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TRABALHOS CABEÇA COMPILAÇÃO ANO LETIVO: 2018/2019 TURMA 15 Pág. | 2 Índice Cavidades Orbitárias ............................................................................................................................... 6 Noções gerais ...................................................................................................................................... 6 Base ..................................................................................................................................................... 6 Ápice/Vértice ...................................................................................................................................... 7 Face Superior/Abóbada ...................................................................................................................... 7 Face Inferior/Pavimento ..................................................................................................................... 7 Face Lateral (Externa) ......................................................................................................................... 8 Face Medial ......................................................................................................................................... 8 Foramenes e Comunicação com Outras Cavidades ............................................................................ 9 Comunicação com o exterior .......................................................................................................... 9 Comunicação com a Cavidade Craniana ......................................................................................... 9 Comunicação com as Cavidades Nasais ........................................................................................ 10 Conteúdo das cavidades orbitárias: .................................................................................................. 11 Bulbo ocular .................................................................................................................................. 11 Pálpebras e Aparelho Lacrimal...................................................................................................... 12 Músculos: .......................................................................................................................................... 13 Músculo Levantador da Pálpebra superior: .................................................................................. 15 Músculos Retos do globo ocular: .................................................................................................. 15 Músculos Oblíquos ........................................................................................................................ 18 Vascularização: .................................................................................................................................. 19 Arterial .......................................................................................................................................... 19 Venoso: ......................................................................................................................................... 20 Inervação ........................................................................................................................................... 21 Nervos motores: ........................................................................................................................... 21 Nervos sensitivos: ......................................................................................................................... 22 Cavidades Nasais ................................................................................................................................... 23 Noções Gerais ................................................................................................................................... 23 Parede Medial/Septo Medial ............................................................................................................ 23 Cartilagem do septo nasal:............................................................................................................ 23 Desvio do Septo Nasal - Implicações............................................................................................. 24 Parede Superior/ Abóbada/ Teto/ Ápice .......................................................................................... 24 Parede Inferior/ Pavimento ou Assoalho: ......................................................................................... 25 Parede Lateral: .................................................................................................................................. 25 Características da face lateral: ...................................................................................................... 26 Pág. | 3 Esqueleto Cartilagíneo do Nariz ............................................................................................................ 27 Cartilagens Principais ........................................................................................................................ 27 Cartilagem do Septo Nasal ............................................................................................................ 27 Cartilagem Vómeronasal ............................................................................................................... 27 Cartilagens Laterais do Nariz......................................................................................................... 28 Cartilagens Acessórias ................................................................................................................... 28 Membrana Fibrosa do Nariz ............................................................................................................. 28 Mucosa Nasal .................................................................................................................................... 29 Seios Paranasais ................................................................................................................................ 29 Vascularização: .................................................................................................................................. 33 Arterial .......................................................................................................................................... 33 Venosa:.......................................................................................................................................... 35 Inervação ........................................................................................................................................... 35 Nervo olfativo (I) ........................................................................................................................... 36 Nervo Trigémeo (V) ....................................................................................................................... 36 Anatomia Funcional: ......................................................................................................................... 37 Crânio em geral ..................................................................................................................................... 38 Abóboda craniana/Calvária vs Base do Crânio ................................................................................. 38 Desenvolvimento da cabeça ............................................................................................................. 38 Calvária .............................................................................................................................................. 40 Conformação externa da calvária .................................................................................................41 Conformação interna da calvária .................................................................................................. 41 Acidentes anatómicos desta face: ................................................................................................ 42 Base do Crânio .................................................................................................................................. 43 Conformação externa da base .................................................................................................... 43 Forames existentes apenas na superfície externa da base do crânio: ......................................... 44 Conformação interna da base ....................................................................................................... 45 Arquitetura do Crânio ....................................................................................................................... 50 Arquitetura Funcional do Crânio ................................................................................................... 50 Estruturas de reforço da Base do crânio ....................................................................................... 50 Estruturas de reforço da Calvária ................................................................................................. 51 Meios de resistência auxiliares ..................................................................................................... 51 Pilares (pontos de união) .............................................................................................................. 52 Pontos Craniométricos ..................................................................................................................... 52 Craniometria ................................................................................................................................. 52 Pontos Craniométricos/Pontos Singulares ................................................................................... 53 Pág. | 4 Diâmetros Craniométricos ................................................................................................................ 54 Diâmetros Longitudinais: .............................................................................................................. 54 Diâmetros Transversais: ................................................................................................................ 54 Diâmetros Verticais ..................................................................................................................... 54 Diâmetros Oblíquos ...................................................................................................................... 54 Fossa Infratemporal .............................................................................................................................. 56 Noções Gerais ................................................................................................................................... 56 Forma: ............................................................................................................................................... 56 Conteúdos da fossa infratemporal ................................................................................................... 57 Ligamento esfeno-mandibular ...................................................................................................... 58 Músculos ........................................................................................................................................... 58 Músculo Pterigoideu Medial (1 de 4 músculos mastigadores) ..................................................... 58 Músculo pterigoideu lateral (1 de 4 músculos mastigadores) ...................................................... 59 Fáscia interpterigoideia................................................................................................................. 59 Vascularização ................................................................................................................................... 60 Arterial .......................................................................................................................................... 60 Venosa ........................................................................................................................................... 63 Nervos ............................................................................................................................................... 63 Comunicações entre a Fossa infratemporal e outras regiões: ......................................................... 68 Fossa ptérigo- palatina ...................................................................................................................... 68 Fissura Ptérigo-maxilar ..................................................................................................................... 70 Artrologia da Cabeça ............................................................................................................................. 71 Visão Geral ........................................................................................................................................ 71 Artrologia do crânio e da face ........................................................................................................... 72 Suturas e sinfibroses ..................................................................................................................... 72 Relevância clínica .......................................................................................................................... 74 Articulação têmporo-mandibular ..................................................................................................... 76 Classificação: ................................................................................................................................. 76 Superfícies articulares ................................................................................................................... 76 Disco articular ............................................................................................................................... 77 Cápsula articular ........................................................................................................................... 77 Membrana sinovial ....................................................................................................................... 79 Ligamentos .................................................................................................................................... 79 Músculos ........................................................................................................................................... 81 Músculos Mastigadores (miologia da cabeça) .............................................................................. 81 Músculos Supra-hioideus (miologia do pescoço) ......................................................................... 82 Pág. | 5 Vascularização ................................................................................................................................... 82 Arterial .......................................................................................................................................... 82 Venosa ........................................................................................................................................... 82 Inervação ........................................................................................................................................... 83 Movimentos da Articulação .............................................................................................................. 83 Relevância clínica.............................................................................................................................. 84 Pág. | 6 Cavidades Orbitárias Noções gerais As cavidades orbitárias são duas cavidades profundas situadas na metade superior da face, inferiormente à fossa anterior do crânio, anteriormente à fossa média do crânio, superiormente às maxilas e súpero-lateralmente às cavidades nasais. Encontram-se separadas das cavidades nasais pelos lacrimais e paredes laterais dos labirintos etmoidais. São estruturas bilaterais, simétricas à linha mediana, que alojam e protegem diversas estruturas oculares como os globos oculares, o nervo ótico, os músculos oculares, o aparelho lacrimal e os nervos e vasos relacionados com estas estruturas. As cavidades orbitárias são formadas por sete ossos: frontal, esfenoide, zigomático, maxila, etmoide, palatino e lacrimal. E apresentam a forma de uma pirâmide quadrangular de base anterior e vértice posterior. Esta forma permite dividi-las esquematicamente em quatro paredes, quatro ângulos, um ápice e uma base. Base A base é a abertura anterior da órbita e apresenta a forma de um quadrado, com uma orientação ântero-ínfero-lateral, ao qual se atribuem quatro margens. • Margem Supraorbital/Superior: margem órbitonasal do frontal. Termina lateralmente no processo zigomático e medialmente no processo orbital da maxila • Margem Ínfero-orbital/Inferior: compreende na sua metade medial o processo frontal da maxila e termina lateralmente na margem anterior do zigomático • Margem Medial: Processo orbital medial do frontal e processo frontal da maxila • Margem Lateral: margem ântero-superior do zigomático terminando superiormente no processo zigomático do frontal Resta referir que a base apresenta uma importante função de proteção do bulbo ocular porque contém estruturas ósseas espessas, e por isso, resistentes. Pág. | 7 Ápice/Vértice O ápice das fossas orbitárias é póstero-medial e corresponde ao extremo medial da fissura orbital superior. Neste ponto existe um sulco estreito cujo lábio anterior sobressai e se converte no tubérculo infra-ótico. No sulco e no tubérculo insere-se o anel tendinoso comum (origem dos quatro músculos retos do globo ocular). Face Superior/Abóbada Esta face constitui o teto da órbita, é concava, em forma triangular e é formada anteriormente pela fossa orbital do frontal e junto ao ápice, isto é, posteriormente pela asa menor do esfenoide. Ântero-medialmente apresenta uma fóvea troclear onde se insere a tróclea de reflexão do músculo oblíquo superior do olho e, por vezes, também dá inserção de parte do seio frontal Na porção ântero-lateral existe uma fossa profunda, a fossa da glândula lacrimal onde se encontra a glândula lacrimal. Posteriormente é formada pela face inferior da asa menor do esfenoide e apresenta a sutura esfeno-frontal que resulta da articulação do osso frontal com a asa menor do esfenoide. Face Inferior/Pavimento Tem uma forma triangular e forma um plano que é inclinado ântero-ínfero-lateralmente. É fina e considerada também o teto do seio maxilar. Tal como a face superior, apresenta uma concavidade, e é formada por porções de três ossos: palatino, zigomático e maxila. Ântero-medialmente é formada pela face orbital do processo zigomático do osso maxilar, que ocupa os dois terços mediais desta parede. É nesta porção que constitui o teto do seio maxilar. Ântero-lateralmente é formada pela face medial do processo orbital do osso zigomático. Posteriormente é formada pela vertente superior da superfície não articular do processo orbital do palatino. Na maioria da sua extensão, o pavimento é constituído por uma lamina óssea que separa a cavidade do seio mamilar que passa infrajacente. Pág. | 8 Face Lateral (Externa) Esta face é plana e triangular, separando-se da face superior pela fissura orbital interior. É a parede mais espessa das quatro, sobretudo posteriormente onde separa a órbita da fossa média do crânio. Por ser a parede mais espessa é também a mais resistente. A face lateral é formada posteriormente pela asa maior do esfenoide, anteriormente pelo processo frontal do osso zigomático e superiormente pelo processo zigomático do frontal. Apresenta três suturas: esfeno-zigomática, fronto-zigomática e esfeno-frontal. Face Medial A face medial é uma face fina, frágil e de forma quadrilátera. Relaciona-se com as suas cavidades anexas, isto é, as células etmoidais e o seio esfenoidal e separa a cavidade orbitária da cavidade nasal. É quase vertical e paralela ao plano sagital, curvando-se ínfero-lateralmente para dar continuidade à parede inferior da cavidade orbital. É constituída por porções de quatro ossos distintos, que de anterior para posterior são: • Maxila, mais concretamente o processo frontal da maxila; • osso lacrimal; • lâmina orbital do etmoide • pequena porção do corpo do esfenoide situada anteriormente à fissura orbital superior e à asa maior do esfenoide. Esta face inclui também as suturas entre estes ossos. São elas: lácrimo-maxilar, etmoido- lacrimal e esfeno-etmoidal. É também importante referir que o lacrimal e o processo frontal da maxila formam entre eles o sulco lacrimal, que é limitado por duas cristas: a crista lacrimal posterior e anterior. Anteriormente localiza-se a fossa para o saco lacrimal, que é limitado pela crista lacrimal anterior da maxila e pela crista lacrimal posterior do osso lacrimal. O saco lacrimal abre-se na cavidade nasal através do canal naso-lacrimal, canal esse que se dirige inferiormente desde a fossa para o saco lacrimal até à cavidade nasal, formando a via lacrimal principal. O etmoide articula-se com a margem medial da fossa orbital do frontal onde se forma a sutura fronto-etmoidal que é interrompida pelos forames etmoidais anterior e posterior, que se abrem posteriormente em canais com o mesmo nome. Estes forames fazem a comunicação entre a cavidade orbitária, a fossa craniana anterior, a cavidade nasal e o osso etmoide. Posteriormente, o etmoide articula-se com o corpo do esfenoide formando o resto da parede medial até ao ápice. Pág. | 9 Foramenes e Comunicação com Outras Cavidades Comunicação com o exterior • Forame supraorbital: localiza-se na margem órbito-nasal do frontal, perfurando-o, e dá passagem aos vasos e nervo supra-orbitais. • Forame frontal: localiza-se na margem órbito-nasal do frontal medialmente ao forame supraorbital e dá passagem aos vasos supratrocleares. • Forame infra-orbital: começando posteriormente e ao longo de dois terços da fissura orbital inferior encontra-se o sulco infra-orbital. Este sulco liga-se com o canal infra- orbital que, por sua vez, se abre no forame infra-orbital. Comunicação com a Cavidade Craniana • Canal ótico: Abertura esférica no ápice da cavidade orbitária que se abre para a fossa média do crânio e é limitado medialmente pelo corpo do esfenoide e lateralmente pela asa menor do esfenoide. É atravessado pelo nervo ótico e artéria oftálmica. • Fissura orbital superior: Lateralmente ao canal ótico e com uma forma triangular, a fissura orbital superior está situada entre a abóbada e a parede lateral da órbita. Esta fissura permite que as estruturas passem entre a órbita e a fossa média do crânio. É atravessada pelos ramos superior e inferior no nervo oculomotor (III), pelo nervo troclear (IV), pelo nervo abducente (VI), pelos ramos lacrimal, frontal e nasociliar do nervo oftálmico (V1) e pela veia oftálmica inferior. Pág. | 10 • Fissura orbital inferior: a separar a face lateral da orbita do seu pavimento, esta fissura é uma abertura longitudinal entre a asa maior do esfenóide, palatino, zigomático e maxila. Permite a comunicação entre a órbita e a fossa pterigo- palatina (posteriormente), entre a órbitae a fossa infra-temporal (medialmente) e entre a órbita e a fossa temporal (póstero-lateralmente). É atravessada pelo nervo maxilar (V2) e pelo seu ramo zigomático e pelos vasos infra-orbitais Comunicação com as Cavidades Nasais • Canal lácrimo-nasal: formado entra a face medial da maxila através da articulação do seu sulco lacrimal (que é anterior à concha lacrimal) com a porção inferior do sulco lacrimal do osso lacrimal que está na sua face lateral e é anterior à crista lacrimal. • Canais etmoidais anterior e posterior: na junção entre a abóbada e a face medial, estes canais resultam da reunião entre os sulcos transversais da face superior do etmoide com os canais semelhantes que estão na face inferior do frontal. O canal etmoidal anterior permite a passagem da artéria e nervo etmoidais anteriores e o canal etmoidal posterior permite a passagem da artéria e nervo etmoidais posteriores. Pág. | 11 Conteúdo das cavidades orbitárias: O conteúdo que se encontra dentro de cada cavidade diz respeito ao conjunto de estruturas que formam o órgão da visão, nomeadamente o bulbo do olho, o nervo ótico, os músculos extrínsecos do olho, o aparelho lacrimal, tecidos adiposos, fáscia e os nervos e vasos que suprem estas estruturas. Bulbo ocular É irregularmente esférico, uma vez que a córnea sobressai do resto do corpo. A parede do bulbo ocular é constituída por 3 túnicas: • Túnica Externa (Fibrosa): Esclera + Córnea • Túnica Média (Músculo-vascular): Coroideia + Corpo ciliar + Íris (que contém a Pupila) • Túnica Interna (Nervosa): Retina No interior das paredes do bulbo ocular podemos encontrar os meios transparentes: • Cristalino • Humor aquoso (líquido incolor que preenche o espaço compreendido entre a córnea e o cristalino) • Corpo vítreo Importa salientar que, nas três dimensões, os movimentos do bulbo do olho são: - Elevação (direcionando a pupila superiormente) - Depressão (direcionando a pupila inferiormente) - Abdução (direcionando a pupila lateralmente) - Adução (direcionando a pupila medialmente) - Rotação Interna (rodando e direcionando a pupila para medial) - Rotação Externa (rodando e direcionando a pupila para lateral) Pág. | 12 Pálpebras e Aparelho Lacrimal Pálpebras Recobrem o bulbo ocular, quando fechadas, protegendo-o de lesão e de luz excessiva, mantendo, também, a córnea húmida. São pregas móveis recobertas por pele fina externamente e pela túnica conjuntiva da pálpebra internamente. A camada das pálpebras consiste, de anterior para posterior: • pele • tecido subcutâneo • músculo estriado • septo orbital • tarso • túnica conjuntiva A perda de inervação do orbicular das pálpebras pelo nervo facial [VII] causa incapacidade de fechar firmemente as pálpebras, provocando a queda das pálpebras e causando derramamento de lágrimas. Esta perda de lágrimas provoca a ressecagem da túnica conjuntiva que pode ulcerar, causando assim uma infeção. Aparelho Lacrimal Consiste em: • Glândulas lacrimais, que produzem o líquido lacrimal. Apresentam forma de amêndoa, e situam-se na fossa da glândula lacrimal, (parede superior, lateralmente à cavidade orbitária e inferiormente à margem inferior do frontal). Encontra-se dividida em duas porções pelo músculo levantador da pálpebra: o Porção orbitária (glândula lacrimal principal), localizada na porção ântero- súpero-lateral da cavidade; o Porção palpebral (glândula lacrimal acessória), localizada na pálpebra superior ao longo da parede súpero-lateral do fundo do saco conjuntival superior; A glândula é inervada pelo ramo lacrimal do nervo oftálmico. • Ductos lacrimais: transportam a lágrima da glândula lacrimal para o saco da túnica conjuntiva; • Canalículos lacrimais situados na face medial da órbita, medial e superiormente; • Lago lacrimal: recolhe o fluido que cobre a córnea; • Ducto lacrimo-excretor: conduz a lágrima para a cavidade nasal. • Trajeto da lágrima: excesso de fluido -> lágrimas saem do globo ocular para serem excretadas pelos canalículos lacrimais superiores e inferior Pág. | 13 As secreções produzidas pela glândula lacrimal drenam em canalículos lacrimais, medialmente, para se acumular no saco lacrimal. Quando choramos, ocorre contração do saco lacrimal, forçando o líquido lacrimal a percorrer o ducto lacrimo-nasal (ou ducto lacrimo- excretor), para drenar no meato nasal inferior. Músculos: Os músculos das cavidades orbitarias podem ser divididos em Intrínsecos e Extrínsecos. Os Músculos Intrínsecos encontram-se dentro do bulbo ocular e controlam a forma da lente e o diâmetro da pupila. São: • músculo ciliar • músculo esfíncter da pupila • músculo dilatador da pupila Pág. | 14 Os Músculos Extrínsecos (ou extraoculares) encontram-se fora do bulbo ocular e estão envolvidos na elevação das pálpebras superiores nos movimentos do bulbo. São: • músculo levantador da pálpebra superior • músculos retos superior, inferior, medial e lateral • músculos oblíquos superior e inferior Sendo que o primeiro movimenta a pálpebra e os restantes movimentam o bulbo ocular. Pág. | 15 Músculo Levantador da Pálpebra superior: É um músculo longo, achatado e triangular. É inferior à parede superior da órbita. Estende-se desde o vértice da órbita até à pálpebra superior. Inserções e descrição: Posteriormente, insere-se na porção inferior da asa menor do esfenóide, supero- anteriormente ao canal ótico, através de fibras tendinosas. As fibras vão dirigir-se para diante entre a parede superior da órbita e o músculo reto superior. Anteriormente, o músculo dispõe-se em forma de leque cuja base se vai inserir em toda a largura da pálpebra superior. Insere-se mediante dois feixes: um cutâneo (anterior) e outro tarsal (posterior). A inserção cutânea ou lâmina superficial (Clermont) é, das duas, a mais importante. Os seus fascículos atravessam o músculo orbicular do olho e inserem-se na pele das pálpebras superiores. A inserção tarsal ou lâmina profunda é composta pelos fascículos mais profundos e posteriores inserindo-se na metade inferior da face anterior do tarso. Existe por vezes, uma lamina muscular fina – músculo superior do tarso- que passa inferiormente ao músculo levantador das pálpebras até à margem superior do tarso. Função: eleva a pálpebra superior. Inervação: ramo superior do nervo oculomotor III Perda de função do nervo oculomotor: ptose completa da pálpebra superior Perda de inervação simpática para o músculo tarsal superior: pstose parcial Traumatismo craniano grave: causa lesão no nervo oculomotor III Músculos Retos do globo ocular: • São quatro: superior, inferior, lateral e medial. • São achatados e afilados nas extremidades. • Comprimento médio é 4cm. • Estendem-se desde o vértice da órbita até ao hemisfério anterior do bulbo ocular. Inserções posteriores Inserem-se posteriormente, no vértice da órbita por meio de um tendão comum aos quatro músculos - o anel tendinoso comum ou tendão de Zinn. Pág. | 16 Tendão de Zinn: O tendão de Zinn insere-se no vértice da cavidade orbitaria, ou seja, na porção medial da fissura orbital superior e insere-se no tubérculo infra-orbital. O tendão de Zinn diz respeito ao ponto de origem dos músculos retos do olho. Contém o canal ótico e parte da fissura orbital superior. Assim, dentro do anel passam o nervo ótico, a artéria oftálmica, ramos superior e inferior do nervo oculomotor, nervo nasociliar e nervo abducente. Este tendão circunda as margens superior, medial e inferior do canal ótico, continuando-se lateralmente pelas porções medial e inferior da fissura orbital, ligando-se à espinha da asa maior do esfenóide. O tendão divide-se em quatro secções tendinosas que separam a origem dos quatro músculos retos: • Ínfero-medial: entre as origens do músculo reto inferior e medial• Ínfero-Lateral: entre as origens do músculo reto inferior e lateral • Súpero-lateral: entre as origens do músculo reto superior e lateral. Apresenta um orifício denominado anel de Zinn que dá passagem a diferentes nervos (de superior para inferior): divisão superior do nervo oculomotor (III), nervo nasociliar (ramo do nervo oftálmico), nervo abducente (VI) e divisão inferior do nervo oculomotor (III). • Súpero-medial: entre as origens do músculo reto superior e medial. Divide-se em duas porções, constituindo um orifício que dá passagem ao nervo ótico (II) e à artéria oftálmica O reto inferior, parte do reto medial e as fibras inferiores do reto lateral inserem-se todas na parte mais inferior do anel, enquanto que o reto superior parte do reto medial e as fibras superiores do reto lateral se inserem superiormente no anel. Por vezes existem algumas fibras do reto lateral que se inserem diretamente na asa maior do esfenoide lateralmente ao anel tendinoso. As fibras de cada músculo reto vão dirigir-se anteriormente para se inserirem na porção mais anterior do bulbo ocular, posteriormente à margem da córnea, sendo que o músculo reto superior se vai inserir na porção ântero-superior, o reto medial na porção ântero-medial, o reto inferior na porção ântero-inferior e o reto lateral na porção ântero-lateral. Pág. | 17 Reto superior Origem: parte superior do anel tendinoso comum Inserção: metade anterior do bulbo do olho, superiormente Inervação: nervo oculomotor (III) – ramo superior Função: elevação, adução e rotação medial do bulbo do olho Reto inferior Origem: parte inferior do anel tendinoso comum Inserção: metade anterior do bulbo do olho, inferiormente Inervação: nervo oculomotor (III) – ramo inferior Função: depressão, adução e rotação lateral do bulbo do olho Reto medial É mais curto, mas o mais forte. Origem: parte medial do anel tendinoso comum Inserção: metade anterior do bulbo do olho, medialmente Inervação: nervo oculomotor (III) – ramo inferior Função: adução do bulbo do olho Reto lateral Origem: parte lateral do anel tendinoso comum Inserção: metade anterior do bulbo do olho, lateralmente Inervação: nervo abducente (VI) Função: abdução do bulbo do olho Pág. | 18 Músculos Oblíquos Oblíquo superior É fusiforme. Reflete se sobre si mesmo Inserção: Posteriormente, insere-se no corpo do esfenoide, supero-medialmente ao canal ótico e ao anel de Zinn. As suas fibras vão dirigir-se anteriormente ao longo da margem medial do teto da órbita até atingir uma tróclea, que se fixa à fóvea troclear do osso frontal. É nesse ponto que ocorre a reflexão do tendão (formando um ângulo agudo) que depois se vai dirigir póstero-ínfero-lateralmente, inserindo-se no quadrante póstero-lateral do bulbo ocular. O tendão e a tróclea estão separados por uma membrana sinovial delicada. Inervação: nervo troclear (IV) Função: depressão, adução e rotação medial do bulbo do olho Oblíquo inferior É fino, afilado. É o único músculo que não tem origem na parte posterior da órbita. Inserção: Origina-se do lado medial do pavimento da órbita, posteriormente à margem orbitária e insere-se na superfície orbitária da maxila, lateralmente ao sulco lacrimonasal. As suas fibras dirigem se postero-lateralmente ao longo do pavimento da cavidade orbitária, passando inferiormente ao músculo reto inferior, para se inserirem no quadrante póstero- lateral do bulbo ocular. Inervação: nervo oculomotor (III) – ramo inferior Função: elevação, abdução e rotação do bulbo do olho Estes músculos não atuam isoladamente. Funcionam como uma equipa no movimento coordenado do bulbo do olho para posicionar a pupila conforme necessário. Ex: embora o reto lateral seja o principal responsável pelo movimento do bulbo do olho lateralmente, é auxiliado nesta ação pelos músculos oblíquos superior e inferior. Pág. | 19 Vascularização: Arterial A irrigação é feita através da artéria oftálmica que é um ramo da artéria carótida interna e que entra na orbita ocular pelo canal ótico juntamente com o nervo ótimo. Esta artéria dá origem a diversos ramos divididos em dois grupos: Ramos oculares (vascularizam o bulbo ocular) • Artéria Central da retina: entra no nervo ótico e desce até a retina • Artéria Ciliares posteriores curtas: em numero de 10-20, atravessam a esclera e vascularizam as restruturas interiores do bulbo ocular • Artéria Ciliares posteriores longas: em numero de 2, atravessam a esclera e vascularizam as restruturas interiores do bulbo ocular Ramos Orbitários (vascularizam a glândula lacrimal e os músculos intrínsecos) • Artéria lacrimal: dirige-se para a parte lateral da orbita, irriga a glândula lacrimal, músculos, as paredes laterais da pálpebra e o ramo ciliar anterior para o bulbo ocular. • Artérias musculares (superior e inferior): vascularizam os músculos intrínsecos do bulbo ocular Ramos Extra-Orbitários (vascularizam estruturas externamente a orbita) • Artéria supra-orbital: inicia-se logo apos a artéria oftálmica atravessar o nervo ótico e sair da orbita através do forame orbital juntamente com o nervo supra-orbital. • Artéria etmoidal posterior: sai da orbita pelo forame etmoidal posterior e vasculariza as células etmoidais • Artéria etmoidal anterior: sai da orbita pelo forame etmoidal anterior e vasculariza o septo e as paredes laterais das cavidades nasais. • Artéria palpebral superior e inferior: vascularizam as pálpebras superiores e inferiores e a conjuntiva. • Artéria dorsal do nariz e Artéria supratroclear: são ramos terminais da artéria oftálmica. A artéria dorsal do nariz sai da orbita para irrigar a superfície do nariz e a artéria supratroclear deixa a orbita juntamente com o nervo supratroclear indo irrigar a região frontal. Pág. | 20 Venoso: Existem dois canais venosos na orbita • Veia oftálmica superior: começa na área anterior da orbita e resulta da união da veia supra-orbital e da veia angular. Passa pela parte superior da orbita e recebe ramos tributários acompanhantes da artéria oftálmica e veias drenantes da parte posterior do bulbo ocular. Sai da orbita pela porção medial da fissura orbital superior. • Veia oftálmica inferior: é mais pequena que a veia oftálmica superior. Passa na parte inferior da orbita (no pavimento da orbita) e recebe ramos tributários provenientes de músculos e da porção posterior do bulbo ocular. Sai da órbita por três maneiras possíveis: o Junta-se com a veia oftálmica superior; o Passa pela fissura orbital superior e termina no seio cavernoso; o Passa pela fissura orbital inferior e junta-se ao plexo pterigoide na fossa infratemporal. Pág. | 21 Inervação Nervos motores: Nervo Oculomotor (III): • Antes de entrar na cavidade orbital divide-se em dois ramos que entram na cavidade pela fissura orbital superior, no interior do anel de Zinn; • O ramo superior é mais pequeno e inerva o musculo reto superior e levantador da pálpebra superior • O ramo inferior divide-se em três: o Um ramo inerva o reto medial; o Outro ramo inerva o reto inferior o E outro ramo o musculo obliquo inferior e para o gânglio ciliar. Nervo Troclear (IV): • Antes de entrar na orbita cruza o nervo oculomotor; • Entra na orbita pela fissura orbital superior, superiormente ao anel de zinn, e dirige- se supero-medialmente cruzando o musculo levantador das pálpebras superior e entra no músculo oblíquo superior. Nervo Abducente (VI): • Entra na orbita pela fissura orbital superior, no interior do anel de zinn; • Inerva o musculo reto lateral. Pág. | 22 Nervos sensitivos: Nervo Ótico (II) • Não é um nervo ótico verdadeiro, mas sim uma extensão do cérebro que transporta fibras aferentes da retina ocular para os centros visuais do cérebro; Nervo Oftalmico (V1): • O mais pequenoe superficial das 3 divisões do nervo trigémeo • Antes de entrar na orbita divide-se em 3 ramos (nasociliar, lacrimal e frontal) • Nervo lacrimal (o mais pequeno dos 3 ramos): ▪ Entra pela fissura orbita sup., superiormente ao anel de zinn; ▪ Inversa a glândula lacrimal, a conjuntiva e a parte lateral da pálpebra superior • Nervo frontal (o maior dos 3 ramos): ▪ Entra pela fissura orbital sup., superiormente ao anel de zinn; ▪ Divide-se em 2 ramos: Supratroclear: sai da orbital pelo forame supraorbital, inervando a conjuntiva e a pele da pálpebra superior Supraorbitário: sai pelo incisura supra-orbital e ascende inervando a conjuntiva, a pálpebra superior, a testa e o coro cabeludo. • Nervo naso-ciliar (o primeiro ramo dos 3) ▪ Entra pela fissura orbital sup., interiormente ao anel de zinn; ▪ Dirige-se medialmente originando um ramo comunicante com o gânglio ciliar e continua-se para medial originando muitos mais ramos: Nervos ciliares longos- para o bulbo ocular e pode conter fibras simpáticas para a dilatação da pupila Nervo infratroclear- para inervar a porção medial das pálpebras sup. e inf., o saco lacrimal e a pele da metade superior do nariz. Nervo etmoidal posterior- para inervar celular etmoidais posterior e o seio esfenoidal Nervo etmoidal anterior - para inervar a fossa cranial anterior, a cavidade nasal e a pele da metade inferior do nariz. Pág. | 23 Cavidades Nasais Noções Gerais As cavidades nasais, são 2 cavidades/espaços em forma de cunha situadas de cada lado da linha mediana, medialmente às cavidades orbitais (separada pela parede medial da maxila), superiormente à cavidade oral (separada pelo palato duro), inferiormente à base do crânio (separada pelo osso frontal, etmoide e esfenoide). As cavidades nasais esquerda e direita estão separadas por um septo sagital, o septo nasal. As cavidades nasais ósseas são constituídas por quatro paredes e duas aberturas. As quatro paredes são a lateral, a medial, a superior e a inferior. As duas aberturas são a anterior e a posterior. Parede Medial/Septo Medial Parede delgada, lisa e vertical que separa as duas cavidades nasais entre si (situada no plano sagital ou mediano). Constituída, de anterior para posterior, pela cartilagem do septo nasal, lâmina perpendicular do etmóide e pelo vómer. Os ossos nasais e o osso frontal sustentam, também, a parede medial. Cartilagem do septo nasal: Encontra-se na porção ântero-inferior do septo nasal e relaciona-se com: • Póstero-inferiormente: vómer (verde) e maxila (rosa) • Póstero-superiormente: lâmina perpendicular do etmoide (lilás) Pág. | 24 Lâmina perpendicular do etmoide (lilás): Superior ao vómer (Verde). Na sua margem posterior relaciona-se com a crista esfenoidal anterior (lilás -> castanho), na margem ântero-inferior com a cartilagem do septo nasal (azul) e na margem ântero-superior com a espinha nasal do frontal. (laranja) Vómer (verde): Margem inferior relaciona-se com o pavimento das cavidades nasais. Superiormente, relaciona-se com a cartilagem do septo nasal (azul) (porção anterior) e com a lâmina perpendicular do etmoide (lilás) (posterior). Margem posterior relaciona-se com a lâmina vertical do palatino (Azul). Por fim a margem superior relaciona-se com o seio esfenoidal inferior (Cavidade castanha). Desvio do Septo Nasal - Implicações Uma diferente angulação do septo nasal nas peças ósseas pode não influenciar a inspiração. Por outro lado, um desvio na porção anterior e cartilaginosa pode gerar uma pressão negativa de sucção. Isto porque, sendo a parede lateral móvel, na ocorrência de um colapso entre a parede lateral e o septo, dá-se uma marcada obstrução do fluxo de ar. Consequências possíveis deste colapso são o ressonar, a apneia obstrutiva do sono e a necessidade de respirar pela boca. Um diagnóstico precoce permite evitar a “desprogramação do crescimento facial”. Se a respiração for feita pelo nariz, a boca está fechada e os maxilares encostados, sofrendo a remodelação óssea normal. Em caso de uma obstrução nasal, a boca abre, logo a língua já não faz remodelação interna e os músculos da mímica alteram-se. Os rostos vão ser longos, os maxilares recuados, o queixo curto e os dentes não tem espaço. Parede Superior/ Abóbada/ Teto/ Ápice Apresenta uma concavidade que olha para o interior das cavidades nasais. É formado de anterior para posterior: • ossos nasais que se articulam com a face anterior da espinha nasal do frontal e apresentam uma obliquidade póstero-superior • espinha nasal do frontal cujas faces póstero-laterais fazem parte da constituição da abóbada das fossas nasais; • lâmina horizontal/cribriforme do etmoide situada posteriormente à espinha nasal do frontal, preenche a incisura etmoidal do frontal e articula-se posteriormente com o corpo do esfenoide; • corpo do esfenoide - articula-se com a lâmina cribriforme do etmoide através da margem anterior do prolongamento etmoidal do esfenoide e com os labirintos etmoidais pelas porções laterais da face anterior. A face anterior e inferior do corpo do esfenoide contribuem para formar a abóbada das fossas nasais; Pág. | 25 Parede Inferior/ Pavimento ou Assoalho: É constituída por: • Anteriormente: processo palatino da maxila • Posteriormente: lâmina horizontal do palatino Processo Palatino Articula-se posteriormente com a lâmina horizontal do palatino, constituindo o palato duro. É limitado anteriormente pela espinha nasal anterior da maxila e posteriormente pela espinha nasal posterior do palatino. Em que anteriormente se abre o canal incisivo para a passagem do nervo nasopalatino e artéria esfeno-palatina/a anastomose entre a artéria palatina maior e a artéria nasopalatina. Parede Lateral: Fazem parte da constituição desta parede seis ossos: a maxila, o esfenoide, o palatino, o lacrimal, a concha nasal inferior e o etmoide. • Face Medial da Maxila - delimita a parede acima do processo palatino da maxila; • Lâmina medial do processo pterigoide do esfenoide (posteriormente à maxila) • Lacrimal (posteriormente à maxila e ântero-lateralmente ao labirinto etmoidal do etmoide) • Lâmina perpendicular do palatino (que se articula com a porção posterior da maxila e com a face anterior da lâmina medial do processo pterigoide do esfenoide) • Concha nasal inferior - situa-se na metade inferior da parede lateral das cavidades nasais, fixa pela sua margem superior. Articula-se com a maxila anteriormente e posteriormente com o palatino. Lateralmente temos a abertura do canal lacrimo- nasal que faz a drenagem das lágrimas para a cavidade nasal • Etmoide, mais precisamente o labirinto etmoidal, localizado superiormente à maxila, póstero-medialmente ao lacrimal e anteriormente ao esfenoide e processo orbital do palatino. Pág. | 26 Características da face lateral: Na metade inferior podemos destacar conchas nasais (estruturas ósseas com inserção superior, concavidade lateral e livres inferiormente): De inferior para superior temos: • Concha inferior (osso independente, insere-se nas faces medias da maxila, do lacrimal e da lâmina perpendicular do palatino) • Concha média • Concha superior • Concha suprema/de Santorini (inconstante) • Concha nasal/de Zuckerkandl (inconstante) Cada uma destas conchas vai delimitar um espaço designado por meato nasal. De Inferior para superior: • Meato Inferior (entre a concha inferior e o pavimento das cavidades nasais) Na sua porção superior e anterior, encontra-se a abertura do canal lacrimo-nasal que liga o saco lacrimal às fossas nasais, o que permite a drenagem das lágrimas para as fossas. • Meato Médio (entre a concha média e a inferior) Neste meato encontra-se o processo uncinado, a eminência nasal, a abertura do seio maxilar e de várias células etmoidais,a bolha etmoidal, o sulco uncibolhar, o sulco retrobolhar e a trabécula uncibolhar (lâmina óssea achatada que une as extremidades superior do processo unciforme e da bolha etmoidal) • Meato Superior (entre a concha superior e média) onde se encontra o forame do canal esfeno-palatino e dois terços das células etmoidais. • Meato Inconstante de Santorini (entre a concha suprema/de Santorini e a concha nasal superior) • Meato Inconstante de Zuckerkandl (entre a concha nasal/de Zuckerkandl e a conha nasal suprema) Os meatos inconstantes dão abertura a uma célula etmoidal, quando existem. • Recesso esfeno-etmoidal (espaço compreendido entre a concha superior e o teto nasal) destacam-se da face medial dos labirintos etmoidais Pág. | 27 Esqueleto Cartilagíneo do Nariz Constituído por três cartilagens principais e por cartilagens acessórias localizadas anteriormente ao vómer. Cartilagens Principais Cartilagem do Septo Nasal • Lâmina cartilaginosa, quadrilátera (4 margens), vertical e mediana • Esta cartilagem constitui a parte mais espessa do septo nasal • Anteriormente ao vómer e à lâmina perpendicular do etmoide • Posteriormente aos nasais e às cartilagens das asas do nariz • As suas faces são maioritariamente planas, mas podem apresentar ligeiros desvios que lhes confere uma concavidade e convexidade. Margem póstero-inferior - une-se ás lâminas da margem anterior do vómer. Margem póstero-superior - une-se a lâmina perpendicular do osso etmoide. Margem ântero-superior - une-se superiormente à parte inferior e medial dos ossos nasais. Inferiormente está relacionado com a pele até ao vértice do nariz, no interstício existente entre as 2 cartilagens laterais. Margem ântero-inferior - relaciona-se com a margem ântero-superior segundo um ângulo arredondado que se relaciona com o vértice do nariz e termina na espinha nasal anterior onde se une com a margem póstero-inferior. NOTA: A cartilagem do septo nasal pode apresentar alguns engrossamentos irregulares que se situam sobretudo na margem póstero-inferior e posteriormente à espinha nasal anterior. Cartilagem Vómeronasal Duas lâminas cartilaginosas estreitas e inconstantes situadas em ambos os lados da cartilagem do septo nasal póstero-inferiormente e posteriormente à espinha nasal. Pág. | 28 Cartilagens Laterais do Nariz • Duas lâminas triangulares situadas de cada lado da linha mediana, situadas sobre as faces laterais do nariz • Situadas inferiormente aos ossos nasais e superiormente às asas do nariz. • Três margens a destacar: Margem anterior – funde-se parcial ou totalmente á margem ântero- superior da cartilagem do septo nasal Margem superior – une-se ao osso nasal do lado correspondente Margem inferior - relaciona-se com o segmento lateral da cartilagem das asas do nariz, à qual está unida por uma lâmina fibrosa. Cartilagem das Asas Maiores e Menores do Nariz • Encontram-se em cada uma das narinas • Cada uma delas constitui uma lâmina delgada e flexível, em forma de “U”, cuja concavidade limita lateral, anterior e medialmente a narina correspondente. • Apresentam 3 segmentos: a) Segmento lateral b) Segmento medial - mais estreito e curto que o lateral; aplicado na margem ântero-inferior do septo nasal c) Segmento anterior – intermédio aos outros 2 segmentos referidos, com forma redonda e concavidade posterior, relaciona-se com a metade correspondente do vértice do nariz. Cartilagens Acessórias Pequenas peças cartilaginosas com forma variável, situadas nos intervalos que separam as cartilagens das asas do nariz das cartilagens laterais. Membrana Fibrosa do Nariz Membrana que preenche os espaços entre as cartilagens nasais e que se continua com o periósteo dos ossos e com o pericôndrio das cartilagens (tecido conjuntivo que envolve as cartilagens). Pág. | 29 Mucosa Nasal • Tecido epitelial que cobre as cavidades nasais com exceção dos vestíbulos nasais (duas pequenas cavidades ligeiramente dilatadas situadas anteriormente) • Os vestíbulos nasais apresentam um revestimento cutâneo (sem mucosa nasal) • Reveste as câmaras que comunicam com as cavidades, seios paranasais, nasofaringe, saco lacrimal e túnica conjuntiva • Na parede lateral, ao revestir o processo uncinado e a bolha etmoidal vai originar o hiato semilunar (no espaço uncibolhar) • Anteriormente à concha nasal média a mucosa vai formar uma saliência (anterior ao processo uncinado) chamada de Agger Nasi ou eminência nasal, que será importante para a anatomia funcional da cavidade. • Recobre os canais palato-vaginais e vómero-esfenoidais, fazendo com que estes sejam canais submucosos. • As suas secreções são importantes para a anatomia funcional das cavidades nasais. Seios Paranasais Correspondem a cavidades pneumáticas que crescem a partir das fossas nasais e se alojam- nos ossos circundantes: frontal, etmoide, esfenoide e maxila. São nomeados de acordo com os ossos em que se alojam. Existem quatro grupos principais: frontal (seios frontais), maxilar (seios maxilares), etmoidal (células etmoidais) e esfenoidal (seios esfenoidais). Funções dos seios paranasais: • Redução do peso do crânio; • Proteção das estruturas intraorbitais e intercranianas; • Crescimento facial; Seios Frontais Seios Maxilares Células Etmoidais Seios Esfenoidais Pág. | 30 • Formação de caixas de ressonância de voz; • Aquecimento e humedecimento do ar inspirado; • Secreção de muco; • Isolamento térmico do encéfalo; • Equilíbrio da pressão da cavidade nasal; • Coadjuvantes no sentido do olfato. São inervados por ramos do nervo trigémeo. Pág. | 31 Caracterização Inervação Irrigação Seios Frontais • Situam-se um em cada lado em relação à linha média, na parte do osso frontal sob a fronte. • Possuem tamanho variável e são os seios que se localizam mais superiormente; • Possuem forma triangular: base orientada verticalmente na linha média acima da raiz do nariz e ápice lateral. • Cada um drena para a parede lateral do meato nasal médio, através do ducto frontonasal, que penetra o labirinto etmoidal (células etmoidais anteriores) e continua como infundíbulo etmoidal na extremidade frontal do hiato semilunar; Ramos do nervo supraorbital provenientes do nervo oftálmico. Ramos das artérias etmoidais anteriores. Células etmoidais • Ocupam o labirinto etmoidal de cada lado. • Cada grupo de células é separado da órbita pela lâmina orbital do labirinto etmoidal e da cavidade nasal pela parede medial do labirinto etmoidal. • Formadas por nº variável de câmaras de ar individuais, que se dividem em células etmoidais: anteriores - abrem-se no infundíbulo etmoidal ou no ducto frontonasal, e de seguida no meato nasal médio médias - abrem-se a bolha etmoidal ou na parede lateral posteriores - abrem-se na parede lateral do meato nasal superior, de Santorini e de Zuckerkandl • Ramos etmoidais anterior e posterior do nervo nasociliar (do nervo oftálmico) • Nervo maxilar, através de ramos orbitais do gânglio pterigopalatino • Ramos das artérias etmoidais anterior e posterior. Seios Maxilares • Um em cada lado; são os seios paranasais de maior dimensão • Ocupa quase toda a espessura da apófise zigomática do osso maxilar • Têm forma piramidal triangular: base direcionada para a parede lateral da cavidade nasal adjacente e ápice direcionado lateralmente • Abrem-se no hiato semilunar (inferior ao centro da bolha etmoidal) • Ramos infra- orbital e alveolares superiores do nervo maxilar • Ramos infra- orbital e alveolar superior, provenientes das artérias maxilares Seios Esfenoidais • Situam-se 1 a cada lado no corpo do esfenoide e abrem-se no teto da cavidade nasal por meio de aberturas na parede posteriordo recesso esfenoetmoidal • Separados um do outro por um fino septo • Estão relacionados: Lateralmente- cavidade do crânio. Em particular com os seios cavernosos Acima- cavidade do crânio; hipófise e o quiasma ótico Abaixo e anteriormente- cavidades nasais • Ramo etmoidal posterior do nervo oftálmico; • Nervo maxilar, através de ramos orbitais provenientes do gânglio pterigopalatino. • Ramos das artérias faríngeas, provenientes das artérias maxilares. Pág. | 32 Pág. | 33 Vascularização: Principais funções: • Rica irrigação para alteração da humidade e da temperatura do ar inspirado • Tecido cavernoso Arterial Ao nível das artérias, temos a irrigação das paredes, pavimento e teto das cavidades nasais por parte de ramos provenientes das artérias carótida externa e interna, nomeadamente: Artéria Carótida Externa: • Artéria Esfenopalatina • Artéria Palatina Maior • Artéria labial superior • Artéria nasal lateral Artéria Carótida Interna: • Artérias etmoidais posteriores e anteriores (ramos da artéria oftálmica). Ramos da Artéria Maxilar Ramos da Artéria Facial Pág. | 34 Artéria esfenopalatina: • O maior vaso que irriga as fossas nasais. • Ramo terminal da artéria maxilar que entra na fossa pterigopalatina e se subdivide originando a artéria esfenopalatina. A artéria esfenopalatina, por sua vez, passa no forame esfenopalatino e dirige-se à parede lateral da cavidade nasal dividindo-se em dois ramos: • Ramos nasais posteriores laterais irrigam a parede lateral que se anastomosam anteriormente com ramos das artérias etmoidais anterior e posterior e da artéria nasal lateral • Ramos septais posteriores passam sobre o teto da cavidade e vão até ao septo nasal, irrigando a parede medial e “ligam-se” aos ramos da artéria palatina maior e labial superior. Artéria palatina maior • Origina-se na fossa pterigopalatina como ramo da artéria maxilar • Teto da cavidade oral -> canal palatino e forame palatino maior -> parte posterior do palato -> fossa e canal incisivo -> assoalho da cavidade nasal • Ao fazer este trajeto, irriga as regiões anteriores da parede medial e do pavimento e une-se com o ramo septal da artéria esfenopalatina. Artéria labial superior • Origina-se na artéria facial • Dirige-se medialmente, emitindo ramos que irrigam o nariz e as cavidades nasais. • Um dos ramos, o ramo alar completa a irrigação da região ao redor da parte lateral do nariz • Ramo septal penetra na cavidade nasal e vasculariza a região anterior do septo nasal Artéria nasal lateral • Origina-se na artéria facial • Responsável pela irrigação da parte externa do nariz. • Os seus ramos alares dirigem-se à margem lateral da narina e irrigam o vestíbulo do nariz. Pág. | 35 Artérias Etmoidal Anterior(AEA) e Posterior (AEP) • Originam-se a partir da artéria oftálmica. • Irrigam os seios frontais adjacentes atravessando o labirinto etmoidal e o osso frontal. • AEP – Desce para a cavidade nasal através da lâmina cribriforme do etmoide e emite ramos para as partes superiores das paredes medial e lateral das cavidades nasais. • AEA – Segue anteriormente com o nervo etmoidal anterior e entra na cavidade nasal descendo por um forame lateral à crista etmoidal. Dá origem aos ramos que irrigam a parede medial e lateral da cavidade nasal e termina passando entre os ossos nasais e as cartilagens nasais laterais, emergindo para irrigar a pele e tecidos adjacentes. Venosa: Acompanham de um modo geral as artérias: • As veias das regiões mais posteriores drenam para as veias da fossa infratemporal. • As veias que acompanham as artérias etmoidais são veias emissárias que drenam para os seios cavernosos • Veias das regiões anteriores das cavidades nasais drenam para a veia facial. Inervação Os nervos que inervam as cavidades nasais podem ser divididos em: • Nervo Olfativo (I) - responsável pelo olfato; • Nervo Trigémeo (V) - mais propriamente o 1º e 2º ramos, que conferem a sensibilidade geral das cavidades Nervo Oftálmico (I) Nervo Trigémeo- Ramo Maxilar (V2) Nervo Trigémeo – Ramo Oftálmico (V1) Pág. | 36 Nervo olfativo (I) Passa nos sulcos olfativos da lâmina cribriforme inervando a região olfativa da cavidade nasal. Ramo Etmoidal Anterior • Segue o trajeto da artéria etmoidal anterior e sai da órbita através de um canal entre o labirinto etmoidal e o frontal (forame etmoidal anterior). • Inerva as células etmoidais adjacentes e o seio frontal e depois entra na cavidade do crânio lateral e superior à lâmina cribriforme. Ramo Etmoidal Posterior Passa no forame etmoidal posterior e no canal etmoidal posterior, inervando as células etmoidais posteriores e o seio esfenoidal. Nervo Trigémeo (V) Ramos do Nervo Maxilar (V2) Originam-se no gânglio pterigopalatino e na fossa pterigopalatina, saindo pelo forame esfenopalatino e dividindo-se em três ramos: • Ramos nasais posteriores súpero-laterais: Inervam a parede lateral da cavidade nasal. • Ramo nasopalatino: Dirige-se anteriormente e desce a parede medial da cavidade nasal, atravessa o canal incisivo e chega até à cavidade oral onde inerva a mucosa oral. • Ramos nasais posteriores ínfero-laterais: originam-se no nervo palatino maior, descem a fossa pteriogopalatina pelo canal palatino e atravessam pequenos forames para inervar a parede lateral da cavidade nasal. • Canais Naso-Lacrimais: cada um associado a uma das cavidades nasais. O canal naso-lacrimal relaciona-se com a cavidade nasal correspondente na medida em que conduz o excesso de lágrima proveniente do olho até à cavidade nasal através do meato nasal inferior, localizado entre a concha nasal inferior e pavimento nasal. Pág. | 37 Anatomia Funcional: As funções da cavidade nasal prendem-se essencialmente com dois domínios: o respiratório e o olfativo. Para tal, as cavidades nasais são constituídas por três regiões: • Vestíbulo do Nariz: pequeno espaço dilatado interno à narina, revestido por pele • Região Respiratória: constitui grande parte da cavidade nasal e apresenta uma grande irrigação neuro-vascular sendo revestida por epitélio respiratório • Região olfativa: de pequena dimensão, situa-se no ápice de cada cavidade nasal e contém os recetores olfatórios. Todas estas regiões são altamente vascularizadas de forma a regular a temperatura e humidade do ar. Há a referir uma particularidade acerca da respiração - o percurso do ar é diferente para a inspiração e expiração: • Na inspiração, o ar passa essencialmente no meato nasal médio e na face superior da concha nasal inferior; • Na expiração, a via principal de passagem do ar é o meato nasal inferior. Pág. | 38 Crânio em geral Abóboda craniana/Calvária vs Base do Crânio No crânio distinguem-se duas porções, uma superior que corresponde à abóbada e uma inferior que corresponde à base do crânio. A abóbada, também designada de calvária, é constituída por: • Anteriormente: Escama do osso frontal • Lateralmente: Ossos parietais e porções escamosas dos temporais • Posteriormente: Porção superior da porção escamosa do osso occipital O limite entre a calvária e a base do crânio corresponde a uma linha sinuosa que se estende desde o sulco nasofrontal, passa pela margem supraorbitária, arco zigomático, linha nucal superior e termina na protuberância occipital externa. O plano transversal, que permite distinguir abóbada craniana da base, interseta a glabela no osso frontal e a protuberância occipital externa, apresentado uma obliquidade ântero-posterior e formando um angulo de cerca de 25º com o plano horizontal. Desenvolvimento da cabeça O desenvolvimento do crânio e da face não se dá simultaneamente. No recém-nascido, o crânio encontra-se muito mais desenvolvido,ocupando grande parte da cabeça, ao contrario da face, sendo a relação de 1:8. Aos 2 anos de idade de 1:6 e aos 6 anos de idade de 1:4, proporção que se mantém na idade adulta. No entanto a origem dos ossos do crânio não é toda a mesma: • Os da base resultam da ossificação de um esboço cartilagíneo que se estende por toda a base do crânio, denominando se ossos primários ou de cartilagem – OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL • Os ossos da calvaria desenvolvem se diretamente a partir do tecido conjuntivo embrionário denominando se ossos de membrana ou de revestimento – OSSIFICAÇÃO INTERMEMBRANOSA Pág. | 39 Desenvolvimento dos ossos da calvária - ossificação intermembranosa • Os pontos de ossificação dos diversos ossos da calvária desenvolvem-se de forma regular do centro até à periferia. • O desenvolvimento da calvária dá-se em três fases distintas: a fase fonticular, a fase ósteossutural e a fase senil. Fase Fonticular Uma vez que os pontos de ossificação dos ossos da calvária se desenvolvem do centro para a periferia, é evidente que os ângulos dos mesmos (que são os pontos mais afastados do centro) sejam os últimos a ser invadidos por substância óssea. Não estando a ossificação terminada na altura do nascimento, é natural que as regiões onde convergem os ângulos dos ossos persistam num estado membranoso. Estas áreas da calvária membranosas e não-ossificadas (que constituem os pontos de junção dos vários ossos e que os separam uns dos outros) são denominadas de fontanelas ou fontículos. Na calvária existem seis fontanelas: duas médias, que são ímpares, e como o nome indica ocupam a linha mediana do crânio, e quatro laterais (pares - duas de cada lado - e simétricas). Fase Ósteo-sutural Devido ao seu crescimento periférico, os ossos unem-se, causando o desaparecimento das fontanelas. Os ossos vão articular-se através de sinartroses do tipo das suturas (ou sinfibroses), que resultam da sobreposição de tecido fibroso. Na calvária encontram-se as seguintes: • Sutura sagital - entre os parietais • Sutura metópica ou médio-frontal - entre as metades do frontal • Sutura coronal ou fronto-parietal - entre o frontal e os dois parietais • Sutura lambdoideia - entre a escama do occipital e as margens posteriores dos dois parietais • Sutura parieto-mastoideia – entre a porção mastoide do temporal e o parietal • Sutura escamosa ou temporo-parietal – entre a porção escamosa do temporal e o parietal Pág. | 40 A atividade osteogénica ao nível das articulações imóveis, que é mantida até à idade adulta, irá permitir o aumento da calvária. Por volta dos 45 anos, quando essa membrana é ossificada os ossos da calvaria ficam soldados entre si e a capacidade do crânio não aumenta mais, as sinartroses fundem se, formando sinostoses. Fase senil Nesta fase ocorre um adelgamento da calvária, pelo desenvolvimento de todas as sinostoses (que antes eram sinartroses) - completa-se entre os 65 e os 80 anos. Sincondroses Cranianas - Unem entre si os ossos da cabeça e desaparecem com a ossificação progressiva • Sincondrose esfeno-occipital: dorso da sela e o occipital • Sincondrose esfeno-petrosa: esfenóide e a parte petrosa do temporal • Sincondrose petro-occipital: parte petrosa do temporal e o occipital • Sincondrose intra-occipital posterior: núcleos de ossificação posteriores e dois núcleos medianos do occipital • Sincondrose intra-occipital anterior: dois núcleos de ossificação anterior e dois núcleos medianos do occipital Calvária A calvaria é constituída por: • Anteriormente: Escama do osso frontal • Lateralmente: Ossos parietais e porções escamosas dos temporais • Posteriormente: Porção superior da porção escamosa do osso occipital Nas regiões superiores, o osso frontal articula-se com o osso parietal na sutura coronal. O osso parietal articula se com o osso occipital na sutura lambdoide. Nas partes inferiores da porção lateral da calvária, o osso frontal articula-se com a asa maior do osso esfenoide, que então se articula com o osso parietal na sutura esfeno-pareital e com a borda anterior do osso temporal na sutura esfeno-escamosa. Os dois ossos parietais articulam se na linha média na sutura sagital. Junções visíveis dessas suturas: • Bregma - onde as suturas coronais e sagitais se encontram • Lambda - Suturas lambdoides e sagitais se encontram • Ptérion - junção dos ossos frontal, parietal, esfenoide e temporal Pág. | 41 Os ossos que compõem a calvária são únicos em sua estrutura, consistindo de densas camadas internas e externas de osso compacto separadas por uma camada de osso esponjoso (a diploe). Conformação externa da calvária Esta face relaciona se com o tecido subcutâneo e é convexa e lisa A calvaria é constituída pelas faces exocranianas do frontal onde se encontram a glabela e as tuberosidades frontais, pelos dois parietais (onde encontramos as tuberosidades parietais separadas pela sutura sagital e lateralmente a esta os forames parietais) e pelo occipital (representado por uma porção da sua escama) • Esta apresenta na linha mediana, e de anterior para posterior, a glabela e a sutura metópica do frontal, seguidas da sutura sagital. • Lateralmente, de anterior para posterior encontram se as tuberosidades frontais, a sutura coronal, as tuberosidades parietais, os forames parietais (que dão passagem à veia emissária parietal) e a sutura lamdoidea • Ínfero-lateralmente à tuberosidade parietal encontra se a fossa temporal que apresenta uma face e três limites: Limite Superior - linha temporal do osso parietal que se continua anteriormente com a linha temporal do osso frontal e com a margem lateral do processo zigomático do temporal Limite Inferior - processo zigomático do temporal que se continua com a margem póstero-superior do osso zigomático Limite Anterior - margem póstero-superior do osso zigomático, que se continua superiormente com a margem lateral do processo zigomático e pela linha temporal do osso frontal A face é constituída pela parte escamosa do temporal, a parte inferior do parietal, a porção temporal da asa maior do esfenoide e a porção mais lateral do osso frontal Conformação interna da calvária Relaciona se com o encéfalo e é concava, sendoconstituída pelas faces endocranianas do frontal, dos dois parietais e do occipital • Na Linha mediana, de anterior para posterior, encontram se a crista frontal, o sulco do seio sagital superior (estende se desde o ponto de bifurcação da crista do frontal Pág. | 42 até à protuberância occipital interna) e a protuberância occipital interna (que é o limite posterior da calvaria) • Na região media da calvária e de cada lado do sulco reconhecem se as favéolas granulares de Pacchioni (que se desenvolvem nas meninges) • Lateralmente, de anterior para posterior, podemos encontrar as fossas frontais, a sutura coronal, as fossas parietais, a sutura lambdoideia e as fossas cerebrais do occipital Acidentes anatómicos desta face: • A folha de figueira corresponde a um conjunto de sulcos escavados no temporal e no parietal, pelos ramos da artéria meníngea média e suas veias satélite. • A duramáter, na porção temporoparietal, constitui um plano facilmente descolável a nível da ramificação da artéria meníngea média, chamada a área descolável de Gérard Marchant. • Em redor do sulco onde se inicia o seio sagital superior no frontal, é frequente ocorrerem foveólas granulares de número e distribuição variáveis, escavadas por grânulos de tecido subaracnoideu (corpúsculos de Pacchioni). Por vezes, são encontradas de apenas um dos lados da sutura, quase sempre o esquerdo, onde são, por norma, mais profundas. Estes grânulos permitem a comunicação entre o espaço subaracnoideu (onde circula o líquido cefalo-raquidiano) e o seio sagital superior, proporcionando a passagem de líquidoem excesso para a corrente sanguínea e impedindo o refluxo do sangue venoso para o espaço subaracnoideu. As consequências clínicas de uma fratura craniana nessa área podem ser muito graves, uma vez que o osso nesta área é particularmente fino e se sobrepõe à divisão anterior da artéria meníngea média, que pode ser rasgada por uma fratura craniana nessa área, resultando num hematoma extradural. Pág. | 43 Base do Crânio Conformação externa da base Divide-se em 2 porções: • Anterior – articula-se com o maciço ósseo da face, denominada de porção facial • Posterior - livre, denominada de porção temporo-occipital Porção Facial: tem como principais constituintes o etmoide, a porção orbito-nasal do frontal e o esfenoide. Divide-se em duas porções: Porção média (anterior para posterior): • bordo nasal e espinha nasal do frontal • Face inferior do etmoide • Face anterior do corpo do esfenoide, aberturas dos seios esfenoidais • Face inferior do corpo do esfenoide Porção lateral (anterior para posterior): • Faces orbitárias do frontal • Face inferior das asas menores do etmoide • Face exocraniana (lateral e anterior) das asas maiores do esfenoide (separado das asas menores pela fissura orbital superior) • Processos pterigoides (união das asas maiores e o corpo do esfenoide) Porção Temporo-occipital: Linha média (de anterior para posterior): • Face inferior da porção basilar do occipital com o tubérculo faríngeo (para a rafe da faringe), fóssula navicular e no seu fundo fóssula faríngea • Forame magno • Crista occipital externa • Protuberância occipital externa Porções laterais: Divididas em duas zonas triangulares - anterolateral/temporal e posteromedial/occipital – por meio de uma linha que vai desde a margem posterior da lâmina medial do processo pterigoideu até à margem posterior do processo mastoide. Esta linha passa pela fissura petro- occipital e pelo forame jugular. • Triângulo Temporal - Constituído pela face inferior do temporal e extremo posterior, anguloso, da asa maior do esfenóide. A asa maior ocupa o ângulo entre a porção escamosa e a margem anterior da parte petrosa. Neste triângulo observam-se lateralmente e de anterior para posterior: tubérculo articular (raiz transversa do processo zigomático do temporal), fossa mandibular Pág. | 44 (ATM), processo mastoide, incisura mastóidea (ventre posterior do músculo digástrico) e sulco para artéria occipital. Medialmente, todos os acidentes anatómicos da face inferior da porção petrosa do temporal • Triângulo Occipital - anteriormente, porção lateral do occipital (côndilos + canal do nervo hipoglosso + canal condilar). Posteriormente, escama occipital (linhas nucais superior e inferior) Forames existentes apenas na superfície externa da base do crânio: • Forame supraorbital - nervos e vasos supraorbitais (ver pág. 4) • Forame frontal - vasos supratrocleares (nervo passa inferiormente) (ver pág. 4) • Canal palatovaginal - nervo e artéria faríngea • Canal pterigóideo - nervos e vasos do canal • Fissura de Glaser (fissura tímpano petro-escamosa) – artéria timpânica, ramo da artéria maxilar, ramo da artéria carótida externa… • Forame estilo-mastóideo: saída do nervo facial (VII), artéria estilo-mastóidea • Canalículo Timpânico - nervo timpânico de Jakobson (do nervo glossofaríngeo) • Meato acústico externo – coluna de ar • Canalículo mastoideu – ramos auricular do nervo vago (ramo comunicante entre o nervo facial e o nervo vago) Pág. | 45 Conformação interna da base Constituída por três fossas/andares: anterior, média e posterior Fossa anterior Limitada anteriormente pela porção vertical (escama) do frontal. • Póstero-medialmente: sulco pré-quismático • Póstero-lateralmente: margem posterior das asas menores do esfenoide Constituída por porções de diversos ossos: • Frontal - fossas frontais, crista frontal e parte orbital (eminências da parede superior das órbitas) • Etmoide - crista etmoidal (Galli) e lâmina cribriforme • Esfenoide - porção anterior da face superior do corpo e asas menores Foramenes existentes na fossa anterior da superfície interna do crânio: Forame Cego (A) Veia emissária para o seio sagital superior ou prolongamento dura-máter Fenda Etmoidal (B) Prolongamento da dura-máter Forame Etmoidal Anterior (C) - Artéria Etmoidal Anterior (ramo da artéria oftálmica ramo da artéria carótida interna) - Nervo Etmoidal Anterior (ramo do nervo nasociliar ramo do nervo oftálmico (V1)) Forames da Lâmina Cribriforme (D) Ramos do Nervo Olfativo (I) Forame Etmoidal Posterior (E) -Vasos Etmoidais Posteriores (ramo da artéria oftálmica ramo da artéria carótida interna) - Nervo Etmoidal Posterior (ramo do nervo nasociliar ramo do nervo oftálmico (V1) Canal Ótico (F) - Artéria Oftálmica (ramo da artéria carótida interna) - Nervo Ótico (II) Pág. | 46 Fossa Média (Fossa esfenotemporal) É limitada • Anteriormente: limite posterior da fossa anterior do crânio • Póstero-medialmente: dorso da sela do esfenoide • Póstero-lateralmente: margem superior da porção petrosa dos temporais Constituída por porções de diversos ossos: • Esfenoide - na sua linha média pelo corpo até ao dorso da sela e lateralmente pela face endocraniana das asas maiores • Temporal - face endocraniana/medial da porção escamosa e face ântero-superior da porção petrosa Foramenes existentes na fossa média da superfície interna do crânio: Fissura orbital superior (G) -Nervo oculomotor (III) -Nervo troclear (IV) -Nervo abducente (VI) -Ramos terminais do nervo oftálmico (nasociliar, frontal e lacrimal) -Veia oftálmica superior Forame redondo (H) -Nervo maxilar (V2) Forame oval (I) -Nervo mandibular (V3) -Artéria meníngea acessória (ramo da a. carótida externa) -Nervo petroso menor (inconstante) Forame Petroso (abertura superior do canal inominado de Arnold) -Nervo petroso menor Forame espinhoso (J) -Ramo acessório do nervo mandibular (V3) -Vasos meníngeos médios Forame venoso (Vesalius) (inconstante) -Veia emissária Forame lácero (L) Nervo petroso maior Canal Carótico (abertura superior) (M) -Artéria carótida interna -Plexos carotídeos internos Pág. | 47 Hiato do nervo petroso menor (N) -Nervo petroso menor (ramo do nervo timpânico, que é ramo do nervo glossofaríngeo (XII) Hiato do nervo petroso maior (O) -Nervo petroso maios (ramo do nervo facial (VII) Nesta fossa, ao nível do corpo do esfenoide, encontra-se a sela turca do esfenoide, para a glândula hipofisária e o sulco do seio carótico para a passagem da artéria carótida externa. Em seu redor está o seio cavernoso onde passam: • Artéria Carótida Interna (superiormente) • Nervo Abducente (VI) (inferiormente) Entre o seio e a sua lâmina lateral passa, de superior para inferior: • Nervo Oculomotor (III) • Nervo Troclear (IV) • Nervo Oftálmico (V1) • O nervo maxilar (V2) passa na sua periferia. Este seio cavernoso vai drenar nos seios petroso superior e inferior. Fossa Posterior (occipitotemporal) É limitada: • Anteriormente pelo limite posterior da fossa média • Posteriormente pelos sulcos dos seios transversos Esta é a maior das fossas e contém o cerebelo, a medula oblonga (mielencefalo) e a ponte (metencéfalo). É constituída por porções de diversos ossos: • Temporal - face póstero-superior da porção petrosa • Occipital - clivo, crista occipital interna, protuberância occipital interna, fossas cerebelosas e sulcos do seio transverso Pág. | 48 Foramenes existentes na fossa posterior da superfície interna do crânio: Forame Magno (V) -Medula oblonga -Artérias vertebrais -Meninges -Ramos espinhais do nervo acessório (XI) Forame Medial do Canal do Hipoglosso (U) Nervo hipoglosso (XII) Forame Lateral do Canal Condilar (inconstante) (T) Veia emissária
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