Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
História I Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 1 UNI Olá Aluno, Para que você possa organizar seu estudo, é importante que saiba que esta disciplina, História I, está dividida da seguinte forma: UNIDADE I. A GRÉCIA ANTIGA – A CIDADE-ESTADO GREGA ___________________________ 3 UNIDADE II. A ORDEM DEMOCRÁTICA – O CASO ATENIENSE __________________________ 4 UNIDADE III. O DECLÍNIO DAS CIDADES-ESTADOS ____________________________________ 6 EXERCÍCIOS _________________________________________________________________________ 7 GABARITOS _________________________________________________________________________ 7 UNIDADE IV. O MODELO ROMANO – A CIDADE DO IMPÉRIO _ __________________________ 8 UNIDADE V. A ORDEM IMPERIAL _____________________________________________________ 9 UNIDADE VI. O DIDATISMO POLÍTICO DA ÉPICA E DA HIST ORIOGRAFIA _____________ 11 EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 11 GABARITOS ________________________________________________________________________ 11 UNIDADE VII. O BRASIL INDÍGENA __________________________________________________ 12 UNIDADE VIII. A EXPANSÂO MARÍTIMA _____________________________________________ 13 UNIDADE IX. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL ________________________________________ 14 EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 17 GABARITOS ________________________________________________________________________ 18 UNIDADE X. A CRISE DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL _____ __________________________ 18 UNIDADE XI. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL __________________________ 19 História I UNI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 2 EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 20 GABARITOS ________________________________________________________________________ 21 UNIDADE XII. A COLONIZAÇÃO EUROPÉIA NA AMÉRICA ____ _________________________ 21 EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 22 GABARITOS ________________________________________________________________________ 22 História I Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 3 UNI Olá! Eu sou o professor UNI e vou ajudar você a entender toda a maté- ria! Vamos começar? Bem, você está começando a estudar a disciplina de História I! Começaremos pela Unidade I: A Gré- cia Antiga; Unidade II: A Ordem democrática. Em seguida você fará exercícios para que veri- fique a sua aprendizagem, relendo os conteú- dos quando necessário, e verificando suas res- postas no gabarito. UNIDADE I. A GRÉCIA ANTIGA – A CIDADE-ESTADO GREGA Um Mundo Dividido Numa Pluralidade de Cida- des-Estados: A Grécia é uma região onde as monta- nhas ocupam cerca de 80% do solo, compartimen- tando pequenas planícies e criando condições favorá- veis ao fracionamento político; o mar penetrando em golfos profundos constitui a verdadeira via de comu- nicação. O clima, apesar de mediterrâneo no seu conjunto, apresenta também características continen- tais devidos às cadeias de montanhas que se erguem junto à costa: os invernos são bastante frios e as estiagens prolongadas e quentes. O quadro morfológico da Península Balcânica não pode explicar totalmente o individualismo político da Grécia Antiga. Se o sistema montanhoso facilita o isolamento, por outro lado, verifica-se que a maioria das cidades-estados se concentra no litoral, em luga- res de fácil acesso e comunicação. De fato, é preciso recuar ao II milênio a.C. pa- ra compreender a formação do povo grego e o seu fracionamento em cidades-estados de reduzida ex- tensão. Chegam então à Península as primeiras tribos indo-européias e com armamento de bronze impõem- se às antigas populações que vão absorvendo à me- dida que as conquistam. Penetrando no mundo Egeu, entram em contato com a civilização da ilha de Creta que os dominam e passam a exercer uma forte influ- encia sobre a sua cultura. Entre 1450 a.C. e 1200 a.C. estes primeiros invasores - aqueus, eólios e jônios - conquistam os cretenses e dominam o Mar Egeu e estabelecem contatos com a Fenícia e o Egito. Sob a supremacia dos aqueus fundam então uma outra civilização conhecida como micênica já que foi em Micenas, no Peloponeso, que se encontraram os mais importantes vestígios desse período. Mas tam- bém Tirinto, Pilos, Tebas e Atenas as escavações revelaram ruínas de grandes palácios fortificados, desta época. Em finais do século XII a.C. nova imigração a- tinge a Península Balcânica. São os dórios, tribos vindas do Norte, falando uma linguagem semelhante à dos micênicos, mas incultos e rudes em relação aos aqueus. A sua superioridade militar, com o emprego de armas de ferro, permitiu-lhes uma rápida conquis- ta e a destruição das cidades e dos palácios micêni- cos. Assim, a diversidade política do mundo grego parece derivar mais de razões étnicas, culturais e históricas do que de condições especificamente geo- gráficas. O espírito individualista dos gregos acentua a pluralidade de cidades-estados, que persistem, no entanto, unidas por elementos comuns. Assim se dá forma ao corpo helênico que no dizer de Heródoto: “ tem o mesmo sangue, fala a mesma língua, tem os mesmos deuses, os mesmos templos, os mesmos sacrifícios”. A Organização do Espaço Cívico: Desde a sua origem a civilização helênica foi essencialmente urbana: mesmo que a cidade deva a sua subsistên- cia ao campo que a circundava era dentro dos seus muros que vivia a população mais rica e influente e daí decorrem as principais atividades da vida pública. Nas margens do Mediterrâneo Oriental, a amenidade do clima, a transparência da atmosfera que a proxi- midade do mar tornou ainda mais luminosa, constitu- íam um irresistível convite à vida do ar livre. Foi este o meio em que se inscreveram as cidades gregas, cujo habitantes, aproveitando as condições naturais, fizeram a maior parte do seu viver quotidiano. O traçado das cidades variou com a localização geográ- fica e a configuração do terreno, mas certas constru- ções estavam sempre presentes mesmo nos núcleos mais modernos: a grande praça ou ágora centros de comércio, reuniões públicas e convívio social, a acró- pole, antiga cidade depois transformada em recinto sagrado onde se elevam templos em honra dos deu- ses, construções destinadas à assembléias e fontes para o abastecimento público. A estas construções juntavam-se, nos núcleos mais importantes, santuá- rios, estádios e teatros. Além do grande crescimento demográfico o desenvolvimento do comércio marítimo. A partir do século VIII a.C. tornaram-se comuns os comboios marítimos para o Cáucaso e para a Etrúria, em busca de estanho, matéria-prima para o preparo do bronze, usado na fabricação de armas, que eram exportadas para as novas colônias e para o Egito, que na época lutava contra a dominação dos assírios, com tropas mercenárias equipadas pelos gregos. Portanto, estrei- tamente ligadas ao comércio marítimo desenvolve- ram-se as atividades metalúrgicas. Além delas tam- bém se desenvolveu a produção de vinho e de azeite, que acabou por incrementar a fabricação da cerâmi- ca, especialmente de ânforas utilizadas para oarma- zenamento desses líquidos. A Formação da Potência Espartana: A cidade de Esparta estava edificada na extremidade setentrional da planície do Eurotas, num vale estreito envolvido pelas cadeias do Párnon, a leste, e do Taígeto, a oes- te. De origem dórica, Esparta constituiu-se em mea- dos do século IX a.C. mediante um pacto (sinecismo) de quatro aldeias dóricas. Tendo os antigos possuido- res do solo sido completamente excluídos da organi- zação política e reduzidos à servidão, os Espartanos, que formavam um Estado eminentemente militar, dominaram sem demora as cidades vizinhas (século IX - início do século VIII), cujos habitantes se viram sujeitos a um estatuto mais ou menos inferior (perie- cos, hilotas). No decurso do século VIII, Esparta co- meçou a adquirir a preponderância no Peloponeso, obtida à custa de duas guerras encarniçadas (c. História I UNI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 4 735/668). Nesta luta pela hegemonia, Esparta teve Argos como principal rival. A população encontrava- se dividida em três classes, muito diferentes em nú- mero em direitos: No topo achava-se a pequena mi- noria dos cidadãos, chamados espartanos, ou iguais (omioi), descendentes dos conquistadores dórios, que eram os únicos a participar no governo e formavam uma casta privilegiada. A segunda classe era a dos periecos, habitantes das aldeias da periferia; sendo homens livres, eles dedicavam-se ao comércio e à indústria. A terceira classe era a dos hilotas, descen- dentes das antigas populações aquéias submetidas pelos Dórios; eram servos do Estado. Desde as ori- gens, Esparta possuía dois reis que tinham direitos iguais, reinavam ao mesmo tempo e nada podiam um sem o outro. Sucediam-se hereditariamente e, em finais do século VI, estavam reduzidos a um papel, sobretudo formal. Esparta era, por excelência, uma urbe oligárquica e o poder efetivo pertencia aos éfo- ros, eram em número de cinco, eleitos anualmente pela ápela, dotados de amplos poderes ficando en- carregados, entre outras atribuições, de garantir a perfeita obediência a leis e à tradição espartana, sua autoridade estendia-se ao campo policial e judiciário, alcançando inclusive a realeza e à Gerússia, uma espécie de senado de trinata membros com mais de sessenta anos de idade. Quanto à assembléia do povo, a ápela, composta de todos os iguais, não tinha quase nenhum poder, Totalitário e policial, o Estado espartano não reconhecia o domínio da vida privada. Os cidadãos, os iguais, votados inteiramente à vida militar, estavam sujeitos até aos trinta anos de idade a uma disciplina tão dura que a sua sorte pare- ce quase menos invejável que a dos membros das classes inferiores, pericos e até hilotas. A vida eco- nômica permanecia num estágio rudimentar. A terra pertencia ao Estado, que distribuía a cada família um quinhão (kléros) suficiente para viver; este domínio era indivisível, não podia ser vendido nem legado, e, em princípio, havia igualdade absoluta entre os domí- nios. Os Espartanos não cultivavam a terra por suas próprias mãos, utilizando para isso os hilotas, que estavam adstritos à gleba. Esparta vivia numa eco- nomia fechada, com uma moeda de ferro que não tinha o mínimo valor no exterior. UNIDADE II. A ORDEM DEMOCRÁTICA – O CASO ATENIENSE O governo da cidade pelo Demos: O estabeleci- mento da ordem democrática ateniense constituiu o termo de uma longa evolução que foi transmitida por textos de reflexão política, legados pelos próprios gregos. De início, tanto Atenas como as outras Cida- des-Estados devem ter sido governadas por reis, apenas conhecidos através de lendas. Desapareceram com inovações indo-européias e o poder passou para famílias aristocratas que preenchiam os conselhos e as magistraturas. A autoridade advinha-lhes dos an- tepassados que invocavam nas suas genealogias: consideravam-se os heróis fundadores ou protetores das respectivas cidades. A expansão marítima, efetuada no século VIII a.C. no Mediterrâneo e prosseguia no século VII a. C. nas costas do Mar Negro, criou condições sociais que determinaram o predomínio da aristocracia e o exer- cício do poder. Vários elementos da população, enriquecidos pelas atividades comerciais e artesanais, exigiam usufruir de direitos cívicos, ou seja, exigiam que lhes fosse reconhecido o direito de cidadania, fundando assim um regime oligárquico (minorias ricas no po- der). Uma grave crise agrária - falta de terras e riva- lidades entre possuidores e assalariados – conduziu ao descontentamento e a lutas civis. Foi o que acon- teceu em Atenas, onde vários legisladores tentaram, através de reformas, apaziguar as populações. Drá- con foi o primeiro a redigir leis escritas e Sólon, ma- gistrado no princípio do século VI a.C., estabeleceu quatro classes sociais com participação política cor- respondente à riqueza; mesmo os mais pobres adqui- riram acesso a funções políticas e jurídicas. Propôs também o desaparecimento da escravidão por dívi- das, libertando os homens e as terras dos impostos que sobre eles pesavam. A situação criada pelas re- formas de Sólon não foi vista pela antiga aristocracia, despojada dos seus principais privilégios. Se for certo que Sólon beneficiou a classe média, pouco fez pelos mais miseráveis – os camponeses. À frente de uma facção popular, Clístenes as- sumiu o poder, organizou o corpo cívico ateniense e as instituições políticas. Tendo alargado o número de cidadãos à custa de estrangeiros e escravos da Ática, fundou novas tribos que conjugavam as zonas urba- nas, rurais e costeiras. Dividiu a cidade em dez tribos e estas em demos, abrangendo as tradicionais fratri- as. A reorganização dos poderes foi efetuada atra- vés da Boulê, Assembléia dos Quinhentos, com papel de controle sobre os magistrados, enquanto à As- sembléia Popular, Ecclesia, foram atribuídas funções legislativas e judiciais. Embora seja discutível, parece ser anterior a Clístenes a publicação da lei do ostra- cismo que remetia para o exílio, por dez anos, os cidadãos acusados de subverter a ordem política; ao voltarem recuperavam a cidadania e os bens. Péricles, reeleito estrátego quinze vezes se- guidas, completou as transformações no sentido de- mocrático (demo- povo, kratos- poder). Com o intuito de permitir a todos os cidadãos, mesmo pobres, o exercício de funções governamentais estabeleceu a mistoforia, indenização em dinheiro pelo exercício de cargos políticos. Péricles personificou a democracia ateniense na sua fase clássica: conduziu a política da cidade, introduzindo as assembléias a apoiarem as suas pro- postas, mas submetendo-as sempre ao seu controle. Por isso a sua atividade política foi alvo, não só dos maiores elogios, como também, por vezes, de algu- mas críticas negativas. Composição e Funções dos Órgãos do Poder: A Assembléia Popular ou Ecclesia era a fonte de onde emanavam todos os poderes. Era constituída pela totalidade dos cidadãos do sexo masculino, filhos de pai e mãe ateniense, maiores de vinte anos (dezoito História I Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 5 UNI mais dois de serviço militar); a cidadania podia ser concedida ou retirada em circunstâncias especiais. A participação dos cidadãos nos assuntos do Estado era um direito e um dever que poderia ser penoso, especialmente para os mais pobres. Por isso, apesar de haver mais de quarenta mil cidadãos no século V a. C., o número de seis mil presentes na Assembléia era considerado suficiente para votar, mesmo os assuntos mais importantes.O estabeleci- mento de uma indenização pecuniária, misthosm aos cidadãos ocupados em funções públicas era condição do seu exercício efetivo pelos mais carentes (sem rendimentos). O Conselho dos Quinhentos ou Boulê cons- tituiu o verdadeiro órgão moderador da democracia. Os buletas eram sorteados – cinqüenta por cada tribo – e não se era buleta mais que duas vezes na vida. Exerciam as funções durante um ano, e mais especi- ficadamente, durante os trinta e seis dias em que a sua tribo exercia a pritania (plenitude de funções). Os buletas eram investidos através de um sacrifício i- naugural, jurando fidelidade à constituição. Eram suas atribuições fundamentais, entre ou- tras: guardar o selo do Estado, as chaves do templo e o tesouro da cidade; velar pela execução das Assem- bléia Popular; controlar os magistrados, exigindo a prestação de contas; concluir tratados de aliança e velar pela política externa; controlar a organização militar; restaurar os templos e organizar as festas públicas. O Conselho não reunia plenamente, mas por tribos: as pritanias. Os prítanes escolhidos por cada tribo para o Conselho dos Quinhentos podiam convo- car em caráter de assembléias extraordinárias. Os partidários dos regimes oligárquicos tentaram, sem êxito, o apoio dos buletas para restaurar um regime aristocrático. No entanto o poder da Boulê foi-se reduzindo durante o século IV. Os magistrados participavam por delegação da soberania popular no governo da cidade. Eram sorteados, para evitar manobras eleitorais e afirma- ções individualistas, exceto quando as suas funções exigem competência específica; neste caso eram eleitos, processos considerados menos democrático por envolver influências e subornos. Os arcontes exerciam as funções de maior responsabilidade, no plano religioso e judicial: em número de nove mais um secretário, acabavam por representar cada um as suas tribos. Os cargos são desempenhados em moldes colegiais durante um ano, sem poderem ser eleitos duas vezes seguidas. O arconte-rei, presidia às grandes festas em honra de Zeus, Atena e Dionísio, protetores da cidade; o pole- marco perdeu as funções militares, mas presidia ao julgamento dos estrangeiros, a ceros sacrifícios e aos grandes jogos; o epônimo dava o nome do ano e também presidia a cerimônias religiosas assim como os outros seis tesmótetas e o secretário. Os estrátegos chefiavam as atividades milita- res e, consequentemente, a política externa e finan- ceira: em número de dez, representava cada um a sua tribo. A capacidade oratória assegura-lhes o pres- tígio e o apoio da Assembléia, que os podia reeleger – Péricles constituiu o exemplo mais flagrante. Os seus poderes eram limitados pela anuidade – um ano -, colegialidade e obrigação de prestarem contas. Os tribunais constituíam órgãos encarregados mais especificamente da justiça. O Areópago, formado por antigos arcontes, veio a ser limitado nas suas atribuições aos assassí- nios premeditados, incêndios, envenenamentos ou crimes religiosos. Péricles limitou-lhe a intervenção política. O Tribunal popular, Helieia, era constituído por cidadãos masculinos, maiores de trinta anos, na posse dos seus direitos. Sorteados seis mil por ano, seiscentos por tribo, obrigavam-se a respeitar a Constituição e as Leis, nunca decidindo nada em con- trário. Repartidos à sorte com atribuições específicas para cada grupo, só se reuniam em sessões plenárias em circunstâncias excepcionais. Os processos eram instruídos por um magistrado, geralmente um arcon- te, que reunia os elementos e os testemunhos. O acusador e o acusado tomavam a palavra durante um tempo previamente estabelecido, ou encarregavam um logógrafo (orador ou advogado) desse papel. Os juízes pronunciavam-se pela absolvição ou condena- ção sem discussão prévia. Os Mecanismos da Democracia Direta: A origina- lidade do sistema democrático ateniense consistia nos mecanismos de participação direta dos cidadãos no governo da pólis. De fato, qualquer cidadão podia estar presente na Assembléia Popular e votar sobre todos os assuntos sem restrições. Como ninguém podia ser membro da Boulê mais que duas vezes na vida, a quase titalidade dos cidadãos foi buleta. O mesmo se podia dizer da Helieia que envolvia seis mil cidadãos por ano. E os magistrados, designados qua- se sempre à sorte por um ano sem rigidez na hierar- quia de funções respondiam também diretamente pelos seus atos perante o demos. Em conclusão, foram manifestações inequívo- cas do exercício direto da democracia, só possível numa cidade-estado com um reduzido número de cidadãos: a concentração da autoridade nas assem- bléias; o caráter rotativo dos cargos; a escolha por sorteio ou eleição; a formação de júris populares. A Importância da Oratória: A liberdade de se ex- primir oralmente constituía um dos direitos funda- mentais do cidadão na democracia ateniense, mas transformou-se freqüentemente num instrumento de poder. A prática da oratória tornou-se um exercício da vida política. Foi pelo uso da palavra que o ateni- ense se distinguiu e ganhou a confiança dos seus concidadãos. Os dotes pessoais, mais ou menos espontâ- neos dos oradores, foram aperfeiçoados a partir do século IV pelos sofistas. Com eles apareceu a retóri- ca, ciência do raciocínio, da persuasão e a dialética, arte de argumentar convincentemente. Sócrates foi no século IV, um desses hábeis re- tóricos que, sem nunca ter tomado a palavra em público, exerceu grande influência nos atenienses, fornecendo modelos de discursos políticos e judiciais. Demóstenes, pelo contrário, apresentou-se como orador eloqüente e inflamado, defendendo a- través da palavra a autonomia de Atenas contra a História I UNI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 6 prevista anexação da cidade por Felipe, rei da Mace- dônia. Os direitos do Cidadão - a Isonomia: Quando se formou a pólis ateniense só era atribuída a categoria de cidadão aos descendentes dos genes, fundadores da cidade. Designavam-se por aristoi, os melhores; só a eles estavam reservadas as funções sacerdotais e guerreiras e eram os únicos detentores da propriedade fundiária; seu poder sobre o restante da população era total. A evolução da cidade nos séculos VII e VI a. C. pôs em questão este poder aristocrático e a progres- siva laicização da vida política. Terminando com os privilégios de caráter religiosos, acabou por criar uma nova ordem social. A minoria dos habitantes formada pelos cida- dãos constituía a cidade propriamente dita. No século VI, Sólon e Clístenes tinham concedido cidadania a grupos de estrangeiros, necessários ao desenvolvi- mento da cidade, mas a partir do século V foram considerados ilegítimos todos os casamentos entre atenienses e naturais de outras cidades. Todos detinham os direitos fundamentais que constituíam a base da democracia: igualdade de direitos, ou seja, igualdade perante a lei – isonomia; igualdade no acesso aos cargos públicos e “igualdade no falar”, isto é, liberdade de expressão. A isonomia pressupunha a existência de leis escritas. Foi um direto reivindicado desde a instituição da pólis, mas só conseguido a partir do século VI a.C. Pela sua universalidade, ao ser aplicada a todos de igual mo- do, a lei escrita era considerada um bem comum que proporcionava à sociedade a “boa ordem “, a “boa constituição”, estabelecendo uma relação direta entre o Estado e os cidadãos. Os Limites da Participação Democrática: A de- mocracia ateniense representou no século V a.C. uma inovação notável: pela primeira vez, era dada, a to- dos os cidadãos, a mesma possibilidade de participa- ção no poder, sem atender à fortuna, cultural ou situação social de cada um. No entanto, na prática esta democracia acabou porter uma participação muito restrita, dados os limites impostos à con- cessão da cidadania: a maior parte da população, constituída por metecos e escravos, era marginaliza- da da vida política. Os metecos eram homens livres, estrangei- ros, a quem tinha sido concedido o direito de residir em Atenas; para isso deviam pagar um imposto es- pecial e, caso não o fizessem, seriam reduzidos à escravidão. Como por lei não podiam possuir terras, dedi- cavam-se ao comércio e ao artesanato, residindo na zona urbana da cidade junto ao Pireu. Alguns usufruí- am fortunas superiores às de muitos cidadãos, no entanto, eram-lhes completamente vedados os direi- tos políticos: não tinham acesso às magistraturas, nem podiam participar nas assembléias. Mas a sua ação dinâmica era bem vista e até estimulada pelo governo da cidade. Os escravos, bastante numerosos, chegavam a atingir cerca de metade da população ateniense na segunda metade do século V. Juridicamente não lhes foi reconhecido qualquer direito: não podiam possuir bens nem constituir família legal. Também as mulhe- res estavam privadas de todos os direitos cívicos e políticos. O casamento era monogâmico e consistia num contrato em que só a mulher tinha obrigações a cumprir. O marido podia repudiá-la quando quisesse, apenas com a condição de restituir o dote. Criada no gineceu, lá permanecia depois de casar, passando a sua submissão do pai para o marido e, se enviuvava, ficava sob a autoridade do filho mais velho. Os princípios da liberdade e da igualdade, a- firmados na democracia, foram também desprezados quando Atenas, vencendo as Guerras Pérsicas, insti- tuiu um imperialismo marítimo, a Liga de Delos, sujeitando as ilhas do Mar Egeu ao pagamento de um tributo. Afirma-se assim a hegemonia de Atenas. A igualdade dos cidadãos, seguida em Atenas no século V a.C., e a igualdade de todos os homens perante a lei, tal como hoje a entendemos, são con- cepções diferentes. A prerrogativa da liberdade tinha o mesmo significado, o conceito de cidadão é que tinha âmbito diferente. . UNIDADE III. O DECLÍNIO DAS CIDADES-ESTADOS Embora os gregos compartilhassem a mesma língua e a mesma cultura, permaneciam politicamen- te divididos uma determinação de preservar a sobe- rania das cidades-estado impedia os gregos de for- marem um grupo político maior, que podia ter limita- do as guerras entre as cidades que acabaram por custar à cidade-Estado a sua vitalidade e indepen- dência. A guerra do Peloponeso: Imediatamente após as guerras persas, mais de 150 Cidades- Estados organizaram uma confederação, a Liga de Delos, para se protegerem de um novo confronto com a Pérsia. Graças à sua riqueza e à sua podero- sa esquadra, Atenas não tardou a pôr-se à testa dessa liga. Os atenienses manipularam a liga ao sabor dos seus próprios interesses econômicos, não vendo nenhum conflito entre imperialismo e demo- cracia. Atenas proibiu deserção dos estados- membros, dispôs guarnições no território dos Esta- dos confederados e utilizou o dinheiro da liga para financiar obras públicas em Atenas. Mal diminuiu a ameaça persa, o ódio ao im- perialismo ateniense cresceu entre os Estados sub- jugados. Um fator mais importante era o medo que uma Atenas poderosa infundia nos espartanos e nos seus aliados da Liga do Peloponeso. Esparta e os Estados do Peloponeso decidiram-se pela guerra porque sentiram a sua independência ameaçada por uma Atenas dinâmica e imperialista. A guerra iniciou-se em 431 a.C. e terminou em 404 a.C. Possuindo forças de terra superiores, a Liga do Peloponeso invadiu a Ática e incendiou os campo. Movida por anseios excessivos, à expedição siciliana terminou num triste fracasso e tirou de Atenas toda a esperança de vitória na luta contra Esparta. Fortalecida por um apoio financeiro da Pérsia e pelo abandono de alguns aliados atenien- ses, Esparta encaminhava-se para o fim da guerra. Por fim, uma Atenas assediada, com uma marinha História I Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 7 UNI dizimada e uma quantidade de víveres cada vez menor, rendeu-se. Esparta dissolveu a Liga de Delos, deixou Atenas com apenas um punhado de navios e obrigou-a a demolir as suas altas mura- lhas, mas recusou-se a trucidar homens e a escra- vizar mulheres e crianças como exigiam alguns aliados. A guerra do Peloponeso destruiu as bases da sociedade helênica. Durante essa prolongada guerra, o individualismo venceu o dever cívico, a moderação cedeu ao extremismo e a política dege- nerou em revolução. De cidade em cidade irrompia a guerra civil à medida que as facções oligárquicas e democráticas disputavam o poder, com resulta- dos calamitosos para a vida política grega. O século IV: A guerra do Peloponeso foi a grande crise da história helênica. As cidades-estado nunca se recuperaram das feridas que infligiram a si próprias. A lealdade cívica e a confiança que haviam caracteri- zado o século V desapareceram e o século IV foi do- minado por uma nova mentalidade que os líderes do século de Péricles teriam rejeitado. A preocupação com os negócios particulares substituiu a devoção ao bem geral da pólis. As tarefas do governo passaram cada vez mais às mãos de especialistas, em vez de serem confiadas a simples cidadãos, e os mercenários começaram a ocupar o lugar dos soldados atenienses. A história política do século IV permite um re- sumo sucinto. Atenas, o único Estado com alguma chance de unir o mundo grego, havia perdido a sua oportunidade. A um governo espartano, culturalmen- te estéril, de mentalidade provinciana e opressora, faltava o talento necessário para governar os gregos. Muitas cidades tiveram os seus governos democráti- cos substituídos por oligarquias pró-espartanas, sob a supervisão de um governador lacedemônio. Enquanto as cidades gregas estavam imersas numa guerra fratricida, emergia ao norte uma nova potência, a Macedônia. Para os gregos os macedô- nios, um povo selvagem das montanhas que adquiria um verniz de cultura helênica, pouco diferia das ou- tras populações não-helênicas, a que davam o nome de bárbaros. Em 359 a.C., aos 23 anos de idade Filipe tornou rei da Macedônia, com o nome de Filipe II. Tendo passado 3 anos como refém em Tebas, Filipe aprenderá as mais modernas táticas militares e fora testemunha ocular das debilidades dos belicosos Es- tados gregos. Converteu a Macedônia numa potência militar de primeira ordem e deu início à conquista da Grécia. Filipe aos poucos estendeu o seu poder a to- das as cidades-estado gregas. Por não avaliarem corretamente a força de Filipe, os gregos tardaram em organizar uma coalizão contra a Macedônia. Em 338 a.C., Filipe em Queronéia infligiu contundente derrota aos gregos e toda a Grécia passou a ser sua. As cidades-estado não deixaram de existir, mas per- deram a independência. EXERCÍCIOS 1. Sobre a civilização Grega, qual a alternativa correta: (1) A colonização grega, entre os séculos VIII e VII a.C., significou a completa superação de problemas como a escassez de terras férteis, o que diminuiu as tensões sociais entre hectomoros e eupátridas. (2) Em razão das tensões sociais, Drácon iniciou uma reforma na sociedade, planejada pela aristocracia, contudo, não deteve-se a escrever as leis que até então eram orais. (3) Podemos caracterizar a democracia ateniense como sendo excludente, na medida em que vetava a participação da mulher na vida política, favorecendo apenas os metecos e cidadãos. (4) Apesar do helenismo definir-se a partir da penetração do caráter urbano grego na tradicional sociedade oriental, o escravismo continuou sendo o sistema básico de produção do mundo helenístico. 2. Sobre a sociedade grega antiga é correto afirmar: (1) Aformação das cidades—estados deveu—se, entre outros fatores, ao do relevo de península balcânica. (2) A sociedade ateniense caracterizou—se pela evolução da composição política, e isto se explica pelo fato de ter abolido o trabalho escrevo. (3) Dentre os povos da Antiguidade Clássica, foram os gregos os únicos e obterem um considerável desenvolvimento sem se utilizar do imperialismo colonialista. (4) As disputas hegemônicas entre Atenas e Esparta não contribuíram pare e fragilização das estrutures produtivas de Grécia. 3. Sobre a organização social da Grécia Antiga, podemos afirmar que: (1) A democracia grega na realidade restringiu-se a uma cidade-Estado da época: Atenas. (2) A existência de um regime democrático em Atenas deveu-se à existência de uma força de trabalho livre e combativa politicamente. (3) O regime político ateniense atendia a todos os segmentos sociais, daí ser democrático. (4) À época de Péricles todos os cidadãos homens atenienses não eram passíveis de exercerem cargos públicos. GABARITOS 1. 4 / 2. 1 / 3. 1. Agora temos todas as informações sobre a Grécia Antiga. Veremos agora na Unidade IV uma outra importante civilização, a Romana. Em seguida Unidade V: A Ordem Imperial e Unidade VI: O Didatismo Político da Épica E da Historiografia. Logo após você fará exercícios para que verifique a sua aprendizagem, relendo os conteúdos quando necessário, e verificando suas respostas no gabarito. História I UNI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 8 UNIDADE IV. O MODELO ROMANO – A CIDADE DO IMPÉRIO Extensão e Heterogeneidade do Mundo Romano: A península Itálica sofreu, por volta de 1200 a.C. uma invasão de povos indo-europeus que se juntaram a tribos ilíricas e lingures. A fundação de Roma no século VII a.C., por latinos e sabinos, tal como a tradição estabelecia, está hoje confirmada por vestígios arqueológicos. Reis etruscos, que povoavam a Toscana e a Itália do Norte dominaram a cidade e governaram-na em re- gime monárquico à maneira dos tiranos gregos. Con- temporâneos de Pisístrato na Grécia foram afastados do poder em 509 a.C. para darem lugar à República Romana exercida pela aristocracia latina. Roma entrou em conflito com os etruscos do centro e gregos do Sul da Península Itálica, mais por necessidade de defesa e consolidação do poder por política expansionista. As legiões romanas acabaram por vencer a última cidade grega, Tarento, no século III a.C. passando a dominar toda a Itália. Mas, no Mediterrâneo Ocidental, dominava Cartago, antiga colônia fenícia no Norte da África e na Sicília contra os gregos. Para conseguir o controle comercial e estratégico do estreito de Messina, os romanos atacaram os cartagineses e obtiveram, com a vitória, a posse da Sicília. Roma continuava a expandir-se para o Norte, vencendo os gauleses na Planície do Pó, não sem resistências. Cartago por seu lado, sob o comando de Aníbal Barca, adquiriu o sul da Península Ibérica até o rio Ebro. Em nome de um tratado firmado entre as duas partes, os romanos reclamaram a defesa de Sagunto, cidade grega da Península Ibérica: a guerra deu lugar ao avanço fulminante de chefe cartaginês pelos Piri- neus, Ródano, Alpes e Pó, até a Apúlia, onde, em Canas, os romanos sofreram a sua maior derrota militar sem, contudo, os inimigos conseguirem amea- çar a cidade de Roma. O procônsul Cipião, enviado para a Hispânica, venceu Asdrúbal Barca e ameaçou Cartago que capitulou. Assim os romanos adquiriram a Hispânia, navios e uma indenização em dinheiro. Em 146 a.C., com a destruição de Cartago no final das Guerras Púnicas, Roma adquiriu o contro- le do Mediterrâneo central e ocidental. O cônsul Júlio César governou a Gália Cisalpina no Norte de Itália, a Dalmácia, e a Gália Narbonense no Sul de França e, nessa qualidade, pôde preparar a conquista de toda a Gália: venceu os helvécios e aquitânios, atravessou o Reno e, em 54 a.C., desem- barcou na Inglaterra. Acabou por derrotar definitiva- mente os gauleses comandados por Vercingetórix no cerco de Alésia (51 a.C.). Os gauleses perderam cer- ca de metade da sua população nestas lutas que acabaram por anexar a França atual ao domínio de Roma. Concluindo: a conquista do Império Romano constituiu uma obra lenta e coletiva, apesar de não ser anônima: Pompeu na Ásia, César na Gália e Cipi- ão Emiliano em Cartago constituíram nomes inesque- cíveis. Os elementos de ligação: � O eixo Mediterrâneo e a Rede Viária: As conquistas italianas abriram a cidade para o mun- do econômico que o Mediterrâneo tendia a ser. De- pois das Guerras Púnicas e das vitórias no Oriente helenístico, Roma encontrou-se na situação de poder controlar toda a bacia do Mediterrâneo (mare nos- trum). Os povos da Itália dominados, apesar de so- frerem a subjugação e pagarem tributos, foram ga- nhando o hábito de se considerarem romanos, mes- mo antes de adquirirem direitos de cidadania com Júlio César. De modo diferente se estabeleceu a rela- ção com os não italianos que mesmo depois de fir- mada a paz, continuaram a ser pilhados, oficialmente ou não. Também estabeleceram uma rede viária exten- sa que motivou a expressão: “todos os caminhos levam a Roma”; estradas construídas pela popula- ção submetida à ordem de empreiteiros ou estradas militares estratégicas, abertas pelas tropas para fazer passar os exércitos e o armamento. Utilizando varia- das formas de carroças e carros com rodas baixas que deslocavam lentamente transportando pouca carga. A estrada implicou a ponte, atravessando as naturais vias fluviais: a difusão do arco redondo mar- cou as pontes romanas. Os grandes centros de negó- cio situavam-se nos portos ou no cruzamento das estradas. Os mercadores do Oriente dominaram sem- pre os do Ocidente pela riqueza dos seus produtos: seda da China, especiarias da Índia, perfumes da Arábia, escravos e ouro do Sudão. Além disso, os romanos passaram a importar gêneros alimentícios e metais preciosos necessários cunhagem de moeda e aos artigos de luxo: a balança comercial de Itália foi sempre deficitária em relação ao Oriente. O comércio marítimo foi muito importante e exercido por corporações de armadores. O número de barcos de negócio que financiava o comércio por grosso au0mentou. Roma, a grande consumidora do Império, possuía uma estrutura comercial em con- formidade com suas dimensões – para isso ampliou os seus portos de Óstia e Puteoli. Roma, Centro Dinamizado de um Espaço Urbani- zado: A civilização romana constituiu, por natureza, um fenômeno urbano. Foi a cidade que fomentou os contatos, que estimulou a relação entre os ho- mens, que permitiu o progresso econômico e intelec- tual. Nela se revelou a disciplina do Estado e a ordem necessária ao interesse geral e aos interesses parti- culares. Nela se edificaram os monumentos públicos que correspondiam às necessidades e aos gostos dos cidadãos urbanos. A cidade constituiu a síntese da própria civilização. A região central de Roma, para além do antigo forum romano, ou seja, o forum republicano, foi obje- to de várias remodelações. Roma tinha se tornada a capital do mundo com cerca de um milhão de habi- tantes. Grandes trabalhos, públicos foram realizados como portos de Óstia ou cais no Tibre, novas redes de esgotos, aquedutos e termas públicas. Contudo, permaneceram várias dificuldades: ruas estreitas e tortuosas, pavimentos sujos, falta de chaminés nas casas, riscos de incêndios. Para os ricos existiam os domus, obedecendo ao plano do corredor central aberto para um atrium, História I Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br9 UNI cujo centro era ocupado anteriormente pelo lar da casa e à volta do qual se desenvolviam as outras dependências. Em frente, à entrada, situava-se o tablinum, ou escritório do senhor, no fundo o tricli- num, ou sala de jantar, e em volta do átrio, com um lago e jardim, rodeado por um peristilo, dispunham- se as outras dependências numa planta de grande simetria; pinturas e esculturas decoravam o seu inte- rior à semelhança de Roma, muitas cidades nasceram e desenvolveram-se no Império. Cidades que desce- ram das suas acrópoles para expandir na planície. UNIDADE V. A ORDEM IMPERIAL A Institucionalização do Poder Imperial: No sé- culo V a.C. as estruturas políticas seguiram um re- gime republicano, aparentando um equilíbrio de forças que na verdade não se verificava. Os magis- trados – cônsules, censores, edis, questores – deti- nham grande poder e os do escalão superior perten- ciam ao mais alto grau da hierarquia social – o patri- ciado . O Senado, corpo de antigos magistrados, era quem decidia os assuntos mais importantes como a administração do tesouro, as relações com povos estrangeiros e a aplicação da justiça. Finalmente os comícios, onde a plebe em geral podia estar presen- te, elegiam os magistrados e votavam certas leis. Eram sempre os membros das grandes famílias que chefiavam a república, exercendo a seqüência das magistraturas, ou seja, o cursos honorum (carreira das honras); aliás só eles possuíam capacidade eco- nômica para suportar campanhas eleitorais dispendi- osas e o exercício gratuito dos seus cargos. A repúbli- ca romana tornou-se assim a expressão dos interes- ses oligárquicos. O contexto de guerra, que Roma viveu durante vários séculos, ocasionou graves tensões sociais que mais tarde se sobrepuseram às questões políticas. Então, o prestígio alcançado pelos generais vitoriosos acabou por modificar as estruturas republicanas, quando os chefes militares controlaram o poder civil. No século I a.C., Roma conheceu alianças de generais que entre si partilharam o poder – os triunviratos. O primeiros, formado por César, Pompeu, e Crasso, terminou com a ditadura que Júlio César estabeleceu depois de ter conquistado a Gália e vencido o seu rival Pompeu. Vitoriosos, Júlio César fez-se nomear ditador e cônsul por toda a vida, dando início a um conjunto de grandes reformas. No entanto, foi acusa- do pelos seus inimigos de querer restaurar a realeza, acabando por ser morto em pleno Senado. Foi do segundo triunvirato, formado por Otá- vio, Marco Antônio e Lépido, que surgiu o primeiro Imperador de Roma: Otávio, sobrinho e filho adotivo de Júlio César aniquilou os seus dois rivais e ficou senhor único do poder. Otávio, político muito hábil, conservou aparen- temente as magistraturas republicanas quando, na verdade, acabou concentrando nas mãos todos os poderes. Recebeu o Imperium, ou seja, o comando su- premo do exército. Teoricamente a decisão de fazer a paz ou a guerra pertenceu ao Imperador que foi pro- tegido e inspirado pelos deuses; por isso só a ele era atribuída a saudação como imperator; devendo os seus delegados, quando vitoriosos, contentaram-se com uma oração de triunfo. Apenas o imperador po- dia usar o manto púrpuro como chefe militar supre- mo, dispor de uma guarda pessoal e receber o jura- mento das legiões. Apesar da sua ascendência patrícia, Otávio re- cebeu o poder triunvirato que desde o século V a.C. era atribuído aos tribunos da plebe, magistrados en- carregados de defender os interesses das camadas populares. Pode assim convocar o Senado e os Comí- cios, tomar a iniciativa legislativa sempre que queria promulgar alguma decisão em defesa do povo roma- no. Tal como foi considerada sacrossanta e inviolável. Por fim, com a atribuição do cargo de pontifex maximus administrava a religião do Estado, partici- pava nos colégios sacerdotais, consultava os auspí- cios (previsões do futuro), presidia às cerimônias religiosas e promovia a construção de templos e san- tuários. Tomou o nome de Augusto, atribuído aos detentores da auctoritas. O Senado continuou como assembléia de mai- or prestígio, mas sob o controle do Imperador, prin- ceps do Senado. Incumbia ao Senado: a aprecia- ções das leis, embora a iniciativa, o conteúdo e a deliberação dos senatus-consultus (proposta de lei) dependiam do Imperador; funções judiciais, no caso de delitos graves que envolvessem senadores; rece- bia embaixadas estrangeiras. Augusto apenas consentiu numa aproximação à divindade, considerando-se um intermediário en- tre o Estado e os deuses, dos quais obtinha a bene- volência necessária à boa sorte dos romanos. Mesmo assim, os poderes públicos concederam-lhe honras divinas, instituindo um culto imperial com a realiza- ção de festas e sacrifícios. Deram o nome de Júlio (César) e de Augusto a meses do ano (julho e agos- to) e instituíram dias de festas nos seus aniversários. Com o tempo criou-se uma mística imperial em que os elementos nacionais se fundiam com influências orientais. Uma das práticas mais usadas era a adoção pelo imperador reinante de um sucessor em que de- legava ainda em vida algumas funções. Esta escolha recaiu geralmente em membros da família: na ausên- cia de filhos, em irmãos ou sobrinhos, mas também era muito freqüente os imperadores recorrerem à prática da adoção de um filho, assegurando a suces- são do protegido. A edificação do Aparelho Administrativo Central: A administração central não foi propriamente criada por Augusto, que geriu o império como se fosse um assunto privado, mas gradualmente instituída pelos seus sucessores. Ao primeiro imperador pertenceu, no entanto a decisão de criar um conselho, composto por cerca de vinte membros, senadores e magistra- dos, os “amigos do Príncipe”. Tal designação não significava que estivessem entre si relações de ami- zades, mas que eram pessoas admitidas à saudação do Imperador, constituindo uma clientela especial. Este Conselho ocupava-se do estudo das questões que deviam ser apresentadas ao Senado, permitindo ao Imperador recolher as opiniões dos seus consulto- res sobre projetos em curso. História I UNI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 10 Foi também entre a clientela dos seus fiéis que Augusto escolheu um quadro de funcionários que constituíram as bases da burocracia imperial. Estavam nestas circunstâncias: os titulares das grandes prefeituras em Roma; os governadores das províncias imperatoriais; A Organização Jurídica: Também a formulação e a prática do Direito refletiam o fortalecimento do poder central; o imperador tornou-se o juiz e o legislador supremo. Já nos tempos da República se tinha formado uma elite de legistas – preparados em escolas onde se usava exclusivamente o latim – que sabiam conci- liar as necessidades práticas e concretas com um quadro teórico e doutrinário. Concebiam um conjunto de regras entre de direito civil (regulamentando as relações entre os homens) e o direito penal (aplican- do sanções sempre que a lei era infringida). Em Roma, a existência do Direito era, aliás, o elemento fundamental da constituição do Estado: enquanto em Atenas a cidade se definia essencial- mente como comunidade de cidadãos, em Roma era a unidade jurídica que se sobrepõe. Por isso a socie- dade romana manifestava-se mais aberta a elemen- tos estrangeiros do que a democracia ateniense; havia um corpo de leis escritas que definia os direitos e obrigações de cada um. Assim, apesar da manutenção de direitos locais e da existência inicial de diferentes estatutos de pes- soas – peregrinos (estrangeiros), latinos (habitantes da Itália) e cidadãos (habitantes de Roma) – o direito romano foi penetrando em todo o Império. A prática da justiça foi atribuída aos pretores.Um deles, o pretor urbano, tratava dos processos referentes aos cidadãos, outro, o pretor peregrino, dos que envolviam estrangeiros. Os restantes atua- vam fora de Roma como administradores das provín- cias imperatoriais: são os pretores. No início do seu mandato deviam publicar um édito com as leis que iriam estar em vigor. A partir de Augusto reforçou-se a ação do Im- perador e das repartições que estavam diretamente sob o seu controle na atividade legislativa, de tal modo que no século II a.C. o Édito Perpétuo de Adri- ano viria anular o direito pretoriano. O Poder e as Forças Sociais: � A Importância das Ordens Censitárias: As forças sociais que se manifestaram no Império resultaram de uma evolução provocada pelas con- quistas que fez desaparecer a distinção entre patrí- cios (detentores inicialmente de todos os poderes) e os plebeus que acabaram por aceder a cargos políti- cos e até religiosos. Foram revoltas de escravos contra a explora- ção brutal de que eram vítimas, como aconteceu na Sicília em 135 a.C. e, em Roma, sob a chefia de Es- pártaco em 71 a.C.. Contudo, em qualquer dos casos, não foi contestada a ordem social estabelecida, nem mesmo a existência da escravatura. Tudo o que os revoltosos pretendiam era conseguir para eles o esta- tuto de homem livre, por isso, falta de coesão e de ideologia do seu movimento rebelde condenava-os ao fracasso. No entanto, os filhos mais violentos que acaba- ram por ditar a morte da República são os que opu- nham entre si cidadãos romanos. As conquistas per- mitiram que a aristocracia reforçasse o seu poder e se constituiu como primeira ordem social – a ordem senatorial – mas também proporcionaram o enrique- cimento de militares de carreira e de negociantes que conseguiram a integração na ordem eqüestre. Eram estes também que detinham a maior parte das terras conquistadas – ager publicus – alargando os latifun- diários através da compra ou da espoliação das ex- plorações camponesas. O estabelecimento do Império reforçou a hie- rarquia dos quadros sociais. O estrato superior era constituído pelas três ordens da aristocracia romana: senatorial, eqüestre e a ordem dos decuriões nas cidades provinciais. Distinguiam-se pela riqueza e prestígio de que gozavam e pelo desempenho das funções públicas reservadas às sua categoria. Mas era propriedade fundiária que lhes concedia dignidade e lhes proporcionava mérito de viver sem precisar de trabalhar, condição inerente ao “notável”. Na ordem senatorial só foram admitidos, por direito próprio, os filhos de senadores. No entanto, foram forçadas a abrir-se a novos elementos: muitas famílias antigas de senadores extinguiram-se por falta de descendência e esses lugares eram preenchi- dos por membros da ordem eqüestre, escolhidos pelo Imperador ou recomendados por algum notável a quem depois pagavam o favor. O orgulho de perten- cer à primeira ordem da sociedade criou entre os seus membros sentimentos de solidariedade, reforça- dos por relações de parentesco, adoção e amizade. Constituíam assim uma minoria a quem eram prestadas honras especiais: eram os únicos que ti- nham ao uso da faixa larga, de cor púrpura, sobre a toga. A ordem eqüestre, muito mais numerosa, era por isso mesmo mais heterogênea e instável: um certo número de cavaleiros ascendeu à ordem hierar- quicamente superior e, em contrapartida, a ordem abriu-se a outros estratos, por vezes de baixa condi- ção, como aconteceu com os libertos e escravos im- periais “membros da família Caesaris”. A ordem dos decuriões era formada pelas e- lites das sociedades urbanas, também aqui era a fortuna pessoal que representava a principal condição de acesso, embora o censo imposto variasse confor- me a categoria da cidade. O Controle sobre a Plebe: O papel dos Liberta- dores e dos Escravos: Nas camadas populares a fronteira entre a população urbana e a população rural era muito mais significativa do que a situação jurídica que distinguiam os homens livres dos libertos e dos escravos. A população urbana era geralmente mais favo- recida, tendo maiores possibilidades de empregos remunerados e de ascensão social. Sem fronteiras muito nítidas no seu estatuto jurídico, encontramo-la em situações variadas uns trabalhavam por conta de outrem em troco de um salário, outros conseguiam estabelecer uma pequena oficina ou um comércio local e, finalmente, os mercadores ricos e os empre- História I Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 11 UNI sários podiam reunir avultados bens e ascender às magistraturas locais. UNIDADE VI. O DIDATISMO POLÍTICO DA ÉPICA E DA HISTORIOGRAFIA A Lírica: No século I a.C. vê-se em Cícero um desejo de ultrapassar os gregos e atingir uma grande perfei- ção na poesia e na eloqüência – era a chamada idade de ouro da literatura latina. Cícero, possuidor de uma profunda cultura, encon- trou na carreira política oportunidade de a colocar ao servi- ço de grandes causas, quando desempenhou a função de cônsul. Na época de César desenvolveu grande atividade literária, afirmou-se cada vez mais contrário à tirania e alimentou a esperança de retorno à república, esperança vã quanto a César foi proscrito com seu ideal republicano. A época de Augusto marcou uma ruptura em rela- ção ao período anterior, correspondendo à passagem da República ao Império: as condições da atividade literária modificaram-se pela atitude de mecenato (termo derivado de Mecenas, protetor das letras e das artes) e pela propos- ta de um novo ideal social e nacional. A propaganda apoi- ou-se também na literatura. Horácio (65 a 8 a. C. ) afirmou que a glória dos he- róis derivava dos poemas, mais do que das obras de bron- ze. As suas odes evocam a Paz, a Honra, a Fé, a Virtude – uma estética e uma ética de vida. Virgílio (70 a 19 a.C.) depois das Bucólicas e das Geórgias, que glorificava o seu passado rural romano, escreveu a Eneida poesia épica que conferia a Eneida, herói de Tróia, a fundação da cidade de Roma, predestina- da pelos deuses ao triunfo sobre o mundo. A Historiografia: Instrumento conveniente do didatismo foi à história de Tito Lívio (59 a.C. a 17 d.C.). Admirando profundamente o passado romano pretendeu extrair dele lições para o presente e o futuro – além da coragem militar fez a apologia da simplicidade, moderação, espírito cívico e, sobretudo, da piedade. Retirando da História implicações mais radicais, Tá- cito, nas Histórias e nos Anais, colocou a sua obra ao servi- ço da moral e do direito. O historiador ainda que apoiado em fontes seguras tornava-se o juiz das gerações desapa- recidas, realçava os atores dos grandes acontecimentos, penetrando no campo da análise psicológica. Criticou o sistema imperial que conduzia ao despotismo de Nero e detectou as causas da decadência do mundo romano, debruçando-se sobre o mundo bárbaro em “Germânica”. A Reflexão Moral: Quanto à reflexão moral tomada como tema, foi Sêneca, o filósofo de Córdova, que debateu as vantagens do percurso estóico. Cada um dos seus diá- logos é dedicado a um problema moral: a Felicidade, a Tranqüilidade, a Clemência, etc.. Ainda que fazendo apelo a várias doutrinas, a sua moral fundamenta-se no estoi- cismo: a virtude é o único bem, o sábio é intocável pelas paixões, donde, mesmo na pobreza e no infortúnio, ele permaneceu tranqüilo e feliz – igual aos deuses. Alguns encontram nas suas máximas marcas do pensamento dos primeiros cristãos: a alma humana como emanação de Deus, a igualdade entre todos os homens, a clemência para com os escravos. O elogio da tranqüilidade inte- rior corresponde bem a uma época de inquietação e misticismo. EXERCÍCIOS 1. Na Roma Antiga encontramos o apogeu e a crise do modo de produção escravista. Sobre isto,qual a alternativa correta: (1) Desde os primórdios da civilização romana constatamos a utilização do trabalho escravo de forma abrangente. (2) A utilização do trabalho escravo intensivo, a partir da época imperial, liberou outras forças de trabalho e a consequente multiplicação de fatores econômicos. (3) A reprodução da força de trabalho era gerada pelas novas guerras e conquistas, pois a auto- reprodução escravista atendia à demanda da economia. (4) A existência do trabalho escravo não forçava ainda mais a latifundiarizaçao agrícola, o que provocou o crescente extermínio dos pequenos produtores. (5) A partir do século III inicia-se um reverso no imperialismo romano e com este uma crise estrutural da economia escravista. 2. A partir do século III iniciaram-se mudanças substantivas no Ocidente europeu. Sobre essas mudanças qual a alternativa correta: (1) As invasões bárbaras não acentuaram e aceleraram a crise do século III, provocando uma crescente ruralização social. (2) Os reis bárbaros desconsideraram as estruturas e instituições romanas e estabeleceram suas primitivas formas de organização social. (3) Liberação do trabalho escravo e a ampliação dos alódios permitiram, no Ocidente, a organização de uma sociedade de homens proprietários universais de suas unidades econômicas. (4) Durante o Império Carolíngeo houve a reconstrução do antigo Império Romano nas mesmas bases econômicas e institucionais. 3. Virgílio, Ovídio e Tito Lívio são representantes da literatura produzida na Antiguidade: a) Pela Grécia. b) Pelo Egito. c) Pela Mesopotâmia. d) Por Roma. e) Pela Galiléia. GABARITOS 1. 5 / 2. 3 / 3. D. Bem, agora que você já sabe discernir as civiliza- ções da Grécia e Roma. Continuaremos o estudo nas Unidades VII, VIII e IX, tratando respectivamente do Brasil indí- gena, Expansão Marítima e Antigo Sis- tema Colonial. Em seguida você fará exercícios para que verifique a sua aprendizagem, relendo os conteúdos quando necessário, e verifi- cando suas respostas no gabarito. História I UNI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 12 UNIDADE VII. O BRASIL INDÍGENA A Origem do Homem no Brasil: O aparecimento do homem no Brasil faz parte de uma questão maior que é a origem do homem na América. � a Asiática: Para a maioria dos arqueólogos ela foi a mais antiga e principal rota dos antepassa- dos dos índios, ou mesmo a única. De acordo com essa visão, imigrantes protomongolóides o- riundos da Sibéria atravessaram o Estreito de Be- ring e as Ilhas Aleutas, chegando na América do Norte. Isso teria ocorrido durante a última época Glacial entre 40.000 e 10.000 a.C., correspon- dente ao período arqueológico do Paleolítico Su- perior. � a Malaio-Polinésia: Povos das ilhas da Polinésia teriam atravessado o Oceano Pacífico navegando até a América do Sul, talvez a partir de 1.000 a.C. � a Australiana: População oriunda da Austrália teria atingido a Patagônia, na extremidade meri- dional do continente americano, através do Pací- fico Sul, numa data desconhecida. Supõe-se que esses imigrantes se fixaram em algumas regiões da América e seus descendentes se espalharam pelo continente, adaptando-se aos diver- sos ambientes A mistura de alguns grupos e o isola- mento de outros originou as várias línguas e culturas dos povos indígenas. Importantes têm sido os estudos dos SAMBAQUIS. Os Sambaquis são montículos de artefa- tos pré-históricos (objetos de pedra como martelos e zoólitos, pequenas esculturas representando animais) cobertos por conchas, espalhados pelo litoral meridi- onal Os mais antigos receberam uma data de apro- ximadamente 5.000 a.C. No entanto, pesquisas mais recente estão re- vendo a data do início do povoamento do Brasil e do conjunto da América, além de questionarem a exclu- sividade da rota Norte-Sul. Desses estudos podemos citar: � “Homem do Piauí”: A mais famosa e polêmica das últimas descobertas são as pesquisas de Niede Guidon em São Raimundo Nonato, no Pi- auí, principalmente na área arqueológica da Toca do Boqueirão do Sítio de Pedra Furada. As pinturas rupestres encontradas, retratando seres humanos e animais, são as mais antigas da América e estão associadas a restos de fogueiras que, segundo Guidon, são de 32 mil anos atrás. Outros materiais arqueológicos teriam uma idade de mais de 48 mil anos. Guidon concluiu que o homem vivia nessa regi- ão a talvez 60 mil anos, e propôs que os primeiros imigrantes chegaram na América há pelo menos 70 mil anos, não necessariamente pela rota do Norte para o Sul. Também em São Raimundo Nonato foram encontrados coprólitos (fezes fossilizadas) com ovos de uma parasita do intestino humano, disseminado na África e no Sul da Ásia e da Europa. Os achados receberam uma datação de mais de 7 mil anos atrás e os pesquisadores acreditam que são provas de uma migração marítima de populações de países quentes, possivelmente malaio-polinésio ou norte-africanos. As Sociedades Indígenas: Não se sabe o tamanho da população indígena do Brasil na época da chegada dos portugueses. Os cálculos variam de 5 a 1 milhão de habitantes. Esse número foi reduzido, em 1991, para 240 mil, divididos em 200 nações, falando 170 línguas. Principais Grupos Lingüísticos são: � Macro-Tupi: Viviam no Nordeste, Sudeste, Sul e parte da Amazônia. Foram os primeiros a entrar em contato com os portugueses e são os mais conhecidos. A mais importante família dentro desse grupo é a TUPI-GUARANI. � Macro-Jê: Estão concentrados no Centro-Oeste. A família Jê, dentro desse grupo, é a mais impor- tante e tem suas origens possivelmente entre as nascentes do São Francisco e Araguaia. � Karib: O conhecimento desse grupo ainda é ru- dimentar. Ele está agrupado no Norte da Amazô- nia e pode ter nascido na Região entre a Venezu- ela e as Guianas, há 2 mil anos atrás, ou mais. � Arawak: Localizado na Amazônia e partes do Centro-Oeste. Além dessas quatro grandes famílias lingüísti- cas existem várias outras menores, como os yano- mami, tukano e pano. A Organização Social dos Índios: Adotarmos o esquema de Elman Service, adaptado por Sanders e Marino, para dividir as sociedades indígenas brasilei- ras em três grupos principais: os bandos, tribos e chefias. � Os Bandos: São grupos de caçadores, coletores e cultivadores incipientes. Com uma população reduzida e um baixo nível técnico, os bandos vi- vem sob um nomadismo periódico. A noção de comunidade primitiva se encaixa melhor nesse caso por causa da ausência de propriedade priva- da e de classes sociais. Além disso, os meios de produção estão sob controle coletivo e a divisão de trabalho é baseada no sexo e idade. � As Tribos: O conceito de tribo tem sido aplicado sobre qualquer agrupamento indígena. Aqui o sentido é outro, mais específico: as tribos são or- ganizações de agricultores que vivem em aldeias com propriedade coletiva da terra e com relações sociais baseadas no parentesco. No Brasil a agri- cultura parece ter sido introduzida em 4.000 a.C., ou antes, com o cultivo, entre outros produtos, da mandioca, milho e batata. Um dos métodos mais utilizados para o plantio é a COIVAIRA, que consiste na derrubada e queimada de uma porção de mata. A Religião Indígena: Os antropólogos geralmente consideram esses elementos como características do animismo. Animismo: É uma crença na existência de es- píritos humanos e da natureza (espíritos de pessoas vivas ou dos mortos, dos animais e plantas, espíritos elementais). O mundo seria um conjunto vivo de seres animados, havendo uma ligação entre eles e as divindades. O homem pode entrar em contato com as entidades sobrenaturais através de visões e rituais, HistóriaI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 13 UNI assim como pode adquirir e dirigir esse poder sobre- natural de acordo com a sua vontade. Nesse aspecto surge o fenômeno do XAMANISMO: a crença no poder de um Xamã ou Pajé, indivíduo com poderes sobrena- turais, intermediário entre os espíritos e os homens, e atuando também como curandeiro da tribo. Outro elemento religioso que se destaca em alguns grupos indígenas é o TOTEMISMO, a crença que identifica uma comunidade com um antepassado mítico animal ou vegetal, envolvendo a noção de TABU (proibições de caráter sagrado com punição para os infratores). Alguns grupos, como os TUPINAMBÁS, também pos- suíam o costume de ANTROPOFAGIA (canibalismo), mas com um conteúdo mágico-religioso. A crença era que devorando seu inimigo, adquiria-se sua força e coragem. A Destruição Do Mundo Indígena: Quando a colo- nização portuguesa se iniciou a partir dos anos de 1530, o quadro foi se alterando. Podemos, então, apontar como principais momentos desse conflito entre europeus, colonos e índios, que até hoje conti- nua: SÉC. XVI ���� Começa o genocídio das tribos do litoral nordestino e sul, através das guerras de con- quista, escravização e do impacto das doenças trazi- das pelos europeus. Ao mesmo tempo, grupos indí- genas rivais envolviam-se nas disputas coloniais en- tre Portugal e França por parte do território brasilei- ro: os tupiniquins aliavam-se aos "Peró" (portugue- ses) e os tupinambás aos "Mair" (franceses). Inicia-se também um processo parcial de miscigenação entre colonos brancos e índios, resultando no "caboclo". PAPEL DA IGREJA ���� Os colonos queriam es- cravizar os índios e ocupar suas terras, a coroa por- tuguesa estimulava a colonização mas oficialmente só permitia a escravização de índios hostis (nas chama- das "Guerras Justas"), e a Igreja Católica tentava catequizá-los e evitar sua escravização. Neste último caso, destacou-se desde 1553, A COMPANHIA DE JESUS ou JESUÍTAS que com seu trabalho de cate- quese junto aos índios, reuniu-os em grandes aldea- mentos conhecidos como MISSÕES. Os jesuítas tive- ram um papel decisivo na ACULTURAÇÃO dos indíge- nas, isto é, transformando sua cultura nativa numa cultura mais européia e crista. SÉC. XVII ���� Foi a época da conquista do lito- ral norte e do início da ocupação da Amazônia. Os cacicados e tribos que viviam ao longo dos rios Ama- zônicos foram sendo destruídos e com eles desapare- ciam as culturas indígenas mais complexas de que se tem notícia no Brasil. As missões foram constante- mente atacados e destruídas pelos BANDEIRANTES, que partiam principalmente de São Paulo (São Vicen- te), à procura de índios para a escravização. SÉC. XVIII ���� A exploração do ouro em Minas Gerais e no Centro-Oeste levou à destruição ou ex- pulsão das comunidades indígenas locais. Paralela- mente, intensificava-se a ocupação da Amazônia (1723-1727). Ao que consta, mais de 20 mil índios foram dizimados nessa luta. Visando aperfeiçoar o colonialismo e incorporar os índios na massa da po- pulação colonial, o governo do Marques de Pombal, marcado pelo "despotismo esclarecido", decretou a liberdade definitiva dos indígenas (1755), expulsou os jesuítas do Brasil (1759) e criou o DIRETÓRIO DOS ÍNDIOS, instituição encarregada da administração e instrução dos nativos. No entanto, o Diretório não conseguiu cumprir sua missão e foi abolido em 1798 pelo príncipe D. João que equiparou formalmente os índios aos demais súditos da Coroa. SÉC. XIX ���� O interesse em ocupar as terras indígenas levou os luso-brasileiros a dividir os índios em duas categorias: os "bravos" e os "mansos ou domésticos". O índio "manso" era considerado bom, retratado romanticamente na literatura e pintura do período, identificado em geral com os Tupi-Guaranis que naquela época já tinham em sua maioria desapa- recido ou sido assimilados. O "bravo" era conhecido como Botocudo e Tapuia (o inimigo do Tupi), aqueles que resistiam ao avanço da "civilização branca", e por essa razão, deveriam ser combatidos. SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS ���� A ocupação das terras indígenas continuou nos primei- ros anos da República. Em 1910 foi criado o Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhado- res Nacionais, reduzido em 1918, ao Serviço de Pro- teção aos Índios (SPI). Sob o comando do Marechal CÂNDIDO RONDON (1910-1918) combinou o ideal de "pacificação" dos índios com interesses geopolíticos e estratégicos de consolidar o poder do Estado brasilei- ro sobre os territórios indígenas A FUNDAÇÃO NACIONAL DO INDIO (FUNAI) ���� Criada em 1967, substituiu o antigo SPI e é o atual órgão da política indigenista do Governo Federal. Através do ESTATUTO DO ÍNDIO ela busca preservar o patrimônio material e as culturas indíge- nas, ao mesmo tempo em que tenta integrar os po- vos indígenas harmonicamente à comunidade nacio- nal a longo prazo. UNIDADE VIII. A EXPANSÂO MARÍTIMA A expansão marítima portuguesa (séc. XV-XVI): � A Formação De Portugal: O Estado Na- cional português foi formado entre os séculos XII e XIII, durante a Baixa Idade Média. Antes disso, a história do país confundia-se com a história da Penín- sula Ibérica. A Antiguidade - Os primeiros povos conhecidos do país foram os iberos e os celtas (1º milênio a.C.), criadores da cultura celtibérica. Entre os grupos tri- bais celtibéricos, destacaram-se os lusitanos. No séc. II-I a. C., os romanos conquistaram o território e sufocaram a revolta do chefe lusitano Viriato. No início da era cristã a região foi transformada na pro- víncia romana da Lusitânia, mas a "romanização". (introdução de costumes, leis e cidades romanas) foi mais intensa no sul do país. Com a crise e decadência do império romano, a Lusitânia foi invadida e con- quistada pelos bárbaros germanos dos grupos tribais suevos e visigodos (séc. V). A Alta Idade Média - Entre os séc. VI e VIII. a Lusitânia foi parte do reino visigodo. Algumas tradi- ções feudais começaram a aparecer nesse momento, principalmente ao norte do pais. Mas no séc. VIII o desenvolvimento do feudalismo foi interrompido pela invasão dos muçulmanos mouros berberes e árabes) vindos do Marrocos. Os mouros dominaram a maior História I UNI Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 14 parte da Península Ibérica, incluindo Portugal, entre os séc. VIII e XII (o califado de Córdoba e o Império Almorávida). Como no caso da romanização, a "isla- mização" do território português foi maior no sul, na região do Algarve (urbanização, obras de irrigação, introdução de frutas cítricas, costumes muçulmanos). A Reconquista Cristã - No norte da Espanha, a nobreza visigoda conseguiu criar um reino cristão independente dos mouros - o Reino das Austúrias; A partir deste reino e da França, os cristãos iniciaram a reconquista do território ibérico (séc. IX em diante). Em documentos do séc. IX, o norte português, com o nome de "PORTUCALE" e "PROVINTIA PORTUCALENSE", aparece como parte das Astúrias. Mais tarde, essa província foi transformada no "CONDADO PORTUCALENSE". Entre os séc. X e XII, o território asturiano cresceu e originou reino de Leão e Castela. O Nascimento Do Reino Português - Foi durante esse processo de reconquista e em meio as lutas entre grupos rivais de monarcas e nobres cristãos, que surgiu o reino de Portugal. Em 1094, o nobre francês D. Henrique de Borgonha recebeu o rei D. Afonso VI de Leão, como feudo, o condado portuca- lense. O filho de D. Henrique, D. Afonso Henriques, liderou a independência do território em 1128-1139 (reconhecidapor Leão em 1140) e criou o Reino de Portugal, iniciando a dinastia real de Borgonha (séc. XII-XIV). Os monarcas portugueses continuaram a reconquista na direção do sul, anexando diversos territórios muçulmanos. Em 1250, o rei Afonso 111 conquistou o Algarve e completou a formação do território português. A Revolução De Avis (1383-1385) - No séc. XIV, a independência de Portugal foi ameaçada pelo reino vizinho de Castela. Em 1383, o rei português D. Fernando morreu causando uma crise de sucessão: sua filha-herdeira, a princesa Beatriz, era casada com o rei de Castela, o que abria caminho para a monarca castelhana assumir o controle sobre Portugal. Uma parte da nobreza portuguesa apoiou Castela, mas outro setor, junto com a burguesia e as camadas urbanas resistiu e elegeu como "defensor da inde- pendência do reino" o comandante da ordem dos cavaleiros de Avis, o mestre D. João de Avis. A guerra civil estourou e, em, abril de 1385, as cortes (espécie de assembléia medieval) de Coimbra elegeram D. João de Avis Rei de Portugal - D. João I da Dinastia de Avis. Castela invadiu Portugal, mas as forças cas- telhanas foram decisivamente derrotadas pelos por- tugueses na Batalha de Aljubarrota (12 de agosto de 1385). Em 1411 Castela reconheceu a independência de Portugal. O Pioneirismo Português Na Expansão Maríti- ma: A centralização política precoce com a "Revolu- ção de Avis" e a ascensão de D. João I iniciando a construção de um Estado nacional moderno. O incen- tivo dado pelo Estado português as grandes navega- ções, principalmente na atuação do príncipe D. Henri- que, o Navegador, e da "escola" naval de Sagres. A associação da burguesia lusa e dos genoveses com o Estado português, favorecendo a obtenção de recur- sos para a expansão comercial e colonial. A posição geográfica de Portugal. A tradição de cruzadas contra os mouros, nascida na reconquista cristã da Península Ibérica, e transferida pela nobreza lusa para o norte da África. A expansão portuguesa pode ser dividida em três etapas: A etapa atlântico-Africana. (séc. XV), a etapa asiática (séc. XVI) e a etapa brasileira (séc. XVI-XVII). Na etapa Atlântico-Africana (Séc. XV) ocorreu a conquista de Ceuta, no Marrocos (1415). Ocupação das ilhas atlânticas (Madeira e Açores): divididas em capitanias hereditárias, com produção de açúcar e vinho para exportação, e trabalho escravo (1419- 1427). Estabelecimento de feitorias no litoral africa- no: entrepostos para o comércio de ouro, escravos, pimenta e marfim. (1443-1487). Bartolomeu Dias contorna o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África (1487-1488). � Os Acordos Com A Espanha: Resultado da descoberta da América por Colombo em nome dos reis espanhóis (1492). Objetivos dos acordos: divisão das terras a serem descobertas entre portugueses e espanhóis para evitar uma guerra. Apoiada pela igre- ja, não teve o reconhecimento das outras potências européias. Em 1493 - Tratado INTER-COETERA: não aceito por Portugal. Tratado de TORDESILHAS: subs- tituiu o anterior (1494). As principais expedições portuguesas foram: (1498) Vasco da Gama chega em Calcutá, Índia. Descoberta de uma nova rota comercial para Oriente. Expedição de Pedro Alvares Cabral para a índia Des- coberta do Brasil (1500). Criação do império portu- guês na Ásia por Afonso de Albuquerque. Controle do comércio de especiarias. Apogeu de Portugal (1506- 1515). UNIDADE IX. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL A época pré-colonial situada entre 1500 e 1530. O Desinteresse português pelo Brasil: reinado de D. Manuel I (1495-1521). Com sociedades indíge- nas primitivas pouca oferta de produtos, ausência de metais preciosos e especiarias, os portugueses mais preocupados com o comércio oriental com as Índias utilizavam o Brasil como escala nas viagens para a Ásia. Durante o "ciclo" do pau-brasil, o extrativismo vegetal, não necessitou povoamento e colonização. Efetuou-se baixos investimentos, com fundação de algumas feitorias. Havia troca de produtos com os índios: ESCAMBO. Tudo isso sob o Monopólio da Co- roa: ESTANCO. Havia ainda a ameaça aos portugue- ses de contrabandistas franceses e espanhóis. As expedições navais tinham como principal objetivo a exploração: reconhecimento e pesquisa e Guarda-Costeira: combate ao contrabando. A primeira “capitania” no Brasil (1504) conces- são ao cristão-novo Fernão de Noronha da ilha de São João para exploração do pau-brasil. A colonização do Brasil teve início no reinado de D. João III (1521-1557), tendo como principais motivos: a ameaça estrangeira. Corsários e contra- bandistas no litoral. A crise do comercio indiano. Alto custo de manutenção do império português na Ásia. Ataques dos muçulmanos aos portugueses. A desco- História I Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 15 UNI berta de metais preciosos na América espanhola es- timulou os portugueses a tentarem explorar melhor o Brasil. A expedição de Martim Afonso de Sousa (1531- 1533) Objetivou Combater o contrabando; explorar o território (procura de metais preciosos); colonizar. Fundação de São Vicente (SP), a primeira vila ou povoado do Brasil. (1532). Instalação do primeiro engenho de açúcar, em S. Vicente (1533). A organização política do Brasil colonial era fei- ta através das capitanias hereditárias (1532-1759). Divisão do território em 14 partes: descentralização, mas sob soberania do rei. Concedida pelo rei a parti- culares: os DONATÁRIOS ou CAPITÃES- DONATÁRIOS. Baseadas no modelo das ilhas atlânti- cas. A carta de doação e o foral: direitos e deveres dos donatários. Poder político e judiciário: administra- tivo e justiça. Vantagens econômicas: recebimentos de parte dos tributos e do pau-brasil, escravização de índios. Obrigações: defesa, povoar e colonizar, distri- buir SESMARIAS (terras). Fracassou principalmente pela falta de recursos; má administração e desinte- resse; ataques indígenas. Exceções Pernambuco ou Nova Lusitânia (Duarte Coelho) e São Vicente (Martin Afonso de Sousa) por causa do sucesso da empresa açucareira. O governo-geral (1549-1714) Centralização administrativa: Regimento de 1548, maior envolvi- mento da Coroa. Govemador-Geral era o represen- tante do rei. Criação de novos cargos: ampliação da burocracia colonial. Provedor-mor: imposto e finan- ças. Ouvidor-mor: justiça. capitão-mor da costa: defesa. Criação das câmaras municipais; Com a fun- dação das primeiras cidades; Administração local controlada pelos colonos. Seus membros: vereadores e juízes ordinários; Ocupadas pelos "homens bons" (ricos proprietários e comerciantes). Governo de Tomé De Sousa (1549-1553): A sede do governo: Capitania da Bahia (Capitania Re- al).(1549) - Fundação de Salvador; primeira cidade e capital. Vinda de jesuítas (Manuel da Nóbrega): cate- quese dos índios.(1551) - primeiro bispado brasileiro (D. Pero Fernandes Sardinha) O Governo de Duarte da Costa (1553-1558) (1554) - fundação do Colégio de São Paulo pelos padres José de Anchieta e Manuel da Nóbrega. Futura cidade de São Paulo.(1555) - os franceses invadem o Rio de janeiro. Fundação da colônia "França Antárti- ca". O governo Men de Sá (1558-1572). Expulsão dos franceses do Rio de Janeiro (1560-1567).(1565) - fundação da cidade do Rio de Janeiro por Estácio de Sã. A Evolução Administrativa Do Brasil (1572- 1774): � 1572 - divisão da colônia: Governo do Norte (salvador) e governo do Sul (Rio de Janeiro). � 1578 - reunificação: capital em Salvador. � 1621 - nova divisão: Estado do Maranhão e Grão- Pará (São Luís) e Estado do Brasil (Salvador). � 1720 - oficialização do Vice-Reino do Brasil. � 1751 - nova capital do Estado do Maranhão e Grão-Pará: Belém. � 1763 - nova capital do Vice-Reino do Brasil: Rio de Janeiro.
Compartilhar