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TCC UNIP Enfermagem

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
BACHARELADO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
ELOÍZIA RIBEIRO DE OLIVEIRA 
JANIA CLAUDIA COSTA DA SILVA PEREIRA 
JANISLENE FRANÇA PAZ ALVES 
MERIANE FRANÇA PAZ DA SILVA 
NAIANE MARTINS SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO DESMAME PRECOCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALMAS - TO 
2020
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO DESMAME PRECOCE 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do Título de 
graduação em Enfermagem apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
 
Orientadora: Profº Mayara da Costa Azevedo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PALMAS - TO 
2020 
ELOÍZIA RIBEIRO DE OLIVEIRA 
JANIA CLAUDIA COSTA DA SILVA PEREIRA 
JANISLENE FRANÇA PAZ ALVES 
MERIANE FRANÇA PAZ DA SILVA 
NAIANE MARTINS SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELOÍZIA RIBEIRO DE OLIVEIRA 
JANIA CLAUDIA COSTA DA SILVA PEREIRA 
JANISLENE FRANÇA PAZ ALVES 
MERIANE FRANÇA PAZ DA SILVA 
NAIANE MARTINS SILVA 
 
 
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO DESMAME PRECOCE 
 
 
Monografia foi avaliada e apresentada à UNIP – 
Universidade Paulista – Campus Universitário de Palmas, 
Curso de Enfermagem para obtenção do título de Bacharel e 
aprovada em sua forma final pelo Orientador e pela Banca 
Examinadora 
 
 
Data de aprovação: _____ / _____ / ___ 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
___________________________________________________ 
Orientador: Prof. Esp. Mayara da Costa Azevedo 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Esp. Natália Rios Coelho de Paiva Araújo 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Me. Maria do Socorro Andrade Modesto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a Deus e aos nossos 
familiares. 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos primeiramente à Deus, que nos abençoou e fortaleceu nessa grande 
caminhada, aos nosso familiares e amigos que nos incentivaram e apoiaram nos momentos 
difíceis. 
Agradecemos à instituição Universidade Paulista (UNIP) por nos dá a oportunidade 
dessa graduação e a cada um dos professores presenciais e tele presenciais por compartilhar os 
seus saberes. 
 Em especial à nossa orientadora, Mayara da Costa Azevedo, os nosso sinceros 
agradecimentos, pela orientações e apoio. 
 
 
 
RESUMO 
O leite materno é alimento capaz de suprir todas as necessidades alimentares da criança, desde 
o seu nascimento e durante os seis primeiros meses de vida, sem necessitar da introdução de 
qualquer outro tipo de alimento, seja sólido ou líquido. Apesar do reconhecimento de todas as 
vantagens para a saúde da mulher e da criança, a incidência do desmame precoce (DP) ainda é 
elevada. O processo de amamentação não é fácil, envolve diversos fatores e mesmo com 
incentivos governamentais, muitas vezes encontram-se obstáculos pelo caminho e essas 
dificuldades acabam tornando a amamentação dificultosa e cansativa tanto para a mulher quanto 
para a criança, o que gera o abandono da prática. O objetivo do presente trabalho foi destacar, 
a importância da prática do aleitamento materno adequado e as causas e consequências do 
desmame precoce buscando destacar a importância do papel do enfermeiro na promoção, apoio 
e incentivo ao aleitamento materno, por ser o profissional que mais se relaciona com a mulher 
durante o processo da gestação. Portanto, para atender esse objetivo, o presente estudo utilizará 
a pesquisa bibliográfica não sistematizada como abordagem metodológica a ser seguida. 
Concluindo que a atuação do enfermeiro no apoio, aconselhamento, aplicação de técnicas e 
estratégias, bem como, a empatia e dedicação do profissional são elementos primordiais para 
estabelecer as condições favoráveis e inibir o desmame precoce. 
Palavras-chaves: Aleitamento materno. Desmame precoce. Enfermeiro. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Breast milk is a food capable of supplying all the child's food needs, from birth and during the 
first six months of life, without needing the introduction of any other type of food, whether 
solid or liquid. Despite the recognition of all the advantages for the health of women and 
children, the incidence of early weaning (PD) is still high. The breastfeeding process is not 
easy, it involves several factors and even with government incentives, obstacles are often 
encountered along the way and these difficulties end up making breastfeeding difficult and 
tiring for both the woman and the child, which leads to the abandonment of practice. The 
objective of the present study was to highlight the importance of the practice of adequate 
breastfeeding and the causes and consequences of early weaning in order to highlight the 
importance of the nurse's role in promoting, supporting and encouraging breastfeeding, as it is 
the professional who is most related with the woman during the pregnancy process. Therefore, 
to meet this objective, the present study had used non-systematic bibliographic research as a 
methodological approach to be followed. In conclusion, the role of nurses in support, advice, 
application of techniques and strategies, as well as empathy and dedication of the professional 
are essential elements to establish favorable conditions and inhibit early weaning. 
 
Keywords: Breastfeeding. Early weaning. Nurse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 - Artigos Relacionados ............................................................................................. 37 
 
ix 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AM Aleitamento Materno 
AME Aleitamento Materno Exclusivo 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PCLH Posto de Coleta de Leite Humano 
SUS Sistema Único de Saúde 
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 
1.1 
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 
METODOLOGIA .......................................................................................... 
10 
12 
2 ALEITAMENTO MATERNO (AM): DEFINIÇÃO, VANTAGENS E 
INCENTIVO ................................................................................................ 
 
13 
2.1 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A 
CRIANÇA ...................................................................................................... 
 
14 
2.2 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A 
MULHER ....................................................................................................... 
 
 
16 
2.3 AS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
PARA PROMOVER E INCENTIVAR O ALEITAMENTO MATERNO .. 
 
17 
3 OS FATORES QUE FAVORECEM O DESMAME PRECOCE .......... 21 
3.1 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À 
CRIANÇA ...................................................................................................... 
 
22 
3.2 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À 
MULHER ....................................................................................................... 
 
24 
3.2.1 Situações de restrições ao aleitamento materno ........................................ 28 
4 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO, APOIO E 
INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO .................................... 
 
29 
4.1 CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE 
AMAMENTAÇÃO ........................................................................................ 
 
30 
4.1.1 Contribuições da enfermagem no Pré-natal ..............................................31 
4.1.2 Contribuições da enfermagem no início da amamentação ...................... 32 
4.1.3 Contribuições da enfermagem na manutenção da amamentação ........... 34 
5 DISCUSSÃO E RESULTADOS ................................................................. 37 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 39 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 
 
41 
 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
No que se refere à saúde da criança a amamentação tem um papel de suma importância 
devido a seus benefícios nutricionais, emocionais, imunológicos, econômicos sociais e de 
aporte para o desenvolvimento, além dos benefícios a saúde da mãe. Segundo Joca, et al (2005 
p. 357) “o desmame precoce e a ablactação podem ser considerados violência contra a criança, 
uma vez que a deixa exposta ao risco de adoecer e morrer por doenças relacionadas à 
desnutrição”. 
As discussões sobre a ausência de amamentação ou interrupção precoce e a introdução 
de outros tipos de alimentos na dieta da criança tem sido frequentes no âmbito acadêmico e 
social, principalmente as consequências danosas a saúde do bebê, como exposição precoce 
agentes infecciosos contato com proteínas estranhas e prejuízos ao processo de digestão 
(SILVA, et al., 2017). 
Por isso as vantagens do aleitamento materno são prevenir alergias e problemas 
respiratórios, melhorar a capacidade de absorção interna, defesas imunológicas, diminuir o risco 
de morte de crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses de vida são um tema 
relevante para meio acadêmico. Tais benefícios podem ser representados de forma significativa 
pelo estreitamento do vínculo afetivo entre mãe e filho, associado a isso encontra-se ainda as 
questões nutricionais e fisiológicas responsáveis pela diminuição da morbimortalidade infantil 
e o pleno desenvolvimento da criança. 
O aleitamento materno é uma prática recomendada por uma das mais importantes 
instituições mundiais de saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o 
aleitamento materno ajuda na diminuição da morbidade e mortalidade das crianças, como 
também na melhora de sua qualidade de vida. Mas para isso, o aleitamento materno deve ser 
preconizado como exclusivo, ou seja, sem uso de chás, água, sucos ou outros alimentos até os 
seis meses de vida (FIALHO, et al., 2014). 
No entanto existem barreiras que prejudicam o entendimento de pratica de 
amamentação de qualidade e que é essencial para a vida do bebê, concepções como as de leite 
fraco ou leite insuficiente que são ocasionadas por processos biológicos nas fases de inibição e 
estimulação do leite, fazendo com que sejam introduzidos precocemente outros alimentos a 
criança, o que acarreta menor produção do leite materno, porém isso ocorre devido a práticas 
inadequadas de amamentação, e podem ser evitadas com o auxílio e informações corretas, que 
devem ser repassadas a mãe no período de gravidez. 
11 
 
 
Com isso o desmame precoce vem sendo considerado como um dos problemas de saúde 
que interfere no processo de desenvolvimento e crescimento saudável da criança, trazendo uma 
série de fatores prejudiciais à saúde do lactante, que irá repercutir ao longo do seu 
desenvolvimento, e é também uma das causas do aumento nas taxas de mortalidade infantil. 
Diante de problemas como estes, faz-se necessário que os profissionais, em especial o 
enfermeiro, que estão à frente no acompanhamento dessas mulheres e crianças estejam sempre 
disposto a identificar tais problemas e traçar intervenções eficazes na busca de solucioná-los 
para que venham intervir na promoção de uma prática de amamentação com qualidade. Assim 
é o enfermeiro um dos principais aliados nas práticas de incentivos ao aleitamento materno 
exclusivo durante a gestação, período em que é comum que as mulheres apresentem medo e 
preocupação em relação às alterações ocorridas e expectativa durante a amamentação, bem 
como o cuidado materno infantil (ALENCAR, et al., 2017) 
Atualmente as políticas de aleitamento materno no Brasil e as investigações científicas 
desenvolvidas nas últimas décadas são contribuições significativas para o desenvolvimento de 
conhecimento acerca dos benefícios do Aleitamento Materno (AM) para a saúde da criança e 
sobre o vínculo afetivo entre mãe e filho que ele gera. 
É importante salientar que para uma amamentação adequada, a mãe precisa de 
incentivos e suporte, não somente dos profissionais de saúde, mais também de sua família e da 
sociedade, para que no pós-parto a puérpera não venha ter dificuldades em amamentar evitando 
assim o desmame antes do período adequado, tendo assim sucesso no cuidado à criança e na 
amamentação. A cooperação entre profissionais multidisciplinar são fundamentais para que se 
obtenha um resultado satisfatório no que diz respeito à uma amamentação adequada e eficaz. 
Observa-se que a ocorrência do desmame precoce se revela com aspectos complexos, 
mediante os quais é possível perceber contradições entre sentimentos e posicionamentos 
favoráveis e desfavoráveis, tais posicionamento envolvem questões culturais, sociais 
econômicas e psicossociais, contribuindo e muitas vezes alterando a concepção que a mulher 
tem sobre sua importância no ato de amamentação. 
Então, justifica-se o tema desse trabalho pela significativa importância e relevância da 
prática do aleitamento materno bem como o papel do enfermeiro em conscientizar a mulher 
durante o ciclo gravídico-puerperal, sobre a seriedade do aleitamento materno e seus benefícios. 
Como um profissional que pode evitar dúvidas, dificuldades e possíveis complicações, 
garantindo um adequado aleitamento materno, capaz de prevenir o desmame precoce e suas 
consequências, e rompendo os mitos e tabus existentes. 
12 
 
 
Assim este trabalho busca responder a seguinte pergunta: quais fatores determinantes 
do desmame precoce e o papel do enfermeiro na conscientização da puérpera sobre os 
benefícios do aleitamento materno? 
Tendo como objetivo geral aprimorar os conhecimentos sobre os fatores determinantes 
do desmame precoce e o papel do enfermeiro em auxiliar, incentivar e conscientizar a 
importância do aleitamento materno. Entre os objetivos específicos, buscará abordar, a 
importância e as vantagens do aleitamento materno para a criança e para a mulher e os 
incentivos do governo que buscam promover o aleitamento materno exclusivo. 
Portanto, ao fim foi feita a conclusão geral sobre o assunto no intuito de se destacar os 
principais resultados encontrados na pesquisa. 
1.1 METODOLOGIA 
Para o desenvolvimento do trabalho o presente estudo utilizará a pesquisa bibliográfica 
não sistematizada como abordagem metodológica a ser seguida. Assim esse trabalho será 
baseado em publicações literárias que tenham relação com o tema, principalmente artigos que 
falem sobre as atuais políticas de aleitamento materno no Brasil. 
Bem como, investigações científicas desenvolvidas nas últimas décadas que 
contribuíram significativamente para o desenvolvimento de conhecimentos acerca dos 
benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mulher. A seleção dos artigos 
foi conduzida pelo uso de palavras chaves como: aleitamento materno, desmame precoce e 
papel do enfermeiro na amamentação. 
Deste modo, foram identificados trabalhos, antigos e manuais que tratassem sobre esse 
assunto debatido nesse trabalho, delimitando em um número sete artigos que serviram de base 
para a composição de um quadro sistemático do conteúdo abordado no trabalho. Esse sete 
artigos selecionados foram delimitados segundo o período de publicação, sendo publicações 
dos últimos dez anos e por palavras-chave como: aleitamento materno, desmame precoce e 
enfermeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2 ALEITAMENTO MATERNO (AM): DEFINIÇÃO, VANTAGENS E INCENTIVOS. 
Para este estudo, é muito importante conhecer e aplicar asdefinições de aleitamento 
materno adotadas pela OMS e reconhecidas no mundo inteiro. Assim, o aleitamento materno 
costuma ser classificado em: 
• Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente 
leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra 
fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou 
xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos 
minerais ou medicamentos. 
• Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além 
do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, 
chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais1. 
• Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto 
da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros 
alimentos. 
• Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, 
além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com 
a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. 
• Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite 
materno e outros tipos de leite (BRASIL, 2015, p.13). 
No contexto deste trabalho a definição defendida será a que se refere ao aleitamento 
materno como exclusivo, por ser a classificação que mais contém benefícios para a mulher e 
para a criança. 
O cuidado da saúde materno-infantil é uma das metas para redução da mortalidade e 
morbidade infantil. O leite materno produzido pela glândula mamária da mulher é um alimento 
único, com características próprias, sendo insubstituível (NELLI; PARTAMIAN, 2012). De 
acordo com a “Cartilha para a mãe trabalhadora que amamenta” do Ministério da Saúde (2010), 
as crianças que não são amamentadas possuem elevado risco de não suprirem suas necessidades 
nutricionais e, por consequência ocasionarem um aumento de 20% na mortalidade em neonatos 
(BRASIL, 2010). 
Silva et al. (2017) explica, que grande parte dos estudos apontam que as taxas de 
aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, ainda não atingiram índices satisfatórios 
no Brasil e no mundo. Dado a tamanha importância e inúmeros benefícios dessa prática, 
organizações nacionais e internacionais, como a OMS, orientam que o leite materno deve ser a 
única forma de alimentação até os seis meses de vida. Essa prática é importante para a 
sobrevivência, crescimento, desenvolvimento, saúde e nutrição da criança (BRASIL, 2010). 
Os benefícios que cercam o aleitamento materno não são uma novidade eles estão 
claramente descritos na literatura científica e acadêmica, sendo que a sua importância como 
meio ideal de nutrição da criança tem sido largamente difundida. As pesquisas demonstram o 
14 
 
 
quanto as propriedades nutricionais e imunológicas do leite materno são satisfatórias em atender 
às necessidades fisiológicas do lactente (SANTOS, 2013, p. 83). 
Embora exista um amplo reconhecimento de que o aleitamento materno exclusivo é um 
agente relevante na redução de morbimortalidade infantil e uma questão de sobrevivência para 
a maioria das crianças, o desmame precoce ainda é uma realidade (TIZIANI, et al., 2009, p.15). 
Deste modo o fortalecimento de ações para promover o crescimento dos índices de aleitamento 
materno no Brasil e o declínio das taxas de mortalidade infantil consistem em promoção, 
proteção e apoio a amamentação (ROCCI; FERNANDES, 2014). 
 De acordo com Tiziani, et al., (2009) a amamentação não é algo totalmente instintiva 
do ser humano, muitas vezes ela deve ser aprendida para ser prolongada com êxito, 
considerando-se que a maioria das nutrizes precisa de esforço e apoio constantes, sendo que, 
por diversos motivos muitas mães amamentam seus filhos por um período menor que o 
preconizado pela Organização Mundial da Saúde, atos que trazem prejuízos tanto para a mãe 
quanto para o filho e para a sociedade. 
Portanto, após apresentar quais são as definições de aleitamento o estudo apresentará 
quais a principais vantagens do AME para a criança e para a mulher, como modo de motivação 
e orientação aos envolvidos no processo de amamentação. 
2.1 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO PARA A 
CRIANÇA 
De acordo com a OMS, é considerado aleitamento materno, o processo em 
que o lactente recebe leite materno independentemente de consumir outros alimentos, 
já aleitamento materno exclusivo é o processo em que o bebê recebe leite materno de 
sua mãe ou nutriz ou leite materno extraído, sem receber nenhum outro líquido ou 
sólido, exceto vitaminas, complementos minerais ou medicamentos (AMORIM; 
ANDRADE, 2009, p. 97). 
Assim, quando acorre a prática do aleitamento materno exclusivo a criança adquire algo 
que é fundamental para o seu crescimento adequado e desenvolvimento, com benefícios para a 
sua saúde física e psicológica. Não existe, nenhuma outra fórmula alimentar artificial que seja 
capaz de substituir o leite da mãe em qualidade, especificidade de nutrientes e proteção contra 
doenças (MARGOTTI; EPIFANIO, 2014). 
Bresolin et al., (2003) afirma que a atividade da sucção que o bebê faz ao peito tem 
importante significado para o desenvolvimento do psiquismo da criança, pois essa ação 
promove uma experencia que envolve sensações táteis, olfatórias, térmicas e auditivas. Alega-
15 
 
 
se que as crianças que são amamentadas ao peito são mais ativas desde o período neonatal, 
consequentemente aprendem a andar mais precocemente, apresentam personalidade mais 
estável e melhor adaptação social. 
Em relação a proteção de doenças o aleitamento materno é capaz de reduz a incidência 
ou a gravidade de doenças como: diarreia, bacteremia, meningite bacteriana, infecções 
respiratórias, otite média, infecção urinária, enterocolite necrosante, septicemia em pré-termos 
e desnutrição, também possui possíveis efeitos protetores contra algumas síndromes, como: 
morte súbita, diabetes mellitus insulinodependente, doença de Crohn, linfoma, retocolite 
ulcerativa, doenças alérgicas e doenças digestivas crônicas (TIZIANI, et al., 2009). 
Branden (2000) explica que o colostro e o leite materno transmitem para a criança 
anticorpos maternos que são importantes para as defesas imunológicas contra infecções e 
alergias alimentares. Por possuir fácil digestão o leite materno tem melhor e mais rápido 
aproveitamento dos nutrientes pelo organismo da criança quando comparado ao leite artificial. 
O AM contribui com o meio ambiente, pois, ao contrário dos leites artificiais, não agride 
e nem polui, além de já ser naturalmente preparado na temperatura ideal para o bebê com todos 
os nutrientes necessários, sem gasto de energia, de maneira eficaz. A oferta de leites artificiais 
prejudica a criança quanto ao seu crescimento e desenvolvimento, podendo levá-la tanto à 
desnutrição quanto à obesidade (ANDRADE, 2018, p.2). 
Os movimentos de sucção feitos pela criança durante a amamentação promovem a 
estimulação oral e ajudam no desenvolvimento dos músculos da face e os dentes (BRANDEN, 
2000). Nesse sentido, cirurgiões dentistas têm chamado a atenção sobre a relação entre doença 
dentária e o desmame precoce, pois a sucção através de bico de borracha pode causar má 
oclusão dentária (BRESOLIN et al., 2003). 
Os mecanismos envolvidos na possível relação entre AM e melhor desenvolvimento 
cognitivo ainda não são totalmente conhecidos. No entanto, existem evidências de que o 
aleitamento materno tem feitos positivos na inteligência da criança. A maioria dos estudos 
conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas 
com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento. Essa vantagem foi 
observada em diferentes idades, inclusive em adultos (BRASIL, 2015, p.21). 
Os benefícios para a saúde da criança detectados a curto prazo são bem claros e 
definidos, sendo evidente a redução da morbimortalidade decorrente de doenças infecciosas até 
o segundo anode vida. Porém essa alimentação saudável durante o primeiro ano de vida é de 
fundamental importância, também se mostra efetiva na prevenção de doenças crônicas na vida 
16 
 
 
adulta, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, extremamente prevalentes na 
atualidade (TIZIANI, et al., 2009). 
2.2 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A MULHER 
As vantagens já começam após o parto, quando o bebê é amamentado, a mulher libera 
um hormônio chamado ocitocina que provoca a involução uterina mais rápida e, 
consequentemente, menor perda sanguínea, protegendo a mulher contra anemia, além disso a 
ocitocina ajuda no desenvolvimento de um comportamento materno e vínculo mãe-filho. 
(TIZIANI, et al., 2009). 
Muitos estudos já estabelecem a associação entre aleitamento materno e a redução na 
prevalência de câncer de mama. De acordo com dados do Grupo Colaborativo de Fatores 
Hormonais no Câncer de Mama, estima-se que o risco de adquirir a doença diminui cerca de 
4,3% a cada 12 meses de duração de amamentação. Essa proteção independe de idade, etnia, 
paridade e presença ou não de menopausa (BRASIL, 2015, p.22). 
Além da proteção contra câncer de mama, há estudo que apontam o efeito protetor da 
amamentação para o câncer de ovário, osteoporose, risco de artrite reumatoide, retorno ao peso 
pré-gestacional mais rapidamente no puerpério e duração da amenorreia lactacional, 
especialmente quando a amamentação é exclusiva, aumentando o espaçamento entre as 
gestações, além da redução de risco para diabetes tipo 2 (CAMINHA, et al., 2010). 
Caminha, et al, (2010), apontam que em relação ao câncer de ovário, estudos afirmam 
que o aleitamento materno por 18 meses ou mais está associado com uma significante 
diminuição no risco de câncer de ovário, quando comparado com mulheres que nunca tinham 
amamentado. De acordo com os Cadernos de Atenção Básica do Ministério da Saúde (2015) 
amamentação é um excelente método anticoncepcional nos primeiros seis meses após o parto 
com 98% de eficácia (BRASIL, 2015, p.22). 
A prática do aleitamento materno também está ligada a redução de custo financeiro, pois 
não amamentar pode significar sacrifícios para uma família com pouca renda. Muitas crianças 
fazem uso de fórmulas que compõem um o gasto a mais, acrescentando a esses gatos os custos 
com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que 
são mais comuns em crianças não amamentadas representam uma parte considerável dos 
rendimentos da família. Esse benefício reflete em uma melhora na qualidade de vida das 
famílias, uma vez que crianças amamentadas adequadamente adoecem menos e necessitam de 
menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos (BRASIL, 2015, p. 23). 
17 
 
 
Sobretudo, umas da principais vantagens está ligada a promoção do vínculo afetivo entre 
a mulher e o bebê. Como consequência dessa relação afetiva há benefícios psicológicos para a 
mulher. Uma amamentação prazerosa, que envolva olhos nos olhos e o contato contínuo entre 
mãe e filho fortalece os laços afetivos entre os dois, trazendo intimidade, troca de afeto e 
sentimentos de segurança e de proteção para a criança e de autoconfiança e de realização para 
a mulher (BRASIL, 2015, p. 23). 
Nesse sentido, Zerger e Grazziotin (2008) apontam que: 
Além de ter a vantagem na diminuição de trabalho com a preparação 
da alimentação do bebê, a recuperação física do pós-parto é mais 
rápida, o vínculo afetivo é estimulado, o leite no peito não estraga, 
está na temperatura ideal, o custo de uma dieta para a mãe que 
amamenta é inferior ao custo de alimentar um bebê com leites 
industrializados, não há necessidade de gastos com utensílios para 
alimentar o bebê, e os gastos com consultas médicas, remédios, 
exames laboratoriais e hospitalizações são reduzidas tendo as mães e 
seus bebês mais saudáveis (ZERGER, GRAZZIOTIN, 2008). 
Oliveira e Lima (2015, p. 17) também ressalta que o vínculo emocional da amamentação 
é tão grande que a autoestima da mulher é elevada e a amamentação se torna motivo de orgulho, 
sendo que o favorecimento da prática de amamentação auxilia em uma perda de peso mais 
rápida no período puerperal. Além de tudo, para Bresolin, et al., (2003) o aleitamento é 
importante para a realização feminina, na medida em que completa o processo da maternidade. 
Segundo a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o AME 
previne cerca de 6 milhões de mortes infantis por ano (ANDRADE, et al., 2018, p. 2). Portanto, 
a prática de um aleitamento materno adequado, que segue todas a recomendações necessárias 
não é somente fonte de nutrição para a criança, mas também um “remédio” natural para a saúde 
da mãe em inúmero aspectos. 
2.3 AS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA PROMOVER 
E INCENTIVAR O ALEITAMENTO MATERNO 
A importância do aleitamento materno é uma prática internacionalmente enfatizada em 
diversos documentos da Organização Mundial da Saúde. Baseados nas evidências científicas 
dos benefícios do aleitamento materno exclusivo, muitos países, dentre eles o Brasil, assumiram 
oficialmente essas recomendação, visando a diminuição da morbimortalidade das crianças e 
melhor qualidade de vida (AMORIM; ANDRADE, 2009, p. 97). 
Com isso, em 1981, foi criado o programa Nacional de Incentivo ao aleitamento 
Materno, com ações no setor de Saúde, comunicação e educação com articulação da sociedade 
civil, divulgando-se os benefícios dessa prática para o bebê. Em 1991, foi criado a World 
18 
 
 
Alliance for Breastfeeding Oction (WABA), que é responsável por a cada ano lança um tema 
para a Semana da Amamentação (OLIVEIRA, et al.,2010). 
A OMS sempre com o intuito de combater o desmame precoce e contribuir para o 
crescimento saudável da criança, junto a UNICEF estabeleceu incentivos como “Os Dez Passos 
para o Sucesso do AM” sendo um conjunto de medidas para promoção, desde a década de 90, 
proteção e apoio ao aleitamento materno, são eles (OLIVEIRA; LIMA; 2015, p. 21): 
1 – Ter uma norma escrita sobre o AM, que deve ser rotineiramente 
transmitida a toda equipe de cuidados de saúde. 2 – Treinar toda a 
equipe de saúde, capacitando-a para implementar essa norma. 3 – 
Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do AM. 4 
– Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após 
o nascimento. 5 – Mostrar as mães como amamentar e como manter 
a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos. 6 – Não 
dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite 
materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico. 7 
– Praticar o alojamento conjunto permitir que as mães e bebês 
permaneçam juntos vinte e quatro horas por dia. 8 – Encorajar o 
aleitamento sob livre demanda. 9 – Não dar bicos artificiais ou 
chupetas a crianças amamentadas ao seio. 10 – Encorajar o 
estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde a mãe 
deverá ser encaminhada, por ocasião da alta do hospital ou 
ambulatório (OLIVEIRA; LIMA; 2015, p. 21). 
Assim para a adoção desse dez passo em 1992 a UNICEF criou a Iniciativa Hospital 
Amigo da Criança (IHAC), essa iniciativa está inserida na Estratégia Global para a Alimentação 
de Lactentes e Crianças de Primeira Infância da Organização Mundial de Saúde. Sendo 
considerada uma estratégia efetiva para o incremento da prevalência e da duração da 
amamentação exclusiva e total. 
Em 1997 para combater a mortalidade em bebês prematuros e/ou nascidos com menos 
de 2,5kg, ocorreu a implementação do Método Canguru - Atenção Humanizada ao Recém-
Nascido de Baixo Peso, uma iniciativa inicialmente desenvolvido na Colômbia em 1979. Essa 
iniciativa consiste em promover uma série de cuidados humanizados aos Recém Nascidos 
Baixo Peso, estimulando o contato pele a pele entre a mãe e o bebê, de forma gradual, evoluindo 
até a posição Canguru. Esse método possibilita, entre outros, maiorvínculo afetivo, estabilidade 
térmica, estímulo à amamentação e ao adequado desenvolvimento do bebê. 
A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil é um instrumento que fortalece as ações de 
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, além da alimentação complementar 
saudável para menores de dois anos de idade no âmbito da Atenção Básica do Sistema Único 
de Saúde (SUS). Essa estratégia busca à qualificação do processo de trabalho dos profissionais 
da atenção básica, com o objetivo de contribuir para a redução da mortalidade infantil e da 
19 
 
 
ocorrência de agravos à saúde na infância e na idade adulta como obesidade, diabetes, dentre 
outras, incentivando o aleitamento materno e uma alimentação complementar saudável. 
O Banco de Leite Humano (BLH) também é um importante iniciativa, ele é responsável 
por promover ações de proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de 
coleta da produção lática da nutriz, seleção, classificação, processamento, controle de qualidade 
e distribuição, sendo proibida a comercialização dos produtos por ele distribuídos. Através do 
Posto de Coleta de leite humano (PCLH) que pode ser uma unidade fixa ou móvel, intra ou 
extra-hospitalar. O PCLH é responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao 
aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção lática da nutriz e sua 
estocagem. 
No cenário brasileiro, mesmo com conquistas em prol do resgate desta prática, constata-
se continuam a apresentar insuficiências em políticas que tratem da conciliação do trabalho 
feminino remunerado com o AM. Para suprir esse ineficiência iniciou-se em 2010, a “Ação da 
Mulher Trabalhadora que Amamenta”. Esta ação faz parte de uma das linhas de cuidado 
prioritárias da Coordenação Geral da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério 
da Saúde, e consiste em criar nas empresas públicas e privadas uma cultura de respeito e apoio 
à amamentação como forma de promover a saúde da trabalhadora e de seu filho, trazendo 
benefícios diretos para a empresa e para sociedade (FERNANDES, et al., 2016, p. 2) 
Assim, o Ministério da Saúde brasileiro conjuntamente com a Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária publicaram a Nota Técnica intitulada: “Sala de Apoio à Amamentação em 
Empresas”, aprovada como Portaria n. 193, em 23 de fevereiro de 2010, e orienta a instalação 
e fiscalização de salas de apoio à amamentação em empresas públicas e privadas, com a parceria 
das vigilâncias sanitárias locais. No entanto a maioria das empresas não possui um lugar 
apropriado para a mulher que amamenta esvaziar as mamas durante a jornada de trabalho 
(FERNANDES, et al., 2016, p. 2) 
Além da iniciativas do Ministério da Saúde a mulher em fase de amamentação também 
tem o parto legal que a garante os seu direitos. A legislação brasileira é considerada uma mais 
avançadas na proteção ao aleitamento materno e ao direito da criança à amamentação nos seis 
primeiros meses, exclusivamente no peito materno, e até dois anos ou mais com a adição de 
outros alimentos líquidos e sólidos (HECK, 2011). 
A Constituição Federal garante à mulher que trabalha fora do lar a licença maternidade 
e o direito à garantia no emprego à gestante e durante o período de lactação. Às presidiárias a 
Constituição assegura condições para que possam permanecer com seus filhos durante o 
período de amamentação (HECK, 2011). 
20 
 
 
No que se refere a licença-maternidade a leis trabalhista garantem o afastamento mínimo 
é de 120 dias, podendo chegar ao período de 180 dias, sendo este espaço maior válido para 
empresas que aderiram ao Programa Empresa Cidadã. Como a amamentação exclusiva é 
indicada até os seis meses a lei estabelece que a mulher que tiver licença-maternidade de 120 
dias tenha direito a dois descansos remunerados de 30 minutos, ao longo da jornada de trabalho, 
para amamentarem seus bebês até que completem os seis meses (REDAÇÃO, 2018). 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também assegura o direito à creche para 
que a mulher possa amamentar seu filho. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o 
Código de Defesa do Consumidor (CDC), como legislação correlata, contemplam, em diversos 
artigos, o direito da criança quanto à amamentação e a comercialização de alimentos a ela 
destinados (HECK, 2011). Esses direitos são válidos para pais biológicos e adotivos podendo 
ser denunciados para o sindicato ou para o Ministério do Trabalho caso negados (REDAÇÃO, 
2018). 
Resumo dos avanços na legislação: 
I - Alojamento Conjunto 
1982 - Portaria 18 do INAMPS / MINISTÉRIO DA SAÚDE 
- estabelecendo a obrigatoriedade do alojamento conjunto. 
1986 - Portaria do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - 
tornando obrigatório o alojamento conjunto nos hospitais 
universitários. 
1992 - Portaria GM / MINISTÉRIO DA SAÚDE nº 1016 - 
que obriga hospitais e maternidades vinculados ao SUS, 
próprios e conveniados, a implantarem alojamento conjunto 
(mãe e filho juntos no mesmo quarto, 24 horas por dia). 
II - Normas de Comercialização 
1988 - Resolução nº 5, do Conselho Nacional de Saúde, 
elaborada com base no Código Internacional para 
comercialização de substitutos do leite materno. 
1990 - Código de Defesa do Consumidor 
1992 - Resolução nº 31, do Conselho Nacional de Saúde, 
novo texto, incluindo na NBCAL - Norma de 
Comercialização de Alimentos para lactentes item específico 
sobre o uso de bicos e mamadeiras 
1992 - Acordo Mundial assinado pelo UNICEF e 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE com a 
Associação Internacional de fabricantes de alimentos, para 
cessar o fornecimento gratuito e a baixo custo de leites 
artificiais a maternidades e hospitais. 
2002 - NBCAL Norma Brasileira de Comercialização de 
Alimentos para lactentes e crianças de primeira infância, 
bicos, chupetas e mamadeiras (Resoluções nº 221 e 222 da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA) 
(HECK, 2011). 
Andrade, et al., (2018, p.7) aponta que muitos especialista afirmam que mesmo havendo 
Políticas de Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta nem sempre elas tem resultados 
21 
 
 
satisfatória nas condições de trabalho da mulher e muitas vezes não contribuem com a 
manutenção da amamentação além do pedido de licença maternidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
3 OS FATORES QUE FAVORECEM AO DESMAME PRECOCE 
A adesão de práticas alimentares que seja apropriada para a infância é fundamental, pois 
assegura a sobrevida e saúde das crianças, sendo o aleitamento materno uma das práticas 
alimentares mais viável, efetiva e de baixo custo, o que se configura como uma das práticas 
promotoras de saúde infantil e que produzindo reflexos positivos durante toda a vida (SILVA; 
DAVIM, 2012). 
No entanto, mesmo diante de tantos benefícios, o desmame precoce tem se tornado cada 
vez mais comum. Embora existam programas de incentivo ao aleitamento materno, realizados 
por organizações como internacionais como a OMS e UNICEF e nacionais implementada pelo 
Ministério da Saúde, a taxa de prevalência do aleitamento materno exclusivo apresenta índices 
muito abaixo dos considerados ideais (SILVA, et al., 2017). 
Nesse sentido o conceito de desmame é importante para a melhor compreensão do 
assunto. Segundo Cabral e Campestrini (2010) o desmame precoce é a interrupção do 
aleitamento materno exclusivo ao peito, antes do lactente haver completado seis meses de vida, 
independentemente de a decisão ser da mãe ou não, e do motivo da interrupção. Está informação 
revela um problema de saúde pública, pois o número de mães que decidem por outros tipos de 
alimentos sem ser o leite materno é muito relevante (AMARAL, 2015, p.7). 
O declínio da amamentação é fenômeno conhecido em todo o mundo, especialmente a 
partir do final do século XIX com o advento da Revolução Industrial (SOUZA, et al., 2016, p. 
3807). É a partir da década de 70,seguindo influências do modelo alemão, que a amamentação 
passou a não ocorrer de forma adequada, houve então um importante declínio desta prática. 
Este dado foi confirmado pelo inquérito domiciliar nacional que mostrou que a média do 
período de amamentação era de 2,5 meses. Constatou-se que o padrão da amamentação sofreu 
modificações na duração e na frequência, e a sua interrupção acontecia cada vez mais cedo 
(PERCEGONI et al., 2002). 
A amamentação é uma prática milenar com reconhecidos benefícios nutricionais, 
imunológicos, cognitivos, econômicos e sociais, por isso o desmame precoce deve ser avaliado 
a partir de influências diversas (OLIVEIRA; LIMA, 2015, p.19). Para Souza, et al., (2016, p. 
3807) os principais responsáveis pela diminuição do aleitamento materno estão ligados a 
industrialização, com a descoberta do leite em pó, a urbanização, a inserção da mulher no 
mercado de trabalho e a desvalorização da maternidade pela sociedade, causaram direto 
prejuízo na qualidade de vida e saúde das crianças. 
23 
 
 
Há estudo que avaliam variáveis demográficas, socioeconômicas, associadas à 
assistência à saúde e aos hábitos materno-infantis de uma população como fatores que 
influenciam o tempo do aleitamento materno exclusivo ou complementado (OLIVEIRA; 
LIMA, 2015, p.19), ligados a esses fatores, estão dificuldades circunstanciais e culturais. As 
dificuldades no processo do aleitamento materno podem ser relacionadas a mulher e a criança, 
e ambas podem contribuir para o desmame precoce (AMARAL, 2015, p.8). 
3.1 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À CRIANÇA 
Embora haja reconhecida importância do aleitamento materno exclusivo até seis meses, 
a alimentação complementar continua sendo introduzida precocemente (SILVA, et al., 2017, 
p.152). Para Joca (2005 p. 357), a ablactação pode ser considerada como violência contra a 
criança, uma vez que a deixa exposta ao risco de adoecer e morrer por doenças relacionadas à 
desnutrição. 
É notável que a ausência de amamentação ou sua interrupção precocemente, pela 
introdução de outros tipos de alimentos na dieta da criança têm consequências, potencialmente, 
danosas à saúde do bebê (SILVA, et al., 2017, p.152). Nesse sentido esse tópico abordar alguns 
fatores que levam ao desmame precoce em relação a criança. 
Neto, et al., (2015, p.288) explica que o choro da criança pode ser a tradução de 
descontentamento e de fome da criança e por isso as vezes interpretado pela mãe de forma 
errônea. Segundo o autor a mulher associa essa reação à elas, com a questão da qualidade e 
quantidade do seu leite julgando não ser satisfatório para a criança, essa associação a introdução 
de outros alimentos e até mesmo a total substituição do leite materno pelo artificial (NETO, et 
al., 2015, p.288). 
Para Sampaio (2020) vivemos inseridos em uma cultura em que a criança precisa ser 
controlada, domesticada, inserida a uma rotina rígida de alimentação, sono e estimulação. No 
entanto as crianças choram não apenas por fome. Para os cuidadores o choro passa a ser 
encarado como angustiante e, inadequadamente, se torna algo a ser solucionado. No entanto o 
que deve ser compreendido é que a criança chora porque têm sentimentos, emoções e sensações 
com as quais não sabem lidar e que dependem exclusivamente de seus cuidadores, em especial 
a mãe, para que sejam amenizados. 
A autora também ressalta que a criança pode chorar, inclusive, por saudade da vida 
intrauterina e que se todo choro do bebê for interpretado como fome, teremos a instalação do 
ciclo de tensão-medo-dor que resultará na introdução de bicos e de substitutos do leite materno 
e, consequentemente no desmame precoce (SAMPAIO, 2020). 
24 
 
 
Outro fator relacionado a criança é o seu baixo peso tido como suposição para findar a 
amamentação, pois nessa situação a criança não consegue fazer o estímulo adequado que reflete 
na fabricação do leite materno, pois não tem força succional suficiente, relacionado ao peso, 
outro fato é a estadia demorada em unidades de terapia intensivas neonatais que atrapalha a 
realização do aleitamento materno (SILVA, et al., 2017, p288.) 
Uma das justificativa apontada ao desmame mais frequentes, é o conceito do "leite 
fraco” ou “pouco leite” esse mito começou a ser adotado no início do século XX por mulheres 
que não conseguiam desempenhar seu papel de nutriz, o que resultava no desmame precoce da 
criança. Construiu-se então conceito da hipogalactia, baseado em fundamentações cientificas 
da época, justificava o abandono da amamentação e excluía a mulher de ser responsabilizada 
pelo fracasso perante a sociedade (MONTEIRO, et al., 2011). 
Marques et al (2008), afirma que essa justificativa é um tabu, e que as mulheres que 
referem que seu leite é fraco acreditando ter leite insuficiente pata a criança, acabam gerando 
mamadas insuficientes, fazendo com que a criança perca o leite posterior que é rico em energia 
ficando com fome, agitada e querendo mamar várias vezes, isso se dá por não ocorrer o total 
esvaziamento da mama, acarretando o desmame precoce. 
Sampaio (2020) destaca que não existe leite materno fraco e que leite materno é nutritivo 
e “forte” o suficiente para que a criança se alimente, cresça e se desenvolva de forma saudável. 
Assim, quando fórmulas infantis são introduzidas na alimentação da criança sem uma 
necessidade clínica real, ocorre um processo que pode culminar em desmame precoce. 
Estudos apontam que o uso de chupetas é descrito como o motivo mais importante da 
 criança não continuar com o Aleitamento Materno Exclusivo, sendo o maior indicador para 
hábitos de sucção não nutritivos na criança, afirmando também, que o uso de bicos artificiais 
está intimamente associado ao tipo e a duração do aleitamento materno. A inserção desses 
materiais, normalmente são uma forma que a mulher, muitas vezes insegura, encontra para 
tentar tranquilizar a criança quando ela tem dificuldade para amamentar (SILVA, et al., 2017, 
p288-289). 
Além disso a indústria está sempre trabalhando para convencer as mães de que tais 
artefatos são inofensivos à amamentação. No entanto, estudos tem demonstrado o contrário: 
chupetas e mamadeiras causam confusão de bicos, ou seja, a forma como a criança suga o seio 
materno é diferente da forma como a sucção é feita em bicos artificiais. Como o bebê precisa 
aprender a mamar e treinar a cada mamada para a manutenção da amamentação, a cada vez que 
é oferecido um bico, há confusão, a criança passa a sugar a mama de forma incorreta, extraindo 
25 
 
 
quantidade insuficiente de leite e gerando, novamente, o desencadeamento de um círculo 
vicioso que culmina em desmame (SAMPAIO, 2020). 
 Silva et al., (2017, p. 289) aponta que enfermidades do lactente também podem 
influenciar no desmame precoce. Dentre eles estão: resfriado, que impossibilita a respiração 
nasal, geralmente quando ocorre a congestão nasal, o crescimento dos dentes precocemente, 
provocando a pressão das gengivas que ficam edemaciadas e dolorosa, dor no ouvido, pois essa 
dor irradia para a mandíbula ocasionando assim desconforto e mal-estar no momento da sucção; 
fenilcetonúria, intolerância a lactose, que anula as possibilidades do lactante ingerir leite 
materno; lábio leporino e perda palatina, são fatores que impossibilitam a amamentação 
(SILVA, et al., 2017, p.289). 
3.2 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À MÃE 
A decisão de amamentar da mulher está interligada a sua história de vida e ao significado 
que atribui a este ato. Dessa forma, essa opção pessoal pode ser influenciada pelo aspecto 
emocional, social, cultural e econômico desse sujeito (OLIVEIRA; LIMA, 2015, p.19). 
As orientações fornecidas à mulher durante o pré-natal são essenciais para uma gestação 
saudável, assim como para o suporte do AM, principalmente nos primeiros dias após o 
nascimento do bebê, podem ser os mais complicados. Esses fatores e a faltade incentivo a 
prática da amamentação contribuem para o desmame precoce. Os profissionais de saúde, 
principalmente os enfermeiros devem incluir orientações sobre esses temas nas consultas de 
pré-natal (RODRIGUES, et al., 2014). 
Para Sampaio (2020) o trabalho de parto espontâneo representa a maturidade fisiológica 
do bebê. Ao longo do processo a mulher e a criança passam por diversas descargas hormonais, 
que são fundamentais para a lactação. Independente da via de nascimento, passar pelo trabalho 
de parto faz toda a diferença para o sucesso da amamentação. No entanto a autora explica que 
nos casos em que a mulher tem uma cesariana eletiva, esse processo é dificultado pois a criança 
ainda não está pronta para nascer. 
Esse não é um o único fator determinante e não significa que todas as mulheres que 
passam por cesáreas eletivas não conseguirão amamentar. Porém, há estudos de relevância 
feitos com dados populacionais e a literatura científica também ressalta que os índices de 
insucesso no aleitamento materno são maiores quando a criança nasce com data e hora 
marcadas. Assim, o desmame precoce pós cirurgia cesariana é 43% maior em relação ao parto 
normal (SAMPAIO, 2020). 
26 
 
 
Frota, et al., (2009) evidencia que entre algumas das patologias mais comuns que são 
consideradas como responsáveis por dificultar ou findar a amamentação exclusiva: é a dor, 
causada por ingurgitamento mamário ou fissuras mamilares e mastites. As fissuras mamilares, 
conhecidas popularmente por rachadura, são traumas com ruptura do tecido, uni ou bi lateral, 
com forma e localização variadas, elas dificultam a amamentação, por provocar dor e até 
sangramento, sendo o resultado de uma pega incorreta pela criança (SILVA, et al., 2017, p.289). 
Neto (2006) explica que as mesmas podem ser causadas por: 
Fungos (cândida); sucção incorreta; posição errada do 
lactente; aleitar por muito tempo em uma mesma mamada; 
fazer uso de lubrificantes e medicamentos, prejudicando a 
flora bacteriana normal e expor a pele ao ressecamento; 
excesso de higiene; ordenha artificial e principalmente a falta 
de orientação sobre esses fatores que levam ao surgimento 
de fissuras que deveria ser esclarecida no pré-natal (NETO, 
2006). 
A mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama que pode ou 
não caminhar para uma infecção bacteriana. Os germes mais comumente envolvidos são os 
Staphylococcus (aureus e albus) e em menor frequência a Escherichia coli e Streptococcus. As 
fissuras mamilares costumam ser a porta de entrada para essas infecções mamárias. Já a 
galactocele é uma formação cística nos ductos mamários contendo fluído leitoso, que, mais 
tarde, pode tornar-se viscoso, a extração cirúrgica pode ser necessária, já que o cisto costuma 
encher novamente após aspirações (SANTIAGO; SANTIAGO, 2014, p;25) 
Em relação a problemas na mama da mulher, outro fator relacionado à mãe são as bolhas 
mamilares, são traumas mamilares quase imperceptíveis que se instalam quando o bebê suga a 
ponta do mamilo numa pega incorreta, causando intensa dor na porção terminal, formando 
pequenas bolhas com deslocamento da pele que, por se desfazerem rapidamente, dificultam o 
diagnóstico. Quando não tratadas, evoluem para as bolhas mais dolorosa, localizadas na ponta 
do mamilo (SILVA, et al., 2017, p.289). 
De acordo com Sampaio (2020) o ajuste da pega é fundamental para que a amamentação 
ocorra com relativa tranquilidade, os primeiro contatos nas primeiras horas e dias de vida são 
cruciais para que o bebê aprenda a mamar. O posicionamento do bebê na mama e a forma como 
essa sucção vai ocorrer dependem de muita paciência e aprendizado. 
Nesse sentido a autora explica que quando a pega se mantém incorreta ao longo do 
tempo, aparecem os problemas que podem se iniciar com rachaduras que ocasionam dor e 
dificuldade em manter o bebê na mama. A dor, por sua vez, desencoraja a amamentação. Isso 
resulta em acúmulo de leite nos ductos, ingurgitamento, formação de abscessos e mastite. Os 
27 
 
 
ajustes de pega associados à prática de acordo com as necessidades do bebê, são fundamentais 
para uma amamentação saudável e sem desistência (SAMPAIO, 2020). 
Segundo Leonor e Bértolo (2008, p. 37) algumas mulheres tem a tendência de pensarem 
que os seus mamilos são muito pequenos para amamentar, mas o tamanho dos mamilos em 
“repouso” não é importante, dado que o mamilo é só 1/3 da porção da mama que o bebê deve 
introduzir na boca para sugar plenamente. Deste modo, o que é importante é que a mãe coloque 
o bebê ao peito logo após o nascimento; e evite o uso de tetinas e de chupetas, para evitar que 
o bebê tenha maior dificuldade em pegar. 
Outro fator crucial no desmame precoce é o chamado ingurgitamento mamário ou estase 
láctea, que ocorre quando a produção láctea é superior a demanda, nesse processos há a 
interrupção do fluxo normal do leite através dos ductos, esse processo pode ocorrer por 
esvaziamento insuficiente da mama, obstrução de ductos ou fatores mamilares. Podendo ser 
classificado em dois tipos: areolar e periférico (SILVA, et al., 2017, p.289). 
O Abscesso Mamário também é relevante fator, sendo um processo infeccioso agudo 
que se instala no curso da mastite não tratada, em aproximadamente 0,5% a 11% dos casos. 
Pode apresentar um ou mais na mesma mama. Quando não há intervenção precoce pode evoluir 
com necrose (mole) do tecido mamário, necessitando cirurgia plástica reparadora (NETO, 
2006). 
A repetição das expressões “o leite secou” ou “leite insuficiente”, é tida como um fator 
transcultural e que perpassaria às diferentes culturas do mundo, porém já foi desmistificado por 
muitos estudos (SILVA, et al., 2017, p.289). Normalmente as mães têm bastante leite, mas falta 
confiança de que o seu leite é suficiente. Todas as mulheres possuem um número semelhante 
de células produtoras de leite, independentemente do tamanho das mamas (LEONOR; 
BÉRTOLO, 2008, p. 38). 
Um outro mito é de que “o leite materno não mata a sede do bebê”, porém o leite materno 
contém toda a água de que uma criança necessita, mesmo se ela residir em locais de clima 
quente. Maquez, et al., (2011) aponta a prática de introdução de água e/ou chás precocemente, 
antes dos seis meses. A água e/ou o chá são oferecidos à criança, já nos primeiros dias de vida, 
com o intuito de acalmar o bebê, aliviar a dor de ouvido, prevenir e tratar o resfriado e 
principalmente para matar a sede da criança (MAQUEZ, et al., 2011). 
Frota et al., (2009) em sua pesquisa, revela que as mães citam a volta ao trabalho como 
ponto decisivo para o desmame precoce, seguida da introdução de outro tipo de leite ou 
alimento é destacada, como compulsório quando a mãe tem que assumir o trabalho fora do lar. 
Esse comportamento de manter a segurança financeira e atender as necessidades familiares é 
28 
 
 
destacado como fator de risco à manutenção do AME sendo um fator determinante para o 
desmame precoce. 
Em relação ao grau de escolaridade, estudos indicam que mulheres com menor 
escolaridade tendem a desmamar seus filhos precocemente. Isso pode ocorrer devido ao menor 
acesso às informações a respeito das vantagens do AM em comparação às mães com maior 
nível educacional. Da mesma forma mulheres de menor renda familiar geralmente amamentam 
por menos tempo, por procurarem com baixa frequência o serviço de saúde, já as com maior 
renda apresentaram maior conhecimento sobre aleitamento prologando a sua duração 
(ANDRADE, et al.,2018, p.6). 
De todas as transformações pelas a quais as mulheres passam necessário também 
apontar as transformações corporais, pois há casos em que muitas mulheres evitam amamentar 
pois temem engordam ou ficar com os seios caídos. Em geral, tais transformações não são 
causadas pela amamentação, mas sim pelo processo de gravidez em si e desaparecem ao 
decorrer do processo. No entanto em alguns casos essas transformações podemgerar 
sentimento negativos que afetam o estado psicológico da mulher podendo influenciar na 
qualidade e na continuidade do aleitamento materno (ALVES, 2010, p.32-33). 
Dias et al., (2014, p.66) salienta que durante o período pós-parto é comum a ocorrência 
da depressão puerperal, o quadro depressivo que tem alta prevalência nas puérperas, podendo 
apresentar várias intensidades e alguns sintomas, como humor deprimido, sentimentos de 
inadequação familiar e social, alterações do apetite e sono, agitação, pensamento de morte ou 
suicídio, dentre outros somas, que podem ter início entre a quarta e sexta semana de pós-parto. 
A ocorrência desse quadro pode trazer consequências para o fortalecimento do vínculo entre 
mãe e filho e assim ocasionar o desmame precoce. 
Para além dos fatores físicos que podem acometer a mulher, fatores ligados ao 
preconceito também são decisivos para o abandono do aleitamento exclusivo. Muitas mães 
deixam de amamentar seus bebês por sentirem vergonha de amamentar em lugares públicos. O 
machismo muitas vezes oprime mulheres que amamentam em público, com olhares de 
reprovação oriundos de pessoas que carregam em si o preconceito com relação a um ato natural 
e fisiológico (SAMPAIO, 2020). 
Sobretudo, ligado a todos esses fatores está a falta de informação recebidas pelas 
puérperas durante o período gestacional. A maiorias dessas mulheres deixam que a falta de 
conhecimento do assunto em si e do conhecimento do seu próprio corpo interfiram no momento 
da amamentação. Essa falta de informações e de conhecimento, por parte de alguma mulheres, 
https://leiturinha.com.br/blog/amamentacao-em-publico/
29 
 
 
pode contribuir não só para o desmame precoce, mas também para o surgimento de 
complicações para elas e para a criança (REGUSE, 2019, p.23). 
O ato de amamentar é herdado culturalmente e influenciado pela família e pelo meio 
social seu estímulos culturais, costumes, crenças e tabus. A mulher se sente compelida a aceitar 
a intervenção de familiares e amigos, e toma decisões de prosseguir ou não com a amamentação, 
baseadas nas constantes interações que faz com seu meio relacional em especial se contarem 
com o apoio da mãe ou do marido no processo. A calma e a confiança da mãe em sua capacidade 
de amamentar o filho são muito importantes no sucesso e na manutenção da lactação (SILVA, 
et al., 2017, p.153) 
Toda mulher tem capacidade de produzir leite suficiente para alimentar seu bebê, porém, 
algumas adversidades podem surgir, nesse sentido, informações precisas e apoio da família, 
comunidade, sistema de saúde e auxílio qualificado de profissionais de saúde treinados e 
especializados, são essenciais para aumentar a sua confiança e diminuir o abandono precoce da 
amamentação (SILVA, et al., 2017, p.153). 
3.2.1 Situações de restrições ao aleitamento materno 
O aleitamento materno deve ser suspenso em situações que podem causar danos à saúde 
materna e/ou neonatal. Algumas destas situações são temporárias, outras permanentes. São 
poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou total do 
leite materno (BRASIL, 2015, p.77). 
Entre as condições permanentes que há contraindicações ao aleitamento materno, estão: 
Câncer de mama que foi tratado ou está em tratamento; Mulheres portadoras do vírus HIV, 
HTLV1 e HTLV2; Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação e Criança 
portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer 
outro que contenha lactose. Em relação a contraindicações temporárias da amamentação: 
Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser 
mantida na mama sadia; Varicela; Doença de Chagas; Consumo de drogas (BRASIL, 2015, 
p.77). 
É importante ressaltar que essa condições são raras, deve-se então enfatizar a 
importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementado até dois anos 
ou mais, onde há inúmeras vantagens do aleitamento para o bebê e a mãe. Em casos onde o 
aleitamento materno não seja indicado, sugere-se orientar a mãe e familiares o porquê desta 
recomendação e utilizar estratégias alternativas que possam fortalecer o vínculo mãe-bebê. 
30 
 
 
4 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO, APOIO E INCENTIVO AO 
ALEITAMENTO MATERNO 
A educação em saúde é tarefa de todos os profissionais de saúde, especialmente os de 
enfermagem. Ela insere-se em todas as atividades e deve acontecer em todo e qualquer contato 
entre o profissional de saúde e a população, seja dentro ou fora das unidades de saúde. A OMS 
recomenda a educação para o desenvolvimento de recursos humanos como um esforço para 
melhoria dos funcionamento do serviços e desempenho das esquipes de trabalho (ALVES, 
2010, p.35). 
No que se refere à saúde da criança, a amamentação tem papel fundamental por conta 
dos seus benefícios nutricionais, emocionais, imunológicos, econômico-sociais, além dos 
benefícios à saúde materna. Infelizmente, é evidente o desmame precoce pelas mulheres 
brasileiras. Em um estudo realizado por Moraes et al. (2014), foi observado que o conhecimento 
que as mães recebiam sobre o leite materno era adquirido em maioria de modo informal, sendo 
que muitas vezes não havia incentivo ou mesmo estímulo dos profissionais de saúde quanto à 
prática da amamentação. 
Porém, com o intuito de promover a saúde materno-infantil houve nos últimos anos, o 
aumento dos estímulos ao aleitamento materno por parte de profissionais, serviços de saúde e 
órgãos governamentais (ALMEIDA, et al., 2015, p.356). Segundo Rolim, et al., (2016) a 
gestação é um processo complexo na vida da mulher, sendo que na maioria das vezes, é 
acompanhada de dúvidas, medos e fantasias que interferem no processo de cuidar. Deste modo 
o apoio dos serviços e profissionais de saúde é fundamental para que a amamentação tenha 
sucesso. 
Costa et al., (2018, p.2018) ressalta que por meio do manejo clínico da amamentação 
realizado por profissionais habilitados, ajuda a estimular o aleitamento materno ao demonstrar 
às mulheres práticas corretas, observando e corrigindo problemas comuns como erro de pega e 
de sucção, insegurança materna, bem como auxilia na prevenção de agravos como infecções 
mamilares e mastites, que podem interferir no estabelecimento de uma amamentação saudável 
e favorecer o desmame precoce. 
A Organização Mundial da Saúde refere, que é necessário que o profissional de Saúde 
estabeleça uma comunicação eficaz com a gestante, para que ocorra a troca de informações em 
relação a fisiologia da gravidez, questões biomédicas, comportamentais e socioculturais, 
incluindo também os aspectos emocionais e psicológicos (REGUSE, 2019, p.14). Nesse sentido 
é papel do enfermeiro desenvolver atividades que se tornem essenciais para estimular a 
31 
 
 
autonomia e protagonismo da mulher, bem como proporcionar uma assistência humanizada e 
qualificada (OMS, 2016). 
No entanto, não basta que o profissional de saúde tenha conhecimentos básicos e 
habilidades em aleitamento materno. É necessário que ele também tenha competência para se 
comunicar de modo eficiente, usando técnicas do aconselhamento em amamentação. 
Primeiramente o profissional deve ouvi-la para assim aconselhar, e não somente dizer à mulher 
o que ela deve fazer; mas sim ajudá-la a tomar decisões, entendendo suas necessidades e 
dialogando com ela sobre os prós e contras das opções (BRASIL, 2015, p.39). 
De acordo com os Cadernos de Atenção Básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2015, 
p.39) é essencial que o profissional de saúde leve em consideração os seguintes recursos: 
• Praticar a comunicação não-verbal (gestos, expressão facial). Por 
exemplo, sorrir, como sinal de acolhimento; balançar a cabeça 
afirmativamente, como sinal de interesse; tocar na mulher ou no bebê, 
quando apropriado; 
• Remover barreiras como mesa, papéis, promovendo maior 
aproximação entre a mulher e o profissionalde saúde; 
• Usar linguagem simples, acessível a quem está ouvindo; 
• Dar espaço para a mulher falar. Para isso, é necessário dedicar tempo 
para ouvir, prestando atenção no que a mãe está dizendo e no 
significado de suas falas; 
• Demonstrar empatia, ou seja, mostrar à mãe que os seus sentimentos 
são compreendidos, colocando-a no centro da situação e da atenção 
do profissional; 
• Evitar palavras que soam como julgamentos, como, por exemplo, 
certo, errado, bem, mal etc.; 
• Aceitar e respeitar os sentimentos e as opiniões das mães, sem, no 
entanto, precisar concordar ou discordar do que ela pensa; 
• Reconhecer e elogiar aspectos em que a mãe e o bebê estão indo bem; 
• Oferecer poucas informações em cada aconselhamento, as mais 
importantes para a situação do momento; 
• Fazer sugestões em vez de dar ordens; 
• Oferecer ajuda prática como, por exemplo, segurar o bebê por alguns 
minutos e ajudá-la a encontrar uma posição confortável para 
amamentar; 
• Conversar com as mães sobre as suas condições de saúde e as do bebê, 
explicando-lhes todos os procedimentos e condutas (BRASIL, 2015, 
p. 39-40). 
Com base nessas considerações o profissional de saúde deve buscar o aconselhamento 
em amamentação de acordo com a época e o momento em que é feito, pois amamentação tem 
necessidades de cuidados diferentes de acordo com momento e as circunstâncias. 
4.1 CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE AMAMENTAÇÃO 
As contribuições da enfermagem na prática do aleitamento materno são de extrema 
importância, tanto para o conhecimento, como para a informação e a prática que passa a ser 
primordial. Em sua conjuntura, o enfermeiro atua como gerenciador e junto a essa posição 
32 
 
 
precisa promover as informações por meio de estratégias específicas de conscientização e 
aconselhamento, conforme a necessidade exigida (CUNHA; SIQUEIRA, 2016, p.88). 
Segundo a UNICEF (2004, p.35) 
A duração do aleitamento materno pode ser favorecida ou restringida 
por fatores biológicos, culturais, relativos à assistência à saúde e 
socioeconômicos. Os profissionais de saúde por meio de suas atitudes 
práticas podem influenciar positivamente ou negativamente o início 
da amamentação e sua duração. Em particular, a equipe de saúde pode 
incentivar a amamentação e apoiar as mães, ajudando-as a iniciá-la 
precocemente e a adquirir autoconfiança em sua capacidade de 
amamentar. [...] Todos devem ter acesso às informações sobre os 
benefícios do aleitamento materno (UNICEF, 2004, p.35 
Souza (2014, p.15) afirma que de acordo com o que é encontrado que o enfermeiro 
desenvolverá metas, objetivos e assim chegará a um plano de cuidados que vai de encontro com 
cada problema encontrado que conterá as informações necessárias para que não haja 
interferências na amamentação e que eles sejam minimizados. 
4.1.1 Contribuições da enfermagem no Pré-natal 
As ações de promoção, apoio e incentivo ao aleitamento materno quando realizadas no 
pré-natal e conduzidas por profissionais capacitadas tornam-se um ambiente ideal para 
esclarecimento de dúvidas e diminuição da ansiedade (MARINHO, et al., 2015, p.194). É no 
período do pré-natal que a gestante deve ser orientada pelo enfermeiro quanto aos inúmeros 
benefícios do aleitamento materno exclusivo (SOUZA, 2014, p.15). 
Nesse período o enfermeiro deve identificar os conhecimentos da mulher, sua 
experiência prática, as crenças, vivência social e familiar, para assim determinar estratégias 
para uma boa qualidade na promoção, educação em saúde para o aleitamento materno, podendo 
assim, garantir a vigilância e a efetividade durante a assistência a mulher nas fases posteriores 
ao parto (COSTA; et al 2013). 
Outra contribuição importante são os exames das mamas, pois por meio dele podem-se 
detectar situações que poderão exigir uma maior assistência à mulher logo após o nascimento 
do bebê, como, por exemplo, a presença de mamilos muito planos ou invertidos e cicatriz de 
cirurgia de redução de mamas (BRASIL, 2015, p.42) 
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a participação do enfermeiro na orientação 
do pai e dos avos é de suma importância desde as consultas de pré-natal até o pós-parto, pois 
essa relação fará com que eles se sintam também importantes, responsáveis e participativos 
neste processo de amamentação e cuidados com o bebê, algumas avós em sua época de 
amamentação, não tiveram êxito em amamentar, pois não tiveram informações corretas 
33 
 
 
e nem foram apoiadas quando tiveram dificuldades para amamentar (AMORIM; 
ANDRADE, 2009, p.102). 
“Amamentar deve ser uma pratica que deve ser aprendida para ser eficazmente 
executada” pois uma mulher bem preparada no pré-natal conseguirá entender a importância 
dessa prática e a executará com sucesso, sendo o papel do enfermeiro apenas de auxiliá-la, já 
que houve a preparação durante a gestação (CECATTI et al, 2004). 
4.1.2 Contribuições da enfermagem no início da amamentação 
Os primeiros dias após o parto são fundamentais para o sucesso da amamentação. É um 
período de intenso aprendizado para a mulher e a criança. A promoção do contato pele-a-pele 
entre mãe-bebê, nas primeiras duas horas pós-parto é uma importante pratica para a promoção 
do aleitamento materno pois fortalece o vínculo de ambos. 
O manejo clínico da amamentação ainda no alojamento conjunto é considerado uma 
ferramenta fundamental e de grande valor para o aprendizado da mulher em relação a 
amamentação, e para assegurar a continuidade do aleitamento após a alta hospitalar. Pois as 
informações transmitidas pelos enfermeiros dentro da unidade de saúde, constituem-se na única 
fonte correta de esclarecimentos a esta mulher acerca da primordial prática do aleitamento 
materno (COSTA, et al., 2018, p.221). 
 É nesse momento que o conhecimento e técnica do posicionamento adequado não deve 
só ser informando, mas também demonstrando às mães o posicionamento da criança junto ao 
seio materno e a pega correta para o aleitamento (COSTA, et al.2018, p.221) 
No período pós-parto é importante lembrar à mãe que cada bebê é único, e responde de 
maneiras diferentes aos diversos estímulos. Assim o enfermeiro deve orientar que comparações 
com filhos anteriores ou com outras crianças podem atrapalhar a interação entre a mãe e o bebê. 
Como apresentado uma importante causa de desmame é o choro do bebê muitas mãe reclamam 
de “trocar o dia pela noite”. Nesse sentido elas devem ser esclarecidas e tranquilizadas para a 
efetividade da prática do aleitamento materno (BRASIL, 2015, p.43). 
Souza (2014, p.22) destaca que o recém-nascido se acalma quando tomado no colo, por 
efeito do calor do corpo e da tranquilizante e ritmada batida do coração. Deste modo mãe e filho 
têm essas potencialidades, natural e desejável. Assim a interação entre a mãe e o bebê nos 
primeiros dias são muito importantes para o sucesso da amamentação e uma futura relação 
harmônica. 
O enfermeiro também deve recomendar que a criança seja amamentada sem restrições 
de horários e de tempo de permanência na mama. Em geral, um bebê em aleitamento materno 
34 
 
 
exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia, sendo que o não deve haver um tempo fixo de 
permanência na mama a cada mamada, visto que deve ser o tempo necessário para esvaziar uma 
mama varia de mãe/bebê (BRASIL, 2015, p.44-45) 
Monteschio et al., (2015, p.871) ressalta que o uso de bicos, chupetas e mamadeiras é 
um dos fatores que levam ao desmame precoce. Nesse sentido o enfermeiro deve empenhar-se 
em desencorajar o uso desses materiais para a alimentação do lactente, com o propósito de 
melhorar a qualidade de vida das crianças e contribuir para a redução da mortalidade infantil 
pela manutenção do AM. Ele pode atuar neste sentido porque é o profissional que está mais 
junto da mãe. 
O não uso de chupetas e mamadeiras estão entre os 10 passos para o sucesso do 
aleitamento materno, definidospelo Fundo das Nações Unidas para a Infância. Essa 
recomendação é decorrente dos malefícios que a sucção dos bicos pode ocasionar no processo 
do aleitamento materno (MONTESCHIO et al.,2015, p.873). 
Em relação ao aspecto do leite materno há a preocupação de muitas mulheres que por 
falta de conhecimento acham que, por ser transparente em algumas ocasiões, o leite é fraco e 
não sustenta a criança. Por isso, é importante que as mulheres saibam que a cor do leite varia 
ao longo de uma mamada e com a dieta da mãe (BRASIL, 2015, p.46). 
O enfermeiro deve esclarecer que a lactação ocorre em três períodos distintos, 
conhecidos como: colostro, leite de transição e leite maduro. O estágio do colostro compreende 
o primeiro período de secreção das glândulas mamárias e ocorre durante a primeira semana 
após o parto, com volume variado de 2 a 20 ml por mamada nos três primeiros dias. Já o leite 
de transição advém na segunda semana pós-parto, age como elo entre o colostro e o leite 
maduro, que acontece a partir da segunda quinzena pós-parto (MOURA, 2010). 
Com o fim da fase de gestação e o evento do parto, mais uma vez, a mulher é tomada 
por sentimentos muitas vezes ambíguos de alegria e medo, dor, cansaço, labilidade emocional 
em decorrência das alterações hormonais que se fazem presentes no momento do parto e no 
pós-parto imediato, bem como do novo papel social que lhe é atribuído – o de ser mãe. Para 
alguns estudiosos, o puerpério é um período de risco psiquiátrico para a mulher onde há a 
necessidade de atenção especial para se intervir terapeuticamente, preventivamente e 
pedagogicamente (SANTOS, 2013, p.44). 
Tais alterações incluem: o chamado Baby blues, também conhecida como melancolia 
do pós-parto é a forma mais frequente de depressão e acomete cerca de 50 a 70% das puérperas; 
a Psicose Puerperal, considerada como o mais grave e dramático transtorno psiquiátrico do pós-
parto, ocorre em cerca de um a dois partos a cada mil partos e a Depressão pós-parto, um 
35 
 
 
episódio depressivo e não psicótico, que, muitas vezes, pode não ser identificado e pode até ser 
ignorado pelos profissionais da saúde por ter o início menos agressivo (SANTOS, 2013, p.45-
46). 
Santos (2013, p.46) ressalta que em todas as situações mencionadas, o enfermeiro deve 
exerce papel relevante, especialmente no que se refere à identificação imediata dos sintomas e 
à agilidade do cuidado das intercorrências maternas, auxiliando na prevenção e na diminuição 
dos riscos para a saúde da mãe e do seu filho. 
4.1.3 Contribuições da enfermagem na manutenção da amamentação 
A gestação muitas vezes é um período em que o apetite da mulher sofre alterações, 
algumas têm o apetite diminuído, outras tem aumento do apetite, e ainda há aquelas que 
continuam a se alimentar como antes. Mas é essencial que as mulheres saibam a importância 
de uma alimentação na fase de amamentação, já que o seu bom estado de saúde, auxilia em 
ganhos para bom desenvolvimento normal da criança (LOPES, 2020). 
Entre as recomendações da enfermagem em relação a alimentação da mulher é 
importante que a orientação alimentar de cada mulher deve levar em consideração, as 
preferências e os hábitos culturais, mas principalmente a acessibilidade aos alimentos. É 
importante lembrar que a mulher pode produzir leite de boa qualidade mesmo consumindo 
dietas subótimas (BRASIL, 2015, p.47). 
Em geral, as mulheres que amamentam não necessitam evitar determinados alimentos. 
O enfermeiro deve se atentar as mães que tenham uma dieta vegetariana verificando se estão 
ingerindo quantidade suficiente de proteínas. As mulheres que amamentam devem ser 
encorajadas a ingerir líquidos em quantidades suficientes para saciar a sua sede, mas sem 
excessos (BRASIL, 2015, p.47). 
Uma das preocupações demonstrada pela maioria das mulheres e enfermeiros é com 
relação ao retorno materno ao trabalho, já que o cumprimento de atividades fora do domicílio 
pode comprometer o aleitamento materno exclusivo. Em relação a este tema, o enfermeiro deve 
salientar o direito de amamentação no trabalho até que a criança complete 6 meses de vida e 
propor alternativas para que as mães mantenham o aleitamento materno exclusivo, mesmo com 
o retorno delas ao trabalho (MONTESCHIO, et al., 2015, p.871). 
Para as mães manterem a lactação após retornarem ao trabalho, é importante que o 
profissional de saúde estimule os familiares, em especial o companheiro, quando presente, a 
dividir as tarefas domésticas e orientara a mulher que precisa trabalhar quanto a algumas 
36 
 
 
medidas que facilitam a manutenção do aleitamento materno. O Caderno de Atenção Básica 
lista as seguintes orientações antes do retorno ao trabalho (BRASIL, 2015, p. 48): 
Manter o aleitamento materno exclusivo; conhecer as facilidades para 
a retirada e armazenamento do leite no local de trabalho (privacidade, 
freezer, horários); praticar a ordenha do leite (de preferência 
manualmente) e congelar o leite para usar no futuro. Iniciar o estoque 
de leite 15 dias antes do retorno ao trabalho (BRASIL, 2015, p. 48). 
Entre as recomendações em relação ao período após o retorno ao trabalho, estão: 
Amamentar com frequência quando estiver em casa, inclusive à noite; 
Evitar mamadeiras; oferecer a alimentação por meio de copo e colher; 
Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de ordenha 
e guardar o leite em congelador; Para alimentar o bebê com leite 
ordenhado congelado, esse deve ser descongelado, em banho-maria 
fora do fogo; Realizar ordenha de preferência manual (BRASIL, 
2015, p. 48). 
A ordenha das mamas é uma alternativa viável não somente para garantir o leite materno 
para as crianças de mães que trabalham fora, mas também para, aliviar o ingurgitamento 
mamário e a estase do leite, prevenindo traumas mamilares em decorrência de mamas muito 
cheias e alimentar o bebê doente ou com baixo peso que não pode sugar. Mesmo se tratando de 
uma técnica simples, ela requer alguns cuidados, sendo principalmente a dedicação e 
conhecimento da mulher para realizá-la, pois se feita de forma inapropriada pode acabar 
provocar dor e lesão nos mamilos. Nesse sentido, a atuação do enfermeiro é destacada, 
orientando técnica correta e especialmente promovendo a autoconfiança da mulher quanto aos 
fatores que podem favorecer a descida do leite (MONTESCHIO, et al., 2015, p.873) 
Após feita a ordenha de forma correta, o leite ordenhado deve ser oferecido ao bebê, 
preferencialmente, em um copo, xícara ou colher com material esterilizável e bordas que não o 
machuquem. Monteshio (et al., 2015, p. 873) explica que uso desses utensílios evita a confusão 
de bicos que ocorre com o uso da mamadeira. A utilização do copo para alimentação do bebê é 
muito difundida no aleitamento de recém-nascidos de risco hospitalizados, especialmente os 
prematuros, sendo essa prática capaz de desenvolver a habilidade de sucção sem prejuízo da 
sucção do seio materno. 
Prado et al, (2013) afirma que a educação em saúde há muito tempo, deixou de ser 
apenas a transmissão de informações especificas. Isto porque, no dias atuais o acesso às 
informações, estão mais facilitado e podem ser feito por meio de inúmeros recursos 
tecnológicos, entre eles, a internet, que é muito mais ágil e abrangente e de fácil acesso a todos. 
37 
 
 
Na internet podemos encontrar um número enorme de conhecimentos sobre os 
processos de adoecer, tratamentos e ações de promoção da saúde, capazes de orientar os 
usuários acerca de sua condição de saúde ou doença (PADRO, et al., 2013). 
 Nesse sentido torna-se fundamental que o enfermeiro que lidam com o aconselhamento 
desenvolvam técnicas eficazes de relacionamento interpessoal para desenvolver habilidades 
específicas de aconselhamento em amamentação, a fim de promover um bom relacionamento 
com a mulher, evitando a propagação de mitos e tabus, e principalmente garantido que a prática 
do aleitamento materno

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