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A literatura portuguesa abrange oito séculos de produção. Os primeiros registros datam do século XII, quando ocorre a expulsão dos árabes da Península Ibérica e com a formação do Estado Português. Primeiramente, os relatos foram escritos em "Galego-Português". Isso ocorreu em virtude da integração cultural e linguística existente entre Portugal e Galícia. Essa região pertencente à Espanha e ainda hoje os laços com o povo português, são ligados por meio da cultura e economia. A literatura portuguesa acompanha as grandes transformações históricas. São essas as influências que ditam as divisões e subdivisões da produção literária em: Era Medieval, Era Clássica, Era Romântica ou Moderna. Já as eras são subdivididas em escolas literárias ou estilos de época. A Era Medieval A Era Medieval da literatura portuguesa é dividida entre Primeira Época (trovadorismo) e Segunda Época (humanismo). Ela tem início no início do século XII com a publicação de texto a Canção Ribeirinha, também conhecida como Canção de Guarvaia, de Paio Soares de Taiverós. Essa obra é considerada a mais antiga da literatura portuguesa. A Cantiga Ribeirinha pertence ao estilo lírico e é uma cantiga de amor. As cantigas de amor possuem um Eu- lírico masculino e falam sobre o amor cortes ou amor impossível. O interlocutor era uma dama. Vale lembrar que naquela época as únicas pessoas que tinham acesso a escrita eram os nobres e senhores feudais. Aconteciam Palácios e Castelos. O trovadorismo é dividido em dois tipos Lírico e Satirico No gênero Lirico temos as cantigas de amor e as cantigas de amigo. Já as satíricas temos, as cantigas de escárnio e de maldizer. Cantigas de amigo “ai .flores” O Trovadorismo ocorre entre 1189, data da publicação da Canção Ribeirinha, até 1434, quando Fernão Lopes é nomeado cronista-mor da Torre do Tombo. Ao decorrer do Trovadorismo, ocorrem manifestações na poesia, na prosa e no teatro. A poesia trovadoresca é subdividida entre: Poesia Lírica: Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo; Poesia Satírica: Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer. Humanismo - Segunda Época O Humanismo estende-se de 1434 até 1527, e é considerado um período de transição da cultura medieval para a cultura clássica. Ele começa com a nomeação de Fernão Lopes para cronista-mor da Torre do Tombo, em 1418. Nesse período, a poesia é classificada como Poesia Palaciana. O autor Fernão Lopes é a principal representante da prosa humanista e, no teatro, Gil Vicente. https://www.todamateria.com.br/humanismo/ https://www.todamateria.com.br/fernao-lopes/ https://www.todamateria.com.br/fernao-lopes/ https://www.todamateria.com.br/poesia-palaciana/ https://www.todamateria.com.br/gil-vicente/ A poesia palaciana foi desenvolvida a partir do século XV dentro do movimento literário denominado Humanismo. Recebeu esse nome pois ela era produzida nos palácios e estava destinada aos nobres. Ou seja, tinham o intuito de entreter os membros da Corte. Os principais temas explorados pela poesia palaciana eram: costumes da corte, temas religiosos, satíricos, líricos e heroicos. A poesia palaciana foi reunida pelo poeta português Garcia Resende (1482-1536) no “Cancioneiro Geral” (1516). O cancioneiro reunia cerca de 900 produções poéticas da época. Não se esqueça!! Em Portugal, o humanismo literário tem como marco inicial a nomeação de Fernão Lopes para cronista-mor da Torre do Tombo, em 1418. Esse movimento terminou em 1527, com a chegada do poeta Sá de Miranda da Itália, dando início ao classicismo. O humanismo está inserido no contexto do Renascimento, movimento artístico, filosófico e cultural que teve início no século XV na Itália. As principais características do humanismo são: o antropocentrismo (homem no centro do mundo), a valorização do ser-humano, a racionalidade e o cientificismo. Os trabalhos produzidos nesse período envolvem o teatro, a prosa e a poesia. Na prosa destaca-se a prosa historiográfica e os escritos de Fernão Lopes. No teatro popular temos as obras de Gil Vicente. Já na poesia, elas eram recitadas nos palácios, e por isso são chamadas de "poesia palaciana". Nessa categoria, merece destaque o escritor Garcia de Resende. Principais Caraterísticas da Poesia Palaciana Ausência de instrumentos musicais Separação entre poesia e música Presença de redondilhas ( versos de 5 ou 7 sílabas poéticas) Uso de figuras de linguagem Presença de idealismo e sensualidade Métrica, ritmo e expressividade As crónicas como epopeias As crónicas de Fernão Lopes, se por um lado constituem um progresso em relação à narrativa medieval, por outro fazem pensar num género literário que é muito anterior a este tipo de narrativa. A mesma combinação de feitos individuais e de movimentos de massas, a mesma unidade de acção onde convergem vários acontecimentos para o desfecho, a mesma ordenação de grandes séries de episódios, encontramo-las nas epopeias, nomeadamente nos poemas homéricos e na Chanson de Roland. As crónicas como epopeias As crónicas de Fernão Lopes, constituem um progresso em relação à narrativa medieval, por outro fazem pensar num género literário que é muito anterior a este tipo de https://www.todamateria.com.br/fernao-lopes/ https://www.todamateria.com.br/fernao-lopes/ https://www.todamateria.com.br/antropocentrismo/ http://mundodelivros.com/iliada/ narrativa. A mesma combinação de feitos individuais e de movimentos de massas, a mesma unidade de ação onde convergem vários acontecimentos para o desfecho, a mesma ordenação de grandes séries de episódios, encontramo-las nas epopeias, nomeadamente nos poemas homéricos e na Chanson de Roland. O Fernão Lopes era um homem que dava voz aos Plebeus através de suas crônicas O humanismo é o período em que o pensamento começa a contestar os valores religiosos. Os principais escritores reunidos no cancioneiro foram: Garcia de Resende João Ruiz de Castelo Branco Nuno Pereira Fernão da Silveira Conde Vimioso Aires Teles Diogo Brandão Gil Vicente Teatro O Teatro de Gil Vicente é marcado pela transição no contexto-histórico cultural do Teatro da Idade Média entre o Humanismo e o Renascentismo. O humanismo foi um movimento literário de transição entre o trovadorismo e o classicismo. Ele marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. A obra de Gil Vicente carrega fortes traços religiosos, com trações não religiosos; Lembre-se que o humanismo determina uma fase de transição entre o trovadorismo e o classicismo. Ou seja, é o momento que marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. As principais características do humanismo é a valorização do ser humano, com o advento do pensamento antropocêntrico (homem no centro do mundo) no período renascentista. Seu primeiro trabalho foi o "Auto da Visitação", também chamado de "Monólogo do Vaqueiro". Foi apresentado na presença do rei Dom Manuel e da rainha Dona Maria em 1502 na celebração do nascimento do príncipe que viria a ser o futuro D. João III. Além de ter escrito a peça baseada na adoração dos magos, também participou como ator. Nos anos seguintes, organizou diversos eventos, festejos e celebrações da realeza sempre aproveitando para apresentar seus textos. Suas peças, de caráter popular, possuem um forte teor satírico. Nas obras mais emblemáticas, ele critica os costumes da sociedade portuguesa, tecendo um fiel retrato de sua época. Além do caráter satírico, o conteúdo das obras apresentava um teor moralizante, repleto de humor. Gil Vicente se destacou no teatro com a produção de diversas peças, sobretudo os autos e as farsas. É por isso, considerado o “Pai do Teatro Português” e de sua obra, merecem destaque: Auto da Visitação, O Velho da Horta, Auto da Barca do Inferno e a Farsa de Inês Pereira. http://mundodelivros.com/iliada/ https://www.todamateria.com.br/auto-da-barca-do-inferno/ Características do Teatro Vicentino Retrato da sociedade portuguesa Teatro de costumes Crítica socialObra de caráter universal Influência do antropocentrismo Contexto do renascimento Presença de temas de cultura popular Personagens caricaturadas e alegóricas Perfil psicológico das personagens Presença de humor e comicidade Elementos alegóricos e místicos Caráter moralizante e satírico Temas pastoris, cotidianos, profanos e religiosos A era clássica da literatura portuguesa ocorreu entre os séculos XVI, XVII e XVIII. Assim como na Era Medieval, contou com manifestações na poesia, prosa e teatro. Essa fase é dividida em três períodos: Classicismo; Barroco e Arcadismo Classicismo (1527-1580) O Classicismo tem como marco inicial a chegada de Sá de Miranda da Itália. Berço do Renascimento, o poeta português trouxe um novo estilo conhecido como “dolce stil nuevo” (Doce estilo novo). Classicismo é o nome dado aos estilos literários que vigoravam no século XVI, na época do Renascimento. Por isso, a produção desse período também é chamada de Literatura Renascentista. No tempo de Camões cruzavam-se duas correntes literárias, por um lado a que era tradicional na Espanha (romances de cavalaria, lírica em redondilha, cantigas com mote e volta romandes, teatro vicentino, etc. ). Por outro lado, um estilo importado da Itália que se camava dolce still nuvo, que tinha como características as eloquências ciceronas na prosa pelo uso de decassílabos em suas composições, pelo teatro em prosa ao modo de Plauto, Terencio e Séneca, ela introdução de gênero greco-latinos ou italianos, como epopeia, a elegia, canção e soneto. A elegia era um estilo de Poesia triste, melancólica e complacente. Sonetos eram poetas compostos de catorze versos. Contexto Histórico Na idade Média, período que durou dez séculos (V ao XV), o principal atributo da sociedade era a religião. Esse momento esteve marcado pelo teocentrismo, cujo lema eram os dogmas e preceitos da Igreja Católica, que cada vez mais adquiria fiéis. Assim, pessoas que estivessem contra ou questionassem esses dogmas, eram excomungados, além de sofrer alijamento da sociedade, ou em último caso, a morte. https://www.todamateria.com.br/classicismo/ https://www.todamateria.com.br/teocentrismo/ O humanismo, que surgiu a partir do século XV na Europa, começou a questionar diversas questões uma vez que o cientificismo despontava. Esse momento esteve marcado por grandes transformações e descobertas históricas: as Grandes Navegações; a Reforma Protestante (que levou a uma crise religiosa) encabeçada por Martinho Lutero; a invenção da Imprensa pelo alemão Gutenberg; o fim do sistema feudal (início do capitalismo); o cientificismo de Copérnico e Galileu. Foi nesse contexto que as pessoas buscavam novas expressões artísticas pautadas no equilíbrio clássico. Assim, surgiu o renascimento cultural, período de grandes transformações artísticas, culturais, políticas e que espalhou-se por todo o continente europeu. Esse novo modelo estava baseado na forma fixa do soneto (2 quartetos e 2 tercetos), nos versos decassílabos e na oitava rima. Além de Sá de Miranda merecem destaque os escritores portugueses classicistas: Bernardim Ribeiro (1482-1552), com sua novela “Menina e Moça” (1554); António Ferreira (1528-1569), com sua tragédia “A Castro” (1587). No entanto, foi a partir de Luís de Camões, um dos maiores poetas portugueses e da literatura mundial, que a literatura portuguesa ganha notoriedade. Sem dúvida, Luís de Camões, foi o principal representante do momento com sua poesia épica Os Lusíadas. "Os Lusíadas” (1572), é uma epopeia classicista onde ele narra a viagem de Vasco da Gama às Índias. Ela foi escrita em 10 cantos e está composta de 8816 versos decassílabos em oitava rima distribuídos em 1120 estrofes. O Classicismo em Portugal permaneceu até 1580. Esse é o ano da morte de Camões e também da União das Coroas Ibéricas, aliança estabelecida até 1640 entre Espanha e Portugal. Obs: No Brasil, esse período literário ficou conhecido como Quinhentismo. Sobre Camões Camões escreveu poesias, epopeias e obras de dramaturgia. Foi assim que se tornou um poeta múltiplo, sofisticado e ao mesmo tempo, popular. Decerto que ele possuía grande habilidade poética, na qual soube explorar com muita criatividade as mais diferentes formas de composição. Foi um dos maiores poetas do Renascimento, mas às vezes se inspirou em canções ou trovas populares escrevendo poesias que lembram várias canções medievais. Seus versos revelam que estudou os clássicos da Antiguidade e os humanistas italianos. Suas obras de maior destaque são: El-Rei Seleuco (1545), peça de teatro; Filodemo (1556), comédia de moralidade; Os Lusíadas (1572), grande poema épico; Anfitriões (1587), comédia escrita em forma de auto; Rimas (1595), coletânea de sua obra lírica; Os Lusíadas: a grande obra de Luís de Camões Lembre-se!!! https://www.todamateria.com.br/renascimento-cultural/ https://www.todamateria.com.br/soneto/ https://www.todamateria.com.br/luis-de-camoes/ https://www.todamateria.com.br/luis-de-camoes/ https://www.todamateria.com.br/quinhentismo/ A poesia épica “Os Lusíadas”, publicada em 1572, celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. Destacam-se as conquistas ultramarinas, as viagens por mares desconhecidos, a descoberta de novas terras, o encontro com povos e costumes diferentes. Tomando como assunto central a viagem de Vasco da Gama às Índias, Camões fez do navegador uma espécie de símbolo da coletividade lusitana. Ele exaltou a glória das novas conquistas e as proezas dos navegadores portugueses Isso permitiu comparar os feitos dos portugueses com as façanhas dos lendários heróis dos poemas de Homero (Odisseia e Ilíada) e de Virgílio (Eneida). Camões usou os modelos clássicos para cantar os acontecimentos do seu tempo, que ao contrário dos antigos, eram reais e não fictícios. Camões faz algumas entidades mitológicas participarem da ação. Assim, coube a Vênus o papel de protetora dos portugueses. Ela os defende do deus Baco que quer destruir a frota de Vasco da Gama. No final do poema, os navegantes são levados à ilha dos Amores, onde são recompensados de seus esforços por sedutoras ninfas. Vale lembrar que o lirismo aparece em vários trechos da dessa epopeia. Curiosidade Camões sofreu um naufrágio na costa do Vietnã e diz a lenda que ele nadou salvando o manuscrito de Os Lusíadas na mão e o Parnaso (coleção de líricas). Ele conseguiu publicar somente os Lusiadas, pois o Parnaso foi roubado. Camões morreu na profunda miséria. Curiosidade 2: Parnaso era uma Montanha Grega dedicada a Apolo e as Musas. Poesias de Camões A maior parte da poesia lírica de Camões é composta de sonetos e redondilhas (estrofes com versos de cinco ou sete sílabas). Ver página 140 apostilas. https://www.todamateria.com.br/odisseia/ https://www.todamateria.com.br/iliada/ https://www.todamateria.com.br/eneida/ Barroco (1580-1756) https://www.youtube.com/watch?v=zGVONzNXGSo Gregório de Matos https://www.youtube.com/watch?v=5Bmdp9FoWsM Padre Antônio Vieira https://www.youtube.com/watch?v=Ngkz0QP30zA O marco inicial do Barroco em Portugal é a morte do escritor Luís de Camões em 1580. Esse período durou até 1756 com a chegada de um novo estilo: o Arcadismo. Sem dúvida Padre Antônio Vieira foi o maior representante do período do qual se destacam seus Sermões. Essas obras foram escritas em estilo conceptista, onde o trabalho com os conceitos era o mais importante. Lembre-se que o Barroco (ou Seiscentismo) é uma escola literária posterior ao Classicismo e anterior ao Arcadismo (Setecentismo). Esse estilo floresceu nas artes (arquitetura, pintura, literatura e a música) europeias a partir do século XVII. Além da literatura, pintura e escultura, a arquitetura teve grande destaque em Portugal. Merece atenção a arquitetura jesuítica, conhecida como arquitetura chã (estilo chão). De influência clássica, o 'estilo chão' buscou demostrar a simplicidade, a funcionalidade ea proporcionalidade das formas. Contexto Histórico: página 37 apostila. O Barroco em Portugal inicia-se durante o período de colonização do Brasil e de diversos conflitos com os holandeses. Eles tentavam conquistar parte do território que estava sob domínio português. Além disso, o surgimento da União Ibérica, diversos conflitos com a Espanha e a Guerra de Restauração, enfraqueciam ainda mais o país. Esses fatores foram essenciais para o surgimento de uma grande crise econômica, política e social no país. Assim, Portugal estava sob o domínio espanhol e lutava pela independência, que somente conquista em 1640. No geral, a Europa enfrentava momentos de crise entre o humanismo renascentista e o medievalismo religioso. Podemos dizer que o barroco foi um momento de transição, onde diversas descobertas científicas incitaram muitas dúvidas, sobretudo no campo religioso. Nesse período ocorre o declínio do feudalismo, ascensão do capitalismo mercantilismo, das navegações e o comércio e a vida ubana. https://www.youtube.com/watch?v=zGVONzNXGSo https://www.youtube.com/watch?v=5Bmdp9FoWsM https://www.youtube.com/watch?v=Ngkz0QP30zA Com a Reforma Protestante de Martinho Lutero, a Igreja Católica começa a se enfraquecer em certas regiões da Europa e a perder muitos fiéis. Diante disso, surge um período de perseguição religiosa, ao mesmo tempo que o humanismo renascentista inaugura uma nova era: a idade Moderna. Vale destacar que o Renascimento, que teve início na Itália, influenciou e abrangeu aspectos importantes da cultura e das artes. As principais características do barroco português são: Exagero e minúcia nos detalhes; Temática religiosa e profana; Dualidade e complexidade; Uso de figuras de linguagem; Contrastes e conflitos; Teocentrismo versus antropocentrismo; Cultismo e conceptismo. Cultismo e Conceptismo Dois conceitos muito importantes na escola literária do barroco são o cultismo (ou Gongorismo) e o conceptismo (ou Quevedismo). Enquanto o cultismo é determinado pelo jogo de palavras, o conceptismo refere-se ao jogo de ideias e conceitos. O cultismo tem influência do poeta espanhol Gôngora, é marcado pela linguagem rebuscada, ornamental e culta, valorizando a forma textual. Esse estilo utiliza a descrição, termos cultos (preciosismo vocabular), linguagem rebuscada e ornamental para expressar as ideias. Além do uso desses termos, o cultismo valoriza os detalhes e a forma textual. É comum o uso de diversas figuras de linguagem (hipérbole, sinestesia, antítese, paradoxo, metáfora, etc.). Gregório de Matos foi um dos maiores poetas brasileiros do período do Barroco. Além de poeta, Gregório foi advogado durante o período colonial. É conhecido como o “Boca do Inferno”, sendo famoso por seus sonetos satíricos, donde ataca, muitas vezes, a sociedade baiana da época. Dono de uma personalidade rebelde, Gregório criticou diversos aspectos da sociedade, do governo e da Igreja Católica. Por esse motivo, foi perseguido pela Inquisição e condenado ao degredo em Angola no ano de 1694. A obra de Gregório de Matos reúne mais de 700 textos de poemas líricos, satíricos, eróticos e religiosos. Inseridas no movimento do barroco, reúnem pitorescos jogos de palavras, variedade de rimas, além de uma linguagem popular e termos da língua tupi e outras línguas africanas. https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-do-barroco/ https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/ No entanto, Gregório não publicou seus poemas em vida, tendo muita controvérsia sobre a autoria de alguns escritos. Inicialmente, alguns de seus poemas foram publicados pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, visconde de Porto-Seguro, no livro "Florilégio da Poesia Brasileira" (1850) editado em Lisboa. Já o conceptismo é baseado na poesia do espanhol Quevedo, caracteriza o racionalismo e o pensamento lógico. Esse estilo tem como principal objetivo convencer o leitor. O conceptismo significa “jogo de ideias”. Também é chamado de Quevedismo, pois foi inspirado na poesia do poeta espanhol Francisco de Quevedo (1580-1645). Nessa vertente literária, a retórica aprimorada bem como a imposição de conceitos é notória, a qual se produz através da apresentação de diversas ideias. Sendo assim, o conceptismo é definido pelo uso de argumentos racionais, ou seja, do pensamento lógico, valorizando sempre o conteúdo textual. O objetivo principal dos escritores conceptistas era o de convencer o leitor além de instruí-lo por meio de diversos argumentos. Como fez o Pedra Antônio Vieira em seus Sermões. Além do raciocínio lógico, duas importantes características desse estilo eram: Silogismo: baseado na dedução, o silogismo apresenta duas premissas que geram uma terceira proposição lógica. Sofisma: baseado no argumento lógico, o sofisma gera uma ilusão de verdade. Isso porque está associado a algo enganoso que parece real, uma vez que utiliza argumentos verdadeiros. Autores e Obras Os principais autores do barroco português foram: Padre Antônio Vieira (1608-1697): Sermão de Santo António aos Peixes (1654), Sermão da Sexagésima (1655), Sermão do Bom Ladrão (1655). Padre Manuel Bernardes (1644-1710): Pão Partido em Pequeninos (1694), Luz e Calor (1696), Nova Floresta (1706). Francisco Manuel de Melo (1608-1666): Carta de Guia de Casados (1651), Obras Métricas (1665), Apólogos Dialogais (1721). Francisco Rodrigues Lobo (1580-1622): O Pastor Peregrino (1608), Condestabre (1609), A Corte na Aldeia (1619). Soror Mariana Alcoforado (1640-1723): Cartas Portuguesas (1669) Antônio José da Silva (1705-1739): Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança (1733), Labirinto de Creta (1736), Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737) “Rococó” é um substantivo masculino de origem francesa (rocaille, que significa “concha”) e faz alusão a um estilo artístico tipicamente decorativo. Ele prosperou na Europa (especialmente no sul da Alemanha e na Áustria) do início ao fim do século XVIII, marcando a passagem do Barroco para o Arcadismo. Caracterizado pelo uso de conchas, laços e flores em seus adornos, o estilo rococó predominou na esfera da arquitetura, escultura e pintura. Elas deveriam https://www.todamateria.com.br/silogismo/ se complementar harmonicamente, muitas vezes pela união de artistas especializados em afazeres distintos. O Rococó pode ser considerado como uma reação da aristocracia e burguesia francesa contra a suntuosidade do barroco tradicional. “Rococó” é um substantivo masculino de origem francesa (rocaille, que significa “concha”) e faz alusão a um estilo artístico tipicamente decorativo. Ele prosperou na Europa (especialmente no sul da Alemanha e na Áustria) do início ao fim do século XVIII, marcando a passagem do Barroco para o Arcadismo. Caracterizado pelo uso de conchas, laços e flores em seus adornos, o estilo rococó predominou na esfera da arquitetura, escultura e pintura. Elas deveriam se complementar harmonicamente, muitas vezes pela união de artistas especializados em afazeres distintos. O Rococó pode ser considerado como uma reação da aristocracia e burguesia francesa contra a suntuosidade do barroco tradicional. Setecentismo ou Arcadismo (1756-1825) Também chamado de Neoclassicismo, o Arcadismo em Portugal teve como marco inicial a fundação da Arcádia Lusitana em 1756 na capital, Lisboa. Posterior ao movimento artístico do Barroco, o arcadismo português foi inspirado na Arcádia Italiana, fundada em 1690. Vale lembrar que a Arcádia era uma academia literária que reunia escritores empenhados em apresentar um novo estilo, alijado do anterior: o barroco. De tal modo, o arcadismo esteve marcado por uma arte menos rebuscada e extravagante que representava o movimento anterior. O Arcadismo Português terminou em 1825, com a publicação do poema “Camões”, de Almeida Garrett, o qual inaugura uma nova fase: o Romantismo. O maior destaque na produção árcade portuguesaforam os poemas, sendo Bocage um dos maiores representantes. A Arcádia Lusitânia foi fundada pelos poetas Cruz e Silva, Manuel Nicolau Esteves Negrão e Teotónio Gomes de Carvalho extinguindo-se em 1776. Em seu lugar foi criada a Nova Arcádia, em 1790 em Lisboa. Romantismo O Romantismo é a escola literária que sucede o Arcadismo. Ele surge num momento histórico de insatisfação e transformação econômica, política e social, destacando-se a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas e as Revoluções de 1830 e 1848. https://www.todamateria.com.br/arcadismo-em-portugal/ Assim, mais do que o estudo literário, as escolas literárias sugerem o estudo dos acontecimentos históricos da época em que surgem. A escola romântica não encerra somente o significado da palavra romântico no sentido restrito ao sentimento do amor e da paixão. Romântico deriva da palavra francesa romaunt, designação que era dada aos romances medievais de aventuras, de modo que inicialmente designava as expressões artísticas que contivessem aspectos da cavalaria e da Idade Média. Contexto Histórico O momento histórico vivido em cada país altera as características do Romantismo, que teve início na Alemanha, na Inglaterra e na França. Em Portugal, o Romantismo surge no século XIX. Temendo a invasão francesa, em decorrência do Bloqueio Continental, em 1808 a corte portuguesa havia se transferido para o Brasil dando início a um trabalho de reestruturação do país, o que começou a propiciar a independência dessa sua colônia, que ocorreu finalmente em 1822. O início do Romantismo em Portugal é marcado com a publicação, em 1836, de A Voz do Profeta, de Alexandre Herculano, sendo na sequência lançada a primeira revista romântica portuguesa, o Panorama, em 1837. Embora em 1825 tenha sido publicado Camões, obra de Almeida Garret, pode- se datar a o início do Romantismo a partir de 1836. Principais Caraterísticas Além do byronismo, do culto ao fantástico, do egocentrismo, do mal-do-século, do medievalismo e da religiosidade, são características do Romantismo: Libertação Estilística O Romantismo é oposição ao Classicismo dada a liberdade da criação existente nesse novo estilo que dispensa as regras exaltadas pelos clássicos e, inclusive, faz uso de uma linguagem muito próxima à coloquial. Subjetivismo Valorização de opiniões e expressão de pensamento de acordo com as percepções individuais em detrimento da objetividade. Sentimentalismo Exaltação dos sentimentos, em detrimento do racionalismo. Há uma forte expressão de tristeza, melancolia e saudade. Idealização Visão ideal das coisas, que não são vistas de forma verdadeira, mas idealizadas, perfeitas. Nacionalismo ou Patriotismo Como uma forma de recuperar o orgulho português e os seus valores, a pátria é exaltada, destacando-se apenas suas qualidades. Culto ao Fantástico Forte tendência para a fantasia, para os sonhos, em detrimento à razão. Culto à Natureza Forte tendência para expressar sentimentos situando-os em ambientes naturais. Saudosismo Necessidade de refugiar-se no passado, com forte expressão de melancolia e saudade. Gerações Românticas O Romantismo é marcado por três gerações. Citamos seus principais autores e respetivas obras: Primeira Geração Romântica Portuguesa Almeida Garret escreveu teatros (O Alfageme de Santarém, D.Filipa de Vilhena, A Sobrinha do Marquês, Frei Luís de Sousa) novelas (O Arco de Sant’Ana e Viagens na Minha Terra) e poesias (Camões, Lírica de João Mínimo, Flores sem Fruto, Folhas Caídas). Alexandre Herculano escreveu poesias (O Soldado, A Vitória e a Piedade, Tristezas do Desterro, O Mosteiro Deserto, A volta do Proscrito), romances (O Bobo, Eurico, o Presbítero, O Monge de Cister), lendas e narrativas (A Abóbada, O Bispo Negro, Dama Pé de Cabra), historiografia (Apontamentos para a História dos Bens da Coroa e Forais, História de Portugal). Antônio Feliciano de Castilho escreveu Escavações Poéticas, Crônica Certa e Muito Verdadeira da Maria da Fonte, Tosquia de um Camelo, Ajuste de Contas. Oliveira Marreca, economista, escreveu um dos primeiros tratados de economia em Portugal, intitulado Noções Elementares de Economia Política, entre outros vários artigos sobre a mesma ciência. Segunda Geração Romântica Portuguesa Camilo Castelo Branco escreveu Inspirações, Um livro, Ao Anoitecer da Vida, Pundonores Desagravados, Delitos da Mocidade, Murraça, Esboços de Apreciações Literárias, Curso de Literatura Portuguesa, O Eco Nacional, O Nacional, Amor de Perdição, Queda de Um Anjo, A Bruxa do Monte Córdova, A Mulher fatal. Terceira Geração Romântica Portuguesa Júlio Diniz escreveu As Pupilas do Senhor Reitor, Uma Família Inglesa, A Morgadinha dos Canaviais, Os Fidalgos da Casa Mourisca, Serões na Província. https://www.todamateria.com.br/segunda-geracao-romantica/ https://www.todamateria.com.br/terceira-geracao-romantica/ Confira na tabela abaixo as diferenças entre o Classicismo e o Romantismo: Sentimentalismo Romântico Entre as marcas principais do Romantismo estão o sentimentalismo, a supervalorização das emoções pessoais, o subjetivismo e egocentrismo. É dessa maneira que os poetas se colocavam como o centro do universo. Dentro de um universo particular, o poeta sente a derrota do ego, produz frustração e tédio. São características do movimento romântico: as fugas da realidade por meio do abuso de álcool e ópio, a idealização da mulher, da sociedade e do amor bem como a saudade da infância e a busca constante por casas de prostituição. Pré- Modernismo e Modernismo em Portugal Fernando Pessoa Contexto Histórico https://www.youtube.com/watch?v=HCrecOeJmx8&list=PL- xwM0e5miEwkkOIWdj5CxKJHLvhVBVMa&index=38 https://www.youtube.com/watch?v=33GDEBQvpN0&list=PL- xwM0e5miEwkkOIWdj5CxKJHLvhVBVMa&index=42 Fernando Pessoa é um dos mais importantes escritores portugueses do modernismo e poetas de língua portuguesa. Destacou-se na poesia, com a criação de seus heterônimos sendo considerado uma figura multifacetada. Trabalhou como crítico literário, crítico político, editor, jornalista, publicitário, empresário e astrólogo. Nessa última tarefa, vale destacar que Fernando Pessoa explorou o campo da astrologia, sendo um exímio astrólogo e apreciador do ocultismo. Obras e Características Fernando Pessoa é dono de uma vasta obra, ainda que tenha publicado somente 4 obras em vida. Escreveu poesia e prosa em português, inglês e francês, além de ter trabalhado com traduções e críticas. Sua poesia é repleta de lirismo e subjetividade, voltada para a metalinguagem. Os temas explorados pelo poeta são dos mais variados, embora tenha escrito muito sobre sua terra natal, Portugal. Obras publicadas em Vida 35 Sonnets (1918) Antinous (1918) English Poems, I, II e III (1921) Mensagem (1934) Algumas Obras Póstumas Poesias de Fernando Pessoa (1942) A Nova Poesia Portuguesa (1944) Poemas Dramáticos (1952) Novas Poesias Inéditas (1973) https://www.youtube.com/watch?v=HCrecOeJmx8&list=PL-xwM0e5miEwkkOIWdj5CxKJHLvhVBVMa&index=38 https://www.youtube.com/watch?v=HCrecOeJmx8&list=PL-xwM0e5miEwkkOIWdj5CxKJHLvhVBVMa&index=38 https://www.youtube.com/watch?v=33GDEBQvpN0&list=PL-xwM0e5miEwkkOIWdj5CxKJHLvhVBVMa&index=42 https://www.youtube.com/watch?v=33GDEBQvpN0&list=PL-xwM0e5miEwkkOIWdj5CxKJHLvhVBVMa&index=42 Poemas Ingleses Publicados por Fernando Pessoa (1974) Cartas de Amor de Fernando Pessoa (1978) Sobre Portugal (1979) Textos de Crítica e de Intervenção (1980) Obra Poética de Fernando Pessoa (1986) Primeiro Fausto (1986) Fernando Pessoa foi um poeta excêntrico, de forma que criou inúmeros personagens, os famosos Heterônimos. Diferentes dos pseudônimos, eles possuíam vida, data de nascimento, morte, personalidade, mapa astral e estilo literário próprio. Isso porque o poeta teria criado apenas a biografia de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Bernardode Campos é considerado um semi-heterônimo de Pessoa. Isso porque essa personalidade apresenta características muito semelhantes às de Fernando Pessoa, sendo muitas vezes confundido com o próprio escritor. Alberto Caeiro Alberto Caeiro (1889-1915) nasceu em Lisboa. É o mestre dos heterônimos, tendo como discípulos Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Passou a sua vida no campo e ficou órfão de pai e mãe muito cedo, passando a viver com uma tia avó. Morreu de tuberculose. Apesar da data indicada para o seu falecimento, há registro de poemas de Alberto Caeiro do ano 1919. Características do seu estilo Caeiro valoriza a simplicidade e demonstra o seu gosto pela natureza. Para ele, mais importante do que pensar é sentir, delegando todo o conhecimento à experiência sensorial. A linguagem da sua poesia é simples, afinal, Caeiro não estudou além da escola primária. Ricardo Reis Ricardo Reis nasceu em 1887 no Porto, não sendo conhecida a data da sua morte. Estudou Medicina e, antes, em colégio de jesuítas. Foi viver no Brasil em 1919, após a instauração da república em Portugal (1910), porque era monarquista. Características do seu estilo Tal como Caeiro valoriza a simplicidade, Ricardo Reis gosta do que é simples, mas num sentido de oposição ao que é moderno. https://www.todamateria.com.br/heteronimos-de-fernando-pessoa/ Tradicional, para ele, a modernidade é uma mostra de decadência. Sua linguagem é clássica e seu vocabulário, erudito. Álvaro de Campos Álvaro de Campos nasceu em Tavira, Portugal, no ano 1890. A data do seu falecimento não é conhecida. Formado em Engenharia na Escócia, não exerceu a profissão. Características do seu estilo Álvaro de Campos valoriza a modernidade e é um pessimista, pois apesar do gosto pelo progresso, o tempo presente o angustia. Seu estilo pode ser definido em três fases: decadentista, progressista e pessimista. Curiosidade Estudos recentes feito pelo brasileiro José Paulo Cavalcanti Filho, membro da Academia Pernambucana de Letras, apontam a existência de 127 pseudônimos, heterônimos, semi-heterônimos, personagens fictícias e poetas mediúnicos. Ricardo Reis Recebeu uma educação clássica e se formou em medicina. Era considerado um defensor da monarquia. Dono de uma linguagem culta e estilo neoclássico, alguns temas presentes em sua obra são mitologia, morte e vida. Possuía grande interesse pela cultura latina e helenista. A obra “Odes de Ricardo Reis” foi publicada postumamente, em 1946. Álvaro de Campos Foi um engenheiro português que recebeu educação inglesa. Sua obra, repleta de pessimismo e intimismo, possui forte influência do simbolismo, decadentismo e futurismo. As “Poesias de Álvaro de Campos” foi publicada postumamente, em 1944. Por exemplo: Tabacaria. Alberto Caeiro Com uma linguagem simples, direta e temas que se aproximam da natureza, Alberto Caieiro cursou apenas a escola primária. Embora ele tenha sido um dos mais profícuos heterônimos de Fernando Pessoa. Foi um anti-intelectualista, anti-metafísico, rejeitando, dessa forma, temas filosóficos, místicos e subjetivos. Foi publicada, postumamente, as “Poesias de Alberto Caeiro” (1946). José Saramago Características Literárias Forma A crítica afiada e a descrição minuciosa estão entre as características da obra de Saramago. A pontuação não é convencional. Os pontos finais aparecem ao fim dos parágrafos, que podem ser longos. Os travessões foram excluídos e a interpretação da fala dos personagens é, muitas vezes, confundida com a autorreflexão. Mescla personagens reais com fictícios. Entre os exemplos estão Memorial do Convento (1982) e a Viagem do Elefante (2008). Conteúdo Saramago era comunista declarado e o pensamento é evidenciado em sua obra. Também fazia duras e ácidas críticas à igreja católica e seus dogmas. O Evangelho Segundo Jesus Cristo O romance, lançado em 1991, foi censurado pelo governo de Portugal que o considerou ofensivo aos católicos. Como resultado da manobra política, Saramago e a mulher transferiram a residência para o arquipélago de Canárias, permanecendo na ilha de Lanzarote. Entre as passagens de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" está o envolvimento sexual de Jesus com Maria Madalena. Caim O romance Caim, lançado em 2009, também foi considerado ofensivo à fé católica. Na obra, Caim questiona os critérios de Deus para suas escolhas. Deus é apontado como um ser vaidoso, vingativo e contraditório. Ensaio sobre a Cegueira A obra aponta o comportamento de uma sociedade diante de uma epidemia sem explicação ou cura em que a pessoa atingida perdia a visão. Diferente da escuridão, a cegueira era branca e apavorante. Aos poucos, o escritor vai revelando o caráter das personagens e suas instituições. O romance, lançado em 1995, foi reproduzido no cinema em 2008, e venceu o festival de Cannes daquele. O filme foi dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e contou com a participação dos atores Julianne Moore e Mark Ruffalo. E ainda... TEXTO LITERÁRIO X TEXTO NÃO LITERÁRIO Os textos literários são aqueles escritos com intenção estética, quer para entretenimento, quer para contemplação. Portanto, são comuns a essa espécie os textos narrativos e poéticos, dotados de carga emotiva e expressos em linguagem mais conotativa. Texto não literário, por sua vez, correspondem à modalidade textual escrita de forma objetiva, cuja intenção é comunicar ou relatar um fato de maneira exata. Por isso, apresentam, predominantemente, linguagem denotativa ou referencial. São exemplos de textos não literários os manuais, as notícias de jornal, os artigos acadêmicos etc. Funções da linguagem FUNÇÃO REFERENCIAL, DENOTATIVA OU INFORMATIVA A função referencial é aquela empregada com o intuito de informar objetivamente acerca de um determinado assunto ou de um contexto específico. Para isso, emprega- se, de modo predominante, a terceira pessoa do discurso. Além disso, os fatos são apresentados por meio de uma linguagem conotativa, com pouca interferência do locutor, ou seja, evitam-se expressões adjetivas ou conotativas. Dessa maneira, o foco recai integralmente no assunto, tal como se vê em notícias, reportagens ou textos acadêmicos. FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA A função emotiva, ao contrário da informativa, não tem a intenção de comunicar um fato objetiva. Sua finalidade é emitir uma opinião pessoal, um desejo ou um sentimento, de maneira que se fará predominante a linguagem conotativa, de caráter mais subjetivo, estruturada na primeira pessoa do discurso. São comuns nessa espécie as crônicas, os contos, as cartas e os poemas. FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA A função conativa ou apelativa coloca ênfase no emissor, uma vez que a finalidade é persuadir ou convencer o interlocutor. Para isso, a emprego de verbos no modo imperativo, de maneira a trazer comandos para a ação do outro. Trata-se de uma função muito comum em textos publicitários. FUNÇÃO FÁTICA OU DE CONTATO A função fática centra-se no canal de comunicação, de modo que corresponde se faz presente quando a intenção dos interlocutores é manter o ato comunicativo, ou seja, quando, num diálogo, o emissor procura sustentar sua interação com o emissor. É uma função muito comum em conversas coloquiais, cuja finalidade é apenas a comunicação desinteressada. São exemplos da função fática aquelas “conversas de elevador”, em que se pergunta despretensiosamente sobre o tempo. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA A função metalinguística corresponde ao uso de um código (linguagem) para se explicar o próprio código (linguagem). São exemplos de metalinguagem as músicas que falam de música, os poemas que tratam do ofício poético, os dicionários que explicam o significado das palavras e, entre outros, os filmes que falam do cinema. FUNÇÃO POÉTICA A função poética é mais comum nas obras literárias que utilizam linguagem conotativa, uma vez que a preocupaçãodo emissor recai mais na forma como a mensagem é passada. Ainda que o nome possa confundir, a função poética não é exclusiva de textos literários, sendo muito comum também na publicidade e na linguagem do cotidiano, em casos de uso frequente de metáforas. A função poética da linguagem, um dos seis elementos da comunicação prescritos pelo linguista russo Roman Jakobson, tem como principal característica a emissão de uma mensagem elaborada de maneira inovadora, encontrada predominantemente na linguagem literária, sobretudo na poesia. MAIS Écloga é um poema ambientado na natureza. que apresenta, na maioria das vezes, a forma de um diálogo entre pastores ou o solilóquio de um só pastor, de tal modo que pode ser representado como uma pequena peça de teatro. O termo "écloga" deriva do grego eklogē, "seleção, poesia escolhida", através do latim écloga. Um exemplo: Poemas de Virgílio O humanista português Henrique Caiado (Lisboa, por volta de 1470 - Roma, 1509 ) escreveu nove éclogas, também em latim, muito celebradas no seu tempo e cuja qualidade poética e perfeição formal permanecem inegáveis nos nossos dias Elegia é uma poesia triste, melancólica ou complacente, especialmente composta como música para funeral, ou um lamento de morte. O primeiro escritor de elegias foi Sá de Miranda, Ode é um poema de estilo particularmente elevado e solene, elaboradamente estruturado, descrevendo intelectual e emocionalmente a natureza e o mundo. Na poesia portuguesa, tradicionalmente, desde o Renascimento, a composição da ode vernácula foi realizada utilizando combinações de decassílabos e hexassílabos, de modo a imitar as curtas estrofes dos poemas horacianos, que utilizam geralmente 4 versos. Desde então, foram muito populares a "lira" (estrofe cujo esquema de rimas é aBabB, em que as letras minúsculas representam versos de 6 sílabas e as maiúsculas versos de 10 sílabas), amplamente utilizada por Camões, e outras estrofes semelhantes.
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