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Organização do Estudo de História I

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História I 
 
 
Taguatinga-DF– C 12, Lotes 5/7, Bloco A, Sobreloja, Centro – Fone/Fax: (61)351-6554/352-3448 – www.unidf.com.br 
 
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 UNI 
Olá Aluno, 
 
Para que você possa organizar seu estudo, é importante que saiba que esta disciplina, História 
I, está dividida da seguinte forma: 
 
UNIDADE I. A GRÉCIA ANTIGA – A CIDADE-ESTADO GREGA ___________________________ 3 
UNIDADE II. A ORDEM DEMOCRÁTICA – O CASO ATENIENSE __________________________ 4 
UNIDADE III. O DECLÍNIO DAS CIDADES-ESTADOS ____________________________________ 6 
EXERCÍCIOS _________________________________________________________________________ 7 
GABARITOS _________________________________________________________________________ 7 
UNIDADE IV. O MODELO ROMANO – A CIDADE DO IMPÉRIO _ __________________________ 8 
UNIDADE V. A ORDEM IMPERIAL _____________________________________________________ 9 
UNIDADE VI. O DIDATISMO POLÍTICO DA ÉPICA E DA HIST ORIOGRAFIA _____________ 11 
EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 11 
GABARITOS ________________________________________________________________________ 11 
UNIDADE VII. O BRASIL INDÍGENA __________________________________________________ 12 
UNIDADE VIII. A EXPANSÂO MARÍTIMA _____________________________________________ 13 
UNIDADE IX. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL ________________________________________ 14 
EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 17 
GABARITOS ________________________________________________________________________ 18 
UNIDADE X. A CRISE DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL _____ __________________________ 18 
UNIDADE XI. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL __________________________ 19 
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EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 20 
GABARITOS ________________________________________________________________________ 21 
UNIDADE XII. A COLONIZAÇÃO EUROPÉIA NA AMÉRICA ____ _________________________ 21 
EXERCÍCIOS ________________________________________________________________________ 22 
GABARITOS ________________________________________________________________________ 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 UNI 
 
 
Olá! Eu sou o professor UNI e vou 
ajudar você a entender toda a maté-
ria! Vamos começar? Bem, você está 
começando a estudar a disciplina de 
História I! Começaremos pela Unidade I: A Gré-
cia Antiga; Unidade II: A Ordem democrática. 
Em seguida você fará exercícios para que veri-
fique a sua aprendizagem, relendo os conteú-
dos quando necessário, e verificando suas res-
postas no gabarito. 
 
 
UNIDADE I. A GRÉCIA ANTIGA – A 
CIDADE-ESTADO GREGA 
Um Mundo Dividido Numa Pluralidade de Cida-
des-Estados: A Grécia é uma região onde as monta-
nhas ocupam cerca de 80% do solo, compartimen-
tando pequenas planícies e criando condições favorá-
veis ao fracionamento político; o mar penetrando em 
golfos profundos constitui a verdadeira via de comu-
nicação. O clima, apesar de mediterrâneo no seu 
conjunto, apresenta também características continen-
tais devidos às cadeias de montanhas que se erguem 
junto à costa: os invernos são bastante frios e as 
estiagens prolongadas e quentes. 
O quadro morfológico da Península Balcânica 
não pode explicar totalmente o individualismo político 
da Grécia Antiga. Se o sistema montanhoso facilita o 
isolamento, por outro lado, verifica-se que a maioria 
das cidades-estados se concentra no litoral, em luga-
res de fácil acesso e comunicação. 
De fato, é preciso recuar ao II milênio a.C. pa-
ra compreender a formação do povo grego e o seu 
fracionamento em cidades-estados de reduzida ex-
tensão. Chegam então à Península as primeiras tribos 
indo-européias e com armamento de bronze impõem-
se às antigas populações que vão absorvendo à me-
dida que as conquistam. Penetrando no mundo Egeu, 
entram em contato com a civilização da ilha de Creta 
que os dominam e passam a exercer uma forte influ-
encia sobre a sua cultura. Entre 1450 a.C. e 1200 
a.C. estes primeiros invasores - aqueus, eólios e 
jônios - conquistam os cretenses e dominam o Mar 
Egeu e estabelecem contatos com a Fenícia e o Egito. 
Sob a supremacia dos aqueus fundam então uma 
outra civilização conhecida como micênica já que foi 
em Micenas, no Peloponeso, que se encontraram os 
mais importantes vestígios desse período. Mas tam-
bém Tirinto, Pilos, Tebas e Atenas as escavações 
revelaram ruínas de grandes palácios fortificados, 
desta época. 
Em finais do século XII a.C. nova imigração a-
tinge a Península Balcânica. São os dórios, tribos 
vindas do Norte, falando uma linguagem semelhante 
à dos micênicos, mas incultos e rudes em relação aos 
aqueus. A sua superioridade militar, com o emprego 
de armas de ferro, permitiu-lhes uma rápida conquis-
ta e a destruição das cidades e dos palácios micêni-
cos. 
Assim, a diversidade política do mundo grego 
parece derivar mais de razões étnicas, culturais e 
históricas do que de condições especificamente geo-
gráficas. O espírito individualista dos gregos acentua 
a pluralidade de cidades-estados, que persistem, no 
entanto, unidas por elementos comuns. Assim se dá 
forma ao corpo helênico que no dizer de Heródoto: “ 
tem o mesmo sangue, fala a mesma língua, tem os 
mesmos deuses, os mesmos templos, os mesmos 
sacrifícios”. 
A Organização do Espaço Cívico: Desde a 
sua origem a civilização helênica foi essencialmente 
urbana: mesmo que a cidade deva a sua subsistên-
cia ao campo que a circundava era dentro dos seus 
muros que vivia a população mais rica e influente e 
daí decorrem as principais atividades da vida pública. 
Nas margens do Mediterrâneo Oriental, a amenidade 
do clima, a transparência da atmosfera que a proxi-
midade do mar tornou ainda mais luminosa, constitu-
íam um irresistível convite à vida do ar livre. Foi este 
o meio em que se inscreveram as cidades gregas, 
cujo habitantes, aproveitando as condições naturais, 
fizeram a maior parte do seu viver quotidiano. O 
traçado das cidades variou com a localização geográ-
fica e a configuração do terreno, mas certas constru-
ções estavam sempre presentes mesmo nos núcleos 
mais modernos: a grande praça ou ágora centros de 
comércio, reuniões públicas e convívio social, a acró-
pole, antiga cidade depois transformada em recinto 
sagrado onde se elevam templos em honra dos deu-
ses, construções destinadas à assembléias e fontes 
para o abastecimento público. A estas construções 
juntavam-se, nos núcleos mais importantes, santuá-
rios, estádios e teatros. 
 Além do grande crescimento demográfico o 
desenvolvimento do comércio marítimo. A partir do 
século VIII a.C. tornaram-se comuns os comboios 
marítimos para o Cáucaso e para a Etrúria, em busca 
de estanho, matéria-prima para o preparo do bronze, 
usado na fabricação de armas, que eram exportadas 
para as novas colônias e para o Egito, que na época 
lutava contra a dominação dos assírios, com tropas 
mercenárias equipadas pelos gregos. Portanto, estrei-
tamente ligadas ao comércio marítimo desenvolve-
ram-se as atividades metalúrgicas. Além delas tam-
bém se desenvolveu a produção de vinho e de azeite, 
que acabou por incrementar a fabricação da cerâmi-
ca, especialmente de ânforas utilizadas para oarma-
zenamento desses líquidos. 
A Formação da Potência Espartana: A cidade de 
Esparta estava edificada na extremidade setentrional 
da planície do Eurotas, num vale estreito envolvido 
pelas cadeias do Párnon, a leste, e do Taígeto, a oes-
te. De origem dórica, Esparta constituiu-se em mea-
dos do século IX a.C. mediante um pacto (sinecismo) 
de quatro aldeias dóricas. Tendo os antigos possuido-
res do solo sido completamente excluídos da organi-
zação política e reduzidos à servidão, os Espartanos, 
que formavam um Estado eminentemente militar, 
dominaram sem demora as cidades vizinhas (século 
IX - início do século VIII), cujos habitantes se viram 
sujeitos a um estatuto mais ou menos inferior (perie-
cos, hilotas). No decurso do século VIII, Esparta co-
meçou a adquirir a preponderância no Peloponeso, 
obtida à custa de duas guerras encarniçadas (c. 
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735/668). Nesta luta pela hegemonia, Esparta teve 
Argos como principal rival. A população encontrava-
se dividida em três classes, muito diferentes em nú-
mero em direitos: No topo achava-se a pequena mi-
noria dos cidadãos, chamados espartanos, ou iguais 
(omioi), descendentes dos conquistadores dórios, que 
eram os únicos a participar no governo e formavam 
uma casta privilegiada. A segunda classe era a dos 
periecos, habitantes das aldeias da periferia; sendo 
homens livres, eles dedicavam-se ao comércio e à 
indústria. A terceira classe era a dos hilotas, descen-
dentes das antigas populações aquéias submetidas 
pelos Dórios; eram servos do Estado. Desde as ori-
gens, Esparta possuía dois reis que tinham direitos 
iguais, reinavam ao mesmo tempo e nada podiam um 
sem o outro. Sucediam-se hereditariamente e, em 
finais do século VI, estavam reduzidos a um papel, 
sobretudo formal. Esparta era, por excelência, uma 
urbe oligárquica e o poder efetivo pertencia aos éfo-
ros, eram em número de cinco, eleitos anualmente 
pela ápela, dotados de amplos poderes ficando en-
carregados, entre outras atribuições, de garantir a 
perfeita obediência a leis e à tradição espartana, sua 
autoridade estendia-se ao campo policial e judiciário, 
alcançando inclusive a realeza e à Gerússia, uma 
espécie de senado de trinata membros com mais de 
sessenta anos de idade. Quanto à assembléia do 
povo, a ápela, composta de todos os iguais, não 
tinha quase nenhum poder, Totalitário e policial, o 
Estado espartano não reconhecia o domínio da vida 
privada. Os cidadãos, os iguais, votados inteiramente 
à vida militar, estavam sujeitos até aos trinta anos de 
idade a uma disciplina tão dura que a sua sorte pare-
ce quase menos invejável que a dos membros das 
classes inferiores, pericos e até hilotas. A vida eco-
nômica permanecia num estágio rudimentar. A terra 
pertencia ao Estado, que distribuía a cada família um 
quinhão (kléros) suficiente para viver; este domínio 
era indivisível, não podia ser vendido nem legado, e, 
em princípio, havia igualdade absoluta entre os domí-
nios. Os Espartanos não cultivavam a terra por suas 
próprias mãos, utilizando para isso os hilotas, que 
estavam adstritos à gleba. Esparta vivia numa eco-
nomia fechada, com uma moeda de ferro que não 
tinha o mínimo valor no exterior. 
 
UNIDADE II. A ORDEM DEMOCRÁTICA – 
O CASO ATENIENSE 
O governo da cidade pelo Demos: O estabeleci-
mento da ordem democrática ateniense constituiu o 
termo de uma longa evolução que foi transmitida por 
textos de reflexão política, legados pelos próprios 
gregos. 
 De início, tanto Atenas como as outras Cida-
des-Estados devem ter sido governadas por reis, 
apenas conhecidos através de lendas. Desapareceram 
com inovações indo-européias e o poder passou para 
famílias aristocratas que preenchiam os conselhos e 
as magistraturas. A autoridade advinha-lhes dos an-
tepassados que invocavam nas suas genealogias: 
consideravam-se os heróis fundadores ou protetores 
das respectivas cidades. 
A expansão marítima, efetuada no século VIII 
a.C. no Mediterrâneo e prosseguia no século VII a. C. 
nas costas do Mar Negro, criou condições sociais que 
determinaram o predomínio da aristocracia e o exer-
cício do poder. 
 Vários elementos da população, enriquecidos 
pelas atividades comerciais e artesanais, exigiam 
usufruir de direitos cívicos, ou seja, exigiam que lhes 
fosse reconhecido o direito de cidadania, fundando 
assim um regime oligárquico (minorias ricas no po-
der). Uma grave crise agrária - falta de terras e riva-
lidades entre possuidores e assalariados – conduziu 
ao descontentamento e a lutas civis. Foi o que acon-
teceu em Atenas, onde vários legisladores tentaram, 
através de reformas, apaziguar as populações. Drá-
con foi o primeiro a redigir leis escritas e Sólon, ma-
gistrado no princípio do século VI a.C., estabeleceu 
quatro classes sociais com participação política cor-
respondente à riqueza; mesmo os mais pobres adqui-
riram acesso a funções políticas e jurídicas. Propôs 
também o desaparecimento da escravidão por dívi-
das, libertando os homens e as terras dos impostos 
que sobre eles pesavam. A situação criada pelas re-
formas de Sólon não foi vista pela antiga aristocracia, 
despojada dos seus principais privilégios. Se for certo 
que Sólon beneficiou a classe média, pouco fez pelos 
mais miseráveis – os camponeses. 
À frente de uma facção popular, Clístenes as-
sumiu o poder, organizou o corpo cívico ateniense e 
as instituições políticas. Tendo alargado o número de 
cidadãos à custa de estrangeiros e escravos da Ática, 
fundou novas tribos que conjugavam as zonas urba-
nas, rurais e costeiras. Dividiu a cidade em dez tribos 
e estas em demos, abrangendo as tradicionais fratri-
as. 
A reorganização dos poderes foi efetuada atra-
vés da Boulê, Assembléia dos Quinhentos, com papel 
de controle sobre os magistrados, enquanto à As-
sembléia Popular, Ecclesia, foram atribuídas funções 
legislativas e judiciais. Embora seja discutível, parece 
ser anterior a Clístenes a publicação da lei do ostra-
cismo que remetia para o exílio, por dez anos, os 
cidadãos acusados de subverter a ordem política; ao 
voltarem recuperavam a cidadania e os bens. 
Péricles, reeleito estrátego quinze vezes se-
guidas, completou as transformações no sentido de-
mocrático (demo- povo, kratos- poder). Com o intuito 
de permitir a todos os cidadãos, mesmo pobres, o 
exercício de funções governamentais estabeleceu a 
mistoforia, indenização em dinheiro pelo exercício 
de cargos políticos. 
Péricles personificou a democracia ateniense 
na sua fase clássica: conduziu a política da cidade, 
introduzindo as assembléias a apoiarem as suas pro-
postas, mas submetendo-as sempre ao seu controle. 
Por isso a sua atividade política foi alvo, não só dos 
maiores elogios, como também, por vezes, de algu-
mas críticas negativas. 
Composição e Funções dos Órgãos do Poder: A 
Assembléia Popular ou Ecclesia era a fonte de onde 
emanavam todos os poderes. Era constituída pela 
totalidade dos cidadãos do sexo masculino, filhos de 
pai e mãe ateniense, maiores de vinte anos (dezoito 
 
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mais dois de serviço militar); a cidadania podia ser 
concedida ou retirada em circunstâncias especiais. 
A participação dos cidadãos nos assuntos do 
Estado era um direito e um dever que poderia ser 
penoso, especialmente para os mais pobres. Por isso, 
apesar de haver mais de quarenta mil cidadãos no 
século V a. C., o número de seis mil presentes na 
Assembléia era considerado suficiente para votar, 
mesmo os assuntos mais importantes.O estabeleci-
mento de uma indenização pecuniária, misthosm aos 
cidadãos ocupados em funções públicas era condição 
do seu exercício efetivo pelos mais carentes (sem 
rendimentos). 
O Conselho dos Quinhentos ou Boulê cons-
tituiu o verdadeiro órgão moderador da democracia. 
Os buletas eram sorteados – cinqüenta por cada tribo 
– e não se era buleta mais que duas vezes na vida. 
Exerciam as funções durante um ano, e mais especi-
ficadamente, durante os trinta e seis dias em que a 
sua tribo exercia a pritania (plenitude de funções). Os 
buletas eram investidos através de um sacrifício i-
naugural, jurando fidelidade à constituição. 
Eram suas atribuições fundamentais, entre ou-
tras: guardar o selo do Estado, as chaves do templo e 
o tesouro da cidade; velar pela execução das Assem-
bléia Popular; controlar os magistrados, exigindo a 
prestação de contas; concluir tratados de aliança e 
velar pela política externa; controlar a organização 
militar; restaurar os templos e organizar as festas 
públicas. 
O Conselho não reunia plenamente, mas por 
tribos: as pritanias. Os prítanes escolhidos por cada 
tribo para o Conselho dos Quinhentos podiam convo-
car em caráter de assembléias extraordinárias. Os 
partidários dos regimes oligárquicos tentaram, sem 
êxito, o apoio dos buletas para restaurar um regime 
aristocrático. No entanto o poder da Boulê foi-se 
reduzindo durante o século IV. 
Os magistrados participavam por delegação 
da soberania popular no governo da cidade. Eram 
sorteados, para evitar manobras eleitorais e afirma-
ções individualistas, exceto quando as suas funções 
exigem competência específica; neste caso eram 
eleitos, processos considerados menos democrático 
por envolver influências e subornos. 
Os arcontes exerciam as funções de maior 
responsabilidade, no plano religioso e judicial: em 
número de nove mais um secretário, acabavam por 
representar cada um as suas tribos. Os cargos são 
desempenhados em moldes colegiais durante um 
ano, sem poderem ser eleitos duas vezes seguidas. O 
arconte-rei, presidia às grandes festas em honra de 
Zeus, Atena e Dionísio, protetores da cidade; o pole-
marco perdeu as funções militares, mas presidia ao 
julgamento dos estrangeiros, a ceros sacrifícios e aos 
grandes jogos; o epônimo dava o nome do ano e 
também presidia a cerimônias religiosas assim como 
os outros seis tesmótetas e o secretário. 
Os estrátegos chefiavam as atividades milita-
res e, consequentemente, a política externa e finan-
ceira: em número de dez, representava cada um a 
sua tribo. A capacidade oratória assegura-lhes o pres-
tígio e o apoio da Assembléia, que os podia reeleger – 
Péricles constituiu o exemplo mais flagrante. Os seus 
poderes eram limitados pela anuidade – um ano -, 
colegialidade e obrigação de prestarem contas. 
Os tribunais constituíam órgãos encarregados 
mais especificamente da justiça. 
O Areópago, formado por antigos arcontes, 
veio a ser limitado nas suas atribuições aos assassí-
nios premeditados, incêndios, envenenamentos ou 
crimes religiosos. Péricles limitou-lhe a intervenção 
política. 
O Tribunal popular, Helieia, era constituído 
por cidadãos masculinos, maiores de trinta anos, na 
posse dos seus direitos. Sorteados seis mil por ano, 
seiscentos por tribo, obrigavam-se a respeitar a 
Constituição e as Leis, nunca decidindo nada em con-
trário. Repartidos à sorte com atribuições específicas 
para cada grupo, só se reuniam em sessões plenárias 
em circunstâncias excepcionais. Os processos eram 
instruídos por um magistrado, geralmente um arcon-
te, que reunia os elementos e os testemunhos. O 
acusador e o acusado tomavam a palavra durante um 
tempo previamente estabelecido, ou encarregavam 
um logógrafo (orador ou advogado) desse papel. Os 
juízes pronunciavam-se pela absolvição ou condena-
ção sem discussão prévia. 
Os Mecanismos da Democracia Direta: A origina-
lidade do sistema democrático ateniense consistia nos 
mecanismos de participação direta dos cidadãos no 
governo da pólis. De fato, qualquer cidadão podia 
estar presente na Assembléia Popular e votar sobre 
todos os assuntos sem restrições. Como ninguém 
podia ser membro da Boulê mais que duas vezes na 
vida, a quase titalidade dos cidadãos foi buleta. O 
mesmo se podia dizer da Helieia que envolvia seis mil 
cidadãos por ano. E os magistrados, designados qua-
se sempre à sorte por um ano sem rigidez na hierar-
quia de funções respondiam também diretamente 
pelos seus atos perante o demos. 
Em conclusão, foram manifestações inequívo-
cas do exercício direto da democracia, só possível 
numa cidade-estado com um reduzido número de 
cidadãos: a concentração da autoridade nas assem-
bléias; o caráter rotativo dos cargos; a escolha por 
sorteio ou eleição; a formação de júris populares. 
A Importância da Oratória: A liberdade de se ex-
primir oralmente constituía um dos direitos funda-
mentais do cidadão na democracia ateniense, mas 
transformou-se freqüentemente num instrumento de 
poder. A prática da oratória tornou-se um exercício 
da vida política. Foi pelo uso da palavra que o ateni-
ense se distinguiu e ganhou a confiança dos seus 
concidadãos. 
Os dotes pessoais, mais ou menos espontâ-
neos dos oradores, foram aperfeiçoados a partir do 
século IV pelos sofistas. Com eles apareceu a retóri-
ca, ciência do raciocínio, da persuasão e a dialética, 
arte de argumentar convincentemente. 
Sócrates foi no século IV, um desses hábeis re-
tóricos que, sem nunca ter tomado a palavra em 
público, exerceu grande influência nos atenienses, 
fornecendo modelos de discursos políticos e judiciais. 
Demóstenes, pelo contrário, apresentou-se 
como orador eloqüente e inflamado, defendendo a-
través da palavra a autonomia de Atenas contra a 
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prevista anexação da cidade por Felipe, rei da Mace-
dônia. 
Os direitos do Cidadão - a Isonomia: 
Quando se formou a pólis ateniense só era atribuída a 
categoria de cidadão aos descendentes dos genes, 
fundadores da cidade. Designavam-se por aristoi, os 
melhores; só a eles estavam reservadas as funções 
sacerdotais e guerreiras e eram os únicos detentores 
da propriedade fundiária; seu poder sobre o restante 
da população era total. 
A evolução da cidade nos séculos VII e VI a. C. 
pôs em questão este poder aristocrático e a progres-
siva laicização da vida política. Terminando com os 
privilégios de caráter religiosos, acabou por criar uma 
nova ordem social. 
A minoria dos habitantes formada pelos cida-
dãos constituía a cidade propriamente dita. No século 
VI, Sólon e Clístenes tinham concedido cidadania a 
grupos de estrangeiros, necessários ao desenvolvi-
mento da cidade, mas a partir do século V foram 
considerados ilegítimos todos os casamentos entre 
atenienses e naturais de outras cidades. 
Todos detinham os direitos fundamentais 
que constituíam a base da democracia: igualdade de 
direitos, ou seja, igualdade perante a lei – isonomia; 
igualdade no acesso aos cargos públicos e “igualdade 
no falar”, isto é, liberdade de expressão. A isonomia 
pressupunha a existência de leis escritas. Foi um 
direto reivindicado desde a instituição da pólis, mas 
só conseguido a partir do século VI a.C. Pela sua 
universalidade, ao ser aplicada a todos de igual mo-
do, a lei escrita era considerada um bem comum que 
proporcionava à sociedade a “boa ordem “, a “boa 
constituição”, estabelecendo uma relação direta entre 
o Estado e os cidadãos. 
 Os Limites da Participação Democrática: A de-
mocracia ateniense representou no século V a.C. uma 
inovação notável: pela primeira vez, era dada, a to-
dos os cidadãos, a mesma possibilidade de participa-
ção no poder, sem atender à fortuna, cultural ou 
situação social de cada um. No entanto, na prática 
esta democracia acabou porter uma participação 
muito restrita, dados os limites impostos à con-
cessão da cidadania: a maior parte da população, 
constituída por metecos e escravos, era marginaliza-
da da vida política. 
Os metecos eram homens livres, estrangei-
ros, a quem tinha sido concedido o direito de residir 
em Atenas; para isso deviam pagar um imposto es-
pecial e, caso não o fizessem, seriam reduzidos à 
escravidão. 
Como por lei não podiam possuir terras, dedi-
cavam-se ao comércio e ao artesanato, residindo na 
zona urbana da cidade junto ao Pireu. Alguns usufruí-
am fortunas superiores às de muitos cidadãos, no 
entanto, eram-lhes completamente vedados os direi-
tos políticos: não tinham acesso às magistraturas, 
nem podiam participar nas assembléias. Mas a sua 
ação dinâmica era bem vista e até estimulada pelo 
governo da cidade. 
Os escravos, bastante numerosos, chegavam 
a atingir cerca de metade da população ateniense na 
segunda metade do século V. Juridicamente não lhes 
foi reconhecido qualquer direito: não podiam possuir 
bens nem constituir família legal. Também as mulhe-
res estavam privadas de todos os direitos cívicos e 
políticos. O casamento era monogâmico e consistia 
num contrato em que só a mulher tinha obrigações a 
cumprir. O marido podia repudiá-la quando quisesse, 
apenas com a condição de restituir o dote. Criada no 
gineceu, lá permanecia depois de casar, passando a 
sua submissão do pai para o marido e, se enviuvava, 
ficava sob a autoridade do filho mais velho. 
Os princípios da liberdade e da igualdade, a-
firmados na democracia, foram também desprezados 
quando Atenas, vencendo as Guerras Pérsicas, insti-
tuiu um imperialismo marítimo, a Liga de Delos, 
sujeitando as ilhas do Mar Egeu ao pagamento de um 
tributo. Afirma-se assim a hegemonia de Atenas. 
A igualdade dos cidadãos, seguida em Atenas 
no século V a.C., e a igualdade de todos os homens 
perante a lei, tal como hoje a entendemos, são con-
cepções diferentes. A prerrogativa da liberdade tinha 
o mesmo significado, o conceito de cidadão é que 
tinha âmbito diferente. 
. 
UNIDADE III. O DECLÍNIO DAS 
CIDADES-ESTADOS 
Embora os gregos compartilhassem a mesma 
língua e a mesma cultura, permaneciam politicamen-
te divididos uma determinação de preservar a sobe-
rania das cidades-estado impedia os gregos de for-
marem um grupo político maior, que podia ter limita-
do as guerras entre as cidades que acabaram por 
custar à cidade-Estado a sua vitalidade e indepen-
dência. 
A guerra do Peloponeso: Imediatamente 
após as guerras persas, mais de 150 Cidades-
Estados organizaram uma confederação, a Liga de 
Delos, para se protegerem de um novo confronto 
com a Pérsia. Graças à sua riqueza e à sua podero-
sa esquadra, Atenas não tardou a pôr-se à testa 
dessa liga. Os atenienses manipularam a liga ao 
sabor dos seus próprios interesses econômicos, não 
vendo nenhum conflito entre imperialismo e demo-
cracia. Atenas proibiu deserção dos estados-
membros, dispôs guarnições no território dos Esta-
dos confederados e utilizou o dinheiro da liga para 
financiar obras públicas em Atenas. 
Mal diminuiu a ameaça persa, o ódio ao im-
perialismo ateniense cresceu entre os Estados sub-
jugados. Um fator mais importante era o medo que 
uma Atenas poderosa infundia nos espartanos e 
nos seus aliados da Liga do Peloponeso. Esparta e 
os Estados do Peloponeso decidiram-se pela guerra 
porque sentiram a sua independência ameaçada 
por uma Atenas dinâmica e imperialista. 
A guerra iniciou-se em 431 a.C. e terminou 
em 404 a.C. Possuindo forças de terra superiores, 
a Liga do Peloponeso invadiu a Ática e incendiou os 
campo. Movida por anseios excessivos, à expedição 
siciliana terminou num triste fracasso e tirou de 
Atenas toda a esperança de vitória na luta contra 
Esparta. Fortalecida por um apoio financeiro da 
Pérsia e pelo abandono de alguns aliados atenien-
ses, Esparta encaminhava-se para o fim da guerra. 
Por fim, uma Atenas assediada, com uma marinha 
 
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dizimada e uma quantidade de víveres cada vez 
menor, rendeu-se. Esparta dissolveu a Liga de 
Delos, deixou Atenas com apenas um punhado de 
navios e obrigou-a a demolir as suas altas mura-
lhas, mas recusou-se a trucidar homens e a escra-
vizar mulheres e crianças como exigiam alguns 
aliados. 
 A guerra do Peloponeso destruiu as bases 
da sociedade helênica. Durante essa prolongada 
guerra, o individualismo venceu o dever cívico, a 
moderação cedeu ao extremismo e a política dege-
nerou em revolução. De cidade em cidade irrompia 
a guerra civil à medida que as facções oligárquicas 
e democráticas disputavam o poder, com resulta-
dos calamitosos para a vida política grega. 
O século IV: A guerra do Peloponeso foi a grande 
crise da história helênica. As cidades-estado nunca se 
recuperaram das feridas que infligiram a si próprias. 
A lealdade cívica e a confiança que haviam caracteri-
zado o século V desapareceram e o século IV foi do-
minado por uma nova mentalidade que os líderes do 
século de Péricles teriam rejeitado. A preocupação 
com os negócios particulares substituiu a devoção ao 
bem geral da pólis. As tarefas do governo passaram 
cada vez mais às mãos de especialistas, em vez de 
serem confiadas a simples cidadãos, e os mercenários 
começaram a ocupar o lugar dos soldados atenienses. 
 A história política do século IV permite um re-
sumo sucinto. Atenas, o único Estado com alguma 
chance de unir o mundo grego, havia perdido a sua 
oportunidade. A um governo espartano, culturalmen-
te estéril, de mentalidade provinciana e opressora, 
faltava o talento necessário para governar os gregos. 
Muitas cidades tiveram os seus governos democráti-
cos substituídos por oligarquias pró-espartanas, sob a 
supervisão de um governador lacedemônio. 
Enquanto as cidades gregas estavam imersas 
numa guerra fratricida, emergia ao norte uma nova 
potência, a Macedônia. Para os gregos os macedô-
nios, um povo selvagem das montanhas que adquiria 
um verniz de cultura helênica, pouco diferia das ou-
tras populações não-helênicas, a que davam o nome 
de bárbaros. Em 359 a.C., aos 23 anos de idade Filipe 
tornou rei da Macedônia, com o nome de Filipe II. 
Tendo passado 3 anos como refém em Tebas, Filipe 
aprenderá as mais modernas táticas militares e fora 
testemunha ocular das debilidades dos belicosos Es-
tados gregos. Converteu a Macedônia numa potência 
militar de primeira ordem e deu início à conquista da 
Grécia. 
 Filipe aos poucos estendeu o seu poder a to-
das as cidades-estado gregas. Por não avaliarem 
corretamente a força de Filipe, os gregos tardaram 
em organizar uma coalizão contra a Macedônia. Em 
338 a.C., Filipe em Queronéia infligiu contundente 
derrota aos gregos e toda a Grécia passou a ser sua. 
As cidades-estado não deixaram de existir, mas per-
deram a independência. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Sobre a civilização Grega, qual a alternativa 
correta: 
(1) A colonização grega, entre os séculos VIII e VII 
a.C., significou a completa superação de 
problemas como a escassez de terras férteis, o 
que diminuiu as tensões sociais entre hectomoros 
e eupátridas. 
(2) Em razão das tensões sociais, Drácon iniciou uma 
reforma na sociedade, planejada pela 
aristocracia, contudo, não deteve-se a escrever 
as leis que até então eram orais. 
(3) Podemos caracterizar a democracia ateniense 
como sendo excludente, na medida em que 
vetava a participação da mulher na vida política, 
favorecendo apenas os metecos e cidadãos. 
(4) Apesar do helenismo definir-se a partir da 
penetração do caráter urbano grego na 
tradicional sociedade oriental, o escravismo 
continuou sendo o sistema básico de produção do 
mundo helenístico. 
 
2. Sobre a sociedade grega antiga é correto afirmar: 
(1) Aformação das cidades—estados deveu—se, 
entre outros fatores, ao do relevo de península 
balcânica. 
(2) A sociedade ateniense caracterizou—se pela 
evolução da composição política, e isto se explica 
pelo fato de ter abolido o trabalho escrevo. 
(3) Dentre os povos da Antiguidade Clássica, foram 
os gregos os únicos e obterem um considerável 
desenvolvimento sem se utilizar do imperialismo 
colonialista. 
(4) As disputas hegemônicas entre Atenas e Esparta 
não contribuíram pare e fragilização das 
estrutures produtivas de Grécia. 
 
3. Sobre a organização social da Grécia Antiga, 
podemos afirmar que: 
(1) A democracia grega na realidade restringiu-se a 
uma cidade-Estado da época: Atenas. 
(2) A existência de um regime democrático em 
Atenas deveu-se à existência de uma força de 
trabalho livre e combativa politicamente. 
(3) O regime político ateniense atendia a todos os 
segmentos sociais, daí ser democrático. 
(4) À época de Péricles todos os cidadãos homens 
atenienses não eram passíveis de exercerem 
cargos públicos. 
 
GABARITOS 
1. 4 / 2. 1 / 3. 1. 
 
Agora temos todas as informações sobre a 
Grécia Antiga. Veremos agora na Unidade 
IV uma outra importante civilização, a 
Romana. Em seguida Unidade V: A Ordem 
Imperial e Unidade VI: O Didatismo Político 
da Épica E da Historiografia. Logo após você fará 
exercícios para que verifique a sua aprendizagem, 
relendo os conteúdos quando necessário, e 
verificando suas respostas no gabarito. 
 
 
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UNIDADE IV. O MODELO ROMANO – A 
CIDADE DO IMPÉRIO 
Extensão e Heterogeneidade do Mundo Romano: 
A península Itálica sofreu, por volta de 1200 a.C. uma 
invasão de povos indo-europeus que se juntaram a 
tribos ilíricas e lingures. 
A fundação de Roma no século VII a.C., por 
latinos e sabinos, tal como a tradição estabelecia, 
está hoje confirmada por vestígios arqueológicos. 
Reis etruscos, que povoavam a Toscana e a Itália do 
Norte dominaram a cidade e governaram-na em re-
gime monárquico à maneira dos tiranos gregos. Con-
temporâneos de Pisístrato na Grécia foram afastados 
do poder em 509 a.C. para darem lugar à República 
Romana exercida pela aristocracia latina. 
Roma entrou em conflito com os etruscos do 
centro e gregos do Sul da Península Itálica, mais por 
necessidade de defesa e consolidação do poder por 
política expansionista. As legiões romanas acabaram 
por vencer a última cidade grega, Tarento, no século 
III a.C. passando a dominar toda a Itália. 
Mas, no Mediterrâneo Ocidental, dominava 
Cartago, antiga colônia fenícia no Norte da África e 
na Sicília contra os gregos. Para conseguir o controle 
comercial e estratégico do estreito de Messina, os 
romanos atacaram os cartagineses e obtiveram, com 
a vitória, a posse da Sicília. 
Roma continuava a expandir-se para o Norte, 
vencendo os gauleses na Planície do Pó, não sem 
resistências. Cartago por seu lado, sob o comando de 
Aníbal Barca, adquiriu o sul da Península Ibérica até o 
rio Ebro. 
Em nome de um tratado firmado entre as duas 
partes, os romanos reclamaram a defesa de Sagunto, 
cidade grega da Península Ibérica: a guerra deu lugar 
ao avanço fulminante de chefe cartaginês pelos Piri-
neus, Ródano, Alpes e Pó, até a Apúlia, onde, em 
Canas, os romanos sofreram a sua maior derrota 
militar sem, contudo, os inimigos conseguirem amea-
çar a cidade de Roma. O procônsul Cipião, enviado 
para a Hispânica, venceu Asdrúbal Barca e ameaçou 
Cartago que capitulou. Assim os romanos adquiriram 
a Hispânia, navios e uma indenização em dinheiro. 
Em 146 a.C., com a destruição de Cartago no 
final das Guerras Púnicas, Roma adquiriu o contro-
le do Mediterrâneo central e ocidental. 
O cônsul Júlio César governou a Gália Cisalpina 
no Norte de Itália, a Dalmácia, e a Gália Narbonense 
no Sul de França e, nessa qualidade, pôde preparar a 
conquista de toda a Gália: venceu os helvécios e 
aquitânios, atravessou o Reno e, em 54 a.C., desem-
barcou na Inglaterra. Acabou por derrotar definitiva-
mente os gauleses comandados por Vercingetórix no 
cerco de Alésia (51 a.C.). Os gauleses perderam cer-
ca de metade da sua população nestas lutas que 
acabaram por anexar a França atual ao domínio de 
Roma. 
Concluindo: a conquista do Império Romano 
constituiu uma obra lenta e coletiva, apesar de não 
ser anônima: Pompeu na Ásia, César na Gália e Cipi-
ão Emiliano em Cartago constituíram nomes inesque-
cíveis. 
Os elementos de ligação: 
� O eixo Mediterrâneo e a Rede Viária: 
As conquistas italianas abriram a cidade para o mun-
do econômico que o Mediterrâneo tendia a ser. De-
pois das Guerras Púnicas e das vitórias no Oriente 
helenístico, Roma encontrou-se na situação de poder 
controlar toda a bacia do Mediterrâneo (mare nos-
trum). Os povos da Itália dominados, apesar de so-
frerem a subjugação e pagarem tributos, foram ga-
nhando o hábito de se considerarem romanos, mes-
mo antes de adquirirem direitos de cidadania com 
Júlio César. De modo diferente se estabeleceu a rela-
ção com os não italianos que mesmo depois de fir-
mada a paz, continuaram a ser pilhados, oficialmente 
ou não. 
Também estabeleceram uma rede viária exten-
sa que motivou a expressão: “todos os caminhos 
levam a Roma”; estradas construídas pela popula-
ção submetida à ordem de empreiteiros ou estradas 
militares estratégicas, abertas pelas tropas para fazer 
passar os exércitos e o armamento. Utilizando varia-
das formas de carroças e carros com rodas baixas 
que deslocavam lentamente transportando pouca 
carga. A estrada implicou a ponte, atravessando as 
naturais vias fluviais: a difusão do arco redondo mar-
cou as pontes romanas. Os grandes centros de negó-
cio situavam-se nos portos ou no cruzamento das 
estradas. Os mercadores do Oriente dominaram sem-
pre os do Ocidente pela riqueza dos seus produtos: 
seda da China, especiarias da Índia, perfumes da 
Arábia, escravos e ouro do Sudão. Além disso, os 
romanos passaram a importar gêneros alimentícios e 
metais preciosos necessários cunhagem de moeda e 
aos artigos de luxo: a balança comercial de Itália foi 
sempre deficitária em relação ao Oriente. 
O comércio marítimo foi muito importante e 
exercido por corporações de armadores. O número de 
barcos de negócio que financiava o comércio por 
grosso au0mentou. Roma, a grande consumidora do 
Império, possuía uma estrutura comercial em con-
formidade com suas dimensões – para isso ampliou 
os seus portos de Óstia e Puteoli. 
Roma, Centro Dinamizado de um Espaço Urbani-
zado: A civilização romana constituiu, por natureza, 
um fenômeno urbano. Foi a cidade que fomentou 
os contatos, que estimulou a relação entre os ho-
mens, que permitiu o progresso econômico e intelec-
tual. Nela se revelou a disciplina do Estado e a ordem 
necessária ao interesse geral e aos interesses parti-
culares. Nela se edificaram os monumentos públicos 
que correspondiam às necessidades e aos gostos dos 
cidadãos urbanos. A cidade constituiu a síntese da 
própria civilização. 
A região central de Roma, para além do antigo 
forum romano, ou seja, o forum republicano, foi obje-
to de várias remodelações. Roma tinha se tornada a 
capital do mundo com cerca de um milhão de habi-
tantes. Grandes trabalhos, públicos foram realizados 
como portos de Óstia ou cais no Tibre, novas redes 
de esgotos, aquedutos e termas públicas. Contudo, 
permaneceram várias dificuldades: ruas estreitas e 
tortuosas, pavimentos sujos, falta de chaminés nas 
casas, riscos de incêndios. 
Para os ricos existiam os domus, obedecendo 
ao plano do corredor central aberto para um atrium, 
 
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cujo centro era ocupado anteriormente pelo lar da 
casa e à volta do qual se desenvolviam as outras 
dependências. Em frente, à entrada, situava-se o 
tablinum, ou escritório do senhor, no fundo o tricli-
num, ou sala de jantar, e em volta do átrio, com um 
lago e jardim, rodeado por um peristilo, dispunham-
se as outras dependências numa planta de grande 
simetria; pinturas e esculturas decoravam o seu inte-
rior à semelhança de Roma, muitas cidades nasceram 
e desenvolveram-se no Império. Cidades que desce-
ram das suas acrópoles para expandir na planície. 
 
UNIDADE V. A ORDEM IMPERIAL 
A Institucionalização do Poder Imperial: No sé-
culo V a.C. as estruturas políticas seguiram um re-
gime republicano, aparentando um equilíbrio de 
forças que na verdade não se verificava. Os magis-
trados – cônsules, censores, edis, questores – deti-
nham grande poder e os do escalão superior perten-
ciam ao mais alto grau da hierarquia social – o patri-
ciado . O Senado, corpo de antigos magistrados, era 
quem decidia os assuntos mais importantes como a 
administração do tesouro, as relações com povos 
estrangeiros e a aplicação da justiça. Finalmente os 
comícios, onde a plebe em geral podia estar presen-
te, elegiam os magistrados e votavam certas leis. 
Eram sempre os membros das grandes famílias que 
chefiavam a república, exercendo a seqüência das 
magistraturas, ou seja, o cursos honorum (carreira 
das honras); aliás só eles possuíam capacidade eco-
nômica para suportar campanhas eleitorais dispendi-
osas e o exercício gratuito dos seus cargos. A repúbli-
ca romana tornou-se assim a expressão dos interes-
ses oligárquicos. 
O contexto de guerra, que Roma viveu durante 
vários séculos, ocasionou graves tensões sociais que 
mais tarde se sobrepuseram às questões políticas. 
Então, o prestígio alcançado pelos generais vitoriosos 
acabou por modificar as estruturas republicanas, 
quando os chefes militares controlaram o poder civil. 
No século I a.C., Roma conheceu alianças de generais 
que entre si partilharam o poder – os triunviratos. 
O primeiros, formado por César, Pompeu, e Crasso, 
terminou com a ditadura que Júlio César estabeleceu 
depois de ter conquistado a Gália e vencido o seu 
rival Pompeu. Vitoriosos, Júlio César fez-se nomear 
ditador e cônsul por toda a vida, dando início a um 
conjunto de grandes reformas. No entanto, foi acusa-
do pelos seus inimigos de querer restaurar a realeza, 
acabando por ser morto em pleno Senado. 
Foi do segundo triunvirato, formado por Otá-
vio, Marco Antônio e Lépido, que surgiu o primeiro 
Imperador de Roma: Otávio, sobrinho e filho adotivo 
de Júlio César aniquilou os seus dois rivais e ficou 
senhor único do poder. 
Otávio, político muito hábil, conservou aparen-
temente as magistraturas republicanas quando, na 
verdade, acabou concentrando nas mãos todos os 
poderes. 
Recebeu o Imperium, ou seja, o comando su-
premo do exército. Teoricamente a decisão de fazer a 
paz ou a guerra pertenceu ao Imperador que foi pro-
tegido e inspirado pelos deuses; por isso só a ele era 
atribuída a saudação como imperator; devendo os 
seus delegados, quando vitoriosos, contentaram-se 
com uma oração de triunfo. Apenas o imperador po-
dia usar o manto púrpuro como chefe militar supre-
mo, dispor de uma guarda pessoal e receber o jura-
mento das legiões. 
Apesar da sua ascendência patrícia, Otávio re-
cebeu o poder triunvirato que desde o século V a.C. 
era atribuído aos tribunos da plebe, magistrados en-
carregados de defender os interesses das camadas 
populares. Pode assim convocar o Senado e os Comí-
cios, tomar a iniciativa legislativa sempre que queria 
promulgar alguma decisão em defesa do povo roma-
no. Tal como foi considerada sacrossanta e inviolável. 
Por fim, com a atribuição do cargo de pontifex 
maximus administrava a religião do Estado, partici-
pava nos colégios sacerdotais, consultava os auspí-
cios (previsões do futuro), presidia às cerimônias 
religiosas e promovia a construção de templos e san-
tuários. Tomou o nome de Augusto, atribuído aos 
detentores da auctoritas. 
O Senado continuou como assembléia de mai-
or prestígio, mas sob o controle do Imperador, prin-
ceps do Senado. Incumbia ao Senado: a aprecia-
ções das leis, embora a iniciativa, o conteúdo e a 
deliberação dos senatus-consultus (proposta de lei) 
dependiam do Imperador; funções judiciais, no caso 
de delitos graves que envolvessem senadores; rece-
bia embaixadas estrangeiras. 
Augusto apenas consentiu numa aproximação 
à divindade, considerando-se um intermediário en-
tre o Estado e os deuses, dos quais obtinha a bene-
volência necessária à boa sorte dos romanos. Mesmo 
assim, os poderes públicos concederam-lhe honras 
divinas, instituindo um culto imperial com a realiza-
ção de festas e sacrifícios. Deram o nome de Júlio 
(César) e de Augusto a meses do ano (julho e agos-
to) e instituíram dias de festas nos seus aniversários. 
Com o tempo criou-se uma mística imperial em que 
os elementos nacionais se fundiam com influências 
orientais. 
Uma das práticas mais usadas era a adoção 
pelo imperador reinante de um sucessor em que de-
legava ainda em vida algumas funções. Esta escolha 
recaiu geralmente em membros da família: na ausên-
cia de filhos, em irmãos ou sobrinhos, mas também 
era muito freqüente os imperadores recorrerem à 
prática da adoção de um filho, assegurando a suces-
são do protegido. 
A edificação do Aparelho Administrativo Central: 
A administração central não foi propriamente criada 
por Augusto, que geriu o império como se fosse um 
assunto privado, mas gradualmente instituída pelos 
seus sucessores. Ao primeiro imperador pertenceu, 
no entanto a decisão de criar um conselho, composto 
por cerca de vinte membros, senadores e magistra-
dos, os “amigos do Príncipe”. Tal designação não 
significava que estivessem entre si relações de ami-
zades, mas que eram pessoas admitidas à saudação 
do Imperador, constituindo uma clientela especial. 
Este Conselho ocupava-se do estudo das questões 
que deviam ser apresentadas ao Senado, permitindo 
ao Imperador recolher as opiniões dos seus consulto-
res sobre projetos em curso. 
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Foi também entre a clientela dos seus fiéis que 
Augusto escolheu um quadro de funcionários que 
constituíram as bases da burocracia imperial. 
Estavam nestas circunstâncias: os titulares das 
grandes prefeituras em Roma; os governadores das 
províncias imperatoriais; 
 
A Organização Jurídica: Também a formulação e a 
prática do Direito refletiam o fortalecimento do poder 
central; o imperador tornou-se o juiz e o legislador 
supremo. 
Já nos tempos da República se tinha formado 
uma elite de legistas – preparados em escolas onde 
se usava exclusivamente o latim – que sabiam conci-
liar as necessidades práticas e concretas com um 
quadro teórico e doutrinário. Concebiam um conjunto 
de regras entre de direito civil (regulamentando as 
relações entre os homens) e o direito penal (aplican-
do sanções sempre que a lei era infringida). 
Em Roma, a existência do Direito era, aliás, o 
elemento fundamental da constituição do Estado: 
enquanto em Atenas a cidade se definia essencial-
mente como comunidade de cidadãos, em Roma era 
a unidade jurídica que se sobrepõe. Por isso a socie-
dade romana manifestava-se mais aberta a elemen-
tos estrangeiros do que a democracia ateniense; 
havia um corpo de leis escritas que definia os direitos 
e obrigações de cada um. 
Assim, apesar da manutenção de direitos locais 
e da existência inicial de diferentes estatutos de pes-
soas – peregrinos (estrangeiros), latinos (habitantes 
da Itália) e cidadãos (habitantes de Roma) – o direito 
romano foi penetrando em todo o Império. 
A prática da justiça foi atribuída aos pretores.Um deles, o pretor urbano, tratava dos processos 
referentes aos cidadãos, outro, o pretor peregrino, 
dos que envolviam estrangeiros. Os restantes atua-
vam fora de Roma como administradores das provín-
cias imperatoriais: são os pretores. No início do seu 
mandato deviam publicar um édito com as leis que 
iriam estar em vigor. 
A partir de Augusto reforçou-se a ação do Im-
perador e das repartições que estavam diretamente 
sob o seu controle na atividade legislativa, de tal 
modo que no século II a.C. o Édito Perpétuo de Adri-
ano viria anular o direito pretoriano. 
O Poder e as Forças Sociais: 
� A Importância das Ordens Censitárias: 
As forças sociais que se manifestaram no Império 
resultaram de uma evolução provocada pelas con-
quistas que fez desaparecer a distinção entre patrí-
cios (detentores inicialmente de todos os poderes) e 
os plebeus que acabaram por aceder a cargos políti-
cos e até religiosos. 
Foram revoltas de escravos contra a explora-
ção brutal de que eram vítimas, como aconteceu na 
Sicília em 135 a.C. e, em Roma, sob a chefia de Es-
pártaco em 71 a.C.. Contudo, em qualquer dos casos, 
não foi contestada a ordem social estabelecida, nem 
mesmo a existência da escravatura. Tudo o que os 
revoltosos pretendiam era conseguir para eles o esta-
tuto de homem livre, por isso, falta de coesão e de 
ideologia do seu movimento rebelde condenava-os ao 
fracasso. 
No entanto, os filhos mais violentos que acaba-
ram por ditar a morte da República são os que opu-
nham entre si cidadãos romanos. As conquistas per-
mitiram que a aristocracia reforçasse o seu poder e 
se constituiu como primeira ordem social – a ordem 
senatorial – mas também proporcionaram o enrique-
cimento de militares de carreira e de negociantes que 
conseguiram a integração na ordem eqüestre. Eram 
estes também que detinham a maior parte das terras 
conquistadas – ager publicus – alargando os latifun-
diários através da compra ou da espoliação das ex-
plorações camponesas. 
O estabelecimento do Império reforçou a hie-
rarquia dos quadros sociais. O estrato superior era 
constituído pelas três ordens da aristocracia romana: 
senatorial, eqüestre e a ordem dos decuriões nas 
cidades provinciais. Distinguiam-se pela riqueza e 
prestígio de que gozavam e pelo desempenho das 
funções públicas reservadas às sua categoria. Mas 
era propriedade fundiária que lhes concedia dignidade 
e lhes proporcionava mérito de viver sem precisar de 
trabalhar, condição inerente ao “notável”. 
Na ordem senatorial só foram admitidos, por 
direito próprio, os filhos de senadores. No entanto, 
foram forçadas a abrir-se a novos elementos: muitas 
famílias antigas de senadores extinguiram-se por 
falta de descendência e esses lugares eram preenchi-
dos por membros da ordem eqüestre, escolhidos pelo 
Imperador ou recomendados por algum notável a 
quem depois pagavam o favor. O orgulho de perten-
cer à primeira ordem da sociedade criou entre os 
seus membros sentimentos de solidariedade, reforça-
dos por relações de parentesco, adoção e amizade. 
Constituíam assim uma minoria a quem eram 
prestadas honras especiais: eram os únicos que ti-
nham ao uso da faixa larga, de cor púrpura, sobre a 
toga. 
A ordem eqüestre, muito mais numerosa, era 
por isso mesmo mais heterogênea e instável: um 
certo número de cavaleiros ascendeu à ordem hierar-
quicamente superior e, em contrapartida, a ordem 
abriu-se a outros estratos, por vezes de baixa condi-
ção, como aconteceu com os libertos e escravos im-
periais “membros da família Caesaris”. 
A ordem dos decuriões era formada pelas e-
lites das sociedades urbanas, também aqui era a 
fortuna pessoal que representava a principal condição 
de acesso, embora o censo imposto variasse confor-
me a categoria da cidade. 
O Controle sobre a Plebe: O papel dos Liberta-
dores e dos Escravos: Nas camadas populares a 
fronteira entre a população urbana e a população 
rural era muito mais significativa do que a situação 
jurídica que distinguiam os homens livres dos libertos 
e dos escravos. 
A população urbana era geralmente mais favo-
recida, tendo maiores possibilidades de empregos 
remunerados e de ascensão social. Sem fronteiras 
muito nítidas no seu estatuto jurídico, encontramo-la 
em situações variadas uns trabalhavam por conta de 
outrem em troco de um salário, outros conseguiam 
estabelecer uma pequena oficina ou um comércio 
local e, finalmente, os mercadores ricos e os empre-
 
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sários podiam reunir avultados bens e ascender às 
magistraturas locais. 
 
UNIDADE VI. O DIDATISMO POLÍTICO 
DA ÉPICA E DA HISTORIOGRAFIA 
A Lírica: No século I a.C. vê-se em Cícero um desejo 
de ultrapassar os gregos e atingir uma grande perfei-
ção na poesia e na eloqüência – era a chamada idade 
de ouro da literatura latina. 
Cícero, possuidor de uma profunda cultura, encon-
trou na carreira política oportunidade de a colocar ao servi-
ço de grandes causas, quando desempenhou a função de 
cônsul. Na época de César desenvolveu grande atividade 
literária, afirmou-se cada vez mais contrário à tirania e 
alimentou a esperança de retorno à república, esperança 
vã quanto a César foi proscrito com seu ideal republicano. 
A época de Augusto marcou uma ruptura em rela-
ção ao período anterior, correspondendo à passagem da 
República ao Império: as condições da atividade literária 
modificaram-se pela atitude de mecenato (termo derivado 
de Mecenas, protetor das letras e das artes) e pela propos-
ta de um novo ideal social e nacional. A propaganda apoi-
ou-se também na literatura. 
Horácio (65 a 8 a. C. ) afirmou que a glória dos he-
róis derivava dos poemas, mais do que das obras de bron-
ze. As suas odes evocam a Paz, a Honra, a Fé, a Virtude – 
uma estética e uma ética de vida. 
Virgílio (70 a 19 a.C.) depois das Bucólicas e das 
Geórgias, que glorificava o seu passado rural romano, 
escreveu a Eneida poesia épica que conferia a Eneida, 
herói de Tróia, a fundação da cidade de Roma, predestina-
da pelos deuses ao triunfo sobre o mundo. 
A Historiografia: Instrumento conveniente do 
didatismo foi à história de Tito Lívio (59 a.C. a 17 d.C.). 
Admirando profundamente o passado romano pretendeu 
extrair dele lições para o presente e o futuro – além da 
coragem militar fez a apologia da simplicidade, moderação, 
espírito cívico e, sobretudo, da piedade. 
Retirando da História implicações mais radicais, Tá-
cito, nas Histórias e nos Anais, colocou a sua obra ao servi-
ço da moral e do direito. O historiador ainda que apoiado 
em fontes seguras tornava-se o juiz das gerações desapa-
recidas, realçava os atores dos grandes acontecimentos, 
penetrando no campo da análise psicológica. Criticou o 
sistema imperial que conduzia ao despotismo de Nero e 
detectou as causas da decadência do mundo romano, 
debruçando-se sobre o mundo bárbaro em “Germânica”. 
A Reflexão Moral: Quanto à reflexão moral tomada 
como tema, foi Sêneca, o filósofo de Córdova, que debateu 
as vantagens do percurso estóico. Cada um dos seus diá-
logos é dedicado a um problema moral: a Felicidade, a 
Tranqüilidade, a Clemência, etc.. Ainda que fazendo apelo 
a várias doutrinas, a sua moral fundamenta-se no estoi-
cismo: a virtude é o único bem, o sábio é intocável pelas 
paixões, donde, mesmo na pobreza e no infortúnio, ele 
permaneceu tranqüilo e feliz – igual aos deuses. Alguns 
encontram nas suas máximas marcas do pensamento dos 
primeiros cristãos: a alma humana como emanação de 
Deus, a igualdade entre todos os homens, a clemência 
para com os escravos. O elogio da tranqüilidade inte-
rior corresponde bem a uma época de inquietação e 
misticismo. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. Na Roma Antiga encontramos o apogeu e a crise 
do modo de produção escravista. Sobre isto,qual 
a alternativa correta: 
(1) Desde os primórdios da civilização romana 
constatamos a utilização do trabalho escravo de 
forma abrangente. 
(2) A utilização do trabalho escravo intensivo, a 
partir da época imperial, liberou outras forças de 
trabalho e a consequente multiplicação de fatores 
econômicos. 
(3) A reprodução da força de trabalho era gerada 
pelas novas guerras e conquistas, pois a auto-
reprodução escravista atendia à demanda da 
economia. 
(4) A existência do trabalho escravo não forçava 
ainda mais a latifundiarizaçao agrícola, o que 
provocou o crescente extermínio dos pequenos 
produtores. 
(5) A partir do século III inicia-se um reverso no 
imperialismo romano e com este uma crise 
estrutural da economia escravista. 
 
2. A partir do século III iniciaram-se mudanças 
substantivas no Ocidente europeu. Sobre essas 
mudanças qual a alternativa correta: 
(1) As invasões bárbaras não acentuaram e 
aceleraram a crise do século III, provocando uma 
crescente ruralização social. 
(2) Os reis bárbaros desconsideraram as estruturas e 
instituições romanas e estabeleceram suas 
primitivas formas de organização social. 
(3) Liberação do trabalho escravo e a ampliação dos 
alódios permitiram, no Ocidente, a organização 
de uma sociedade de homens proprietários 
universais de suas unidades econômicas. 
(4) Durante o Império Carolíngeo houve a 
reconstrução do antigo Império Romano nas 
mesmas bases econômicas e institucionais. 
 
3. Virgílio, Ovídio e Tito Lívio são representantes da 
literatura produzida na Antiguidade: 
a) Pela Grécia. 
b) Pelo Egito. 
c) Pela Mesopotâmia. 
d) Por Roma. 
e) Pela Galiléia. 
 
GABARITOS 
1. 5 / 2. 3 / 3. D. 
 
Bem, agora que você já sabe discernir as civiliza-
ções da Grécia e Roma. Continuaremos 
o estudo nas Unidades VII, VIII e IX, 
tratando respectivamente do Brasil indí-
gena, Expansão Marítima e Antigo Sis-
tema Colonial. Em seguida você fará 
exercícios para que verifique a sua aprendizagem, 
relendo os conteúdos quando necessário, e verifi-
cando suas respostas no gabarito. 
 
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UNIDADE VII. O BRASIL INDÍGENA 
A Origem do Homem no Brasil: O aparecimento do 
homem no Brasil faz parte de uma questão maior que 
é a origem do homem na América. 
� a Asiática: Para a maioria dos arqueólogos ela 
foi a mais antiga e principal rota dos antepassa-
dos dos índios, ou mesmo a única. De acordo 
com essa visão, imigrantes protomongolóides o-
riundos da Sibéria atravessaram o Estreito de Be-
ring e as Ilhas Aleutas, chegando na América do 
Norte. Isso teria ocorrido durante a última época 
Glacial entre 40.000 e 10.000 a.C., correspon-
dente ao período arqueológico do Paleolítico Su-
perior. 
� a Malaio-Polinésia: Povos das ilhas da Polinésia 
teriam atravessado o Oceano Pacífico navegando 
até a América do Sul, talvez a partir de 1.000 
a.C. 
� a Australiana: População oriunda da Austrália 
teria atingido a Patagônia, na extremidade meri-
dional do continente americano, através do Pací-
fico Sul, numa data desconhecida. 
Supõe-se que esses imigrantes se fixaram em 
algumas regiões da América e seus descendentes se 
espalharam pelo continente, adaptando-se aos diver-
sos ambientes A mistura de alguns grupos e o isola-
mento de outros originou as várias línguas e culturas 
dos povos indígenas. 
Importantes têm sido os estudos dos 
SAMBAQUIS. Os Sambaquis são montículos de artefa-
tos pré-históricos (objetos de pedra como martelos e 
zoólitos, pequenas esculturas representando animais) 
cobertos por conchas, espalhados pelo litoral meridi-
onal Os mais antigos receberam uma data de apro-
ximadamente 5.000 a.C. 
No entanto, pesquisas mais recente estão re-
vendo a data do início do povoamento do Brasil e do 
conjunto da América, além de questionarem a exclu-
sividade da rota Norte-Sul. Desses estudos podemos 
citar: 
� “Homem do Piauí”: A mais famosa e polêmica 
das últimas descobertas são as pesquisas de 
Niede Guidon em São Raimundo Nonato, no Pi-
auí, principalmente na área arqueológica da 
Toca do Boqueirão do Sítio de Pedra Furada. 
 
As pinturas rupestres encontradas, retratando 
seres humanos e animais, são as mais antigas da 
América e estão associadas a restos de fogueiras que, 
segundo Guidon, são de 32 mil anos atrás. Outros 
materiais arqueológicos teriam uma idade de mais de 
48 mil anos. 
Guidon concluiu que o homem vivia nessa regi-
ão a talvez 60 mil anos, e propôs que os primeiros 
imigrantes chegaram na América há pelo menos 70 
mil anos, não necessariamente pela rota do Norte 
para o Sul. Também em São Raimundo Nonato foram 
encontrados coprólitos (fezes fossilizadas) com ovos 
de uma parasita do intestino humano, disseminado 
na África e no Sul da Ásia e da Europa. Os achados 
receberam uma datação de mais de 7 mil anos atrás 
e os pesquisadores acreditam que são provas de uma 
migração marítima de populações de países quentes, 
possivelmente malaio-polinésio ou norte-africanos. 
As Sociedades Indígenas: Não se sabe o tamanho 
da população indígena do Brasil na época da chegada 
dos portugueses. Os cálculos variam de 5 a 1 milhão 
de habitantes. Esse número foi reduzido, em 1991, 
para 240 mil, divididos em 200 nações, falando 170 
línguas. 
Principais Grupos Lingüísticos são: 
� Macro-Tupi: Viviam no Nordeste, Sudeste, Sul e 
parte da Amazônia. Foram os primeiros a entrar 
em contato com os portugueses e são os mais 
conhecidos. A mais importante família dentro 
desse grupo é a TUPI-GUARANI. 
� Macro-Jê: Estão concentrados no Centro-Oeste. 
A família Jê, dentro desse grupo, é a mais impor-
tante e tem suas origens possivelmente entre as 
nascentes do São Francisco e Araguaia. 
� Karib: O conhecimento desse grupo ainda é ru-
dimentar. Ele está agrupado no Norte da Amazô-
nia e pode ter nascido na Região entre a Venezu-
ela e as Guianas, há 2 mil anos atrás, ou mais. 
� Arawak: Localizado na Amazônia e partes do 
Centro-Oeste. 
Além dessas quatro grandes famílias lingüísti-
cas existem várias outras menores, como os yano-
mami, tukano e pano. 
A Organização Social dos Índios: Adotarmos o 
esquema de Elman Service, adaptado por Sanders e 
Marino, para dividir as sociedades indígenas brasilei-
ras em três grupos principais: os bandos, tribos e 
chefias. 
� Os Bandos: São grupos de caçadores, coletores 
e cultivadores incipientes. Com uma população 
reduzida e um baixo nível técnico, os bandos vi-
vem sob um nomadismo periódico. A noção de 
comunidade primitiva se encaixa melhor nesse 
caso por causa da ausência de propriedade priva-
da e de classes sociais. Além disso, os meios de 
produção estão sob controle coletivo e a divisão 
de trabalho é baseada no sexo e idade. 
� As Tribos: O conceito de tribo tem sido aplicado 
sobre qualquer agrupamento indígena. Aqui o 
sentido é outro, mais específico: as tribos são or-
ganizações de agricultores que vivem em aldeias 
com propriedade coletiva da terra e com relações 
sociais baseadas no parentesco. No Brasil a agri-
cultura parece ter sido introduzida em 4.000 a.C., 
ou antes, com o cultivo, entre outros produtos, 
da mandioca, milho e batata. Um dos métodos 
mais utilizados para o plantio é a COIVAIRA, 
que consiste na derrubada e queimada de uma 
porção de mata. 
A Religião Indígena: Os antropólogos geralmente 
consideram esses elementos como características do 
animismo. 
Animismo: É uma crença na existência de es-
píritos humanos e da natureza (espíritos de pessoas 
vivas ou dos mortos, dos animais e plantas, espíritos 
elementais). O mundo seria um conjunto vivo de 
seres animados, havendo uma ligação entre eles e as 
divindades. O homem pode entrar em contato com as 
entidades sobrenaturais através de visões e rituais, 
 
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assim como pode adquirir e dirigir esse poder sobre-
natural de acordo com a sua vontade. Nesse aspecto 
surge o fenômeno do XAMANISMO: a crença no poder 
de um Xamã ou Pajé, indivíduo com poderes sobrena-
turais, intermediário entre os espíritos e os homens, 
e atuando também como curandeiro da tribo. Outro 
elemento religioso que se destaca em alguns grupos 
indígenas é o TOTEMISMO, a crença que identifica 
uma comunidade com um antepassado mítico animal 
ou vegetal, envolvendo a noção de TABU (proibições 
de caráter sagrado com punição para os infratores). 
Alguns grupos, como os TUPINAMBÁS, também pos-
suíam o costume de ANTROPOFAGIA (canibalismo), 
mas com um conteúdo mágico-religioso. A crença era 
que devorando seu inimigo, adquiria-se sua força e 
coragem. 
A Destruição Do Mundo Indígena: Quando a colo-
nização portuguesa se iniciou a partir dos anos de 
1530, o quadro foi se alterando. Podemos, então, 
apontar como principais momentos desse conflito 
entre europeus, colonos e índios, que até hoje conti-
nua: 
SÉC. XVI ���� Começa o genocídio das tribos do 
litoral nordestino e sul, através das guerras de con-
quista, escravização e do impacto das doenças trazi-
das pelos europeus. Ao mesmo tempo, grupos indí-
genas rivais envolviam-se nas disputas coloniais en-
tre Portugal e França por parte do território brasilei-
ro: os tupiniquins aliavam-se aos "Peró" (portugue-
ses) e os tupinambás aos "Mair" (franceses). Inicia-se 
também um processo parcial de miscigenação entre 
colonos brancos e índios, resultando no "caboclo". 
PAPEL DA IGREJA ���� Os colonos queriam es-
cravizar os índios e ocupar suas terras, a coroa por-
tuguesa estimulava a colonização mas oficialmente só 
permitia a escravização de índios hostis (nas chama-
das "Guerras Justas"), e a Igreja Católica tentava 
catequizá-los e evitar sua escravização. Neste último 
caso, destacou-se desde 1553, A COMPANHIA DE 
JESUS ou JESUÍTAS que com seu trabalho de cate-
quese junto aos índios, reuniu-os em grandes aldea-
mentos conhecidos como MISSÕES. Os jesuítas tive-
ram um papel decisivo na ACULTURAÇÃO dos indíge-
nas, isto é, transformando sua cultura nativa numa 
cultura mais européia e crista. 
SÉC. XVII ���� Foi a época da conquista do lito-
ral norte e do início da ocupação da Amazônia. Os 
cacicados e tribos que viviam ao longo dos rios Ama-
zônicos foram sendo destruídos e com eles desapare-
ciam as culturas indígenas mais complexas de que se 
tem notícia no Brasil. As missões foram constante-
mente atacados e destruídas pelos BANDEIRANTES, 
que partiam principalmente de São Paulo (São Vicen-
te), à procura de índios para a escravização. 
SÉC. XVIII ���� A exploração do ouro em Minas 
Gerais e no Centro-Oeste levou à destruição ou ex-
pulsão das comunidades indígenas locais. Paralela-
mente, intensificava-se a ocupação da Amazônia 
(1723-1727). Ao que consta, mais de 20 mil índios 
foram dizimados nessa luta. Visando aperfeiçoar o 
colonialismo e incorporar os índios na massa da po-
pulação colonial, o governo do Marques de Pombal, 
marcado pelo "despotismo esclarecido", decretou a 
liberdade definitiva dos indígenas (1755), expulsou os 
jesuítas do Brasil (1759) e criou o DIRETÓRIO DOS 
ÍNDIOS, instituição encarregada da administração e 
instrução dos nativos. No entanto, o Diretório não 
conseguiu cumprir sua missão e foi abolido em 1798 
pelo príncipe D. João que equiparou formalmente os 
índios aos demais súditos da Coroa. 
SÉC. XIX ���� O interesse em ocupar as terras 
indígenas levou os luso-brasileiros a dividir os índios 
em duas categorias: os "bravos" e os "mansos ou 
domésticos". O índio "manso" era considerado bom, 
retratado romanticamente na literatura e pintura do 
período, identificado em geral com os Tupi-Guaranis 
que naquela época já tinham em sua maioria desapa-
recido ou sido assimilados. O "bravo" era conhecido 
como Botocudo e Tapuia (o inimigo do Tupi), aqueles 
que resistiam ao avanço da "civilização branca", e por 
essa razão, deveriam ser combatidos. 
SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS ���� A 
ocupação das terras indígenas continuou nos primei-
ros anos da República. Em 1910 foi criado o Serviço 
de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhado-
res Nacionais, reduzido em 1918, ao Serviço de Pro-
teção aos Índios (SPI). Sob o comando do Marechal 
CÂNDIDO RONDON (1910-1918) combinou o ideal de 
"pacificação" dos índios com interesses geopolíticos e 
estratégicos de consolidar o poder do Estado brasilei-
ro sobre os territórios indígenas 
A FUNDAÇÃO NACIONAL DO INDIO 
(FUNAI) ���� Criada em 1967, substituiu o antigo SPI 
e é o atual órgão da política indigenista do Governo 
Federal. Através do ESTATUTO DO ÍNDIO ela busca 
preservar o patrimônio material e as culturas indíge-
nas, ao mesmo tempo em que tenta integrar os po-
vos indígenas harmonicamente à comunidade nacio-
nal a longo prazo. 
 
UNIDADE VIII. A EXPANSÂO MARÍTIMA 
A expansão marítima portuguesa (séc. XV-XVI): 
� A Formação De Portugal: O Estado Na-
cional português foi formado entre os séculos XII e 
XIII, durante a Baixa Idade Média. Antes disso, a 
história do país confundia-se com a história da Penín-
sula Ibérica. 
A Antiguidade - Os primeiros povos conhecidos 
do país foram os iberos e os celtas (1º milênio a.C.), 
criadores da cultura celtibérica. Entre os grupos tri-
bais celtibéricos, destacaram-se os lusitanos. No séc. 
II-I a. C., os romanos conquistaram o território e 
sufocaram a revolta do chefe lusitano Viriato. No 
início da era cristã a região foi transformada na pro-
víncia romana da Lusitânia, mas a "romanização". 
(introdução de costumes, leis e cidades romanas) foi 
mais intensa no sul do país. Com a crise e decadência 
do império romano, a Lusitânia foi invadida e con-
quistada pelos bárbaros germanos dos grupos tribais 
suevos e visigodos (séc. V). 
A Alta Idade Média - Entre os séc. VI e VIII. a 
Lusitânia foi parte do reino visigodo. Algumas tradi-
ções feudais começaram a aparecer nesse momento, 
principalmente ao norte do pais. Mas no séc. VIII o 
desenvolvimento do feudalismo foi interrompido pela 
invasão dos muçulmanos mouros berberes e árabes) 
vindos do Marrocos. Os mouros dominaram a maior 
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parte da Península Ibérica, incluindo Portugal, entre 
os séc. VIII e XII (o califado de Córdoba e o Império 
Almorávida). Como no caso da romanização, a "isla-
mização" do território português foi maior no sul, na 
região do Algarve (urbanização, obras de irrigação, 
introdução de frutas cítricas, costumes muçulmanos). 
A Reconquista Cristã - No norte da Espanha, a 
nobreza visigoda conseguiu criar um reino cristão 
independente dos mouros - o Reino das Austúrias; A 
partir deste reino e da França, os cristãos iniciaram a 
reconquista do território ibérico (séc. IX em diante). 
Em documentos do séc. IX, o norte português, com o 
nome de "PORTUCALE" e "PROVINTIA 
PORTUCALENSE", aparece como parte das Astúrias. 
Mais tarde, essa província foi transformada no 
"CONDADO PORTUCALENSE". Entre os séc. X e XII, o 
território asturiano cresceu e originou reino de Leão e 
Castela. 
O Nascimento Do Reino Português - Foi durante 
esse processo de reconquista e em meio as lutas 
entre grupos rivais de monarcas e nobres cristãos, 
que surgiu o reino de Portugal. Em 1094, o nobre 
francês D. Henrique de Borgonha recebeu o rei D. 
Afonso VI de Leão, como feudo, o condado portuca-
lense. O filho de D. Henrique, D. Afonso Henriques, 
liderou a independência do território em 1128-1139 
(reconhecidapor Leão em 1140) e criou o Reino de 
Portugal, iniciando a dinastia real de Borgonha (séc. 
XII-XIV). Os monarcas portugueses continuaram a 
reconquista na direção do sul, anexando diversos 
territórios muçulmanos. Em 1250, o rei Afonso 111 
conquistou o Algarve e completou a formação do 
território português. 
A Revolução De Avis (1383-1385) - No séc. 
XIV, a independência de Portugal foi ameaçada pelo 
reino vizinho de Castela. Em 1383, o rei português D. 
Fernando morreu causando uma crise de sucessão: 
sua filha-herdeira, a princesa Beatriz, era casada com 
o rei de Castela, o que abria caminho para a monarca 
castelhana assumir o controle sobre Portugal. Uma 
parte da nobreza portuguesa apoiou Castela, mas 
outro setor, junto com a burguesia e as camadas 
urbanas resistiu e elegeu como "defensor da inde-
pendência do reino" o comandante da ordem dos 
cavaleiros de Avis, o mestre D. João de Avis. A guerra 
civil estourou e, em, abril de 1385, as cortes (espécie 
de assembléia medieval) de Coimbra elegeram D. 
João de Avis Rei de Portugal - D. João I da Dinastia 
de Avis. Castela invadiu Portugal, mas as forças cas-
telhanas foram decisivamente derrotadas pelos por-
tugueses na Batalha de Aljubarrota (12 de agosto de 
1385). Em 1411 Castela reconheceu a independência 
de Portugal. 
O Pioneirismo Português Na Expansão Maríti-
ma: A centralização política precoce com a "Revolu-
ção de Avis" e a ascensão de D. João I iniciando a 
construção de um Estado nacional moderno. O incen-
tivo dado pelo Estado português as grandes navega-
ções, principalmente na atuação do príncipe D. Henri-
que, o Navegador, e da "escola" naval de Sagres. A 
associação da burguesia lusa e dos genoveses com o 
Estado português, favorecendo a obtenção de recur-
sos para a expansão comercial e colonial. A posição 
geográfica de Portugal. A tradição de cruzadas contra 
os mouros, nascida na reconquista cristã da Península 
Ibérica, e transferida pela nobreza lusa para o norte 
da África. A expansão portuguesa pode ser dividida 
em três etapas: A etapa atlântico-Africana. (séc. XV), 
a etapa asiática (séc. XVI) e a etapa brasileira (séc. 
XVI-XVII). 
Na etapa Atlântico-Africana (Séc. XV) ocorreu a 
conquista de Ceuta, no Marrocos (1415). Ocupação 
das ilhas atlânticas (Madeira e Açores): divididas em 
capitanias hereditárias, com produção de açúcar e 
vinho para exportação, e trabalho escravo (1419-
1427). Estabelecimento de feitorias no litoral africa-
no: entrepostos para o comércio de ouro, escravos, 
pimenta e marfim. (1443-1487). Bartolomeu Dias 
contorna o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul 
da África (1487-1488). 
� Os Acordos Com A Espanha: Resultado 
da descoberta da América por Colombo em nome dos 
reis espanhóis (1492). Objetivos dos acordos: divisão 
das terras a serem descobertas entre portugueses e 
espanhóis para evitar uma guerra. Apoiada pela igre-
ja, não teve o reconhecimento das outras potências 
européias. Em 1493 - Tratado INTER-COETERA: não 
aceito por Portugal. Tratado de TORDESILHAS: subs-
tituiu o anterior (1494). 
As principais expedições portuguesas foram: 
(1498) Vasco da Gama chega em Calcutá, Índia. 
Descoberta de uma nova rota comercial para Oriente. 
Expedição de Pedro Alvares Cabral para a índia Des-
coberta do Brasil (1500). Criação do império portu-
guês na Ásia por Afonso de Albuquerque. Controle do 
comércio de especiarias. Apogeu de Portugal (1506-
1515). 
 
UNIDADE IX. O ANTIGO SISTEMA 
COLONIAL 
A época pré-colonial situada entre 1500 e 
1530. O Desinteresse português pelo Brasil: reinado 
de D. Manuel I (1495-1521). Com sociedades indíge-
nas primitivas pouca oferta de produtos, ausência de 
metais preciosos e especiarias, os portugueses mais 
preocupados com o comércio oriental com as Índias 
utilizavam o Brasil como escala nas viagens para a 
Ásia. Durante o "ciclo" do pau-brasil, o extrativismo 
vegetal, não necessitou povoamento e colonização. 
Efetuou-se baixos investimentos, com fundação de 
algumas feitorias. Havia troca de produtos com os 
índios: ESCAMBO. Tudo isso sob o Monopólio da Co-
roa: ESTANCO. Havia ainda a ameaça aos portugue-
ses de contrabandistas franceses e espanhóis. 
As expedições navais tinham como principal 
objetivo a exploração: reconhecimento e pesquisa e 
Guarda-Costeira: combate ao contrabando. 
A primeira “capitania” no Brasil (1504) conces-
são ao cristão-novo Fernão de Noronha da ilha de 
São João para exploração do pau-brasil. 
A colonização do Brasil teve início no reinado 
de D. João III (1521-1557), tendo como principais 
motivos: a ameaça estrangeira. Corsários e contra-
bandistas no litoral. A crise do comercio indiano. Alto 
custo de manutenção do império português na Ásia. 
Ataques dos muçulmanos aos portugueses. A desco-
 
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berta de metais preciosos na América espanhola es-
timulou os portugueses a tentarem explorar melhor o 
Brasil. 
A expedição de Martim Afonso de Sousa (1531-
1533) Objetivou Combater o contrabando; explorar o 
território (procura de metais preciosos); colonizar. 
Fundação de São Vicente (SP), a primeira vila ou 
povoado do Brasil. (1532). Instalação do primeiro 
engenho de açúcar, em S. Vicente (1533). 
A organização política do Brasil colonial era fei-
ta através das capitanias hereditárias (1532-1759). 
Divisão do território em 14 partes: descentralização, 
mas sob soberania do rei. Concedida pelo rei a parti-
culares: os DONATÁRIOS ou CAPITÃES-
DONATÁRIOS. Baseadas no modelo das ilhas atlânti-
cas. A carta de doação e o foral: direitos e deveres 
dos donatários. Poder político e judiciário: administra-
tivo e justiça. Vantagens econômicas: recebimentos 
de parte dos tributos e do pau-brasil, escravização de 
índios. Obrigações: defesa, povoar e colonizar, distri-
buir SESMARIAS (terras). Fracassou principalmente 
pela falta de recursos; má administração e desinte-
resse; ataques indígenas. Exceções Pernambuco ou 
Nova Lusitânia (Duarte Coelho) e São Vicente (Martin 
Afonso de Sousa) por causa do sucesso da empresa 
açucareira. 
O governo-geral (1549-1714) Centralização 
administrativa: Regimento de 1548, maior envolvi-
mento da Coroa. Govemador-Geral era o represen-
tante do rei. Criação de novos cargos: ampliação da 
burocracia colonial. Provedor-mor: imposto e finan-
ças. Ouvidor-mor: justiça. capitão-mor da costa: 
defesa. Criação das câmaras municipais; Com a fun-
dação das primeiras cidades; Administração local 
controlada pelos colonos. Seus membros: vereadores 
e juízes ordinários; Ocupadas pelos "homens bons" 
(ricos proprietários e comerciantes). 
Governo de Tomé De Sousa (1549-1553): A 
sede do governo: Capitania da Bahia (Capitania Re-
al).(1549) - Fundação de Salvador; primeira cidade e 
capital. Vinda de jesuítas (Manuel da Nóbrega): cate-
quese dos índios.(1551) - primeiro bispado brasileiro 
(D. Pero Fernandes Sardinha) 
O Governo de Duarte da Costa (1553-1558) 
(1554) - fundação do Colégio de São Paulo pelos 
padres José de Anchieta e Manuel da Nóbrega. Futura 
cidade de São Paulo.(1555) - os franceses invadem o 
Rio de janeiro. Fundação da colônia "França Antárti-
ca". 
O governo Men de Sá (1558-1572). Expulsão 
dos franceses do Rio de Janeiro (1560-1567).(1565) - 
fundação da cidade do Rio de Janeiro por Estácio de 
Sã. 
A Evolução Administrativa Do Brasil (1572-
1774): 
� 1572 - divisão da colônia: Governo do Norte 
(salvador) e governo do Sul (Rio de Janeiro). 
� 1578 - reunificação: capital em Salvador. 
� 1621 - nova divisão: Estado do Maranhão e Grão-
Pará (São Luís) e Estado do Brasil (Salvador). 
� 1720 - oficialização do Vice-Reino do Brasil. 
� 1751 - nova capital do Estado do Maranhão e 
Grão-Pará: Belém. 
� 1763 - nova capital do Vice-Reino do Brasil: Rio 
de Janeiro.

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