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Reparo Tecidual: Regeneração e Cicatrização PROF FRANCISCO JÚNIOR OBJETIVOS DA AULA a.Compreender as fases do processo de reparo tecidual b.Diferenciar cicatrização de regeneração Reparo de lesões Reparo é o processo de cura de lesões teciduais e pode ocorrer por regeneração ou cicatrização. Regeneração: o tecido morto é substituído por outro morfofuncionalmente idêntico. Cicatrização (reparação): um teciso neoformado, originado do estroma (conjuntivo ou glia), substitui o tecido perdido. Reparo Tecidual • Ferida (lesão) – 3 processos envolvidos no reparo: 1.Hemostasia – rompem-se vasos – hemorragia 2. Inflamação – proteção do tecido contra lesão 3. Regeneração – reconstitui o tecido Regeneração X Cicatrização • São as duas possibilidades de reparo: • Regeneração = substituição por células do mesmo tipo (Fígado, Ossos) • Cicatrização = substituição do tecido original por tecido conjuntivo (Fibrose) (Cérebro e Coração) Ciclo Celular • Constantemente os tecidos estão em 3 processos: Proliferação (Multilicação) Diferenciação Apoptose (Morte Celular) Estes processos precisam ser mantidos em equilíbrio para manter o tamanho normal do tecido. Ciclo Celular Célula em Repouso) Pré-síntese Síntese de DNA Pré-Mitótica Mitose Proliferação • A proliferação é cíclica e acontece em diferentes velocidade dependendo do tecido. • Ela está em equilíbrio com a Apoptose para manter a Homeostase. Regeneração Substituição de células perdidas por células semelhantes, estrutural e funcionalmente completa. A regeneração depende da nobreza das células. A) células lábeis B) células estáveis C) células permanentes (perenes) Capacidade de Proliferação dos Tecidos: 1. Tecido de divisão contínua (LÁBEIS): Sempre estão no Ciclo Celular. Tecidos que estão expostos a estímulos lesivos constantemente. Pele, Mucosas, TGI, Boca e Útero Capacidade de Proliferação: 2. Tecidos quiescentes (Estáveis): Permanecem em repouso ou baixo nível de replicação. Podem se dividir rapidamente em resposta a lesões (regeneração). Fígado, Rins, Músculo Liso e Pâncreas. Capacidade de Proliferação • 3. Tecidos Não-divisores: Células que não realizam mitose depois de seu desenvolvimento embrionário. A morte celular resulta em substituíção por teido conjuntivo, não regenera. Células Nervosas, Músculo Esquelético e Cardíaco. Controle da proliferação • As células se comunicam para saber o momento certo para Apoptose, para a Proliferação e para Diferenciação e quando devem parar a Proliferação. • Mecanismos de sinalização celular: Autócrina, Parácrina e Endócrina Sinalização Celular Receptores • São moléculas responsáveis por perceber os estímulos e mandar informações para dentro da célula , no DNA (transcrição). • Essa informação estimula a célula a se dividir ou parar a divisão, ou sejam estimulam ou inibem a proliferação. Fatores de Crescimento • São exemplos de substâncias que podem estimular os receptores celulares e mandar a informação de proliferação para a célula (Mitose). Fatores de Crescimento • Fator de Crescimento Epidérmico (EGF) • Fator de Crescimento de Fibroblasto (FGF) • Fator de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF) • Fator de Crescimento semelhante a Insulina (IGFs) • Fator de Crescimento do Hepatócito (HGF) • Angiopoetina (Ang) • Fator de Crescimento do Tecido Conjuntivo(CTGF) • Fator de Crescimento do Nervo (NGF) • Citocinas: Interleucinas e Inerferons Matriz Extracelular (MEC) • Influencia o crescimento e diferenciação celular. • Forma a Matriz Intersticial (espaço entre as células) e a Membrana Basal (membrana que separa populações de células dentro de um mesmo órgão). • Constituição por algumas macromoléculas: Matriz Extracelular (MEC) • Colágeno: constitui tendão, ligamentos, cartilagens e ossos. Produzida por fibroblastos. Função de força elástica. • Fibras Elásticas: Elastina e Fibrilina – capacidade de retornar ao tamanho original após estiramento (elasticidade). Matriz Extracelular (MEC) • Proteínas de Adesão: união entre as células formando um tecido específico. • Proteoglicanos: estrutura da MEC, influenciam o crescimento e diferenciação. • Ácido Hialurônico: se liga em água formando um gel viscoso, capacidade de resistir as forças de compressão. Reparo • Cicatrização = reparo por fibrose (cicatriz). • Regenerar = restituíção idêntica ao tecido original X • Cicatrizar = “remendar” um tecido lesionado para manter saúde e homeostase. Sequência Cicatrização • 1. Inflamação, remoção de tecido danificado ou morto e início de depósito de MEC. • 2. Proliferação e Migração de células do Tecido Conjuntivo. • 3. Angiogênese e tecido de Granulação • 4. Síntese de proteínas da MEC • 5. Remodelação tecidual • 6. Contração da ferida e adquirir resistência Angiogênese • Formação temporária de vasos sanguíneos a partir de vasos pré-existentes. • Se origina das células endoteliais • Ex. Isquemia e Hipóxia são estímulos para Angiogênese. Angiogênese • Degradação da membrana Basal. • Migração em direção ao estímulo. • Proliferação e formação do tubo capilar. • Manutenção (depósito de membrana basal). • Recrutamento de células acessórias (arteríolas têm musculatura contrátil; vênulas têm fibras elásticas). • Regressão: ocorre ou não dependendo da necessidade do tecido. FIBROSE • Ocorre no tecido de granulação = (Angiogênese + Fibrose). Passos: • Migração de Fibroblasto: ativação de plaquetas, cél. Inflamatórias e endotélio do vaso ativado. • Depósito de MEC: deposição de uma rede de colágeno para auxiliar na resitência da ferida. Cicatrização de Feridas Cutâneas As feridas podem ser consideradas de acordo com os seguintes aspectos: •feridas são agudas ou crônicas •feridas possuem diferentes causas •ferias possuem diferentes localizações e extensões •feridas podem estar infectadas •o processo de cicatrização pode der influenciado por doenças e deficiências Fases da Cicatrização 1.Fase Inflamatória – lesão provoca a inflamação (vasodilatação, edema, fatores mediadores e migração de leucócitos). Fase trombocítica Agregação plaquetária (trombo) Fase granulocítica FAGOCITOSE de bactérias (formação de pus) e sujidade Fase macrofásica Ativação do processo cicatricial: macrófago Sinais clínicos: Hiperemia, calor, edema e dor FASE INFLAMATÓRIA Fases da Cicatrização 2.Fase Proliferativa – produção de tecido de granulação (Fibroblastos e proliferação endotelial). Principais funções (angiogênese, síntese de colágeno e proliferação, contração e epitelização) Macrófagos, fibroblastos, céls. Endoteliais e os queratinócitos Principal característica é a formação de um tecido novo, vermelho vivo, de aspecto granuloso (brotos capilares), composto de capilares e colágeno. FASE PROLIFERATIVA (fibroblática ou de granulação) Fases da Cicatrização 3. Fase de Maturação – depósito de MEC e contração da ferida (deposição, agrupamento e remodelação pelo Colágeno e Regressão Endotelial). É a última e mais prolongada fase de cicatrização Principais funções: Deposição de colágeno na ferida Diminuição da capilarização Surgem os miofibroblastos (contração da ferida) Cicatriz torna-se mais plana e macia Podem surgir quelóides, cicatrizes hipertróficas ou muito finas e friáveis e hipercromias FASE DE MATURAÇÃO (Reparadora ou Remodeladora) Escala de tempo das quatro fases da cicatrização e os muitos outros processos que ocorrem em cada fase. Qualquer desvio de normalidade nestes processos, pode acarretar em demora na cicatrizaçãoe consequentemente à formação de cicatriz. 6 semanas após o trauma 12 força tênsil g/mm2 800 400 3 Evolução da força tênsil ao longo do tempo Distúrbios do equilíbrio da síntese e degradação do colágeno Cicatriz deprimida e alargada Quelóide ou Cicatriz hipertrófica 1 3 2 4 Reparo e formação da cicatriz de uma cicatriz normal 6-12 semanas - cicatriz rósea (ferida imatura) 12-15 meses - remodelamento cicatriz madura - macia, branca, plana Final da cirurgia 1 mês 3 meses 1 ano Cicatrização por 1a Intenção • 1a Hora: incisão é preenchida por coágulo • 3 a 24 horas: Neutrófilos se infiltram no coágulo. • 24 a 48 horas: Células epiteliais migram para o local da lesão depositado componentes de Membrana Basal (MEC) • 3 dias: Neutrófilo foram substituídos por Macrófagos. Aparece Tecido de Granulação. CICATRIZAÇÃO POR: •1ª INTENÇÃO: - OCORRE EM INCISÕES CIRÚRGICAS - BEM ORIENTADA COM UM MÍNIMO DE FIBROSE POSSÍVEL. Cicatrização Primeira intenção TIPOS DE CICATRIZAÇÃO Mínimo de perda tecidual Resposta inflamatória rápida Reduz incidência de complicações Bordos regulares unidos por suturas Cicatriz com menor índice de defeitos 1ª intenção – cicatrização primária Cuidados Manter oclusão por 24 horas Não há necessidade de curativo Lavar e secar com toalha limpa Cicatrização por 1a Intenção • 5 dias: espaço da incisão é totalmente preenchido por tecido de granulação, Angiogênese está no ápice as fibras Colágenas começam a aparecer. • Segunda semana: Leucócitos, Edema e Vascularização somem por completo, ainda a Fibroblastos e produção de Colágeno (cicatriz) • Segundo mês: Cicatriz é feita de tecido conjuntivo e recoberta por epiderme intacta com resistência para estiramento aumentada. Cicatrização por 2a Intenção • Perda mais extensa de tecido, com reação inflamatória é mais intensa e a formação de tecido de granulação também. • É caracterizada pela contração da Ferida, no qual tenta-se tornar o tamanho da cicatriz acentuadamente parecido com o original (Miofibroblastos) Tipos de cicatrização É consequência de complicações Grande perda tecidual ou infecções Período cicatricial mais prolongado devido a resposta inflamatória intensa Maior incidência de defeitos cicatriciais (cicatriz hipertrófica, quelóide) Não há possibilidade de aproximação das bordas (infecção, pressão abdominal, necrose) 2ª intenção – cicatrização secundária Mecanismos de cicatrização: Remodelação do tecido cicatricial Aumento da quantidade de colágeno; Substituição do colágeno do tipo I para do tipo III (mais grosso); Redução da capilarização; Redução das células inflamatórias; Diferenciação de fibroblastos em miofibroblastos; Contração da cicatriz (pode chegar a 90% do volume inicial em cicatrização de segunda intenção). 3ª intenção – cicatrização terciária ou Fechamento primário retardado É forma de tratar feridas que não podem ser fechadas primariamente por suturas. Ex: infecção local A sutura do ferimento é feita tardiamente Tecido de granulação Tecido conjuntivo neoformado e ricamente vascularizado. Aspecto macroscópico: coloração rósea e aspecto granuloso. úmido e edemaciado. Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização IDADE: à medida que envelhecemos há diminuição gradativa do tônus e elasticidade dos tecidos. O metabolismo torna-se mais lento e alterações circulatórias podem estar presentes Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização PESO: independente da idade, o excesso de gordura no local da ferida dificulta a cicatrização. A gordura não tem um aporte sanguíneo abundante. Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização DESIDRATAÇÃO: afeta a função celular e renal, o metabolismo celular, a oxigenação do sangue e a função hormonal Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização Aporte sanguíneo inadequado ao sitio da ferida retarda o processo de cicatrização Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização ESTADO NUTRICIONAL: Deficiências de carboidratos, proteínas, zinco e vitaminas A,B e C alteram o processo de cicatrização. A nutrição adequada favorece a atividade celular e a síntese de colágeno. Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização RESPOSTA IMUNOLÓGICA DO PACIENTE: A imunocompetência protege as feridas das infecções Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização PRESENÇA DE ENFERMIDADES CRÔNICAS: doenças como diabetes retardam a cicatrização e são mais vulneráveis a complicações pós- operatórias Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização PRESENÇA DE NEOPLASIAS, LESÕES DEBILITANTES E INFECÇÃO LOCALIZADA: Alteram a estrutura dos tecidos e comprometem a cicatrização Fatores sistêmicos que interferem na cicatrização DROGAS: O uso de corticoesteróides, imunodepressores, hormônios, quimioterapia e radioterapia, podem modificar a cicatrização das feridas infecção desnutrição diabetes fios de sutura Fatores locais que interferem na cicatrização técnica cirúrgica integridade dos tecidos aproximação das bordas infecção local corpo estranho irradiação solar estabilização das bordas da ferida Ferida operatória em crianças em uso de fraldas – rísco de contaminação por urina e fezes Cicatriz em área de grande movimentação - toracotomia Aspectos técnicos Complicações da Cicatrização • -Formação deficiente: tecido de granulação ou colágeno insuficientes, levando a deiscência e ulceração da ferida. • -Cicatrização Hipertrófica: acontece por excesso de tecido de granulação dentro dos contornos originais da ferida. Complicações da Cicatrização • -Queloide: Tipo de cicatriz hipertrófica onde o tecido de reparo cresce além das bordas originais da ferida, invadindo o tecido integro ao redor. • -Contratura: exagero no processo de contração da ferida, podendo causar por exemplo mão em garra ou movimentos das articulações limitado. Complicações da ferida operatória PRECOCES TARDIAS infecção hemorragia coleção de líquidos deiscência de sutura evisceração eventração quelóide granuloma de corpo estranho dor local Infecção e deiscência parcial de parede Quelóide Granuloma de corpo estranho Eventração Evisceração OBRIGADO !!!!
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