dos poluentes do ar e seus efeitos à fauna, 
flora e saúde da população. Em seguida foi apresentada uma classificação de poluentes primários e se-
cundários e os aspectos relacionados à Resolução CONAMA nº 003 de 1990, que apresenta, junto com a 
Portaria Normativa nº 438 de 14/03/1990, os padrões de qualidade do ar que são exigidos no Brasil. Em 
seguida, foi apresentada uma classificação de poluentes atmosféricos e descritos os padrões de qualida-
de do ar exigidos legalmente pela Resolução CONAMA nº 003/1990. Na sequência, foi citado o exemplo 
do estado de São Paulo que no seu Decreto Estadual nº 59113 de 23/04/2013 estabelece metas gradati-
vas e progressivas para que a poluição atmosférica seja reduzida a níveis desejáveis ao longo do tempo. 
Com base nessa resolução, foram apresentados também alguns métodos de amostragem e análise de 
poluentes atmosféricos. Após o tópico de monitoramento da qualidade do ar, foram apresentados os 
aspectos relacionados à poluição e monitoramento da qualidade do solo. Assim, foram apresentadas 
as funções e características do solo, assim como os tipos de poluente que mais afetam os solos (persis-
tentes e orgânicos). Também foi apresentada a importância do biomonitoramento e que este pode ser 
aplicado no controle ambiental dos solos. Após esse tema, foram apresentados os principais indicadores 
de qualidade dos solos e sua relação com a qualidade dos solos. Também foi apresentado o principal ins-
trumento legal referente aos critérios e valores orientadores de qualidade do solo (Resolução CONAMA 
nº 420/2009). Após a caracterização dos principais fatores de interferência na qualidade do solo, foi apre-
sentado um tópico referente à poluição, monitoramento e qualidade da água. O tópico foi iniciado com 
uma apresentação sobre monitoramento da qualidade da água e como deve ser realizada a avaliação 
da qualidade da água, que deve considerar parâmetros físicos, químicos e biológicos. Nesse tópico, foi 
dada ênfase às doenças de veiculação hídrica, pois estas são responsáveis por muitas mortes em países 
em desenvolvimento. Foram apresentados os principais fatores associados à poluição das águas e disse-
minação de doenças e quais as doenças mais comuns e que servem como indicadores da má qualidade 
das águas e do saneamento ambiental deficiente. Também foram apresentados exemplos de impactos 
e atividades antrópicas que afetam a qualidade das águas e exemplos de bioindicadores de qualidade 
da água. O fechamento do capítulo foi realizado com uma apresentação sobre a importância da rede de 
monitoramento e exemplos de como o monitoramento pode ser aplicado. 
2.4 Resumo do Capítulo
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2.5 Atividades Propostas 
Com base nas informações apresentadas no capítulo, responda às seguintes questões:
1. Em relação à poluição e monitoramento da qualidade do ar, comente sobre os principais fa-
tores responsáveis por esse tipo de poluição e cite exemplos de poluentes classificados como 
primários e secundários.
2. Considerando as informações apresentadas referentes à poluição e monitoramento da qua-
lidade do solo, apresente quais os dois tipos de poluente que mais afetam o solo. Faça uma 
breve caracterização de cada tipo. 
3. Apresente três exemplos de indicadores de qualidade do solo e sua relação com a qualidade 
do solo. 
4. Em relação à poluição e monitoramento da qualidade da água, apresente os principais parâ-
metros que devem ser considerados na análise ambiental e exemplos de cada um.
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37
Caro(a) aluno(a),
Na temática 3, será apresentada uma abor-
dagem sobre a importância dos sistemas de in-
tegração de informações, como os Sistemas de 
Integrações de Informações (SIGs) para apoio ao 
monitoramento ambiental, assim como o uso de 
imagens de satélite, que cada vez mais são utiliza-
das pelas políticas públicas para o planejamento 
e monitoramento ambiental. 
3
3.1 Sistemas de Integração de Informações
Para o monitoramento ambiental também 
é de grande importância o estabelecimento de 
metodologias para análise integrada de informa-
ções. Algumas situações exigem que o monito-
ramento e análise da qualidade ambiental con-
siderem as inter-relações de diversos indicadores 
ambientais e essa análise integrada requer o uso 
de sistemas de integração de informações para 
análise dos dados. 
Segundo Santos (2004), a análise integrada 
de dados é possível se for estabelecida uma es-
trutura clara e representativa das interações do 
território. Uma das formas de se estabelecer essa 
integração se dá através da análise de dados te-
máticos, através de mapas. 
Os mapas compreendem representações 
cartográficas do território, que variam de acordo 
com sua escala e objeto de análise. Um mapa per-
mite observar as localizações, extensões, padrões 
de distribuição e as relações dos componentes 
distribuídos em um espaço delimitado. 
Os Sistemas de Informações Geográficas 
(SIGs) são softwares que utilizam os diversos indi-
cadores ambientais para integração de informa-
ções e análise integrada de dados. 
Um SIG ou GIS (Geographic Information Sys-
tem) é um sistema composto por software, usuá-
rio, hardware, dados e metodologia (ou técnicas)

Outros materiais