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LOCALIZAÇÃO BRASIL RIO GRANDE DO SUL CACHOEIRA DO SUL ENGENHO REINALDO ROESCH MALHA URBANA HI ST ÓR IC O DE O CU PA ÇÃ O DA Á RE A DO E NT OR NO De acordo com RITZEL (2012), a rua da primeira quadra da Rua 7 de Setembro, entre os bancos Banrisul e o Unibanco, teve seu calçamento decorado e seus paralelepípedos que artisticamente estão ordenados no chão, tinham a dupla função de estabilizar o terreno e de parecer um tapete para dar as boas-vindas aos visitantes. Entretanto, a estação férrea que passava pela área central da cidade de Cachoeira do Sul foi desativada em 1973 e uma nova foi construída no bairro Oliveira. O motivo de ter sido desativada foi pelo bloqueio da expansão da cidade ao lado norte e pela especulação imobiliária da área. Logo após foi retirado os trilhos e em 1975 o edifício da estação localizada perto dos Engenhos foi demolida. Boa parte do conjunto ferroviário da região central foi retirado de forma rápida e brusca, os poucos elementos preservados encontram-se na praça Honorato de Souza Santos. Por essa medida, a área central da cidade teve toda sua configuração urbana modificada. Atualmente, existem apenas dois marcos edificáveis do período da estação ferroviária na praça Honorato e também os vestígios das áreas verdes entre o complexo dos Engenhos Brasil remete a esse período. Segundo SELBACH (2018): Com exceção dos engenhos, na zona Central da cidade haviam poucas indústrias, as quais localizavam-se principalmente na avenida Brasil, na parte alta da cidade, e na Júlio de Castilhos, (...). Tal divisão industrial era reflexo da ocupação urbana. Da parte alta da cidade até as proximidades da parte baixa, (...) os moradores eram predominantemente oriundos das zonas coloniais, do município ou de outras partes do Estado. De forma natural, a diversificação industrial, vista principalmente em pequenos empreendimentos, ocorreu no entorno da região. (SELBACH, 2018, P. 266) Este trabalho tem como objetivo pesquisar e analisar a edificação do complexo do Engenho Reinaldo Roesch seu entorno sob aspectos históricos, estéticos, culturais e etc. Também, tem a finalidade de identificar e entender a importância da preservação do edifício tanto no valor material como no imaterial, e do seu caminho histórico em para um projeto de reutilização do edifício, juntamente com a requalificação do entorno imediato. Para a realização do trabalho, foram feitas visitas técnicas para melhor identificar e reconhecer a área de intervenção com isso, foi possível realizar o diagnóstico do objeto e da área com um melhor entendimento. Foram gerados mapas com os dados coletados no levantamento da área obtendo mais informações uteis para a realização de uma futura proposta para o edifício. Ao longo do trabalho é feita uma análise crítica da área e do edifício da intervenção relacionando aos dados contidos nos levantamentos e efetuando uma análise de condicionantes, potencialidades e deficiências da área do entorno e do bem imóvel. A área de estudo está localizada no centro do Rio Grande do Sul, à margem esquerda do rio Jacuí, na cidade de Cachoeira do Sul. Cachoeira do Sul, foi o quinto município a ser criado no Rio Grande do Sul desmembrando-se de Rio Pardo em 1819. Com uma área de 3.735 km² e população equivalente a 83,827 habitantes. IBGE (2010) Cachoeira está a aproximadamente 68 metros acima do nível do mar e o clima predominante se caracteriza como subtropical. Distante 200km da capital Porto Alegre, faz divisa com Restinga Seca, São Sepé, Caçapava, Candelária, Novo Cabrais, Paraíso do Sul, Rio Pardo, Encruzilhada do Sul e Santana da Boa Vista. Cachoeira do Sul divide-se em sete distritos, classificados como zona urbana e zona rural. Por zona urbana, compreende-se o distrito Sede da Cidade de Cachoeira do Sul. Já a zona rural, é composta pelos distritos de Ferreira, Bosque, Três Vendas, Barro Vermelho, Capané e Cordilheira. A área de estudo circunda os bairros Centro, Rio Branco, Santo Antônio e Parque Scopel, o complexo do Engenho Roesch situa-se na porção central da cidade, e encontra-se na Zona Comercial 1 (ZC1) conforme o plano diretor do município (ao longo do trabalho explicaremos mais detalhadamente sobre a ZC1¹. ÁREA DE ESTUDO Retirada dos trilhos. Fonte: Arquivo pessoal Mirian Ritzel. Em 1900, a produção de arroz começa a ganhar aspectos relevantes no município, devido a modernização da agricultura e a vinda da estação férrea. Com a produção de arroz em ascensão, foi necessário que o município tivesse uma estação férrea, a mesma foi construída em 1883 e o serviço do transporte ferroviário no lugar durou pouco mais de 90 anos e foi responsável, dentre várias coisas, pela divisão da cidade em zona baixa e alta, tendo como marco os trilhos. A presença da estação ferroviária e as chegadas e saídas diárias dos trens de carga e de passageiros intensificaram a concentração de engenhos de arroz e outras empresas no entorno pela facilidade de escoamento da produção. E com isso, houve também, a expansão do bairro Rio Branco, onde os lotes eram vistos como os mais que haviam futuro na cidade, conforme SELBACH, “o bairro era ocupado principalmente pela elite de origem teuta e considerado a parte mais linda da cidade, dada às novas e imponentes edificações” (2007 p. 239). Configuração da cidade. Fonte: Arquivo pessoal Mirian Ritzel Estação Férrea. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen. Panorama da cidade, tomado do Bairro Rio Branco. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen. Calçamento rua 7 de setembro. Fonte: Jornal do povo de 05/08/2018 Vestígios de elementos da estação na praça Honorato. Fonte: googlemaps 2/23 CONTEXTO HISTÓRICO DO LUGAR LEVANTAMENTO SÓCIO-CULTURAL DA ÁREA Por se tratar de uma zona consolidada mais antiga e central, é provida de sistemas básicos como água e esgoto sanitário, galeria pluvial, guias e sarjetas, energia e iluminação pública, limpeza pública e coleta de lixo. Entretanto, nesta área a infraestrutura e os serviços são utilizados abaixo de sua capacidade. Porém, dentro da Praça Honorato existem sérios problemas, principalmente de iluminação, em consequência a segurança. Poucos postes de iluminação baixa da Praça funcionam atualmente, e os pontos de luz ficam limitados aos veículos dos lanches (BeerBus, Pittbul, Cabana Lanches, etc). Como se trata de área pública, há um certo descaso por parte dos usuários quanto à limpeza - ainda que as lixeiras sejam poucas e mal dispostas - deixando uma má impressão da área que impede sua apropriação efetiva. A má conservação dos edifícios desta área, as ruas e passeios muito irregulares e até mesmo a falta de manutenção da vegetação local também contribuem muito para essa imagem negativa. Em 1750, após o Tratado de Madri, soldados da coroa portuguesa vindos de São Paulo, Paraná e Santa Catarina (moradores de Laguna), receberam sesmarias onde hoje ocupa-se o município, a fim de garantir posse do território. Assim, surgem os primeiros registros de ocupação do município. Após isso, em 1753, iniciou-se a imigração açoriana no município e as famílias começaram a se dedicar à agricultura e pecuária. Por volta de 1779, o povoado começa a ser denominado Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Cachoeira e instalam-se militares oriundos de guerras territoriais e casas de comércio. Então no ano de 1853 a cidade passou a chamar-se Vila Nova de São João da Cachoeira, tornando-se o quinto município da colônia de São Pedro do Rio Grande do Sul. USO DIURNO USO NOTURNO DURANTE A SEMANA USO NOTURNO EM FINAIS DE SEMANA O uso da área durante o dia é marcada pelo fluxo de pedestres devido ao comércio e pelo fluxo de veículos, principalmente na rua Marechal Floriano, onde essa faz ligação entre o centro da cidade e o bairro Soares. A ocupação noturna do local é moderada durante a semana. Restringindo-se a passagem de pedestres moradores da área e entorno. Há passagem de veículos é significativa. O uso do local se acentua nos finais de semana. Dessa forma, a comunidade se apropria da área e boa parte do público, jovensprincipalmente, reúnem-se para escutar música e ingerirem bebidas alcoólicas. Cachoeira do Sul em 1963 Cachoeira do Sul atualmente USO COMERCIAL USO INSTITUCIONAL | DELEGACIA DE POLÍCIA USO ESPORÁDICO DE LAZER USO RELIGIOSO | IGREJA MARTIN LUTERO USO INSTITUCIONAL | ESCOLA BARÃO DO RIO BRANCO USO SERVIÇOS | POSTO DE GASOLINA Casa de festas. Fonte:blitzprodutora e arquivo pessoal.. O primeiro mapa é baseado na planta baixa da cidade do engenheiro João Marinho Buff, indicando o núcleo central da cidade, as ruas principais e as ruas secundárias. É visto que o prolongamento de uma rua principal deu origem à Rua Moron, que por muitos anos foi o eixo de crescimento da cidade. De acordo com SELBACH apud GUIDUGLI (2007) pelo levantamento da época, existiam em torno de 500 prédios construídos em aproximadamente 42 quadras. No segundo mapa, através de um documento do Arquivo Histórico Municipal, mostra um crescimento da cidade na direção leste e um forte desenvolvimento próximo à Estação Ferroviária. No mapa de 1963, segundo o arquiteto João Paulo Schwerz, o qual conseguirá no Guia Geral do Município de Cachoeira do Sul (2004), foi durante o período de 1940 e 1963 que surgiram alguns dos maiores loteamentos de Cachoeira até hoje, como o bairro Rio Branco, Santo Antônio, Frota, Ponche Verde, entre outros. Atualmente, não se vê muita diferença em forma de expansão de território para o último mapa. Há um crescimento natural na periferia e um aumento populacional inserido na cidade. Cachoeira do Sul em 1935Cachoeira do Sul em 1850 Atualmente existe ocupações no complexo. Os usos são de comércio e serviços em gerais, tais como: quadra de futebol, distribuidora de bebidas, vidraçaria, depósito de adubos, lojas varejistas, entre outros. Porém, esses usos são segmentados e boa parte de todo o complexo está em desuso e em estado de abandono. Quadra de futebol. Fonte: arquivo pessoal. Comércio varejista. Fonte: arquivo pessoal. Depósito de adubos. Fonte: arquivo pessoal. Nota-se que a área dos engenhos têm usos mistos e bem distribuídos em seu entorno. Observou-se que a área é utilizada de formas diferentes e em períodos distintos, conforme mostra a tabela abaixo: 3/23 A partir do mapa de sistema viário, fluxos e acessos, podemos observar que o acesso principal para o município de Cachoeira do Sul é pela Rua Marcelo Gama, esta também é ligação entre cidades e microrregiões próximas do município. Já sobre o sistema viário da cidade, podemos concluir que praticamente todas as ruas são mão dupla, exceto, as ruas principais da cidade que devido o seu fluxo intenso são mão única. Todas as vias abrigam tráfego de veículos e as vias de maior gabarito (Júlio de Castilhos/Avenida Brasil/Sete de Setembro, Pinheiro Machado) tornam-se passagem diária de ônibus. Grande parte das ruas da cidade são pavimentadas e em sua grande maioria possui paralelepípedo. Apenas as ruas principais, tais como a Av. Brasil, a Rua Júlio de Castilhos, Pinheiro Machado e alguns trechos das suas transversais são asfaltadas. Isso, porque estas ruas precisam suportar o tráfego intenso gerado na zona central da cidade. Porém, há má qualidade de manutenção nas ruas pavimentadas de paralelepípedo e também nas asfaltadas, desconsiderando o fato de que há grande circulação de transporte de carga e descarga, assim como, transporte público. A cidade não possui ciclovia, com isso, os ciclistas fazem a rota da maneira que melhor os convém. MAPA DE SISTEMA VIÁRIO, FLUXOS E ACESSOS ES TU DO D A ÁR EA U RB AN A Fonte imagens: Google Earth Praça Honorato Rodovia de Acesso Rua Comendador Fontoura com canteiros centrais Rua Júlio de Castilhos Rua Sete de Setembro 4/23 ES TU DO D A ÁR EA U RB AN A Ao observarmos o mapa de equipamentos urbanos, percebemos que estes não se limitam a nenhuma zona da cidade, os elementos se distribuem sem lógica previsível. No entorno imediato do antigo engenho há presença de equipamentos de cunho comercial, educacional, religioso e financeiro. Próximo se encontra a área que mais possui edifícios comerciais, esta é marcante na morfologia da cidade, pois torna a região mais densa e de maior procura para inserção de equipamentos. Nota-se a debilidade de equipamentos urbanos nas áreas mais extremas do raio de abrangência, como os bairros Fátima, Cristo Rei, Bom Retiro e Ponche Verde. Os edifícios culturais se encontram na zona mais antiga da cidade, predominantemente na Rua Sete de Setembro. MAPA DE EQUIPAMENTOS URBANOS Fonte imagens: Google Earth Edifícios financeiros: Banco Banrisul à direita Câmara dos Vereadores Colégio Barão do Rio Branco, uma das escolas mais antigas Casa da Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha Equipamentos de patrimônio, Chateau D’au e Matriz.. 5/23 IDENTIFICAÇÃO DE MACIÇOS DE VEGETAÇÃO, CORPOS D’ÁGUA E GRANDES ESPAÇOS LIVRES Os maciços de vegetação acompanham os corpos d’água presentes nas extremidades da cidade. Estas áreas recebem menor número de habitantes. O rio se torna limitador da cidade, juntamente com os maciços de vegetação nativa que o acompanha. Percebemos nesta área próxima ao rio, a quantidade bem mais expressiva de vegetação quando comparados aos outros locais extremos do raio. No lado oeste do mapa, existe um curso de água que é possível visualizar sua partida através do Rio Jacuí, estendendo-se pelo mapa, adentrando nos bairros da cidade, juntamente com vegetação maciça. Também, alguns dos vazios territoriais presenciam os cursos d’água com ausência de vegetação. É possível perceber que no centro do raio há presença marcante de arborização, refletidas pela existência de praças públicas. Como um todo, esta parcela da cidade possui a vegetação e espaços livres como um potencial, pois é característica presente ao longo dos bairros. ES TU DO D A ÁR EA U RB AN A Fonte imagens: Google Earth Zoológico Municipal Áreas verdes localizadas em fins de rua Arborização perceptível da Praça Honorato Arborização e espaços livres localizados nas periferias 6/23 O fluxo dos pedestres se dá por boa parte nas ruas de principal acessos que são a Rua Sete de Setembro e a Rua Ernesto Alves, que teve maior relação nos mapas. A relação de maior fluxo no mapa corresponde até quinze pessoas por minuto, para médio fluxo dez pessoas por minuto, médio-baixo entre sete e cinco, e baixo três pessoas por minutos. Nestes casos não possui uma sequência certa, horas dava este movimento e horas não, por questão da movimentação da parada de ônibus. A calçada mais utilizada é a do lado da praça da Rua Ernesto Alves e as calçadas da Rua sete de Setembro por razões de ter as paradas de ônibus no local. As áreas de alimentação é o que mais movimento esta área dos engenhos principalmente a noite, se não fosse por estes estaria abandonada, apenas para uso de serviço. As ruas mais próximas ao engenho não possui muita circulação apenas para as boates, e para serviço que possuem no local. FLUXOS E ACESSOS DE PEDESTRES ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO GABARITOS As edificações que predominam são de altura média de 5 metros, sendo estas, comerciais, institucionais e de uso misto. Percebe-se um crescimento em altura em direção ao norte do mapa, pois as alturas começam a dobrar comparado à parcela a sul, portando até 10 metros. As menores edificações possuem altura média de 3 metros, mesclando-se entre edifícios de uso exclusivo comercial e residencial. 7/23 ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO Os usos predominantes são de cunho comercial, devido a área central bem movimentada. Alguns estabelecimentos comerciais possuem extensões residenciais, recebendo tipologias de maisde um pavimento. Porém, este tipo de uso misto é pouco visto no recorte estudado. Há uma exceção quando se trata de uso misto na edificação do antigo engenho Roesch, pois o edifício recebe uso comente em uma parcela, abrigando uma pequena distribuidora de bebidas. Há presença de edificações institucionais, as quais são de responsabilidade municipal e estadual, como por exemplo o IRGA, o Museu do Arroz, Registro Civil e Detran. Algumas residências estão localizadas nas extremidades do recorte, onde os bairros começam a surgir. Alguns lotes sem uso também se encontram presentes no recorte, sendo edificações abandonadas ou lotes vazios. USOS ESCALA 1/2500 O fluxo das vias ocorre de baixo a alto, sendo as de fluxo intenso aquelas Quanto ao sentido das vias, boa parte permite o tráfego de veículos com sentido duplo, e estacionamento paralelo aos dois lados da via, porém há presença de ruas de mão única. FLUXO DE VEÍCULOS 8/23 Nota-se uma grande área de espaço livre no recorte em análise. Esta área consiste em vias, lotes sem edificação e uma praça pública de grande importância para a cidade. A malha urbana não segue um padrão formal, revelando uma morfologia resultante dos antigos usos e construções, voltadas à economia e transporte local, uma vez que era ponto de descarga de mercadorias desembarcadas por trens. ESCALA 1/5000 ESCALA 1/5000 FIGURA E FUNDO ORIENTAÇÃO SOLAR E VENTOS Clima Subtropical úmido, com as estações bem marcantes já a mudança de horário de verão temos duração diferente de horas de luz solar nos meses das estação de inverno. a predominância de chuva mais elevadas está entre os meses de agosto, setembro e outubro os demais não tem uma cota elevada, para cultivo os meses de janeiro à maio, setembro à dezembro se estima até 85%. A temperatura são bem variantes em cada estação, tendo várias sensações no mesmo dia, os ventos sudeste e leste sendo o engenho uma barreira nesta condição, não deixando passar toda a sua potência para a outra quadra. por influência das massas de ar polar vindas do Uruguai e da Argentina, no inverno sopra o minuano. O relevo da região é o pampa, tendo uma vasta zona agrícola, com uso intensivo no verão. LEGENDA: 9/23ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO As visuais foram mais direcionadas para as perspectivas das ruas como um todos de modo a demonstrar como é o olhar dos usuários, como o espaço se relaciona com eles, tendo entre estes espaços de lazer que foram postos juntos nas visuais como a praça da Rua Sete de Setembro nas duas direções, a que possui uma área mais aberta com espaços de alimentação, e a outra com uma área mais de vegetação com pracinha para as crianças, tendo um grande uso em dias que foram observadas. Neste mesmo lado se encontra as paradas de ônibus, e sanitário público, sendo um fator bem marcante nestas observações os espaços de uso de lazer junto da área de alimentação, fazendo com que o local fique com mais usuários não apenas de passagem. Notou se também que pela praça fazer conexão com a Rua Otto Mernak, atalhos se criaram pelo meio desta, tendo em vista que esta área é um lugar agradável para percorrer e não passar na frente da parada de ônibus se não for utilizar, pois esta ocupa grande parte do passeio público. POSSIBILIDADES DE VISUAIS ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO LOCALIZAÇÃO DAS VISUAIS EM MAPA ESCALA 1/5000 2 3 Legenda: 1- Vista Rua Otto Mernak; 2- Vista Rua Maria do Carmo; 3- Vista Rua Comendador Fontoura; 4-Vista Rua Comendador da esquina junto da Rua Mal. Deodoro; 5-Vista da Rua Mal. Deodoro; 6-Vista da Rua Comendador Fontoura com vestígio do complexo; 7-Vista da Rua Mal. Deodoro; 8-Vista Rua Mal. Deodoro; 9- Vista da Rua Mal. Floriano; 10-Vista de outro sentido da Rua Mal. Floriano; 11-Vista Rua Ernesto Alves; 12- Vista Rua Mal. Floriano; 13-Vista Rua Ernesto Alves em direção a praça; 14-Vista da entrada do mercado para a Rua Ernesto Alves; 15-Vista Rua Sete de Setembro; 16-Vista Rua Sete de Setembro voltada para a parada de ônibus; 17-Vista da praça Rua Sete de Setembro; 18-Vista praça; 19-Vista parada de ônibus em relação a praça do outro lado; 20-Vista caminhos criados na praça direção Rua Otto Mernak; 21-Vista Rua Otto Mernak em direção aos engenhos;Fonte imagens: Feitas por Pâmela Melo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 10/23 ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO LOCALIZAÇÃO DOS PROBLEMAS DE ACESSIBILIDADE ESCALA 1/5000 IDENTIFICAÇÃO DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL Notou-se que não possui a muitas identificação de acessibilidade em alguns locais possuem rampas mas a passagem entre rua não possui faixa de pedestre, calçamento dos passeios públicos inviáveis para pessoas que necessitam de um espaço de qualidade, pedras do passeio descoladas de modo as pessoas caírem facilmente, sem sinalização nos pisos ou alertas. Em esquinas onde o passeio era bem elevado se tem barreiras de proteção, e as inclinações das rampas algumas nem parece ser calculada como por exemplo a imagem 6, possui apenas uma faixa de pedestre neste entorno, na Rua Sete de Setembro. Características que se deveria ter no local mas não se segue, são calçadas com obstáculos verticais e horizontais(faixa livre com largura mínima recomendável de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m, e a altura livre mínima de 2,10 m.), superfície regular, firme, estável e antiderrapante, evitando trepidações, sinalização tátil, 3% de inclinação transversal, pelo menos uma rota acessível, rampas de acesso 8,33%, sinalização estacionamento para pne, sinalização vertical e horizontal, rebaixo de calçada largura recomendada de 0,40 m e distantes a 0,50 m do limite da guia, plantas não podem avançar na faixa de circulação livre, respeitando a altura mínima de 2,10 m Legenda: 1- rampas de acesso Rua Sete de Setembro; 2-pavimentação passeio da Rua Otto Mernak do lado do engenho; 3- pavimentação passeio Rua Otto Mernak do lado oposto do engenho; 4-único local com sinalização no piso, em frente a uma edificação apenas na Rua Otto Mernak; 5-mudança de pisos e formatos irregulares impossibilitando entendimento no passeio; 6,7,8-falta de rampa correta junto da esquina da Rua Otto Mernak;9-Vista da Rua Maria do Carmo demonstrando falta de pavimentação nos passeios; 10-mudanças de alturas nos passeios; 11- falta de acesso adequado no canteiro de acesso para o passeio Rua Comendador Fontoura; 12-sem pavimentação na esquina do engenho Rua Mal. Deodoro; 13-equipamentos ocupando grande espaço do passeio; 14-rampa com inclinação sem condições para acesso fácil; 15-falta de pavimentação no passeio em trechos da Rua Mal. Deodoro; 16,17-pavimentação com muitos buracos Rua Mal. Floriano; 18-rampa entre diferenciações de níveis Rua Mal. Floriano; 19-pavimentação das ruas com grandes ondulações Rua Ernesto Alves; 20-rampas de acesso para mercado; 21-rampas sem faixa de pedestre na Rua Ernesto Alves onde se encontra fluxo médio de veículos;22-unica faixa de pedestres na Rua Sete de Setembro;23-pavimentação passeio Rua Sete de Setembro se descolando;24-parada de ônibus sem indicações ou sinalização para deficientes;Fonte imagens: Feitas por Pâmela Melo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 11/23 IDENTIFICAÇÃO DE TIPOLOGIAS Observa-se tipologias principalmente de edificações sem recuos laterais, estas são mais antigas correspondendo a história do bairro. Algumas tipologias são isoladas no lote, tanto de um pavimento quanto de dois pavimentos, estes são predominância dos usos residenciais e mistos. As edificações à norte são de mais de 2 pavimentos, sem recuos frontais, algumas também não possuem recuos laterais. De maneira geral, identificam-se tipologias sem recuos frontais e laterais, porém é possível identificar espaços vazios nos fundos de lotes independente de seus usos. Percebe-se que a praça é elemento limitador, tendo em vista a expansão das edificações até sua fronteira. O antigo complexo de engenhos marca a tipologiade maior altura, marcando presença nas vias devido a ausência de recuos e também a paisagem, pois ocasiona um vazio onde antigamente o trem circulava. ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO SKYLINE E TIPOLOGIA ESTILÍSTICA RUA MARECHAL DEODORO SUL RUA MARECHAL DEODORO NORTE RUA MARECHAL FLORIANO LESTE ESCALA 1/2500 Galpões do complexo do Engenho Roesch, Estilo Art Deco Edifício principal do Engenho Roesch, Estilo Art Decô Lateral dos galpões do Engenho Roesch, Estilo Art Decô Loja de tintas e casa de festa, Estilo contemporâneo Loja de seguros, Estilo eclético 12/23 SKYLINE E TIPOLOGIA ESTILÍSTICA ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO RUA COMENDADOR FONTOURA OESTE RUA COMENDADOR FONTOURA LESTE RUA MARECHAL FLORIANO OESTE Loja comerciais com o mesmo Estilo contemporâneo Lateral do principal Engenho Roesch, estilo Art Decô Loja comercial, Estilo eclético Edifício misto e estabelecimento institucional, Estilo contemporâneo Estabelecimento institucional, Estilo Art DecôLoja comercial, Estilo eclético 13/23 SKYLINE E TIPOLOGIA ESTILÍSTICA ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO RUA ERNESTO ALVES NORTE RUA ERNESTO ALVES SUL Loja comercial, Estilo Art Decô Loja comercial, Estilo eclético Antigo Unibanco, Estilo neoclássico Casarão Pub, Estilo eclético Edifício misto, Estilo eclético Edifício comercial, Estilo eclético Edifício comercial, Estilo eclético Edifício comercial, Estilo contemporâ -neo Edifício antigo Engenho Bacchin, Estilo Art Decô Edifício comercial, Estilo contemporâneo Edifício comercial e residência, Estilo contemporâneo Edifício comercial, Estilo eclético Edifício industrial Edifício Art Decô RUA OTTO MERNAK NORTE RUA OTTO MERNAK SUL 14/23 Os espaços livres são contemplados pela Praça Honorato e pelas vias públicas. A rua Ernesto Alves possui canteiros centrais, isso é possível através do seu gabarito de cunho largo. Já a rua Marechal Floriano possui gabarito largo sem presença de canteiros centrais, possui vegetação na faixa de serviço da calçada, mas em proporção menor diminuindo cada vez mais até se extinguir no encontro com a rua Comendador Fontoura. É visível que a presença de vegetação se encontra aglomerada apenas na área da Praça Honorato, MOBILIÁRIO URBANO FOTOS DOS MOBILIÁRIOS ESCALA 1/2500 IDENTIFICAÇÃO DE VEGETAÇÃO E ESPAÇOS LIVRES ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO Os mobiliário urbanos se encontram mais na região da praça da Rua Sete deSetembro, com lixeiras de metal, bancos de concreto, luminárias queambientaliza este espaço, banheiro público que servem as áreas de alimentação e usuários da praça, como nota-se no mapa a aglomeração maior de pontos. já ao entorno do engenho tem um número menor deste podendo citar algumas lixeiras, pouca iluminação, apenas dois containers um na Rua Mal. Deodoro e outro na Rua Ernesto Alves, nos canteiros desta mesma rua se encontra lixeiras pequenas e bancos, estacionamento podem ocorrer em várias ruas apenas no lado onde os ônibus param na Rua Sete de Setembro e na frente do engenho. Fonte imagens: Feitas por Pâmela Melo 15/23 CONDICIONANTES POTENCIALIDADES DEFICIÊNCIAS Localização Localização Acessibilidade História | Antiga Linha Férrea História | Antiga Linha Férrea Passeio Público Complexo do Engenho Brasil Complexo do Engenho Brasil Descaso com o Beco dos Trilhos Espaços Livres Espaços Livres Equipamentos Urbanos Infraestrutura do local Infraestrutura do local Praça Honorato de Souza Santos Praça Honorato de Souza Santos Vegetação Rota de Ônibus Urbano ES TU DO D A ÁR EA D O EN TO RN O IM ED IA TO A área correspondente abrange a Zona Comercial 1 do zoneamento municipal, segundo o Plano Diretor da cidade esta se encontra no entorno das ruas centrais da metade sul da cidade, destina-se ao comércio varejista e a estabelecimentos de prestação de serviços. Também segundo o Plano, é obrigatória a construção de garagem ou estacionamento interno nas edificações destinadas a comércio. Em anexo deste, encontramos a Lei Municipal Nº2190 que no seu quarto artigo indica, para ZC1, alturas de 9 a 18m e taxa de ocupação para usos comerciais de 100%, exceto alturas acima de 18m que recomenda-se utilizar taxa de ocupação correspondente a 90%. As características abordadas no Quadro X (anexo do Plano Diretor Municipal), correspondentes a zona em questão, determinam índices de aproveitamento de 4 a 5, taxa de ocupação de 100%, dimensões de lotes com testada de 6m e área mínima de 150m², assim como, alturas de 25m de frente, 18 lateral e fundos. CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO DA ÁREA E FORMAS DE APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO ANÁLISE CPD LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA Fonte: Plano Diretor Municipal de Cachoeira do Sul COMO USAM -Comerciante -Pagar contas -Tomar chimarrão -Pedir dinheiro -Trabalho -Compras no comércio BAIRROS -Bom retiro -Centro -Gonçalves -Ponche verde -Soares Percurso do entrevistado até o local; SEM ESCALA MULHERES entre 38 anos à 54 anos HOMENS entre 25 anos à 58 anos As pessoas que foram entrevistadas sempre ressaltaram que o local é bom, tem fácil acesso contendo uma praça que mesmo não tendo tantos equipamentos e recursos para uso, se qualifica por várias pessoas passarem por ela, lembrada como a praça dos lanches. Esta praça a noite tem maior uso e iluminação com os espaços de lanches, quando estes não estão funcionando, fica sem vida. Em relação ao engenho a maioria descrevia como um fator histórico para o local mas que quanto mais perto dele era perigoso principalmente à noite, onde vários fatos já ocorreram neste local. As festas chamam as pessoas para este ambiente mas no outro dia o vandalismo se mostra, como com lixos pois o local não disponibiliza muitos recursos, pichação e vidros das janelas e até garrafas, cheiro forte de urina por vezes até impossibilitando as pessoas que vão trabalhar no comércio local. Mas se propusesse algo interessante poderia fazer ter mais uso e as pessoas também iriam até os mais novos conhecer o local que conta em partes a história da cidade, não querem que este espaço se perca, pois se retirar ele do local algo sem caracterização para o bairro vai se criar, como prédios entre outros. As referências para o que se propor para junto do engenho são espaços de comércio, como de alimentação, vendas de utensílios, de modo quase a ser um shopping, feiras na rua para atrair pela tarde a população, eventos diferentes com músicas (informação verbal²). ² entrevista realizada nos dias 03 a 05 de abril do ano de 2019. 16/23 HI ST ÓR IC O E IC ON OG RA FI A FUNDADOR DOS ENGENHOS BRASIL: REINALDO CARLOS PAULO ROESCH Natural de Candelária, filho de Woldemar Roesch e Otília Decker Roesch. Casado com Amélia Martins e pai de Yeda, Yelva, Yone e Yara. Prefeito de Cachoeira do Sul Deputado estadual , Rotariano, Membro Grande Conselho e provedor do Hospital de Caridade e Beneficência., Presidiu a Associação de Comércio e Indústria, o Clube Comercial, o Sindicato da Indústria do Arroz do Rio Grande do Sul, Presidiu a comissão de construção do Ginásio Rio Branco Membro ativo da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana . . 1921 INAUGURAÇÃO JUNTO A FUNDIÇÃO DA EXTINTA FIRMA TREPTOW & CIA LTDA INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO CONSTRUÍDA A CHAMINÉ RECONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES. 1928 1930 1961 DÉC. 50 1989 INCÊNDIO LINHA DO TEMPO ES TU DO D O BE M IM ÓV EL O sistema construtivo utilizado no Engenho Brasil foi o de alvenaria estruturada por vigas, pilares e lajes e, para vedação e separação de ambientes, foram utilizados tijolos cerâmicos com espessura de 15cm. As janelas são do tipo basculante (esquadrias metálicas) e de abrir (esquadrias e venezianas em madeira). As portas que ainda restam possuem, também, metal ou madeira como materialidade. Sua cobertura é em telhas de aluzinco (atualmente) e as tesouras de madeiras. Em 1921, o Engenho Brasil inicia suas atividades onde antes funcionava a extinta firmaTreptow & Cia LTDA, junto aos trilhos da viação férrea, localizado na Rua Marechal Deodoro. Assim em 1928, o fundador Reinaldo Roesch juntamente com Edwino Schneider, decidem iniciar a construção do Engenho Brasil, logo depois o mesmo se tornaria o maior da América Latina. Era conhecido como o engenho com maquinário com a tecnologia mais avançada da época, encomendado da Inglaterra, hoje esquecido dentro do prédio. E a empresa, como a melhor pagadora da cidade por saco de arroz com casca. De acordo com PORTELA: “Todos os maquinismos, à exceção da locomóvel e do classificador, eram produtos da indústria nacional. Foi a maior indústria particular de beneficiamento de arroz da América Latina. A capacidade de descasque era de 800 sacos de arroz por dia e com depósito de armazenagem para 40.000 sacos. Comercializava as marcas de arroz Oriente, Zênite e Gaivota nas principais capitais do país, onde possuía rede de representantes. ” (PORTELA, Manoel de Carvalho. CACHOEIRA HISTÓRICA E INFORMATIVA. p. 204-207). O complexo Engenho Roesch é composto por sete prédios, totalizando 17.307 metros quadrados de área construída num terreno de 18.036 metros quadrados. Inicialmente, a área aproveitada seria de 7,2 mil metros quadrados que possui três pavimentos divididos em diversas salas e compartimentos. Na questão da paisagem, o Engenho tem participação fundamental. Com sua chaminé de quase 50 metros de altura, que tinha função essencial em lançar a fumaça e cinzas, causadas pela combustão das cascas de arroz, utilizadas para a geração de energia local. Dessa forma, por conta de sua altura, a chaminé é vista em vários pontos da cidade sendo parte da memória, história e paisagem da cidade. Em 24 de fevereiro de 1961, um grande incêndio destruiu as instalações do engenho. Não há relatos sobre o incêndio, mas de acordo com o Sr. Wilto Edmundo Schultz, ex-funcionário, em uma entrevista (informação verbal) afirmou que o Jornal da época não relatou o incêndio, apenas publicou uma carta aos seus diretores e é de conhecimento público que houveram dois incêndios na empresa. Com a diminuição das atividades relacionadas à produção de arroz, assim como ao aumento dos custos referentes a transporte, o Engenho Brasil acabou por encerrar suas atividades em 1989. Desde então, o local permanece fechado, com pouca ou nenhuma manutenção, fato que levou ao aparecimento de uma série de patologias. Primeiro e Segundo (da esquerda p/ direita) incêndio no Engenho Reinaldo Roesch. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth TomsenVista aérea do Engenho Reinaldo Roesch. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Maquinário existente dentro do Engenho. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Fotografia do interior do engenho em que aparecem vigas e pilares. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Janelas e passarela do engenho. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen As diferentes materialidades das janelas. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Fundador do Engenho Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Dia da inauguração dos Engenhos Brasil, Reinaldo Roesch. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen A edificação conta com uma passarela, antes utilizada como esteira que atravessava a rua Marechal Deodoro e conectava a edificação da frente. A passarela é feita de madeira e está em estado degradável. A edificação atualmente encontra-se em estado de degradação e abandono. 17/23 CH AM IN É A chaminé do Engenho Brasil, que por muito tempo foi a maior da América Latina, com um altura 55 metros e com um diâmetro de 3,5 metros foi construída no final da década de 30. É um dos pontos que dominam a paisagem de Cachoeira do Sul. Não há muito registro sobre a sua construção, entretanto, segundo Darci da Rosa Hanna, ex-trabalhador da empresa Roesch, sua estrutura é feita de uma camada dupla de tijolos, os externos foram colocados de forma horizontal e na parte interna estão na vertical. Atualmente a chaminé teve sua área interditada pela Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul, em um raio de 30 metros da sua base, por condições de segurança de um possível colapso da estrutura de coroamento da chaminé. Essa intervenção foi necessária, porque com ela descobriu-se uma trinca de 4 metros o que compromete ainda mais sua estrutura. AÇÕES DO TEMPO Imagens de Drone Renata Thomsen. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen A edificação atualmente encontra-se em estado de degradação e abandono. É visível as diversas patologias existes, tais como mostram as figuras abaixo. Essas anomalias do imóvel são resultantes da ação do tempo , do vandalismo, bem como da falta de manutenção do local e deterioração dos materiais construtivos. Devido ao incêndio e as condições ao qual se encontra o edifício apenas uma pequena área foi adaptada e está sendo utilizada com fins comerciais. O uso é motivado a ocupação de jovens no entorno e as casas de festa próximas. Há presença de maquinário da época na edificação. PA SS AR EL A Imagens do Locomotor. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Imagens da passarela. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Imagens área. Fonte: Arquivo pessoal Além da chaminé, outro elemento marcante pertencente ao edifício é a passarela. Essa faz conexão com o edifício a frente, transpassando a rua Marechal Deodoro, construída em madeira e denomina o Engenho Reinaldo Roech S.A. Quando os engenhos, ainda desempenhavam suas atividades, essa passarela funcionava como esteireira e realizava o transporte dos sacos de arroz entre os prédios, visto que um deles destina-se ao depósito e o outro o descasque. OC UP AÇ ÃO Desplacamento total da argamassa e pichações. Fonte: Arquivo pessoal Desgaste da pintura, vidros quebrados, corrosão, chuva escorrida, entre outros. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Desgaste da estrutura e corrosão. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Chuva escorrida, biodegradação, corrosão metálica, fissuras reparadas, desgaste do reboco. Fonte: Arquivo pessoal Marcas do incêndio. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen Alguns espaços viraram acumulo de lixo e restos da construção civil. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen 18/23 PLANTA-BAIXA, CORTES E FACHADAS DOS ENGENHOS BRASIL Por ser uma tipologia industrial, toda sua conformação é de acordo com as necessidades industriais. São três pavimentos com o pé direito alto, mas não se sabe da existência de nenhuma planta baixa no Arquivo Histórico do município de Cachoeira do Sul tampouco no Museu para descrevermos com precisão a sua tipologia. Há registro apenas de uma planta rascunho de 1992 onde podemos ter uma noção da distribuição interna da linha de serviço. Entretanto, podemos, através dos cortes, concluir que a unidade de beneficiamento de grãos tinha grandes vãos, poucas paredes divisórias, pés-direitos triplo e espaço amplos devido o tamanho dos maquinários. Observamos no corte A-B um vão com o pé-direito triplo onde existia um esteira para grãos, sua estrutura metálica aparece em corte. Ainda na parte significativa do corte A-B podemos perceber a iluminação zenital representada. O estilo arquitetônico do antigo engenho tem características Art Decó, podemos perceber por suas retas estilizadas, o uso de formas geométricas bem definidas, um elemento que remete bem à esse estilo é na fachada da rua Comendador Fontoura (demarcada na foto abaixo na primeira fachada). O prédio é resquício dessa tipologia, e a sua importância em relação ao entorno é a do seu tamanho que impacta na paisagem juntamente com a chaminé e a passarela. TIPOLOGIA E ESTILO ARQUITETÔNICO Fachada do Engenho Brasil da rua Comendador Fontoura. FONTE: Arquivo histórico Cachoeira do Sul Fachada do Engenho Brasil da rua Marechal Deodoro. FONTE: Arquivo histórico Cachoeira do Sul VA LO RE S IM AT ER IA IS O complexo dos Engenhos Brasil marca a paisagem central da cidade de Cachoeira do Sul, através de sua estrutura e dimensão determinam sua forte imponência. É triste ver o estado que está o Engenho, pois não muito tempo atrás, pelos anos 80, estava inteiroe ativo (informação verbal). É um local de ponto de encontro de jovens na cidade, há um apego material pela sociedade pelas estruturas ali presentes. O conjunto fabril é um ícone do valor histórico e cultural do município. Uma vez que ele representa o momento de apogeu da cidade, época marcada pela expansão agrícola, econômica e urbana, onde Cachoeira do Sul ficou conhecida como a “Capital do Arroz”. De maneira que ele foi a maior indústria privada de beneficiamento de arroz da América Latina gerou milhares de empregos, por isso alavancou a economia do município. O vínculo afetivo do bem em questão é bem significativo para as pessoas que participaram da construção, trabalharam ou fazem parte da família dos proprietários, também daqueles que comercializavam seus produtos no local. Por esse motivo, há um apego sentimental da população que vivenciou essa época. Pode-se perceber essa ligação através da entrevista do Sr. Darci. Reportagem Jornal do Povo, 2008. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen AN ÁL IS E CP D DO IM ÓV EL Após observações, entrevistas e pesquisas na área desenvolvemos a análise de condicionantes, potencialidades e deficiências do imóvel. Corte A-B do Engenho Brasil, demarcado a parte de mais destaque do prédio 1949. FONTE: Arquivo histórico Cachoeira do Sul 2 3 7 41 5 6 1- DEPÓSITO II 2- ENGENHO 3- VITAMINADO II A área de intervenção demarcada no levantamento feito em 24/04/1992. FONTE: Arquivos pessoais Elizabeth Tomsen. Acesso em: 25 de março de 2019 4- SECADEIRA E VITAMINADO 5- DEPÓSITO III - FÁBRICA DE RAÇÃO 6- PÁTIO E GARAGENS 7- OFICINA Corte G-H do Engenho Brasil 1949. FONTE: Arquivo histórico Cachoeira do Sul Corte J-K do Engenho Brasil 1949. FONTE: Arquivo histórico Cachoeira do Sul CONDICIONANTES POTENCIALIDADES DEFICIÊNCIAS Estrutura | Tamanho do Edifício Amplo Espaço Consequências Incêndio Maquinário Maquinário Patologias Chaminé Chaminé Ventilação Fácil Acesso 19/23 RE LA TÓ RI O DE VI SIT A CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi possível identificar os condicionantes, potencialidades e debilidades da área de intervenção. Reconhecemos a importância histórica do edifício, assim como seu impacto na paisagem local. Notemos a proximidade do edifício com os equipamentos de serviços básicos, pois se localiza em uma zona central, consequentemente, bem movimentada. Recebe visitantes principalmente no período da noite para eventuais confraternizações. Infelizmente a área é conhecida como área marginalizada devido vários aspectos, tanto culturais quanto de paisagem. Conclui-se que a etapa de identificação e diagnóstico da área serve de subsídio para o processo projetual. A partir desse levantamento de dados podemos conhecer o objeto de estudo, bem como seu entorno e o impacto que causa na cidade. Com uma pesquisa e análise bem fundamentadas podemos partir para a próxima fase e propor as melhores soluções para a intervenção patrimonial. Durante o período do dia 01 a 08 de abril foram realizadas observações in loco afim de reconhecer a área de estudo/intervenção. As visitas ocorreram nos três turnos do dia. As matutinas entre as 9:30 e 11 horas, as vespertinas entre às 14 e 16 horas e as noturnas entre as 20 horas até as 01 da madrugada. A primeira visita foi realizada por toda a turma de Projeto VI, juntamente com as professoras, tendo como objetivo como o reconhecimento de todo o local, suas características, bem como os fatores aos quais deveriam ser analisados. Nas visitas realizadas pela manhã nota-se que o movimento da área aumenta devido à população advindas dos bairros afastados chegarem ao centro para trabalhar na zona comercial, tornando todas as ruas do entorno movimentadas. Nesse horários os trabalhadores das áreas de alimentação estão recém abrindo seu estabelecimento e realizando a limpeza. Na pracinha não há qualquer tipo de uso. Nesse horário foram realizadas algumas entrevistas e registros para o desenvolvimento dos mapas e para o embasamento das análises. Nos registros da visita à tarde, notou-se o uso do mercado na Rua Ernesto Alves, tendo entrada de vans e de taxistas. Algumas pessoas que utilizavam o mercado eram da região rural da cidade, são estes que depois de suas compras fazem lanches pela região. Também utilizam os recursos básicos, como banheiros lixeiras, assim como, o monumento próximo ao mercado servindo de assento. Já no mercado Dia, na Rua Otto Mernak, é pouco utilizado. Esta rua em si não atrai tantas pessoas, tampouco comércios. Nesta mesma rua, rapazes olham os carros em troca de dinheiro, no entanto este fato serve de motivo para espantar os frequentadores. Na visita pela parte da noite, foi possível analisar em noites de eventos e em noites cotidianas. O lugar recebe mais usuários, tanto perto da praça como nas ruas mais perto do engenho, em dia de eventos. As Ruas Ernesto Alves e Otto Mernak servem de passagem para os usuários. As ruas em frente ao engenho ganham uma movimentação de carros, pessoas e música, este espaço se transforma, se comparado em noites sem evento. Em dias sem eventos, as ruas mais próximas do engenho como Rua Comendador Fontoura, Rua Mal. Deodoro e Mal. Floriano, tem apenas uso dos comércios locais, como o Soccer Club. E os ônibus movimentam as ruas próximas a praça até a meia noite. Segundo Luiza Ribeiro (cachoeirense), ao passar dos anos a região dos Engenhos começou a se tornar local de grande movimentação de jovens, onde aconteciam brigas, discussões e agressões, como iniciativa de diminuir o movimento, a prefeitura proibiu estacionamento de veículos em frente do Engenho Roesch, rua Marechal Deodoro. Consequentemente, diminuiu-se o numero de frequentadores, porém continua sendo local de encontro. Imagens de Drone Renata Thomsen. Fonte: Arquivo pessoal Elizabeth Tomsen RE FE RÊ NC IAS ¹ COSTA, A; SPETH, G; PERES,L; RODRIGUES,Q. Registro de bem imaterial: Encrenca. Universidade Federal de Santa Maria, Cachoeira do sul, RS, 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2004. Rio de Janeiro, 2004. CACHOEIRA DO SUL. Plano Diretor Municipal. Cachoeira do Sul, RS: Prefeitura Municipal, 4 de novembro de 1983. SCHUH, Angela Schumache e CARLOS, Ione Maria Sanmartin. Cachoeira do Sul, em busca de sua história. Porto Alegre: Editora Martins Livreiro,1991 SELBACH, Jeferson. Muito além da praça José Bonifácio: as elites e os “outsiders” em Cachoeira do Sul, pela voz do Jornal do Povo. 1930-1945. Cachoeira do Sul/RS: 2007. 20/23 ANEXOS 21/23 22/23 23/23
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