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Propriedade industrial

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PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
1.0 INTRODUÇÃO 
O direito industrial é um sub-ramo do direito empresarial que cuida de quatro "coisas": invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e marca. 
Então é assim: toda vez que um bem imaterial e de valor econômico for objeto de propriedade e, consequentemente, passível de apropriação por terceiros, haverá propriedade industrial. O "dono" desse bem deve registrá-lo ou patenteá-lo para receber a proteção: toda vez que outra pessoa quiser explorar esse bem, deverá pedir autorização ao "dono". Esse bem integra o patrimônio do empresário. A lei que cuida deles é a nº. 9.279/96, Lei da Propriedade Industrial (LPI), e o seu art. 5º dispõe que os direitos de propriedade industrial são considerados bens móveis. Olha lá: imateriais, mas móveis. Então, para que eu seja protegida com relação aos bens imateriais que são patrimônio da minha sociedade empresária, tenho que me submeter a essa lei, registrando-os ou os patenteando. Quem concede a patente ou o registro é uma autarquia chamada INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). 
 Vimos que o empresário (empresário individual, EIRELI ou sociedade empresária), para iniciar o exercício de uma atividade econômica (empresa) que lhe propicie auferir lucros, necessita organizar todo um complexo de bens que lhe permita desempenhar tal mister. A esse complexo de bens (ponto, equipamentos, marca, matéria-prima, capital etc.) dá-se o nome de estabelecimento empresarial, e dentre esses bens incluem-se não apenas bens materiais, mas também bens imateriais (marcas, invenções, desenhos industriais, modelos de utilidade etc.). Esses bens imateriais que compõem o estabelecimento empresarial são tão importantes, no atual estágio de desenvolvimento do capitalismo, que o ordenamento jurídico confere a eles uma tutela jurídica especial, hodiernamente agrupada num sub-ramo específico do direito empresarial chamado de direito de propriedade industrial. O direito de propriedade industrial compreende, pois, o conjunto de regras e princípios que conferem tutela jurídica específica aos elementos imateriais do estabelecimento empresarial, (i) protegendo as marcas e desenhos industriais registrados e as invenções e modelos de utilidade patenteados, e (ii) reprimindo as falsas indicações geográficas e a concorrência desleal.
2.0 DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL X DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL
 Antes de iniciarmos o estudo específico do direito de propriedade industrial, sobretudo com a análise da legislação aplicável no Brasil, faz-se necessário, preliminarmente, identificá-lo entre as diversas ramificações do direito e situá-lo como sub-ramo específico do regime jurídico empresarial. Na verdade, o direito de propriedade industrial é espécie do chamado direito de propriedade intelectual, que também abrange o direito autoral e outros direitos sobre bens imateriais. Pode-se dizer, pois, que o direito de propriedade intelectual é gênero, do qual são espécies o direito do inventor (direito de propriedade industrial), intrinsecamente ligado ao direito empresarial, e o direito do autor (direito autoral), mais ligado ao direito civil. O que o direito de propriedade industrial e o direito autoral têm em comum, pois, é o fato de protegerem bens imateriais, que resultam da atividade criativa do gênio humano, e não de forças físicas, razão pela qual são agrupados sob a denominação comum de direito de propriedade intelectual. Ressalte-se, todavia, que embora o direito do autor e o direito do inventor sejam ambos agrupados sob a rubrica genérica intitulada direito de propriedade intelectual, como visto, há relevantes diferenças entre eles, sobretudo no que se refere ao regime de proteção jurídica aplicável, e isso se dá, sobretudo, porque o direito autoral protege a obra em si, enquanto o direito de propriedade industrial protege uma técnica. Dentre as principais diferenças entre o direito de propriedade industrial e o direito autoral, podemos citar, por exemplo, as seguintes: (i) a proteção dos direitos de propriedade industrial depende da concessão do registro ou da patente (art. 2.º da Lei 9.279/1996), ao passo que a proteção dos direitos autorais independe de registro (art. 18 da Lei 9.610/1998); (ii) existe um órgão estatal específico para concessão de registros e patentes relativos aos direitos de propriedade industrial (Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI; art. 2.º da Lei 5.648/1970), enquanto os direitos autorais são registrados, facultativamente e conforme a sua natureza, em órgãos variados que não foram criados especificamente para isso (Biblioteca Nacional, Escola de Música, Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Cinema e Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA; art. 17 da Lei 5.988/1973); e (iii) os prazos de vigência dos direitos de propriedade industrial (arts. 40, 108 e 133 da Lei 9.279/1996) são distintos dos prazos de vigência dos direitos autorais (art. 41 da Lei 9.610/1998). Diante do acima exposto, como a presente obra tem por objetivo específico analisar o regime jurídico-empresarial, centraremos nossos estudos no direito de propriedade industrial, que cuida especificamente das criações voltadas à exploração de atividade econômica.
3.0 HISTÓRICO
 O saber sempre ocupou lugar de destaque na história da humanidade. A criatividade do ser humano, ao longo de sua existência na terra, propiciou o desenvolvimento da sociedade, embora também tenha, em contrapartida, provocado grandes conflitos, como as duas Grandes Guerras mundiais. Hodiernamente, diante do fenômeno da globalização da economia, os processos criativos e a competitividade empresarial têm se intensificado, e, consequentemente, há uma maior preocupação com a proteção das criações do gênio humano na área industrial e econômica. Mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo, o homem não teve a preocupação específica de proteger seus inventos. Alguns autores destacam que o direito do inventor ou criador somente passou a ser reconhecido quando o homem foi capaz de reproduzir em grande escala as suas ideias. Após a Revolução Industrial, a humanidade, surpresa com a mudança nas relações econômicas provocadas pela passagem do sistema artesanal para a indústria, atentou para a inexorável realidade de que a criação era o grande instrumento de poder e riqueza. A história registra, todavia, que o primeiro caso conhecido de proteção concedida a um invento se deu em 1236 – muito antes, portanto, da Revolução Industrial –, quando, na cidade de Bordeaux, na França, concedeu-se a Bonafasus de Sancta e Companhia o direito de explorar com exclusividade, por 15 (quinze) anos, o método flamengo de tecer e tingir tecidos de lã. Também se sabe que Leonardo da Vinci, talvez o maior gênio da criação em todos os tempos, tinha o cuidado de proteger suas obras, usando artifícios variados para tanto, como a prática de escrever ao contrário ou de deixar erros propositais nos seus textos. Pelo visto, Leonardo da Vinci estava realmente à frente de seu tempo, uma vez que, num período em que ainda não se tinha a plena noção da necessidade de proteção das invenções, ele mesmo já se encarregava de fazê-lo, sabedor da importância de se defender o saber criativo. Todavia, esses primeiros registros de proteção das criações e invenções identificados pelos historiadores na Europa consistiam apenas em meros privilégios, sempre vinculados a critérios políticos de conveniência e oportunidade. A realidade começa a mudar um pouco, no entanto, com o surgimento das codificações de patentes editadas em Veneza (1474) e na Inglaterra (1623/1624), esta chamada de statute of monopolies. Estas duas codificações acabaram com os antigos privilégios medievais e introduziram alguns ideais que até hoje são observados pelo direito de propriedade industrial (por exemplo, os requisitos da novidade e da aplicação industrial para a caracterização de uma invenção). Ocorre que, como dissemos acima, somente após Revolução Industrial é que se percebeua real importância de conferir proteção aos direitos de propriedade industrial, o que acabou provocando a realização de um grande encontro de nações, a Convenção de Paris, que se reuniram pela primeira vez em 1883, com a finalidade de tentar harmonizar e uniformizar o sistema internacional de proteção à propriedade industrial. Desse contexto o Brasil não ficou de fora, tendo sido um país pioneiro em tema de propriedade intelectual. Com efeito, o Brasil foi um dos países fundadores da Convenção de Paris, a qual, conforme destacamos, começou no final do século XIX, a estabelecer as primeiras matrizes para a uniformização internacional da defesa da propriedade intelectual e industrial. No plano constitucional, quase todas as Constituições brasileiras, ao longo de nossa história, cuidaram do direito de propriedade industrial. A nossa primeira Constituição, a de 1824, já se referia à proteção da propriedade industrial, em seu art. 179, inciso XXVI, que assim dispunha: “os inventores terão propriedade de suas descobertas ou das produções. A lei lhes assegurará um privilégio exclusivo e temporário ou lhes remunerará em ressarcimento da perda que hajam de sofrer pela vulgarização”. A Constituição de 1891 também tratou do assunto, mantendo a garantia de privilégio aos inventores, dispondo, em seu art. 72, § 25, que “os inventos industriais pertencerão aos seus autores, aos quais ficará garantido por lei um privilégio temporário, ou será concedido pelo Congresso um prêmio razoável quando haja conveniência de vulgarizar o invento”; e a Constituição de 1934 praticamente não alterou a redação do texto constitucional anterior, conforme expressa o art. 113, item 18: “Os inventos industriais pertencerão aos seus autores, aos quais a lei garantirá privilégio temporário ou concederá justo prêmio, quando a sua vulgarização convenha à coletividade”. A Constituição de 1937, infelizmente em descompasso com a tradição constitucional brasileira, não trouxe nenhuma referência expressa aos direitos de propriedade industrial. A Constituição de 1946, por sua vez, voltou a dispor de forma expressa sobre as criações e os inventos industriais, fazendo-o no seu art. 141, § 17. A Constituição de 1967 também cuidou da matéria em seu art. 150, § 24, dispondo que “a lei garantirá aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização e assegurará a propriedade das marcas de indústria e comércio, bem como a exclusividade do nome comercial”. Finalmente, a nossa atual Constituição, a de 1988, cuida dos direitos de propriedade industrial na parte dos direitos e garantias individuais, estabelecendo, em seu art. 5.º, inciso XXIX, o seguinte: “a lei assegurará aos autores dos inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País”. Mais recentemente, dando sequência à tendência de internacionalização do direito de propriedade industrial, que se iniciou com a Convenção da União de Paris, decorrente da necessidade de uniformização das regras entre os diversos países, foi celebrado o Acordo TRIPS, Tratado Internacional integrante de um conjunto de acordos assinados em 1994 que encerraram a conhecida Rodada Uruguai, dando origem à Organização Mundial do Comércio (OMC). Também é chamado de Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (ADPIC), mas a denominação TRIPS é mais usada por derivar das iniciais em inglês do referido tratado. O Brasil ratificou o Acordo TRIPS por meio do Decreto Legislativo 30/1994 e o promulgou pelo Decreto presidencial 1.355/1994. Sobre a incorporação do Acordo TRIPS ao ordenamento jurídico brasileiro, estabeleceu-se polêmica interessante. Segundo o próprio texto do acordo, sua vigência ficaria postergada por cinco anos nos “países em desenvolvimento”, como é o caso do Brasil. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça entendeu, nos primeiros casos que julgou sobre o tema, que a aplicação do Acordo TRIPS no Brasil foi imediata, em razão de nosso país não ter optado expressamente pela postergação de cinco anos prevista no texto do tratado. Acordo TRIPS. Vigência no Brasil. Precedente da Corte. 1. O que sustenta o período de transição é a vontade do país-membro, não sendo, portanto, obrigatório postergar a data de 3.1. 3.1.1. Aplicação do disposto no Acordo TRIPS. Esta Corte já se pronunciou nessa direção assentando que se o Brasil não manifestou, “em momento oportuno, qualquer opção em postergar a vigência do TRIPS no plano do direito interno, entende-se haver renunciado à faculdade oferecida pelo art. 65 daquele acordo” (REsp n.º 423.240/RJ, Relator o Ministro Fernando Gonçalves, DJ de 15/3/04). 2. Recurso especial não conhecido (REsp 661.536/RJ, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, 3.ª Turma, j. 07.04.2005, DJ 30.05.2005, p. 375). Posteriormente, porém, o STJ alterou seu entendimento, afirmando que o próprio texto do Acordo TRIPS prevê que nos países em desenvolvimento sua vigência será prorrogada por cinco anos, independentemente de manifestação expressa do país nesse sentido. 
Recurso especial. Propriedade industrial. Prorrogação do prazo de patente concedida nos termos da Lei n. 5.772/71 por mais cinco anos. Acordo TRIPS. Vigência no Brasil. I. O Acordo Internacional TRIPS – inserido no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto n. 1.355/94 –, na parte que prevê a prorrogação do prazo de patente de 15 anos – nos termos da Lei n. 5.772/71 – para 20 anos, não tem aplicação imediata, ficando submetida a observância de suas normas a pelo menos duas restrições, em se tratando de países em desenvolvimento, como o caso do Brasil: a) prazo geral de um ano, a contar do início da vigência do Acordo no país (art. 65.1); b) prazo especial de mais quatro anos para os países em desenvolvimento (art. 65.2), além do prazo geral.
 II – A ausência de manifestação legislativa expressa, no sentido de postergar a vigência do Acordo no plano do direito interno por mais cinco anos (na modalidade 1 + 4), não pode ser interpretada como renúncia à faculdade oferecida pelo art. 65 às nações em desenvolvimento, uma vez que não havia nenhum dispositivo obrigando o país a declarar sua opção pelo prazo de transição. Precedente: REsp 960.728/RJ, Rel.ª Min.ª NANCY ANDRIGHI, DJ 17.3.09. Recurso Especial provido (REsp 806.147/RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3.ª Turma, j. 15.12.2009, DJe 18.12.2009).
4.0 PATENTE
Para Fabio Ulhoa Coelho, "A patente de invenção é ato original do gênio humano. Toda vez que alguém projeta algo que desconhecia, estará produzindo uma invenção. Embora toda invenção seja, assim, original, nem sempre será nova, ou seja, desconhecida das demais pessoas. Modelo de utilidade é o objeto de uso suscetível de aplicação industrial, com novo formato de que resultam melhores condições de uso ou fabricação. Não há, propriamente, invenção, mas acréscimo na utilidade de alguma ferramenta, instrumento de trabalho ou utensílio, pela ação da novidade parcial que se lhe agrega. É chamada também, de pequena invenção e goza de proteção autônoma em relação à da invenção cuja utilidade foi melhorada”.
 É uma concessão conferida pelo Estado ao particular para explorar com exclusividade sua criação por um prazo determinado (15 ou 20 anos, dependendo do tipo da patente). No entanto, junto com o direito, surgem obrigações, e neste caso, o titular da patente tem a obrigação de explorar o seu objeto de forma efetiva, de maneira a satisfazer as necessidades da sociedade. Se assim não ocorrer, ele poderá ser obrigado a licenciar a patente compulsoriamente a terceiros, ou mesmo poderá ter o seu direito extinto.
A patente tem finalidade de proteção ao desenvolvimento tecnológico e funciona como incentivo à pesquisa, já que garante ao inventor e ao criador a exploração exclusiva e o usufruto dos lucros decorrentes da novidade.
Contudo, a exclusividade decorrenteda patente é limitada a 20 (vinte) anos no caso de Invenção e a 15 (quinze) anos no caso de modelo de utilidade. O prazo é contado da data do depósito do pedido de patente junto ao INPI. A patente, no entanto, é improrrogável. Após o prazo de 20 (vinte) ou 15 (quinze) anos, conforme o caso, a patente cai em domínio público e a invenção pode ser explorada por terceiros.
Como os direitos de propriedade industrial são considerados bens móveis para os efeitos legais do art. 5º da LPI, o titular da patente exerce sobre ela um direito patrimonial disponível. Assim, o titular da patente pode, por exemplo, cedê-la ou mesmo o seu pedido de concessão.
Há também a possibilidade de o inventor decidir licenciar a exploração da patente mediante contrato de licença a ser averbado junto ao INPI para que produza efeitos perante terceiros. Essa licença pode ser voluntária ou compulsória.
A licença voluntária está regulamentada nos artigos 61 a 67 da LPI. Para celebrar o contrato de licença, o titular da patente vai exigir do licenciado uma contraprestação denominada royalties.
Já a licença compulsória se dá nos termos dos artigos 68 a 74 da mesma lei. Ela é utilizada como sanção aplicada ao titular da patente ou para atender aos imperativos de ordem pública (art. 71).
O primeiro caso de licença compulsória no Brasil foi o da liberação de fabricação de remédios contra a AIDS, mesmo durante a vigência de uma patente sobre a sua invenção.
O artigo 71 permite que, havendo interesse público ou no caso de emergência nacional, seja concedida a licença compulsória. Esta só pode ser concedida pelo Poder Executivo Federal e tem o condão de permitir a exploração da invenção por terceiros, ainda que ela esteja patenteada.
Mas essa licença compulsória é temporária e não pode ser concedida a pessoa determinada. Se o intuito da mesma é atender interesse nacional, não pode ter exclusividade. O titular da patente terá o direito de receber um percentual sobre produção decorrente da exploração pelo terceiro.
Invenção e Patente de Invenção:
Existem dois tipos de patentes: o modelo industrial ou modelo de utilidade e a patente de invenção.
O conceito de invenção não é dado pela lei, constando apenas que “é patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.” O legislador estabeleceu também uma lista de exclusão, que inadmite a concessão de patente de invenção ou de modelo de utilidade para determinadas criações. Tudo isso será tratado mais detalhadamente.
A patente de invenção abrange todo o sistema, o processo de fabricação ou produto novo e original, que apresente um diferencial em relação àqueles já existentes.
Ocorre uma invenção toda vez que alguém projeta algo que desconhecia. No entanto, embora toda invenção seja original para o sujeito que a projetou, ela nem sempre poderá ser considerada como nova, ou seja, como desconhecida das demais pessoas. E isso deve ser analisado como requisito para a patenteabilidade.
Além disso, pode-se citar também como requisitos para uma legítima criação, tanto na parte de invenção, quanto no que se refere ao modelo de utilidade:
 a) Tratar-se de criação nova;
 b) Ser desconhecida por um técnico da área; 
c) Que a criação tenha aplicação industrial;
 d) Adequar-se ou não ao conceito de modelo de utilidade; 
e) Inexistindo a atividade inventiva, tratar-se de aperfeiçoamento ou de desenvolvimento de invenção.
E o que precisa para que essas ‘’ coisinhas’’ aí sejam patenteáveis? Requisitos estão no art.8º da lei 9.279/96):
a) Novidade: nesse requisito entra a expressão "estado da técnica", bastante utilizada na LPI. Antes de mais nada, então, é bom saber que o tal estado da técnica abrange todos os conhecimentos a que pode ter acesso qualquer pessoa, especialmente os estudiosos de um assunto em particular. A lei diz que a invenção ou modelo de utilidade, para que possa obter patente, não pode estar compreendido no estado da técnica. Quer dizer que precisa ser desconhecido pela comunidade técnica, científica ou industrial. Isso é a novidade.
b) Atividade inventiva: a coisa não pode ser óbvia demais. Tem que apresentar um avanço, um progresso. Tá na lei também, arts. 13 e 14:
''Art. IJ. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.
Art. 14. O modelo de utilidade é dotado de ato inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica".
c) Aplicação industrial: a coisa que eu inventei tem que poder ser produzida em qualquer tipo ele indústria (art. 16). Não rola, por exemplo, eu inventar um creme maravilhoso que rejuvenesce horrores mas que só pode ser feito a partir de um composto ativo encontrado na superfície ele Marte.
d) Não impedimento: aqui é decorebinha mesmo. A lei determina que algumas invenções ou modelos ele utilidade não podem ser patenteáveis. Não tem muito o que explicar. É o que está lá no art. 18 e fim ele papo. Como estou meio atordoada com essa promessa ele não me odeie que eu te odeio, vou copiar logo, que é mais fácil pra mim e pra você. Aliás, eu já tinha dito isso antes: essa matéria está todinha bem descrita na LPL É só ler a lei, mas eu também já disse que odeio ler lei. Então vamos lá:
''Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde
públicas; 
II- as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie,
bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de
obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e
lll - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os micro-organismos transgênicos que
atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação
industrial -previstos no art. 8’! e que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, micro-organismos transgênicos são organismos,
exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção
humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável
pela espécie em condições naturais".
Então, beleza. Inventei um bagulho qualquer. Passou pelos requisitos e tal, aí eu
vou lá no INPI pedir a patente. Aí tem todo um procedimentozinho (ou seria procedimentinho?) interno, e, no fim, digamos que me concedam a patente. Legal. Estou
protegida agora. Para sempre? Não.
Patente ele invenção tem prazo ele 20 anos, e ele modelo ele utilidade prazo ele 15
anos, prazos esses que são improrrogáveis, e contados a partir do dia em que eu fiz o pedido. Isso porque o tal procedimentozinho pode demorar anos para terminar. Mas olha só que interessante o parágrafo único elo art. 40 da lei:
''Art. 40. (. .. ) Parágrafo único. O prazo de vigência não será inferior a I o (dez) anos para a patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior".
Isso quer dizer o seguinte: ainda que o proceclimentozinho (gostei dessa palavra!)
demore, no caso da invenção não pode demorar mais que 10 anos e no caso de modelo ele utilidade não pode demorar mais que 8 anos. Tem um lance aqui que se chama licença compulsória. É o seguinte: eu patenteei meu bagulhinho lá. Legal. Em tese, só eu posso explorar esse bagulho. Mas aí eu, muito esperta, começo a dar uma ele malandrona praticando abuso do poder econômico ou dou uma ele lesada e não exploro economicamente o negócio que patenteei, em 3 anos da concessão da patente. Alguém que percebe isso e tenha interesse e capacidade de explorar economicamente o bagulhinho que eu patenteei pode requerer, então, a licença para explorar. Eu vou poder me defender, tentando demonstrar que não é caso de concessão de licença compulsória (art. 69).
Eu perdi. O requerenteganha o direito ele explorar minha invenção ou modelo ele utilidade. Aí, ele tem que começar a explorar o negócio no prazo de 1 ano, e, se não fizer isso nesse prazo, eu posso ir lá e requerer a cassação da licença que foi concedida a ele. Essa licença compulsória também pode ser concedida de ofício, em caso ele emergência nacional ou interesse público. Aqui, a licença será temporária e não exclusiva. A licença compulsória, portanto, faz extinguir a patente. Mas, além dessa, as situações abaixo também geram a extinção:
 renúncia aos direitos industriais (desde que não prejudique terceiros);
 falta de pagamento da taxa devida ao INPI (você achou que era de graça?);
 falta de representante no Brasil, quando o titular mora em outro país.
 5.0 REGISTRO INDUSTRIAL
São registráveis o desenho industrial e a marca.
Desenho industrial, também segundo a Wikipédia, é a configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato. Essa é uma atividade técnica e criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema. Simplificando, pode-se dizer que design é projeto.
Os requisitos para o registro do desenho industrial são três:
a) Novidade: mesmo esquema das patentes.
b) Originalidade:
 Art. 97· O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores.
Parágrafo único. O resultado visual original poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos".
c) Não impedimento: aqui também tem um rol de coisas que não podem ser registradas, como as que forem contrárias à moral ou aos bons costumes, e as formas comuns ou vulgares. Art. 1º da lei n. 9.279/96. Dá uma lidinha lá. 
O registro do desenho industrial tem prazo de 10 anos e pode ser prorrogado por três vezes sucessivas, mas as prorrogações só duram 5 anos cada.
Marca é o sinal que identifica produtos ou serviços, mas a lei traz duas outras categorias de marcas (art. 123, lI e lll). São elas: marca de certificação: é aquela que atesta que um produto ou serviço atende a determinadas normas de qualidade. Exemplo clássico é o ISO.
Marca coletiva: identifica que determinado produto ou serviço é fornecido por membros de determinada entidade, em geral associações de produtores de determinado setor.
Vamos ver agora os requisitos para o registro da marca:
a) Novidade relativa: epa! A novidade ganhou um adjetivo! Relativa. Significa que o signo em si não precisa ser absolutamente novo, mas deve ser utilizado pela primeira vez na identificação daquele produto ou serviço. Então, observe-se que o registro da marca, a princípio, confere proteção apenas em determinado segmento.
Olha só: vamos supor que eu deseje criar uma confecção e queira registrar como marca a palavra Pimenta. Pode ser que já exista um refrigerante registrado com essa mesma marca. Mesmo assim, vou poder fazer o registro, porque a novidade é relativa. Eu não poderia fazê-lo, contudo, se já houvesse outra confecção com essa mesma marca.
b) Não colidência com marca notória: algumas marcas são tão conhecidas que, mesmo sem registro no INPI, são protegidas pelo direito. Assim, eu não poderia, por exemplo, registrar minha confecção com a marca Nike, ainda que essa marca não tenha registro no Brasil.
Olha que legal o artigo:
Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do
art. 6" da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada
no Brasil.
I) proteção de que trata este artigo aplica-se também às marcas de serviço.
II) O INPI poderá indeferir de ofício pedido de registro de marca que reproduza ou imite, no todo ou em parte, marca notoriamente conhecida".
Mas observe que marca notória é diferente de marca de alto renome. Legal a explicação da professora Mariana Egídio Lucciola:
A marca de alto renome é aquela conhecida no mercado de consumo em geral, que alcançou um patamar de grande reconhecimento e reputação positiva, sendo protegida em todos os ramos de atividade, conforme art. 125 da Lei 9-279/96. Já a marca notoriamente conhecida é aquela registrada em outro país, mas que possui expressivo reconhecimento perante os consumidores. Nesse caso, a proteção estende-se apenas
ao seu ramo de atuação. É o que depreendemos da leitura do art. 126 da Lei 9-279/96. Então é legal saber que a marca registrada goza de proteção em determinado segmento, e o titular do registro não pode tentar impedir a utilização de uma mesma marca por outro empresário que não atue no mesmo ramo. A ideia é proteger o consumidor: ele não pode ser confundido a ponto de "levar gato por lebre". A exceção é a
tal da marca de alto renome. Esta goza de proteção em todos os ramos da atividade econômica, e quem decide pela concessão dessa proteção é exclusivamente o INPI (nem mesmo o judiciário pode meter o bedelho aqui).
c) Não impedimento: mesmo esquema aqui. Os impedimentos estão no art. 124.
O registro da marca tem prazo de 1 o anos e pode ser prorrogado infinitas vezes, por iguais e sucessivos períodos. O pedido de prorrogação deve ser feito no último ano de validade do registro.
Se eu registrei a minha marca e não a utilizo no período de 5 anos, ou se eu paro de utilizá-la pelo mesmo período, o registro caduca.
BIBLIOGRAFIA:
Irei salientar que a utilização de alguns termos utilizados do livro para quem ‘’ odeia’’ empresarial, fora utilizada como forma de ter-se um aprendizado de maneira diferenciada. Deixando claro que esta utilização fora uma técnica adotada por mim para uma maior fixação do conteúdo e não tem necessariamente a ver com o meu subjetivo e sim, da autora do livro supracitado. 
http://odireitoempresarial.blogspot.com/2014/03/propriedade-industrial.html
Empresarial para quem Odeia Empresarial - Luciana Pimenta – 2015.
Andre santa cruz, direito empresarial, 8º edição.

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