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Direito Ambiental

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Conexões entre o Direito do 
Consumidor e o Direito Ambiental 
1. Objetivos e princípios comuns do Direito Ambiental e do Direito do 
Consumidor. Princípio da Dignidade Humana. O Direito Ambiental e 
sua proteção constitucional. Fundamentos do Direito Ambiental. 
Direitos básicos do Consumidor e sua conexão com o Direito 
Ambiental 
 
1.1. Introdução e Fundamentos do Direito Ambiental 
 
Desde a Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, o modo como o homem utiliza os 
recursos naturais no processo de desenvolvimento econômico tem provocado a 
deterioração das condições ambientais. 
 
O conjunto de eventos degradativos, potencializados pelos avanços tecnológicos, são os 
principais fatores nas mudanças ocorridas atualmente no ecossistema global. 
 
Com o crescimento da preocupação mundial com o uso saudável e sustentável do planeta 
e de seus recursos naturais, em junho de 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, houve a 
primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, com a adesão de 
113 países. 
 
No encontro, atentou-se à necessidade de critérios e princípios comuns que ofereceriam 
aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente 
humano. 
 
Nele se proclamou que o homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente 
que o cerca; que a sua proteção é questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos 
e o desenvolvimento econômico do mundo e que para chegar à plenitude de sua liberdade 
dentro da natureza, e, em harmonia com ela, o homem deve aplicar seus conhecimentos 
para criar um meio ambiente melhor. 
 
A conferência estabeleceu princípios que expressam um Manifesto Ambiental, uma 
convicção comum de proteção e preservação ambiental. 
http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=97&ArticleID=1503&l=en
 
Dentre eles, destacam-se: 
 
• O homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute das 
condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade; 
• Os recursos naturais devem ser preservados em benefício das gerações presentes e 
futuras; 
• O homem tem o dever de preservar e administrar o patrimônio da fauna e flora 
silvestres; 
• Deve-se apoiar a luta dos povos contra a poluição; 
• Desenvolvimento social e econômico para criar condições de melhoria na qualidade 
de vida; 
• Planejamento racional; 
• Controlar a utilização dos recursos naturais para assegurar a melhor qualidade de 
vida; 
• Pesquisa e desenvolvimento científico em prol dos problemas ambientais; 
• Cooperação entre os países; 
• Livrar o homem e o meio ambiente dos efeitos das armas nucleares e demais meios 
de destruição em massa. 
 
A conferência permitiu que, em dezembro de 1972, a Assembleia Geral da ONU criasse o 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que passaria a coordenar 
os trabalhos daquela em nome do meio ambiente global. 
 
Quase dez anos depois do encontro em Estocolomo, em 1983, o Secretário-Geral da ONU 
convidou Gro Harlem Brundtland, ex-Primeira Ministra da Noruega, para estabelecer e 
presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. 
 
Assim, em abril de 1987, estava pronto o Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum) que 
popularizou a expressão desenvolvimento sustentável, apresentando um novo olhar sobre 
o desenvolvimento. 
 
http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=97&ArticleID=1503&l=en
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.un.org%2FNews%2Fdh%2Fhlpanel%2Fbrundtland-bio.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFmvknOEAu2U6BpYB4PuND-yOlrgQ
Definiu-o como sendo “o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem 
comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades”. 
 
O relatório reafirmou a visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países 
industrializados e em desenvolvimento que utilizam excessivamente os recursos naturais 
sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. 
 
Apontou também para a incompatibilidade entre o desenvolvimento sustentável e os 
padrões de produção e consumo. 
 
Enfatizou ainda problemas ambientais, como o aquecimento global e a destruição da 
camada de ozônio e expressou a preocupação com a velocidade da degradação ambiental 
frente aos avanços das pesquisas tecnológicas. 
 
Fruto das recomendações feitas no relatório Brundtland, vinte anos após a conferência de 
Estocolmo, em junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, houve a Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Rio-
92, Eco-92 ou Cúpula da Terra, que reuniu 108 chefes de Estado. 
 
O objetivo central do encontro foi traçar um diagrama para a proteção do nosso planeta e 
seu desenvolvimento sustentável, na busca de meios que permitissem o desenvolvimento 
socioeconômico aliado à conservação da natureza. 
 
O encontro visou introduzir o conceito de desenvolvimento sustentável, com um modelo 
econômico menos voltado para o consumo, mais focado no equilíbrio ecológico e nas 
necessidades ambientais. 
 
Nesse novo encontro da ONU, o conceito de desenvolvimento sustentável foi 
definitivamente incorporado como um princípio que busca o equilíbrio entre proteção 
ambiental e desenvolvimento econômico. 
 
Os países participantes da Rio-92 acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um 
programa que constituiu uma tentativa de realizar um novo padrão de desenvolvimento, 
denominado “desenvolvimento sustentável”. 
 
A Agenda apresenta uma série de ações (política econômica, cooperação internacional, 
combate à pobreza, controle demográfico, proteção da atmosfera, mudança de padrão de 
consumo) que foram consolidadas a partir dos princípios do desenvolvimento sustentável 
e a criação de estratégias para estimular hábitos de consumo que ajudem a preservar o 
meio ambiente e os dos recursos naturais. 
 
Posteriormente, em 2002, a Declaração de Política da Cúpula Mundial sobre 
Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo, afirma a importância do 
desenvolvimento sustentável construído a partir do desenvolvimento econômico, 
desenvolvimento social e proteção ambiental. 
 
Em junho de 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, 
denominada Rio+20, também realizada na cidade do Rio de Janeiro, renovou o 
compromisso com o desenvolvimento sustentável e ainda focou na economia verde1 e na 
erradicação da pobreza. 
 
No Brasil, após a edição da lei da Política Nacional do Meio Ambiente, Lei n. 6.938/981, 
primeira grande norma jurídica ambiental, a Constituição da República de 1988 (CRFB), 
eleva ao patamar constitucional o meio ambiente, artigo 225. 
 
Esse artigo estabeleceu ser um direito de todos, bem de uso comum do povo e dever do 
poder público e da coletividade defendê-lo e preservá-lo. Sendo assim, trata-se de direito 
difuso, transindividual e de terceira geração, isto é, fraterno e solidário. 
 
 
1 A economia verde é a soma de vários processos produtivos (industriais, comerciais, agrícolas e de serviços) que, ao 
serem aplicados em uma determinada região, criam um desenvolvimento socioeconômico sustentável, com o objetivo 
de buscar a igualdade social, a erradicação da pobreza e a melhoria do bem-estar dos seres humanos, reduzindo os 
impactos ambientais negativos e a escassez ecológica. 
 
1.2. Objetivos 
 
Os objetivos principais do Direito do Consumidor e do Direito Ambiental são a proteção da 
vida humana, de forma que se viva na Terra de forma digna e também com a qualidade 
de vida dos seres que habitam no nosso planeta. 
 
O Direito do Consumidor se relaciona diretamente com o Direito Ambiental, já que este 
tutela o meio ambiente para a utilização dos recursos naturais para as futuras gerações 
deste planeta. 
 
Deve-se relacionar o Direito Ambiental ao consumo sustentável, com o fim de se analisar o 
que se consome, o porquê se consome e como ficará a natureza após tal utilização dos 
recursos naturais pelohomem. 
 
O Direito Ambiental se faz essencial dentro de uma economia globalizada, em que se 
busca que os consumidores e fornecedores tenham o devido respeito ao meio ambiente, 
inclusive obedecendo as normas constitucionais. 
 
1.3. Princípios comuns do Direito Ambiental e do Direito do Consumidor. 
Princípio da dignidade humana 
 
Os princípios são considerados os mandamentos, o alicerce de determinado sistema 
jurídico, influenciando todas as normas que o compõem, criando um sentido lógico, 
harmônico, racional e coerente. 
 
É deles que se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a forma pela qual 
a proteção do meio ambiente é vista na sociedade. 
 
Como o Direito Ambiental é uma ciência autônoma, é fundamentado por princípios 
próprios que regulam seus objetivos e diretrizes e que auxiliam no entendimento e na 
identificação da unidade e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que 
compõem o sistema legislativo ambiental. 
 
São princípios do Direito Ambiental: 
 
• Princípio fundamental do direito humano 
Por este princípio, entende-se que o meio ambiente é considerado uma extensão do 
direito à vida, portanto um direito humano, de defender os valores fundamentais da 
pessoa humana, mesmo não explicitado nos caputs do Art.5º e Art.6º, da CF. 
 
• Princípio da ubiquidade ou da cooperação 
Este princípio vem evidenciar que o objeto de proteção do meio ambiente deve ser levado 
em consideração sempre que uma política, atuação, legislação sobre qualquer tema, 
atividade ou obra tiver que ser criada e desenvolvida. 
 
Isso ocorre porque o Direito Ambiental tutela a vida e a qualidade de vida; assim, tudo 
que se pretende fazer, criar ou desenvolver deve antes passar por uma consulta ambiental 
para saber se há ou não a possibilidade de degradação ambiental. 
 
Devido à natureza difusa do meio ambiente, o bem ambiental não está limitado a uma 
determinada circunscrição espacial ou temporal. Daí o entendimento do termo ubiquidade, 
sinônimo de onipresença. 
 
• Princípio da participação ou democrático 
Este princípio assegura a todos os cidadãos o direito pleno de participar na elaboração de 
políticas públicas ambientais. 
 
Fundamentalmente, existem três mecanismos de participação direta da população na 
proteção da qualidade ambiental, reconhecidos pelo Direito brasileiro; são eles: 
 
1. Pela participação de iniciativa popular nos procedimentos legislativos, a realização de 
referendos sobre leis e a atuação de representantes da sociedade civil em órgãos 
colegiados dotados de poderes normativos; 
 
2. A sociedade pode atuar diretamente na defesa do meio ambiente, participando na 
formulação e na execução de políticas ambientais, por intermédio da atuação de 
representantes da sociedade civil em órgãos colegiados responsáveis pela formulação de 
diretrizes e pelo acompanhamento da execução de políticas públicas; 
 
3. Mecanismo de participação popular direta na proteção do meio ambiente, a utilização 
de instrumentos processuais que permitem a obtenção da prestação jurisdicional na área 
ambiental e que estão à disposição do cidadão e da coletividade brasileira na tutela do 
meio ambiente, como a Ação Popular, a Ação Civil Pública e o Mandado de Segurança 
Coletivo. 
 
• Princípio da educação ambiental 
A educação ambiental está outorgada como um direito do cidadão desde 1988, através da 
Lei nº 9.795/99, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental como uma 
proposta de filosofia de vida a resgatar valores éticos e democráticos. 
 
Seu objetivo fundamental é fazer com que os indivíduos e a coletividade compreendam a 
natureza complexa do meio ambiente natural e do criado pelo homem, resultante da 
interação de seus aspectos biológicos, sociais, econômicos e culturais. 
 
• Princípio do poluidor pagador 
É um dos principais princípios do Direito Ambiental, que impõe ao poluidor o dever de 
arcar com as despesas de evitar a ocorrência de danos ambientais (caráter preventivo) e, 
ocorrido o dano, em razão da atividade desenvolvida, ser responsável por sua reparação 
(caráter repressivo). 
 
A intenção deste princípio é a de evitar o dano e de responder pelo dano causado. Ele se 
traduz também na obrigação do empreendedor de internalizar as externalidades negativas 
nos custos da produção (como exemplo a poluição, a erosão, os danos à flora, à fauna, 
dentre outros), bem como daquele que causa degradação ambiental de arcar com os 
custos de sua prevenção e/ou reparação. 
 
• Princípio da prevenção 
A prevenção refere-se ao dano conhecido. Existe o conhecimento dos efeitos de 
determinadas atividades e das medidas para as quais se impõem ações no sentido de 
evitá-las ou, pelo menos, minimizá-las. 
 
Este princípio também é fundamental para o Direito Ambiental, pela simples constatação 
de que é bem mais eficiente e barato prevenir danos ambientais do que repará-los, até 
porque fica muito difícil fazer com que o meu ambiente volte ao status quo. 
 
• Princípio da precaução 
Este princípio não deve ser confundido com o princípio da prevenção, muito embora possa 
ser entendido, para alguns autores, como um desdobramento deste, e representa uma 
evolução no Direito Ambiental, marcado pela antecipação, diante das ameaças potenciais 
incertas. 
 
Por este princípio, não existe prova definitiva de que a ameaça do dano se materializará. 
 
Desse modo, enquanto a prevenção pressupõe uma razoável previsibilidade dos danos 
que poderão ocorrer a partir de um determinado impacto, a precaução pressupõe, ao 
contrário, uma razoável imprevisibilidade dos danos que poderão ocorrer, dada a incerteza 
científica dos processos ecológicos envolvidos. 
 
• Princípio do usuário pagador 
Consiste na cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem ambiental. Este 
princípio estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar seus custos, sem 
que essa cobrança resulte na imposição de taxas abusivas. 
 
Então, não há que se falar em poder público ou terceiros suportando esses custos, mas 
somente naqueles que dele se beneficiaram. 
 
Este princípio tem caráter remuneratório pela outorga do direito de uso de um recurso 
natural. Portanto, não tem a natureza reparatória e punitiva prevista no princípio do 
poluidor pagador, pois não está associado à infração ou ilicitude. 
 
• Princípio da responsabilidade ou da responsabilização 
Engloba a responsabilidade civil, penal e administrativa da pessoa física e da pessoa 
jurídica. 
 
A responsabilidade objetiva está prevista no art. 14, § 1º da Lei nº 6.938/81, e no § 3º do 
art. 225 da CF. 
 
Por este princípio, o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou 
omissões em prejuízo do meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou 
administrativas. Logo, a responsabilidade por danos ambientais é objetiva. 
 
Lei n. 6.938/91, art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela 
legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e 
danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os 
transgressores: 
 
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, 
é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a 
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a 
terceiros, afetados por sua atividade. 
 
O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para 
propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados 
ao meio ambiente. 
 
 
 
• Princípio da obrigatoriedade da intervenção estatal na defesa do meio 
ambiente 
Esse princípio está inscrito no item 17 da Declaração de Estocolmo de 1972 (Conferência 
da ONU sobre meio ambiente, que já vimos nesta aula). 
 
Dispõe a declaração que "deve ser confiada às instituições nacionais competentes a tarefa 
de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos ambientais dos Estados, 
com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente".Também disciplinado no artigo 174 da CF, ao consagrar que "como agente normativo e 
regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e 
indicativo para o setor privado". 
 
Tais dispositivos consignam expressamente o dever do poder público de atuar na defesa 
do meio ambiente, tanto no âmbito administrativo, quanto no âmbito legislativo e até no 
âmbito jurisdicional, cabendo ao Estado adotar as políticas públicas e os programas de 
ação necessários para cumprir esse dever imposto. 
 
Ressalte-se que se a defesa do meio ambiente é um dever do Estado, a atividade dos 
órgãos e agentes estatais na promoção da preservação da qualidade ambiental passa a 
ser, consequentemente, de natureza compulsória. 
 
Com isso, torna-se viável exigir do poder público o exercício efetivo das competências 
ambientais que lhe foram outorgadas, evidentemente com as regras e contornos previstos 
na Constituição Federal e nas leis. 
 
• Princípio do equilíbrio resultado global 
É o princípio pelo qual devem ser pesadas todas as implicações de uma intervenção no 
meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor concilie um resultado 
globalmente positivo. 
 
Este princípio é voltado para a administração pública, a qual deve sopesar todas as 
implicações que podem ser desencadeadas por determinada intervenção no meio 
ambiente, devendo adotar a solução que busque alcançar o desenvolvimento sustentável. 
Ele possui como característica básica a ponderação de valores. 
 
• Princípio do limite 
É o princípio pelo qual a administração pública tem o dever de fixar parâmetros para as 
emissões de partículas, de ruídos e de presença a corpos estranhos no meio ambiente, 
levando em conta a proteção da vida e do próprio meio ambiente. 
 
Trata-se de uma série de funções que se distribuem pelos diversos órgãos da 
administração pública, através de mecanismos e instrumentos de contenção aos abusos 
individuais. 
 
• Princípio da função socioambiental da propriedade 
A Constituição Federal, ao mesmo tempo em que garante o Direito de Propriedade em seu 
art. 5º, inciso XXII, deixa claro que este tem uma função social a cumprir, prevista nos 
artigos. 5º, XXIII; 170, III; 182, §2º, todos da CF (função social da propriedade urbana) e 
art. 186, II (função social da propriedade rural). 
 
É inerente à atividade estatal a preservação do interesse público em razão do privado. O 
Estado exerce sua soberania, mas nunca na propriedade, ou seja, sobre o patrimônio 
individual. 
 
O poder estatal, em tese, ilimitado, será limitado todas as vezes que atingir direitos e 
garantias individuais. 
 
No entanto, o interesse na proteção do meio ambiente, por ser de natureza pública, deve 
prevalecer sempre sobre os interesses individuais privados, ainda que legítimos. 
 
 
 
Princípios Constitucionais Ambientais 
 
• Princípio do desenvolvimento sustentável 
É um dos principais princípios do Direito Ambiental, que procura coadunar a proteção ao 
meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico com o objetivo de gerar melhoria 
na qualidade de vida do homem. 
 
Como visto na introdução, o Relatório Brundtland conceituou desenvolvimento 
sustentável como sendo o “desenvolvimento que atende às necessidades do presente, 
sem, no entanto, comprometer a capacidade das gerações futuras". 
 
Para a busca do desenvolvimento sustentável, é necessário erradicar a a pobreza, diminuir 
o consumismo, diminuir e controlar a poluição, um novo modelo de produção, utilizar as 
alternativas energéticas já criadas e políticas ambientais locais. 
 
A Constituição Federal de 1988 expressa esse princípio ao referenciar o dever de defender 
e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, no caput do artigo 
225. 
 
Esse artigo afirma que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações”. 
 
Ainda na Constituição, no capítulo da Ordem Econômica, também se faz menção à defesa 
do meio ambiente ao afirmar que a ordem econômica que é fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observado, dentre outros princípios, a proteção 
ambiental, art. 170, VI da CF. 
 
 
 
 
• Princípio da dignidade da pessoa humana 
A Constituição Federal estabelece, em seu art. 1º, que, entre os fundamentos do Estado 
Democrático de Direito, está o da dignidade da pessoa humana (Art. 1º, III), o 
fundamento precípuo de todo o sistema constitucional. 
 
É um direito humano o meio ambiente ecologicamente equilibrado, como direito 
fundamental à sadia qualidade de vida, que deve ser protegido para as gerações 
presentes e futuras (direito intergeracional). 
 
Para José Afonso da Silva, o princípio da dignidade da pessoa humana é um valor 
supremo que está ligado ao direito à vida e a outros direitos fundamentais. 
 
A Constituição consigna, como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, 
[...]: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; 
erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais. 
 
Sirvinskas (2010) enfatiza “que o princípio da dignidade da pessoa humana deve ser a 
fonte do desenvolvimento sustentável”, pois para que se efetive a preservação ambiental 
deve-se diminuir o consumismo e a industrialização que são a base do sistema capitalista 
em que vivemos. 
 
“Daí decorre que a ordem econômica há de ter por fim assegurar a todos existência digna 
(art. 170); a ordem social visará a realização da justiça social (art. 193), a educação o 
desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania (art. 205) etc.". 
 
Diante dos objetivos comuns entre o Direito do Consumidor e o Direito Ambiental, alguns 
princípios que norteiam o Direito Ambiental também são aplicáveis em outros ramos do 
Direito que envolvam o patrimônio ambiental e são oriundos do sistema jurídico 
constitucional, como o Direito do Consumidor, sempre visando equilibrar o meio ambiente, 
de forma jurídica, social e moral, em prol da dignidade da pessoa humana. 
 
 
São eles: 
• Princípio da dignidade da pessoa humana; 
• Princípio da responsabilidade; 
• Princípio da precaução; 
• Princípio do desenvolvimento sustentável; 
• Princípio do poluidor pagador; 
• Princípio da informação; 
• Princípio da cooperação. 
 
1. 3. O Direito Ambiental e sua proteção constitucional 
 
Como escrito na introdução, a Constituição Federal de 1988, elevou o meio ambiente ao 
patamar constitucional, artigo 225, criando capítulo próprio para a questão e 
estabelecendo ser este um direito de todos, bem de uso comum do povo e dever do poder 
público e da coletividade defendê-lo e preservá-lo. 
 
A Constituição Federal é a principal fonte formal do Direito Ambiental. Paulo de Bessa 
Antunes afirma que a existência do art. 225 da CF e todas as demais menções 
constitucionais ao meio ambiente e à sua proteção demonstram que o Direito Ambiental é 
essencialmente um “Direito Constitucional”, visto que emanado diretamente da Lei 
Fundamental. 
 
Nesse sentido, Édis Milaré ressalta que “a Constituição de 1988 pode muito bem ser 
denominada 'verde', tal o destaque (em boa hora) que dá à proteção ao meio ambiente”. 
 
O autor esclarece que “o texto supremo captou com indisputável oportunidade o que está 
na alma nacional — a consciência de que é preciso aprender a conviver harmoniosamente 
com a natureza". 
 
A Constituição Federal de 1988 trata a questão ambiental de forma abrangente. Apresenta 
uma série de preceitos quanto à tutela ambiental, seja de forma fragmentada em diversos 
capítulos, seja em um capítulo específico sobre o meio ambiente, o art. 225 e seus 
parágrafos. 
 
Merece destaque o título constitucional que trata da ordemeconômica e financeira, no 
capítulo sobre os Princípios Gerais da Atividade Econômica, artigo 170, inciso VI. 
 
Segundo o título, a ordem econômica brasileira se funda na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tendo como um dos seus princípios a “defesa do meio 
ambiente”, in verbis: 
 
Artigo 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os 
seguintes princípios: 
[...] 
 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento 
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e 
de seus processos de elaboração e prestação. 
 
Para possibilitar a ampla proteção, a Constituição Federal previu diversas regras, divisíveis 
em quatro grandes grupos, que são: 
 
• Regras gerais - são aquelas previstas de forma direta ou indireta em vários textos da 
Constituição Federal; 
 
• Regras específicas - são previstas no capítulo do Meio Ambiente, isto é, no artigo 225 
e seus parágrafos da Constituição Federal; 
 
• Regras de competência - são divididas em legislativas e administrativas. A primeira 
diz respeito ao poder de legislar dos entes federativos e a segunda atribui ao poder 
público a prática de atos administrativos em prol da preservação e proteção 
ambiental; 
 
• Regras de garantia - são as tutelas processuais ambientais, como a ação popular, a 
ação civil pública dentre outras. 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras 
gerações. 
 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder 
público: 
 
I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover 
o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
 
II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do 
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de 
material genético; 
 
III - Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais 
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção; 
 
IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; 
 
V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade 
de vida e o meio ambiente; 
 
VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
 
VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção 
de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar 
o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida 
pelo órgão público competente, na forma da lei. 
 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais 
e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os 
danos causados. 
 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do 
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio 
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de 
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturais. 
 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos 
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos 
ecossistemas naturais. 
 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua 
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas. 
 
Escreve ainda Édis Milaré: 
 
É fundamental que todas as pessoas e autoriadades responsáveis se lancem ao 
trabalho de tirar essas regras do limbo da teoria para a existência efetiva da vida real; 
na verdade, o maior dos problemas ambientais brasileiros é o desrespeito generalizado, 
impunido ou impunível, à legislação vigente. 
 
É preciso, numa palavra, ultrapassar a ineficaz retórica ecológica — tão inócua quanto 
aborrecida — e chegar às ações concretas em favor do ambiente e da vida. 
 
Do contrário, em breve, nova modalidade de poluição — a “poluição regulamentada” — 
ocupará o centro de nossas preocupações. 
 
1.4. Direitos básicos do consumidor e sua conexão com o Direito 
Ambiental 
 
O modelo econômico capitalista gerou ao longo dos anos o consumismo, que, como bem 
explica Bauman, não se deve confundir com o consumo. 
 
Analise o autor que “aparentemente, o consumo é algo banal, até mesmo trivial. É uma 
atividade que fazemos todos os dias [...]”. 
 
A sociedade ao longo dos anos sempre consumiu, faz parte da dinâmica, da característica 
do ser humano enquanto indivíduo. Contudo, o consumo foi ultrapassado por uma 
atividade consumista que não deve ser confundida com este, denominada consumismo, 
que é a base da economia capitalista. 
 
Elucida Bauman afirma que: 
 
Pode-se dizer que o “consumismo” é um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de 
vontades, desejos e anseios humanos rotineiros, permanentes e, por assim dizer, “neutros 
quanto ao regime”, transformando-os na principal força propulsora e operativa da 
sociedade, uma força que coordena a reprodução de indivíduos humanos, 
desempenhando ao mesmo tempo um papel importante nos processos de 
autoidentificação individual e de grupo, assim como na seleção e execução de políticas de 
vida individuais. 
 
O “consumismo” chega quando o consumo assume o papel-chave que na sociedade de 
produtores era exercido pelo trabalho. 
 
O consumismo é um atributo da sociedade, que é manipulada nas suas escolhas e 
condutas individuais com o fito de alterar o que esta efetivamente quer, almeja e deseja. 
 
Está associado a uma felicidade vinculada a desejos constantes, estimulados pelo modelo 
capitalista de produção, que se alimenta pela circulação constante do dinheiro com a 
compra e venda de mercadorias. 
 
O ciclo do consumo faz com que vários produtos ainda em bom estado de uso sejam 
jogados no lixo, por estarem simplesmente obsoletos, ultrapassados diante das 
mercadorias mais modernas e atuais. 
 
Diante desse quadro detactado por Bauman, o Código de Defesa do Consumidor, Lei 
8.078 sancionado, em 11 de setembro de 1990, veio em boa hora para disciplinar e 
amparar a relação consumidor, hipossuficiente do ponto de vista contratual, com a pessoa 
física ou jurídica prestadora de serviço ou fornecedora de produto, assim como as leis de 
proteção ao meio ambiente. 
 
Os bens industrializados utilizam recursos naturais para sua fabricação; com essa dinâmica 
capitalista de consumo, os recursos naturais que são finitos estão se esgotando. 
 
Não há como negar o modelo econômico capitalista, mas é essencial que este se torne 
sustentável. 
 
 
 
 
 
2. Consumo sustentável e responsabilidade socioambiental do 
fornecedor no direito ambiental e no Direito do Consumidor. A 
proibição relativa à publicidade antiambiental. A proteção do meio 
ambiente como forma de garantia dos direitos à personalidade. A 
importância da educação de consumidores e fornecedores 
 
2.1. Consumo sustentável e responsabilidade socioambiental do 
fornecedor no direito ambiental e no Direito do Consumidor 
 
Os principais problemas ambientais que assolam a sociedade estão diretamente 
relacionados ao atual modelo econômico capitalista, centrado na industrialização e no 
consumo exacerbado. 
 
Fenômenos como diminuição da camada de ozônio, chuva ácida e inversão térmica 
fizeramcom que os governantes das principais economias capitalistas do mundo 
começassem a pensar na proteção ambiental. 
 
Se por um lado nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro, a miséria, a 
degradação ambiental e a poluição aumentam a cada dia. 
 
Diante dessa constatação, surge a ideia do desenvolvimento sustentável, buscando 
conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e a redução da 
pobreza. 
 
O desenvolvimento sustentável se consolidou como o princípio orientador das iniciativas 
voltadas para a relação entre desenvolvimento e meio ambiente, agregando-o aos 
componentes econômicos, ambientais e sociais com vistas a garantir a sustentabilidade do 
desenvolvimento. 
 
Seu objetivo precípuo é exigir dos governos políticas públicas de saneamento, educação 
ambiental, fiscalização no efetivo cumprimento das normas ambientais, diminuição do 
consumismo e eliminação da pobreza e da poluição. 
 
No Brasil, quase dez anos após a Conferência de Estocolmo, em 1981, foi sancionada a 
Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 6.938/81, que tem por objetivo a preservação, 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições para o 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana. 
 
Se por um lado há normas que protegem o meio ambiente, por outro a apropriação de 
bens, produtos e serviços cria diversas formas de poluição e degradação ambiental. 
 
Um bom exemplo disso é a poluição urbana por monóxido de carbono, que é em grande 
parte causada, principalmente nos grandes centros urbanos, pela emissão decorrente da 
utilização de milhões de veículos. 
 
Os consumidores desses bens duráveis são diretamente responsáveis pelos impactos 
causados à atmosfera. 
 
Outro exemplo é a contaminação do solo decorrente de atividades de mineração, lixeiras, 
aterros sanitários não controlados, queimadas e uso indiscriminado de agrotóxico. 
 
Será que os consumidores não contribuem consideravelmente para esses elevados níveis 
de poluição e degradação ambiental? 
 
Não teriam os consumidores poluidores responsabilidade sobre o efeito negativo dos 
insumos e equipamentos que usa ou dos bens que consome? Da mesma forma, o 
fornecedor do produto não teria responsabilidade pela utilização do bem ambiental? 
 
O consumidor tem um vínculo com o meio ambiente e a sustentabilidade que pode ser 
facilmente detectado na relação produção/ consumo e consumo/ produção. 
 
Por ser o meio ambiente de interesse difuso, transindividual e coletivo, como escreve 
Milaré, “há uma associação mais do que implícita entre consumo e meio ambiente”. 
 
Nesse sentido, tanto a proteção do meio ambiente como a proteção do consumidor são 
princípios consagrados no texto constitucional, quando trata da ordem econômica. 
 
Isso quer dizer que, em termos constitucionais, tanto o meio ambiente quando o 
consumidor estão igualmente situados, “e funcionam como limites à livre iniciativa, uma 
vez que a ordem econômica se direciona para a ordem social, como afirmam os requisitos 
jurídicos e o ordenamento econômico-social a partir da Carta Magna". 
 
O meio ambiente, por ser um bem de todos, é considerado indisponível, e por isso o 
consumidor deve optar em adquirir produtos e serviços que respeitem a qualidade 
ambiental e a integridade dos ecossistemas. 
 
2.2. A proibição relativa à publicidade antiambiental 
 
As formas de poluição ambiental se dividem em: poluição do ar, poluição do solo, sonora e 
visual. 
 
A poluição do ar é a mais conhecida. Existem vários problemas ambientais globais 
decorrentes da poluição do ar; são eles: 
 
• Smog: é a combinação das expressões smoke (fumaça) e fog (nevoeiro). Consiste 
em poluentes (gases e vapor d’água) estagnados no ar atmosférico; 
 
• Inversão térmica: é constituída pela sobreposição da camada de ar quente à 
camada de ar frio, dificultando o movimento ascendente do ar atmosférico; 
 
• Chuva ácida: é causada pelo acúmulo de poluentes industriais no ar atmosférico 
que, em contato com o vapor d’água, se precipitam na forma de SO2 (ácido sulfúrico 
diluído), ocasionando também prejuízo à saúde humana; 
 
• Poluição e a diminuição da camada de ozônio: a diminuição da camada de 
ozônio está ocorrendo devido ao aumento da concentração dos gases CFC (cloro-flúor-
carbono) presentes no aerossol, e em fluidos de refrigeração que poluem as camadas 
superiores da atmosfera, atingindo a estratosfera. A reação reduz o ozônio atmosférico, 
aumentando a penetração das radiações ultravioleta. 
 
Poluição do solo 
 
O solo é uma interface entre o ar e a água (entre a atmosfera e a hidrosfera), sendo 
imprescindível à produção de biomassa. É a camada mais fina da crosta terrestre e se 
localiza na superfície externa. 
 
A poluição do solo é causada por resíduos sólidos; rejeitos perigosos; agrotóxicos; queimadas; 
atividades de mineração; cemitérios horizontais, dentre outros. 
 
A Lei nº 12.305/10 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O artigo 3°, inciso XVI da 
citada norma assim define resíduo sólido: 
 
Artigo 3°, XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem 
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação 
final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos 
estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e 
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede 
pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica 
ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. 
 
Poluição sonora 
 
É o efeito provocado pela difusão do som no meio ambiente, num tom muito acima do 
tolerável pelos organismos vivos. É o conjunto de todos os ruídos provenientes de uma ou 
mais fontes sonoras, manifestadas ao mesmo tempo num ambiente qualquer. 
 
A Resolução CONAMA nº 2/90 instituiu o Programa Nacional de Educação e Controle da 
Poluição Sonora – Silêncio. 
 
Os principais efeitos negativos da poluição sonora, segundo o Programa Nacional de 
Educação e Controle da Poluição Sonora, são: distúrbios do sono, estresse, perda da 
capacidade auditiva, surdez, dores de cabeça, alergias, falta de concentração, dentre 
outros. 
 
Poluição visual 
 
Ocorre nos centros urbanos e rurais, apesar de sua maior incidência se dar nos centros 
urbanos, em decorrência da excessiva e inadequada publicidade dos mais variados tipos. 
 
Consiste na desarmonia visual ou degradação visual que gera o desequilíbrio do meio 
ambiente artificial (cidade e paisagem urbana). 
 
Esse tipo de poluição é causado pelo próprio homem, que insere no meio ambiente 
elementos de forma desordenada. Ocorre principalmente pela proliferação desordenada 
de propaganda e publicidade para estimular o consumo. Estão presentes em outdoors 
luminosos, postes com fiação aérea, veículos automotores etc. 
 
Diante do narrado, a publicidade antiambiental é o marketing criado pelas agências de 
propaganda com o objetivo de estimular o consumo, mas que junto com este gera a 
denominada poluição visual. 
 
 
 
 
 
 
 
2.3. A proteção do meio ambiente como forma de garantia dos direitos à 
personalidade 
 
Os direitos da personalidade são as prerrogativas primárias, reconhecidas como essenciais 
aos indivíduos para tornar real e efetivo o pleno desenvolvimento humano e a dignidade 
da pessoa. 
 
São eles: o direito à vida, à liberdade, à manifestação do pensamento, à imagem, ao 
nome, à privacidade, à integridade do corpo, dentre outros. 
 
Tratam-se de direitos amparados pela Constituição Federal, necessários à manutenção da 
paz e do equilíbrio no convívio social. 
 
Não são valoráveis sob o aspecto econômico, mas as lesões causadas à personalidade dos 
indivíduos podem ser utilizadas para medir uma indenização a título de dano moral. 
 
Essa indenização não irá representar o exato prejuízo sofrido, mas somente uma 
compensação monetária e a vítima ou, dependendo do caso,aos seus parentes. 
 
Os direitos personalíssimos possuem natureza privada e são exercidos sobre bens 
imateriais ou incorpóreos, como preceitua o Código Civil. 
 
O artigo 5º, caput e § 2º da Constituição Federal consagra que: 
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
 
O § 2º ainda dispõe que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. 
 
Assim, diante dos direitos e deveres individuais e coletivos, o legislador ainda criou a 
norma contida no caput do artigo 225, que conclama um novo direito humano 
fundamental, baseado em um meio ambiente “ecologicamente equilibrado”, capaz de dar 
a todos uma adequada condição de vida em um ambiente saudável. 
 
Essa prerrogativa se denomina princípio do direito ao ambiente ecologicamente 
equilibrado como direito fundamental da pessoa humana. 
 
Como escreve Édis Milaré: 
 
[...] há pressupostos para isso; há requisitos mínimos para que o homem possa viver com 
dignidade, em um ambiente saudável. 
 
Nesse sentido, não existe qualidade de vida sem qualidade ambiental e é exatamente esse 
liame indissociável entre os dois conceitos que erige o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado a direito humano fundamental e, mais que isso, a uma das 
espécies dos chamados direitos personalíssimos. 
 
2.4. A importância da educação de consumidores e fornecedores 
 
A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa 
tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens 
estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas 
causas profundas. 
 
Está disciplinada na Política Nacional de Educação Ambiental, Lei 9.795, de 27 de abril de 
1999. 
 
A norma, em seu artigo 1°, fornece o conceito de educação ambiental, esclarecendo ser 
este “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação 
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade". 
 
O artigo 2° da citada norma esclarece que ela “é um componente essencial e permanente 
da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e 
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. 
 
Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, 
incumbindo ao poder público: 
 
• Definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental; 
• Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da 
sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; 
• Às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos 
programas educacionais que desenvolvem; 
• Aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover 
ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, 
recuperação e melhoria do meio ambiente; 
• Aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na 
disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e 
incorporar a dimensão ambiental em sua programação; 
• Às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover 
programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao 
controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do 
processo produtivo no meio ambiente; 
• À sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, 
atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a 
prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais (art. 3o e incisos 
da Lei 9.795/99). 
 
 
 
São princípios básicos da educação ambiental: 
 
• O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; 
• A concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência 
entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da 
sustentabilidade; 
• O pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e 
transdisciplinaridade; 
• A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; 
• A garantia de continuidade e permanência do processo educativo; 
• A permanente avaliação crítica do processo educativo; 
• A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e 
globais; 
• O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. 
 
A educação ambiental também possui objetivos enumerados no art. 5o da lei, destacando-
se entre eles: 
 
• O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas 
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, 
legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; 
• A garantia de democratização das informações ambientais; 
• O estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática 
ambiental e social; 
• O incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na 
preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade 
ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; 
• O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do país, em níveis micro e 
macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente 
equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, 
democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; 
• O fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; 
• O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como 
fundamentos para o futuro da humanidade. 
 
Assim, a educação ambiental desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando 
com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido à 
transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais. 
 
Assim, desenvolve no educando as habilidades e atitudes necessárias para a dita 
transformação. 
 
3. Princípio da responsabilidade na reparação ambiental e 
consumerista, risco da atividade. O desrespeito às normas 
ambientais. Cláusulas abusivas. Responsabilidade objetiva 
 
3.1. Princípio da responsabilidade na reparação ambiental e consumerista, 
risco da atividade 
 
Como já estudamos no ponto inerente aos princípios do Direito Ambiental, o princípio da 
responsabilidade ambiental diz respeito à responsabilidade do poluidor, pessoa física ou 
jurídica, que deverá responder pelos danos causados ao meio ambiente, seja através de 
suas ações ou omissões em prejuízo do meio ambiente. 
 
Dessa forma, fica sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas. 
 
No pátrio Direito Ambiental, o bem jurídico a ser protegido é o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, sendo este um direito de todos, conforme consagrado no 
artigo 225, caput da Constituição Federal. 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 6938/81 foi a primeira norma ambiental a definir 
o conceito de meio ambiente, degradação ambiental, poluição e poluidor. 
 
Dispõe o artigo 3°, inciso I da norma que meio ambiente é “o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a 
vida em todas as suas formas”. 
 
O mesmo artigo, no inciso II, descreve a degradação ambiental como sendo “a alteração 
adversa das características do meio ambiente”. 
 
Continua o mesmo artigo a afirmar, no inciso III, que poluição é “a degradação da 
qualidade ambiental resultante de atividades que diretaou indiretamente: prejudiquem a 
saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades 
sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou 
sanitárias do meio ambiente e lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos". 
 
O inciso IV explica em quem é o poluidor e expressa: 
 
Poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. 
 
Assim, qualquer ação ou omissão de pessoa física ou jurídica que cause degradação ao 
meio ambiente estará causando um dano ambiental. 
 
Ciente que dano é toda ofensa a bens ou interesses alheios protegidos pela ordem 
jurídica, o dano decorre da violação de um interesse juridicamente protegido e atinge 
concomitantemente o bem jurídico ambiental e outros interesses jurídicos. 
 
O dano ao meio ambiente apresenta características próprias, pois as consequências 
decorrentes da lesão ambiental são, via de regra, irreversíveis, podendo ter seus efeitos 
expandidos para além da delimitação territorial de um estado. 
 
Ademais, a limitação de sua extensão e a quantificação do quantum reparatório é uma 
tarefa complexa e difícil, justamente em função do caráter difuso, transfronteiriço e 
irreversível dos danos ambientais. 
 
Assim, ele apresenta as seguintes peculiaridades: ênfase na prevenção, em vez da 
reparação; indeterminação das vítimas; efeitos transfronteiriços; dificuldade em sua 
valorização. 
 
O dano ambiental muitas vezes afeta o interesse da coletividade por ser um bem de uso 
comum do povo, artigo 225 Constituição Federal, de natureza difusa, atingindo um 
número indefinido de pessoas. 
 
Ele deve ser cobrado através de tutelas processuais como a Ação Civil Pública e a Ação 
Popular e sendo a indenização destinada ao Fundo para Reconstituição dos Bens Lesados, 
na forma do artigo 13 da Lei 7.347/85, Lei da Ação Civil Pública. 
 
O dano ambiental pode ser coletivo ou individual. O dano ambiental coletivo pode ser: 
patrimonial ou extrapatrimonial (moral). 
 
Considera-se dano ambiental coletivo patrimonial quando há a obrigação de uma 
reparação a um bem ambiental lesado que pertence a toda a sociedade. 
 
Já o dano extrapatrimonial ou moral ocorre quando possui ligação com prejuízo que não 
seja econômico, em razão da lesão ao meio ambiente, configurada a lesão subjetiva à 
coletividade. 
 
Um dos pressupostos básicos para a configuração do dano moral coletivo pode ser a 
ofensa à saúde e à qualidade de vida da população. 
 
O dano ambiental individual também pode ser patrimonial ou extrapatrimonial (moral). 
 
Será patrimonial quando se tratar de prejuízo sofrido em patrimônio de particular ou 
pessoa de direito público fruto de lesão a recursos ambientais de seu patrimônio. 
 
Apesar de estes não estarem em seu patrimônio, mesmo assim causam o dano e 
extrapatrimonial ou moral quando o prejuízo é causado no psicológico da vítima, pois os 
direitos da personalidade são afetados. 
 
Não é possível que se desenvolva a personalidade sem um meio ambiente sadio e 
equilibrado; exemplo: dano de saúde pessoal por emissão de partículas em suspensão. 
 
3.2. Responsabilidade objetiva 
 
A responsabilidade por dano causado ao meio ambiente pode ser civil, administrativa ou 
penal. 
 
O ordenamento jurídico nacional, no que tange ao Direito Ambiental, adota a teoria da 
responsabilidade civil objetiva, prevista no art. 14, §1° da Lei 6.938/81. 
 
Afasta a investigação ou discussão do elemento interno (dolo ou culpa), mas não 
prescinde do nexo causal, isto é, da relação de causa e efeito entre a atividade (igual à 
fonte poluidora) e o dano dela advindo. 
 
Como escreve Milaré: 
 
[...] Mesmo porque impensável atribuir-se a outrem, alheio ao fato, a obrigação de indenizar um 
dano a que não deu causa, por ação própria ou de terceiro pela qual responde. É dizer: não pode 
se responsabilizado aquele que não contribuiu, de qualquer forma, para o evento danoso. 
 
Analisa a atividade, indagando-se se o dano foi causado em razão dela, para se concluir que o 
risco que lhe é inerente é suficiente para estabelecer o dever de reparar o prejuízo. Dito de outra 
maneira, basta que se demonstre a existência do dano para cujo desenlace o risco da atividade 
influenciou decisivamente. 
 
A opção do legislador brasileiro pela Teoria da Responsabilidade Objetiva é importante 
para a prevenção e repressão dos danos ambientais, pois vem a reparar determinados 
danos que não seriam reparados pelo critério tradicional da culpa consagrado na Teoria 
Subjetiva. 
 
A responsabilidade civil objetiva em matéria ambiental independentemente da existência 
de culpa e vem processualmente a garantir a proteção pelos danos ambientais causados. 
Por isso, aquele que exerce uma atividade potencialmente poluidora ou que implique risco 
a alguém assume a responsabilidade pelos danos oriundos do risco criado. 
 
Tendo como fundamento a teoria do risco criado, pode-se atribuir ao poluidor o dever de 
reparar danos que venham a se materializar futuramente ou de manifestação tardia. 
 
O dever de reparar, independentemente da existência da culpa, existe quando for 
verificada a existência de dano atual ou futuro. 
 
No dano futuro, embora subsistam dúvidas quanto a sua extensão, gravidade ou 
dimensão, as medidas reparatórias já poderão ser implementadas, porque não há dúvidas 
quanto à levisidade da atividade, mas apenas em relação ao momento de sua ocorrência 
do dano futuro. 
 
Assim, na responsabilidade objetiva basta a existência do dano e o nexo de causalidade 
com a fonte poluidora, porque não há necessidade da demonstração da culpa. 
 
Esclarece ainda que a inversão do ônus da prova é bastante apropriada ao dano 
ambiental, pois se transfere para o potencial poluidor o dever de provar a não levisidade 
de seu empreendimento. 
 
Ela está prevista no art. 6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor e possui 
aplicação subsidiária às demandas ambientais com fundamento no princípio da precaução 
(que serve de respaldo para a inversão do ônus da prova em favor do meio ambiente). 
 
4. Análise de casos concretos. Análise da jurisprudência dos Tribunais 
Regionais e do STJ. A aplicação pelos Tribunais Superiores 
 
Jurisprudências recentes dos Tribunais confirmam a responsabilidade objetiva daquele, 
pessoa física ou jurídica, que comete dano ao meio ambiente. 
 
Os instrumentos processuais são ajuizados constantemente em prol da preservação e 
proteção ambiental. 
 
É o caso da Ação Civil Pública, que possui como legitimados ativos: 
 
• O Ministério Público; 
• A Defensoria Pública; 
• A União; 
• Os estados, o Distrito Federal e os municípios; 
• A autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
• A associação que concomitantemente esteja constituída há pelo menos um ano nos 
termos da lei civil e que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao 
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, 
à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao 
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
Outro caso é a Ação Popular, manuseada pelo cidadão que é o titular da legitimidade 
ativa, são ajuizadas constantemente em prol da preservação e proteção ambiental. 
 
Seguem algumas ementas de julgados sobre o tema: 
 
 
 
 
 
1 - Derramamento de óleo diesel no Rio Caceribu (área de preservação 
ambiental do Município de Guapimirim) 
 
Breve resumo do caso concreto: 
 
Trata-se do Recurso Especial que segue, de caso de autuação sofrida pela empresa 
Ipiranga pela Secretaria de Meio Ambiente do município de Guapimirim, Rio de Janeiro, 
em razão do derramamento de cerca de setenta mil litros de óleo diesel no Rio Caceribu 
(área de preservação ambiental do Município de Guapimirim) e na Baía de Guanabara, em 
26/4/2005, durante o transporteferroviário compreendido entre os Municípios de Itaboraí 
e Campos dos Goytacazes, sendo-lhe aplicada multa no valor de cinco milhões de reais. 
 
REsp 1318051 / RJ RECURSO ESPECIAL 2012/0070152-3. 
Ministro BENEDITO GONÇALVES. T1 - PRIMEIRA TURMA. Data 
do Julgamento: 17/03/2015. Data da publicação: DJe DJe 
12/05/2015. 
 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. 
EMBARGOS À EXECUÇÃO. AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO POR 
DANO AMBIENTAL. A RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 
AMBIENTAL É OBJETIVA. A LEI N. 9.605/1998 NÃO IMPÕE QUE 
A PENA DE MULTA SEJA OBRIGATORIAMENTE PRECEDIDA DE 
ADVERTÊNCIA. 
 
1. A responsabilidade administrativa ambiental é objetiva. 
Deveras, esse preceito foi expressamente inserido no nosso 
ordenamento com a edição da Lei de Política Nacional do Meio 
Ambiente (Lei n. 6.938/1981). 
 
Tanto é assim que o § 1º do art. 14 do diploma em foco define 
que o poluidor é obrigado, sem que haja a exclusão das 
penalidades, a indenizar ou reparar os danos, 
independentemente da existência de culpa. Precedente: REsp 
467.212/RJ, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 
15/12/2003. 
 
2. A penalidade de advertência a que alude o art. 72, § 3º, I, 
da Lei n. 9.605/1998 tão somente tem aplicação nas infrações 
de menor potencial ofensivo, justamente porque ostenta 
caráter preventivo e pedagógico. 
 
3. No caso concreto, a transgressão foi grave; consubstanciada 
no derramamento de cerca de setenta mil litros de óleo diesel 
na área de preservação de ambiental de Guapimirim, em áreas 
de preservação permanente (faixas marginais dos rios Aldeia, 
Caceribú e Guaraí-Mirim e de seus canais) e em vegetações 
protetoras de mangue (fl. 7). 
 
Some-se isso aos fatos de que, conforme atestado no relatório 
técnico de vistoria e constatação, houve morosidade e total 
despreparo nos trabalhos emergenciais de contenção do 
vazamento e as barreiras de contenção, as quais apenas foram 
instaladas após sete horas do ocorrido, romperam-se, 
culminando o agravamento do acidente (fls. 62-67). 
 
À vista desse cenário, a aplicação de simples penalidade de 
advertência atentaria contra os princípios informadores do ato 
sancionador, quais sejam; a proporcionalilade e razoabilidade. 
 
Por isso, correta a aplicação de multa, não sendo necessário, 
para sua validade, a prévia imputação de advertência, na 
medida em que, conforme exposto, a infração ambiental foi 
grave. 
 
4. Recurso especial conhecido e não provido. 
 
2 - Contaminação por flúor no município de Araxá 
 
Breve resumo do caso concreto: 
 
Trata-se do caso de ação de indenização onde os legitimados ativos pleiteiam indenização 
por danos materiais e morais em face de Bunge Fertilizantes S.A, ao argumento de que 
sua propriedade rural fora contaminada por flúor emitido pelo complexo industrial da ré, 
causando dano ambiental com repercussão em diversas outras propriedades no Município 
de Araxá. 
 
Resp 1175907 / MG RECURSO ESPECIAL. 2010/0010006-2. 
Ministro Relator. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO. T4 - QUARTA 
TURMA. Data do Julgamento: 19/08/2014. Data da Publicação: 
DJe 25/09/2014. 
 
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE 
CIVIL. DANO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELA 
EMISSÃO DE FLÚOR NA ATMOSFERA. TEORIA DO RISCO 
INTEGRAL. POSSIBILIDADE DE OCORRER DANOS INDIVIDUAIS 
E À COLETIVIDADE. NEXO DE CAUSALIDADE. SÚMULA N. 
7/STJ. DANO MORAL IN RE IPSA. 
 
1. Inexiste violação do art. 535 do Código de Processo Civil se 
todas as questões jurídicas relevantes para a solução da 
controvérsia são apreciadas, de forma fundamentada, 
sobrevindo, porém, conclusão em sentido contrário ao almejado 
pela parte. 
 
2. É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que, nos danos 
ambientais, incide a teoria do risco integral, advindo daí o 
caráter objetivo da responsabilidade, com expressa previsão 
constitucional (art. 225, § 3º, da CF) e legal (art. 14, § 1º, da 
Lei n. 6.938/1981), sendo, por conseguinte, descabida a 
alegação de excludentes de responsabilidade, bastando, para 
tanto, a ocorrência de resultado prejudicial ao homem e ao 
ambiente advindo de uma ação ou omissão do responsável. 
 
3. A premissa firmada pela Corte de origem, de existência de 
relação de causa e efeito entre a emissão do flúor na atmosfera 
e o resultado danoso na produção rural dos recorridos, é 
inafastável sem o reexame da matéria fática, procedimento 
vedado em recurso especial. Aplicação da Súmula 7/STJ. 
 
4. É jurisprudência pacífica desta Corte o entendimento de que 
um mesmo dano ambiental pode atingir tanto a esfera moral 
individual como a esfera coletiva, acarretando a 
responsabilização do poluidor em ambas, até porque a 
reparação ambiental deve ser feita da forma mais completa 
possível. 
 
5. Na hipótese, a leitura da exordial afasta qualquer dúvida no 
sentido de que os autores — em sua causa de pedir e pedido — 
pleiteiam, dentre outras, a indenização por danos 
extrapatrimonias no contexto de suas esferas individuais, 
decorrentes do dano ambiental ocasionado pela recorrente, não 
havendo falar em violação ao princípio da adstrição, não tendo 
a sentença deixado de apreciar parcela do pedido (citra petita) 
nem ultrapassado daquilo que fora pedido (ultra petita). 
 
6. A admissibilidade do recurso especial, na hipótese da alínea 
"c" do permissivo constitucional, exige a indicação das 
circunstâncias que identificam ou assemelham os casos 
confrontados, mediante o cotejo dos fundamentos da decisão 
recorrida com o acórdão paradigma, a fim de demonstrar a 
divergência jurisprudencial existente (arts. 541 do CPC e 255 do 
RISTJ). 
 
7. Recurso especial a que se nega provimento. 
 
3 - Liberação de esgoto hospitalar sem prévio tratamento 
 
Breve resumo do caso concreto: 
 
Trata-se de ação de reparação de danos ajuizada pelo Ministério Público por haver por 
parte da ré liberação de esgoto hospitalar sem prévio tratamento, vindo a poluir o meio 
ambiente. 
 
0015829-97.2011.8.19.0206 – APELACAO TJ/RJ 
 
DES. CARLOS EDUARDO PASSOS - Julgamento: 
22/07/2015 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL 
DANO AMBIENTAL. 
 
Ação de reparação de danos ajuizada pelo Ministério 
Público. Liberação de esgoto hospitalar sem prévio 
tratamento nas águas internas. Unidade de saúde não 
ligada à rede pública de coleta e tratamento de 
esgoto. 
 
Dever de tratamento prévio dos dejetos descumprido. 
Poluição definida no art. 3º, inciso III, alínea e, da Lei 
nº 6.938/81. Dano ambiental configurado. 
Responsabilidade objetiva. Indenização a ser apurada 
em liquidação. Recurso desprovido. 
 
4 - Vazamento de resíduos de lama tóxica 
 
Breve resumo do caso concreto: 
 
Trata-se de recurso repetitivo. O caso em análise é o acidente ambiental ocorrido, 
em janeiro de 2007, nos municípios de Miraí e Muraí, Estado de Minas Gerais fruto 
do vazamento de cerca de dois bilhões de litros de resíduos de lama tóxica (bauxita), 
tendo atingido quilômetros de extensão e se espalhado por cidades dos Estados do 
Rio de Janeiro e de Minas Gerais, deixando inúmeras famílias desabrigadas e sem 
seus bens (móveis e imóveis). 
 
REsp 1374284 / MG RECURSO ESPECIAL 2012/0108265-7. 
Ministro Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO. S2 - 
SEGUNDA SEÇÃO. Data do Julgamento: 27/08/2014. Data a 
Publicação: DJe 05/09/2014. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL. RECURSO 
ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C 
DO CPC. DANOS DECORRENTES DO ROMPIMENTO DE 
BARRAGEM. ACIDENTE AMBIENTAL OCORRIDO, EM JANEIRO 
DE 2007, NOS MUNICÍPIOS DE MIRAÍ E MURIAÉ, ESTADO DE 
MINAS GERAIS. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. NEXO DE 
CAUSALIDADE. 
 
1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil: 
 
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada 
pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o 
fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade 
do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável 
pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil 
para afastar sua obrigação de indenizar; 
 
b)em decorrência do acidente, a empresa deve recompor os 
danos materiais e morais causados; 
 
c) na fixação da indenização por danos morais, recomendável 
que o arbitramento seja feito caso a caso e com moderação, 
proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível socioeconômico 
do autor, e, ainda, ao porte da empresa, orientando-se o juiz 
pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com 
razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, 
atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, de 
modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem causa de 
quem recebe a indenização e, de outro, haja efetiva 
compensação pelos danos morais experimentados por aquele 
que fora lesado. 
 
2. No caso concreto, recurso especial a que se nega 
provimento. 
 
5 - Danos causados por imóvel em área de preservação ambiental 
 
Breve resumo do caso concreto: 
 
Trata-se do caso de Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Estado de 
São Paulo em face de pessoa física, possuidora de um imóvel na área da Estação 
Ecológica Juréia-Itatins e na área de preservação ambiental - APA Iguape - 
Cananéia-Peruíbe, apontando danos ao meio ambiente. 
 
Pleiteia o MP a condenação do réu a apresentar projeto de recuperação da área 
degradada no prazo de 60 dias, sob pena de multa, compreendendo a demolição das 
construções, remoção do entulho, retirada das espécies da flora exóticas e replantio 
de espécies nativas, devendo a execução do projeto ter início em até 30 dias após 
sua aprovação pelo órgão competente. 
 
Requer que se abstenha de efetuar degradações ambientais no local e ainda que 
seja condenado no pagamento de indenização pelos danos irrecuperáveis ao meio 
ambiente. 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECUPERAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS. 
ESTAÇÃO ECOLÓGICA JURÉIA-ITATINS. 
 
2015.0000449872. TJ/SP. Relator(a): Ricardo Dip; Comarca: 
Iguape; Órgão julgador: 1ª Câmara Extraordinária de Direito 
Público; Data do julgamento: 23/06/2015; Data de registro: 
25/06/2015. 
 
A Estação Ecológica Juréia-Itatins foi criada pela Lei paulista nº 
5.649/1987 (de 28-4), tratando-se de unidade de conservação 
destinada à preservação do meio ambiente e à pesquisa 
científica, não sendo permitido estabelecer residência em 
estação ecológica, tampouco aí explorar atividade econômica, 
nos termos do disposto na Lei federal nº 6.902/1981 (de 27-4). 
 
Conforme a jurisprudência firmada no eg. STJ, "as obrigações 
derivadas de degradação ambiental são de natureza propter 
rem, o que significa dizer que aderem ao título e se transferem 
ao futuro proprietário, mais ainda se o ilícito beneficia ou 
valoriza o terreno, prescindindo-se de debate sobre a boa ou 
má-fé do adquirente, pois não se está na condição de 
responsabilidade subjetiva, baseada em culpa" (REsp 1.186.130 
-Rel. Min. HERMAN BENJAMIN). Não provimento da apelação. 
 
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Juris, 2011. 
 
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2007. Capítulo: O segredo bem mais guardado da sociedade de consumidores e consumismo 
versus consumo. Rio de Janeiro: Zahar. 
 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 306, de 05 de julho de 2002. 
 
______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: 
promulgada em 5 de outubro de 1988. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
 
______. Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981. 
 
______. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Global. Disponível em: 
˂http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global˃. 
Acesso em: 15 fev. 2016. 
 
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______. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: 
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COSTA, Letícia Gozzer; DAMASCENO, Marcos Vinícius Nogueira; SANTOS, Roberta de Souza. A 
Conferência de Estocolmo e o pensamento ambientalista: como tudo começou. 
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MILARÉ; Édis. Direito do Ambiente. 9. ed. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2014. 
 
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http://www4.tjrj.jus.br/ejud/ConsultaProcesso.aspx?N=2015.001.48802
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RIBEIRO, Eliane. Direito Ambiental e Direito do Consumidor. Disponível em: 
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SIMÕES; Alexandre Gazetta. A transindividualidade do direito fundamental a um meio 
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˂http://jus.com.br/artigos/24451/a-transindividualidade-do-direito-fundamental-a-um-meio-
ambiente-ecologicamente-equilibrado˃. Acesso em: 15 fev. 2016. 
 
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