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Aula-ENEM_LITERATURA_2607

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11
Literatura ▪ Fim do sécuLo XiX e começo do XX: de machado às Vanguardas europeias
▪ reaLismo ▪ naturaLismo ▪ parnasianismo ▪ simboLismo ▪ pré-modernismo ▪ Vanguardas europeias
Linguagens, Códigos e suas tecnologias
AulA
 1. No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a 
personagem, critica sutilmente um outro esti-
lo de época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze 
ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida 
criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais 
voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse 
a primazia da beleza, entre as mocinhas do 
tempo, porque isto não é romance, em que o 
autor sobredoura a realidade e fecha os olhos 
às sardas e espinhas; mas também não digo 
que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda 
ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das 
mãos da natureza, cheia daquele feitiço, pre-
cário e eterno, que o indivíduo passa a outro 
indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 
Rio de Janeiro: Jackson, 1957.
A frase do texto em que se percebe a crítica 
do narrador ao romantismo está transcrita na 
alternativa:
a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha 
os olhos às sardas e espinhas...
b) ... era talvez a mais atrevida criatura da 
nossa raça...
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da na-
tureza, cheia daquele feitiço, precário e 
eterno, ...
d) Naquele tempo contava apenas uns quin-
ze ou dezesseis anos...
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, 
para os fins secretos da criação.
 2. O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que 
a ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre;
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelo plange ao longe em doloroso dobre.
O último ouro do sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
Podemos reconhecer nas estrofes acima, de 
Olavo Bilac, as seguintes características do 
estilo de época que marcou sua poesia:
a) Interesse pela descrição pormenorizada da 
paisagem, numa linguagem que procura 
impressionar os sentidos.
b) Uso do vocabulário próprio para acentuar o 
mistério, a realidade oculta das coisas, que 
deve ser sugerida por meio de símbolos.
c) Valorização do passado histórico, em bus-
ca da definição da nacionalidade brasileira.
d) Utilização exagerada de hipérboles, perí-
frases e antíteses, no desejo de não no-
mear diretamente as coisas, mas de fazer 
alusão a elas.
e) Busca de imagens naturais e vocabulário 
simples, predileção pelo verso branco e ne-
gação de 
 3. Leia os seguintes versos:
Mais claro e fino do que as finas pratas
O som da tua voz deliciava…
Na dolência velada das sonatas
Como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
Em lânguida espiral que iluminava,
Brancas sonoridades de cascatas…
Tanta harmonia melancolizava.
(SOUZA, Cruz e. “Cristais”, in Obras completas. 
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 86.)
Assinale a alternativa que reúne as caracte-
rísticas simbolistas presentes no texto:
a) Sinestesia, aliteração, sugestão.
b) Clareza, perfeição formal, objetividade.
c) Aliteração, objetividade, ritmo constante.
d) Perfeição formal, clareza, sinestesia.
e) Perfeição formal, objetividade, sinestesia. 
 4. Psicologia de um vencido
“Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
2
Linguagens, Códigos e suas tecnologias - LITERATURA
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!”
(ANJOS, A. Obra completa. Rio de 
Janeiro: Nova Aguilar, 1994. )
A poesia de Augusto dos Anjos revela aspec-
tos de uma literatura de transição designada 
como pré-modernista. Com relação à poéti-
ca e à abordagem temática presentes no so-
neto, identificam-se marcas dessa literatura 
de transição, como:
a) a forma do soneto, os versos metrifica-
dos, a presença de rimas, o vocabulário 
requintado, além do ceticismo, que an-
tecipam conceitos estéticos vigentes no 
Modernismo.
b) o empenho do eu lírico pelo resgate da 
poesia simbolista, manifesta em metáfo-
ras como “Monstro de escuridão e ruti-
lância” e “Influência má dos signos do 
zodíaco”.
c) a seleção lexical emprestada do cientifi-
cismo, como se lê em “carbono e amoní-
aco”, “epigênesis da infância”, “frialdade 
inorgânica”, que restitui a visão naturalis-
ta do homem.
d) a manutenção de elementos formais vin-
culados à estética do Parnasianismo e do 
Simbolismo, dimensionada pela inovação 
na expressividade poética e o desconcer-
to existencial.
e) a ênfase no processo de construção de 
uma poesia descritiva e ao mesmo tem-
po filosófica, que incorpora valores mo-
rais e científicos mais tarde renovados 
pelos modernistas.
TArefA
 1. Leia os textos 1 e 2 para responder à questão:
Texto 1
Ultimamente ando de novo intrigado com o 
enigma de Capitu. Teria ela traído mesmo o 
marido, ou tudo não passou de imaginação 
dele, como narrador? Reli mais uma vez o 
romance e não cheguei a nenhuma conclu-
são. Um mistério que o autor deixou para a 
posteridade.
Fernando Sabino, O bom ladrão.
Texto 2
Tinha-me lembrado a definição que José 
Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e 
dissimulada”. Eu não sabia o que era oblí-
qua, mas dissimulada sabia, e queria ver se 
se podiam chamar assim. Capitu deixou-se 
fitar e examinar. Só me perguntava o que 
era, se nunca os vira; eu nada achei ex-
traordinário; a cor e a doçura eram minhas 
conhecidas. A demora da contemplação 
creio que lhe deu outra ideia do meu intento; 
imaginou que era um pretexto para mirá-los 
mais de perto, com os meus olhos longos, 
constantes, enfiados neles, e a isto atribuo 
que entrassem a ficar crescidos, crescidos 
e sombrios, com tal expressão que...Retóri-
ca dos namorados, dá-me uma comparação 
exata e poética para dizer o que foram aque-
les olhos de Capitu. Não me acode imagem 
capaz de dizer, sem quebra da dignidade do 
estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos 
de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá 
idéia daquela feição nova. Traziam não sei 
que fluido misterioso e enérgico, uma força 
que arrastava para dentro, como a vaga que 
se retira da praia, nos dias de ressaca.
Machado de Assis, Dom Casmurro.
No texto de Sabino, o narrador questiona a 
traição de Capitu. Lendo o texto de Macha-
do, pode-se entender que esse questiona-
mento decorre de
a) Os fatos serem narrados pela visão de 
uma personagem, no caso, o narrador em 
primeira pessoa, que fornece ao leitor o 
perfil psicológico de Capitu.
b) A personagem ser vista por José Dias 
como oblíqua e dissimulada, o que gerou 
mal-estar no apaixonado de Capitu, dei-
xando de vê-la como uma mulher de en-
cantos.
c) A apresentação da personagem Capitu ser 
feita no romance de maneira muito objeti-
va, sem expressão dos sentimentos que a 
vinculavam ao homem que a amava.
33
LITERATURA - Linguagens, Códigos e suas tecnologias 
A sociedade é um grande laboratório onde o 
ser humano é observado agindo por instinto 
e, portanto, desprovido de livre-arbítrio. 
Assinale a alternativa que informa o período 
literário a que o texto se refere, um autor e 
sua respectiva obra. 
a) Realismo, Machado de Assis, Dom Cas-
murro.
b) Naturalismo, Aluísio de Azevedo, O Corti-
ço.
c) Simbolismo, Cruz e Souza, Missal e Bro-
quéis.
d) Modernismo, Jorge Amado, Capitães da 
Areia.
e) Pós-modernismo, Guimarães Rosa, 
Grande Sertão Veredas.
 4. Considere o trecho de O Cortiço, de Aluísio 
Azevedo.
Uma aluvião de cenas, que ela [Pombinha] 
jamais tentara explicar e que até ali jaziam 
esquecidas nos meandros do seu passado, 
apresentavam-se agora nítidase transpa-
rentes. Compreendeu como era que certos 
velhos respeitáveis, cuja fotografia Léonie 
lhe mostrou no dia que passaram juntas, 
deixavam-se vilmente cavalgar pela loureira, 
cativos e submissos, pagando a escravidão 
com a honra, os bens, e até com a própria 
vida, se a prostituta, depois de os ter esgota-
do, fechava-lhes o corpo. E continuou a sor-
rir, desvanecida na sua superioridade sobre 
esse outro sexo, vaidoso e fanfarrão, que se 
julgava senhor e que, no entanto, fora posto 
no mundo simplesmente para servir ao fe-
minino; escravo ridículo que, para gozar um 
pouco, precisava tirar da sua mesma ilusão 
a substância do seu gozo; ao passo que a 
mulher, a senhora, a dona dele, ia tranquila-
mente desfrutando o seu império, endeusa-
da e querida, prodigalizando martírios, que 
os miseráveis aceitavam contritos, a beijar 
os pés que os deprimiam e as implacáveis 
mãos que os estrangulavam.
— Ah! homens! homens! ... sussurrou ela de 
envolta com um suspiro.
No texto, os pensamentos da personagem
a) recuperam o princípio da prosa naturalis-
ta, que condena os assuntos repulsivos e 
bestiais, sem amparo nas teorias científi-
cas, ligados ao homem que põe em pri-
meiro plano seus instintos animalescos.
b) elucidam o princípio do determinismo 
presente na prosa naturalista, revelando 
os homens e as mulheres conscientes 
dos seus instintos em função do meio 
em que vivem e, sobretudo, capazes de 
controlá-los.
d) Os aspectos psicológicos de Capitu se-
rem apresentados apenas pelos comen-
tários de José Dias, o que lhe torna a ca-
racterização muito subjetiva.
e) O amado de Capitu não conseguir enxer-
gar nela características mais precisas e 
menos misteriosas, o que o faz descrevê-
-la de forma bastante idealizada
 2. Quincas Borba mal podia encobrir a satisfa-
ção do triunfo. Tinha uma asa de frango no 
prato, e trincava-a com filosófica serenidade. 
Eu fiz-lhe ainda algumas objeções, mas tão 
frouxas, que ele não gastou muito tempo em 
destruí-las.
—Para entender bem o meu sistema, con-
cluiu ele, importa não esquecer nunca o 
princípio universal, repartido e resumido em 
cada homem. Olha: a guerra, que parece 
uma calamidade, é uma operação conve-
niente, como se disséssemos o estalar dos 
dedos de Humanitas; a fome (e ele chupava 
filosoficamente a asa do frango), a fome é 
uma prova a que Humanitas submete a pró-
pria víscera. Mas eu não quero outro docu-
mento da sublimidade do meu sistema, se-
não este mesmo frango. Nutriu-se de milho, 
que foi plantado por um africano, suponha-
mos, importado de Angola. Nasceu esse afri-
cano, cresceu, foi vendido; um navio o trou-
xe, um navio construído de madeira cortada 
no mato por dez ou doze homens, levado 
por velas, que oito ou dez homens teceram, 
sem contar a cordoalha e outras partes do 
aparelho náutico. Assim, este frango, que eu 
almocei agora mesmo, é o resultado de uma 
multidão de esforços e lutas, executadas 
com o único fim de dar mate ao meu apetite. 
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasiliense, 1975.
A filosofia de Quincas Borba – a Humanitas 
–contém princípios que, conforme a expla-
nação do personagem, consideram a coope-
ração entre as pessoas uma forma de
a) lutar pelo bem da coletividade.
b) atender a interesses pessoais.
c) erradicar a desigualdade social.
d) minimizar as diferenças individuais.
e) estabelecer vínculos sociais profundos.
 3. Tinham uma perspectiva biológica do mundo 
reduzindo, muitas vezes, o homem à con-
dição animal, colocando o instinto sobre a 
razão. Os aspectos desagradáveis e repul-
sivos da condição humana são valorizados, 
como uma forma de reação ao idealismo ro-
mântico. 
OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Arte Literária: 
Portugal / Brasil. São Paulo: Moderna, 1999.
4
Linguagens, Códigos e suas tecnologias - LITERATURA
c) trazem uma crítica aos aspectos anima-
lescos próprios do homem, mas, por ou-
tro lado, revelam uma forma de Pombinha 
submeter a muitos deles para obter van-
tagens: eis aí um princípio do Realismo 
rechaçado no Naturalismo.
d) constroem uma visão de mundo e do ho-
mem idealizada, o que, em certa medida, 
afronta o referencial em que se baseia a 
prosa naturalista, que define o homem 
como fruto do meio, marcado pelo apelo 
dos seus sentidos.
e) consubstanciam a concepção naturalista 
de que o homem é um animal, preso aos 
instintos e, no que dizem respeito à sexu-
alidade, vê-se que Pombinha considera 
a mulher superior ao homem, e esse co-
nhecimento é uma forma de se obterem 
vantagens.
 5. O Realismo e o Naturalismo são movimen-
tos surgidos na segunda metade do século 
XIX, marcado por transformações econômi-
cas, científicas e ideológicas. 
Sobre esses dois movimentos, assinale a al-
ternativa incorreta.
a) Para o escritor realista, a neutralidade 
diante do tema é imprescindível. Para 
isso, usa a narrativa em terceira pessoa. 
O naturalista observa também esse prin-
cípio, acrescentando uma aproximação 
das ciências experimentais e da filosofia 
positivista.
b) O realismo brasileiro teve poucos segui-
dores e uma de suas figuras marcan-
tes foi Machado de Assis. Euclides da 
Cunha, com “Os Sertões”, foi outra figura 
de destaque no movimento.
c) O Naturalismo é considerado um pro-
longamento do Realismo, pois assume 
todos os princípios e as características 
deste, acrescentando-lhe, no entanto, 
uma visão cientificista da existência. No 
Brasil, o Naturalismo foi iniciado por Aluí-
sio de Azevedo, que publicou “O Mulato”, 
“Casa de Pensão” e “O Cortiço”.
d) Ambos, Machado de Assis e Aluísio de 
Azevedo, iniciaram-se na estética român-
tica. Posteriormente, o primeiro seguiu a 
estética realista, e o segundo, a estética 
naturalista.
e) A fase realista de Machado de Assis pode 
ser observada nos seus contos e roman-
ces. Entre eles, se destacam “Memórias 
Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Bor-
ba” e “Dom Casmurro”, obras em que 
abordou temas como o adultério, o para-
sitismo social, a loucura e a hipocrisia.
 6. “E naquela terra encharcada e fumegante, 
naquela umidade quente e lodosa, começou 
a minhocar, e esfervilhar, a crescer, um mun-
do, uma coisa viva, uma geração, que parecia 
brotar espontânea, ali mesmo, daquele lamei-
ro, a multiplicar-se como larvas no esterco.”
O fragmento de “O cortiço”, romance de Alu-
ísio Azevedo, apresenta uma característica 
fundamental do Naturalismo, a qual é 
a) Uma compreensão psicológica do Ho-
mem.
b) Uma compreensão biológica do Mundo.
c) Uma concepção idealista do Universo.
d) Uma concepção religiosa da Vida.
e) Uma visão sentimental da Natureza.
 7. Pode-se entender o Naturalismo como uma 
particularização do Realismo que:
a) se volta para a Natureza a fim de anali-
sar-lhe os processos cíclicos de renova-
ção.
b) pretende expressar com naturalidade a 
vida simples dos homens rústicos nas co-
munidades primitivas.
c) defende a arte pela arte, isto é, desvin-
culada de compromissos com a realidade 
social.
d) analisa as perversões sexuais, conde-
nando-as em nome da moral religiosa.
e) estabelece um nexo de causa e efeito en-
tre alguns fatores sociológicos e biológi-
cos e a conduta das personagens.
 8. “Com efeito, um dia de manhã, estando a 
passear na chácara, pendurou-me uma ideia 
no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma 
vez pen durada, entrou a bracejar, a pernear, 
a fazer as mais arrojadas cabriolas de vola-
tim, que é possível crer. Eu deixei-me estar 
a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, 
estendeu os braços e as pernas, até tomar a 
forma de um X: decifra-me ou devoro-te.”
Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
Sobre o texto mostrado, pode-se dizer que:
a) o autor faz uma abordagem superficial da 
situação.
b) o autor preocupa-se com os detalhes, por 
meio de minuciosa descrição.
c) o autor dá relevância a outras circunstân-
cias, negligenciando o foco do assunto.
d) o autor não mostra preocupação com o 
discer nimento do leitor, pois apenas su-
gere situações.
e) contempla a si próprio,num ritual ego-
cêntrico e narcisista
55
LITERATURA - Linguagens, Códigos e suas tecnologias 
 9. “Algum tempo hesitei se devia abrir estas 
memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, 
se poria em primeiro lugar o meu nascimento 
ou a minha morte. Suposto que o uso vulgar 
seja co meçar pelo nascimento, duas con-
siderações me levaram a adotar diferente 
método: a primeira é que eu não sou pro-
priamente um autor defunto, mas um defunto 
autor, para quem a campa foi outro berço; o 
segundo é que o escrito ficaria assim mais 
galante e mais novo.”
“Memórias póstumas de Brás Cubas” 
– Machado de Assis
Essa é a abertura do famoso romance de 
Machado de Assis. Dentro desse contexto, 
já dá para se ver o tipo de narrativa que será 
explorada. Assinale a alternativa correta a 
esse respeito.
a) A narrativa decorre de forma cronologi-
camente correta, de acordo com a passa-
gem do tempo: infância, juventude, matu-
ridade e velhice.
b) A linearidade das ações apresenta ce-
nas de suspense, dado o comportamento 
inusi tado dos personagens.
c) Não há como prever o final da narrati va, 
já que seu enredo é, propositadamente, 
complicado.
d) A ação terá, como cenário, os diversos 
centros cosmopolitas do mundo.
e) O autor usa o recurso do flashback devi-
do a sua intenção de iniciar o romance 
pelo “fim”.
10. A PÁTRIA
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este! 
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! 
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, 
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! 
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este: 
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
(Olavo Bilac)
As estéticas literárias, embora costumem 
ser datadas nos livros didáticos com início 
e término pós-determinados, não se dei-
xam aprisionar pela rigidez cronológica. 
Assinale o comentário adequado em relação 
à expressão estética do poema “A Pátria” de 
Olavo Bilac (1865-1918).
a) O poema transcende a estética parnasia-
na ao tratar a temática da exaltação da 
terra, segundo a estética romântica.
b) O poema exemplifica os preceitos da es-
tética parnasiana e valoriza a forma na 
expressão comedida do sentimento na-
cional.
c) O poema se antecipa ao discurso crítico 
da identidade nacional - tema central da 
estética modernista.
d) O poema se insere nas fronteiras rígidas 
da estética parnasiana, dando ênfase à 
permanência do ideário estético, no eixo 
temporal das escolas literárias.
e) O poema reflete os valores essenciais e 
perenes da realidade, distanciando-se de 
um compromisso com a afirmação da na-
cionalidade.
 11. Mal Secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora 
N’aIma, e destrói cada ilusão que nasce, 
Tudo o que punge, tudo o que devora 
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espirito que chora, 
Ver através da máscara da face, 
Quanta gente, talvez, que inveja agora 
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo 
Guarda um atroz, recôndito inimigo, 
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe, 
Cuja ventura única consiste 
Em parecer aos outros venturosa!
(CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender 
Raimundo Correia. Brasilia: Alhambra, 1995.)
Coerente com a proposta parnasiana de cui-
dado formal e racionalidade na condução 
temática, o soneto de Raimundo Correia 
reflete sobre a forma como as emoções do 
indivíduo são julgadas em sociedade. Na 
concepção do eu lírico, esse julgamento re-
vela que:
a) a necessidade de ser socialmente aceito 
leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno 
quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as dife-
renças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indiví-
duo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é 
um artifício nocivo ao convívio social.
6
Linguagens, Códigos e suas tecnologias - LITERATURA
 12. Vaso grego
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
lgnota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
Alberto de Oliveira. Poesias completas. In: 
Crítica. Marco Aurélio de Mello Reis. Rio 
de Janeiro: EDUERJ, 197. p.144.
A partir da leitura do soneto Vaso grego, as-
sinale a opção correta a respeito do trata-
mento estético conferido aos mitos antigos 
pela poética parnasiana.
a) A recorrência a temas mitológicos atraía 
o leitor comum e amenizava os efeitos de 
distanciamento impostos a ele pelo re-
buscamento da linguagem parnasiana.
b) Os mitos antigos são atualizados na poe-
sia parnasiana e recebem um significado 
poético novo, que promove a ruptura efe-
tiva com o passado e a tradição mítica.
c) O tratamento estético dos mitos gregos 
na poesia parnasiana aproxima o antigo 
mundo mitológico dos problemas imedia-
tos e concretos da vida social brasileira.
d) A presença de elementos da arte e da 
mitologia gregas no soneto apresentado 
está de acordo com uma máxima do Par-
nasianismo: a arte pela arte.
e) O rebuscamento da linguagem parnasia-
na buscava aplacar os efeitos sociais da 
literatura da época. 
13. Arte suprema
Tal como Pigmalião, a minha ideia
Visto na pedra: talho-a, domo-a, bato-a;
E ante os meus olhos e a vaidade fátua
Surge, formosa e nua, Galateia.
Mais um retoque, uns golpes… e remato-a;
Digo-lhe: “Fala!”, ao ver em cada veia
Sangue rubro, que a cora e aformoseia…
E a estátua não falou, porque era estátua.
Bem haja o verso, em cuja enorme escala
Falam todas as vozes do universo,
E ao qual também arte nenhuma iguala:
Quer mesquinho e sem cor, quer amplo e terso,
Em vão não é que eu digo ao verso: “Fala!”
E ele fala-me sempre, porque é verso.
SILVA, Júlio César da. Arte de amar. 
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.
O soneto “Arte suprema” apresenta as ca-
racterísticas comuns da poesia parnasiana. 
Assinale a alternativa em que as caracterís-
ticas descritas se referem ao Parnasianismo.
a) Busca da objetividade, preocupação 
acentuada com o apuro formal, com a 
rima, o ritmo, a escolha dos vocábulos, a 
composição e a técnica do poema.
b) Tendência para a humanização do 
sobrenatural, com a oposição entre o 
homem voltado para Deus e o homem 
voltado para a terra.
c) Poesia caracterizada pelo escapismo, ou 
seja, pela fuga do mundo real para um 
mundo ideal caracterizado pelo sonho, 
pela solidão, pelas emoções pessoais.
d) Predomínio dos sentimentos sobre a ra-
zão, gosto pelas ruínas e pela atmosfera 
de mistério.
e) Poesia impregnada de religiosidade e 
que faz uso recorrente de sinestesias.
14. Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. 
Florianópolis: FundaçãoCatarinense de 
Cultura /Fundação Banco do Brasil, 1993.)
Os elementos formais e temáticos relaciona-
dos com o contexto cultural do Simbolismo 
encontrados no poema Cárcere das almas, 
de Cruz e Sousa, são:
a) a opção pela abordagem, em linguagem 
simples e direta, de temas filosóficos.
b) a prevalência do lirismo amoroso e inti-
mista em relação à temática nacionalista.
c) o refinamento estético da forma poética e 
o tratamento metafísico de temas univer-
sais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com 
a realidade social expressa em imagens 
poéticas inovadoras.
e) a liberdade formal da estrutura poética 
que dispensa a rima e a métrica tradicio-
nais em favor de temas do cotidiano.
77
LITERATURA - Linguagens, Códigos e suas tecnologias 
 15. Do léxico de Cruz e Sousa, especialmente 
o dos primeiros livros, já se disse que, além 
da presença explicável de termos litúrgicos, 
traía a obsessão do branco, fator comum 
a tantas de suas metáforas (…) Ao que se 
pode acrescer a não menor frequência de 
objetos luminosos ou translúcidos.
(Alfredo Bosi, História Concisa da Literatura Brasileira)
Os versos que confirmam de modo mais pre-
ciso as características apontadas no texto são:
a) Ó Formas alvas, brancas. 
Formas claras 
De luares, de neves, de neblinas!... 
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... 
Incensos dos turíbulos das aras... 
(“Antífona”)
b) Para as Estrelas de cristais gelados 
As ânsias e os desejos vão subindo, 
Galgando azuis e siderais noivados 
De nuvens brancas a amplidão vestindo. 
(“Siderações”)
c) Nesse lábio mordente e convulsivo, 
Ri, ri risadas de expressão violenta 
O Amor, trágico e triste, e passa, lenta, 
A morte, o espasmo gélido, aflitivo... 
(“Lésbia”)
d) Alma! Que tu não chores e não gemas, 
Teu amor voltou agora. 
Ei-lo que chega das mansões extremas, 
Lá onde a loucura mora! (“Ressurreição”)
e) As minhas carnes se dilaceraram 
E vão, das llusões que flamejaram, 
Com o próprio sangue fecundando as 
terras...(“Clamando”) 
 16. “Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.”
Uma das linhas temáticas da poesia de Al-
phonsus de Guimaraens, como se observa 
no exemplo, é a:
a) amada morta
b) religiosidade profunda
c) transfiguração do amor
d) atmosfera litúrgica
e) paisagem mariana
 17. “E fria, fluente, frouxa claridade
flutua como as brumas de
um letargo”
Nestes versos de Cruz e Sousa encontra-se 
um dos traços característicos do estilo sim-
bolista:
a) utilização do valor sugestivo da música e 
da cor.
b) rima aproximativa: uso de aliterações.
c) presença de onomatopeia.
d) uso de antinomia.
e) emprego de expressões arcaicas.
Texto para responder às questões 18 e 19
“Iria morrer, quem sabe naquela noite mes-
mo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. 
Levara toda ela atrás da miragem de estudar 
a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, 
no intuito de contribuir para a sua felicidade 
e prosperidade. Gastara a sua mocidade nis-
so, a sua virilidade também; e, agora que es-
tava na velhice, como ela o recompensava, 
como ela o premiava, como ela o condena-
va? matando-o. E o que não deixara de ver, 
de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não 
brincara, não pandegara, não amara – todo 
esse lado da existência que parece fugir um 
pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, 
ele não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo 
lhe absorvia e por ele fizera a tolice de es-
tudar inutilidades. Que lhe importavam os 
rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em 
que lhe contribuiria para a felicidade saber 
o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O 
importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? 
Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, 
do folclore, das suas tentativas agrícolas... 
Restava disto tudo em sua alma uma sofisti-
cação? Nenhuma! Nenhuma!”
(Lima Barreto)
 18. As obras do autor desse trecho integram o 
período literário chamado Pré-Modernismo. 
Tal designação para este período se justifica, 
porque ele: 
a) desenvolve temas do nacionalismo e se 
liga às vanguardas europeias.
b) engloba toda a produção literária que se 
fez antes do Modernismo.
c) antecipa temática e formalmente as ma-
nifestações modernistas.
d) se preocupa com o estudo das raças e 
das culturas formadoras do nordestino 
brasileiro.
e) prepara pela irreverência de sua lingua-
gem as conquistas estilísticas do Moder-
nismo.
 19. “Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos 
vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo 
inteiro. Não fora o amor comum, palrador e 
vazio; fora um sentimento sério, grave e ab-
sorvente. ( … ) o que o patriotismo o fez pen-
sar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. 
( … ) Não se sabia bem onde nascera, mas 
não fora decerto em São Paulo, nem no Rio 
Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem 
quisesse encontrar nele qualquer regionalis-
mo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.”
(BARRETO, Lima. “Triste fim de Policarpo 
Quaresma”. São Paulo: Scipione, 1997.)
8
Linguagens, Códigos e suas tecnologias - LITERATURA
Este fragmento de “Triste Fim de Policarpo 
Quaresma” ilustra uma das características 
mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:
a) Desejo de compreender a complexa rea-
lidade nacional.
b) nacionalismo ufanista e exagerado, her-
dado do Romantismo.
c) resgate de padrões estéticos e metafísi-
cos do Simbolismo.
d) nacionalismo utópico e exagerado, her-
dado do Parnasianismo.
e) subjetivismo poético, tão bem represen-
tado pelo protagonista.
 20. Para responder à questão, leia o fragmento 
do conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato.
“Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. 
Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de 
cabelos ruços e olhos assustados. Nascera 
na senzala, de mãe escrava, e seus primei-
ros anos vivera-os pelos cantos escuros 
da cozinha, sobre velha esteira e trapos 
imundos. Sempre escondida, que a patroa 
não gostava de crianças. 
………………………………………………… 
E tudo se esvaiu em trevas. 
Depois, vala comum. A terra papou com 
indiferença aquela carnezinha de terceira – 
uma miséria, trinta quilos mal pesados… 
E de Negrinha ficaram no mundo apenas 
duas impressões. Uma cômica, na memória 
das meninas ricas. 
– “Lembras-te daquela bobinha da titia, que 
nunca vira boneca?” 
Outra de saudade, no nó dos dedos de 
dona Inácia. 
– “Como era boa para um cocre!…” 
.....………………………………………………
Considerando o fragmento anterior, é correto 
afirmar:
a) Em “Negrinha”, conto-título de livro de 
Monteiro Lobato, editado em 1920, o au-
tor apresenta, de forma crítica e mordaz, o 
tratamento cruel a que é submetida a pe-
quena escrava, maltratada até a morte.
b) Para o pré-modernista Monteiro Lobato, a 
infância é um período a ser celebrado pela 
alegria e vontade de viver, tema que ani-
ma o conto “Negrinha”.
c) Como escritor romântico, Monteiro Lobato 
cria a personagem Negrinha como aquela 
que dá alegrias a Dona Inácia, sua patroa, 
por estar sempre a seu lado.
d) Negrinha é uma das personagens mais 
marcantes da literatura infantil de Monteiro 
Lobato, o autor que inaugurou o gênero no 
Brasil.
e) No conto “Negrinha”, Monteiro Lobato re-
lembra uma pequena companheira de in-
fância, vizinha das terras de seu avô.
21. Texto I
O Morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou mandar levantar outra parede...”
Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.
Texto II
O lugar-comum em que se converteu a ima-
gem de um poeta doentio, com o gosto do 
macabro e do horroroso, dificulta que se veja, 
naobra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, 
o comportamento analítico, até mesmo certa 
frieza, certa impessoalidade científica.
CUNHA, F.Romantismo e modernidade na poesia. 
Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).
Em consonância com os comentários do tex-
to II acerca da poética de Augusto dos Anjos, 
o poema O morcego apresenta-se, enquanto 
percepção do mundo, como forma estética 
capaz de
a) Reencantar a vida pelo mistério com que 
os fatos banais são revestidos na poesia.
b) Expressar o caráter doentio da sociedade 
moderna por meio do gosto pelo macabro.
c) Representar realisticamente as dificulda-
des do cotidiano sem associá-lo a refle-
xões de cunho existencial.
d) Abordar dilemas humanos universais a 
partir de um ponto de vista distanciado e 
analítico acerca do cotidiano.
e) Conseguir a atenção do leitor pela inclu-
são de elementos das histórias de horror e 
suspense na estrutura lírica da poesia.
 22. As Vanguardas europeias são movimentos 
artísticos e culturais, com repercussão em 
muitas escolas literárias brasileiras. Pode-se, 
inclusive, afirmar que elementos constitutivos 
das Vanguardas estão presentes em autores 
e obras da estética literária modernista. 
Sendo assim, diante dessa afirmativa, assi-
nale a alternativa CORRETA.
a) As chamadas Vanguardas europeias fo-
ram importantes para os movimentos cul-
turais do início do século XX. No entanto, 
no Brasil, há um consenso entre os estu-
diosos da literatura que essas Vanguar-
das em nada nos influenciaram. 
99
LITERATURA - Linguagens, Códigos e suas tecnologias 
b) O Dadaísmo, uma das chamadas Van-
guardas europeias, defendia que somen-
te a associação entre todas as tendên-
cias vanguardistas poderia resultar em 
avanços importantes para as artes e para 
a cultura de um modo geral. 
c) Temáticas oriundas dos estudos freudia-
nos como fantasia, sonho, ilusão, loucu-
ra estão presentes em obras surrealis-
tas. Nas artes plásticas, Salvador Dali 
(1904/1989) é um dos principais repre-
sentantes dessa Vanguarda. 
d) Mário de Andrade e Oswald de Andrade, 
participantes da Semana de Arte Moder-
na, em muitas ocasiões, negaram a rela-
ção existente entre as Vanguardas euro-
peias e os valores e as motivações das 
obras modernistas brasileiras. 
e) Há uma relação intensa entre Futurismo 
e Cubismo. Tanto uma quanto a outra têm 
os mesmos interesses e objetivos e em 
nada se diferenciam, exceto quando se 
relacionam com a arte literária. 
 23. 
PICASSO, P. Guernica . Óleo sobre tela. 349 × 777 cm. 
Museu Reina Sofia, Espanha, 1937.
O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-
1973), um dos mais valorizados no mundo 
artístico, tanto em termos financeiros quanto 
históricos, criou a obra Guernica em protesto 
ao ataque aéreo à pequena cidade basca de 
mesmo nome. A obra, feita para integrar o 
Salão Internacional de Artes Plásticas de Pa-
ris, percorreu toda a Europa, chegando aos 
EUA e instalando-se no MoMA, de onde sai-
ria apenas em 1981. Essa obra cubista apre-
senta elementos plásticos identificados pelo:
a) Painel ideográfico, monocromático, que 
enfoca várias dimensões de um evento, 
renunciando à realidade, colocando-se 
em plano frontal ao espectador.
b) Horror da guerra de forma fotográfica, 
com o uso da perspectiva clássica, envol-
vendo o espectador nesse exemplo bru-
tal de crueldade do ser humano.
c) Uso das formas geométricas no mesmo 
plano, sem emoção e expressão, despre-
ocupado com o volume, a perspectiva e a 
sensação escultórica.
d) Esfacelamento dos objetos abordados na 
mesma narrativa, minimizando a dor hu-
mana a serviço da objetividade, observa-
da pelo uso do claro-escuro.
e) Uso de vários ícones que representam 
personagens fragmentados bidimensio-
nalmente, de forma fotográfica livre de 
sentimentalismo.
 24 O movimento que ficou conhecido como Fau-
vismo tinha como maior representante Henri 
Matisse, autor da tela “A dança”, de 1910.
A dança, de Henri Matisse
Essa foi uma vanguarda que tinha como ca-
racterísticas:
a) A fragmentação das figuras, buscando 
um entendimento da realidade em várias 
dimensões.
b) O abstracionismo, revelando a natureza 
de formas e cores, sem a preocupação 
com a representação.
c) A arbitrariedade cromática e a simplifica-
ção das formas.
d) A busca da representação das cores da 
forma como se apresentam na natureza.
e) A influência da arte futurista, valorizando 
o dinamismo e a velocidade.
 25.
Dali, S. Aparição de rosto e fruteira numa 
praia. 1938. Óleo sobre tela
“Nos sonhos, com frequência experimenta-
mos a sensação de que as pessoas e ob-
jetos se fundem e trocam de lugar. Nosso 
gato pode ser ao mesmo tempo nossa tia, e 
o nosso jardim pode ser a África.”
Gombrich, E.H. A História da Arte. Tradução de 
Álvaro Cabral, Rio de Janeiro, LTC – Livros Técnicos 
e Científicos. Editora S.A. 16. ed. p. 592.
10
Linguagens, Códigos e suas tecnologias - LITERATURA
A relação observada entre o texto e a ima-
gem permite o entendimento e a intenção 
do artista do século XX. Neste caso, a obra 
apresenta características
a) Do Cubismo, onde figura e fundo se fun-
dem em um mesmo plano e o artista tra-
balha apenas em duas dimensões, sem se 
preocupar com a perspectiva matemática.
b) Do Surrealismo, pois o artista desse mo-
vimento vai representar o mundo dos so-
nhos e do inconsciente em formas abstra-
tas, criando composições surpreendentes.
c) Do Expressionismo, com a representação 
dos sentimentos e sem a preocupação 
com as formas clássicas, os elementos da 
pintura representam o interior dos artistas.
d) Do Surrealismo, misturando nas telas frag-
mentos surpreendentes e disparatados do 
mundo real, pintados com a mesma deta-
lhada precisão dos pintores Neoclássicos.
e) Do Cubismo, apresentando formas sinté-
ticas e geometrizadas, comuns no século 
XX, mas que podem ser entendidas como 
a expressão do ponto de vista do artista.
 26. 
AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, 
óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP
O modernismo brasileiro teve forte influên-
cia das vanguardas europeias. A partir da 
Semana de Arte Moderna, esses conceitos 
passaram a fazer parte da arte brasileira de-
finitivamente. Tomando como referência o 
quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas 
artes plásticas, a
a) Imagem passa a valer mais que as for-
mas vanguardistas.
b) Forma estética ganha linhas retas e valo-
riza o cotidiano.
c) Natureza passa a ser admirada como um 
espaço utópico.
d) Imagem privilegia uma ação moderna e 
industrializada.
e) Forma apresenta contornos e detalhes 
humanos.

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