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INTRODUÇÃO AO DIREITO – CURSO TECN GEST COM – 2ª A D O- EXERCÍCIOS REFERENTES A MATÉRIA LECIONADA NO PRIMEIRO BIMESTRE – 2020-2 MARGARETE LIMA MENEZES 1) O que é a personalidade jurídica e quais as pessoas a possuem? R: Personalidade jurídica é a aptidão reconhecida pela ordem jurídica a alguém para exercer direitos e contrair obrigações ou deveres numa relação jurídica. A personalidade das pessoas jurídicas começa com a sua constituição, geralmente feita mediante registro junto às autoridades competentes. 2) Qual a diferença entre personalidade jurídica e capacidade civil? R: Em geral, os doutrinadores colocam a capacidade jurídica e a capacidade civil como sinônimos e, também, como característica de toda pessoa, fazendo a ressalva de que para alguns esta capacidade é limitada, entendendo assim que a capacidade é a medida da personalidade. A personalidade é um valor, a capacidade é a projeção desse valor que se traduz em um quantum. 3) Quem são as pessoas físicas classificadas como plenamente capazes, como relativamente incapazes e como absolutamente incapazes e como podem eles exercer seus direitos na vida civil? R: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de dezesseis anos. É importante citar que a Lei nº13.146/2015 fez importantes alterações na legislação, isto porque, até a sua publicação, os ébrios habituais, os viciados em tóxico e aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pudessem exprimir sua vontade também eram considerados absolutamente incapazes. Essa alteração reflete o entendimento jurisprudencial de que a incapacidade, nessas hipóteses, dependeria do ato concreto. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, os ébrios habituais e os viciados em tóxico, aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade e os pródigos. São plenamente capazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os maiores de dezoito anos. A incapacidade absoluta acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito. O ato somente poderá ser praticado pelo representante legal do absolutamente incapaz. A incapacidade relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido por seu representante legal, sob pena de anulabilidade. Certos atos, porém, pode praticar sem a assistência de seu representante legal, como ser testemunha (art. 228, I), aceitar mandato (art.666), fazer testamento (art. 1.860, parágrafo único), exercer empregos públicos para os quais não for exigida a maioridade (art. 5º, parágrafo único, III), casar (art. 1.517), ser eleitor, celebrar contrato de trabalho, etc. 4) Quais as causas de emancipação dos incapazes? R: A emancipação não faz com que o menor de idade seja considerado maior. É uma forma de antecipar tão somente a aquisição da capacidade civil antes da idade legal. Uma vez que o adolescente não passa a ser considerado maior de idade, ele continua com as benesses existentes para os menores, ou seja, não interfere no Direito Penal. Da mesma forma, não será permitido ao menor tirar carteira de habilitação. Ponto importante é quanto aos danos causados pelo menor emancipado, tendo os tribunais decidido que a emancipação voluntária – que é a mais escolhida pelos pais – e até mesmo a judicial não exime os pais da obrigação de indenizar alguém pelos atos praticados pelo filho emancipado. 5) Quais os requisitos para o exercício de atividade econômica empresarial no Brasil? R: Os requisitos para o exercício de atividade econômica empresarial no Brasil são: estar em pleno gozo da capacidade civil e não ser legalmente impedido ou seja, em regra, qualquer pessoa maior de dezoito anos, pode ser empresário, na condição de titular de firma individual ou administrador de sociedade. Os maiores de dezesseis anos, legitimamente emancipados, também adquirem capacidade para o exercício de atividade empresarial. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Neste caso, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. De regra, os estrangeiros podem desempenhar a atividade empresarial, desde que regularmente respeitadas as normas atinentes a sua permanência no território nacional, nos termos do Estatuto do Estrangeiro (Lei nº6.815/80). 6) Quem está impedido ou proibido para o exercício de atividade econômica empresarial no Brasil? R: Estão impedidos ou proibidos para o exercício de atividade econômica empresarial no Brasil o menor de 16 anos, as pessoas relativamente incapazes (salvo quando autorizados judicialmente para continuação da empresa), os funcionários públicos, os militares integrantes das forças armadas (marinha, exército ou aeronáutica), além dos integrantes dos efetivos militares sob a responsabilidade dos Estados e Distrito Federal, os magistrados e membros do ministério público, os diplomatas representantes de países estrangeiros no Brasil, salvo os cônsules honorários, os auxiliares do empresário (entre eles os leiloeiros, corretores, despachantes aduaneiros) e o falido a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações e os estrangeiros não residentes no país, 7) Quais as obrigações fundamentais do empresário no exercício da sua atividade empresarial? R: Os empresários têm, basicamente, três obrigações fundamentais no exercício da sua atividade empresarial: dever de arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial, dever de escrituração dos livros empresariais obrigatórios e dever de levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e de resultado econômico da empresa. 8) Qual a finalidade e como se estrutura o Registro do Comércio (ou Registro de Empresas) no Brasil? R: As finalidades do Registro do Comércio (ou Registro de Empresas) no Brasil são as seguintes: dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma da lei, cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes e proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento. O Registro do Comércio (ou Registro de Empresas) se estrutura em Departamento Nacional de Registro do Comércio (órgão central com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo) e as Juntas Comerciais (como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro). 9) Diferenciar: Nome empresarial, título de estabelecimento, marca de produto e título (ou nome) de domínio. R: O nome empresarial também é definido como Razão Social e é essa nomenclatura que constará no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e em todos os documentos oficiais da empresa, garantindo a permissão legal para que ela opere. O título de estabelecimento é a designação que o empresário empresta ao local em que desenvolve sua atividade, é o nome, “apelido” pelo qual determinado estabelecimento empresarial é identificado na praça em que atua, sendo também chamado, na prática, de nome fantasia. A marca de produto é um sinal distintivo que serve para identificar um produto ou um serviço de outros idênticos, similares ou afins. Em resumo, a marca é um símbolo que faz com que uma pessoa se lembre de uma determinada empresa ou produto. O título (ou nome) de domínio é o nome que o site e os e-mails vão levar, ou seja,o endereço eletrônico da empresa. 10) Quais as características da Sociedade Simples e qual das sociedades admissíveis no Brasil pode ser considerada como obrigatoriamente Sociedade Simples? R: As características da Sociedade Simples são: não existência de uma organização de bens materiais e intelectuais e recursos humanos de forma que o objetivo seja a produção e acumulação sistemáticas de recursos financeiros (riqueza), é a que menos tem formalidades e o único tipo que permite o ingresso do sócio por meio da contribuição em serviço, em que um sócio pode ingressar com capital, seja com bens imóveis, dinheiro e outros, e o segundo sócio entrar exclusivamente com a prestação de serviço. Com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, a regra de regência supletiva das limitadas foi modificada. Atualmente os sócios têm duas opções: podem optar pelas normas da sociedade simples ou da anônima. No silêncio do contrato, aplicam-se, obrigatoriamente, as disposições da sociedade simples. 11) Qual a responsabilidade patrimonial e pessoal dos sócios na Sociedade Limitada e quando pode ocorrer a despersonalização (ou desconsideração) da personalidade jurídica da Sociedade Limitada? R: O princípio da autonomia patrimonial confere aos sócios a segurança de que responderão por eventuais dívidas da empresa apenas com os bens aportados a esta, não com seu patrimônio pessoal. Assim os bens pessoais dos sócios não se comunicam com o patrimônio da sociedade, sendo o patrimônio desta imune às dívidas particulares dos sócios, assim como estão isentos, em regra, os sócios de responder com seus patrimônios pessoais pelas obrigações da sociedade. A despersonalização (ou desconsideração) da personalidade jurídica da Sociedade Limitada pode ocorrer nos casos de dolo, fraude, desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 12) Admite-se a existência de Assembleia Geral na Sociedade Limitada? Em que hipótese seria obrigatória tal existência? R: Admite-se a existência de Assembleia Geral na Sociedade Limitada quando previsto no contrato social. Tal existência será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez. 13) Admite-se sem restrições a constituição de uma sociedade na forma de Sociedade Limitada (Ltda) entre cônjuges? Esclarecer. R: O artigo 977 do Código Civil veda a contratação de sociedade entre cônjuges casados no regime da comunhão universal ou separação obrigatória. A vedação legal tem razões óbvias. No primeiro caso (comunhão universal) a sociedade seria uma espécie de ficção, já que a titularidade das quotas do capital de cada cônjuge na sociedade não estaria patrimonialmente separada no âmbito da sociedade conjugal. Já no que tange ao regime da separação obrigatória, seria ilógico as partes contratarem sociedade se a lei não lhes permite misturar seus patrimônios no âmbito do casamento. Em outras palavras, pela atual lei só é permitida a constituição de sociedade entre marido e mulher, ou entre ambos e um terceiro, quando forem casados sob o regime da separação total de bens (artigo 1687 do Código Civil ), separação parcial (artigo 1658 do Código Civil) ou participação final nos aquestos (artigo 1672 do Código Civil). 14) O que se considera como sociedade comum? Quais as consequências legais para uma sociedade assim considerada? R: Considera-se como sociedade comum uma sociedade empresária de fato ou irregular que não está juridicamente constituída sendo, portanto, uma sociedade não personificada e que não pode ser considerada uma pessoa jurídica. As consequências legais para uma sociedade assim considerada são: não poderá pedir a falência de outro empresário ou requerer o processamento de sua recuperação judicial no caso de necessitar, bem como a falência da sociedade acarretará a falência dos seus sócios e não poderá negociar e operar com instituições financeiras, participar de licitações e, posteriormente, contratar com a administração pública, enfim, praticar uma série de atos que são imprescindíveis ao quotidiano e bom andamento da atividade de qualquer empresário. Além dessas sançõesxistem outras de natureza fiscal e administrativa, como implicações na inscrição do empresário ou da sociedade no CNPJ e nos cadastros estaduais e municipais, bem assim na matrícula do empresário perante o INSS podendo, assim, dar ensejo à cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação tributária instrumental. 15) Qual das espécies de sociedades existentes no Brasil é considerada despersonalizada (ou despersonificada) e quais as suas características? R: Das espécies de sociedades existentes no Brasil a sociedade comum é considerada despersonalizada (ou despersonificada). Sua principal característica é o fato de não estar juridicamente constituída. 16) Quais as espécies de sociedades existentes no Brasil e quais são consideradas obrigatoriamente empresárias e quais as características de uma Sociedade Empresária? R: Existem 9 tipos de sociedade no Brasil: Sociedade Simples, Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples, Sociedade Limitada, Sociedade Cooperativa, Sociedade em Cota de Participação, Sociedade de Advogados, bem como Sociedade Anônima e Sociedade em Comandita por Ações, essas consideradas obrigatoriamente empresárias. Uma Sociedade Empresária se caracteriza por ser um grupo de pessoas com um objetivo em comum de exercer uma atividade econômica de forma profissional e organizada para produzir, comercializar ou oferecer bens e serviços de forma a obter lucro. 17) Indique as características da denominada Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). R: As características da denominada Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) são: exigência legal de um capital mínimo de 100 (cem) salários mínimos, 100% integralizado na abertura, sempre é formada por apenas um sócio que toma decisões sozinho, por ser o único envolvido, tem seu patrimônio separado daquele da empresa, responde financeiramente por ela até o limite do capital social e usa na empresa um nome empresarial, não o seu nome. 18) Quais as principais características de uma Sociedade Anônima? R: As principais características de uma Sociedade Anônima são: é composta por dois sócios ou mais, seu capital social é dividido por ações ou cotas e pode ser aberto ou fechado e nesse modelo de sociedade os nomes não são associados à composição da empresa e, sim, às ações ou cotas. Cada sócio tem sua responsabilidade de acordo com seu percentual. 19) O que vem a ser uma companhia de capital aberto e uma companhia de capital fechado? R: Companhia de capital aberto é aquela em que o capital social é dividido por ações ou cotas e o valor dessas é negociável na bolsa de valores. Já companhia de capital fechado é aquela em que o capital social é dividido por ações ou cotas, porém o valor dessas não é negociável na bolsa de valores. 20) Quais as etapas a serem cumpridas para o encerramento e extinção de uma sociedade? R: Basicamente, encerrar e extinguir uma sociedade compreende duas etapas: a dissolução, que é o ato através do qual se decide ou reconhece que a sociedade deverá encerrar as suas atividades, e a liquidação, que visa à finalização dos negócios, como o pagamento de dívidas, a cobrança de devedores e a partilha entre os sócios. 23) Quais os órgãos de uma sociedade anônima e qual o mais importante? R: De acordo com a lei nº6404, de 15/12/76, uma sociedade anônima deve possuir três órgãos sociais, deliberativos e/ou executivos e pode possuir um quarto órgão. São eles: a assembleia geral, mais importante e que possui caráter deliberativo devendo contar com a participação de todos os acionistas. Além desse, há o conselho de administração que, para o caso de sociedade anônima fechada, é facultativo, e possui caráter deliberativo. O terceiro órgão é a diretoria, também obrigatória,que executa as deliberações da assembleia geral e do conselho de administração. O conselho fiscal é o quarto órgão considerado obrigatório de uma sociedade anônima. Porém, seu funcionamento é facultativo, ou seja, se os acionistas consideram desnecessário o seu funcionamento, o órgão fica desativado.
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