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UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais GABRIELA NUNES ANDRADE PETROGRAFIA DAS ROCHAS ÍGNEAS 1ª. Avaliação assíncrona segundo modo remoto BELO HORIZONTE – MG 2020/01 UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais GABRIELA NUNES ANDRADE PETROGRAFIA DAS ROCHAS ÍGNEAS 1ª. Avaliação assíncrona segundo modo remoto Avaliação assíncrona, através do modo remoto, apresentada ao curso de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais, para a disciplina de Petrografia. BELO HORIZONTE – MG 2020/01 1. As rochas ígneas podem ser classificadas quanto a três diferentes fatores. Assim, utilizando-se a análise dessas características, discerne-se qual é a rocha em questão. Estes fatores são: Acidez: mediante observação do nível de dióxido de sílico (SiO2) na rocha, sabe-se qual é sua acidez característica, e a partir disso ela pode ser classificada como ácida (mais de 65% de SiO2), intermediária (entre 52% e 65% de SiO2), básica (entre 45% e 52% de SiO2) ou ultrabásica (menos de 45% de SiO2), seguindo os níveis descritos. Saturação de sílica: o teor de sílica na rocha também é fator contribuinte para descrevê-la. Isto pode ser observado a partir da identificação do mineral silicático presente, pois diferentes minerais entre esses, possuem diferentes níveis de sílica. A rocha é classificada como saturada, se contém piroxênios ou feldspatos, pois há equilíbrio de SiO2; é classificada como insaturada, se contém feldspatoides, pois possuem deficiência de SiO2; e é classificada como supersaturada, se te a presença de quartzo, devido ao fato de ele ter SiO2 em excesso. Feldspatos: para a classificação da rocha quanto aos feldspatos, identifica-se a proporção dos diferentes tipos de fedspatos presentes no material analisado. Estes feldspatos presentes se divergem por serem potássicos, sódicos ou cálcicos, utilizando a relação de feldspato potássico por plagioclásio, sendo plagioclásio aqueles fedlspatos sódico-cálcicos. Uma rocha é caracterizada como potássica, se esta relação descreve uma proporção maior ou igual a 2/3; é calco-potássica, se descreve uma proporção próxima de 1, ou seja, se ambos os tipos estão presentes em níveis aproximados. Se a proporção é menor ou igual a 1/3, a rocha pode ser sódico-cálcica, se possui Plg An menor que 50, ou pode ser Calco-sódica, se possui Plg Na maior que 50. Entretanto, de modo mais simplificado, também se pode realizar a mesma classificação apenas pela análise do quanto de cada conjunto de minerais a rocha ígnea possui, sendo eles: Q – Quartzo: rico em sílica. Não ocorre junto com feldspatóide em uma rocha. A – Feldspato alcalino (rico em potássio e sódio): caracterizado principalmente pela cor esbranquiçada, mas podendo ocorrer também no rosa ou verde. São eles: ortoclásio, microlina, pertita, sinidina, anortoclásio e albita. P – Plagioclásio: caracterizado pela cor branca. F – Feldspatóide: uma espécie de feldspato que é pobre e sílica. Não ocorre junto com quartzo. M – Minerais máficos e relacionados: mica, anfibólio, piroxênio, olivina, opaco, granada, epidoto, melilita, carbonato primário, e acessórios (zircão, apatita e titanita) – assim chamados pois não identificam a rocha, mas auxiliam na datação. 2. A análise macroscópica de rochas ígneas é composta das seguintes etapas: identificação de granulação, coloração e estruturas, classificação preliminar de minerais, e caracterização inicial entre rochas vulcânicas ou plutônicas. A granulação indica diversos fatores a respeito da rocha. Quando à identificação, são classificadas em: Rocha afanítica: quando a granulação é muito fina, que não permite a identificação do minerais. Indica que provavelmente se trata de uma rocha vulcânica. Rocha fanerítica: é possível individualizar os grãos e até identificar os minerais que os compõem. Quanto à semelhança: Inequigranular: grãos com grande disparidade de tamanhos entre si. Equigranular: grãos com tamanhos aproximados. Quanto ao tamanho médio dos grãos: Muito fino: classificados em milímetros; Fino: classificados ainda em milímetros; Médio: até 5 mm; Grosso: entre 1 e 3 cm; Muito grosso: maiores que 3 cm. Quanto ao uso da coloração da rocha para a sua análise, ela é feita com base na granulação já observada. Sendo assim, considerando uma rocha afanítica, quando observado que de fato se trata de uma rocha vulcânica, a sua tonalidade reflete sua acidez. Quanto mais clara, mais ácida ela é, e, portanto, mais rica em sílica; e quanto mais escura, mais básica ela é, e então rica em ferro e magnésio e pobre em sílica. Já considerando uma rocha fanerítica, com minerais identificáveis, eles geralmente podem ser observados por suas cores. O cinza geralmente representa quartzo; o branco e o azul, feldspato; o vermelho, granada; e quando se têm cores muito escuras, significa a presença de minerais máficos, podendo ser micas, biotitas ou anfibólios. Quando a cor é primária, ou seja, a rocha não sofreu tingimento ao longo seu percurso, a coloração é uniforme ao longo de todo o cristal. Ou seja, variação de cor em um mesmo cristal indica uma alteração posterior à formação. Em relação à estrutura, é observada a orientação da formação da rocha. A partir disso, têm-se as seguintes classificações. Quando se tem uma matriz muito fina onde há também fenocristais (cristais grandes e bem formados), caracteriza uma rocha vulcânica, porque indica que houve uma queda brusca de temperatura durante a formação. Quanto à orientação dos cristais: Isotrópica: sem orientação para os cristais; Misotrópica: com orientação de fenocristais de feldspato. Indica que a rocha foi formada durante o fluxo magmático, pois os cristais adquirem a orientação durante este processo. 3. Utilizando-se da petrografia, a rocha ígnea é classificada em três grupos principais: Rochas ígneas vulcânicas: são as rochas que cristalizaram a partir do magma, na superfície da Terra, após ser expelido por um vulcão. Este processo é rápido, o que gera na rocha uma textura lisa (ou seja, cristais com granulação muito baixa), e dá origem a cristais e vidros. Rochas ígneas plutônias: são as rochas que cristalizaram a partir do magma, em níveis profundos da crosta ou do manto. Este processo é lento, o que gera na rocha uma textura grossa (ou seja, cristais com alta granulação). Rochas ígneas piroclásticas: é um tipo especial de rocha ígnea, pois são formadas em erupções vulcânicas explosivas. Chamadas também de ejetólitos, podem ser blocos, bombas, lapílis ou cinzas, variando conforme o tamanho. 4. Os ambientes tectônicos nos quais ocorre formação de magma são: Zona de colisão de uma placa continental com uma placa oceânica: são formadas rochas intrusivas e extrusivas, com a composição que varia entre máficas e félsicas, como gabro e quartzo. Zona de colisão entre duas placas oceânicas: são formadas rochas intrusivas e extrusivas, com a composição que varia entre máficas e intermediárias, como gabro, diorito e andesito. Zona de divergência: a astenosfera, que é parcialmente fundida, ascende em centros de expansão, originando rochas intrusivas e extrusivas de composição basáltica, como basalto. Plumas Mantélicas (ou Hot Spots): a ascensão do magma ocasiona a origem de rochas intrusivas e extrusivas de composição essencialmente basáltica, o basalto. 5. As rochas ígneas são formadas pela fusão do magma, que pode estar na crosta ou no manto. No entanto, sabe-se que mediante o progresso do material fundido de seu caminho em direção à superfície, ele entra em contato com níveis cada vez maiores e, portanto, com temperaturas cada vez menores. Quando o magma chega à superfície da Terra, sofre uma variação térmica muito grande,então a rocha vai cristalizar muito rápido, dando origem às rochas vulcânicas. Este material fundido alcança a superfície por ter fluidez para percorrer seu trajeto, ou seja, são pouco viscosos, facilitando o deslocamento, e também por ter temperaturas mais elevadas, impedindo que se cristalize no caminho. As rochas que se cristalizam no interior da crosta são as plutônicas ou intrusivas, e por se formarem nessa condição, o processo é lento, pois não há queda repentina e brusca de temperatura, mas um decaimento gradual. Elas possuem textura mais grossa, o que significa uma maior granulação, e isso se deve ao fato de ser a parte do magma com maior viscosidade, tendo então dificuldade para chegar à superfície da Terra, pois descreve seu fluxo com menor velocidade.
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