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TCC MARINA_GABRIELA_CERVINI_GIACHINI

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2
MARINA GABRIELA CERVINI GIACHINI
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL
Sorriso-MT
2020
MARINA GABRIELA CERVINI GIACHINI
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Sorriso - Campus Unic, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel em Direito. 
Orientadora: Deborah Stagliano
Sorriso-MT
2020
MARINA GABRIELA CERVINI GIACHINI
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Sorriso - Campus Unic, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel de Direito. 
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Sorriso-MT, ___, Junho de 2020.
Agradeço e dedico este trabalho aos meus pais. Esta monografia é a prova de que todo seu investimento e dedicação valeram a pena.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por sempre me mostrar o caminho certo.
Sou grata aos meus pais Odinéia e Abraão pelo incentivo aos estudos e pelo apoio incondicional.
A minha irmã Júlia por estar ao meu lado e por me fazer ter confiança nas minhas decisões.
Gratidão pela participação dos professores da Universidade cuja dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído satisfatoriamente.
Também agradeço à Universidade e aos seus docentes que nos incentivaram a percorrer o caminho da pesquisa científica.
A justiça é o direito do mais fraco
 Joseph Joubert
GIACHINI, Marina Gabriela Cervini. Princípio do Contraditório e Ampla defesa no Inquérito Policial: 2020. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Universidade de Sorriso - UNIC, Sorriso-MT, 2020.
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso faz uma análise da aplicação ou não do princípio do contraditório e ampla defesa no inquérito policial, princípios estes intitulados no artigo 5º inciso LV da Constituição Federal de 1988. Atinge um estudo breve sobre os sistemas processuais penais, este buscou explorar o inquérito policial resultando em suas características, finalidades e princípios aplicáveis ressaltando seu caráter meramente administrativo. Em seguida, passa a discutir quanto à existência ou não do contraditório e ampla defesa na fase investigatória, no qual fora constatado por uma corrente majoritária a não aplicação destes princípios neste estágio, por ter o inquérito caráter inquisitorial, classificando assim um procedimento meramente informativo. Contudo, neste diapasão não se pode afirmar que o inquérito é desprovido do exercício de defesa. Diante do advento da Constituição Federal de 1988 começam diversas ponderações e questionamentos quanto o emprego do contraditório e ampla defesa, uma vez que o inquérito não sofrerá mudança do caráter inquisitorial, sobretudo será aplicável o mínimo necessário destes princípios e demais proteção aos direitos fundamentais do indiciado. 
Palavras-Chave: Inquérito Policial. Princípio do contraditório. Princípio da Ampla Defesa. 
 
GIACHINI, Marina Gabriela Cervini. Princípio do Contraditório e Ampla defesa no Inquérito Policial: 2020. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Universidade de Sorriso - UNIC, Sorriso-MT, 2020.
ABSTRACT
The present work of conclusion of the course makes an analysis of the application or not of the principle of contradictory and wide defense in the police inquiry, principles these titled in article 5, item LV of the Federal Constitution of 1988. It reaches a brief study on the criminal procedural systems, this sought to explore the police investigation resulting in its characteristics, purposes and principles applicable, emphasizing its purely administrative character. Then, it starts to discuss the existence or not of the contradictory and ample defense in the investigative phase, in which it was verified by a majority current the non-application of these principles at this stage, because the inquiry is inquisitorial, thus classifying a merely informative procedure. However, in this tuning fork, it cannot be said that the investigation is devoid of the defense exercise. In view of the advent of the Federal Constitution of 1988, several considerations and questions regarding the use of contradictory and broad defense begin, since the investigation will not change the inquisitorial character, above all the minimum necessary of these principles and other protection to the fundamental rights of the accused will be applicable. 
Key words: Inquiry Polices. Beginning of the contradictory one. Beginning of the SpaciousDefense.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
CF - Constituição Federal
CP – Código Penal
CPP – Código Processo Penal
HC – Habeas Corpus
IP – Inquérito Policial 
STF – Supremo Tribunal Federal
STJ – Superior Tribunal de Justiça
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................11
2. OS SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS......................................................13
 2.1 Sistema Inquisitivo........................................................................................14
2.2 Sistema Acusatório.......................................................................................16
2.3 Sistema Misto...............................................................................................17
3. INQUÉRITO POLICIAL..................................................................................18
3.1 Finalidade do Inquérito Policial.....................................................................19
3.2 Características do Inquérito Policial..............................................................22
4. APLICAÇÃO DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL...............................................24
4.1 Princípios e garantias constitucionais...........................................................24
4.2 Princípio do contraditório e ampla defesa.....................................................25
4.2.1 Contraditório...............................................................................................25
4.2.2 Ampla Defesa.............................................................................................28
4.2.3 A aplicação do princípio do contraditório e ampla defesa no inquérito policial..................................................................................................................31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................38
REFERÊNCIAS...................................................................................................40
1. INTRODUÇÃO
Considerando o presente estudo bibliográfico, este terá como intuito debater quanto à existência ou inexistência da aplicação do princípio constitucional do contraditório e ampla defesa na investigação criminal, passo este que faz necessário uma síntese quanto a linha de teorias e pensamentos findados durante toda mudança histórica do atual cenário do sistema processual penal brasileiro até os dias de hoje.
 Como se sabe, emerge diversas discussões acerca de qual é, efetivamente, o sistema processual penal adotado pelo ordenamento brasileiro, onde no decorrer desta linha do tempo formaram-se várias correntes sustentadas de posicionamentos divergentes. 
Deste modo, após a explanação dos sistemas processuais, será o momento de analisar o Inquérito Policial em todos seus aspectos, sua previsão legal, natureza jurídico e sua finalidade. 
Em análise, 	chegará o momento de discussão sob o enfoque das garantias constitucionais do contraditório e ampladefesa na fase investigatória, apresentar se é possível a utilização destes princípios como exercício de defesa aos investigados em uma concepção abrangente ou reduzida, pois neste passo há discussões doutrinárias e jurisprudências quanto a utilização destes conceitos na fase do inquérito policial, sendo necessário compreender de que maneira os órgãos competentes e demais vinculados realizam esta interpretação e de que forma atuam diante aos preceitos que surgiram. 
Deste modo, visará à aplicação ou não destes princípios na fase investigatória, nesta oportunidade, procurar-se-á responder se: o contraditório e ampla defesa precisam superar a característica inquisitorial do inquérito policial e/ou se aparelhar a este, explorando a atuação coerente e aceita pelas decisões de tribunais, doutrinadores e jurisprudências para o devido exercício de defesa do indiciado, pautado por prerrogativas limitadas aos princípios e valores constitucionais, além de, trazer a conhecimento à importância de um defensor frente à fase da persecução penal, no qual este é um instrumento de se alcançar os direitos inerentes ao suposto acusado. 
Quanto à estrutura, o trabalho encontra-se dividido em três capítulos, a ponto de ser construída uma tese fundamentada. 
No primeiro, faz-se uma abordagem dos sistemas processuais penais, caracterizando os três sistemas processuais existentes, sendo eles: inquisitório, acusatório e misto. Buscando identificar suas características, seguindo uma posição de forma precisa e esclarecedora. 
 Já no segundo capítulo é estudado mais profundamente o Inquérito Policial, sua previsão legal, sua finalidade e princípios aplicáveis, caracterizado como instrumento essencial que da efetividade as investigações criminais, exercida para atingir plena certeza de propositura da ação penal. 
E por fim e não menos importante, refletiremos sobre quais condições será aplicado os princípios do contraditório e ampla defesa na fase investigativa, como garantidor de direitos fundamentais do investigado no qual gera importante repercussão na persecução penal e fazendo uma análise quanto sua existência no plano das investigações. 
A metodologia apresentada nesta monografia destaca-se essencialmente descritiva do tema em estudo, partiu de uma pesquisa teórica-bibliográfica, explorando e analisando obras jurídicas de autores especialistas nas áreas, internet, livros e ademais documentos, como ponto formador de conhecimento, ampliando o campo de entendimento a respeito da questão pesquisada, cujas informações devidamente abordadas foram pesquisadas e estudadas qualitativamente.
	
2. OS SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
Antes de a fundo quanto ao tema em foco deste presente projeto, é importante salientarmos sobre os sistemas processuais penais. De imediato, faz-se necessário evidenciar que não há pretensão em aprofundar sobre os sistemas processuais, mas é de suma importância a referida abordagem, uma vez que é um conjunto de características do processo penal que reflete na estrutura política do Estado, de acordo com seu momento histórico, deste modo, o estudo dos sistemas processuais é fundamental para a análise da efetiva incidência do principio do contraditório e ampla defesa no âmbito da investigação criminal.
A evolução e o desenvolvimento de um povo, esta diretamente ligada na produção do Direito, o Direito e o Processo Penal formam um conjunto normativo sobre as condutas ilícitas, realizando o controle social punitivo legal como é aplicado em determinada situação adequando-se para tais conflitos. 
O conceito de sistema processual penal é baseado na divisão atual existente entre acusatório, inquisitivo e misto. Estes sistemas revelam a proposta do Estado na forma de condução das práticas de controle social punitivo e nas garantias fundamentais atribuídas a quem violar o referido sistema e suas “regras”.
Cumpre observar que estes sistemas foram formados após um longo prazo de práticas em um dos sistemas, sempre presente em todas as sociedades, atingindo a um povo, à instituição judiciária, ao processo legislativo criminal, à instituição do Ministério Público, à instituição policial e, especialmente, a todo o Processo Penal, e, assim, para a devida compreensão do Direito Processual Penal é fundamental o estudo dos sistemas processuais (...)” [footnoteRef:1] [1: COUTINHO. Jacinto Miranda, Introdução aos princípios gerais do Processo Penal brasileiro. ] 
Ademais, Ana Flávia Messa, afirma que, 
“o sistema processual penal é um conjunto de características do processo penal que reflete a estrutura política do Estado, de acordo com seu momento histórico. Ainda, devem-se respeitar alguns direitos e garantias fundamentais dos cidadãos quando introduzir algum dos sistemas processuais”.[footnoteRef:2]
 [2: MESSA, Ana Flávia. Curso de direito processual penal. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.] 
Vale frisar que os sistemas processuais são intimamente interligados com o modelo político de Estado. 
Deste modo, 
quanto mais o Estado aproxima ao autoritarismo (ditadura, monarquia), mais reduzidos ficam as garantias do réu, e mais se aproxima ao sistema inquisitório. O contrário também é verdadeiro: quanto mais o Estado se aproxime à democracia e ao Direito, maiores ficam as concessões de garantias e, por conseguinte, mais se aproxima ao modelo acusatório puro. Por fim, vale ressaltar que não existem sistemas puros.[footnoteRef:3] [3: NAGIMA, Irving Marc Shikasho, Sistemas Processuais Penais. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6193/Sistemas-Processuais-Penais. Acesso em: 08 de Junho de 2020. ] 
Com base nesta conjuntura podemos analisar que há dois tipos de sistemas processuais penais divididos em sistema inquisitório e o acusatório, ademais algumas doutrinas defendem um terceiro sistema, no qual é composto por características específicas dos dois sistemas citados e que, por tal razão, denomina-se sistema misto. 
2.1 SISTEMA INQUISITIVO 
Quando o juiz tem em torno de sua figura as funções de investigar, acusar e julgar, este representado por características particulares do Sistema Inquisitivo. Nessas situações, não há livre convencimento na sentença, pois o mesmo juiz que realizou as investigações e formulou a referida acusação, já se tem parte de uma forte persuasão formada, pois, sua forma de atuação viabiliza tal circunstância, estando propícia a condenação do réu. 
 Á luz das informações contidas, vemos uma característica esclarecedora de que no sistema processual inquisitivo não há contraditório nem ampla defesa, pois, na maioria dos casos em que foi puramente aplicado, sequer admitia-se defesa para o acusado. 
Em primeiro plano, neste sistema, o juiz é fadado de ampla iniciativa probatória e pode de ofício determinar a produção de provas em qualquer momento da persecução penal, agindo assim independente em relação à defesa, onde o acusado é tratado como mero objeto do processo, podendo até ser restringido de exercer sua resistência para influir no convencimento da autoridade competente, o juiz neste presente sistema este condicionado aos ditames da lei, porém tem autonomia própria para investigar, acusar e julgar. 
Desta forma, teríamos como exemplo a referida situação: estamos diante de um fato típico, declarado como crime, o juiz inquisidor atuaria de ofício, sem a necessidade de ser invocado pelas partes e a partir daí poderia produzir as provas que achasse necessário para a elucidação dos fatos, utilizando para isso, caso necessário à coação ao réu. Ora, nesta presente situação se assemelha em muito às características de um regime político totalmente absolutista. 
Logo, Renato Brasileiro de Lima, sustenta que o sistema inquisitorial é um sistema rigoroso, secreto, que adora ilimitadamente a tortura como meio de atingir o esclarecimento dos fatos e de concretizar a finalidade do processo penal. Nele, não há falar em contraditório, pois as funções de acusar, defender e julgar estão reunidas nas mãos do juiz inquisidor.[footnoteRef:4] [4: LIMA, Renato Brasileiro de. Manual deProcesso Penal: volume único. 4. ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Juspodivm, 2016.] 
Com substância, complementa Capez, que o réu é visto nesse sistema como mero objeto da persecução, não podendo se defender ou acompanhar o andamento das investigações. O indiciado só terá uma certeza: que sofrerá ou não uma sanção.[footnoteRef:5] [5: CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.] 
Outrossim, observa Fernando da Costa Tourinho Filho, no sistema inquisitório,
 [...] não há o contraditório, e por isso mesmo inexistem as regras da igualdade e liberdade processuais. As funções de acusar, defender e julgar encontra-se enfeixadas numa só pessoa: o Juiz. É ele quem inicia, de ofício, o processo, quem recolhe as provas e, a final, profere a decisão, podendo, no curso do processo, submeter o acusado a torturas, a fim de obterá rainha das provas: a confissão. O processo é secreto e escrito. Nenhuma garantia se confere ao acusado. Este aparece um uma situação de tal subordinação que se transfigura e se transmuda em objeto do processo e não em sujeito de direito.[footnoteRef:6] [6: TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo penal. 32. ed., rev. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2010. 1 v.
] 
Pode-se dizer que esse sistema inquisitivo acaba prejudicando o exercício de defesa do suposto acusado, de tal forma que foge dos direitos fundamentais garantidores da pessoa humana, impossibilitando a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal, assim prevalecendo os excessos processuais. 
2.2 SISTEMA ACUSATÓRIO
O Sistema Acusatório parte da divisão dos poderes distribuídos entre as figuras processuais: entretanto, existe um longo processo de construção do sistema, para se tornar puro e, consequentemente, contrário a todas as práticas inquisitivas. Esta diferença de divisão dos poderes em torno das figuras processuais ou na concentração nas mãos do juiz é, sem dúvida, a diferença primária mais salientada entre o Sistema Acusatório e o Sistema Inquisitivo respectivamente.
O sistema acusatório consagra meios para a defesa prover sua plena técnica, prevendo nulidade dos atos comprovadamente realizados em infringência aos princípios basilares, essas garantias estão positivadas em todas as constituições democráticas existentes. 
Impende salientar que o direito penal do fato, utilizado pelo Sistema Processual Acusatório, avalia unicamente a ação praticada, independente qual seja o autor, com critérios preenchidos pela lei. As condutas são observadas pelos aspectos daquele dia e hora, o que permite uma defesa pautada em contra argumentos de parecer jurídico e esquematizado. 
Ademais, é maneado pelo princípio de presunção de inocência, onde o réu é tido como inocente, deste modo resguarda garantias fundamentais ao acusado, o qual responderá à ação penal por meio de um devido processo legal.
Avena discorre que o sistema acusatório tem essa nomenclatura porque “ninguém poderá ser chamado a juízo sem que haja uma acusação, por meio da qual o fato imputado seja narrado com todas as suas circunstâncias.” Dessa acusação, o réu tem direito de se manifestar, alegando o que lhe couber de fato.[footnoteRef:7] [7: AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 3. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Método, 2011.] 
Por sua vez, Paulo Rangel entende que o juiz é imparcial na acusação, manifestando-se somente quando provocado pelo autor. E que deste sistema surgiram três sujeitos processuais distintos (juiz, autor e réu), os quais podem ser chamados de actum trium personarum. [footnoteRef:8] [8: RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 17. ed., rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.] 
Vale ressaltar, Paulo Rangel aponta como características principais do sistema acusatório:
 “a separação das funções de acusar, julgar e defender; a publicidade dos atos processuais (a exceção é que determinados atos podem ser sigilosos); o contraditório e a ampla defesa integram toda a ação penal; o juiz tem livre convencimento para julgar de acordo com as provas dos autos e; o juiz é imparcial”. 
Por fim conclui-se que no sistema acusatório as partes estão em par de igualdades, é notório a posição das partes as quais podem produzir livremente (dentro dos ditames da lei) suas provas sobre o fato típico. Portanto, cabendo às partes, o direito garantidor da ampla defesa e o contraditório, ao contrário do sistema inquisitório. 
Maior parcela da doutrina processualista penal defende que o sistema processual penal adotado no Brasil, é o acusatório, a exemplo de Aury Lopes Jr. e Eugênio Pacelli, conjuntamente se posiciona por esse sistema o STF e o STJ.
Essa corrente parte do pressuposto básico de que a Constituição Federal fez sua escolha, mas de forma implícita, quando separa as funções de julgar e acusar, além de estabelecer expressamente as garantias processuais típicas de um sistema acusatório.
2.3 SISTEMA MISTO
O presente sistema consiste na combinação do sistema Inquisitivo e Acusatório, segundo entendimento de Guilherme Nucci: 
 No mundo inteiro o sistema adotado no processo penal é o misto, pois seria humanamente impossível de adotar um sistema puro, só acusatório ou só inquisitório. E trazendo esse entendimento para o nosso ordenamento jurídico, o autor ainda afirma que os conhecimentos probatórios, prazos processuais, recursos e outros procedimentos ligados diretamente no processo, são consolidados por um sistema misto, pois, mesmo a Constituição nos mostrando que devemos adotar um sistema acusatório, Processo Penal permitiria o Estado de atuar de modo inquisitorial.[footnoteRef:9] [9: NUCCI, Guilherme de Souza. Processo Penal e Execução Penal. 3. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.] 
Como podemos analisar o presente sistema se destaca pela divisão processual e procedimental em investigação preliminar e na fase instrutória, como pode ser exemplificado junto a Muccio, no qual afirma:
“As funções de acusar, defender e julgar são entregues a pessoas distintas. Na fase do julgamento, o processo é oral, público e contraditório (oralement, publequemente et contradictoirement), contudo, as duas primeiras fases são secretas e não-contraditórias. No processo tipo misto ou acusatório formal, na fase da investigação preliminar e da instrução preparatória, observa-se o processo do tipo inquisitivo e na fase de julgamento o processo do tipo acusatório”[footnoteRef:10] [10: MUCCIO, Hidejalma. Curso de Processo Penal. 1. ed. São Paulo: Edipro, 2000.] 
Neste intuito, percebe-se que temos um sistema que elenca elementos pré-processuais, traz para nós uma divisão sendo a fase investigatória e a fase processual, como exemplo: o juiz acompanha as investigações em uma primeira fase como sua função de juiz inquisitor. Posterior há uma segunda fase em que ele julga na função essencial de julgador. Tudo isso resultando para o aperfeiçoamento do processo penal e suas devidas resoluções. 
3 INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito policial na definição da doutrina majoritária afirma-se como um procedimento administrativo inquisitório e preparatório, passou de uma peça “meramente informativa” para um procedimento ímpar quão à realização da justiça penal precursora a propositura da ação penal, aos olhos do contraditório e ampla defesa, algumas provas e documentos produzidos durante a investigação criminal se tornam imprescindíveis para aquele que busca o direito legal, sendo cabível até mesmo de serem contestadas, seguindo a observação jurídica. 
O presente tema trata-se de um instrumento de apuração de quaisquer fatos apresentados, doravante, Aury Lopes Junior ressalta que: 
“O inquérito policial nasce de mera possibilidade, mas almeja a probabilidade, ou seja, para a instauração do inquérito policial, basta a mera possibilidade de que exista um fato punível. A própria autoria não necessita ser reconhecida no início das investigações” (grifo do autor).[footnoteRef:11] [11: JÚNIOR, Aury Lopes. Sistemas de Investigação no Inquérito Policial. 3 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005, p. 135-162] 
Destemodo, percebe-se que, o inquérito policial é um procedimento administrativo e informativo, destinado a apurar infrações penais e sua respectiva autoria, carreado pela Policia Judiciária, no qual realiza diligências a colher provas necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados para a regular propositura da ação penal, pretendendo a aplicação da lei. 
Ainda neste interim, para Lima, 
Seu caráter instrumental sobressai dupla função: a) preservadora: a existência prévia de um inquérito policial inibe a instauração de um processo penal infundado, temerário, resguardando a liberdade do inocente e evitando custos desnecessários para o Estado; b) preparatória: fornece elementos de informação para que o titular da ação penal ingresse em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam desaparecer com o decurso do tempo.[footnoteRef:12] [12: LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Ed. Juspodivm, 2016. p. 107.] 
Seguindo este caráter, vemos que a partir do momento em que um delito é cometido, automaticamente desponta para o Estado o poder e o dever de punir o suposto autor do fato. Para o Estado incitar a persecução penal, é de suma importância que haja provas suficientes de materialidade e de autoria do determinado delito, que servirão de fundamento para o oferecimento da denúncia e atuação imediata do destinatário sendo titularmente o juiz, tendo como base e medida princípios constitucionais norteadores para que seja possível uma exata visão do conjunto dos fatos, nas suas circunstâncias objetivas e subjetivas.
Além do mais, o Código de Processo Penal - CPP, em seu art. 395, inciso III, aponta que, “quando houver a ausência de justa causa para o exercício da ação penal caberá como causa de rejeição da peça acusatória”.[footnoteRef:13] [13: BRASIL, Código Processo Penal, Artigo 395, inciso III. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso em: 15 de Maio de 2020.] 
 Por esse motivo a importância do inquérito policial, procedimento preparatório utilizado pelo Estado para a real coleta de elementos comprobatórios do ato delitivo, viabilizando o oferecimento da peça acusatória quando houver justa causa para o processo (fumus comissi delicti), mas também impedindo informação precipitada de convicção pelo juiz, bem como contribuindo para que pessoas inocentes não sejam injustamente submetidas a transtornos que perturbariam a um cerne entendimento. 
3.1 FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL 
Sua principal finalidade se desponta em apurar as infrações penais e a autoria de quem as cometeu, com o fito de levar ao conhecimento do titular da ação penal as informações colhidas. 
Neste deslinde, Vicente Greco Filho, afirma que:
A finalidade investigatória do inquérito cumpre dois objetivos: dar elementos para a formação da opinio delicti do órgão acusador, isto é, a convicção do órgão do Ministério Público ou do querelante de que há prova suficiente do crime e da autoria, e dar o embasamento probatório suficiente para que a ação penal tenha justa causa. Para a ação penal, justa causa é o conjunto de elementos probatórios razoáveis sobre a existência do crime e da autoria.[footnoteRef:14] [14: GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 9 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.] 
De maneira semelhante, Marcelo Lessa Bastos assim aduz que, 
 “a investigação criminal não é um fim em si mesmo, mas um meio que visa a um fim, que é justamente a propositura da ação penal, sendo certo que os elementos de convicção colhidos no curso da investigação se esgotam, em sua grande maioria, uma vez cumprido esse objetivo”.[footnoteRef:15] [15: BASTOS, Marcelo Lessa. A investigação nos crimes de ação penal de iniciativa pública. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2004.] 
Esses objetivos da investigação sempre estiveram presentes nas bases das ações da justiça, ou seja, pode-se chegar à materialização do crime através de instruções prévias do inquérito policial e a reunião de provas suficientes pela polícia judiciária para indicar com relativa firmeza a autoria do crime. Sendo assim, não se abre margens para julgamentos na fase investigativa, tendo em vista que essa função cabe especificamente ao Poder Judiciário. 
Diante do posicionamento de Silva Júnior, 
 Como se percebe, a finalidade, portanto, do inquérito policial é apurar a veracidade ou não de uma infração penal punível e também descobrir os responsáveis por esta. Não tem o condão de julgar ou muito menos, determinar a condenação dos indivíduos que são considerados culpados, pois estes indivíduos tem o direito de produzir provas que atestem sua inocência e contradizer o que está narrado no inquérito, sendo também a eles permitido realizar qualquer ato que venha a ser do seu interesse na tentativa de provar sua inocência. (grifo do autor).[footnoteRef:16] [16: JÚNIOR, Silva, Curso de processo penal.São Paulo: Saraiva. 2011. ] 
Tais considerações seriam incabíveis as autoridades de polícia judiciária realizar julgamentos prévios em relação possível, tendo como fundamento dois fatores importantes: a) os delegados de polícia civil e federal não têm competência nem capacidade para julgar acusados de infrações penais, porém, têm a competência para investigar e colher provas fundamentadas no cenário do crime; b) os acusados têm o direito ao devido processo legal, ampla defesa e contraditório, assim, as autoridades competentes não poderão desconsiderar esses ditames. 
Neste sentindo, Tarcha, aponta que o inquérito policial deve se submeter aos princípios constitucionais:
“Não se trata aqui de analisar o inquérito policial sob a ótica do delegado de polícia ou da própria Polícia, ou padronizá-lo ou adequá-lo às normas e princípios constitucionais. Buscamos tão somente expor suas reais dimensões catalogando sua natureza jurídica com espeque no valor probatório que possui e suas consequências na busca da verdade real, submetendo-o aos princípios constitucionais na busca da promoção da Justiça social.”[footnoteRef:17](grifo do autor) [17: TARCHA, Patricia Rosana Magalhães Gonçalves Fernandes. As finalidades do inquérito policial diante das novas demandas midiáticas. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/31161/as-finalidades-do-inquerito-policial-diante-das-novas-demandas-midiaticas/1. Acesso em: 19 de maio de 2020.] 
Pode-se observar que o inquérito policial passou a ser considerado um instrumento garantidor dos direitos fundamentais da pessoa humana e que em outros momentos da história era visto como instrumento do exercício do poder autoritário do Estado, viciado a violar os direitos e garantias do acusado.
Atualmente o Inquérito policial é visto como uma peça administrativa, mas também como um instrumento que garante a ordem pública e as garantias fundamentais da pessoa humana que estão previstas na Constituição Federal.
 Ao ver de Biagi: “A Portaria do Diretor Geral de Polícia nº18, de 25 de novembro de 1988, do Estado de São Paulo, dispõe sobre medidas e cautelas a serem adotadas na elaboração de inquéritos policiais de forma a resguardar a garantia dos direitos da pessoa humana”.[footnoteRef:18] [18: BIAGI, Michele Sedlacek. O Inquérito Policial e a garantia dos direitos fundamentais. Disponível em: http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=4003. Acesso em: 22 de maio de 2020.] 
Portando, o inquérito policial deve garantir ao suposto acusado o direito de não se submeter a processos criminais não fundamentados e claros. Assim, se trata de um mecanismo contra as ações penais que atentem contra as previsões constitucionais do art. 5º da Lei Maior, que são fundamentos essenciais ao exercício de um Estado Democrático de Direito e não reduzido a um Estado-Acusação. 
Faz-se importante mencionar o importante papel desta fase investigatória, uma vez que não faz jus classificar superficialmente todo este instrumento, não se pode ter sua finalidade reduzida apenas em servir a ação penal. Ao classificarmos e definirmos o Inquérito Policial como um procedimento que busca a verdade real diantede um ilícito penal, consequentemente tem-se presente à devida consideração e suporte quanto todas as investigações, diligências e as provas realizadas durante este lapso temporal. 
3.2 CARACTÉRISTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
Apresentasse como uma peça informativa que na sua definição desempenha a função de colher indícios de autoria e materialidade para dá sustentação ao titular da ação penal que mediante sua convicção solicita o arquivamento ou encaminha o prosseguimento da persecução penal. 
As características do inquérito policial atribuem algumas peculiaridades por diferenciar-se do tratamento legal do processo penal em sua integralidade. Sendo pertinente destacar as seguintes características: 
 Procedimento Escrito, os atos do inquérito devem ser reduzidos a termo para que haja segurança em relação ao seu conteúdo, que de acordo com o art. 9º do CPP, “todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade”;[footnoteRef:19] [19: BRASIL, Código Processo Penal, Artigo 9. Disp. em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso Disponível em: 15 de Maio de 2020.] 
Procedimento da Inviolabilidade do Acusado, “o inquérito policial deve assegurar o direito à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem do investigado, nos termos do art. 5º, X, da CF/88. É que milita em favor de qualquer cidadão a presunção de inocência enquanto não se obtiver a certeza da condenação através do trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. [footnoteRef:20] [20: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República federativa do Brasil. Brasília: Senado federal, 2005.] 
 Procedimento Dispensável, “significa dizer que o inquérito não é requisito objetivo de procedibilidade; a indisponibilidade, de modo que a autoridade policial por força do art. 17 do Código de Processo Penal não pode mandar arquivar o inquérito policial” [footnoteRef:21], bom à existência do Inquérito Policial não é obrigatória e nem necessária para o desencadeamento da ação penal. Deste modo se a finalidade do inquérito policial é a descoberta de elementos de informação quanto à infração penal e sua autoria, é forçoso concluir que, desde que o titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido) disponha desse substrato mínimo necessário para o oferecimento da peça acusatória, o inquérito policial será perfeitamente dispensável. [21: CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.71] 
Procedimento Sigiloso, de acordo com o artigo 20 do CPP, “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”. Sobre o sigilo no inquérito policial Tourinho Filho, nos esclarece:
(...) Não se concebe investigação sem sigilação. Sem o sigilo, muitas e muitas vezes o indiciado procuraria criar obstáculos às investigações, escondendo produtos ou instrumentos do crime, afugentando testemunhas e, até, fugindo à ação policial. Embora não se trate de regra absoluta, como se entrevê da leitura do art. 20 deve a Autoridade Policial empreender as investigações sem alarde, em absoluto sigilo, para evitar que a divulgação do fato criminoso possa levar desassossego à comunidade. E assim deve proceder para que a investigação não seja prejudicada. Outras vezes o sigilo é mantido visando amparar e resguardar a sociedade vale dizer, a paz social.[footnoteRef:22](grifo do autor). [22: FILHO, Fernando da Costa Tourinho. Código de processo penal comentado. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 005, vol. I, p. 80.] 
Procedimento Oficioso: é tomado conhecimento acerca de notícia de crime de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial é obrigada a agir de ofício, instaurando o inquérito, conforme estabelece o art. 5°, I, do CPP, sem que tenha havido pedido expresso de qualquer pessoa nesse sentido, segundo Fernando Capez, “somente os órgãos de direito público é que estão autorizados a promover as atividades investigativas, inobstante haver em nosso ordenamento jurídico a possibilidade jurídica de ajuizamento de queixa crime”.[footnoteRef:23] [23: CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.71.] 
Procedimento Inquisitivo: é de entendimento na doutrina e na maioria das jurisprudências que o inquérito policial é um procedimento inquisitorial, em que não se aplicam o contraditório e a ampla defesa, por se tratar de procedimento de natureza meramente administrativa, e não de processo judicial ou processo administrativo, uma vez que dele não resulta nenhuma sanção, ou seja, “não se tem respeito ao princípio do contraditório. Essa característica é o fator que discriminem entre o inquérito e Ação Penal em decorrência dos antagonismos presentes em ambos”.[footnoteRef:24] [24: CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.71] 
Essas são características importantes do Inquérito Policial, características essas ímpares para um bom deslinde de uma fase investigatória, no qual a partir delas iniciará o estudo sobre o inquérito e seu valor probante, até chegarmos à aplicação do princípio da ampla defesa e do contraditório em sua fase inquisitiva. 
4.0 APLICAÇÃO DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL 
4.1 PRINCÍPIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS 
A interpretação da norma se da como orientação geral a palavra princípio, traz consigo entendimento altamente abstrato, de verdadeiro valor que emana dos ordenamentos jurídicos, não regulam situações específicas, mas, ao contrário, ajudam na interpretação do direito quanto às regras jurídicas, traz a ideia de início, origem, desenvolvimento de um sistema. 
Neste deslinde, José Afonso da Silva afirma que, ao empregar o termo princípio, a Constituição Federal “exprime a noção de mandamento nuclear de um sistema. [...] Os princípios são ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de normas”. [footnoteRef:25] [25: SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15ª ed. rev. São Paulo. Malheiros, 1998, p. 95-96.] 
Há inúmeros princípios que norteiam o Processo Penal brasileiro, 
“estes se encontram determinados tanto pela Constituição Federal quanto pelo Código de Processo Penal, sendo que se pode destacar: o princípio da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da publicidade, da inadmissibilidade de provas obtidas por meio ilícito, da inocência e não culpabilidade, do favor rei, da iniciativa das partes, da imparcialidade do Juiz, da verdade real entre outros.”[footnoteRef:26] [26: BARROS, Marco Antônio de. A busca da verdade no Processo Penal. Saraiva, 2005, p. 25.] 
Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 1º, apresenta os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, estes servem como elementos de interpretação e integração do texto constitucional, deste modo contribuindo para a unidade de nossa Constituição. E dentro deste norte, exprime como princípios fundamentais, a soberania, a cidadania, o respeito à dignidade da pessoa humana pressupostos esses de um Estado Democrático de Direito. Sendo esses princípios aplicados a promover o bem de todos, sem excluir aqueles que figuram como possível autor de uma conduta tipificada na lei penal quer seja na fase processual ou em fase pré-processual/investigatória. 
Diante dos princípios e regras no campo do direito, estamos de frente com as garantias constitucionais, estas que protegem e amparam o exercício do direito. Fauzi Hassan Choukr alega que, 
Desta maneira, legalidade, contraditório, ampla defesa etc. não são fins em si, mas instrumentos pelos quais se alcança a tutela da integridade da dignidade da pessoa humana sendo, pois, garantias que, por seu turno, vêm a constituir um sistema operacional que, pela sua dimensão prática, parece mais importante que os valores que o fundamentam quando, na verdade, não o é. [...] Ainda como decorrência dessa premissa, deve-se concluir quea dignidade da pessoa humana como fundamento maior do sistema implica na formação de um processo banhado pela alteridade, ou seja, pelo respeito à presença do outro na relação jurídica, advindo daí a conclusão de afastar-se deste contexto o chamado modelo inquisitivo de processo, abrindo-se espaço para a edificação do denominado modelo acusatório. Fundamentalmente aí reside o núcleo da expressão que afirma que o réu (ou investigado) é sujeito de direitos na relação processual (ou fora dela, desde já na investigação), e não objeto de manipulação do Estado.[footnoteRef:27] [27: CHOUKR, Fauzi Hassan. Garantias Constitucionais na Investigação Criminal. 2ª ed., rev., ampl. e atual., Lúmen Júris. Rio de Janeiro. 2001] 
Pois bem, é válida a abertura de discussão quanto à extensão das garantias constitucionais à fase preliminar, uma vez que o respeito à presença do outro na relação jurídica é a principal razão de existência da inovação legislativa, o Inquérito Policial é uma atividade preparatória do processo, com caráter informativo e prevalecem características fundamentais de um sistema inquisitório, sendo uma discussão encerrada em diversos âmbitos jurídicos, contudo, houve inquietações quanto ao tema, dado que durante a fase preliminar de um futuro ato processual se feria de morte princípios e garantias básicas basilares da Constituição de 1988, como o poder de retirar a essência do individuo (investigado), sua intimidade, sua liberdade e entre outros. 
4.2 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA 
4.2.1 CONTRADITÓRIO
 Com fundamento no mesmo inciso constitucional do Princípio da Ampla Defesa, a garantia do Contraditório dispõe que, quando uma das partes faz qualquer alegação de fato ou apresentação de prova, a parte adversária deve ter o direito de se manifestar.
 Este princípio apresenta-se como um direito fundamental e está previsto no art. 5º, inciso LV, da CF/88, que estabelece: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
Segundo Joaquim Canuto Mendes de Almeida, sempre se compreendeu o princípio do contraditório como a ciência bilateral dos atos ou termos do processo e a possibilidade de contrariá-los.[footnoteRef:28] [28: ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de Almeida, Princípios fundamentais do processo penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1973. p. 82] 
Juntamente, segue o entendimento de André Rovégno, ao tratar da característica da bilateralidade do contraditório, 
A existência de duas partes digladiando-se perante um julgador imparcial, a necessidade de que ambas sejam ouvidas, a possibilidade conferida a elas de arrazoarem seus pedidos e impugnarem os adversos, tudo conduzindo a uma decisão final do julgador[...]; faz com que a doutrina aponte a natureza dialética do processo acusatório, que se estrutura sobre o movimento (bilateral) de oposição constante das partes.
Como pode observar, o entendimento é de que o contraditório deve ser aplicado e respeitado no processo penal, os dois principais argumentos são que a Constituição Federal, expressamente, garantiu este direito aos litigantes em processo judicial e o processo penal, diretamente atinge a liberdade do indivíduo.
Assim, o contraditório se enquadra na possibilidade de discussão dos fatos entre a acusação e a defesa, oportunizando a cada o que lhe é garantido constitucionalmente, qualquer acusado tem o direito de contrapor-se qualquer imputação que lhe são feitas, poderá se posicionar, justificar, requer e provar em momento posterior à acusação e anteriormente a decisão final. Sendo assim, não cabível um processo penal efetivo e fundado sem que a parte contrária tome ciência das demandas e questionamentos da outra parte.
O doutrinador Raul Godoy Neto, aduz que: 
“o contraditório deve ser admitido na investigação criminal, pois esse procedimento é um procedimento administrativo, composto por um conflito de interesses, que expressa à existência de litigantes, que proporciona uma carga processual, e origina a necessidade de garantias inerentes ao processo.”[footnoteRef:29] [29: NETO, Raul Godoy. O inquérito Policial e os Princípios Constitucionais do Contraditório e Ampla Defesa, 2009.] 
Analisando o mesmo assunto, Julio Fabbrini Mirabete afirma,
“que do princípio do contraditório decorre a igualdade processual, ou seja, a igualdade de direitos entre as partes acusadora e acusada, que se encontram num mesmo plano, e a liberdade processual, que consiste na faculdade que tem o acusado de nomear o advogado que bem entender, de apresentar as provas que lhe convenham etc.”[footnoteRef:30] [30: MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 43.] 
Esta referida análise de Mirabete baseia na necessidade que se tem na justiça penal de se impor a igualdade entre as partes para que essa isonomia processual garanta a legalidade da prestação jurisdicional prestada pelo Estado.
De antemão, quando formos explanar o princípio do contraditório no inquérito policial, há se a necessidade de mencionar os principais defensores desta tese, sendo eles, Marcelo Fortes Barbosa e Rogério Tucci.
Vale frisar que, todas as menções realizadas por tais defensores, estão diretamente ligadas a interpretação do inciso LV, art. 5º da CF.
Para os mesmos, quando exposto que a Constituição garante o direito ao contraditório para os “acusados em geral”, tem-se o entendimento de que qualquer indivíduo esta exposto a uma investigação ou a um processo penal devidamente concretizado, sendo assim, tendo o princípio do contraditório aplicado no caso. Visto que, a Carta Magna não restringiu este direito, utilizando a expressão “acusados em geral”, deste modo, não limitando a nenhuma pessoa o exercício de seu direito. 
Rogério Lauria Tucci, em sua obra Direito e Garantias Individuais no Processo Penal, cita este primeiro fundamento ao dizer que:
O legislador constitucional de 1988 inseriu a expressão “acusados em geral” no inciso LV do art. 5º, evidenciando, com isso, a sua intenção de ampliar ao máximo o alcance dessa expressão, pois, se essa não fosse a sua vontade, teria dito simplesmente “acusados” – a amplitude, assim alargada, da expressão alcança, em razão dessa máxima extensão proposta pelo constituinte, sem qualquer sombra de dúvida, qualquer espécie de acusação, inclusive a ainda não formalmente concretizada.[footnoteRef:31](grifo do autor) [31: TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e garantias individuais no processo penal brasileiro. São Paulo: tese para o concurso de professor titular de direito processual penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 1993. ] 
Para Marcelo Fortes Barbosa, 
o suspeito ou o indiciado não é mero objeto de investigação, mas um sujeito de direitos, que, constitucionalmente, deve ser beneficiado pelo contraditório. Entende que “[...] todo o sistema da Constituição de 1988 se encaminha para uma concepção do indiciado como sujeito de direitos, afastando entendimentos ultrapassados, que o viam como simples objeto de investigação”[footnoteRef:32](grifo do autor) [32: BARBOSA, Marcelo Fontes. Garantias constitucionais de direito penal e de processo penal na constituição de 1988. São Paulo. ] 
Assim, podemos constatar, que os referidos doutrinadores dão uma interpretação totalmente diferente do inciso LV do art. 5º da nossa Constituição em relação aos demais doutrinadores, enquanto os demais doutrinadores interpretam a expressão “acusados em geral” restritivamente, estes ampliam o indivíduo suspeito ou indiciado a qualidade de acusado, devidamente descrito pelo referido inciso. Desta forma, o suspeito passaria de mero objeto de investigação para um sujeito de direitos, ou seja, ser-lhe-ia garantido o contraditório no inquérito policial.
Ademais, não pode se confundir os princípios do contraditório e da ampla defesa, pois segundo LOPES, “o contraditório garante ao acusado ter conhecimento da acusação e posteriormente a possibilidade de contraposição; já aampla defesa “consubstancia-se sob dois aspectos: a defesa técnica e a autodefesa.”[footnoteRef:33] [33: LOPES, Fábio Motta. Os direitos de informação e de defesa na investigação criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.] 
4.2.2 AMPLA DEFESA
Este respectivo princípio conjuntamente com o anterior corresponde à garantia basilar do Estado democrático de direito. Entende-se por ampla defesa, o direito concedido ao acusado de se valer de todos os meios lícitos para se defender da imputação feita pelo órgão acusador. 
Assim como o contraditório, a ampla defesa está estampada no artigo 5º da CF. Trata-se de uma garantia constitucional de defesa com todos os meios de prova possíveis, de ordem técnica ou pessoal. A defesa técnica, que se dá por meio de advogado, garante ao acusado o acompanhamento de um profissional, o que impedirá uma escassa ou, até mesmo, uma ausência de defesa. Esse meio de defesa está explícito no artigo 261 do Código de Processo Penal: “nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor”.
Esta forma de defesa está consagrada no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal: “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”, bem como no artigo 186 do CPP, 
“Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa”.
A ampla defesa é o principal mecanismo de proteção ao indivíduo, contra toda forma de atuação Estatal, o cidadão, que por algum motivo, tem seu patrimônio jurídico colocado em risco por ato do Estado, deve usufruir o direito de defesa.
Segundo professor Alexandre de Morais,
 Podemos compreender a ampla defesa como um meio de segurança que é dado ao réu como condição para que este possa trazer para o período de instrução todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-se, se entender necessário.[footnoteRef:34] [34: MORAES, Alexandre de. Direito Constituicional. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2008] 
Esse princípio decorre da necessidade de se garantir uma igualdade processual, como forma de propiciar paridade de armas. O princípio da ampla defesa apresenta-se como um dever de proporcionar ao acusado o direito a mais completa possibilidade de contraposição e demonstração de fatos extintivos, modificativos ou impeditivos da acusação quando submetido à relação jurídica processual em contraditório, devendo ser intimado de todo e qualquer ato que possa ser prejudicial à sua posição jurídica processual.
Nesse sentido, Sandro Lucio Dezan, explica que:
 “o agente acusado tem direito a ser ouvido no processo, de forma direta e pessoal, por meio de interrogatório, defesa pessoal, e por meio de petição defensiva, defesa técnica escrita, bem como ser intimado da decisão final, para fins de interposição de recursos e petições diversas. Não obstante, deve ser notificado tempestivamente para arrolar testemunhas, apresentar quesitos aos exames periciais e a se fazer presente e formular reperguntas, tanto ao denunciante, quanto ao sujeito prejudicado e às testemunhas arroladas pelo colegiado disciplinar ou pelo próprio investigado”. [footnoteRef:35] [35: DEZAN, Sandro Lucio. Direito administrativo disciplinar: princípios fundamentais. v. 1. Curitiba: Juruá, 2013. p. 206] 
Consoante prevê o inciso LIV do artigo 5º da Constituição Federal, 
“Ninguém poderá ser privado de sua liberdade sem o devido processo legal. Dessa constatação, há que se extrair, o direito resguardado pela Carta Magna ao indivíduo enredado na “persecutio criminis” a ampla defesa, plenamente efetivada, resguardada a participação ativa do processado no decorrer da lide, seu direito a contraditoriedade em todos os atos do procedimento, iniciando-se na fase pré-processual da investigação criminal até o findar-se o processo, independente da sentença ser absolutória ou condenatória”[footnoteRef:36](grifo do autor) [36: TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e Garantias Individuais no Processo Penal Brasileiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004.] 
Ademais ainda sobre o aludido princípio destaca Ruy Barbosa Marinho Ferreira, para melhor entendimento: 
“Ao falar se de princípio da ampla defesa, na verdade esta se falando dos meios para isso necessários, dentre eles, assegurar o acesso aos autos, possibilitar a apresentação de razões e documentos, produzir provas documentais ou periciais e conhecer os fundamentos e a motivação da decisão proferida. O direito a ampla defesa impõe à autoridade o dever de fiel observância das normas processuais e de todos os princípios jurídicos incidente sobre o processo. A garantia constitucional a ampla defesa contempla a necessidade de defesa técnica no processo, visando à paridade de armas entre as partes e, assim, evitar o desequilíbrio processual, possível gerador de desigualdades e justiça.”(grifo do autor)
Outrossim, consideram-se meios inerentes à ampla defesa:
a)ter conhecimento claro da imputação; b) poder apresentar alegações contra a acusação; c) poder acompanhar a prova produzida e fazer contraprova; d) ter defesa técnica por advogado, cuja função, aliás, agora, é essencial à Administração da Justiça (art.133); e e) poder recorrer da decisão desfavorável”. Coloca a defesa no centro do processo penal, afirmando que, para “o desenvolvimento estrutura do processo penal, a garantia mais importante e ao redor da qual todo o processo gravita é a da ampla defesa, com os recursos a ele inerentes, sobre a qual convém insistir e ampliar”.[footnoteRef:37] [37: FERNADES, Antonio Scarance. Processo Penal Constitucional. 5.ed. São Paulo: RT, 2007. ] 
Consta, também, que a ampla defesa na Constituição abrange “três realidades procedimentais, a saber: a) o direito à informação (nemo inauditius damnari potest); b) a bilateralidade da audiência (contraditoriedade); e c) o direito à prova legitimamente obtida ou produzida (comprovação da inculpabilidade)”[footnoteRef:38] [38: FERNADES, Antonio Scarance. Processo Penal Constitucional. 5.ed. São Paulo: RT, 2007] 
Como podemos concluir, o principio do Contraditório e Ampla Defesa é uma afirmação dos direitos e garantias fundamentais previstos em nossa Constituição, apesar de apresentarem um vínculo significativo, os mesmos não podem ser confundidos, a ampla defesa atende um interesse do acusado e também o interesse geral de um processo, disposto assim como garantia, já no contraditório quanto ao processo penal, à acusação e defesa têm o direito de se contrapor aos atos e termos da parte contrária, deste modo garantindo a contraposição de tudo o que for produzido durante a fase investigatória e posterior. 
4.2.3 A APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL
A mencionada aplicação dos princípios acima apresentam proposições conceituais e classificatórias na maioria da doutrina que é incabível o contraditório e ampla defesa na fase investigatória, na medida em que se refere às características impares do procedimento investigatório como apenas um sistema informativo; ou que subsiste um viés inquisitorial que tem como regra o sigilo e a discricionariedade, características que reprime o reconhecimento da possibilidade do contraditório e ampla defesa nessa fase.
Contanto, há parcelas de doutrina e jurisprudências que admite na fase do Inquérito Policial os princípios constitucionais abordados na presente tese, no qual atingirá direitos fundamentais do acusado e gerará importantes repercussões quanto a persecução penal, poderá o investigado ter suas garantias seguras no procedimento pré-processual. 
Ao partirmos da perspectiva constitucional, no qual é adotado no sistema processual penal brasileiro o sistema acusatório, o inquérito policial emsi ainda é regido nos termos do CPP pelo “sistema inquisitorial”. Ora, mas ao refletirmos sobre um Estado Democrático e desenvolvido como o nosso país, torna-se necessário adequar-se às necessidades e o acalento da sociedade. O contraditório precisa superar o sistema inquisitivo imposto no inquérito policial brasileiro, com o intuito de não haver desigualdades, garantindo um sistema mais eficiente de defesa aos investigados.
Sob esse viés, no princípio do contraditório a parte contrária também precisa ser ouvida, ou seja, deve-se ouvir a acusação e a defesa. 
Esse é o posicionamento de Fauzin Hassan Choukr, ao afirmar que:
a inserção das garantias constitucionais desde logo na investigação criminal, naquilo que for possível e adequado à sua natureza e finalidade, aparece como um “passo adiante” na construção de um processo penal garantidor, entendida esta expressão como sendo o arcabouço instrumental penal uma forma básica de proteção da liberdade individual contra o arbítrio do Estado. Mais ainda, preconiza uma nova postura ética do Estado para com o indivíduo submetido à constrição da liberdade, elevando sua condição de pessoa humana independentemente do feito cometido e colocando pautas mínimas de materialização dessa nova “condição humana” no processo.[footnoteRef:39] [39: CHOUKR, Fauzi Hassan. Garantias constitucionais na investigação criminal. 3. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.] 
Assim, para Aury Lopes Júnior, defensor da corrente a favor da utilização dos princípios constitucionais no inquérito, afirma que, “o artigo deve ser interpretado de maneira garantista, postura essa adotada pelo legislador constituinte”. 
No mesmo sentido de defender a ampla defesa e o contraditório em todo e qualquer tipo de acusação, mesmo que não formal Rogério Tucci:
“à evidência que se deverá conceder ao ser humano enredado numa persecutio criminis todas as possibilidades de efetivação de ampla defesa, de sorte que ela se concretize em sua plenitude, com a participação ativa, e marcada pela contrariedade, em todos os atos do respectivo procedimento, desde a fase pré-processual da investigação criminal, até o final do processo de conhecimento, ou da execução, seja absolutório ou condenatória a sentença proferida naquele.”[footnoteRef:40] [40: TUCCI, Rogério Lauria. Direitos e garantias individuais no processo penal brasileiro. Ed. Saraiva. São Paulo, 1993, p. 205-206.] 
Para Tucci, “a proteção do advogado, que é base e pré-requisito para a plenitude da defesa e do contraditório, deve ser concreta, e não meramente formal, afastando-se qualquer compreensão predisposta a acolher a mera presença inativa do advogado, para realçar lhe a marca de atuação efetiva.”
Para Guilherme Souza Nucci, os vocábulos são diversos e também seu sentido, no qual podemos analisar nesta contextualização: 
Amplo quer dizer vasto, largo, muito grande, rico, abundante, copioso; pleno significa repleto, completo, absoluto, cabal, perfeito. O segundo é evidentemente, mais forte que o primeiro. Assim, no processo criminal, perante o juiz togado, tem o acusado assegurada a ampla defesa, isto é, vasta possibilidade de se defender, propondo provas, questionando dados, contestando alegações, enfim, oferecendo os dados técnicos suficientes para que o magistrado possa considerar equilibrada a demanda, estando de um lado o órgão acusador e de outro uma defesa eficiente. Por outro lado, no Tribunal do Júri, onde as decisões são tomadas pela íntima convicção dos jurados, sem qualquer fundamentação, onde prevalece a oralidade dos atos e a concentração da produção de provas, bem como a identidade física do juiz, torna-se indispensável que a defesa atue de modo completo e perfeito.[footnoteRef:41] [41: NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 6ª ed. rev. e amp. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.] 
Há entendimentos que afirmam não ser cabível a amplitude de defesa nesta fase pré-processual, ao passo que se ofertar ao indiciado esta amplitude de defesa e contraditório no momento de importantes investigações, infringiria a característica sigilosa deste procedimento, no qual é por esta característica que garante o elemento surpresa em toda investigação criminal, concluindo para uma maior eficácia na colheita de provas necessárias de autoria e materialidade. 
Vale o entendimento de Alexandre Morais no qual informa que,
 É de suma importância a garantia do contraditório e ampla defesa neste estágio ainda que de uma forma reduzida, até porque embora o Inquérito Policial apresenta-se como um simples procedimento administrativo sem controle jurisdicional, mas sim posposto, tem como obrigação ter a precaução e cuidado quando se tratar de medidas próprias da jurisdição (como por exemplo a prisão em flagrante, a representação pela prisão preventiva, o próprio indiciamento, a possibilidade de busca e apreensão e de requisição de dados), ser possível o exercício do contraditório.[footnoteRef:42] [42: ROSA, Alexandre Morais da. Guia do Processo Penal conforme a Teoria dos Jogos. 4. ed. Florianópolis: Empório do Direito, 2017.] 
Destarte, ainda que se encontre estabelecido no artigo 155 do CPP que, “o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas”, merece ser questionado a expressão “exclusivamente” no referido dispositivo legal, atento que há uma arbitrariedade quanto ao julgador, pois dá a ele permissão para que quando convencido dos elementos colhidos na fase pré processual, possa basear sua decisão nos elementos apurados, desde que, não se restrinja apenas estas informações. 
Ocorre que, no cotidiano, embora as decisões se baseiem majoritariamente em provas colhidas na instrução processual, no qual configurará a legitimidade ao teor da fundamentação de decisão final do julgador, em realidade as decisões têm como pilar fundamentais os relatórios e provas colhidas em fase investigatória. 
Por conseguinte, embora sejam recorrentes doutrinadores apresentarem questionamentos de que em etapa de investigação criminal não há produção de provas, por conta do caráter informativo do caderno investigativo, tal afirmação não condiz com os fatos, uma vez que na prática os elementos probatórios carreados às ações penais são produzidos no curso da investigação processual, destinada a arrecadação de provas e indícios de autoria.
Então, se o resultado da investigação preliminar é capaz de justificar a decisão do juiz, de rigor que sua produção esteja sujeita aos mesmos controles de legalidade e constitucionalidade. Caso contrário, estará prejudicado o regular exercício do direito de defesa, uma vez que apenas o conjunto probatório preliminar, sendo obtido de forma unilateral pelo Estado-Acusação, pode ser regado por vícios, estes muitas vezes insanáveis. 
Como podemos constatar, para a minoria de doutrinadores a inquisitorialidade no inquérito policial está ultrapassada, pois “é considerado primitivo, já que o acusado é privado do contraditório, prejudicando lhe o exercício da defesa.”[footnoteRef:43] [43: BONFIM, Edílson Mougenot. Curso de processo penal. 5. ed., rev. e atual. São Paulo:Saraiva, 2010.] 
Nesse contexto, é possível verificar que há ocorrência de mitigação deste caráter inquisitorial, apesar do entendimento majoritário na doutrina e jurisprudência de que os referidos princípios não se aplicam à investigação policial, o Supremo Tribunal Federal começa a posicionar-se em alguns julgados de modo diverso, no sentido de garantir aos indiciados o contraditório nos inquéritos policiais.
Como podemos confirmar pelo Habeas Corpus (HC) n. 92599/BA, onde o Ministro relator Gilmar Mendes, em 18 de Março de 2008, deferiu o pedido liminar determinando a juntada de expedientes no inquérito policial em trâmite perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), permitindo assim, o amplo acessodo advogado a elementos documentados no inquérito policial. 
Antonio Scarance Fernandes também defende essa posição, ao afirmar que: 
“há, sem dúvida, necessidade de se admitir a atuação da defesa na investigação, ainda que não se exija o contraditório, ou seja, ainda que não se imponha a necessidade de prévia intimação dos atos a serem realizados. Não se trata de defesa ampla, mas limitada ao resguardo dos interesses mais relevantes do suspeito, como o requerimento de diligências, o pedido de liberdade provisória, de relaxamento de flagrante, a impetração de habeas corpus”.[footnoteRef:44] (grifo do autor). [44: FERNANDES, Antonio Scarance. Processo Penal Constitucional. 3ª ed. rev. atual. e amp. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.] 
Além do mais, 
“A defesa técnica supõe a assistência de uma pessoa com conhecimento teóricos de direito, um profissional, que será tratado como advogado de defesa, defensor ou simplesmente advogado. A defesa técnica é levada a cabo por pessoas peritas em direito, que têm com profissão o exercício desta função técnico-jurídico de defesa das partes que atuam no processo penal”.[footnoteRef:45] [45: MENDRONI, Marcelo Batlouni. Curso de Investigação Criminal. 2ª. ed. Rid de janeiro: Juarez de Oliveira, 2008.] 
Da mesma maneira, posteriormente ao Código Penal Brasileiro e a Constituição Federal, o Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/94, que em seu art. 7º, incisos XIII e XIV, esclarecem que: 
Art. 7º São direitos do advogado:
 XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findados ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurados a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos;
(...)
 XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos.
Ainda, foi aprovada Súmula Vinculante 14 pelo STF que reforça o estabelecido no art. 7º, XIII e XIV da Lei 8.906/94, a qual dispõe: 
“é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado pelo órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
Com esse assentimento da Súmula 14 do STF, o princípio do contraditório ganhou mais força no inquérito policial, pois o acusado poderá se defender com mais eficácia dentro das provas produzidas na investigação processual, sem ser prejudicado posteriormente, ou seja, será efetivado o exercício de defesa. 
Contudo, em relação à Súmula Vinculante 14 do STF, Fernando Capez e Rodrigo Colnago, afirmam que,
 “a Súmula não reconhece de forma absoluta esse direito do advogado, resistindo algumas restrições, tais como: a) o advogado somente acessará os autos no interesse de seu cliente; b) os elementos de prova devem dizer respeito ao direito de defesa; e c) o exame restringe-se às provas já documentadas”.[footnoteRef:46] [46: COLNAGO Fernando, Rodrigo. Prática forense penal. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.] 
Portanto, não se está falando em garantir um contraditório pleno, pois isto atrapalharia nas investigações realizadas pelo delegado de polícia, mas sim da “existência de um contraditório mínimo, que de forma concreta garantisse a comunicação e a participação do sujeito em determinados atos.”[footnoteRef:47] [47: LOPES JR, Aury. Direito processual penal. 9. ed., rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.] 
Cristiano Weber, também tem esse entendimento ao esclarecer que: 
“ao falar em direito de defesa no inquérito policial, logo se pensa num contraditório pleno, em que o advogado do investigado estará a par de todos os atos investigados que estão acontecendo. Mas, não é assim que se deve pensar. Certo sigilo é necessário para os atos iniciais do inquérito policial (os atos investigatórios), pois, caso contrário, não haveria necessidade deste”. 
Destarte, trata-se de um contraditório protelado, exercido de forma mais mínima, o qual “é realizado somente após terem sido realizados todas as produções de prova que se entenderam necessárias. Aí pode o advogado debater e fazer requerimentos.”[footnoteRef:48].Esse foi o posicionamento do Relator Ministro Gilmar Mendes, no julgamento do Inquérito 2.266, pelo Supremo Tribunal Federal, que ocorreu na data de 26 de Maio de 2011. [48: WEBER, Cristiano. O advogado diante da inquisitorialidade do inquérito policial. São Leopoldo: Oikos, 2009.] 
Quanto aos posicionamentos elencados, conseguimos fixar a importância do contraditório e ampla defesa mesmo sendo mínima sua atuação, tal ação não afeta o sigilo nos atos investigatórios, pois em certas ocasiões deve se existir informações e provas sigilosas feitos pelo órgão competente para se chegar â verdade real do crime cometido. 
Na luz de todos os argumentos apresentados, conclui-se que a existência dos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa no Inquérito Policial é uma realidade, embora possa ser considerada mínima. 
Assim, podemos observar que o contraditório e ampla defesa embora não abranja as perspectivas da maioria dos doutrinadores e da jurisprudência, ele existe de outra forma, qual seja o advogado ele pode estar presente na lavratura da prisão em flagrante, na presença do interrogatório, na oitiva das testemunhas, neste sentido o defensor pode utilizar de suas prerrogativas para atingir o exercício de defesa do investigado na fase investigatória. 
No Inquérito Policial temos o exercício de defesa, este ato não se desvanece, mesmo que ocorram algumas ofensas, estas que não deveriam ser aplicadas, há resquícios do contraditório e ampla defesa no momento em que o advogado pode indicar testemunhas para serem ouvidas, juntar documentos durante a fase investigatória, até mesmo podem ser realizados requerimentos para produzir novos elementos investigativos, tudo com o intuito de obtermos a paridade de armas. Fica claro que os direitos e garantias nesta fase pré-processual esta fragilizada, mas devemos considerar que se tem um exercício de defesa, pois está prática deve ser oportunizada para “TODOS” como afirma o artigo 5º, LV da Constituição Federal. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
O presente teve por finalidade alcançar uma resolução frente à polêmica incidência ou não dos princípios do contraditório e da ampla defesa no inquérito policial. 
Ao teor aos sistemas processuais, em partes, há quem disponha que nosso ordenamento jurídico adota o sistema inquisitivo, sistema este que é marcado pela ausência de contraditório e ampla defesa, ademais que funções como de investigar, acusar, defender e julgar está concentrado em uma única pessoa, como mais conhecido por juiz inquisidor. 
Sobre tanto, com a vinda da Constituição Federal de 1988, a maior parcela de doutrinadores, como também o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça posicionam-se favorável que o Brasil adotou o sistema acusatório, para Ferrajoli “são características principais do sistema acusatório: a separação rígida entre o juiz e acusação, a paridade entre acusação e defesa, a publicidade e a oralidade do julgamento.”[footnoteRef:49] [49: FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. ] 
Cumpre lembrar, que o Inquérito Policial é um procedimento administrativo e uma de suas características chama a atenção, como sendo caráter “inquisitorial”, no qual, limita-se em um procedimento totalmente secreto e escrito e não aplicável o principio do contraditório e ampla defesa. Para tanto, esta fase investigatória é regida por princípios norteadores, os quais objetivam uma proteção dos direitos fundamentais do suposto acusado de modo a propiciar nem que seja uma efetividade mínima das garantias constitucionais. 
Destarte que, as mais diversas divergências doutrinárias e decisões de tribunais acerca de tal tema foram discutidas, o inquéritopolicial com caráter inquisitivo faz com que analisemos de forma acentuada o princípio do contraditório e ampla defesa, uma vez que com a conclusão do estudo bibliográfico evidenciamos que não prevê estes princípios na fase preliminar, conquanto, é respeitado os direitos do exercício de defesa do indiciado. 
Podemos evidenciar por meio do artigo 7º, inciso XIV, da Lei 8.904/96, que traz prerrogativas do advogado o seu acesso aos autos do inquérito policial, pode se ver a existência da inovação legislativa no momento em que oportuniza a participação da defesa dentro de um procedimento que indiretamente afasta o exercício de defesa pelo seu caráter inquisitorial, igualmente, tem a aplicação do artigo 5º, LV da Constituição Federal, que declara o direito individual ao contraditório e ampla defesa instituindo como garantia necessária a defesa dos acusados em geral. 
Ademais, a respectiva Súmula nº 14 do STF admite o direito do defensor, quando constituído na causa, ter acesso amplo aos elementos de prova, embora o inquérito policial seja um procedimento que tem característica sigilosa o exercício de defesa não está totalmente fragilizado. 
Seguindo por esta premissa, os princípios constitucionais são indispensáveis na sua função ordenadora, pois unificam o sistema constitucional, fortalece o contexto da proteção dos direitos fundamentais e individuais, nos deparamos com o direito processual penal constitucional moderno, no qual implantaram no inquérito policial as garantias constitucionais do princípio do contraditório e da ampla defesa nem que seja pela aplicação reduzida, assim não fugindo do real objetivo. 
Em suma, conclui-se que as ponderações quanto os diversos entendimentos da existência ou inexistência do contraditório e ampla defesa no inquérito policial, tem toda uma celeuma quanto ao compromisso com os direitos fundamentais daquela pessoa que está sendo investigada, tornando esta fase investigatória um procedimento garantidor de devida investigação criminal constitucional dentro dos limites legais do Direito, mesmo que o caráter inquisitorial da fase investigatória não sofra nenhuma mudança. 
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