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1 SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL ANA RAQUEL QUIXABA FERREIRA FABIANA RODRIGUES DIMAS MARIA MARCIANE GOMES DE JESUS ROBERTA GRACIELI CAETANO DA SILVA Trabalho, Riqueza e Desigualdade no Brasil Aragoiania-Go 2020 2 ANA RAQUEL QUIXABA FERREIRA FABIANA RODRIGUES DIMAS MARIA MARCIANE GOMES DE JESUS ROBERTA GRACIELI CAETANO DA SILVA Trabalho, Riqueza e Desigualdade no Brasil Trabalho de Bacharelado em Serviço Social apresentado a Universidade Norte do Paraná - UNOPAR Aragoiania-Go 2020 3 SUMARIO 1. INTRODUÇÃO..............................................................................................4 2. DESENVOLVIMENTO..................................................................................5 2.1 ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS...........................................5 2.2 FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICA E POLÍTICA DO BRASIL............7 2.3 ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E DESIGUALDADE SOCIAL.......... 10 2.4 FUN. HIST. TEÓRICOS E METO. DO SERVIÇO SOCIAL..................12 3. CONCLUSÃO..............................................................................................15 4. REFERÊNCIAS...........................................................................................16 4 1. INTRODUÇÃO O Trabalho no Brasil tem como objetivo apresentar um quadro de alguns aspectos da inserção da Mao de obra, de tendências neste período, identificando as especificidades regionais. Os indicadores utilizados referem-se às Grandes Regiões passou por um processo de reformulação de sua pesquisa, permitindo um aprofundamento na questão da diversidade das relações de trabalho no Brasil alguns aspectos de inserção da Mao de obra no mercado de trabalho brasileiro, dando continuidade à divulgação de indicadores selecionados sobre o tema. O conjunto de informações refere-se, de início, aos níveis das taxas de atividade e desocupação e da procura de trabalho. Seguindo o viés de Simões (2014), passa a ser garantido a universalidade e cobertura dos atendimentos, uniformidade e equivalência das prestações, diversidade da base de financiamento e participação da comunidade na gestão administrativa. No Brasil, atualmente o neoliberalismo tem se consolidado, e com isto a Seguridade Social tem sofrido duros golpes, permeados por contrarreformas no âmbito da Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Nos últimos anos, conquistas históricas da classe trabalhadora no Brasil têm sido derrotadas com uma velocidade inimaginável! A realidade histórica evidencia que as mesmas foram gestadas anteriormente e encontraram solo fértil no governo de Temer para serem implementadas diante de um processo de arrefecimento, pulverização e retrocesso na consciência da classe trabalhadora e de seus instrumentos organizativos. Este estudo se justifica pela necessidade de tornar público, cada vez mais estas ações, tanto aos profissionais do Serviço Social, quanto a outros profissionais de áreas distintas, demonstrando os riscos que a população brasileira sofre com estes golpes, tendo em vista que com todo este contexto a Questão Social irá se agravar. Com a finalidade de compreender quais as principais características do que 5 se chamou de “desmonte neoliberal” da Constituição Federal de 1988 e seus rebatimentos nas políticas de seguridade social brasileira. Para alcançar tal objetivo numa perspectiva de totalidade, isto é, não levando em conta apenas os elementos imediatos e fenômenos aparentes que se manifestam, pretende-se considerar a história da constituição da seguridade social brasileira pré CF/1988 até o período de redemocratização nacional, analisando o surgimento e o desenvolvimento das Políticas de Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Levando em consideração a historicidade da seguridade, busca-se, a partir daí, analisar os principais avanços e conquistas da Constituição Cidadã para o sistema de proteção social brasileiro, para então analisar as características do “desmonte neoliberal” nas políticas de seguridade social. Nesse trabalho mostraremos alguns dados sobre os Impactos da reforma trabalhista no mundo atual do trabalho e algumas informações com base científica e em estudos sobre o trabalho e algumas outras informações o tema aqui abordado. Aqui veremos índice e pesquisa feitas por várias fontes de estudos que ajudaram na construção desse trabalho, como os impactos são grandes e com esse trabalho poderemos analisar detalhes sobre esses impactos. 2.1 ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Em análise tema pobreza utilizando diferentes medidas que mostrou o aumento da pobreza entre 2016 e 2017. Segundo a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres no Brasil era de 25,7% da população em 2016 e subiu para 26,5%, em 2017. Em números absolutos, esse contingente variou de 52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas, no período. Nessa mesma análise, a proporção de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos que viviam rendimentos de até US$ 5,5 por dia passou de 42,9% para 43,4%, no mesmo período. Já o contingente de pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), que estariam na extrema pobreza de acordo com a linha proposta pelo Banco Mundial, representava 6,6% da população do país em 2016, contra 7,4% em 2017. 6 Em números absolutos, esse contingente aumentou de 13,5 milhões em 2016 para 15,2 milhões de pessoas em 2017. Em 2017, o rendimento médio mensal domiciliar per capita no país foi de R$ 1.511. As menores médias foram no Nordeste (R$ 984) e Norte (R$ 1.011), regiões onde quase metade da população (respectivamente, 49,9% e 48,1%) tinha rendimento médio mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo. Estas são algumas informações da Síntese de Indicadores Sociais 2018, que analisou o mercado de trabalho, aspectos educacionais e a distribuição de renda da população brasileira, a partir dos dados da PNAD contínua do IBGE e de outras fontes. Na análise educacional, em 2018 mostrou-se que a proporção de matrículas por cotas no ensino superior público triplicou nos últimos 7 anos: de 2009 a 2016, esse percentual subiu de 1,5% para 5,2%. Nas instituições privadas, no mesmo período, o percentual de matrículas com PROUNI subiu 28,1%, passando de 5,7% para 7,3%. A taxa de ingresso ao ensino superior dos alunos oriundos da escola privada era 2,2 vezes a dos que estudaram na rede pública. Entre os que concluíram o nível médio na rede pública, 35,9% ingressaram no ensino superior, contra 79,2% dos que cursaram a rede privada. Na análise do mercado de trabalho, em 2018 mostrou que a taxa de desocupação era de 6,9% em 2014 e subiu para 12,5% em 2017. Isso equivale a 6,2 milhões de pessoas desocupadas a mais entre 2014 e 2017. Nesse período, a desocupação cresceu em todas as regiões e em todos os grupos etários. Em 2017, o trabalho informal alcançou 37,3 milhões de pessoas, o que representava 40,8% da população ocupada, ou dois em cada cinco trabalhadores do país. Esse contingente aumentou em 1,2 milhão desde 2014, quando representava 39,1% da população ocupada. Em 2017, os trabalhadores brancos (R$ 2.615) ganhavam, em média, 72,5% mais que os pretos ou pardos (R$ 1.516) e os homens (R$ 2.261) recebiam 29,7% a mais que as mulheres (R$ 1.743). O rendimento-hora dos brancos superava o dos pretos ou pardos em todos os níveis de escolaridade, e a maior diferença estava no nível superior: R$ 31,9 por hora para os brancos contra R$ 22,3 por hora para pretos ou pardos. O material de apoioda SIS 2018 está nesta página. 7 Podemos afirmar que a região sudeste tem o maior índice de população em idade ativa (PIA), 43,3 e na taxa de desemprego na região nordeste tem um índice são altíssimos de 8,6. Os índices nós mostram que tem mais pessoas desempregadas que empregadas no Brasil, com isso vemos que a população de Algumas regiões sofrem com isso, mas que as outras, isso é uma coisa muito precária e gera muitos gastos pro governo que precisa dar auxílios e benefícios para a população que não tem renda. A concentração de renda no Brasil bateu recorde em 2018, quando o rendimento médio mensal real obtido com o trabalho da parcela de 1% da população de maior renda atingiu 33,8 vezes o da parcela com menor rendimento, de acordo com a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O 1% da população tinha rendimento médio mensal de 27.744 reais, enquanto os 50% da população tinham renda de 820 reais, menos que o salário mínimo em vigor no ano. Em todo o país, 10,4 milhões de pessoas (5% da população) sobrevivem com 51 reais mensais, em média. Se considerados os 30% mais pobres, o equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita subia a apenas 269 reais. A desigualdade se agravou no último ano. A renda domiciliar per capita dos 5% mais pobres caiu 3,8% na passagem de 2017 para 2018, ao mesmo tempo em que a renda da fatia mais rica (1% da população) cresceu 8,2%. 2.2 FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICA E POLÍTICA DO BRASIL A ocupação econômica das terras americanas representou uma etapa da expansão comercial europeia. Ao Brasil, enquanto colônia tropical cabia a função de fornecer ao comércio europeu alguns gêneros tropicais ou minerais de grande importância como açúcar, ouro, algodão. Nesse período, Portugal já possuía um completo conhecimento sobre o mercado de escravos africanos. A escravidão tornou-se necessária, devido à https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/renda/ https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/ibge/ 8 resistência do colono europeu. Ao se tornar independente em 1822, o Brasil adotou uma forma monárquica de governo, onde o soberano era o próprio príncipe herdeiro da dinastia portuguesa, mantendo o sistema escravista nas relações de trabalho e dependente economicamente da coroa britânica. A República aconteceu a partir de 1889, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Durante os cinco primeiros anos a República foi governada por militares que agiam com intensa repressão contra quem apoiava a monarquia. De acordo com Gohn (1995) essas lutas sociais ocorridas no período de 1800 – 1850 que são registrados como levantes e insurreições pela histografia brasileira constituíram eventos importantes para a construção da cidadania sociopolítica do país: Se considerarmos as condições de desenvolvimento econômico do Brasil na época, e as dificuldades de comunicação em todas as áreas, observamos que aquelas lutas se constituíram em atos revolucionários. (...) As principais características das lutas e movimentos sociais do período eram motins caóticos; faltava-lhes projetos bem delineados ou estavam fora do lugar, importados de outros países; as reivindicações básicas giravam em torno da construção de espaços nacionais, no mercado de trabalho, nas legislações, no poder político etc.[...]. (GOHN, 1995, p. 23-5 apud FIALHO, 2006, p. 77 Para Andrade (1980) a Revolução de Trinta é o processo de transformações de estruturas econômicas e sociais que se opera em um período histórico relativamente curto. Com a Revolução de 1930 assume a presidência Getúlio Vargas, iniciando um governo que se estendeu por 15 anos (primeiro mandato), no seu governo o Estado assumiu responsabilidades sobre direitos sociais, passando a se referir aos brasileiros, em seus discursos, como “trabalhadores do Brasil”. Para Sader (2010), o fundamental de seu legado foi a criação de um Estado nacional sucedendo a um consórcio de elites econômica e políticas regionais. Nessa época, mediante políticas sociais, sindicalização dos trabalhadores, um projeto nacional e um discurso popular, fez-se o reconhecimento de proporções crescentes de brasileiros em um Estado que priorizou o desenvolvimento como o Norte do país. (SADER, 2010, p. 12) Serviço Social no Brasil surgiu na década de 1930. Nesse período, o país passava por um período turbulento, com diversas manifestações da classe trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social. Com a pressão, o governo decide controlá-la através da criação de organismos normatizadores e disciplinares das relações de trabalho, como o Ministério do 9 Trabalho, Indústria e Comércio. Nesse período, a Igreja passou a oferecer uma formação específica para moças de famílias tradicionais com intuito de exercer ações sociais. Assim, surgiu em 1936 a primeira Escola de Serviço Social, em São Paulo, coordenada por Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl, ambas sócias do Centro de Estudos de Ação Social, vinculado a Igreja Católica. Já na década de 90, o Serviço Social começou a tomar grandes dimensões no mundo e no Brasil, especialmente em relação a questões sociais e que ferem os direitos a cidadania, moral e ética. Com a ampliação de seus campos de atuação, ele passou a atuar no chamado terceiro setor, nos conselhos de direitos e a ocupar funções de assessoria. Nessa mesma época, devido às mudanças ocorridas tanto na sociedade, quanto e na categoria, a profissão foi regulamentada pela Lei 8662, de 7 de junho de 1993, que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais. A concepção de proteção social assume certa multiplicidade, passando a ser utilizada tanto para serviços e benefícios assegurados como direitos, para programas e ações dirigidos ao enfrentamento de diferentes níveis de privação, risco e vulnerabilidade, prestados por tipos diversos de instituições, públicas ou privadas. A disseminação dos programas de transferência condicionada de renda é parte dessas mudanças nos sistemas de proteção social, em que o próprio sentido da assistência social também muda, adquirindo um espectro bem mais amplo, envolvendo a formação de capital humano e redução da pobreza de longo prazo, uma virada em relação à assistência social tradicional. Na década de 2000, mudanças inauguram um novo ciclo da assistência social, em um movimento que inicia timidamente no Governo e no Governo Lula se expande, mas ao mesmo tempo redireciona alguns processos anteriores, na introdução dos programas de transferência de renda federais que logo depois seriam unificados no Programa Bolsa Família; na definição de dois tipos de proteção para o sistema assistencial, a básica e a especial; e no aumento dos recursos investidos nos programas assistenciais, aí incluídos os de transferência de renda com condicionalidades. 10 Merecem destaque, já a partir de 2003, primeiro ano do governo: a unificação dos programas de transferência de renda federais no Programa Bolsa Família, o que viabilizou sua expansão nacional para alcançar todas as famílias abaixo da linha de pobreza estabelecida; a deliberação de construção do Sistema Único de Assistência Social, pela IV Conferência Nacional de Assistência Social. O Serviço Social em sua “fase inicial” é pautado num posicionamento moralizador em face das expressões da “questão social”, “captando o homem de maneira abstrata e genérica, configurou-se como uma das estratégias concretas de disciplinamento e controle da força de trabalho, no processo de expansão do capitalismo monopolista” (FORTI, 2013, p. 99). Essa concepção conservadora ignora a estrutura societária, contribuindo para obscurecer para os Assistentes Sociais – durante um amplo lapso de tempo– os determinantes da “questão social” o que caracterizou uma cultura profissional acrítica, sem um horizonte utópico que os impulsionasse para o questionamento e às ações consequentes em prol da construção de novos e diferentes rumos em face das diretrizes sociais postas e assumidas pela profissão (FORTI, 2013, p. 99). O Serviço Social é uma profissão de nível superior e hoje se consolidou com uma formação voltada para os direitos humanos, políticas públicas, políticas da infância e juventude, dentre outros temas. Na graduação, o estudante é preparado para lidar com os desafios da sociedade atual e adquirir conhecimentos e habilidades para atuar na promoção da cidadania e da justiça social. 2.3 Acumulação Capitalista e Desigualdade Social Entre o fim do feudalismo e o começo do capitalismo, houve um período denominado de pequena produção mercantil. Ali já havia uma incipiente circulação de dinheiro e de mercadorias, mas a mercadoria ainda não havia se convertido na forma geral de todos os produtos, portanto, trocáveis por dinheiro. Como se pode ver, o processo de produção capitalista não é simplesmente produção de mercadorias, mas um processo que absorve trabalho não pago. Ao vender a força de trabalho ao capitalista, por um dia, semana, quinzena, mês ou ano, tudo o que for produzido pelo trabalhador, no período determinado, pertence 11 ao capitalista, embora essa produção seja sempre superior ao valor pago pela venda de sua força de trabalho. Com o advento da máquina, o trabalhador “livre” só existe no momento da compra/venda da força de trabalho, na esfera da circulação, quando o capital se confronta com o trabalho individual juridicamente livre. Assim, a “liberdade” e a “igualdade” do trabalhador só existem no ato da venda de sua força de trabalho, tornando-se o trabalhador absolutamente impotente, em termos de escolha, no processo de produção. No caso do Brasil, é imperativo considerar o desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo brasileiro. A expansão do capitalismo no Brasil não reproduz o modelo clássico dos países desenvolvidos. Não é possível, detalhar políticas macroeconômicas e como elas se expressam no Brasil, cujos desdobramentos para a classe trabalhadora se revelam principalmente nos processos de terceirização, como um dos componentes das mudanças técnico organizacionais. Mas, antes, convêm, ao menos, apontar alguns dos setores atingidos pela reestruturação do capital, como Educação, Previdência, Sindicatos e o próprio Estado, submetidos a reformas que respondem pelo aumento das desigualdades sociais. Contudo, os nossos governos, ao invés de resistirem às linhas de conduta determinadas pelos países centrais, não só as aceitam como contribuem para a implantação das políticas, permitindo ao capital financeiro e aos grupos multinacionais explorarem os nossos recursos econômicos, humanos e naturais. A desigualdade é inseparável de pobreza e de falta de emprego, portanto, diante do capitalismo, dado que, nesta sociedade, é impensável o pleno emprego. A força de trabalho é a única mercadoria de que dispõe o trabalhador, ele precisa vendê-la no mercado, para com o dinheiro adquirido comprar do capitalista as mercadorias de que precisa para a sua sobrevivência. Behring (2008), ao analisar o processo de contrarreforma do Estado brasileiro, traz importantes elementos de grandes pensadores sobre a formação social e econômica do Brasil. A autora destaca a forma como no Brasil, o “senhor colonial metamorfoseia-se em senhor cidadão” por meio da consolidação do Estado brasileiro (BEHRING, 2008, p. 92). 12 2.4 Fundamentos Históricos Teóricos e Metodológicos do Serviço Social Os Fundamentos do Serviço Social (CLOSS, 2015) que analisa a produção recente da área, desenvolvida mediante pesquisa quanti-qualitativa que teve como universo de documentos os artigos das principais revistas2 brasileiras da área de Serviço Social, publicados entre os anos de 1993 a 2013. A pesquisa foi desenvolvida a partir da premissa analítica de que os Fundamentos do Serviço Social consistem na matriz explicativa da realidade e da profissão, particular ao Serviço Social, construída processualmente na sua trajetória histórica no movimento da realidade brasileira, a qual possui dimensões teórico-metodológicas e ético-políticas que fundamentam a dimensão técnico-operativa desta profissão. Análise da prática do assistente social baseada na investigação em serviço social aumentar os seus conhecimentos disponíveis, a fim de alargar e precisar os conhecimentos favoráveis, tornar o exercício mais científico. Desafia o assistente social a analisar a realidade atual e a questionar o seu saber e conhecimento de forma a sustentar uma matriz de intervenção adequada aos princípios do serviço social no contexto atual das políticas públicas e sociais. (JORGE, 2011, p. 100). Assim, o serviço social é uma profissão investigativa e interventiva, as análises dos seus estudos e pesquisas precisam ser realizadas a partir de situações concretas e possuir utilidade social, não interessando o conhecimento realizado apenas com finalidade descritiva e contemplativa, para que os estudos e pesquisas tenham utilidade social é fundamental. A partir da análise das produções destacam-se quatro tendências da abordagem Fundamentos do Serviço Social. A primeira refere-se à problematização dos mesmos através da relação da profissão com as matrizes do pensamento social, analisando a forma como a profissão incorpora e dialoga com tais matrizes, especialmente a marxista. O surgimento do Serviço Social no Brasil, bem como, sua institucionalização, está inserido nas décadas de 1930 e 1940, e não deve ser entendido como um acontecimento isolado ou natural, pelo contrário, deve ser 13 considerado o resultado de dois processos que, relacionados, geraram as condições sócio-históricas necessárias para que a profissão iniciasse seu percurso histórico no cenário brasileiro. O primeiro processo que devemos destacar é o redimensionamento do Estado brasileiro, que decorre da transição do capital de um estágio concorrencial para a fase monopólica. O movimento político ocorrido no Brasil em 1930 – conhecido como Revolução de 30 – inaugura um período de intervenção social da Igreja nunca antes visto. A partir da queda da República Velha, a Igreja busca uma reaproximação com o Estado. Podemos destacar o surgimento de duas instituições assistenciais: em 1920, no Rio de Janeiro, a Associação das Senhoras Brasileiras e, no ano de 1923, a Liga das Senhoras Católicas, em São Paulo. De um curso intensivo realizado em São Paulo por um grupo de moças religiosas de Santo Agostinho, preocupadas com a “questão social”, surge o Centro de Estudos e Ação Social – CEAS. As ações daquele centro desenvolveram-se e ganharam importância, orientando suas atividades para uma formação técnica especializada, com a finalidade de difundir a doutrina social da Igreja, por isso, atuava diretamente junto ao proletariado. Segundo Iamamoto (2008) e Aguiar (2011), no ano de 1932, o CEAS envia para a Bélgica duas de suas fundadoras, com o intuito de que elas estudem a organização e o ensino do Serviço Social. As experiências de São Paulo e do Rio de Janeiro foram determinantes para o desenvolvimento do Serviço Social brasileiro e exerceram forte influência no surgimento de outras escolas por todo o país. O trabalho do assistente social é, pois, a expressão de um movimento que articula conhecimentos e luta por espaços no mercado de trabalho, competências e atribuições privativas que têm reconhecimento legal nos seus estatutos normativos e reguladores (regulamentação profissional, código de ética, diretrizes curriculares da formação profissional), projeto ético político que confere direção social ao trabalho profissional. Ao mesmotempo, os sujeitos que a exercem, individual e coletivamente, se subordinam às normas de enquadramento institucional, mas também se organizam e se mobilizam no interior de um coletivo de trabalhadores que repensam a si mesmos e a sua intervenção no campo da ação profissional. 14 É nesse processo tenso que as profissões constroem seus projetos profissionais, no caso do Serviço Social, o projeto ético político profissional que há pelo menos três décadas vem sendo formulado coletivamente pelo Serviço Social brasileiro. Os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições privadas e públicas (inclusive o Estado, a quem cabe o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). (Netto, 2006, p. 144). Esse projeto, que tem por base um sujeito coletivo, exige organização de um corpo ou categoria profissional por meio do conjunto dos seus agentes profissionais, docentes, pesquisadores, estudantes e organismos profissionais, e é resultado de conjunturas e dinâmicas sociopolíticas particulares, que reforçam a estreita vinculação entre a definição e a ampliação dos espaços de trabalho dos assistentes sociais e as manifestações da questão social. Certamente, os efeitos redistributivos, institucionais, políticos e simbólicos das políticas assistenciais têm limites para a redução das diferentes formas de pobreza, desigualdade e exclusão da sociedade brasileira. Mas o enfrentamento da fome e da pobreza como objeto de políticas públicas, a introdução de um programa nacional de garantia de renda e a implementação dos benefícios e serviços enquanto direitos sócio-assistenciais colocaram na agenda pública uma questão que os países de sistemas de bem-estar maduros já haviam colocado há décadas: a importância de inclusão social e do estabelecimento de padrões de vida mínimos para o conjunto da população. CONCLUSÃO Finalizamos enfatizando que resgatar a história e os principais enfrentamentos e conquistas da categoria dos assistentes sociais, é fundamental para que possamos continuar trilhando caminhos contra hegemônicos reinventando nossas ações profissionais. Ressaltamos que para tal, é necessário o fortalecimento da capacidade teleológica do assistente social, fundamentado no 15 Serviço Social quanto do atual Projeto Ético-Político, compreendido aqui, como um processo em constante construção e disputa. Diante de toda conjuntura política, social e econômica é claro que os tempos se tornaram sombrios e amargos. O neoliberalismo sempre justifica a retirada e desconstrução de direitos sociais históricos, que atingem diretamente áreas de direitos fundamentais como a Seguridade Social, estes garantidos por nossa lei maior a Constituição Federal de 1988. Em todas as articulações do capitalismo e suas artimanhas, a elite burguesa com seus lucros exorbitantes querem continuar penalizando a classe trabalhadora por suas ´ crises`` e procura sempre explorar a classe trabalhadora para manter o mercado financeiro de modo que garantam as elites burguesas lucro e mais lucro. Com isso, Capitalismo e o Estado regulador com sua política desumana busca sempre expandir suas ideologias e ações contra as mazelas da sociedade, exemplo de um claro retrocesso social em benefício da macroeconomia. Também podemos norar indicadores sociais do Brasil em linhas gerais, entre os principais problemas brasileiros que repercutem nos indicadores socioeconômicos como sendo um pais que se caracteriza por apresentar uma das piores distribuições de renda, com uma grande parcela da população vivendo em situação de pobreza e miséria. Nesse trabalho nos juntamos vários pontos sobre o tema Impactos no mundo atual do trabalho, com base em pesquisa trouxemos pontos que se mostram bastante relevantes para o complemento do trabalho e podemos ver que isso nos levou a chegar nessa conclusão. Nesse trabalho vimos também alguns pontos sobre a história do serviço social e como foi a base de construção e da luta do assistente social. 16 REFERÊNCIAS ARAÚJO, N. M. S. Serviço social e conservadorismo antimoderno. Temporalis, Brasília, n. 11, 2006. ABEPSS. Diretrizes Gerais para o Curso de Serviço Social. 1996. Disponível em: http://www.abepss.org.br/files/Lei_de_Diretrizes_Curriculares_1996.pdf. Acesso em: 20 de janeiro de 2014. BRASIL, Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988. CAMARGO, Orson. "Desigualdade social"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/classes-sociais.htm>. Acesso em 10 de outubro de 2018. CLOSS, T. T. Fundamentos do Serviço Social: um estudo a partir da produção da área. Tese de doutorado. Porto Alegre: PUCRS, 2015. CONCIENCIA POLITICA. Breve história dos movimentos sociais no Brasil Disponível em: <http://www.portalconscienciapolitica.com.br/products/breve- historia-dos-movimentos-sociais-no-brasil/>. Acesso em: 14 set. 2017. FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.GOHN, Maria da Glória. Conselhos gestores e gestão pública. Revista Ciências Sociais Unisinos, Rio Grande do Sul, v. 42, n. 1, p. 5- 11, jan/abr. 2006. Acesso em 01/09/2015. FERREIRA, Jorge Manuel. A investigação em serviço social: modelos para a compreensão da realidade. 1966. Disponível em: < http://dspace.lis.ulusiada.pt/bitstream/11067/1045/1/IS_n38_6.pdf >. Acesso em: 23 março. 2020. MARX, K. Para a questão judaica. São Paulo: Expressão Popular, 2009. PAGAZA, M. R. Servicio social: fundamentos, formación y trabajo profesional. Temporalis, Brasília, n. 18, 2010. KOLOGESK, Critina . A atitude investigativa no trabalho do assistente social. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n101/04.pdf >. Acesso em: 23 março. 2020.
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