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Parecer - AMBIENTAL (1)

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PARECER JURÍDICO
EMENTA: LICENCIAMENTO AMBIENTAL. LEI FEDERAL 6938/81. LEI 9.605/98. IMPACTOS AMBIENTAIS. EDIFICAÇÕES. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. CRIME AMBIENTAL 
Trata-se de parecer a respeito das possíveis implicações da ausência de licenciamento, tendo em vista que no Município de Sujolândia, havia edificações e atividades que não era licenciadas pelo órgão ambiental competente, bem como, essas edificações foram realizadas em área de preservação permanente, sendo que as atividades geram impactos ambientais. 
É o relatório, 
Passo a fundamentação. 
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo regido pela Lei Federal nº 6938/81, também conhecida por Política Nacional de Meio Ambiente, criado para regular impactos ambientais, preservação e proteção do meio ambiente.
De acordo com a resolução do CONAMA nº 237/97, no seu inciso I, do art. 1º, dispõe que: 
Licenciamento ambiental: “Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso”.
Outrossim, o licenciamento nada mais é que uma condição pão previa para qualquer construção, exercer atividades, instalação, ampliações, que possam causar degradação ao meio ambiente, conforme estabelece o art.10, da Lei n. 6.938/1981. 
Ademais, tendo em vista que no Município de Sujolândia há varias edificações e atividades que não foram licenciadas pelo órgão ambiental, resta evidente a pratica de um crime previsto na Lei de Crimes Ambientais, vez que as mesmas não podem funcionar sem o devido licenciamento, e como consequência disso, poderá ensejar paralização dessas atividades, fechamento dos empreendimentos, advertência, bem como aplicação de multa por conta da violação as normas previstas na legislação ambiental (leis federais 6.938/81 e 9.605/98.), etc. 
Segundo o art. 55 e 60 da Lei 9.605/98:
Artigo 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:
Pena — detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente.
Artigo 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena — detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Tratando-se de Município, a Lei Complementar 140/2011 confere aos municípios competência administrativa em matéria ambiental (competência comum), para promover o licenciamento ambiental e fiscalização das atividades e empreendimentos que cause impactos ambientais em âmbito local, poluição do meio ambiente, etc. 
Nos termos do art. 17, caput, da LC n. 140/2011: 
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
Vale pontuar que o caso em apreço, trata-se contudo que as edificações além de não serem licenciadas, também foram realizadas em área de preservação permanente, área essa protegida, podendo está coberta ou não por vegetação nativa, cujo objetivo é a preservação dos recursos híbridos, paisagem, solo, bem estar da população, entre outros, conforme estabelece o art. art. 3º, II, do novo código florestal. 
Por todo exposto, resta salientar que a ausência de licenciamento implica na violação da legislação federal, e aqueles que exercem atividades que geram impactos negativos ambientais incorrem em crime ambiental e poderão sofrer sanções tanto na esfera cível, administrativa e penal. 
É o parecer, S.M.J.
Local, data.
Advogado
 OAB
REFERÊNCIAS:
FIRJAN. Manual de Licenciamento ambiental: guia de procedimento passo a passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf. Acesso em 22 de out. 2020.
FARIAS, Talden. O licenciamento ambiental pelos municípios na Lei Complementar 140/2011. Revista Consultor Jurídico, 19 de novembro de 2016. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2016-nov-19/ambiente-juridico-licenciamento-ambiental-pelos-municipios-lc-1402011. Acesso em: 22 de out. de 2020
https://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf https://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf https://www.mma.gov.br/estruturas

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