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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE FARMÁCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DANDARA CARVALHO SCHULTZ RODRIGUES PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO A PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA FARMÁCIA JUIZ DE FORA - MG 2017 DANDARA CARVALHO SCHULTZ RODRIGUES PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO A PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA FARMÁCIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de graduação em Farmácia, da Universidade Federal de Juiz de Fora como requisito parcial a obtenção do grau de Bacharel em Farmácia. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Silva Silvério JUIZ DE FORA - MG 2017 DANDARA CARVALHO SCHULTZ RODRIGUES PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO A PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA FARMÁCIA Trabalho de Conclusão de Curso submetido à banca examinadora do Programa de graduação em Farmácia, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial a obtenção do grau de Bacharel em Farmácia. Aprovada em: _____ de _____ de ______ BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Dr. Marcelo Silva Silvério (Orientador) Universidade Federal de Juiz de Fora _____________________________________________ Dra. Rozângela Magalhães Manfrini Universidade Federal de Juiz de Fora _____________________________________________ Farmacêutica Mestre Glenda de Almeida Aquino Hospital Universitário HU (UFJF) DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho ao meu pai, que enquanto esteve fisicamente presente me apoiou de todas as formas possíveis e impossíveis. É por você e para você. “Faca o melhor que puder, com a consciência que você tem no momento.” (Adaptado de SILVA, A., 2017) AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus, por me permitir chegar até aqui. Sei que me amparastes em vários momentos de aflições, não me deixando desistir do meu sonho. Ao meu pai, que hoje comemora do céu essa conquista, ela é toda sua. Sem seu incentivo diário, essa conquista não teria o valor que tem hoje. Saudades eterna. À minha mãe Jussara e meu irmão Yuri, que foram minha rocha nesses 5 anos, meus confidentes e alicerces nessa caminhada, que por diversos momentos foi dolorosa. As minhas avós Maria Stela e Hiltz, por serem meu significado de amor, compreensão e zelo. Devo tudo a vocês, aonde estiverem saibam que são os amores da minha vida. Aos meus amigos Laís, Bárbara, Beatriz, Amanda, Gabriel e Renata, vocês fizeram esses 5 anos serem muito mais felizes, contribuindo cada um a sua maneira na construção e realização desse sonho. Muito obrigada! Um agradecimento em especial a Tamilly, que foi mais que amiga, uma irmã de alma e coração. Obrigada por estar comigo em tantos momentos, compartilhando os mais variados sentimentos. Posso ser sua rommate pra sempre? Ao Marcelo, pela orientação e ajuda no tema. Obrigada por despertar em mim, o amor pela farmácia clínica. A todos os professores, funcionários da FF e a melhor turma, por todo conhecimento e experiências compartilhadas, obrigada! RESUMO Atenção Farmacêutica é uma prática recente, onde o profissional farmacêutico atua buscando alcançar resultados que melhorem a farmacoterapia, reduzam a ocorrência de problemas relacionados aos medicamentos e assim, melhore a qualidade de vida dos pacientes. Para que se consiga identificar esses problemas, são utilizados modelos de seguimento farmacoterapêutico que sistematizam essa abordagem e permitem chegar a conclusões da necessidade ou não de interferência farmacêutica ou de outro profissional da saúde. Juntamente com a ideia de melhoria na adesão ao tratamento, buscou- se também adequar esse modelo de seguimento farmacoterapêutico para atender especificamente pacientes portadores de Hipertensão Arterial. Muitas das complicações provenientes dessa patologia são decorrentes da não adesão ou uso incorreto dos medicamentos para o seu controle. Por meio desses modelos de atendimento, o farmacêutico pode identificar os Problemas Relacionados a Medicamentos e corrigi-los, permitindo uma terapia segura e efetiva. O resultado desse trabalho foi a elaboração de uma proposta de protocolo clínico que poderá ser utilizado pelo farmacêutico para auxiliá-lo quanto a informações sobre a doença, que podem ser repassadas ao paciente, e também uma abordagem da avaliação medicamentosa para identificar as intervenções necessárias para melhorar a qualidade de vida e de adesão terapêutica a esses pacientes. Palavras-chave: Atenção Farmacêutica. Hipertensão Arterial. Farmacoterapia. Seguimento Farmacoterapêutico. ABSTRACT Pharmaceutical Care is a recent practice where the pharmaceutical professional works to achieve results that improve pharmacotherapy, reduce the occurrence of problems related to medicines and thus improve the quality of life of patients. In order to identify these problems, are used pharmacotherapeutic follow-up models that systematize this approach and allow us to reach conclusions about the need for pharmaceutical interference or other health professionals. Together with the idea of improved adherence to treatment, it was also sought to adapt this model of pharmacotherapeutic follow-up, specifically to attend patients with arterial hypertension. Many of the complications arising from this pathology are due to non-adherence or incorrect use of the drugs for its control, and the pharmacist through these models of care can identify and correct the Problems Related to Medications, allowing a safe and effective therapy. The result of this work was the elaboration of a proposal of a clinical protocol that could be used by the pharmacist to assist him with information about the disease that can be passed on to the patient, as well as a medication evaluation approach to identify the interventions needed to Improve the quality of life and therapeutic adherence to these patients. Key words: Pharmaceutical Care. Hypertension. Pharmacotherapy. Pharmacotherapeutic Follow-up. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Gráfico de proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que referem diagnóstico médico de hipertensão arterial, com indicação do intervalo de confiança de 95%, segundo as Grandes Regiões – 2013..............................5 Figura 2 - Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório a partir de 18 anos de idade..............................................................6 Figura 3 - Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS.........................12 Figura 4 - Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial.....................22 Figura 5 - Esquema preferencial de associações de medicamentos, de acordo com mecanismos de ação e sinergia (Adaptado de Journal of hypertension, 2007)..................................................................................................................23 Figura 6 - Indicações das classes medicamentosas (Adaptado de GUSSO, 2012)..................................................................................................................24 Figura 7 - Quadro de Birmingham para a associação de drogas no manejo da HAS (LIP; BEEVERS; BEEVERS, 1998)...........................................................25 Figura 8 - Informações básicas para consulta do farmacêutico sobre HA (Acervo pessoal, 2017)..................................................................................................................33 Figura 9 - Diagnóstico e Tratamento (Acervo próprio,2017).............................34 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Modificações do estilo de vida no controle da pressão arterial (Modificada).......................................................................................................14 Tabela 2 - Classificação dos Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRMs), a partir das características de necessidade, efetividade e segurança..........................................................................................................26 LISTA DE ABREVIATURAS AF AFT ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO CV CARDIOVASCULAR DCV DOENÇAS CARDIOVASCULARES DIU DIURÉTICO DM DIABETES MELITTUS HA HIPERTENSÃ0 ARTERIAL HAS HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS IECA INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA IMC ÍNDICE DE MASSA CORPORAL OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE PA PRESSÃO ARTERIAL PNS PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE PRM PROBLEMAS RELACIONADOS AOS MEDICAMENTOS RCV RISCO CARDIOVASCULAR RNM REAÇÕES NEGATIVAS A MEDICAMENTOS SF SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 2.REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 3 2.1.HIPERTENSÃO ARTERIAL ........................................................................................... 3 2.2.EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................ 4 2.3.CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................ 5 2.4.FATORES DE RISCO ..................................................................................................... 7 2.4.1.Idade .......................................................................................................................... 7 2.4.2.Sexo ........................................................................................................................... 8 2.4.3.Raça ........................................................................................................................... 8 2.4.4.Nível Socioeconômico .......................................................................................... 8 2.4.5.Sobrepeso/Obesidade ........................................................................................... 8 2.4.6.Ingestão de Sal........................................................................................................ 9 2.4.7.Consumo Excessivo de Álcool ........................................................................... 9 2.4.8.Sedentarismo ........................................................................................................ 10 2.5.PREVENÇÃO ................................................................................................................. 10 2.6.DIAGNÓSTICO .............................................................................................................. 10 2.7.TRATAMENTO ............................................................................................................... 13 2.7.1.Tratamento Não-Farmacológico ....................................................................... 13 2.7.2.Tratamento Farmacológico ................................................................................ 15 2.7.3.Aspectos importantes na escolha do Tratamento ...................................... 21 2.8.MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO FARMACÊUTICO ...................................... 26 3.OBJETIVOS ................................................................................................................. 30 3.1.OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 30 3.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 30 4.MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 31 5.RESULTADOS ............................................................................................................. 32 5.1.CONCEPÇÃO DO PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO .................... 32 5.2.DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO ..... 32 5.2.1.Protocolo de Cuidado Farmacêutico .............................................................. 32 6.DISCUSSÃO ................................................................................................................ 35 7.CONCLUSÃO .............................................................................................................. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 39 ANEXO A ........................................................................................................................ 46 ANEXO B ................................................................................. Erro! Indicador não definido. 1 1.INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares (DCV) constituem atualmente a principal causa de mortalidade e a terceira de morbidade a nível mundial, dentre elas, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das mais importantes (KEARNEY et al., 2005; LAWES et al., 2008), apesar de ter havido grandes avanços no desenvolvimento de novos fármacos anti-hipertensivos a partir da década de 50, capazes de reduzir a pressão arterial (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). importante fator de risco para o desenvolvime - de para atender a essa população e as escassas ações preventivas para reduzir os fatores de riscos (BRITO, 2011). -se registr juntam Européia mais de 30% da do tratamento) de modo a garantir uma segurança ótima e a efetividade da terapêutica. O uso de modelos de protocolos clínicos em farmácias comunitárias vem sendo utilizado em uma gama de países que possuem o sistema de saúde bem 2 desenvolvido. Esses protocolos podem sofrer adaptações, partindo de modelos de fichas de Seguimentos Farmacoterapêuticos (SF) já existentes, como o Método Dáder (PINHEIRO, 2016). negativos associados ao uso dos medicamentos a fim de melhorar a farmacoterapia e a qualidade de vida do indivíduo ( et al., 2007).atingir resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos usuários, (SANTOS, 2007). Existem, basicamente, dois tipos de abordagens terapêuticas para o tratamento de HA: o tratamento não medicamentoso e o tratamento medicamentoso. O primeiro consiste na modificação do estilo de vida, enquanto que o segundo lança mão da utilização de medicamentos anti- hipertensivos, que, aliado ao tratamento não medicamentoso visam à redução da pressão arterial (PA) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). No decorrer deste trabalho foi abordado sobre a HAS, descrevendo sobre sua epidemiologia, fatores de risco, diagnóstico e tratamento, seguido de alguns modelos existentes de acompanhamento farmacoterapêutico, e da proposta de adaptação de um protocolo de cuidado farmacêutico. 3 2.REVISÃO DA LITERATURA 2.1.HIPERTENSÃO ARTERIAL como: Uma ica - - cas -fatais. (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010, p.8) Por isso, constitui a principal causa de acidente vascular cerebral, leva a doenças das artérias coronárias e representa o principal fator contribuinte para a insuficiência cardíaca e insuficiência renal (GOODMAN & GILMAN, 2003; RANG et al.,2012). De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão o valor estabelecido ≥ ∕ ≥ medidas de consultório, nos quais pode-se definir a HAS. Para validar o diagnóstico, as aferições devem ser feitas, em condições ideais, de forma repetida, em pelo menos três ocasiões. Os limites de pressão arteriais considerados normais são arbitrários. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) pontua a HAS como 4 Figueiredo (2008) menciona que o da vista, vertigens, cefaléias regular, tabagismo, etilismo e o arterial (BRASIL, 2013). 2.2.EPIDEMIOLOGIA Segundo o estudo publicado pela revista americana "The Lancet", a quantidade de hipertensos - ou seja, pessoas com pressão arterial superior a 140/90 mmHg - passou de 594 milhões, em 1975, para mais de 1 bilhão, em 2015, em consequência de um forte aumento do fenômeno na Ásia e na África (IBRAHIM, 2012). devido ser uma O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com o Ministério da Saúde, realizou a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que consiste em um trabalho de base domiciliar, e que trouxe dados da prevalência de HA no Brasil. Segundo a PNS, cerca de 21,4% da população com 18 anos ou mais referiram diagnóstico médico de HA, o que equivale aproximadamente 5 a 31,3 milhões de pessoas. Na Figura 1 é possível verificar a proporção de pessoas que referiram diagnóstico médico para HA no Brasil e em seus estados (IBGE, 2013). Figura 1 - Gráfico de proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que referem diagnóstico médico de hipertensão arterial, com indicação do intervalo de confiança de 95%, segundo as Grandes Regiões – 2013. I: Intervalo de Confiança; HA: Hipertensão arterial (IBGE, 2013). Junto com diabete melittus (DM), HA e suas complicações (cardíacas, renais e AVE) tem impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015 no mundo (ABEGUNDE, et al. 2007). Em 2013 ocorreram 1.138.670 óbitos, 339.672 dos quais (29,8%) decorrentes de DCV, a principal causa de morte no país. As DCV são ainda responsáveis por alta frequência de internações, com custos socioeconômicos eleva redução da tendência de internações por HA, de 98,1/100.000 habitantes em 2000 para 44,2/100.000 habitantes em 2013 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 2.3.CLASSIFICAÇÃO 6 Segundo o Seventh Report of the Joint National Committe on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure da demonstração ≥ ≥ et al. 2003). Apesar da mesma organização se ter reunido 11 anos depois, em 2014, e de ter proposto algumas alterações no Eighth Joint National Committie nição do conceito de HAS (JAMES et al. 2014). De acordo com a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2016, os limites de pressão arterial (PA) considerados normais são arbitrários. Entretanto, valores que classificam o comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais ou de consultório estão expressos na Figura 2. Figura 2 - 18 anos de idade. Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016. - tireóide. 7 Segundo Figueiredo 2.4.FATORES DE RISCO A investigação de fatores de risco para DCV o envolvendo análises laboratoriais pode representar um il, principalmente como alternativa para locais com poucos recursos. Neste contexto, a identificação precoce de pressóricos alterados apresenta-se como uma ferramenta indispensável na redução do De acordo com o Guia de Se Hipertensión (2015), pode considerar a existência de três fatoresprincipais para o desenvolvimento de hipertensão essencial ou primaria: predisposição hereditária poligênica, cujo perfil em seres humanos é aleatória; fatores ambientais, psicossocial, consumo excessivo de sal, ingestão calórica excessiva e/ou de álcool, outros fatores nutricionais (consumo de cálcio, potássio, magnésio), e a adaptação estrutural cardiovascular em resposta à elevação tensional, o que ocorre precocemente no curso da evolução da doença. 2.4.1.Idade Há uma associação direta e linear entre envelhecimento e o surgimento de HA, relacionada ao aumento da expectativa de vida da população brasileira, atualmente 74,9 anos e também ao aumento na ≥ década (2000 a 2010), de 6,7% para 10,8% (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 8 2.4.2.Sexo No estudo de Framingham que acompanha fatores de risco cardiovascular a longo prazo, foi observada uma maior prevalência de hipertensão em mulheres que em homens acima de 65 anos de idade. A PA é muito mais baixa nas mulheres em idade precoce, apesar de sua elevação com a idade ser muito mais acentuada do que no caso do sexo masculino (LLOYDE etal. 2002). 2.4.3.Raça distribuição sobre HA: 10% na amarela; 26,3% na parda/mulata; 29,4% na branca e 34,8% na negra. Já o estudo ELSA-Brasil mostrou uma taxa de 30,3% em brancos, 38,2% em pardos e 49,3% em negros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 2.4.4.Nível de Escolaridade Adultos com menor índice de escolaridade (sem instrução ou ensino fundamental incompleto) apresentaram a maior taxa de HA (31,1%). A proporção diminuiu naqueles que completam o ensino fundamental (16,7%), mas, em relação às pessoas com superior completo, o índice foi 18,2% (SCALA et al. 2015). 2.4.5.Sobrepeso/Obesidade A prevalência da hipertensão em indivíduos obesos é duas vezes maior em relação ao encontrado em indivíduos normopesos (MATAIX, 2002). Os dados de diferentes estudos indicam uma relação linear direta entre o IMC e 9 pressão arterial, sendo mais importante para a localização central de gorduras ou obesidade abdominal que a periférica. Homens e mulheres, que apresentam predominantemente a gordura na parte superior do corpo (abdômen e ombro) está associada mais estreitamente com doença cardiovascular e cerebrovascular (GUIA DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPEUTICO SOBRE HIPERTENSION, 2015). 2.4.6.Ingestão de Sal No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), obtidos em 55.970 domicílios, mostraram disponibilidade domiciliar de 4,7 g de sódio/pessoa/dia (ajustado para consumo de 2.000 Kcal), excedendo em mais de duas vezes o consumo máximo recomendado (2 g/dia). Esse consumo é menor na área urbana da região Sudeste, e maior nos domicílios rurais da região Norte (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). No entanto, uma vez que o efeito do sal não é observado em todos os indivíduos, pensa-se que ele é influenciado por fatores genéticos, e apenas uma minoria (9- 20%) da população é geneticamente susceptíveis, e isso se agravada pela dificuldade de identificar esses indivíduos (GUIA DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPEUTICO SOBRE HIPERTENSION, 2015). 2.4.7.Consumo Excessivo de Álcool O consumo elevado de bebidas alcoólicas aumenta a PA de forma consistente. Meta-analise de 2012, incluindo 16 estudos com 33.904 homens e 19.372 mulheres comparou a intensidade de consumo entre abstêmios e bebedores. Em mulheres, houve efeito protetor com dose inferior a 10g de álcool/dia e risco de HA com consumo de 30-40g de álcool/dia. Em homens, o risco aumentado de HA tornou-se consistente a partir de 31g de álcool/dia (ANDRADE, 2015, apud SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 10 2.4.8.Sedentarismo Há uma influência direta do sedentarismos sobre o coração e artérias coronárias, que tem uma luz maior em pessoas que realizam atividade física do que em sedentárias (BATI, 2002). Dados da PNS apontam que indivíduos insuficientemente ativos (adultos que não atingiram pelo menos 150 minutos semanais de atividade física considerando o lazer, o trabalho e o deslocamento) representaram 46,0% dos adultos, sendo o percentual significantemente maior entre as mulheres (51,5%) (MALTA et al. 2015). 2.5.PREVENÇÃO ser individuais ou coletivas, bu LOTA, 2010; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 2.6.DIAGNÓSTICO A maior parte dos indivíduos com hipertensão arterial são assintomáticos, por isso é chamada de doença silenciosa ou doença muda e surda. Apesar da ausência de sintomas, níveis elevados da pressão arterial estão relacionados a uma maior incidência de eventos mórbidos manifestados 11 por cardiopatia isquêmica, AVC e doença vascular renal e periférica (MASCARENHAS, 2006). A avaliação inicial de um paciente com HAS inclui a confirmação do diagnóstico, a suspeita e a identificação de causa secundária, e avaliação do risco CV. Fazem parte dessa avaliação a medição da PA no consultório e/ou fora dele, utilizando-se técnica adequada e equipamentos validados, história médica (pessoal e familiar), exame físico e investigação clínica e laboratorial (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). Na Figura 3, pode-se ver um fluxograma sobre o rastreamento de HAS. 12 Figura 3 - Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 13 2.7.TRATAMENTO Apesar de a HA representar um grande problema de saúde pública, observa-se baixo controle da PA. Estudos realizados, na década de 2000, com populações americanas demonstraram que apenas 25% dos norte- americanos apresentavam controle pressórico satisfatório. Para os estudos realizados com brasileiros, esse valor é de apenas 20%. Tal controle depende da adesão do paciente ao tratamento, o qual se baseia em recursos farmacológicos e não farmacológicos (CAIXETA NETO; GONÇALVES; CARDOSO FILHO, 2014). A abordagem terapêutica da PA elevada inclui medidas não medicamentosas e o uso de fármacos anti-hipertensivos, a fim de reduzir a PA, proteger órgãos-alvo, prevenir desfechos CV e renais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). A PA (OLIVEIRA, 2013). 2.7.1.Tratamento Não-Farmacológico a morbidade e a mortalidade cardiovasculares por meio de PA. (OLIVEIRA, 2013). Os principais fatores a se modificar no cotidiano são os hábitos alimentares inadequados, principalmente ingestão excessiva de sal e baixo consumo de vegetais, fibras, sedentarismo, obesidade e consumo exagerado de álcool (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). A Tabela 1 mostra de forma resumida as modificações do estilo de vida que podem ser adotadas, e o seu efeito na diminuição da pressão arterial. 14 Tabela 1 - Modificações do estilo de vida no controle da pressão arterial (Modificada). Modificação/Redução RecomendaçãoRedução aproximada na PAS* Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (índice de massa corporal entre 18,5 a 24,9 kg/m2) 5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido Padrão alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gorduras saturadas e totais. Adotar dieta DASH (rica em vegetais e frutas, rica em laticínios não-gordurosos, pobre em gordura saturada). 8 a 14 mmHg Redução do consumo de sal Reduzir a ingestão de sódio para não mais de 100 mmol/dia = 2 g de sódio (6 g de sal/dia = 4 colheres de café rasas de sal = 4 g + 2 g de sal próprio dos alimentos) 2 a 8 mmHg Moderação no consumo de álcool Limitar o consumo a 30 g/dia de etanol para os homens e 15 g/dia para mulheres 2 a 4 mmHg Exercício físico Habituar-se à prática regular de atividade física aeróbica, como caminhadas por, pelo menos, 30 minutos por dia, 3 a 5 vezes/semana. 4 a 9 mmHg Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016. *Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas. Uma das primeiras medidas que são tomadas em relação ao paciente hipertenso ou que tenha tendência a se tornar hipertenso, são as mudanças no seu estilo de vida, pois reduzem a PA, bem como a mortalidade cardiovascular (HOFFMAN, 2010). As principais recomendações não medicamentosas para prevenção da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de sódio e 15 de álcool, ingestão de potássio e combate ao sedentarismo e ao tabagismo, além de controlar o peso corporal. Essa é uma maneira de contribuir positivamente para a saúde do paciente, e quando é seguido fielmente, a necessidade de ingestão de medicamentos nem sempre se faz necessária (SANTOS, 2007). Porém, é válido ressaltar que mesmo que seja necessário o uso de medicamentos, a terapia não-medicamentosa constitui uma importante aliada no tratamento de todos os pacientes hipertensos (HOFFMAN, 2010). 2.7.2.Tratamento Farmacológico adesão a tornou-se um dos maiores problemas enfrentados na dica - ntre outros fatores (BOING et al. 2007) O objetivo primordial do tratamento da HA é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006). Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Ha evidências cientificas através de estudos clínicos de desfechos que mostram benefícios do tratamento realizado com o uso de diuréticos (DIU), inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II. Deve ser ressaltado que a maioria desses estudos utilizou medicamentos em associação. Com base nas informações disponíveis, a proteção observada não depende do tipo de fármaco empregado, mas fundamentalmente da redução da PA (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). A associação farmacológica apresenta diversas vantagens se comparada à monoterapia como, por exemplo, o aumento da eficácia anti- 16 hipertensiva resultante da combinação de fármacos, que agem por mecanismos de ação diferentes, além de haver uma diminuição dos efeitos adversos devido ao uso de doses menores, melhorando a adesão ao tratamento (ANDERSON, 2015). Todos os medicamentos anti-hiper contra-indicações especificas. A preferência inicial será sempre por aqueles em que haja comprovação de diminuição de eventos CV, ficando os demais reservados a casos especiais em que haja a necessidade da associação sejam atingidas as metas da PA (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (2016), existem 9 classes de medicamentos que podem ser utilizadas para o tratamento de HA, descritas abaixo: A. Diuréticos Os mecanismos de ação anti-hipertensiva dos DIU relacionam-se inicialmente aos seus efeitos natriuréticos, com diminuição do volume extracelular. Após quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente se normaliza e ocorre redução da pressão vascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos estudados e de menor custo (LIPSITZ, 2013) ou similares (Clortalidona e Indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de ação, reservando-se os DIU de alça (Furosemida e Bumetanida) aos casos de insuficiência renal e situações de edema (insuficiência cardíaca ou insuficiência renal). Os poupadores de potássio (Espironolactona e Amilorida) são habitualmente utilizados em associação com os tiazí (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 17 Principais reações adversas Hipopotassemia, por vezes acompanhada de hipomagnesemia, que pode induzir arritmias ventriculares, e hiperuricemia. Os diuréticos também podem provocar intolerância à glicose, aumentar o risco do aparecimento do diabetes melitus, além de promover aumento de triglicérides, efeitos esses, em geral, dependentes da dose (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). B. Agentes de ação central Os agentes alfa-agonistas de ação central agem através do estímulo dos α que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. Os efeitos bem definidos dessa classe são: diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, contribuindo para bradicardia relativa e a hipotensão notada em ortostatismo; discreta diminuição na resistência vascular periférica e no débito cardíaco; redução nos níveis plasmáticos de renina e retenção de fluidos (VONGPATANASIN, et al. 2011). São representantes desse grupo: Metildopa, Clonidina, Guanabenzo e os inibidores dos receptores imidazolínicos (Moxonidina e Rilmenidina) (KAPLAN, et al. 2015). Principais reações adversas São, em geral, decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção sexual. A frequência é um pouco menor com os inibidores de receptores imidazolidínicos (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). C. Betabloqueadores (BB) Promovem diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, havendo readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Os fármacos de terceira geração 18 (Carvedilol, Nebivolol) têm também efeito vasodilatador por mecanismos diferentes: bloqueio do receptor alfa-1 adrenérgico, e aumento da síntese e liberação de óxido nítrico no endotélio vascular respectivamente. - ientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaléia de origem vascular e hipertensão portal (HELFAND et al. 2015). Essa classe é usada como fármaco inicial em situações específicas, como a associação de arritmias supraventriculares, enxaqueca, insuficiência cardíaca e coronariopatia, sendo que, nas duas últimas condições, deve estar associado a outros fármacos (LÓPEZ-SENDÓN, 2004). Principais reações adversas Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insónia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). D. Alfabloqueadores Os medicamentos dessa classe agem como antagonistas competitivos α -receptores pós-sinápticos, levando a redução da resistência vascular periférica sem maiores mudanças no débito cardíaco. São representantes dessa classe a Doxazosina, Prazosina e Terazosina.Possui efeito hipotensor discreto como monoterapia, sendo a preferência pelo uso associado (KAPLAN 2015). Principais reações adversas Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a dose inicial for alta, palpitações e, eventualmente, astenia (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 19 E. Vasodilatadores diretos Os medicamentos que representam essa classe são Hidralazina e Minoxidil. Atuam diretamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando a redução da resistência vascular periférica (VONGPATANASIN et al. 2011). Principais reações adversas Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). F. Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) Essa classe atua primordialmente proporcionando redução da resistência vascular periférica como consequência da diminuição da quantidade de cálcio no interior das células musculares lisas das arteríolas, decorrente do bloqueio dos canais de cálcio na membrana dessas células (ELLIOTT, 2011). São classificados em 2 tipos básicos: os diidropiridinicos e os não diidropiridinicos. Os BCC diidropiridinicos (Amlodipino, Nifedipino, Felodipino, Nitrendipino, Manidipino, Lercanidipino, Levanlodipino, lacidipino, Isradipino, Nisoldipino, Nimodipino) exercem um efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na frequência e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como anti-hipertensivos. Os não diidropiridinicos, como as fenilalquilaminas (Verapamil) e as benzotiazepinas (Diltiazem), tem menor efeito vasodilatador, e podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos, o que restringe seu uso a alguns casos específicos (MESSERLI, 2002). Principais reações adversas Cefaleia, tontura, rubor facial - mais frequente com diidropiridínicos de curta ação - e edema de extremidades. Esses efeitos adversos são, em geral, dose-dependentes. Mais raramente, podem induzir a hipertrofia gengival. Os 20 diidropiridínicos de ação curta provocam importante estimulação simpática reflexa, sabidamente deletéria para o sistema cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar depressão miocárdica e bloqueio atrioventricular. Obstipação intestinal é observada, particularmente, com Verapamil (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). G. Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) São anti-hipertensivos eficazes que tem como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, impedindo a transformação de angiotensina I em angiotensina II, de ação vasoconstritora (SINDONE, et al. 2013). Principais reações adversas Tosse seca, alteração do paladar e, mais raramente, reações de hipersensibilidade com erupção cutânea e edema angioneurótico (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). H. Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA) Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio especí proliferativas e estimuladoras da liberação de aldosterona, próprias da angiotensina II (PFEFFER, et al. 2003). Principais reações adversas Os bloqueadores do receptor AT1 apresentam bom perfil de tolerabilidade. Foram relatadas tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 21 I. Inibidores diretos da renina disponível para uso clínico, promovendo a inibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II. a redução da PA, tais como redução da atividade plasmática de renina (DANSER, 2009), bloqueio de um receptor celular próprio de renina/pré-renina e diminuição da síntese intracelular de angiotensina II. Principais reações adversas Apresentam boa tolerabilidade. diarreia (especialmente com doses elevadas, acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais frequentes, porém em geral com incidência inferior a 1%. Seu uso é contraindicado na gravidez (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 2.7.3.Aspectos importantes na escolha do Tratamento O tratamento com medicamentos poder ser realizado com uma ou mais classes de fármacos, de acordo com a necessidade, para que sejam obtidas as metas para a PA e de acordo com situações especificas. Esquema de tratamento recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016) na Figura 4. 22 Figura 4 - Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial. RCV: risco cardiovascular; TNM: tratamento não medicamentoso; DIU: diuréticos; IECA: inibidores da enzima de conversão da angiotensina; BCC: bloqueador dos canais de cálcio; BRA: bloqueador do receptor de angiotensina; BB: betabloqueadores (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). A monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HA estágio 1, com risco CV baixo e moderado. Entretanto, deve-se observar que, de acordo com a meta a ser atingida, a maioria dos pacientes irão necessitar da associação de medicamentos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). Para a escolha dos medicamentos em associação, como descrito na Figura 5, deve ser evitado o uso de anti- hipertensivos com mesmo mecanismo de ação. Fazem exceção a essa regra a associação de DIU tiazídicos com poupadores de potássio (WALD, et al. 2009). 23 Figura 5 - Esquema preferencial de associações de medicamentos, de acordo com mecanismos de ação e sinergia (Adaptado de Journal of Hypertension, 2007). da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos devem s -fatais. -medicamentoso objetiva a - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). ca o uso de betabloqueadores como droga de primeira linha no tratamento da HAS. 24 - - morbimortalidade cardiovascular quando utilizado em pacientes mais jovens (KHAN; MCALISTER, 2006).A Figura 6 apresenta a Tabela de Indicações das principais situações clínicas por classes medicamentosas. Figura 6 - Adaptado de GUSSO, 2012). ca ou 10mmHg na e de 40% no risco de apresentar AVC (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010) Quando os medicamentoso pode ser iniciado com dois anti-hipertensivos em doses baixas simultaneamente. Essa asso -associada deve ser um inibidor da enzima conversora de angiotensina ou um betabloqueador e vice-versa (GUSSO; LOPES, 2012). O Quadro de 25 Birmingham (Figura 7 (LIP; BEEVERS; BEEVERS, 1998). Figura 7 - gas no manejo da HAS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). - ao sinergismo de efeito sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona (DEARY et al., 2002). - por medidas residenciais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 26 2.8.MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO FARMACÊUTICO O Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico foi desenvolvido pelo Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica da Universidad de Granada na Espanha (1999) para ser utilizado em farmácias comunitárias, sendo aplicável a qualquer usuário. Usa como princípio técnicas para a resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) através da utilização de fichas de acompanhamento que são preenchidas manualmente (BRUNE, 2014). O os resultados obtidos (BRUNE, 2014). De acordo com o método Dáder as classificações para os PRMs são 6, como mostra a Tabela 2. Tabela 2 - Classificação dos Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRMs), a partir das características de necessidade, efetividade e segurança. NECESSIDADE EFETIVIDADE SEGURANÇA 27 PRM 1 O paciente apresenta um problema de saúde por não utilizar a farmacoterapia que precisa. PRM 2 O paciente apresenta um problema de saúde por um farmacoterapia que não precisa. PRM 3 O paciente apresenta um problema de saúde por uma inefetividade não quantitativa da farmacoterapia. PRM 4 O paciente apresenta um problema de saúde por uma inefetividade quantitativa da farmacoterapia. PRM 5 O paciente apresenta um problema de saúde por uma segurança não quantitativa do medicamento. PRM 6 O paciente apresenta um problema de saúde por uma insegurança quantitativa de um medicamento. Fonte: Acervo pessoal, 2017 (Adaptado de CONSENSO GRANADA, 202). O e -se as De acordo com Fernández-Llimós (2004) e Salazar-Ospina (2014), o procedimento consta das seguintes fases: necessidade de acompanhamento para melhorar os resultados de sua farmacoterapia. É essencial a abordagem e incentivo para que o paciente participe da primeira consulta. Neste momento é necessário que o paciente esteja acompanhado da listagem de todos os medicamentos que faça uso. Primeira Entrevista Nesta fase é feita uma análise da situação, identificando os pontos que mais preocupam o paciente, ver o conhecimento do paciente a cerca dos fármacos que toma, quais as suas indicações terapêuticas e verificar se cumpre a prescrição. Verificar se existem resultados negativos associados ao medicamento (RNM), 28 fazer uma revisão da terapêutica e reavaliar tudo o que foi falado ente diferenciadas: Fase de preocup Nesta fase o profissional deve organizar toda a informação recolhida na entrevista relacionados à farmacoterapia e posologias efetivas, dados sobre o paciente como idade, sexo, alergias e estilo de vida. Depois se deve fazer uma associação entre o problema de saúde e os medicamentos que o paciente efetivamente usa para o tratamento daquele problema (não aqueles que foram prescritos, mas aqueles que na realidade são tomados). Nesta etapa pode ocorrer o aparecimento de problemas de saúde em que o paciente não está ciente ou ainda medicamentos que o doente toma sem que haja algum problema identificado. Estas duas situações podem ser consideradas RNM. Fase de Estudo O propósito desta fase é obter informações sobre o estado de saúde e os medicamentos utilizados para tal situação. Para isso é necessário se fundamentar em publicações científicas, normas internacionais e outras referências bibliográficas. Identificar, relacionar e registar os RNM, e através disso desenvolver estratégias para sua resolução, criando um plano de monitoramento do paciente. O objetivo d ias para resolver os PRM que o paciente possa estar apresentando. Este processo é individual e é específico para cada paciente, caracterizando uma consulta de seguimento farmacoterapêutico. Os RNM identificados anteriormente são comunicados ao paciente, bem como o plano de cuidados para poder minimizá-los ou resolvê-los. 29 obteve com a Se existirem ainda problemas identificados, cria-se um novo estado de situação. Entrevistas Sucessivas Acompanhamento feito para monitorar o paciente, avaliando se estão sendo cumpridas as estratégias traçadas para se evitar ou resolver os RNM. Caso venham a aparecer novos RNM, essas entrevistas permitem sua identificação, e dessa forma são gerados novos estados de situação em busca de novas soluções. 30 3.OBJETIVOS 3.1.OBJETIVO GERAL Elaborar uma proposta de protocolo clínico de cuidado farmacêutico para pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica no nível de Atenção Primária à Saúde aplicável em uma farmácia. 3.2.OBJETIVOSESPECÍFICOS I. Realizar uma revisão sobre a epidemiologia e fisiopatologia da HAS; II. Realizar uma revisão sobre aspectos farmacológicos no tratamento da HAS; III. Desenvolver uma proposta de abordagem e orientação para pacientes com HAS; IV. Desenvolver uma proposta de plano de seguimento farmacoterapêutico aplicado a pacientes com HAS. 31 4.MATERIAIS E MÉTODOS Com a finalidade de atingir o objetivo principal deste trabalho, foi realizado um método de pesquisa de natureza qualitativa, com base na revisão de artigo nacional e internacional, utilizando os bancos de dados PUBMED, MEDLINE e SCIELO, abordando os temas hipertensão arterial; acompanhamento farmacoterapêutico; atenção farmacêutica; assistência farmacêutica. A partir da pesquisa e revisão bibliográfica realizadas, foi possível encontrar as diferentes formas de aporte científico para a construção do protocolo de cuidado farmacêutico a pacientes portadores de HA, apontando os conceitos básicos sobre a doença, assim como a abordagem farmacêutica e seus critérios de avaliação. Através das informações obtidas nesse trabalho, foi proposto o Protocolo de Cuidado Farmacêutico, que contem informações necessárias ao farmacêutico, como orientações que devam ser repassadas ao paciente, e um questionário para abordagem , baseada no Método Dáder. O Protocolo tem o propósito de ser aplicado em uma farmácia, complementando o atendimento farmacêutico a cerca dos pacientes portadores de HA. 32 5.RESULTADOS 5.1.CONCEPÇÃO DO PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO O resultado deste trabalho foi o desenvolvimento do Protocolo de Cuidado Farmacêutico para a Hipertensão Arterial, que contem orientações ao paciente, aspectos técnicos do atendimento e formulários de atendimento farmacêutico. Com objetivo de tratar especificamente pacientes com HA, foi elaborado um protocolo de atendimento farmacêutico, onde é possível realizar um AF com o paciente, além de analisar os PRM e contribuir na prevenção dos RNM. Esse tipo de atendimento permite acompanhar mais de perto a evolução do tratamento e também instruir o paciente quanto à sua doença e a importância de se administrar sua medicação corretamente 5.2.DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO Para desenvolver esse trabalho, utilizou-se como base o Método Dáder, e o Formulário de Consulta Farmacêutica utilizado na Farmácia Universitária da Universidade Federal de Juiz de Fora, junto com as informações adquiridas na Revisão Bibliográfica. Foram realizadas adaptações que se adequassem a realidade dos pacientes de uma farmácia, juntamente com a inclusão de métodos específicos para se acompanhar o tratamento e evolução da HA. 5.2.1.Protocolo de Cuidado Farmacêutico Para que o farmacêutico avalie de forma correta o paciente, ele deve saber sobre a doença. Para que isso ocorra de forma sucinta, foi elaborado um quadro, onde o farmacêutico pode fazer uma consulta rápida antes dos 33 atendimentos para tirar dúvidas. Esse modelo pode ser observado na Figura 8: Figura 8- Informações básicas para consulta do farmacêutico sobre HA (Adaptado SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2017). Para compor um material de consulta rápida para os farmacêuticos, com base nos medicamentos atualmente disponíveis na Farmácia Universitária, foram elaboradas tabelas que compõem o anexo A (Tabelas 3, 4, 5, 6, 7 e 8) com as informações farmacológicas principais sobre estes medicamentos, com base no Formulário Terapêutico Nacional (2010). A parte seguinte deste protocolo se refere aos formulários para o plano de 34 seguimento farmacoterapêutico aplicado a HAS. Esta é a etapa onde farmacêutico realiza a coleta de informações sobre os problemas de saúde do paciente, sobre os medicamentos utilizados, faz a avaliação e planeja as intervenções farmacêuticas. No ANEXO B estão apresentados os formulários de atendimento indicados pelo método DADER que podem ser utilizados no atendimento em uma farmácia. Além dos formulários apresentados, sugere-se a seguir um formulário para a abordagem dos portadores de HAS que forem atendidos pelos serviço de cuidado farmacêutico. Este formulário aborda especificamente sobre a doença, em relação ao diagnóstico de uma possível crise e o tratamento, como demonstra a Figura 9. Avaliação da HAS Sabe identificar quando a PA esta alta? ( ) SIM ( ) NÃO Se SIM, quais as medidas que você toma? Sente dor de cabeça? Dor no peito? ( ) SIM ( ) NÃO Possui Diabetes Melittus? ( ) SIM ( ) NÃO Se SIM, qual a forma de tratamento? Se toma medicamento, qual nome? Quando foi sua última aferição de PA? Lembra o valor? ( ) SIM ( ) NÃO Sabe a finalidade de cada medicamento que faz uso? ( ) SIM ( ) NÃO Figura 9 - Diagnóstico e Tratamento (Acervo próprio, 2017). 35 6.DISCUSSÃO ca Brasileiro (CRF, 2004 -o em todos os sentidos. A AF consiste no mais recente caminho a ser tomado para tal finalidade. Segundo a OMS, a AF - al 1993), e de que o medicamento é um meio de se alcançar um resultado, focando a atenção no paciente. macrocomponentes tenham como objetivo o uso racional de medicamentos. E esse uso racional esta relacionado não só a administração correta dos medicamentos que devem ser ingeridos, como também aqueles desnecessários a utilização, para que sejam retirados ou substituídos por alternativa mais adequada. Em 1990, Hepler e Strand ao publicarem o artigo “Opportunities and responsibilities in pharmaceutical care” demonstraram claramente que o envolvimento dos farmacêuticos na avaliação dos resultados clínicos produzidos pelos medicamentos podia contribuir para a redução da morbimortalidade relacionada com os mesmos. Vários estudos revelam o impacto da morbilidade associada aos medicamentos. Num estudo realizado nos Estados Unidos da América em 1996, os RNM constituíram a segunda causa de internamento evitável, depois do cancro e seguidos do enfarto do miocárdio, DM e asma. Seguimento Farmacoterapêutico(SF) é a prática profissional na qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do paciente relacionadas com os medicamentos. Realiza-se mediante a detecção de PRM para a prevenção e resolução de resultados negativos associados aos medicamentos. Este serviço implica um compromisso, que deve prover-se de forma continuada, sistematizada e documentada, em colaboração com o próprio 36 paciente e com os demais profissionais do sistema de saúde, com o objetivo de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente. para ser realizado com a ia de modo a permitir avaliar não só o processo, mas sobretudo os resultados. Para a realização dos SF, foram propostos por diferentes grupos métodos a serem seguidos, podendo-se citar o DOT (Direct Observed Treatment), FARM (Finds, Assessment, Resolution, Monitoring), SOAP (Subject, Objective, Assessment, Plan), PWDT (Pharmacist’s Workup of drug Therapy), TOM (Therapeutical Outcomes Monitoring) e o DÁDER (SILVA, 2014). -laboratoriais dos pacientes e interferindo diretamente na farmacoterapia. E para que a adesão a farmacoterapia ocorra, devem ser levados em consideração inúmeros fatores, e de acordo com Teixeira e col. (2003), informações, instruções e recomendações são essenciais ao paciente, e melhoram sua adesão. Um estudo piloto feito com pacientes portadores de HAS, realizado em uma farmácia comunitária privada no município de Matão em São Paulo, dividiu em um grupo controle e um grupo intervenção 176 pacientes hipertensos. No grupo intervenção foram feitas intervenções farmacêuticas, e observou-se que caiu de 45% para 20% a porcentagem de pacientes que possuía hipertensão descontrolada. Já no grupo controle, não houve diferença significativa nos níveis de pressão arterial desses pacientes. Através desse estudo é possível observar o quanto a intervenção farmacêutica contribui para uma melhor adesão terapêutica (MODÉ, et al. 2015). Um estudo, publicado em novembro de 2009 na revista Archives of Internal Medicine, avaliou 402 pacientes com hipertensão arterial não controlada, divididos em dois grupos. No primeiro, o farmacêutico se limitou a somente dispensar o medicamento. Já no segundo, o farmacêutico aplicou 37 seus conhecimentos específicos para avaliar a pressão arterial e constatar o paciente e sugerir o ajuste no medicamento. Após seis meses, 64% dos pacientes do segundo grupo atingiram os níveis recomendados, enquanto apenas 30% do primeiro grupo alcançaram o mesmo objetivo (CRF-SP, 2012). icas no Brasil, sendo os primeiros publicados em 2006. Isso acontece porque apesar do Brasil ter mais de 82 mil farmácias e dograrias, a maioria dos farmacêuticos presentes estão sobrecarregados com atividades burocráticas. Dificultando a volta da imagem de que as farmácias são estabelecimentos de saúde, e não de comercio ou depósitos de medicamentos. O farmacêutico deve ter uma linha de raciocínio que abranja além do medicamento, e assim todas as necessidades do paciente. E as orientações citadas nesse Protocolo de Cuidado Farmacêutico visam ajudar nesse processo, pois o medicamento não deve ser o centro da AF, pois esta é uma atividade clínica que tem a intenção de fazer uma dispensação especializada. Esse propósito de atividade clínica é buscado em conjunto com a implementação do Protocolo de Cuidado Farmacêutico discutido nesse trabalho. A implementação de Protocolos de Cuidado Farmacêutico busca mudar a ideia de que o farmacêutico e apenas um vendedor de medicamentos valorizando a profissão farmacêutica, trazendo benefícios necessários ao paciente. 38 7.CONCLUSÃO - - adesão. sobre a necessidade de a afetam a qualidade de vida. A Atenção Farmacêutica é um conceito novo de prática farmacêutica que, apesar de enfrentar dificuldades, vem sendo implantado gradativamente. Essa prática, além de favorecer amplamente o paciente, levando ao alcance dele uma terapia mais efetiva e resultados satisfatórios, vem valorizar o farmacêutico que deve estar apto a criar uma interação direta com o paciente hipertenso, a fim de estabelecer uma farmacoterapia racional, visando obter resultados positivos relacionados à doença, melhorando a qualidade de vida do paciente. A utilização de protocolos clínicos para atendimento farmacêutico são ferramentas de grande valia para orientar a atenção farmacêutica, e deixar de forma clara quais as necessidades do paciente. Este trabalho irá permitir o acompanhamento de esses pacientes portadores de HA, através de entrevistas que buscam abordar o contexto social e medicamentoso desse indíviduo, de forma a adquirir informações que irão contribuir para a anáise das intervenções necessárias a serem realizadas. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEGUNDE, D. O. et al. The burden and costs of chronic diseases in low- income and middle-income countries.The Lancet, v. 370, n. 9603, p. 1929- 1938, 2007. ANDERSON, J. F. F. - 2015. - Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS. 2008. ANDRADE, S. S. A. et al. Prevalência de hipertensão arterial autorreferida na população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, n. 2, p. 297-304, 2015. BOING, A. C.; BOING, A. 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