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Trabalho, Riqueza e Desigualdade no Brasil

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
ANA RAQUEL QUIXABA FERREIRA 
FABIANA RODRIGUES DIMAS 
MARIA MARCIANE GOMES DE JESUS 
ROBERTA GRACIELI CAETANO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho, Riqueza e Desigualdade no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aragoiania-Go 
2020 
2 
 
 
 
 
 
 
 
ANA RAQUEL QUIXABA FERREIRA 
FABIANA RODRIGUES DIMAS 
MARIA MARCIANE GOMES DE JESUS 
ROBERTA GRACIELI CAETANO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho, Riqueza e Desigualdade no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Bacharelado em Serviço 
Social apresentado a Universidade Norte 
do Paraná - UNOPAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aragoiania-Go 
2020 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................4 
2. DESENVOLVIMENTO..................................................................................5 
2.1 ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS...........................................5 
2.2 FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICA E POLÍTICA DO BRASIL............7 
2.3 ACUMULAÇÃO CAPITALISTA E DESIGUALDADE SOCIAL.......... 10 
2.4 FUN. HIST. TEÓRICOS E METO. DO SERVIÇO SOCIAL..................12 
3. CONCLUSÃO..............................................................................................15 
4. REFERÊNCIAS...........................................................................................16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Trabalho no Brasil tem como objetivo apresentar um quadro de alguns 
aspectos da inserção da Mao de obra, de tendências neste período, identificando 
as especificidades regionais. Os indicadores utilizados referem-se às Grandes 
Regiões passou por um processo de reformulação de sua pesquisa, permitindo 
um aprofundamento na questão da diversidade das relações de trabalho no Brasil 
alguns aspectos de inserção da Mao de obra no mercado de trabalho brasileiro, 
dando continuidade à divulgação de indicadores selecionados sobre o tema. O 
conjunto de informações refere-se, de início, aos níveis das taxas de atividade e 
desocupação e da procura de trabalho. 
Seguindo o viés de Simões (2014), passa a ser garantido a universalidade e 
cobertura dos atendimentos, uniformidade e equivalência das prestações, 
diversidade da base de financiamento e participação da comunidade na gestão 
administrativa. No Brasil, atualmente o neoliberalismo tem se consolidado, e com 
isto a Seguridade Social tem sofrido duros golpes, permeados por contrarreformas 
no âmbito da Previdência Social, Assistência Social e Saúde. 
Nos últimos anos, conquistas históricas da classe trabalhadora no Brasil 
têm sido derrotadas com uma velocidade inimaginável! A realidade histórica 
evidencia que as mesmas foram gestadas anteriormente e encontraram solo fértil 
no governo de Temer para serem implementadas diante de um processo de 
arrefecimento, pulverização e retrocesso na consciência da classe trabalhadora e 
de seus instrumentos organizativos. 
Este estudo se justifica pela necessidade de tornar público, cada vez mais 
estas ações, tanto aos profissionais do Serviço Social, quanto a outros 
profissionais de áreas distintas, demonstrando os riscos que a população 
brasileira sofre com estes golpes, tendo em vista que com todo este contexto a 
Questão Social irá se agravar. 
Com a finalidade de compreender quais as principais características do que 
5 
 
 
 
se chamou de “desmonte neoliberal” da Constituição Federal de 1988 e seus 
rebatimentos nas políticas de seguridade social brasileira. Para alcançar tal 
objetivo numa perspectiva de totalidade, isto é, não levando em conta apenas os 
elementos imediatos e fenômenos aparentes que se manifestam, pretende-se 
considerar a história da constituição da seguridade social brasileira pré CF/1988 
até o período de redemocratização nacional, analisando o surgimento e o 
desenvolvimento das Políticas de Previdência Social, Assistência Social e Saúde. 
Levando em consideração a historicidade da seguridade, busca-se, a partir 
daí, analisar os principais avanços e conquistas da Constituição Cidadã para o 
sistema de proteção social brasileiro, para então analisar as características do 
“desmonte neoliberal” nas políticas de seguridade social. 
Nesse trabalho mostraremos alguns dados sobre os Impactos da reforma 
trabalhista no mundo atual do trabalho e algumas informações com base científica 
e em estudos sobre o trabalho e algumas outras informações o tema aqui 
abordado. Aqui veremos índice e pesquisa feitas por várias fontes de estudos que 
ajudaram na construção desse trabalho, como os impactos são grandes e com 
esse trabalho poderemos analisar detalhes sobre esses impactos. 
 
 
2.1 ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS 
 
Em análise tema pobreza utilizando diferentes medidas que mostrou o 
aumento da pobreza entre 2016 e 2017. Segundo a linha de pobreza proposta 
pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês), a 
proporção de pessoas pobres no Brasil era de 25,7% da população em 2016 e 
subiu para 26,5%, em 2017. Em números absolutos, esse contingente variou de 
52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas, no período. Nessa mesma análise, a 
proporção de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos que viviam rendimentos de 
até US$ 5,5 por dia passou de 42,9% para 43,4%, no mesmo período. Já o 
contingente de pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), 
que estariam na extrema pobreza de acordo com a linha proposta pelo Banco 
Mundial, representava 6,6% da população do país em 2016, contra 7,4% em 2017. 
6 
 
 
 
Em números absolutos, esse contingente aumentou de 13,5 milhões em 2016 
para 15,2 milhões de pessoas em 2017. Em 2017, o rendimento médio mensal 
domiciliar per capita no país foi de R$ 1.511. As menores médias foram no 
Nordeste (R$ 984) e Norte (R$ 1.011), regiões onde quase metade da população 
(respectivamente, 49,9% e 48,1%) tinha rendimento médio mensal domiciliar per 
capita de até meio salário mínimo. Estas são algumas informações da Síntese de 
Indicadores Sociais 2018, que analisou o mercado de trabalho, aspectos 
educacionais e a distribuição de renda da população brasileira, a partir dos dados 
da PNAD contínua do IBGE e de outras fontes. 
Na análise educacional, em 2018 mostrou-se que a proporção de 
matrículas por cotas no ensino superior público triplicou nos últimos 7 anos: de 
2009 a 2016, esse percentual subiu de 1,5% para 5,2%. Nas instituições privadas, 
no mesmo período, o percentual de matrículas com PROUNI subiu 28,1%, 
passando de 5,7% para 7,3%. A taxa de ingresso ao ensino superior dos alunos 
oriundos da escola privada era 2,2 vezes a dos que estudaram na rede pública. 
Entre os que concluíram o nível médio na rede pública, 35,9% ingressaram no 
ensino superior, contra 79,2% dos que cursaram a rede privada. 
Na análise do mercado de trabalho, em 2018 mostrou que a taxa de 
desocupação era de 6,9% em 2014 e subiu para 12,5% em 2017. Isso equivale a 
6,2 milhões de pessoas desocupadas a mais entre 2014 e 2017. Nesse período, a 
desocupação cresceu em todas as regiões e em todos os grupos etários. Em 
2017, o trabalho informal alcançou 37,3 milhões de pessoas, o que representava 
40,8% da população ocupada, ou dois em cada cinco trabalhadores do país. Esse 
contingente aumentou em 1,2 milhão desde 2014, quando representava 39,1% da 
população ocupada. Em 2017, os trabalhadores brancos (R$ 2.615) ganhavam, 
em média, 72,5% mais que os pretos ou pardos (R$ 1.516) e os homens (R$ 
2.261) recebiam 29,7% a mais que as mulheres (R$ 1.743). O rendimento-hora 
dos brancos superava o dos pretos ou pardos em todos os níveis de escolaridade, 
e a maior diferença estava no nível superior: R$ 31,9 por hora para os brancos 
contra R$ 22,3 por hora para pretos ou pardos. O material de apoioda SIS 2018 
está nesta página. 
7 
 
 
 
Podemos afirmar que a região sudeste tem o maior índice de população em 
idade ativa (PIA), 43,3 e na taxa de desemprego na região nordeste tem um índice 
são altíssimos de 8,6. Os índices nós mostram que tem mais pessoas 
desempregadas que empregadas no Brasil, com isso vemos que a população de 
Algumas regiões sofrem com isso, mas que as outras, isso é uma coisa muito 
precária e gera muitos gastos pro governo que precisa dar auxílios e benefícios 
para a população que não tem renda. 
A concentração de renda no Brasil bateu recorde em 2018, quando o 
rendimento médio mensal real obtido com o trabalho da parcela de 1% da 
população de maior renda atingiu 33,8 vezes o da parcela com menor rendimento, 
de acordo com a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). O 1% da população tinha rendimento médio mensal de 
27.744 reais, enquanto os 50% da população tinham renda de 820 reais, menos 
que o salário mínimo em vigor no ano. 
Em todo o país, 10,4 milhões de pessoas (5% da população) sobrevivem 
com 51 reais mensais, em média. Se considerados os 30% mais pobres, o 
equivalente a 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita subia a apenas 
269 reais. A desigualdade se agravou no último ano. A renda domiciliar per capita 
dos 5% mais pobres caiu 3,8% na passagem de 2017 para 2018, ao mesmo 
tempo em que a renda da fatia mais rica (1% da população) cresceu 8,2%. 
 
2.2 FORMAÇÃO SOCIAL, HISTÓRICA E POLÍTICA DO 
BRASIL 
 
 
A ocupação econômica das terras americanas representou uma etapa da 
expansão comercial europeia. Ao Brasil, enquanto colônia tropical cabia a função 
de fornecer ao comércio europeu alguns gêneros tropicais ou minerais de grande 
importância como açúcar, ouro, algodão. 
Nesse período, Portugal já possuía um completo conhecimento sobre o 
mercado de escravos africanos. A escravidão tornou-se necessária, devido à 
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/renda/
https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/ibge/
8 
 
 
 
resistência do colono europeu. Ao se tornar independente em 1822, o Brasil 
adotou uma forma monárquica de governo, onde o soberano era o próprio príncipe 
herdeiro da dinastia portuguesa, mantendo o sistema escravista nas relações de 
trabalho e dependente economicamente da coroa britânica. A República 
aconteceu a partir de 1889, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Durante 
os cinco primeiros anos a República foi governada por militares que agiam com 
intensa repressão contra quem apoiava a monarquia. De acordo com Gohn (1995) 
essas lutas sociais ocorridas no período de 1800 – 1850 que são registrados como 
levantes e insurreições pela histografia brasileira constituíram eventos importantes 
para a construção da cidadania sociopolítica do país: 
Se considerarmos as condições de desenvolvimento econômico do Brasil na época, 
e as dificuldades de comunicação em todas as áreas, observamos que aquelas 
lutas se constituíram em atos revolucionários. (...) As principais características das 
lutas e movimentos sociais do período eram motins caóticos; faltava-lhes projetos 
bem delineados ou estavam fora do lugar, importados de outros países; as 
reivindicações básicas giravam em torno da construção de espaços nacionais, no 
mercado de trabalho, nas legislações, no poder político etc.[...]. (GOHN, 1995, p. 
23-5 apud FIALHO, 2006, p. 77 
Para Andrade (1980) a Revolução de Trinta é o processo de 
transformações de estruturas econômicas e sociais que se opera em um período 
histórico relativamente curto. 
Com a Revolução de 1930 assume a presidência Getúlio Vargas, iniciando 
um governo que se estendeu por 15 anos (primeiro mandato), no seu governo o 
Estado assumiu responsabilidades sobre direitos sociais, passando a se referir 
aos brasileiros, em seus discursos, como “trabalhadores do Brasil”. Para Sader 
(2010), o fundamental de seu legado foi a criação de um Estado nacional 
sucedendo a um consórcio de elites econômica e políticas regionais. 
Nessa época, mediante políticas sociais, sindicalização dos trabalhadores, um 
projeto nacional e um discurso popular, fez-se o reconhecimento de proporções 
crescentes de brasileiros em um Estado que priorizou o desenvolvimento como o 
Norte do país. (SADER, 2010, p. 12) 
Serviço Social no Brasil surgiu na década de 1930. Nesse período, o país 
passava por um período turbulento, com diversas manifestações da classe 
trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social. 
Com a pressão, o governo decide controlá-la através da criação de organismos 
normatizadores e disciplinares das relações de trabalho, como o Ministério do 
9 
 
 
 
Trabalho, Indústria e Comércio. 
Nesse período, a Igreja passou a oferecer uma formação específica para 
moças de famílias tradicionais com intuito de exercer ações sociais. Assim, surgiu 
em 1936 a primeira Escola de Serviço Social, em São Paulo, coordenada por 
Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl, ambas sócias do Centro de Estudos de 
Ação Social, vinculado a Igreja Católica. 
Já na década de 90, o Serviço Social começou a tomar grandes dimensões 
no mundo e no Brasil, especialmente em relação a questões sociais e que ferem 
os direitos a cidadania, moral e ética. Com a ampliação de seus campos de 
atuação, ele passou a atuar no chamado terceiro setor, nos conselhos de direitos 
e a ocupar funções de assessoria. 
Nessa mesma época, devido às mudanças ocorridas tanto na sociedade, 
quanto e na categoria, a profissão foi regulamentada pela Lei 8662, de 7 de junho 
de 1993, que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos 
Regionais. 
A concepção de proteção social assume certa multiplicidade, passando a 
ser utilizada tanto para serviços e benefícios assegurados como direitos, para 
programas e ações dirigidos ao enfrentamento de diferentes níveis de privação, 
risco e vulnerabilidade, prestados por tipos diversos de instituições, públicas ou 
privadas. A disseminação dos programas de transferência condicionada de renda 
é parte dessas mudanças nos sistemas de proteção social, em que o próprio 
sentido da assistência social também muda, adquirindo um espectro bem mais 
amplo, envolvendo a formação de capital humano e redução da pobreza de longo 
prazo, uma virada em relação à assistência social tradicional. 
Na década de 2000, mudanças inauguram um novo ciclo da assistência 
social, em um movimento que inicia timidamente no Governo e no Governo Lula 
se expande, mas ao mesmo tempo redireciona alguns processos anteriores, na 
introdução dos programas de transferência de renda federais que logo depois 
seriam unificados no Programa Bolsa Família; na definição de dois tipos de 
proteção para o sistema assistencial, a básica e a especial; e no aumento dos 
recursos investidos nos programas assistenciais, aí incluídos os de transferência 
de renda com condicionalidades. 
10 
 
 
 
Merecem destaque, já a partir de 2003, primeiro ano do governo: a 
unificação dos programas de transferência de renda federais no Programa Bolsa 
Família, o que viabilizou sua expansão nacional para alcançar todas as famílias 
abaixo da linha de pobreza estabelecida; a deliberação de construção do Sistema 
Único de Assistência Social, pela IV Conferência Nacional de Assistência Social. 
O Serviço Social em sua “fase inicial” é pautado num posicionamento 
moralizador em face das expressões da “questão social”, “captando o homem de 
maneira abstrata e genérica, configurou-se como uma das estratégias concretas 
de disciplinamento e controle da força de trabalho, no processo de expansão do 
capitalismo monopolista” (FORTI, 2013, p. 99). 
 
Essa concepção conservadora ignora a estrutura societária, contribuindo para 
obscurecer para os Assistentes Sociais – durante um amplo lapso de tempo– os 
determinantes da “questão social” o que caracterizou uma cultura profissional 
acrítica, sem um horizonte utópico que os impulsionasse para o questionamento e 
às ações consequentes em prol da construção de novos e diferentes rumos em 
face das diretrizes sociais postas e assumidas pela profissão (FORTI, 2013, p. 99). 
 
 O Serviço Social é uma profissão de nível superior e hoje se consolidou 
com uma formação voltada para os direitos humanos, políticas públicas, políticas 
da infância e juventude, dentre outros temas. Na graduação, o estudante é 
preparado para lidar com os desafios da sociedade atual e adquirir conhecimentos 
e habilidades para atuar na promoção da cidadania e da justiça social. 
 
2.3 Acumulação Capitalista e Desigualdade Social 
 
Entre o fim do feudalismo e o começo do capitalismo, houve um período 
denominado de pequena produção mercantil. Ali já havia uma incipiente circulação 
de dinheiro e de mercadorias, mas a mercadoria ainda não havia se convertido na 
forma geral de todos os produtos, portanto, trocáveis por dinheiro. 
Como se pode ver, o processo de produção capitalista não é simplesmente 
produção de mercadorias, mas um processo que absorve trabalho não pago. Ao 
vender a força de trabalho ao capitalista, por um dia, semana, quinzena, mês ou 
ano, tudo o que for produzido pelo trabalhador, no período determinado, pertence 
11 
 
 
 
ao capitalista, embora essa produção seja sempre superior ao valor pago pela 
venda de sua força de trabalho. Com o advento da máquina, o trabalhador “livre” 
só existe no momento da compra/venda da força de trabalho, na esfera da 
circulação, quando o capital se confronta com o trabalho individual juridicamente 
livre. Assim, a “liberdade” e a “igualdade” do trabalhador só existem no ato da 
venda de sua força de trabalho, tornando-se o trabalhador absolutamente 
impotente, em termos de escolha, no processo de produção. 
No caso do Brasil, é imperativo considerar o desenvolvimento desigual e 
combinado do capitalismo brasileiro. A expansão do capitalismo no Brasil não 
reproduz o modelo clássico dos países desenvolvidos. Não é possível, detalhar 
políticas macroeconômicas e como elas se expressam no Brasil, cujos 
desdobramentos para a classe trabalhadora se revelam principalmente nos 
processos de terceirização, como um dos componentes das mudanças técnico 
organizacionais. Mas, antes, convêm, ao menos, apontar alguns dos setores 
atingidos pela reestruturação do capital, como Educação, Previdência, Sindicatos 
e o próprio Estado, submetidos a reformas que respondem pelo aumento das 
desigualdades sociais. 
Contudo, os nossos governos, ao invés de resistirem às linhas de conduta 
determinadas pelos países centrais, não só as aceitam como contribuem para a 
implantação das políticas, permitindo ao capital financeiro e aos grupos 
multinacionais explorarem os nossos recursos econômicos, humanos e naturais. 
A desigualdade é inseparável de pobreza e de falta de emprego, portanto, 
diante do capitalismo, dado que, nesta sociedade, é impensável o pleno emprego. 
A força de trabalho é a única mercadoria de que dispõe o trabalhador, ele precisa 
vendê-la no mercado, para com o dinheiro adquirido comprar do capitalista as 
mercadorias de que precisa para a sua sobrevivência. 
Behring (2008), ao analisar o processo de contrarreforma do Estado 
brasileiro, traz importantes elementos de grandes pensadores sobre a formação 
social e econômica do Brasil. A autora destaca a forma como no Brasil, o “senhor 
colonial metamorfoseia-se em senhor cidadão” por meio da consolidação do 
Estado brasileiro (BEHRING, 2008, p. 92). 
 
12 
 
 
 
2.4 Fundamentos Históricos Teóricos e Metodológicos do 
Serviço Social 
 
 
Os Fundamentos do Serviço Social (CLOSS, 2015) que analisa a produção 
recente da área, desenvolvida mediante pesquisa quanti-qualitativa que teve como 
universo de documentos os artigos das principais revistas2 brasileiras da área de 
Serviço Social, publicados entre os anos de 1993 a 2013. A pesquisa foi 
desenvolvida a partir da premissa analítica de que os Fundamentos do Serviço 
Social consistem na matriz explicativa da realidade e da profissão, particular ao 
Serviço Social, construída processualmente na sua trajetória histórica no 
movimento da realidade brasileira, a qual possui dimensões teórico-metodológicas 
e ético-políticas que fundamentam a dimensão técnico-operativa desta profissão. 
Análise da prática do assistente social baseada na investigação em serviço 
social aumentar os seus conhecimentos disponíveis, a fim de alargar e precisar os 
conhecimentos favoráveis, tornar o exercício mais científico. Desafia o assistente 
social a analisar a realidade atual e a questionar o seu saber e conhecimento de 
forma a sustentar uma matriz de intervenção adequada aos princípios do serviço 
social no contexto atual das políticas públicas e sociais. (JORGE, 2011, p. 100). 
 Assim, o serviço social é uma profissão investigativa e interventiva, as 
análises dos seus estudos e pesquisas precisam ser realizadas a partir de 
situações concretas e possuir utilidade social, não interessando o conhecimento 
realizado apenas com finalidade descritiva e contemplativa, para que os estudos e 
pesquisas tenham utilidade social é fundamental. 
 A partir da análise das produções destacam-se quatro tendências da 
abordagem Fundamentos do Serviço Social. A primeira refere-se à 
problematização dos mesmos através da relação da profissão com as matrizes do 
pensamento social, analisando a forma como a profissão incorpora e dialoga com 
tais matrizes, especialmente a marxista. 
 O surgimento do Serviço Social no Brasil, bem como, sua 
institucionalização, está inserido nas décadas de 1930 e 1940, e não deve ser 
entendido como um acontecimento isolado ou natural, pelo contrário, deve ser 
13 
 
 
 
considerado o resultado de dois processos que, relacionados, geraram as 
condições sócio-históricas necessárias para que a profissão iniciasse seu 
percurso histórico no cenário brasileiro. O primeiro processo que devemos 
destacar é o redimensionamento do Estado brasileiro, que decorre da transição do 
capital de um estágio concorrencial para a fase monopólica. O movimento político 
ocorrido no Brasil em 1930 – conhecido como Revolução de 30 – inaugura um 
período de intervenção social da Igreja nunca antes visto. A partir da queda da 
República Velha, a Igreja busca uma reaproximação com o Estado. Podemos 
destacar o surgimento de duas instituições assistenciais: em 1920, no Rio de 
Janeiro, a Associação das Senhoras Brasileiras e, no ano de 1923, a Liga das 
Senhoras Católicas, em São Paulo. De um curso intensivo realizado em São 
Paulo por um grupo de moças religiosas de Santo Agostinho, preocupadas com a 
“questão social”, surge o Centro de Estudos e Ação Social – CEAS. As ações 
daquele centro desenvolveram-se e ganharam importância, orientando suas 
atividades para uma formação técnica especializada, com a finalidade de difundir 
a doutrina social da Igreja, por isso, atuava diretamente junto ao proletariado. 
Segundo Iamamoto (2008) e Aguiar (2011), no ano de 1932, o CEAS envia para a 
Bélgica duas de suas fundadoras, com o intuito de que elas estudem a 
organização e o ensino do Serviço Social. As experiências de São Paulo e do Rio 
de Janeiro foram determinantes para o desenvolvimento do Serviço Social 
brasileiro e exerceram forte influência no surgimento de outras escolas por todo o 
país. 
O trabalho do assistente social é, pois, a expressão de um movimento que 
articula conhecimentos e luta por espaços no mercado de trabalho, competências 
e atribuições privativas que têm reconhecimento legal nos seus estatutos 
normativos e reguladores (regulamentação profissional, código de ética, diretrizes 
curriculares da formação profissional), projeto ético político que confere direção 
social ao trabalho profissional. Ao mesmotempo, os sujeitos que a exercem, 
individual e coletivamente, se subordinam às normas de enquadramento 
institucional, mas também se organizam e se mobilizam no interior de um coletivo 
de trabalhadores que repensam a si mesmos e a sua intervenção no campo da 
ação profissional. 
14 
 
 
 
É nesse processo tenso que as profissões constroem seus projetos 
profissionais, no caso do Serviço Social, o projeto ético político profissional que há 
pelo menos três décadas vem sendo formulado coletivamente pelo Serviço Social 
brasileiro. 
Os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma profissão, 
elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam 
seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e 
institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para o 
comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das suas 
relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e 
com as organizações e instituições privadas e públicas (inclusive o Estado, 
a quem cabe o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). 
(Netto, 2006, p. 144). 
Esse projeto, que tem por base um sujeito coletivo, exige organização de 
um corpo ou categoria profissional por meio do conjunto dos seus agentes 
profissionais, docentes, pesquisadores, estudantes e organismos profissionais, e é 
resultado de conjunturas e dinâmicas sociopolíticas particulares, que reforçam a 
estreita vinculação entre a definição e a ampliação dos espaços de trabalho dos 
assistentes sociais e as manifestações da questão social. 
Certamente, os efeitos redistributivos, institucionais, políticos e simbólicos 
das políticas assistenciais têm limites para a redução das diferentes formas de 
pobreza, desigualdade e exclusão da sociedade brasileira. Mas o enfrentamento 
da fome e da pobreza como objeto de políticas públicas, a introdução de um 
programa nacional de garantia de renda e a implementação dos benefícios e 
serviços enquanto direitos sócio-assistenciais colocaram na agenda pública uma 
questão que os países de sistemas de bem-estar maduros já haviam colocado há 
décadas: a importância de inclusão social e do estabelecimento de padrões de 
vida mínimos para o conjunto da população. 
 CONCLUSÃO 
 
Finalizamos enfatizando que resgatar a história e os principais 
enfrentamentos e conquistas da categoria dos assistentes sociais, é fundamental 
para que possamos continuar trilhando caminhos contra hegemônicos 
reinventando nossas ações profissionais. Ressaltamos que para tal, é necessário 
o fortalecimento da capacidade teleológica do assistente social, fundamentado no 
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Serviço Social quanto do atual Projeto Ético-Político, compreendido aqui, como um 
processo em constante construção e disputa. 
Diante de toda conjuntura política, social e econômica é claro que os 
tempos se tornaram sombrios e amargos. O neoliberalismo sempre justifica a 
retirada e desconstrução de direitos sociais históricos, que atingem diretamente 
áreas de direitos fundamentais como a Seguridade Social, estes garantidos por 
nossa lei maior a Constituição Federal de 1988. Em todas as articulações do 
capitalismo e suas artimanhas, a elite burguesa com seus lucros exorbitantes 
querem continuar penalizando a classe trabalhadora por suas ´ crises`` e procura 
sempre explorar a classe trabalhadora para manter o mercado financeiro de modo 
que garantam as elites burguesas lucro e mais lucro. Com isso, Capitalismo e o 
Estado regulador com sua política desumana busca sempre expandir suas 
ideologias e ações contra as mazelas da sociedade, exemplo de um claro 
retrocesso social em benefício da macroeconomia. Também podemos norar 
indicadores sociais do Brasil em linhas gerais, entre os principais problemas 
brasileiros que repercutem nos indicadores socioeconômicos como sendo um pais 
que se caracteriza por apresentar uma das piores distribuições de renda, com uma 
grande parcela da população vivendo em situação de pobreza e miséria. Nesse 
trabalho nos juntamos vários pontos sobre o tema Impactos no mundo atual do 
trabalho, com base em pesquisa trouxemos pontos que se mostram bastante 
relevantes para o complemento do trabalho e podemos ver que isso nos levou a 
chegar nessa conclusão. Nesse trabalho vimos também alguns pontos sobre a 
história do serviço social e como foi a base de construção e da luta do assistente 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
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