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Termodinâmica Aplicada 2018-2019 Aula 9 26-03-2018 14:00-15:30 Sumário Leis de Boyle-Mariotte e de Charles Gay-Lussac. Temperatura absoluta. As escalas Kelvin e Rankine. Ponto triplo da água. A escala SI de temperatura. O termómetro de gás a volume constante. Paredes. Paredes adiabáticas e diatérmicas. A natureza do calor. O calorímetro. A Termodinâmica do calórico. Capacidade calorífica e calor específico. A caloria. LEI DE BOYLE O desenvolvimento do termómetro e do barómetro proporcionou que se levassem a cabo diversos estudos quantitativos, em particular da forma como se relacionam o volume, a pressão e a temperatura de uma dada massa de gás, nomeadamente da atmosfera na qual estamos imersos. A investigação sistemática da atmosfera teve o seu início com a invenção do barómetro de mercúrio por Evangilista Torricelli, em 1643, tendo o seu cunhado Blaise Pascal descoberto, cinco anos depois, que a pressão atmosférica decrescia com a altitude o que o levou a concluir que deverá existir o vazio por cima da atmosfera. O ar é um fluido compressível e a sua densidade, a uma determinada altitude, depende da sua pressão e da sua temperatura. A relação entre a densidade e a pressão de uma dada massa de ar, para uma dada temperatura fixa, foi estabelecida em 1662 por Robert Boyle (1627-1691). A mesma lei foi descoberta independentemente um pouco mais tarde, em 1676 pelo físico francês Edmé Mariotte (1620–1684), razão pela qual a lei é também denominada lei de Boyle-Mariotte. A lei de Boyle estabece que, para uma dada massa de gás mantida a temperatura constante, a sua pressão e volume são inversamente proporcionais, isto é: pV = K (a T constante) LEIS DE CHARLES Para uma dada massa de gás, as relações entre variações de volume e temperatura, mantendo a pressão constante, e variações de temperatura e pressão mantendo o volume cons- tante foram publicadas pela primeira vez em 1802 pelo físico francês Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850) que, com elegância, fez notar que a descoberta das leis se devia a Jacques Charles (1746-1823), por volta dos anos 1780. As mesmas leis foram descobertas, de forma independente em 1801, pelo químico inglês John Dalton (1766-1844), sendo ainda de mencionar que os princípios básicos já haviam sido descritos um século antes por Guillaume Amontons (1663–1705). As leis de Charles estabelecem que: V = kT (a P constante) e T=kP (a V constante) TEMPERATURA ABSOLUTA Nota: O ar condensa por volta de -196 °C TEMPERATURA ABSOLUTA TEMPERATURA ABSOLUTA K = °C + 273 AS ESCALAS KELVIN E RANKINE Os resultados das experiências onde se relaciona o volume com a temperatura de uma dada massa de gás a pressão constante levaram o físico William Thomson, Lord Kelvin (1824-1907), engenheiro da Universidade de Glasgow, a teorizar que o volume de um gás se deveria tornar nulo à temperatura de -273.15 °C. Em 1848, Kelvin propôs a definição de um “zero absoluto" como sendo a temperatura a que as moléculas deixassem de ter movimento, o que corresponderia a um “frio infinito”. Partindo do zero absoluto, Kelvin decidiu utilizar a mesma unidade que o grau Celsius para fixar o incremento da sua escala absoluta. De forma análoga, o engenheiro escocês William John Macquorn Rankine (1820-1872) também engenheiro da Universidade de Glasgow, propôs uma escala partindo do zero absoluto e com incrementos iguais ao da escala Fahrenheit. Tendo em conta que 1 R = 1°F = 5/9 °C = 5/9 K , vem: K = °C + 273.15 R = °F + 459.67 K = R × 5/9 313.5 K = 40 °C = 104 °F = 563.67 R PONTO TRIPLO DA ÁGUA Denomina-se ponto triplo de uma substância a temperatura e pres- são à qual as três fases (gás, líquida e sólida) dessa substancia coexis- tem em equilíbrio termodinâmico. No caso da água, a combinação única de pressão e temperatura às quais água líquida, gelo sólido e vapor de água podem coexistir em equilíbrio estável é exatamente à temperatu- ra de 273.16 K (0.01 °C) e à pressão parcial de vapor de 611.73 Pa (6.1173 hPa, ~ 0.0060373 atm). Célula de ponto triplo. A ESCALA SI DE TEMPERATURA Por acordo internacional, a temperatura do ponto triplo da água passou a constituir o ponto fixo único da escala kelvin de temperatura, tendo-lhe sido assignado o valor de 273.16 K. Também por acordo internacional, a magnitude do kelvin passou a definir-se como sendo 1/273.16 da diferença entre o zero absoluto e a temperatura T3 = 273.16 K do ponto triplo da água. Igualmente por acordo internacional, a escala Celsius deriva da escala kelvin através da relação: A escala Celsius difere da escala centígrada, introduzida em 1744 e que constituiu a principal escala termométrica até 1944, pelo facto de ser exatamente definida a partir da escala kelvin (baseada no ponto triplo da água), enquanto a escala centígrada é definida a partir dos pontos de fusão e de ebulição da água pura dividindo em 100 partes iguais a distância entre os dois pontos de referência. O TERMÓMETRO DE GÁS A VOLUME CONSTANTE O termómetro standard, em relação ao qual todos os outros termómetros são calibrados, baseia-se na lei de Charles da variação da pressão de uma dada massa de gás com a temperatura, mantendo o seu volume constante. O termómetro de gás a volume constante consiste num balão cheio de gás conectado através de um tubo a um manómetro de mercúrio. Subindo ou descendo o reservatório R, pode sempre levar-se o nível de mercúrio do ramo esquerdo do tubo em U até ao zero da escala a fim de manter constante o volume do gás no balão. O TERMÓMETRO DE GÁS A VOLUME CONSTANTE A temperatura de qualquer corpo em contacto térmico com o balão vem dada pela lei de Charles: T = C P onde P é a pressão exercida pelo gás e C é uma constante. A pressão P vem dada por: P = P0 – ρgh onde P0 é a pressão atmosférica, ρ é a densidade do mercúrio e h é a diferença entre os níveis das superfícies livres do mercúrio nos dois ramos do tubo (tendo-se sinal negativo por o nível no ramo direito do tubo se encontrar abaixo do nível no ramo esquerdo). Em seguida, coloca-se o balão em contacto térmico com uma célula de ponto triplo da água, tendo-se então: T3 = C P3 O TERMÓMETRO DE GÁS A VOLUME CONSTANTE Eliminando C entre as duas relações anteriores, obtém-se: 𝑇 = 𝑇3 𝑃 𝑃3 = 273.16 𝐾 𝑃 𝑃3 relação que dá uma primeira aproximação da temperatura do corpo, na medida em que caso se utilizasse o termómetro para, por exemplo, determinar o ponto de ebulição da água, verificar-se-ia que gases diferentes no balão conduziriam a resultados ligeiramente diferentes para a temperatura. No entanto, à medida que se utilizam quantidades cada vez mais pequenas de gás no balão, as medidas convergem para o mesmo valor da temperatura, independentemente do gás utilizado, pelo que a temperatura do corpo será dada por: 𝑇 = 273.16 𝐾 lim 𝑔á𝑠→0 𝑃 𝑃3 A temperatura T, assim obtida por extrapolação, é designada como temperatura do gás ideal. ALGUMAS TEMPERATURAS NA ESCALA KELVIN Notar que a escala é logarítmica. PAREDES Os vários dispositivos, tais como recipientes, pistões, membranas, etc., que se utilizam para impor determinadas condições fronteira aos sistemas, são usualmente referidos como paredes. Em particular, a experiência sugere que através da manipulação de paredes de diversos tipos se pode controlar o “conteúdo de calor” de um dado sistema, de acordo com a nossa vontade, retendo ou deixando passar esse mesmo “conteúdo em calor”. Por outro lado, esta noção empírica de “condutibilidade calorífica”, isto é, de fluxo da “qualidade calor” permite classificar os diversos tipos de parede da forma mais simples possível. No entanto, um tal procedimento tem de ser efetuado com cuidado, uma vez que pode não estar desprovido de circularidade, na medida em que se pretende utilizar a “medição do calor” – isto é, a Calorimetria – para estabelecer o calor como quantidade e, assim, determinar a sua relação com a temperatura . Esta circularidade é, no entanto, evitada uma vez que a classificação dos diversos tipos de paredesse irá basear exclusivamente em leituras do termómetro. PAREDES ADIABÁTICAS E DIATÉRMICAS Seja um sistema de grande dimensão e insira-se um pequeno vaso contendo um sistema a uma temperatura diferente. De acordo com a Lei Zero da Termodinâmica, observa-se que a temperatura deste último irá variar por forma a que assintoticamente atinja a temperatura do Sistema de grande dimensão. No entanto, as curvas que traduzem a variação ao longo do tempo da temperatura do sistema mais pequeno apresentam formas diversas, conforme os diferentes materiais de que é feito o contentor do Sistema pequeno: ainda que a natureza qualitativa das curvas seja a mesma, a taxa do processo decrescerá quando se passa, por exemplo, de uma folha de cobre para madeira ou amianto. Supondo, por exemplo, que a experiência termina no instante t0, observa-se que, em determinados casos, a temperatura do Sistema pequeno permanece quase inalterada, enquanto que noutros casos rapidamente se aproxima da temperatura do Sistema de maior dimensão. Este comportamento sugere que se introduzam os conceito ideais de parede adiabática e de parede diatérmica. Assim, um sistema completamente rodeado por paredes adiabáticas pode ser manti- do indefinidamente a uma dada temperatura, independentemente da vizinhança. Já as paredes diatérmicas não oferecem qualquer obstáculo à equalização de temperaturas. A NATUREZA DO CALOR No século XVIII, os estudos acerca do calor e dos gases estavam intimamente ligados e, por isso, não será de estranhar que as duas principais teorias acerca da natureza do calor se alicerçassem em diferentes conceções acerca da natureza dos gases. A teoria mecânica dos gases – que, mais tarde viria a originar a teoria cinética dos gases – via o calor como um processo associado ao movimento das partículas constituintes do gás. Por seu lado, a teoria substancial ou material do calor via neste um éter, isto é um fluido elástico subtil. As ligações entre calor e gás foram-se tornando cada vez mais evidentes. Sabia-se que a combustão e a “calcinação” (a oxidação, na terminologia moderna) apenas tinham lugar na presença de determinados “ares”. Por outro lado, também se observava a libertação de diversos “ares” aquando do aquecimento, fermentação e putrefação. Finalmente, a respiração que era necessária à vida também surgia, de certa forma, ligada ao calor animal. O calor encontrava-se ligado aos processos de evaporação e de ebulição e, uma das características mais proeminentes que ligava calor e gás – utilizada em diversos tipos de máquinas térmicas – era a enorme expansão que se observava quando a água se transformava em vapor ao ser aquecida, o mesmo acontecendo com o ar. O CALORÍMETRO De um ponto de vista formal, um calorímetro é um dispositivo para medir a quantidade de calor envolvida num determinado processo. Um exemplo de calorímetro na vida prática é pro- tagonizado pelos copos de café de esferovite com tampa, sendo a função da esferovite e da tampa impedir transferências de calor do café quente (o sistema) para o ar exterior (a vizinhança). A Calorimetria, o ramo da Termodinâmica que trata da quantificação do calor envolvido em processos termodinâmicos, assenta no princí- pio de que num calorímetro adiabaticamente isolado a quantidade de calor no seu interior permanecerá sempre a mesma. Em experiências na vida real, haverá sempre perdas de calor através da parede do calorímetro, as quais, evidentemente, se deverão ter igualmente em conta. O CALORÍMETRO Uma das experiências mais básicas com o calorímetro consiste em supor que o aparelho está adiabaticamente isolado e que, no estado inicial, se têm, no interior do calorímetro, dois subsistemas separados por uma parede adiabática. Seguidamente a parede adiabática é substituída por uma parede diatérmica ou então a parede adiabática é removida, deixando-se que os dois sistemas se misturem. Medem-se as temperaturas dos subsistemas no instantes inicial e final. Um exemplo é o de ter duas massas de água ou uma massa de ar e de gelo às temperatu- ras iniciais t1 e t2 as quais, depois de mistu- radas, acabam por ficar à temperatura final t. A TERMODINÂMICA DO CALÓRICO A utilização conjunta do termómetro e do calorímetro levantou um leque vasto de questões à investigação experimental. Um dos pri- meiros problemas a ser estudados foi a mistura de diferentes quanti- dades de água a diferentes temperaturas. O resultado destas experi- ências pode resumir-se através da seguinte fórmula que dá a tempe- ratura final: 𝑡 = 𝑚1𝑡1 +𝑚2𝑡2 𝑚1 +𝑚2 (1) onde m1 e m2 são as massas das duas quantidades iniciais de água e t1 e t2 as respetivas temperaturas. A equação (1) pode ser encarada como sendo a consequência de uma lei de conservação. Caso se defina uma dada quantidade de calor ΔQ através da relação: ΔQ = 𝑚Δt (2) A TERMODINÂMICA DO CALÓRICO então a equação (1) é equivalente à seguinte lei de conservação: Δ𝑄1 + Δ𝑄2 = 0 (3) onde: Δ𝑄1 = 𝑚1Δ𝑡1 = 𝑚1 𝑡 − 𝑡1 (4) Δ𝑄2 = 𝑚2Δ𝑡2 = 𝑚1 𝑡 − 𝑡2 A lei de conservação (3) exprime a relação bem conhecida de que o “calor ganho é igual ao calor gasto”. As equações (3) e (4) impli- cam a equação (1), mas é claro que a recíproca não é verdadeira na medida em que a definição de Q pode ser modificada através de um fator constante arbitrário e continuar de acordo com a relação experimental (1). A TERMODINÂMICA DO CALÓRICO Uma definição alternativa de quantidade de calor surgiu como plausível aos primeiros investigadores. Com efeito, a lei de mistura pode igualmente ser expressa em função do volume em vez da massa, isto é: 𝑡 = 𝑣1𝑡1 + 𝑣2𝑡2 𝑣1 + 𝑣2 (1𝑎) Esta relação sugere a seguinte definição alternativa de quantidade de calor: ΔQ = 𝑣Δt (2𝑎) É importante notar que nada permite decidir a favor das relações (2) e (2a) enquanto a sua aplicação envolver apenas misturas de uma única substância. A TERMODINÂMICA DO CALÓRICO Foi Herman Boerhaave (1668 –1738), botânico, médico e humanista cristão, de nacionalidade holandesa, quem sugeriu a Fahrenheit que estudasse este assunto experimentalmente, tendo os resultados obtidos com uma mistura calorimétrica de água e mercúrio mostrado ser incompatíveis com as equações (1) e (2), ao invés das equações (1a) e (2a) que se mostraram capazes de prever corretamente a ordem de magnitude, ainda que sem uma concordância quantitativa. Estes resultados levaram à aceitação da hipótese volumétrica, expressa pelas equações (1a) e (2a), hipótese que não foi questionada durante cerca de 30 anos. Com efeito, não teria sido possível alcançar uma concordância mais satisfatória com a experiência sem a introdução de conceitos basicamente novos. Foi necessária a coragem intelectual de Joseph Black (1728 – 1799), físico e químico escocês, para entender que este passo podia ser dado ainda que assentando no material rudimentar disponível. A TERMODINÂMICA DO CALÓRICO Por volta de 1760, nas suas lições na universidade de Glasgow, Black apresentou uma nova análise da experiência de Fahrenheit. De acordo com Black, as discrepâncias experimentais eram um sinal de que a relação entre a quantidade de calor e a temperatura eram influenciadas por propriedades específicas das substâncias individuais pelo que a hipótese (2a) deveria ser substituída pela relação: ΔQ = 𝑚𝑐Δt = 𝐶Δt (2𝑏) A constante c foi inicialmente designada por “afinidade para o calor” e, finalmente, foi denominada “calor específico”. Por sua vez a constante 𝐶= 𝑚𝑐 foi denominada “capacidade calorífica”. CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO A capacidade calorífica C de uma amostra de uma dada substância é, assim, definida como sendo a quantidade de calor que é necessário fornecer a essa amostra para que a sua temperatura se eleve de 1ºC. Por sua vez, o calor específico c de uma dada substância é definido como sendo a capacidade calorífica por unidade de massa. O calor específico de uma dada substância é, portanto, definido como sendo a quantidade de calor que é necessário fornecer a uma unidade de massa dessa substânciapara que a sua temperatura se eleve de 1ºC. As definições de capacidade calorífica e de calor específico permitem definir uma unidade de calor, tomando para padrão uma determinada substância. A CALORIA A noção de calor baseada no calórico sugere que o “escoamento” deste “fluido” de um corpo para outro se deve a variações de temperatura. Foi esta conceção que motivou a definição de uma unidade de energia relacionada com os processos térmicos, a caloria (cal) que se define como a quantidade de energia que é necessário transferir para 1 g de água para que a sua temperatura se eleve de 14.5°C para 15.5°C. De referir que, originalmente a caloria foi definida como a quantidade de calórico que é necessário fornecer a 1 g de água para que a sua temperatura se eleve de 1°C. No entanto, medições mais precisas revelaram que a quantidade de energia necessária para levar a um aumento de 1°C dependiam da temperatura inicial, isto é, a capacidade calorífica da água não é constante, dependendo da temperatura. A caloria (cal) também é designada por caloria-grama e por pequena caloria. A razões destas designações prendem-se com o facto de existir uma outra unidade, a Caloria (Cal) (com C maiúsculo), que vale 1000 cal e também se designa por caloria- quilograma (kcal), grande caloria, caloria nutricional e caloria alimentar. A CALORIA A British thermal unit (BTU or Btu), que é uma unidade tradicional de energia, é definida como a quantidade de calor necessário para elevar 1 lb (uma libra massa) de água de um grau Fahrenheit. 𝟏𝐁𝐓𝐔 ≅ 𝟐𝟓𝟐. 𝟓 𝐜𝐚𝐥 Quando totalmente consumido, um fósforo de madeira com 4 polegadas de comprimento (4’’ = 10.16 cm) produz aproximadamente 1 BTU. Caixa de fósforos de 4’’ de comprimento CALORES ESPECÍFICOS MÁSSICO e MOLAR Como, em geral, a capacidade calorífica de uma substância depende da temperatura, isto é, 𝐶 = 𝐶(𝑇), tem-se a seguinte generalização de relação (2b): đQ =C(T) dT ⟺ 𝐶 = đ𝑄 𝑑𝑇 onde, recorde-se!, o símbolo đ indica que não existe uma função 𝑄 que derivada em ordem a T seja 𝐶. A capacidade calorífica 𝐶 é uma propriedade extensiva que é diretamente proporcional ao tamanho do sistema. Já o calor específico 𝑐𝑚, dado por: 𝑐𝑚 = 𝐶 𝑚 = 1 𝑚 đ𝑄 𝑑𝑇 isto é, a capacidade calorífica por unidade de massa é uma propriedade intensiva que caracteriza o tipo de sistema. Também se pode definir o calor específico molar dado por: 𝑐𝑛 = 𝐶 𝑛 = 1 𝑛 đ𝑄 𝑑𝑇 Onde 𝑛 é o número de moles do sistema. CALOR ESPECÍFICO Pode interpretar-se o calor específico como uma medida da insensitividade térmica de uma dada substância à adição de energia. Quanto maior for o calor específico de um dado material, maior quantidade de energia se tem de adicionar a uma dada massa desse material para que se observe uma determinada variação de temperatura. Problemas de Calorimetria – um exemplo Arrefecimento de um lingote Aquece-se um lingote de 0.0500 kg até ficar à temperatura de 200.0°C e, em seguida, mergulha-se num recipiente contendo 0.400 kg de água inicialmente a 20.0°C. Sabendo que a temperatura final de equilíbrio do sistema água-lingote é 22.4°C, determine o calor específico do metal. Solução: 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑐á𝑔𝑢𝑎 𝑇𝑓 − 𝑇á𝑔𝑢𝑎 +𝑚𝑙𝑖𝑛𝑔𝑜𝑡𝑒 𝑐𝑙𝑖𝑛𝑔𝑜𝑡𝑒 𝑇𝑓 − 𝑇𝑙𝑖𝑛𝑔𝑜𝑡𝑒 = 0 0.400 𝑘𝑔 × 1000 𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑔 ℃ × 22.4℃− 20.0℃ + 0.0500 𝑘𝑔 × 𝑐𝑙𝑖𝑛𝑔𝑜𝑡𝑒 × (22.4℃− 200.0℃) = 0) donde: 𝑐𝑙𝑖𝑛𝑔𝑜𝑡𝑒 = 108 𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑔 ℃ = 0.108 𝑐𝑎𝑙 𝑔 ℃
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