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TCC-Dandara-Carvalho-Schultz-Rodrigues

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE FARMÁCIA 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DANDARA CARVALHO SCHULTZ RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO A PACIENTES COM 
HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUIZ DE FORA - MG 
2017 
DANDARA CARVALHO SCHULTZ RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
 
PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO A PACIENTES COM 
HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Programa de 
graduação em Farmácia, da 
Universidade Federal de Juiz de Fora 
como requisito parcial a obtenção do 
grau de Bacharel em Farmácia. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Silva Silvério 
 
 
 
 
 
 
 
JUIZ DE FORA - MG 
2017 
DANDARA CARVALHO SCHULTZ RODRIGUES 
 
 
 
PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO A PACIENTES COM 
HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA FARMÁCIA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
submetido à banca examinadora do 
Programa de graduação em 
Farmácia, da Universidade Federal de 
Juiz de Fora, como requisito parcial a 
obtenção do grau de Bacharel em 
Farmácia. 
 
 
 
Aprovada em: _____ de _____ de ______ 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_____________________________________________ 
Dr. Marcelo Silva Silvério (Orientador) 
Universidade Federal de Juiz de Fora 
 
 
_____________________________________________ 
Dra. Rozângela Magalhães Manfrini 
Universidade Federal de Juiz de Fora 
 
 
_____________________________________________ 
Farmacêutica Mestre Glenda de Almeida Aquino 
Hospital Universitário HU (UFJF) 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho ao meu pai, que enquanto esteve fisicamente presente 
me apoiou de todas as formas possíveis e impossíveis. É por você e para você. 
 
“Faca o melhor que puder, com a consciência que você tem no momento.” 
(Adaptado de SILVA, A., 2017) 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente à Deus, por me permitir chegar até aqui. Sei que me 
amparastes em vários momentos de aflições, não me deixando desistir do meu 
sonho. 
Ao meu pai, que hoje comemora do céu essa conquista, ela é toda sua. Sem 
seu incentivo diário, essa conquista não teria o valor que tem hoje. Saudades 
eterna. 
À minha mãe Jussara e meu irmão Yuri, que foram minha rocha nesses 5 anos, 
meus confidentes e alicerces nessa caminhada, que por diversos momentos foi 
dolorosa. 
As minhas avós Maria Stela e Hiltz, por serem meu significado de amor, 
compreensão e zelo. Devo tudo a vocês, aonde estiverem saibam que são os 
amores da minha vida. 
Aos meus amigos Laís, Bárbara, Beatriz, Amanda, Gabriel e Renata, vocês 
fizeram esses 5 anos serem muito mais felizes, contribuindo cada um a sua 
maneira na construção e realização desse sonho. Muito obrigada! 
Um agradecimento em especial a Tamilly, que foi mais que amiga, uma irmã de 
alma e coração. Obrigada por estar comigo em tantos momentos, 
compartilhando os mais variados sentimentos. Posso ser sua rommate pra 
sempre? 
Ao Marcelo, pela orientação e ajuda no tema. Obrigada por despertar em mim, 
o amor pela farmácia clínica. 
A todos os professores, funcionários da FF e a melhor turma, por todo 
conhecimento e experiências compartilhadas, obrigada! 
 
RESUMO 
 
Atenção Farmacêutica é uma prática recente, onde o profissional farmacêutico 
atua buscando alcançar resultados que melhorem a farmacoterapia, reduzam a 
ocorrência de problemas relacionados aos medicamentos e assim, melhore a 
qualidade de vida dos pacientes. Para que se consiga identificar esses 
problemas, são utilizados modelos de seguimento farmacoterapêutico que 
sistematizam essa abordagem e permitem chegar a conclusões da 
necessidade ou não de interferência farmacêutica ou de outro profissional da 
saúde. Juntamente com a ideia de melhoria na adesão ao tratamento, buscou-
se também adequar esse modelo de seguimento farmacoterapêutico para 
atender especificamente pacientes portadores de Hipertensão Arterial. Muitas 
das complicações provenientes dessa patologia são decorrentes da não 
adesão ou uso incorreto dos medicamentos para o seu controle. Por meio 
desses modelos de atendimento, o farmacêutico pode identificar os Problemas 
Relacionados a Medicamentos e corrigi-los, permitindo uma terapia segura e 
efetiva. O resultado desse trabalho foi a elaboração de uma proposta de 
protocolo clínico que poderá ser utilizado pelo farmacêutico para auxiliá-lo 
quanto a informações sobre a doença, que podem ser repassadas ao paciente, 
e também uma abordagem da avaliação medicamentosa para identificar as 
intervenções necessárias para melhorar a qualidade de vida e de adesão 
terapêutica a esses pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Atenção Farmacêutica. Hipertensão Arterial. Farmacoterapia. 
Seguimento Farmacoterapêutico. 
ABSTRACT 
 
Pharmaceutical Care is a recent practice where the pharmaceutical professional 
works to achieve results that improve pharmacotherapy, reduce the occurrence 
of problems related to medicines and thus improve the quality of life of patients. 
In order to identify these problems, are used pharmacotherapeutic follow-up 
models that systematize this approach and allow us to reach conclusions about 
the need for pharmaceutical interference or other health professionals. Together 
with the idea of improved adherence to treatment, it was also sought to adapt 
this model of pharmacotherapeutic follow-up, specifically to attend patients with 
arterial hypertension. Many of the complications arising from this pathology are 
due to non-adherence or incorrect use of the drugs for its control, and the 
pharmacist through these models of care can identify and correct the Problems 
Related to Medications, allowing a safe and effective therapy. The result of this 
work was the elaboration of a proposal of a clinical protocol that could be used 
by the pharmacist to assist him with information about the disease that can be 
passed on to the patient, as well as a medication evaluation approach to identify 
the interventions needed to Improve the quality of life and therapeutic 
adherence to these patients. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Key words: Pharmaceutical Care. Hypertension. Pharmacotherapy. 
Pharmacotherapeutic Follow-up. 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Gráfico de proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que 
referem diagnóstico médico de hipertensão arterial, com indicação do intervalo 
de confiança de 95%, segundo as Grandes Regiões – 2013..............................5 
 
Figura 2 - Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no 
consultório a partir de 18 anos de idade..............................................................6 
 
Figura 3 - Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS.........................12 
 
Figura 4 - Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial.....................22 
 
Figura 5 - Esquema preferencial de associações de medicamentos, de acordo 
com mecanismos de ação e sinergia (Adaptado de Journal of hypertension, 
2007)..................................................................................................................23 
 
Figura 6 - Indicações das classes medicamentosas (Adaptado de GUSSO, 
2012)..................................................................................................................24 
 
Figura 7 - Quadro de Birmingham para a associação de drogas no manejo da 
HAS (LIP; BEEVERS; BEEVERS, 1998)...........................................................25 
 
Figura 8 - Informações básicas para consulta do farmacêutico sobre HA 
(Acervo pessoal, 
2017)..................................................................................................................33 
 
Figura 9 - Diagnóstico e Tratamento (Acervo próprio,2017).............................34 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Modificações do estilo de vida no controle da pressão arterial 
(Modificada).......................................................................................................14 
 
Tabela 2 - Classificação dos Problemas Relacionados aos Medicamentos 
(PRMs), a partir das características de necessidade, efetividade e 
segurança..........................................................................................................26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
AF 
AFT ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO 
CV CARDIOVASCULAR 
DCV DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
DIU DIURÉTICO 
DM DIABETES MELITTUS 
HA HIPERTENSÃ0 ARTERIAL 
HAS HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS 
IECA INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA 
IMC ÍNDICE DE MASSA CORPORAL 
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 
PA PRESSÃO ARTERIAL 
PNS PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 
PRM PROBLEMAS RELACIONADOS AOS MEDICAMENTOS 
RCV RISCO CARDIOVASCULAR 
RNM REAÇÕES NEGATIVAS A MEDICAMENTOS 
SF SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO 
SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 
2.REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 3 
2.1.HIPERTENSÃO ARTERIAL ........................................................................................... 3 
2.2.EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................ 4 
2.3.CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................ 5 
2.4.FATORES DE RISCO ..................................................................................................... 7 
2.4.1.Idade .......................................................................................................................... 7 
2.4.2.Sexo ........................................................................................................................... 8 
2.4.3.Raça ........................................................................................................................... 8 
2.4.4.Nível Socioeconômico .......................................................................................... 8 
2.4.5.Sobrepeso/Obesidade ........................................................................................... 8 
2.4.6.Ingestão de Sal........................................................................................................ 9 
2.4.7.Consumo Excessivo de Álcool ........................................................................... 9 
2.4.8.Sedentarismo ........................................................................................................ 10 
2.5.PREVENÇÃO ................................................................................................................. 10 
2.6.DIAGNÓSTICO .............................................................................................................. 10 
2.7.TRATAMENTO ............................................................................................................... 13 
2.7.1.Tratamento Não-Farmacológico ....................................................................... 13 
2.7.2.Tratamento Farmacológico ................................................................................ 15 
2.7.3.Aspectos importantes na escolha do Tratamento ...................................... 21 
2.8.MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO FARMACÊUTICO ...................................... 26 
3.OBJETIVOS ................................................................................................................. 30 
3.1.OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 30 
3.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 30 
4.MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 31 
5.RESULTADOS ............................................................................................................. 32 
5.1.CONCEPÇÃO DO PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO .................... 32 
5.2.DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO ..... 32 
5.2.1.Protocolo de Cuidado Farmacêutico .............................................................. 32 
6.DISCUSSÃO ................................................................................................................ 35 
7.CONCLUSÃO .............................................................................................................. 38 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 39 
ANEXO A ........................................................................................................................ 46 
ANEXO B ................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
 
1 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
As doenças cardiovasculares (DCV) constituem atualmente a principal 
causa de mortalidade e a terceira de morbidade a nível mundial, dentre elas, a 
hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das mais importantes (KEARNEY et 
al., 2005; LAWES et al., 2008), apesar de ter havido grandes avanços no 
desenvolvimento de novos fármacos anti-hipertensivos a partir da década de 
50, capazes de reduzir a pressão arterial (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CARDIOLOGIA, 2010). 
 
importante fator de risco para o desenvolvime 
 
 
 - de para 
atender a essa população e as escassas ações preventivas para reduzir os 
fatores de riscos (BRITO, 2011). 
 -se registr 
 
juntam 
 
 
 Européia mais de 30% da 
 
 
 
 
 
 
 
do tratamento) de modo a garantir uma segurança ótima e a efetividade da 
terapêutica. 
O uso de modelos de protocolos clínicos em farmácias comunitárias vem 
sendo utilizado em uma gama de países que possuem o sistema de saúde bem 
2 
 
desenvolvido. Esses protocolos podem sofrer adaptações, partindo de modelos 
de fichas de Seguimentos Farmacoterapêuticos (SF) já existentes, como o 
Método Dáder (PINHEIRO, 2016). 
 
negativos associados ao uso dos medicamentos a fim de melhorar a 
farmacoterapia e a qualidade de vida do indivíduo ( et al., 2007).atingir resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos usuários, 
 
(SANTOS, 2007). 
Existem, basicamente, dois tipos de abordagens terapêuticas para o 
tratamento de HA: o tratamento não medicamentoso e o tratamento 
medicamentoso. O primeiro consiste na modificação do estilo de vida, 
enquanto que o segundo lança mão da utilização de medicamentos anti-
hipertensivos, que, aliado ao tratamento não medicamentoso visam à redução 
da pressão arterial (PA) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 
2010). 
No decorrer deste trabalho foi abordado sobre a HAS, descrevendo 
sobre sua epidemiologia, fatores de risco, diagnóstico e tratamento, seguido de 
alguns modelos existentes de acompanhamento farmacoterapêutico, e da 
proposta de adaptação de um protocolo de cuidado farmacêutico. 
 
 
3 
 
2.REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1.HIPERTENSÃO ARTERIAL 
 
 
 
como: 
Uma ica 
 - 
 
 - 
 cas 
 -fatais. (Sociedade 
Brasileira de Cardiologia, 2010, p.8) 
 
 
 
 
Por isso, constitui a principal causa de acidente vascular cerebral, leva a 
doenças das artérias coronárias e representa o principal fator contribuinte para 
a insuficiência cardíaca e insuficiência renal (GOODMAN & GILMAN, 2003; 
RANG et al.,2012). 
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão o valor 
estabelecido ≥ ∕ ≥ 
medidas de consultório, nos quais pode-se definir a HAS. Para validar o 
diagnóstico, as aferições devem ser feitas, em condições ideais, de forma 
repetida, em pelo menos três ocasiões. Os limites de pressão arteriais 
considerados normais são arbitrários. 
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) pontua a HAS como 
 
 
4 
 
 Figueiredo (2008) 
menciona que 
 
 
 o da vista, vertigens, cefaléias 
 
 
 
regular, tabagismo, etilismo e 
 
 
 
 o arterial (BRASIL, 2013). 
 
2.2.EPIDEMIOLOGIA 
 
Segundo o estudo publicado pela revista americana "The Lancet", a 
quantidade de hipertensos - ou seja, pessoas com pressão arterial superior a 
140/90 mmHg - passou de 594 milhões, em 1975, para mais de 1 bilhão, em 
2015, em consequência de um forte aumento do fenômeno na Ásia e na África 
(IBRAHIM, 2012). 
 
devido ser uma 
 
 
 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio 
com o Ministério da Saúde, realizou a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que 
consiste em um trabalho de base domiciliar, e que trouxe dados da prevalência 
de HA no Brasil. Segundo a PNS, cerca de 21,4% da população com 18 anos 
ou mais referiram diagnóstico médico de HA, o que equivale aproximadamente 
5 
 
a 31,3 milhões de pessoas. Na Figura 1 é possível verificar a proporção de 
pessoas que referiram diagnóstico médico para HA no Brasil e em seus 
estados (IBGE, 2013). 
 
 
Figura 1 - Gráfico de proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que 
referem diagnóstico médico de hipertensão arterial, com indicação do intervalo 
de confiança de 95%, segundo as Grandes Regiões – 2013. I: Intervalo de 
Confiança; HA: Hipertensão arterial (IBGE, 2013). 
 
 Junto com diabete melittus (DM), HA e suas complicações (cardíacas, 
renais e AVE) tem impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da 
renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015 no mundo 
(ABEGUNDE, et al. 2007). Em 2013 ocorreram 1.138.670 óbitos, 339.672 dos 
quais (29,8%) decorrentes de DCV, a principal causa de morte no país. 
As DCV são ainda responsáveis por alta frequência de internações, com 
custos socioeconômicos eleva 
 redução 
da tendência de internações por HA, de 98,1/100.000 habitantes em 2000 para 
44,2/100.000 habitantes em 2013 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CARDIOLOGIA, 2016). 
 
2.3.CLASSIFICAÇÃO 
 
6 
 
Segundo o Seventh Report of the Joint National Committe on 
Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure 
 da demonstração 
 ≥ 
 ≥ et al. 2003). 
Apesar da mesma organização se ter reunido 11 anos depois, em 2014, e de 
ter proposto algumas alterações no Eighth Joint National Committie 
 nição do conceito de HAS (JAMES et al. 2014). 
De acordo com a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2016, os 
limites de pressão arterial (PA) considerados normais são arbitrários. 
Entretanto, valores que classificam o comportamento da PA em adultos por 
meio de medidas casuais ou de consultório estão expressos na Figura 2. 
Figura 2 - 
 18 anos de idade. 
 
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016. 
 
 
 
 
 - 
 tireóide. 
7 
 
Segundo Figueiredo 
 
 
 
 
2.4.FATORES DE RISCO 
A investigação de fatores de risco para DCV o envolvendo análises 
laboratoriais pode representar um il, principalmente como alternativa 
para locais com poucos recursos. Neste contexto, a identificação precoce de 
pressóricos alterados apresenta-se como uma ferramenta indispensável na 
redução do 
De acordo com o Guia de Se 
Hipertensión (2015), pode considerar a existência de três fatoresprincipais 
para o desenvolvimento de hipertensão essencial ou primaria: predisposição 
hereditária poligênica, cujo perfil em seres humanos é aleatória; fatores 
ambientais, psicossocial, consumo excessivo de sal, ingestão calórica 
excessiva e/ou de álcool, outros fatores nutricionais (consumo de cálcio, 
potássio, magnésio), e a adaptação estrutural cardiovascular em resposta à 
elevação tensional, o que ocorre precocemente no curso da evolução da 
doença. 
 
2.4.1.Idade 
 
Há uma associação direta e linear entre envelhecimento e o surgimento 
de HA, relacionada ao aumento da expectativa de vida da população brasileira, 
atualmente 74,9 anos e também ao aumento na ≥ 
 década (2000 a 2010), de 6,7% para 10,8% (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
 
8 
 
2.4.2.Sexo 
 
No estudo de Framingham que acompanha fatores de risco 
cardiovascular a longo prazo, foi observada uma maior prevalência de 
hipertensão em mulheres que em homens acima de 65 anos de idade. A PA é 
muito mais baixa nas mulheres em idade precoce, apesar de sua elevação com 
a idade ser muito mais acentuada do que no caso do sexo masculino (LLOYDE 
etal. 2002). 
 
2.4.3.Raça 
 
 distribuição sobre HA: 
10% na amarela; 26,3% na parda/mulata; 29,4% na branca e 34,8% na negra. 
Já o estudo ELSA-Brasil mostrou uma taxa de 30,3% em brancos, 38,2% em 
pardos e 49,3% em negros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 
2016). 
 
2.4.4.Nível de Escolaridade 
 
Adultos com menor índice de escolaridade (sem instrução ou ensino 
fundamental incompleto) apresentaram a maior taxa de HA (31,1%). A 
proporção diminuiu naqueles que completam o ensino fundamental (16,7%), 
mas, em relação às pessoas com superior completo, o índice foi 18,2% 
(SCALA et al. 2015). 
 
2.4.5.Sobrepeso/Obesidade 
 
A prevalência da hipertensão em indivíduos obesos é duas vezes maior 
em relação ao encontrado em indivíduos normopesos (MATAIX, 2002). Os 
dados de diferentes estudos indicam uma relação linear direta entre o IMC e 
9 
 
pressão arterial, sendo mais importante para a localização central de gorduras 
ou obesidade abdominal que a periférica. Homens e mulheres, que apresentam 
predominantemente a gordura na parte superior do corpo (abdômen e ombro) 
está associada mais estreitamente com doença cardiovascular e 
cerebrovascular (GUIA DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPEUTICO SOBRE 
HIPERTENSION, 2015). 
 
2.4.6.Ingestão de Sal 
 
No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), obtidos 
em 55.970 domicílios, mostraram disponibilidade domiciliar de 4,7 g de 
sódio/pessoa/dia (ajustado para consumo de 2.000 Kcal), excedendo em mais 
de duas vezes o consumo máximo recomendado (2 g/dia). Esse consumo é 
menor na área urbana da região Sudeste, e maior nos domicílios rurais da 
região Norte (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
No entanto, uma vez que o efeito do sal não é observado em todos os 
indivíduos, pensa-se que ele é influenciado por fatores genéticos, e apenas 
uma minoria (9- 20%) da população é geneticamente susceptíveis, e isso se 
agravada pela dificuldade de identificar esses indivíduos (GUIA DE 
SEGUIMENTO FARMACOTERAPEUTICO SOBRE HIPERTENSION, 2015). 
 
2.4.7.Consumo Excessivo de Álcool 
 
O consumo elevado de bebidas alcoólicas aumenta a PA de forma 
consistente. Meta-analise de 2012, incluindo 16 estudos com 33.904 homens e 
19.372 mulheres comparou a intensidade de consumo entre abstêmios e 
bebedores. Em mulheres, houve efeito protetor com dose inferior a 10g de 
álcool/dia e risco de HA com consumo de 30-40g de álcool/dia. Em homens, o 
risco aumentado de HA tornou-se consistente a partir de 31g de álcool/dia 
(ANDRADE, 2015, apud SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
 
10 
 
2.4.8.Sedentarismo 
 
Há uma influência direta do sedentarismos sobre o coração e artérias 
coronárias, que tem uma luz maior em pessoas que realizam atividade física do 
que em sedentárias (BATI, 2002). 
Dados da PNS apontam que indivíduos insuficientemente ativos (adultos 
que não atingiram pelo menos 150 minutos semanais de atividade física 
considerando o lazer, o trabalho e o deslocamento) representaram 46,0% dos 
adultos, sendo o percentual significantemente maior entre as mulheres (51,5%) 
(MALTA et al. 2015). 
 
2.5.PREVENÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ser individuais ou coletivas, bu 
 LOTA, 2010; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 
2016). 
 
2.6.DIAGNÓSTICO 
 
A maior parte dos indivíduos com hipertensão arterial são 
assintomáticos, por isso é chamada de doença silenciosa ou doença muda e 
surda. Apesar da ausência de sintomas, níveis elevados da pressão arterial 
estão relacionados a uma maior incidência de eventos mórbidos manifestados 
11 
 
por cardiopatia isquêmica, AVC e doença vascular renal e periférica 
(MASCARENHAS, 2006). 
A avaliação inicial de um paciente com HAS inclui a confirmação do 
diagnóstico, a suspeita e a identificação de causa secundária, e avaliação do 
risco CV. Fazem parte dessa avaliação a medição da PA no consultório e/ou 
fora dele, utilizando-se técnica adequada e equipamentos validados, história 
médica (pessoal e familiar), exame físico e investigação clínica e laboratorial 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
Na Figura 3, pode-se ver um fluxograma sobre o rastreamento de HAS. 
 
12 
 
 
Figura 3 - Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2013). 
 
 
 
13 
 
2.7.TRATAMENTO 
 
Apesar de a HA representar um grande problema de saúde pública, 
observa-se baixo controle da PA. Estudos realizados, na década de 2000, 
com populações americanas demonstraram que apenas 25% dos norte-
americanos apresentavam controle pressórico satisfatório. Para os estudos 
realizados com brasileiros, esse valor é de apenas 20%. Tal controle depende 
da adesão do paciente ao tratamento, o qual se baseia em recursos 
farmacológicos e não farmacológicos (CAIXETA NETO; GONÇALVES; 
CARDOSO FILHO, 2014). 
A abordagem terapêutica da PA elevada inclui medidas não 
medicamentosas e o uso de fármacos anti-hipertensivos, a fim de reduzir a 
PA, proteger órgãos-alvo, prevenir desfechos CV e renais (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). 
A PA 
 
 
(OLIVEIRA, 2013). 
 
2.7.1.Tratamento Não-Farmacológico 
 
 
a morbidade e a mortalidade cardiovasculares por meio de 
 PA. (OLIVEIRA, 2013). 
Os principais fatores a se modificar no cotidiano são os hábitos 
alimentares inadequados, principalmente ingestão excessiva de sal e baixo 
consumo de vegetais, fibras, sedentarismo, obesidade e consumo exagerado 
de álcool (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). A Tabela 1 
mostra de forma resumida as modificações do estilo de vida que podem ser 
adotadas, e o seu efeito na diminuição da pressão arterial. 
 
14 
 
 
Tabela 1 - Modificações do estilo de vida no controle da pressão arterial 
(Modificada). 
Modificação/Redução RecomendaçãoRedução aproximada 
na PAS* 
Controle de peso 
Manter o peso corporal na 
faixa normal (índice de 
massa corporal entre 18,5 
a 24,9 kg/m2) 
5 a 20 mmHg para cada 
10 kg de peso reduzido 
Padrão alimentar 
Consumir dieta rica em 
frutas e vegetais e 
alimentos com baixa 
densidade calórica e baixo 
teor de gorduras saturadas 
e totais. Adotar dieta 
DASH (rica em vegetais e 
frutas, rica em laticínios 
não-gordurosos, pobre em 
gordura saturada). 
8 a 14 mmHg 
Redução do 
consumo 
de sal 
Reduzir a ingestão de 
sódio para não mais de 
100 mmol/dia = 2 g de 
sódio (6 g de sal/dia = 4 
colheres de café rasas de 
sal = 4 g + 2 g de sal 
próprio dos alimentos) 
2 a 8 mmHg 
Moderação no 
consumo de álcool 
Limitar o consumo a 30 
g/dia de etanol para os 
homens e 15 g/dia para 
mulheres 
2 a 4 mmHg 
Exercício físico 
Habituar-se à prática 
regular de atividade física 
aeróbica, como 
caminhadas por, pelo 
menos, 30 minutos por 
dia, 3 a 5 vezes/semana. 
 
4 a 9 mmHg 
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016. 
*Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas. 
 
Uma das primeiras medidas que são tomadas em relação ao paciente 
hipertenso ou que tenha tendência a se tornar hipertenso, são as mudanças no 
seu estilo de vida, pois reduzem a PA, bem como a mortalidade cardiovascular 
(HOFFMAN, 2010). As principais recomendações não medicamentosas para 
prevenção da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de sódio e 
15 
 
de álcool, ingestão de potássio e combate ao sedentarismo e ao tabagismo, 
além de controlar o peso corporal. Essa é uma maneira de contribuir 
positivamente para a saúde do paciente, e quando é seguido fielmente, a 
necessidade de ingestão de medicamentos nem sempre se faz necessária 
(SANTOS, 2007). Porém, é válido ressaltar que mesmo que seja necessário o 
uso de medicamentos, a terapia não-medicamentosa constitui uma importante 
aliada no tratamento de todos os pacientes hipertensos (HOFFMAN, 2010). 
 
2.7.2.Tratamento Farmacológico 
 
 adesão a tornou-se um dos maiores 
problemas enfrentados na dica 
 
 - 
 ntre 
outros fatores (BOING et al. 2007) 
O objetivo primordial do tratamento da HA é a redução da morbidade e 
da mortalidade cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CARDIOLOGIA, 2006). Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a 
pressão arterial, mas também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais. 
Ha evidências cientificas através de estudos clínicos de desfechos que 
mostram benefícios do tratamento realizado com o uso de diuréticos (DIU), 
inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores dos 
receptores AT1 da angiotensina II. Deve ser ressaltado que a maioria desses 
estudos utilizou medicamentos em associação. Com base nas informações 
disponíveis, a proteção observada não depende do tipo de fármaco 
empregado, mas fundamentalmente da redução da PA (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
A associação farmacológica apresenta diversas vantagens se 
comparada à monoterapia como, por exemplo, o aumento da eficácia anti-
16 
 
hipertensiva resultante da combinação de fármacos, que agem por 
mecanismos de ação diferentes, além de haver uma diminuição dos efeitos 
adversos devido ao uso de doses menores, melhorando a adesão ao 
tratamento (ANDERSON, 2015). 
Todos os medicamentos anti-hiper 
 contra-indicações especificas. A 
preferência inicial será sempre por aqueles em que haja comprovação de 
diminuição de eventos CV, ficando os demais reservados a casos especiais em 
que haja a necessidade da associação 
sejam atingidas as metas da PA (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CARDIOLOGIA, 2016). 
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (2016), 
existem 9 classes de medicamentos que podem ser utilizadas para o 
tratamento de HA, descritas abaixo: 
 
A. Diuréticos 
Os mecanismos de ação anti-hipertensiva dos DIU relacionam-se 
inicialmente aos seus efeitos natriuréticos, com diminuição do volume 
extracelular. Após quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente se 
normaliza e ocorre redução da pressão vascular (SOCIEDADE BRASILEIRA 
DE CARDIOLOGIA, 2016). 
Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos 
estudados e de menor custo (LIPSITZ, 2013) ou similares (Clortalidona e 
Indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de 
ação, reservando-se os DIU de alça (Furosemida e Bumetanida) aos casos de 
insuficiência renal e situações de edema (insuficiência cardíaca ou insuficiência 
renal). Os poupadores de potássio (Espironolactona e Amilorida) são 
habitualmente utilizados em associação com os tiazí 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
 
17 
 
Principais reações adversas 
Hipopotassemia, por vezes acompanhada de hipomagnesemia, que 
pode induzir arritmias ventriculares, e hiperuricemia. Os diuréticos também 
podem provocar intolerância à glicose, aumentar o risco do aparecimento do 
diabetes melitus, além de promover aumento de triglicérides, efeitos esses, em 
geral, dependentes da dose (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 
2010). 
 
B. Agentes de ação central 
Os agentes alfa-agonistas de ação central agem através do estímulo dos 
 α que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. Os 
efeitos bem definidos dessa classe são: diminuição da atividade simpática e do 
reflexo dos barorreceptores, contribuindo para bradicardia relativa e a 
hipotensão notada em ortostatismo; discreta diminuição na resistência vascular 
periférica e no débito cardíaco; redução nos níveis plasmáticos de renina e 
retenção de fluidos (VONGPATANASIN, et al. 2011). 
São representantes desse grupo: Metildopa, Clonidina, Guanabenzo e 
os inibidores dos receptores imidazolínicos (Moxonidina e Rilmenidina) 
(KAPLAN, et al. 2015). 
Principais reações adversas 
São, em geral, decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, 
boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção sexual. A frequência é um 
pouco menor com os inibidores de receptores imidazolidínicos (FORMULÁRIO 
TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
C. Betabloqueadores (BB) 
Promovem diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de 
renina, havendo readaptação dos barorreceptores e diminuição das 
catecolaminas nas sinapses nervosas. Os fármacos de terceira geração 
18 
 
(Carvedilol, Nebivolol) têm também efeito vasodilatador por mecanismos 
diferentes: bloqueio do receptor alfa-1 adrenérgico, e aumento da síntese e 
liberação de óxido nítrico no endotélio vascular respectivamente. 
 - ientes com tremor essencial, síndromes 
hipercinéticas, cefaléia de origem vascular e hipertensão portal (HELFAND et 
al. 2015). 
Essa classe é usada como fármaco inicial em situações específicas, 
como a associação de arritmias supraventriculares, enxaqueca, insuficiência 
cardíaca e coronariopatia, sendo que, nas duas últimas condições, deve estar 
associado a outros fármacos (LÓPEZ-SENDÓN, 2004). 
Principais reações adversas 
Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, 
vasoconstrição periférica, insónia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e 
disfunção sexual (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
D. Alfabloqueadores 
Os medicamentos dessa classe agem como antagonistas competitivos 
 α -receptores pós-sinápticos, levando a redução da resistência vascular 
periférica sem maiores mudanças no débito cardíaco. São representantes 
dessa classe a Doxazosina, Prazosina e Terazosina.Possui efeito hipotensor 
discreto como monoterapia, sendo a preferência pelo uso associado (KAPLAN 
2015). 
Principais reações adversas 
Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a 
dose inicial for alta, palpitações e, eventualmente, astenia (FORMULÁRIO 
TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
 
19 
 
 
E. Vasodilatadores diretos 
Os medicamentos que representam essa classe são Hidralazina e 
Minoxidil. Atuam diretamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando a 
redução da resistência vascular periférica (VONGPATANASIN et al. 2011). 
Principais reações adversas 
Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e 
taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia 
(FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
F. Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) 
Essa classe atua primordialmente proporcionando redução da 
resistência vascular periférica como consequência da diminuição da quantidade 
de cálcio no interior das células musculares lisas das arteríolas, decorrente do 
bloqueio dos canais de cálcio na membrana dessas células (ELLIOTT, 2011). 
São classificados em 2 tipos básicos: os diidropiridinicos e os não 
diidropiridinicos. 
Os BCC diidropiridinicos (Amlodipino, Nifedipino, Felodipino, 
Nitrendipino, Manidipino, Lercanidipino, Levanlodipino, lacidipino, Isradipino, 
Nisoldipino, Nimodipino) exercem um efeito vasodilatador predominante, com 
mínima interferência na frequência e na função sistólica, sendo, por isso, mais 
frequentemente usados como anti-hipertensivos. Os não diidropiridinicos, como 
as fenilalquilaminas (Verapamil) e as benzotiazepinas (Diltiazem), tem menor 
efeito vasodilatador, e podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos, o que 
restringe seu uso a alguns casos específicos (MESSERLI, 2002). 
Principais reações adversas 
Cefaleia, tontura, rubor facial - mais frequente com diidropiridínicos de 
curta ação - e edema de extremidades. Esses efeitos adversos são, em geral, 
dose-dependentes. Mais raramente, podem induzir a hipertrofia gengival. Os 
20 
 
diidropiridínicos de ação curta provocam importante estimulação simpática 
reflexa, sabidamente deletéria para o sistema cardiovascular. Verapamil e 
diltiazem podem provocar depressão miocárdica e bloqueio atrioventricular. 
Obstipação intestinal é observada, particularmente, com Verapamil 
(FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
G. Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) 
São anti-hipertensivos eficazes que tem como ação principal a inibição 
da enzima conversora de angiotensina I, impedindo a transformação de 
angiotensina I em angiotensina II, de ação vasoconstritora (SINDONE, et al. 
2013). 
 Principais reações adversas 
Tosse seca, alteração do paladar e, mais raramente, reações de 
hipersensibilidade com erupção cutânea e edema angioneurótico 
(FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
H. Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA) 
Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio 
especí 
proliferativas e estimuladoras da liberação de aldosterona, próprias da 
angiotensina II (PFEFFER, et al. 2003). 
Principais reações adversas 
Os bloqueadores do receptor AT1 apresentam bom perfil de 
tolerabilidade. Foram relatadas tontura e, raramente, reação de 
hipersensibilidade cutânea (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
 
21 
 
I. Inibidores diretos da renina 
 disponível para uso 
clínico, promovendo a inibição direta da ação da renina com consequente 
diminuição da formação de angiotensina II. 
a redução da PA, tais como redução da atividade plasmática de renina 
(DANSER, 2009), bloqueio de um receptor celular próprio de renina/pré-renina 
e diminuição da síntese intracelular de angiotensina II. 
 Principais reações adversas 
Apresentam boa tolerabilidade. diarreia (especialmente com doses 
elevadas, acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais 
frequentes, porém em geral com incidência inferior a 1%. Seu uso é 
contraindicado na gravidez (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010). 
 
 
2.7.3.Aspectos importantes na escolha do Tratamento 
 
O tratamento com medicamentos poder ser realizado com uma ou mais 
classes de fármacos, de acordo com a necessidade, para que sejam obtidas as 
metas para a PA e de acordo com situações especificas. Esquema de 
tratamento recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016) na 
Figura 4. 
 
22 
 
 
Figura 4 - Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial. RCV: risco 
cardiovascular; TNM: tratamento não medicamentoso; DIU: diuréticos; IECA: 
inibidores da enzima de conversão da angiotensina; BCC: bloqueador dos 
canais de cálcio; BRA: bloqueador do receptor de angiotensina; BB: 
betabloqueadores (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
 
A monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para 
pacientes com HA estágio 1, com risco CV baixo e moderado. Entretanto, 
deve-se observar que, de acordo com a meta a ser atingida, a maioria dos 
pacientes irão necessitar da associação de medicamentos (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). Para a escolha dos medicamentos 
em associação, como descrito na Figura 5, deve ser evitado o uso de anti-
hipertensivos com mesmo mecanismo de ação. Fazem exceção a essa regra a 
associação de DIU tiazídicos com poupadores de potássio (WALD, et al. 2009). 
23 
 
 
 
Figura 5 - Esquema preferencial de associações de medicamentos, de acordo 
com mecanismos de ação e sinergia (Adaptado de Journal of Hypertension, 
2007). 
 
 
da morbidade e da mortalidade cardiovasculares. Assim, os anti-hipertensivos 
devem s 
 -fatais. 
 -medicamentoso objetiva a 
 
 - 
 
 
 
 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 
2016). 
 ca o uso de betabloqueadores como droga de primeira linha 
no tratamento da HAS. 
 
24 
 
 
 
 -
 - 
 
morbimortalidade cardiovascular quando utilizado em pacientes mais jovens 
(KHAN; MCALISTER, 2006).A Figura 6 apresenta a Tabela de Indicações das 
principais situações clínicas por classes medicamentosas. 
Figura 6 - Adaptado de GUSSO, 
2012). 
 
 ca ou 10mmHg na 
 
 e de 40% no risco de apresentar AVC (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010) 
Quando os 
medicamentoso pode ser iniciado com dois anti-hipertensivos em doses baixas 
simultaneamente. Essa asso 
 -associada deve ser um inibidor da enzima conversora de angiotensina ou um 
betabloqueador e vice-versa (GUSSO; LOPES, 2012). O Quadro de 
25 
 
Birmingham (Figura 7 
(LIP; BEEVERS; BEEVERS, 1998). 
 
Figura 7 - gas no manejo da 
HAS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 
 
 
 
 
 - 
 
 
 
 
 
 
ao sinergismo de efeito sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona 
(DEARY et al., 2002). 
 - 
 
 
 
 por medidas residenciais 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). 
 
26 
 
2.8.MÉTODO DÁDER DE SEGUIMENTO FARMACÊUTICO 
O Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico foi desenvolvido 
pelo Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica da Universidad de 
Granada na Espanha (1999) para ser utilizado em farmácias comunitárias, 
sendo aplicável a qualquer usuário. Usa como princípio técnicas para a 
resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM) através da 
utilização de fichas de acompanhamento que são preenchidas manualmente 
(BRUNE, 2014). 
O 
 
 
 
 
 os resultados 
obtidos (BRUNE, 2014). 
De acordo com o método Dáder as classificações para os PRMs são 6, 
como mostra a Tabela 2. 
 
Tabela 2 - Classificação dos Problemas Relacionados aos Medicamentos 
(PRMs), a partir das características de necessidade, efetividade e segurança. 
NECESSIDADE EFETIVIDADE SEGURANÇA 
27 
 
PRM 1 
O paciente 
apresenta um 
problema de 
saúde por não 
utilizar a 
farmacoterapia 
que precisa. 
PRM 2 
O paciente 
apresenta um 
problema de 
saúde por um 
farmacoterapia 
que não 
precisa. 
PRM 3 
O paciente 
apresenta um 
problema de 
saúde por uma 
inefetividade 
não 
quantitativa da 
farmacoterapia. 
PRM 4 
O paciente 
apresenta um 
problema de 
saúde por uma 
inefetividade 
quantitativa da 
farmacoterapia. 
PRM 5 
O paciente 
apresenta um 
problema de 
saúde por 
uma 
segurança 
não 
quantitativa 
do 
medicamento. 
PRM 6 
O paciente 
apresenta um 
problema de 
saúde por 
uma 
insegurança 
quantitativa 
de um 
medicamento. 
Fonte: Acervo pessoal, 2017 (Adaptado de CONSENSO GRANADA, 202). 
O e 
 -se as 
 
 
 
De acordo com Fernández-Llimós (2004) e Salazar-Ospina (2014), o 
procedimento consta das seguintes fases: 
  
 
 necessidade de acompanhamento para melhorar 
os resultados de sua farmacoterapia. É essencial a abordagem e 
incentivo para que o paciente participe da primeira consulta. Neste 
momento é necessário que o paciente esteja acompanhado da listagem 
de todos os medicamentos que faça uso. 
 Primeira Entrevista  Nesta fase é feita uma análise da situação, 
identificando os pontos que mais preocupam o paciente, ver o 
conhecimento do paciente a cerca dos fármacos que toma, quais as 
suas indicações terapêuticas e verificar se cumpre a prescrição. Verificar 
se existem resultados negativos associados ao medicamento (RNM), 
28 
 
fazer uma revisão da terapêutica e reavaliar tudo o que foi falado 
 
 
 
 ente diferenciadas: Fase de preocup 
 
 
  Nesta fase o profissional deve organizar toda a 
informação recolhida na entrevista relacionados à farmacoterapia e 
posologias efetivas, dados sobre o paciente como idade, sexo, alergias 
e estilo de vida. Depois se deve fazer uma associação entre o problema 
de saúde e os medicamentos que o paciente efetivamente usa para o 
tratamento daquele problema (não aqueles que foram prescritos, mas 
aqueles que na realidade são tomados). Nesta etapa pode ocorrer o 
aparecimento de problemas de saúde em que o paciente não está ciente 
ou ainda medicamentos que o doente toma sem que haja algum 
problema identificado. Estas duas situações podem ser consideradas 
RNM. 
 Fase de Estudo  O propósito desta fase é obter informações sobre o 
estado de saúde e os medicamentos utilizados para tal situação. Para 
isso é necessário se fundamentar em publicações científicas, normas 
internacionais e outras referências bibliográficas. 
  Identificar, relacionar e registar os RNM, e através 
disso desenvolver estratégias para sua resolução, criando um plano de 
monitoramento do paciente. 
  O objetivo d 
 
 ias para resolver os PRM que o paciente possa 
estar apresentando. Este processo é individual e é específico para cada 
paciente, caracterizando uma consulta de seguimento 
farmacoterapêutico. Os RNM identificados anteriormente são 
comunicados ao paciente, bem como o plano de cuidados para poder 
minimizá-los ou resolvê-los. 
29 
 
  
obteve com a 
 
 
 
  
 
Se existirem ainda problemas identificados, cria-se um novo estado de 
situação. 
 Entrevistas Sucessivas  Acompanhamento feito para monitorar o 
paciente, avaliando se estão sendo cumpridas as estratégias traçadas 
para se evitar ou resolver os RNM. Caso venham a aparecer novos 
RNM, essas entrevistas permitem sua identificação, e dessa forma são 
gerados novos estados de situação em busca de novas soluções. 
 
30 
 
3.OBJETIVOS 
 
3.1.OBJETIVO GERAL 
 
Elaborar uma proposta de protocolo clínico de cuidado farmacêutico 
para pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica no nível de Atenção 
Primária à Saúde aplicável em uma farmácia. 
 
3.2.OBJETIVOSESPECÍFICOS 
 
I. Realizar uma revisão sobre a epidemiologia e fisiopatologia da HAS; 
II. Realizar uma revisão sobre aspectos farmacológicos no tratamento da 
HAS; 
III. Desenvolver uma proposta de abordagem e orientação para pacientes 
com HAS; 
IV. Desenvolver uma proposta de plano de seguimento farmacoterapêutico 
aplicado a pacientes com HAS. 
 
31 
 
4.MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Com a finalidade de atingir o objetivo principal deste trabalho, foi 
realizado um método de pesquisa de natureza qualitativa, com base na revisão 
de artigo nacional e internacional, utilizando os bancos de dados PUBMED, 
MEDLINE e SCIELO, abordando os temas hipertensão arterial; 
acompanhamento farmacoterapêutico; atenção farmacêutica; assistência 
farmacêutica. 
A partir da pesquisa e revisão bibliográfica realizadas, foi possível 
encontrar as diferentes formas de aporte científico para a construção do 
protocolo de cuidado farmacêutico a pacientes portadores de HA, apontando os 
conceitos básicos sobre a doença, assim como a abordagem farmacêutica e 
seus critérios de avaliação. 
Através das informações obtidas nesse trabalho, foi proposto o 
Protocolo de Cuidado Farmacêutico, que contem informações necessárias ao 
farmacêutico, como orientações que devam ser repassadas ao paciente, e um 
questionário para abordagem , baseada no Método Dáder. 
 O Protocolo tem o propósito de ser aplicado em uma farmácia, 
complementando o atendimento farmacêutico a cerca dos pacientes portadores 
de HA. 
 
32 
 
5.RESULTADOS 
 
5.1.CONCEPÇÃO DO PROTOCOLO DE CUIDADO FARMACÊUTICO 
 
 O resultado deste trabalho foi o desenvolvimento do Protocolo de 
Cuidado Farmacêutico para a Hipertensão Arterial, que contem orientações ao 
paciente, aspectos técnicos do atendimento e formulários de atendimento 
farmacêutico. 
 Com objetivo de tratar especificamente pacientes com HA, foi 
elaborado um protocolo de atendimento farmacêutico, onde é possível realizar 
um AF com o paciente, além de analisar os PRM e contribuir na prevenção dos 
RNM. Esse tipo de atendimento permite acompanhar mais de perto a evolução 
do tratamento e também instruir o paciente quanto à sua doença e a 
importância de se administrar sua medicação corretamente 
 
5.2.DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO DE CUIDADO 
FARMACÊUTICO 
 
 Para desenvolver esse trabalho, utilizou-se como base o Método 
Dáder, e o Formulário de Consulta Farmacêutica utilizado na Farmácia 
Universitária da Universidade Federal de Juiz de Fora, junto com as 
informações adquiridas na Revisão Bibliográfica. Foram realizadas adaptações 
que se adequassem a realidade dos pacientes de uma farmácia, juntamente 
com a inclusão de métodos específicos para se acompanhar o tratamento e 
evolução da HA. 
 
5.2.1.Protocolo de Cuidado Farmacêutico 
 
Para que o farmacêutico avalie de forma correta o paciente, ele deve 
saber sobre a doença. Para que isso ocorra de forma sucinta, foi elaborado um 
quadro, onde o farmacêutico pode fazer uma consulta rápida antes dos 
33 
 
atendimentos para tirar dúvidas. Esse modelo pode ser observado na Figura 8: 
 
 
Figura 8- Informações básicas para consulta do farmacêutico sobre HA 
(Adaptado SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2017). 
 
Para compor um material de consulta rápida para os farmacêuticos, com 
base nos medicamentos atualmente disponíveis na Farmácia Universitária, 
foram elaboradas tabelas que compõem o anexo A (Tabelas 3, 4, 5, 6, 7 e 8) 
com as informações farmacológicas principais sobre estes medicamentos, com 
base no Formulário Terapêutico Nacional (2010). 
A parte seguinte deste protocolo se refere aos formulários para o plano de 
34 
 
seguimento farmacoterapêutico aplicado a HAS. Esta é a etapa onde 
farmacêutico realiza a coleta de informações sobre os problemas de saúde do 
paciente, sobre os medicamentos utilizados, faz a avaliação e planeja as 
intervenções farmacêuticas. No ANEXO B estão apresentados os formulários 
de atendimento indicados pelo método DADER que podem ser utilizados no 
atendimento em uma farmácia. 
Além dos formulários apresentados, sugere-se a seguir um formulário 
para a abordagem dos portadores de HAS que forem atendidos pelos serviço 
de cuidado farmacêutico. Este formulário aborda especificamente sobre a 
doença, em relação ao diagnóstico de uma possível crise e o tratamento, como 
demonstra a Figura 9. 
 
 
Avaliação da HAS 
 
 Sabe identificar quando a PA esta alta? ( ) SIM ( ) NÃO 
Se SIM, quais as medidas que você toma? 
 
 Sente dor de cabeça? Dor no peito? ( ) SIM ( ) NÃO 
 
 Possui Diabetes Melittus? ( ) SIM ( ) NÃO 
Se SIM, qual a forma de tratamento? Se toma medicamento, qual nome? 
 
 Quando foi sua última aferição de PA? Lembra o valor? ( ) SIM ( ) NÃO 
 Sabe a finalidade de cada medicamento que faz uso? ( ) SIM ( ) NÃO 
Figura 9 - Diagnóstico e Tratamento (Acervo próprio, 2017). 
 
 
35 
 
6.DISCUSSÃO 
 
 ca Brasileiro (CRF, 2004 
 -o em todos 
os sentidos. A AF consiste no mais recente caminho a ser tomado para tal 
finalidade. Segundo a OMS, a AF - al 
 
1993), e de que o medicamento é um meio de se alcançar um resultado, 
focando a atenção no paciente. 
 
macrocomponentes 
 
 
tenham como objetivo o uso racional de medicamentos. E esse uso racional 
esta relacionado não só a administração correta dos medicamentos que devem 
ser ingeridos, como também aqueles desnecessários a utilização, para que 
sejam retirados ou substituídos por alternativa mais adequada. 
 Em 1990, Hepler e Strand ao publicarem o artigo “Opportunities and 
responsibilities in pharmaceutical care” demonstraram claramente que o 
envolvimento dos farmacêuticos na avaliação dos resultados clínicos 
produzidos pelos medicamentos podia contribuir para a redução da 
morbimortalidade relacionada com os mesmos. Vários estudos revelam o 
impacto da morbilidade associada aos medicamentos. Num estudo realizado 
nos Estados Unidos da América em 1996, os RNM constituíram a segunda 
causa de internamento evitável, depois do cancro e seguidos do enfarto do 
miocárdio, DM e asma. 
Seguimento Farmacoterapêutico(SF) é a prática profissional na qual o 
farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do paciente relacionadas 
com os medicamentos. Realiza-se mediante a detecção de PRM para a 
prevenção e resolução de resultados negativos associados aos medicamentos. 
Este serviço implica um compromisso, que deve prover-se de forma 
continuada, sistematizada e documentada, em colaboração com o próprio 
36 
 
paciente e com os demais profissionais do sistema de saúde, com o objetivo de 
alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente. 
 
 
para ser realizado com a ia de modo a permitir avaliar não só o 
processo, mas sobretudo os resultados. Para a realização dos SF, foram 
propostos por diferentes grupos métodos a serem seguidos, podendo-se citar o 
DOT (Direct Observed Treatment), FARM (Finds, Assessment, Resolution, 
Monitoring), SOAP (Subject, Objective, Assessment, Plan), PWDT 
(Pharmacist’s Workup of drug Therapy), TOM (Therapeutical Outcomes 
Monitoring) e o DÁDER (SILVA, 2014). 
 -laboratoriais dos 
pacientes e interferindo diretamente na farmacoterapia. E para que a adesão a 
farmacoterapia ocorra, devem ser levados em consideração inúmeros fatores, 
e de acordo com Teixeira e col. (2003), informações, instruções e 
recomendações são essenciais ao paciente, e melhoram sua adesão. 
 Um estudo piloto feito com pacientes portadores de HAS, realizado em 
uma farmácia comunitária privada no município de Matão em São Paulo, dividiu 
em um grupo controle e um grupo intervenção 176 pacientes hipertensos. No 
grupo intervenção foram feitas intervenções farmacêuticas, e observou-se que 
caiu de 45% para 20% a porcentagem de pacientes que possuía hipertensão 
descontrolada. Já no grupo controle, não houve diferença significativa nos 
níveis de pressão arterial desses pacientes. Através desse estudo é possível 
observar o quanto a intervenção farmacêutica contribui para uma melhor 
adesão terapêutica (MODÉ, et al. 2015). 
Um estudo, publicado em novembro de 2009 na revista Archives of 
Internal Medicine, avaliou 402 pacientes com hipertensão arterial não 
controlada, divididos em dois grupos. No primeiro, o farmacêutico se limitou a 
somente dispensar o medicamento. Já no segundo, o farmacêutico aplicou 
37 
 
seus conhecimentos específicos para avaliar a pressão arterial e constatar o 
paciente e sugerir o ajuste no medicamento. Após seis meses, 64% dos 
pacientes do segundo grupo atingiram os níveis recomendados, enquanto 
apenas 30% do primeiro grupo alcançaram o mesmo objetivo (CRF-SP, 2012). 
 
 
 
 icas no Brasil, sendo 
os primeiros publicados em 2006. Isso acontece porque apesar do Brasil ter 
mais de 82 mil farmácias e dograrias, a maioria dos farmacêuticos presentes 
estão sobrecarregados com atividades burocráticas. Dificultando a volta da 
imagem de que as farmácias são estabelecimentos de saúde, e não de 
comercio ou depósitos de medicamentos. 
O farmacêutico deve ter uma linha de raciocínio que abranja além do 
medicamento, e assim todas as necessidades do paciente. E as orientações 
citadas nesse Protocolo de Cuidado Farmacêutico visam ajudar nesse 
processo, pois o medicamento não deve ser o centro da AF, pois esta é uma 
atividade clínica que tem a intenção de fazer uma dispensação especializada. 
Esse propósito de atividade clínica é buscado em conjunto com a 
implementação do Protocolo de Cuidado Farmacêutico discutido nesse 
trabalho. 
A implementação de Protocolos de Cuidado Farmacêutico busca mudar 
a ideia de que o farmacêutico e apenas um vendedor de medicamentos 
valorizando a profissão farmacêutica, trazendo benefícios necessários ao 
paciente. 
 
38 
 
7.CONCLUSÃO 
 
 
 
 - 
 
 
 - 
 adesão. 
 
sobre a necessidade de a 
 
afetam a qualidade de vida. 
 
 
A Atenção Farmacêutica é um conceito novo de prática farmacêutica 
que, apesar de enfrentar dificuldades, vem sendo implantado gradativamente. 
Essa prática, além de favorecer amplamente o paciente, levando ao alcance 
dele uma terapia mais efetiva e resultados satisfatórios, vem valorizar o 
farmacêutico que deve estar apto a criar uma interação direta com o paciente 
hipertenso, a fim de estabelecer uma farmacoterapia racional, visando obter 
resultados positivos relacionados à doença, melhorando a qualidade de vida do 
paciente. 
A utilização de protocolos clínicos para atendimento farmacêutico são 
ferramentas de grande valia para orientar a atenção farmacêutica, e deixar de 
forma clara quais as necessidades do paciente. Este trabalho irá permitir o 
acompanhamento de esses pacientes portadores de HA, através de entrevistas 
que buscam abordar o contexto social e medicamentoso desse indíviduo, de 
forma a adquirir informações que irão contribuir para a anáise das intervenções 
necessárias a serem realizadas. 
 
39 
 
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