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34 Histoplasmose Sílvio Alencar Marques • Rosangela M. Pires de (amargo INTRODUÇÃO Histoplasmose é quadro de evolução aguda ou crônica, capaz de acometer o homem e certos animais. É causada pelo Histoplasma capsulatum varocapsulatum, H. capsulatum varoduboisii (ambos causam doença humana) e H. capsulatum varo farciminosum (doença em equinos e muares). O H. capsulatum varo capsulatum existe como micélio de vida sa- probiótica no meio ambiente e prolifera prin- cipalmente em excreta de aves e morcegos. A doença humana se dá por inalação do agente, que apresenta distribuição universal, porém é mais prevalente nas regiões endêmicas de clima subtropical e temperado. O quadro in- feccioso inicial é geralmente subclínico com resolução espontânea e posteriormente iden- tificado por achado de calcificação residual pulmonar e teste intradérmico de hipersensi- bilidade específica (histoplasmina), positivo. Dependendo das circunstâncias em que se deu o contágio, particularmente aquelas relativas ao volume de inóculo, o quadro inicial pode manifestar-se com clínica pulmonar aguda de variável gravidade. De enfermidade relativa- mente rara, quase que restrita a surtos epi- dêmicos agudos e a quadro oropulmonar em homens tabagistas ou alcoolistas crônicos, a histoplasmose ganhou grande importância, dados sua alta frequência e comportamento oportunista em pacientes imunossuprimidos pela infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). HISTÓRICO Samuel Taylor Darling, patologista doAncon Canal Zone Hospital durante a construção do Canal do Panamá, observou e descreveu, em material de necropsia em 1905, enfermi- dade sistêmica, caracterizada pela presença de grande número de parasitos no interior de macrófagos e histiócitos.ê Pelas característi- cas de coloração e pelo tamanho do parasito, Darling acreditou tratar-se de um protozoá- rio, e, pela presença de possível cápsula, o de- nominou Histoplasma capsulatum. Não reco- 316 seminação hematogênica com implantação do fungo em tecidos a distância do foco primário pulmonar, particularmente nos tecidos ricos em células monocíticas e fagocitárias. Quando da interação agente-hospedeiro, nem sempre a resposta imune predomina, e, em certas cir- cunstâncias, a infecção progride para doença pulmonar aguda auto limitada ou para doença disseminada e grave. Outra possibilidade é a permanência de fungos quiescentes, viáveis, no parênquima pulmonar ou em outros teci- dos, com chance de eventual reativação futura por alteração no equilíbrio agente-hospedeiro, à semelhança do observado em outras infec- ções sistêmicas por fungos dimórfícos.Pê? CLíNICA As manifestações clínicas na histoplasmose podem ser classificadas em: 1. Histoplasmose infecção • as sintomática • infecção sintomática pulmonar aguda 2. Histoplasmose doença • pulmonar crônica (adulto) • multifocal crônica (adulto) • disseminada aguda (juvenil) • disseminada oportunista 3. Histoplasmoma. Fibrose mediastinal. Em 95% dos casos de histoplasmose in- fecção, o quadro é assintomático e apresenta resolução espontânea; pode ser revelado pela positivação do teste intradérmico com histo- plasmina. Um terço dos infectados desenvolve calcificações nodulares pulmonares. As rea- ções sorológicas podem ser positivas transito- riamente. A histoplasmose sintomática pulmonar aguda quase sempre decorre da exposição a focos altamente infectantes, por exemplo, ex- ploração de cavernas habitadas por morce- gos. As manifestações clínicas vão depender do volume de inóculo inalado e podem variar de simples quadro pseudogripal a quadro pulmonar pneumônico grave, com necessida- de de suporte ventilatório. O mais comum é a presença de sinais e sintomas indicativos Histoplasmose de processo infeccioso pulmonar, com febre, adinamia, mialgia, anorexia, tosse seca e dor torácica, ventilatório-dependente. A investi- gação radiológica pulmonar mostra infiltrado intersticial difuso, de variável intensidade, com a presença ou não de micronódulos, asso- ciado a adenomegalia hilar. Em 5% a 10% dos casos, podem estar associados: lesões cutâne- as tipo eritema nodoso, artrite, derrame pleu- ralou derrame pericárdico.13,18,26,29 O quadro de infecção sintomática pulmo- nar aguda é, em princípio, autorresolutivo, e, após período de estado de 1 a 3 semanas, começa a involuir, com resolução em 1 a 3 meses. Laboratorialmente, observam-se VHS aumentado, leucocitose e sorologia específica positiva transitoriamente. A reação intradér- mica à histoplasmina torna-se positiva. Evo- lutivamente, o quadro radiológico pulmonar vai demonstrar grau variável de fibrose e cal- cificações residuais.18,29 A histoplasmose pulmonar crônica isolada e cavitária do adulto é observada em pacien- tes masculinos, idosos e com doença pulmo- nar obstrutiva crônica de base. Manifesta-se por tosse produtiva, dor torácica, dispneia progressiva, febre, inapetência e adinamia. O quadro radiológico pulmonar sugere tubercu- lose, com a qual pode estar associada. Obser- vam-se infiltrado intersticial e micronodular apical, variado grau de fibrose e presença de cavitações. Após o tratamento específico, as condições ventilatórias permanecem limita- das.13,18 A histoplasmose multifocal crônica corres- ponde à mais comum das formas clássicas da histoplasmose. É típica do adulto do sexo masculino e caracteriza-se pela presença de lesões tegumentopulmonares.! Corresponde, em termos de fisiopatogênese, à reativação de focos contendo fungos viáveis quiescentes. Essa reativação endógena é consequência de diminuição na capacidade de defesa imunoce- lular, decorrente de fatores ou cofatores como idade avançada, tabagismo, alcoolismo ou do- ença consumptiva associada. O quadro clíni- co clássico é a presença de lesão de mucosa orofaríngea, ulcerada, com granulações finas Histoplasmose ou não, às vezes recobertas por pseudomem- brana ou até mesmo com aspecto necrótico. É característica a lesão ulcerada da língua, de disposição longitudinal, associada a macro- glossia e muito dolorosa. As lesões cutâneas, nessa forma clínica, ocorrem em 10% dos ca- sos, apresentam aspecto predominantemente ulcerovegetante, às vezes ulceronecrótico com infecção secundária. 1 O comprometimento pulmonar, quase sem- pre presente, é de intensidade variável, pre- dominando o infiltrado intersticial difuso. O comprometimento hepatoesplênico é pouco frequente, e a suprarrenal pode apresentar comprometimento com manifestações clínicas ou subclínicas, à semelhança do que ocorre na paracoccidioidomicose. A história clínica é em geral de emagreci- mento e adinamia progressivos, associados a odinofagia ou alteração da voz e tosse crônica persistente. O diagnóstico diferencial se faz com as demais doenças infecciosas crônicas multissistêmicas e com o carcinoma espinoce- lular quando de lesão aparentemente isolada da orofaringe. Histoplasmose disseminadaaguda-subagu- da é observada particularmente na infância, mas também na adolescência. É forma clínica rara e corresponde a progressão do complexo primário, particularmente para órgãos ricos em células do sistema monocítico-fagocitário. O quadro clínico é rapidamente evolutivo e caracterizado por febre persistente, anorexia, adinamia, emagrecimento e, menos frequen- temente, vômitos e diarreia. Ao exame obser- vam-se linfadenomegalia generalizada com tendência à fistulização e hepatoesplenome- galia. A presença de lesões cutâneas é comum, assim como de lesões osteolíticas. Em certos casos, pode haver comprometimento menin- goencefálico associado. Nessa forma disseminada aguda da infân- cia, a utilização de métodos como cintilografia óssea, ultrassonografia ou tomografia compu- tadorizada é extremamente útil para identifi- car lesões ósseas inaparentes, dimensionar o comprometimento hepatoesplênico e diagnos- ticar possível comprometimento linfonodal intra-abdominal. 317 A histoplasmose disseminada oportunista é aquela associada à AIDS ou a outro fator de imunossupressão grave, inclusive a utilização de imunobiológicos anti-TNF-a, e apresenta muitos aspectosclínicos semelhantes àquela que ocorre na infância.2,3,7,17,22,25,30,31 O qua- dro pode decorrer tanto da reativação de foco quiescente quanto da progressão de infecção recente, e caracteriza-se, na apresentação tí- pica associada à AIDS, por evolução aguda- subaguda de doença infecciosa febril, com grande frequência de lesões orocutâneas, em paciente HIV-positivo com contagem de CD4 menor que 150 células/mm'', Outras manifestações clínicas são anore- xia, adinamia, emagrecimento, linfadenome- galia, hepatoesplenomegalia, comprometi- mento da medula óssea e lesões pulmonares. As lesões cutâneas podem estar presentes em grande número e apresentar aspecto variável, desde lesões papuloacneiformes (Figs. 34.1 e 34.2) até lesões ulceronecróticas múltiplas. Em até 85% dos casos associados a AIDS, a histoplasmose pode corresponder à primeira manifestação oportunista da síndrome.ê A histoplasmose disseminada pode estar tam- bém associada a imunossupressão pós-trans- plante e a corticoterapia prolongada.s-P Histoplasmoma corresponde a quadro raro de massa tumoral pulmonar, constituída de tecido colágeno e calcificações, que aumenta lenta e progressivamente de tamanho e envol- Fig. 34.1 Histoplasmose em paciente com AIOS. Múltiplas lesões papulosas, normocrômicas, distribuídas na face. Lesão infiltrada no lábio superior. Fig. 34.2 Histoplasmose em paciente com AIDS. Múltiplas lesões u!ceronecróticas no escroto e pênis. ve um foco primário cicatrizado. Esse compor- tamento cicatricial aberrante é provavelmen- te imunomediado e em resposta a estímulo antigênico ali presente. A clínica é silenciosa, a não ser que haja compressão brônquica com a formação de atelectasia.13,18,27 Afibrose mediastinal corresponde à mesma resposta de hipersensibilidade anteriormente descrita, porém envolvendo massa ganglionar do espaço mediastinal. Tem diâmetro crescen- te devido à persistente produção de colágeno e subsequente calcificação. As complicações possíveis são a eventual compressão de es- truturas vitais, particularmente a veia cava superior, e, mais raramente, a formação de fístula.13,18,27 Outros quadros que envolvem reações hi- perimunes e a infecção pelo H. capsulatum varocapsulatum são: a síndrome ocular, carac- terizada por coriorretinite, e a granulomatose bronquicêntrica.W? Histoplasmose DIAGNÓSTICO O diagnóstico etiológico de certeza depende do isolamento do fungo em cultivo, e provas para caracterização definitiva do H. capsulatum varo capsulatum devem ser realizadas. O re- conhecimento do fungo em corte histológico ou em exame direto é diagnóstico que exige observador experiente, e, se possível, o diag- nóstico deve ser confirmado pelo cultivo. O material para semeadura pode ser obtido por biópsia, aspirado, lavado brônquico, amostra de sangue ou punção de medula óssea. O meio de cultura pode ser o de Sabouraud, acresci- do de cloranfenicol e actidiona, e o tempo de crescimento é de até 30 dias à temperatura ambiente. O aspecto da cultura em temperatura am- biente é o de aparência algodonosa branca (Fig. 34.3). A 37°C, a cultura é leveduriforme, de cor creme e aspecto membranoso. Na micromorfologia, à temperatura am- biente, observam-se macroconídios arredonda- dos de superfície ornamentada por projeções denominadas estalagmósporos, associados a escassos macroconídios de paredes lisas (Fig. 34.4). A 37°C, as células são leveduriformes, de pequeno diâmetro ou ovais, com gemulação única e base estreita. Teste definitivo de que Fig. 34.3 Histoplosma capsulatum varocapsulatum. Cresci- mento algodonoso em cultivo à temperatura ambiente. Histoplasmose Fig. 34.4 Histoplasma capsulatum varocapsulatum. Micro- morfologia à temperatura ambiente. Macroconídios com projeções na superfície denominadas estalagmosporos. o isolado é o H. capsulatum var. capsulatum decorre da demonstração da transformação de micélio em levedura com a alteração da temperatura ou da utilização de teste de qui- mioluminescência comercial. O aspecto histopatológico dependerá da forma clínica. Nas formas crônicas, associa- das a resposta imunocelular mais preserva- da, há hiperplasia pseudoepiteliomatosa da epiderme, com processo inflamatório dérmico crônico, granulomatoso, compacto, e, às vezes, presença de necrose caseosa. Os fungos estão presentes em número variável, com esporula- ção pouco evidente ou ausentes e restritos ao citoplasma de células fagocíticas. Nas formas clínicas disseminadas, o quadro histológico re- flete a deficiência de resposta imune. Nesses casos, o processo inflamatório é predominan- temente exsudativo, com granulomas frouxos e malformados e grande número de células fúngicas, no interior de histiócitos ou mesmo extracelulares (Fig. 34.5). As células fúngicas são visualizáveis nas colorações por hematoxilina e eosina, Giemsa, PAS e prata-metenamina (Grocott-Gomori); essas duas últimas são especialmente úteis para diagnóstico diferencial com parasitos do gênero Leishmania. A quantidade, o formato, a uniformidade no tamanho das células fún- gicas, a esporulação única e a base estreita de ligação entre célula-mãe e célula-filha au- 319 Fig. 34.5 Histoplasmose. Corte histológico mostrando estruturas fúngicas diminutas, intra e extracelular. (prata- metenamina,400x) xiliam no diagnóstico histológico diferencial com células de Paracoccidioides brasiliensis, Sporothrix schenkii e Blastomyces dermati- tidis. A sorologia como método coadjuvante ao diagnóstico utiliza as técnicas de fixação de complemento (FC), contraimunoeletroforese (CIEF) e imunodifusão em gel (ID). A sensi- bilidade diagnóstica é de 90% para CIEF e ID e de até 100% para a FC, porém há perda da especificidade, podendo ocorrer reação cru- zada falso-postiva com soro de paciente com paracoccidioidomicose. As reações sorológicas podem ser tituladas e, portanto, servir como parâmetro de resposta terapêutica. Em pa- cientes com AIDS, a sorologia pode ser nega- tiva ou fracamente positiva, portanto, menos adequada para diagnóstico e seguimento.13,18 A metodologia de detecção de antígenos do H. capsulatum na urina e no soro utiliza métodos de radioimunoensaio e é sensível para pacientes com doença disseminada. Em pacientes de AIDS, o método foi positivo em 95% quando se utilizam amostras de urina (antigenúria) e de 86% com amostras de soro (antigenemial.l'' Métodos moleculares de auxílio diagnósti- co, objetivando rapidez no diagnóstico, ainda não são disponíveis comercialmente. A reação intradérmica de histoplasmina indica, quando positiva, infecção pregressa ou 320 presente, sendo mais utilizada em inquéritos epidemiológicos. A recomendação é a utiliza- ção do antígeno polissacarídeo desenvolvido e testado por Fava Neto.P É possível a reação cruzada em indivíduo paracoccidioidinoposi- tivo. INFECÇÃO EXPERIMENTAL o camundongo é o animal de experimentação mais suscetível à infecção experimental, po- dendo ser utilizado como auxiliar diagnóstico, para pesquisa, inclusive testes terapêuticos, e para tentativas de isolamento do fungo a partir de amostras de SOlO.l1A técnica para inoculação de material de biópsia compreende maceração, homogeneização em solução sali- na e injeção de 1mL na cavidade peritoneal de camundongos. Os animais devem ser sacri- ficados entre 2 e 4 semanas, e fragmentos de fígado e baço, semeados em ágar Sabouraud ou ágar-sangue, mantidos em temperatura ambiente e observados por até 1mês.24 Tentativas de isolamento do fungo a partir de animais silvestres podem utilizar o modelo hamster ou métodos moleculares.ê" DOENÇA ANIMAL A histoplasmose doença, causada pelo H. capsulatum varo capsulatum, naturalmente adquirida por animais, não é rara nas regi- ões endêmicas. Entre as espécies suscetíveis estão cão, gato, cavalo, bovinos, entre outros. O cão é o mais frequentemente acometido, podendo apresentar infecção subclínica ou doença pulmonar crônica, doença tegumento- pulmonar ou mesmo histoplasmose dissemi- nada aguda.ê? HISTOPLASMOSE AFRICANA Causada pelo Histoplasma capsulatum varo duboisii, foi descrita em 1945e 1947.5,10Epi- demiologicamente, restringe-se às regiões de clima tropical úmido da África. Casos não au- Histoplasmose tóctones têm sido descritos em outras regiões, inclusive na América do Sul. Clinicamente, caracteriza-se por doença localizada e de evolução crônica, com alto percentual de comprometimento cutâneo, ou ósseo, ou linfonodal ou visceral. O aspecto morfológico das lesões cutâneas é variável, de pápulas e nódulos a lesão ulcerovegetan- te. O diagnóstico, através do exame direto ou histopatológico, é facilitado pela presença de grande quantidade de fungos, desde formas diminutas até células de grande diâmetro. Os fungos encontram-se isolados ou dispostos em cadeia de até cinco células e são mais bem de- monstrados quando corados pelo PAS ou pela prata-metenamina. TRATAMENTO Os fármacos eficazes e as opções para trata- mento da histoplasmose são: 1. Anfotericina B deoxicolato - para for- mas graves, pulmonares ou dissemina- das. 2. Anfotericina B lipossomal- para formas graves ou disseminadas, quando não for possível o uso da anfotericina B deoxico- lato. 3. Itraconazol - para formas leves a mode- radas da histoplasmose. Útil na manu- tenção pós-anfotericina B, caso indicado. 4. Voriconazol- é eficaz e pode ser reserva- da para tratamentos de resgate. 5. Posaconazol- igualmente eficaz, e tam- bém reservada para tratamentos de res- gate. A anfotericina deoxicolato pode ser utiliza- da na dose de 0,75 a 1,0 mg/kg/dia ou em dias alternados. A dose total vai depender da gra- vidade clínica, mas em geral é em torno de 2,0 a 2,5 g de dose acumulada. A sistemática de uso e os efeitos adversos a curto e longo pra- zos estão detalhadamente descritos no Capo 33, Paracoccidioidomicose. O itraconazol é bastante eficaz como pri- meira escolha nas formas leve e moderada da histoplasmose, na dose de 200 mg, 3 vezes ao Histoplasmose dia por 3 dias, sendo reduzida para 400 mg/ dia por 12 meses.32 O itraconazol, 200 mg/dia, pode ser utilizado indefinidamente como ma- nutenção pós-tratamento nos casos em que a causa da imunossupressão que favoreceu a histoplasmose doença não pode ser rever- tida.32 O consenso terapêutico elaborado por Wheat e cols.32 para a Sociedade de Doenças Infecciosas dos EUA é extremamente útil e traz indicações terapêuticas para as mais di- versas manifestações clínicas possíveis da his- toplasmo se e para situações especiais, como a ocorrência em crianças, gestantes e pacientes com nefropatias. Na histoplasmose africana, as opções te- rapêuticas são a anfotericina B deoxicolato e o itraconazol, nas doses aqui descritas ante- riormente. Na histoplasmose animal por H. capsulatum varocapsulatum, propõe-se a uti- lização do cetoconazol10 a 15 mg/kg/dia ou do itraconazol 5 mg/kg/dia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Bava AJRA, Negroni R, Bianchi M. Estudio de 102 casos de histoplasmosis no asociada al SIDA diagnosticadas en el Hospital Muniz durante 1975-1994. Reu Arg Mieol 1996; 19: 12-17. 2. Bonifaz A, Chang P, Moreno K et alo Dissemi- nated cutaneous histoplasmosis in acquired immunodeficiency syndrome: report of 23 cases. Clin Exp Dermatol 2009; 34:481-486. 3. Borges ASFM, Silvestre MTA et alo Histoplas- mose em pacientes imunodeprimidos. Estudo de 18 casos observados em Uberlândia-MG. Reu Soe Med Trop 1997; 30:119-24. 4. Bradsher RW. Histoplasmosis and blastomy- cosis. Clin lnfeet Dis 1996; 22:102-11. 5. CataneiAKP. Nouvelle mycose humaine obser- vée au Soudan français. 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