Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE PAULISTA BACHARELADO DE ENFERMAGEM ELOÍZIA RIBEIRO DE OLIVEIRA JANIA CLAUDIA COSTA DA SILVA PEREIRA JANISLENE FRANÇA PAZ ALVES MERIANE FRANÇA PAZ DA SILVA NAIANE MARTINS SILVA O PAPEL DO ENFERMEIRO NO DESMAME PRECOCE PALMAS - TO 2020 O PAPEL DO ENFERMEIRO NO DESMAME PRECOCE Trabalho de conclusão de curso para obtenção do Título de graduação em Enfermagem apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Profº Mayara da Costa Azevedo PALMAS - TO 2020 ELOÍZIA RIBEIRO DE OLIVEIRA JANIA CLAUDIA COSTA DA SILVA PEREIRA JANISLENE FRANÇA PAZ ALVES MERIANE FRANÇA PAZ DA SILVA NAIANE MARTINS SILVA ELOÍZIA RIBEIRO DE OLIVEIRA JANIA CLAUDIA COSTA DA SILVA PEREIRA JANISLENE FRANÇA PAZ ALVES MERIANE FRANÇA PAZ DA SILVA NAIANE MARTINS SILVA O PAPEL DO ENFERMEIRO NO DESMAME PRECOCE Monografia foi avaliada e apresentada à UNIP – Universidade Paulista – Campus Universitário de Palmas, Curso de Enfermagem para obtenção do título de Bacharel e aprovada em sua forma final pelo Orientador e pela Banca Examinadora Data de aprovação: _____ / _____ / ___ Banca Examinadora ___________________________________________________ Orientador: Prof. Esp. Mayara da Costa Azevedo ___________________________________________________ Prof. Esp. Natália Rios Coelho de Paiva Araújo ___________________________________________________ Prof. Me. Maria do Socorro Andrade Modesto Dedicamos este trabalho a Deus e aos nossos familiares. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente à Deus, que nos abençoou e fortaleceu nessa grande caminhada, aos nosso familiares e amigos que nos incentivaram e apoiaram nos momentos difíceis. Agradecemos à instituição Universidade Paulista (UNIP) por nos dá a oportunidade dessa graduação e a cada um dos professores presenciais e tele presenciais por compartilhar os seus saberes. Em especial à nossa orientadora, Mayara da Costa Azevedo, os nosso sinceros agradecimentos, pela orientações e apoio. RESUMO O leite materno é alimento capaz de suprir todas as necessidades alimentares da criança, desde o seu nascimento e durante os seis primeiros meses de vida, sem necessitar da introdução de qualquer outro tipo de alimento, seja sólido ou líquido. Apesar do reconhecimento de todas as vantagens para a saúde da mulher e da criança, a incidência do desmame precoce (DP) ainda é elevada. O processo de amamentação não é fácil, envolve diversos fatores e mesmo com incentivos governamentais, muitas vezes encontram-se obstáculos pelo caminho e essas dificuldades acabam tornando a amamentação dificultosa e cansativa tanto para a mulher quanto para a criança, o que gera o abandono da prática. O objetivo do presente trabalho foi destacar, a importância da prática do aleitamento materno adequado e as causas e consequências do desmame precoce buscando destacar a importância do papel do enfermeiro na promoção, apoio e incentivo ao aleitamento materno, por ser o profissional que mais se relaciona com a mulher durante o processo da gestação. Portanto, para atender esse objetivo, o presente estudo utilizará a pesquisa bibliográfica não sistematizada como abordagem metodológica a ser seguida. Concluindo que a atuação do enfermeiro no apoio, aconselhamento, aplicação de técnicas e estratégias, bem como, a empatia e dedicação do profissional são elementos primordiais para estabelecer as condições favoráveis e inibir o desmame precoce. Palavras-chaves: Aleitamento materno. Desmame precoce. Enfermeiro. ABSTRACT Breast milk is a food capable of supplying all the child's food needs, from birth and during the first six months of life, without needing the introduction of any other type of food, whether solid or liquid. Despite the recognition of all the advantages for the health of women and children, the incidence of early weaning (PD) is still high. The breastfeeding process is not easy, it involves several factors and even with government incentives, obstacles are often encountered along the way and these difficulties end up making breastfeeding difficult and tiring for both the woman and the child, which leads to the abandonment of practice. The objective of the present study was to highlight the importance of the practice of adequate breastfeeding and the causes and consequences of early weaning in order to highlight the importance of the nurse's role in promoting, supporting and encouraging breastfeeding, as it is the professional who is most related with the woman during the pregnancy process. Therefore, to meet this objective, the present study had used non-systematic bibliographic research as a methodological approach to be followed. In conclusion, the role of nurses in support, advice, application of techniques and strategies, as well as empathy and dedication of the professional are essential elements to establish favorable conditions and inhibit early weaning. Keywords: Breastfeeding. Early weaning. Nurse. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 - Artigos Relacionados ............................................................................................. 37 ix LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AM Aleitamento Materno AME Aleitamento Materno Exclusivo OMS Organização Mundial da Saúde PCLH Posto de Coleta de Leite Humano SUS Sistema Único de Saúde UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância SUMÁRIO 1 1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ METODOLOGIA .......................................................................................... 10 12 2 ALEITAMENTO MATERNO (AM): DEFINIÇÃO, VANTAGENS E INCENTIVO ................................................................................................ 13 2.1 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A CRIANÇA ...................................................................................................... 14 2.2 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A MULHER ....................................................................................................... 16 2.3 AS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA PROMOVER E INCENTIVAR O ALEITAMENTO MATERNO .. 17 3 OS FATORES QUE FAVORECEM O DESMAME PRECOCE .......... 21 3.1 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À CRIANÇA ...................................................................................................... 22 3.2 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À MULHER ....................................................................................................... 24 3.2.1 Situações de restrições ao aleitamento materno ........................................ 28 4 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO, APOIO E INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO .................................... 29 4.1 CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE AMAMENTAÇÃO ........................................................................................ 30 4.1.1 Contribuições da enfermagem no Pré-natal ..............................................31 4.1.2 Contribuições da enfermagem no início da amamentação ...................... 32 4.1.3 Contribuições da enfermagem na manutenção da amamentação ........... 34 5 DISCUSSÃO E RESULTADOS ................................................................. 37 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 41 10 1 INTRODUÇÃO No que se refere à saúde da criança a amamentação tem um papel de suma importância devido a seus benefícios nutricionais, emocionais, imunológicos, econômicos sociais e de aporte para o desenvolvimento, além dos benefícios a saúde da mãe. Segundo Joca, et al (2005 p. 357) “o desmame precoce e a ablactação podem ser considerados violência contra a criança, uma vez que a deixa exposta ao risco de adoecer e morrer por doenças relacionadas à desnutrição”. As discussões sobre a ausência de amamentação ou interrupção precoce e a introdução de outros tipos de alimentos na dieta da criança tem sido frequentes no âmbito acadêmico e social, principalmente as consequências danosas a saúde do bebê, como exposição precoce agentes infecciosos contato com proteínas estranhas e prejuízos ao processo de digestão (SILVA, et al., 2017). Por isso as vantagens do aleitamento materno são prevenir alergias e problemas respiratórios, melhorar a capacidade de absorção interna, defesas imunológicas, diminuir o risco de morte de crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses de vida são um tema relevante para meio acadêmico. Tais benefícios podem ser representados de forma significativa pelo estreitamento do vínculo afetivo entre mãe e filho, associado a isso encontra-se ainda as questões nutricionais e fisiológicas responsáveis pela diminuição da morbimortalidade infantil e o pleno desenvolvimento da criança. O aleitamento materno é uma prática recomendada por uma das mais importantes instituições mundiais de saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o aleitamento materno ajuda na diminuição da morbidade e mortalidade das crianças, como também na melhora de sua qualidade de vida. Mas para isso, o aleitamento materno deve ser preconizado como exclusivo, ou seja, sem uso de chás, água, sucos ou outros alimentos até os seis meses de vida (FIALHO, et al., 2014). No entanto existem barreiras que prejudicam o entendimento de pratica de amamentação de qualidade e que é essencial para a vida do bebê, concepções como as de leite fraco ou leite insuficiente que são ocasionadas por processos biológicos nas fases de inibição e estimulação do leite, fazendo com que sejam introduzidos precocemente outros alimentos a criança, o que acarreta menor produção do leite materno, porém isso ocorre devido a práticas inadequadas de amamentação, e podem ser evitadas com o auxílio e informações corretas, que devem ser repassadas a mãe no período de gravidez. 11 Com isso o desmame precoce vem sendo considerado como um dos problemas de saúde que interfere no processo de desenvolvimento e crescimento saudável da criança, trazendo uma série de fatores prejudiciais à saúde do lactante, que irá repercutir ao longo do seu desenvolvimento, e é também uma das causas do aumento nas taxas de mortalidade infantil. Diante de problemas como estes, faz-se necessário que os profissionais, em especial o enfermeiro, que estão à frente no acompanhamento dessas mulheres e crianças estejam sempre disposto a identificar tais problemas e traçar intervenções eficazes na busca de solucioná-los para que venham intervir na promoção de uma prática de amamentação com qualidade. Assim é o enfermeiro um dos principais aliados nas práticas de incentivos ao aleitamento materno exclusivo durante a gestação, período em que é comum que as mulheres apresentem medo e preocupação em relação às alterações ocorridas e expectativa durante a amamentação, bem como o cuidado materno infantil (ALENCAR, et al., 2017) Atualmente as políticas de aleitamento materno no Brasil e as investigações científicas desenvolvidas nas últimas décadas são contribuições significativas para o desenvolvimento de conhecimento acerca dos benefícios do Aleitamento Materno (AM) para a saúde da criança e sobre o vínculo afetivo entre mãe e filho que ele gera. É importante salientar que para uma amamentação adequada, a mãe precisa de incentivos e suporte, não somente dos profissionais de saúde, mais também de sua família e da sociedade, para que no pós-parto a puérpera não venha ter dificuldades em amamentar evitando assim o desmame antes do período adequado, tendo assim sucesso no cuidado à criança e na amamentação. A cooperação entre profissionais multidisciplinar são fundamentais para que se obtenha um resultado satisfatório no que diz respeito à uma amamentação adequada e eficaz. Observa-se que a ocorrência do desmame precoce se revela com aspectos complexos, mediante os quais é possível perceber contradições entre sentimentos e posicionamentos favoráveis e desfavoráveis, tais posicionamento envolvem questões culturais, sociais econômicas e psicossociais, contribuindo e muitas vezes alterando a concepção que a mulher tem sobre sua importância no ato de amamentação. Então, justifica-se o tema desse trabalho pela significativa importância e relevância da prática do aleitamento materno bem como o papel do enfermeiro em conscientizar a mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, sobre a seriedade do aleitamento materno e seus benefícios. Como um profissional que pode evitar dúvidas, dificuldades e possíveis complicações, garantindo um adequado aleitamento materno, capaz de prevenir o desmame precoce e suas consequências, e rompendo os mitos e tabus existentes. 12 Assim este trabalho busca responder a seguinte pergunta: quais fatores determinantes do desmame precoce e o papel do enfermeiro na conscientização da puérpera sobre os benefícios do aleitamento materno? Tendo como objetivo geral aprimorar os conhecimentos sobre os fatores determinantes do desmame precoce e o papel do enfermeiro em auxiliar, incentivar e conscientizar a importância do aleitamento materno. Entre os objetivos específicos, buscará abordar, a importância e as vantagens do aleitamento materno para a criança e para a mulher e os incentivos do governo que buscam promover o aleitamento materno exclusivo. Portanto, ao fim foi feita a conclusão geral sobre o assunto no intuito de se destacar os principais resultados encontrados na pesquisa. 1.1 METODOLOGIA Para o desenvolvimento do trabalho o presente estudo utilizará a pesquisa bibliográfica não sistematizada como abordagem metodológica a ser seguida. Assim esse trabalho será baseado em publicações literárias que tenham relação com o tema, principalmente artigos que falem sobre as atuais políticas de aleitamento materno no Brasil. Bem como, investigações científicas desenvolvidas nas últimas décadas que contribuíram significativamente para o desenvolvimento de conhecimentos acerca dos benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mulher. A seleção dos artigos foi conduzida pelo uso de palavras chaves como: aleitamento materno, desmame precoce e papel do enfermeiro na amamentação. Deste modo, foram identificados trabalhos, antigos e manuais que tratassem sobre esse assunto debatido nesse trabalho, delimitando em um número sete artigos que serviram de base para a composição de um quadro sistemático do conteúdo abordado no trabalho. Esse sete artigos selecionados foram delimitados segundo o período de publicação, sendo publicações dos últimos dez anos e por palavras-chave como: aleitamento materno, desmame precoce e enfermeiro. 13 2 ALEITAMENTO MATERNO (AM): DEFINIÇÃO, VANTAGENS E INCENTIVOS. Para este estudo, é muito importante conhecer e aplicar asdefinições de aleitamento materno adotadas pela OMS e reconhecidas no mundo inteiro. Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em: • Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. • Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais1. • Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. • Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. • Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite (BRASIL, 2015, p.13). No contexto deste trabalho a definição defendida será a que se refere ao aleitamento materno como exclusivo, por ser a classificação que mais contém benefícios para a mulher e para a criança. O cuidado da saúde materno-infantil é uma das metas para redução da mortalidade e morbidade infantil. O leite materno produzido pela glândula mamária da mulher é um alimento único, com características próprias, sendo insubstituível (NELLI; PARTAMIAN, 2012). De acordo com a “Cartilha para a mãe trabalhadora que amamenta” do Ministério da Saúde (2010), as crianças que não são amamentadas possuem elevado risco de não suprirem suas necessidades nutricionais e, por consequência ocasionarem um aumento de 20% na mortalidade em neonatos (BRASIL, 2010). Silva et al. (2017) explica, que grande parte dos estudos apontam que as taxas de aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, ainda não atingiram índices satisfatórios no Brasil e no mundo. Dado a tamanha importância e inúmeros benefícios dessa prática, organizações nacionais e internacionais, como a OMS, orientam que o leite materno deve ser a única forma de alimentação até os seis meses de vida. Essa prática é importante para a sobrevivência, crescimento, desenvolvimento, saúde e nutrição da criança (BRASIL, 2010). Os benefícios que cercam o aleitamento materno não são uma novidade eles estão claramente descritos na literatura científica e acadêmica, sendo que a sua importância como meio ideal de nutrição da criança tem sido largamente difundida. As pesquisas demonstram o 14 quanto as propriedades nutricionais e imunológicas do leite materno são satisfatórias em atender às necessidades fisiológicas do lactente (SANTOS, 2013, p. 83). Embora exista um amplo reconhecimento de que o aleitamento materno exclusivo é um agente relevante na redução de morbimortalidade infantil e uma questão de sobrevivência para a maioria das crianças, o desmame precoce ainda é uma realidade (TIZIANI, et al., 2009, p.15). Deste modo o fortalecimento de ações para promover o crescimento dos índices de aleitamento materno no Brasil e o declínio das taxas de mortalidade infantil consistem em promoção, proteção e apoio a amamentação (ROCCI; FERNANDES, 2014). De acordo com Tiziani, et al., (2009) a amamentação não é algo totalmente instintiva do ser humano, muitas vezes ela deve ser aprendida para ser prolongada com êxito, considerando-se que a maioria das nutrizes precisa de esforço e apoio constantes, sendo que, por diversos motivos muitas mães amamentam seus filhos por um período menor que o preconizado pela Organização Mundial da Saúde, atos que trazem prejuízos tanto para a mãe quanto para o filho e para a sociedade. Portanto, após apresentar quais são as definições de aleitamento o estudo apresentará quais a principais vantagens do AME para a criança e para a mulher, como modo de motivação e orientação aos envolvidos no processo de amamentação. 2.1 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO PARA A CRIANÇA De acordo com a OMS, é considerado aleitamento materno, o processo em que o lactente recebe leite materno independentemente de consumir outros alimentos, já aleitamento materno exclusivo é o processo em que o bebê recebe leite materno de sua mãe ou nutriz ou leite materno extraído, sem receber nenhum outro líquido ou sólido, exceto vitaminas, complementos minerais ou medicamentos (AMORIM; ANDRADE, 2009, p. 97). Assim, quando acorre a prática do aleitamento materno exclusivo a criança adquire algo que é fundamental para o seu crescimento adequado e desenvolvimento, com benefícios para a sua saúde física e psicológica. Não existe, nenhuma outra fórmula alimentar artificial que seja capaz de substituir o leite da mãe em qualidade, especificidade de nutrientes e proteção contra doenças (MARGOTTI; EPIFANIO, 2014). Bresolin et al., (2003) afirma que a atividade da sucção que o bebê faz ao peito tem importante significado para o desenvolvimento do psiquismo da criança, pois essa ação promove uma experencia que envolve sensações táteis, olfatórias, térmicas e auditivas. Alega- 15 se que as crianças que são amamentadas ao peito são mais ativas desde o período neonatal, consequentemente aprendem a andar mais precocemente, apresentam personalidade mais estável e melhor adaptação social. Em relação a proteção de doenças o aleitamento materno é capaz de reduz a incidência ou a gravidade de doenças como: diarreia, bacteremia, meningite bacteriana, infecções respiratórias, otite média, infecção urinária, enterocolite necrosante, septicemia em pré-termos e desnutrição, também possui possíveis efeitos protetores contra algumas síndromes, como: morte súbita, diabetes mellitus insulinodependente, doença de Crohn, linfoma, retocolite ulcerativa, doenças alérgicas e doenças digestivas crônicas (TIZIANI, et al., 2009). Branden (2000) explica que o colostro e o leite materno transmitem para a criança anticorpos maternos que são importantes para as defesas imunológicas contra infecções e alergias alimentares. Por possuir fácil digestão o leite materno tem melhor e mais rápido aproveitamento dos nutrientes pelo organismo da criança quando comparado ao leite artificial. O AM contribui com o meio ambiente, pois, ao contrário dos leites artificiais, não agride e nem polui, além de já ser naturalmente preparado na temperatura ideal para o bebê com todos os nutrientes necessários, sem gasto de energia, de maneira eficaz. A oferta de leites artificiais prejudica a criança quanto ao seu crescimento e desenvolvimento, podendo levá-la tanto à desnutrição quanto à obesidade (ANDRADE, 2018, p.2). Os movimentos de sucção feitos pela criança durante a amamentação promovem a estimulação oral e ajudam no desenvolvimento dos músculos da face e os dentes (BRANDEN, 2000). Nesse sentido, cirurgiões dentistas têm chamado a atenção sobre a relação entre doença dentária e o desmame precoce, pois a sucção através de bico de borracha pode causar má oclusão dentária (BRESOLIN et al., 2003). Os mecanismos envolvidos na possível relação entre AM e melhor desenvolvimento cognitivo ainda não são totalmente conhecidos. No entanto, existem evidências de que o aleitamento materno tem feitos positivos na inteligência da criança. A maioria dos estudos conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento. Essa vantagem foi observada em diferentes idades, inclusive em adultos (BRASIL, 2015, p.21). Os benefícios para a saúde da criança detectados a curto prazo são bem claros e definidos, sendo evidente a redução da morbimortalidade decorrente de doenças infecciosas até o segundo anode vida. Porém essa alimentação saudável durante o primeiro ano de vida é de fundamental importância, também se mostra efetiva na prevenção de doenças crônicas na vida 16 adulta, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, extremamente prevalentes na atualidade (TIZIANI, et al., 2009). 2.2 AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA A MULHER As vantagens já começam após o parto, quando o bebê é amamentado, a mulher libera um hormônio chamado ocitocina que provoca a involução uterina mais rápida e, consequentemente, menor perda sanguínea, protegendo a mulher contra anemia, além disso a ocitocina ajuda no desenvolvimento de um comportamento materno e vínculo mãe-filho. (TIZIANI, et al., 2009). Muitos estudos já estabelecem a associação entre aleitamento materno e a redução na prevalência de câncer de mama. De acordo com dados do Grupo Colaborativo de Fatores Hormonais no Câncer de Mama, estima-se que o risco de adquirir a doença diminui cerca de 4,3% a cada 12 meses de duração de amamentação. Essa proteção independe de idade, etnia, paridade e presença ou não de menopausa (BRASIL, 2015, p.22). Além da proteção contra câncer de mama, há estudo que apontam o efeito protetor da amamentação para o câncer de ovário, osteoporose, risco de artrite reumatoide, retorno ao peso pré-gestacional mais rapidamente no puerpério e duração da amenorreia lactacional, especialmente quando a amamentação é exclusiva, aumentando o espaçamento entre as gestações, além da redução de risco para diabetes tipo 2 (CAMINHA, et al., 2010). Caminha, et al, (2010), apontam que em relação ao câncer de ovário, estudos afirmam que o aleitamento materno por 18 meses ou mais está associado com uma significante diminuição no risco de câncer de ovário, quando comparado com mulheres que nunca tinham amamentado. De acordo com os Cadernos de Atenção Básica do Ministério da Saúde (2015) amamentação é um excelente método anticoncepcional nos primeiros seis meses após o parto com 98% de eficácia (BRASIL, 2015, p.22). A prática do aleitamento materno também está ligada a redução de custo financeiro, pois não amamentar pode significar sacrifícios para uma família com pouca renda. Muitas crianças fazem uso de fórmulas que compõem um o gasto a mais, acrescentando a esses gatos os custos com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não amamentadas representam uma parte considerável dos rendimentos da família. Esse benefício reflete em uma melhora na qualidade de vida das famílias, uma vez que crianças amamentadas adequadamente adoecem menos e necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos (BRASIL, 2015, p. 23). 17 Sobretudo, umas da principais vantagens está ligada a promoção do vínculo afetivo entre a mulher e o bebê. Como consequência dessa relação afetiva há benefícios psicológicos para a mulher. Uma amamentação prazerosa, que envolva olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e filho fortalece os laços afetivos entre os dois, trazendo intimidade, troca de afeto e sentimentos de segurança e de proteção para a criança e de autoconfiança e de realização para a mulher (BRASIL, 2015, p. 23). Nesse sentido, Zerger e Grazziotin (2008) apontam que: Além de ter a vantagem na diminuição de trabalho com a preparação da alimentação do bebê, a recuperação física do pós-parto é mais rápida, o vínculo afetivo é estimulado, o leite no peito não estraga, está na temperatura ideal, o custo de uma dieta para a mãe que amamenta é inferior ao custo de alimentar um bebê com leites industrializados, não há necessidade de gastos com utensílios para alimentar o bebê, e os gastos com consultas médicas, remédios, exames laboratoriais e hospitalizações são reduzidas tendo as mães e seus bebês mais saudáveis (ZERGER, GRAZZIOTIN, 2008). Oliveira e Lima (2015, p. 17) também ressalta que o vínculo emocional da amamentação é tão grande que a autoestima da mulher é elevada e a amamentação se torna motivo de orgulho, sendo que o favorecimento da prática de amamentação auxilia em uma perda de peso mais rápida no período puerperal. Além de tudo, para Bresolin, et al., (2003) o aleitamento é importante para a realização feminina, na medida em que completa o processo da maternidade. Segundo a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o AME previne cerca de 6 milhões de mortes infantis por ano (ANDRADE, et al., 2018, p. 2). Portanto, a prática de um aleitamento materno adequado, que segue todas a recomendações necessárias não é somente fonte de nutrição para a criança, mas também um “remédio” natural para a saúde da mãe em inúmero aspectos. 2.3 AS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA PROMOVER E INCENTIVAR O ALEITAMENTO MATERNO A importância do aleitamento materno é uma prática internacionalmente enfatizada em diversos documentos da Organização Mundial da Saúde. Baseados nas evidências científicas dos benefícios do aleitamento materno exclusivo, muitos países, dentre eles o Brasil, assumiram oficialmente essas recomendação, visando a diminuição da morbimortalidade das crianças e melhor qualidade de vida (AMORIM; ANDRADE, 2009, p. 97). Com isso, em 1981, foi criado o programa Nacional de Incentivo ao aleitamento Materno, com ações no setor de Saúde, comunicação e educação com articulação da sociedade civil, divulgando-se os benefícios dessa prática para o bebê. Em 1991, foi criado a World 18 Alliance for Breastfeeding Oction (WABA), que é responsável por a cada ano lança um tema para a Semana da Amamentação (OLIVEIRA, et al.,2010). A OMS sempre com o intuito de combater o desmame precoce e contribuir para o crescimento saudável da criança, junto a UNICEF estabeleceu incentivos como “Os Dez Passos para o Sucesso do AM” sendo um conjunto de medidas para promoção, desde a década de 90, proteção e apoio ao aleitamento materno, são eles (OLIVEIRA; LIMA; 2015, p. 21): 1 – Ter uma norma escrita sobre o AM, que deve ser rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde. 2 – Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar essa norma. 3 – Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do AM. 4 – Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento. 5 – Mostrar as mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos. 6 – Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico. 7 – Praticar o alojamento conjunto permitir que as mães e bebês permaneçam juntos vinte e quatro horas por dia. 8 – Encorajar o aleitamento sob livre demanda. 9 – Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio. 10 – Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde a mãe deverá ser encaminhada, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório (OLIVEIRA; LIMA; 2015, p. 21). Assim para a adoção desse dez passo em 1992 a UNICEF criou a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), essa iniciativa está inserida na Estratégia Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância da Organização Mundial de Saúde. Sendo considerada uma estratégia efetiva para o incremento da prevalência e da duração da amamentação exclusiva e total. Em 1997 para combater a mortalidade em bebês prematuros e/ou nascidos com menos de 2,5kg, ocorreu a implementação do Método Canguru - Atenção Humanizada ao Recém- Nascido de Baixo Peso, uma iniciativa inicialmente desenvolvido na Colômbia em 1979. Essa iniciativa consiste em promover uma série de cuidados humanizados aos Recém Nascidos Baixo Peso, estimulando o contato pele a pele entre a mãe e o bebê, de forma gradual, evoluindo até a posição Canguru. Esse método possibilita, entre outros, maiorvínculo afetivo, estabilidade térmica, estímulo à amamentação e ao adequado desenvolvimento do bebê. A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil é um instrumento que fortalece as ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, além da alimentação complementar saudável para menores de dois anos de idade no âmbito da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa estratégia busca à qualificação do processo de trabalho dos profissionais da atenção básica, com o objetivo de contribuir para a redução da mortalidade infantil e da 19 ocorrência de agravos à saúde na infância e na idade adulta como obesidade, diabetes, dentre outras, incentivando o aleitamento materno e uma alimentação complementar saudável. O Banco de Leite Humano (BLH) também é um importante iniciativa, ele é responsável por promover ações de proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção lática da nutriz, seleção, classificação, processamento, controle de qualidade e distribuição, sendo proibida a comercialização dos produtos por ele distribuídos. Através do Posto de Coleta de leite humano (PCLH) que pode ser uma unidade fixa ou móvel, intra ou extra-hospitalar. O PCLH é responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção lática da nutriz e sua estocagem. No cenário brasileiro, mesmo com conquistas em prol do resgate desta prática, constata- se continuam a apresentar insuficiências em políticas que tratem da conciliação do trabalho feminino remunerado com o AM. Para suprir esse ineficiência iniciou-se em 2010, a “Ação da Mulher Trabalhadora que Amamenta”. Esta ação faz parte de uma das linhas de cuidado prioritárias da Coordenação Geral da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, e consiste em criar nas empresas públicas e privadas uma cultura de respeito e apoio à amamentação como forma de promover a saúde da trabalhadora e de seu filho, trazendo benefícios diretos para a empresa e para sociedade (FERNANDES, et al., 2016, p. 2) Assim, o Ministério da Saúde brasileiro conjuntamente com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicaram a Nota Técnica intitulada: “Sala de Apoio à Amamentação em Empresas”, aprovada como Portaria n. 193, em 23 de fevereiro de 2010, e orienta a instalação e fiscalização de salas de apoio à amamentação em empresas públicas e privadas, com a parceria das vigilâncias sanitárias locais. No entanto a maioria das empresas não possui um lugar apropriado para a mulher que amamenta esvaziar as mamas durante a jornada de trabalho (FERNANDES, et al., 2016, p. 2) Além da iniciativas do Ministério da Saúde a mulher em fase de amamentação também tem o parto legal que a garante os seu direitos. A legislação brasileira é considerada uma mais avançadas na proteção ao aleitamento materno e ao direito da criança à amamentação nos seis primeiros meses, exclusivamente no peito materno, e até dois anos ou mais com a adição de outros alimentos líquidos e sólidos (HECK, 2011). A Constituição Federal garante à mulher que trabalha fora do lar a licença maternidade e o direito à garantia no emprego à gestante e durante o período de lactação. Às presidiárias a Constituição assegura condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação (HECK, 2011). 20 No que se refere a licença-maternidade a leis trabalhista garantem o afastamento mínimo é de 120 dias, podendo chegar ao período de 180 dias, sendo este espaço maior válido para empresas que aderiram ao Programa Empresa Cidadã. Como a amamentação exclusiva é indicada até os seis meses a lei estabelece que a mulher que tiver licença-maternidade de 120 dias tenha direito a dois descansos remunerados de 30 minutos, ao longo da jornada de trabalho, para amamentarem seus bebês até que completem os seis meses (REDAÇÃO, 2018). A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também assegura o direito à creche para que a mulher possa amamentar seu filho. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código de Defesa do Consumidor (CDC), como legislação correlata, contemplam, em diversos artigos, o direito da criança quanto à amamentação e a comercialização de alimentos a ela destinados (HECK, 2011). Esses direitos são válidos para pais biológicos e adotivos podendo ser denunciados para o sindicato ou para o Ministério do Trabalho caso negados (REDAÇÃO, 2018). Resumo dos avanços na legislação: I - Alojamento Conjunto 1982 - Portaria 18 do INAMPS / MINISTÉRIO DA SAÚDE - estabelecendo a obrigatoriedade do alojamento conjunto. 1986 - Portaria do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - tornando obrigatório o alojamento conjunto nos hospitais universitários. 1992 - Portaria GM / MINISTÉRIO DA SAÚDE nº 1016 - que obriga hospitais e maternidades vinculados ao SUS, próprios e conveniados, a implantarem alojamento conjunto (mãe e filho juntos no mesmo quarto, 24 horas por dia). II - Normas de Comercialização 1988 - Resolução nº 5, do Conselho Nacional de Saúde, elaborada com base no Código Internacional para comercialização de substitutos do leite materno. 1990 - Código de Defesa do Consumidor 1992 - Resolução nº 31, do Conselho Nacional de Saúde, novo texto, incluindo na NBCAL - Norma de Comercialização de Alimentos para lactentes item específico sobre o uso de bicos e mamadeiras 1992 - Acordo Mundial assinado pelo UNICEF e ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE com a Associação Internacional de fabricantes de alimentos, para cessar o fornecimento gratuito e a baixo custo de leites artificiais a maternidades e hospitais. 2002 - NBCAL Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para lactentes e crianças de primeira infância, bicos, chupetas e mamadeiras (Resoluções nº 221 e 222 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA) (HECK, 2011). Andrade, et al., (2018, p.7) aponta que muitos especialista afirmam que mesmo havendo Políticas de Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta nem sempre elas tem resultados 21 satisfatória nas condições de trabalho da mulher e muitas vezes não contribuem com a manutenção da amamentação além do pedido de licença maternidade. 22 3 OS FATORES QUE FAVORECEM AO DESMAME PRECOCE A adesão de práticas alimentares que seja apropriada para a infância é fundamental, pois assegura a sobrevida e saúde das crianças, sendo o aleitamento materno uma das práticas alimentares mais viável, efetiva e de baixo custo, o que se configura como uma das práticas promotoras de saúde infantil e que produzindo reflexos positivos durante toda a vida (SILVA; DAVIM, 2012). No entanto, mesmo diante de tantos benefícios, o desmame precoce tem se tornado cada vez mais comum. Embora existam programas de incentivo ao aleitamento materno, realizados por organizações como internacionais como a OMS e UNICEF e nacionais implementada pelo Ministério da Saúde, a taxa de prevalência do aleitamento materno exclusivo apresenta índices muito abaixo dos considerados ideais (SILVA, et al., 2017). Nesse sentido o conceito de desmame é importante para a melhor compreensão do assunto. Segundo Cabral e Campestrini (2010) o desmame precoce é a interrupção do aleitamento materno exclusivo ao peito, antes do lactente haver completado seis meses de vida, independentemente de a decisão ser da mãe ou não, e do motivo da interrupção. Está informação revela um problema de saúde pública, pois o número de mães que decidem por outros tipos de alimentos sem ser o leite materno é muito relevante (AMARAL, 2015, p.7). O declínio da amamentação é fenômeno conhecido em todo o mundo, especialmente a partir do final do século XIX com o advento da Revolução Industrial (SOUZA, et al., 2016, p. 3807). É a partir da década de 70,seguindo influências do modelo alemão, que a amamentação passou a não ocorrer de forma adequada, houve então um importante declínio desta prática. Este dado foi confirmado pelo inquérito domiciliar nacional que mostrou que a média do período de amamentação era de 2,5 meses. Constatou-se que o padrão da amamentação sofreu modificações na duração e na frequência, e a sua interrupção acontecia cada vez mais cedo (PERCEGONI et al., 2002). A amamentação é uma prática milenar com reconhecidos benefícios nutricionais, imunológicos, cognitivos, econômicos e sociais, por isso o desmame precoce deve ser avaliado a partir de influências diversas (OLIVEIRA; LIMA, 2015, p.19). Para Souza, et al., (2016, p. 3807) os principais responsáveis pela diminuição do aleitamento materno estão ligados a industrialização, com a descoberta do leite em pó, a urbanização, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a desvalorização da maternidade pela sociedade, causaram direto prejuízo na qualidade de vida e saúde das crianças. 23 Há estudo que avaliam variáveis demográficas, socioeconômicas, associadas à assistência à saúde e aos hábitos materno-infantis de uma população como fatores que influenciam o tempo do aleitamento materno exclusivo ou complementado (OLIVEIRA; LIMA, 2015, p.19), ligados a esses fatores, estão dificuldades circunstanciais e culturais. As dificuldades no processo do aleitamento materno podem ser relacionadas a mulher e a criança, e ambas podem contribuir para o desmame precoce (AMARAL, 2015, p.8). 3.1 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À CRIANÇA Embora haja reconhecida importância do aleitamento materno exclusivo até seis meses, a alimentação complementar continua sendo introduzida precocemente (SILVA, et al., 2017, p.152). Para Joca (2005 p. 357), a ablactação pode ser considerada como violência contra a criança, uma vez que a deixa exposta ao risco de adoecer e morrer por doenças relacionadas à desnutrição. É notável que a ausência de amamentação ou sua interrupção precocemente, pela introdução de outros tipos de alimentos na dieta da criança têm consequências, potencialmente, danosas à saúde do bebê (SILVA, et al., 2017, p.152). Nesse sentido esse tópico abordar alguns fatores que levam ao desmame precoce em relação a criança. Neto, et al., (2015, p.288) explica que o choro da criança pode ser a tradução de descontentamento e de fome da criança e por isso as vezes interpretado pela mãe de forma errônea. Segundo o autor a mulher associa essa reação à elas, com a questão da qualidade e quantidade do seu leite julgando não ser satisfatório para a criança, essa associação a introdução de outros alimentos e até mesmo a total substituição do leite materno pelo artificial (NETO, et al., 2015, p.288). Para Sampaio (2020) vivemos inseridos em uma cultura em que a criança precisa ser controlada, domesticada, inserida a uma rotina rígida de alimentação, sono e estimulação. No entanto as crianças choram não apenas por fome. Para os cuidadores o choro passa a ser encarado como angustiante e, inadequadamente, se torna algo a ser solucionado. No entanto o que deve ser compreendido é que a criança chora porque têm sentimentos, emoções e sensações com as quais não sabem lidar e que dependem exclusivamente de seus cuidadores, em especial a mãe, para que sejam amenizados. A autora também ressalta que a criança pode chorar, inclusive, por saudade da vida intrauterina e que se todo choro do bebê for interpretado como fome, teremos a instalação do ciclo de tensão-medo-dor que resultará na introdução de bicos e de substitutos do leite materno e, consequentemente no desmame precoce (SAMPAIO, 2020). 24 Outro fator relacionado a criança é o seu baixo peso tido como suposição para findar a amamentação, pois nessa situação a criança não consegue fazer o estímulo adequado que reflete na fabricação do leite materno, pois não tem força succional suficiente, relacionado ao peso, outro fato é a estadia demorada em unidades de terapia intensivas neonatais que atrapalha a realização do aleitamento materno (SILVA, et al., 2017, p288.) Uma das justificativa apontada ao desmame mais frequentes, é o conceito do "leite fraco” ou “pouco leite” esse mito começou a ser adotado no início do século XX por mulheres que não conseguiam desempenhar seu papel de nutriz, o que resultava no desmame precoce da criança. Construiu-se então conceito da hipogalactia, baseado em fundamentações cientificas da época, justificava o abandono da amamentação e excluía a mulher de ser responsabilizada pelo fracasso perante a sociedade (MONTEIRO, et al., 2011). Marques et al (2008), afirma que essa justificativa é um tabu, e que as mulheres que referem que seu leite é fraco acreditando ter leite insuficiente pata a criança, acabam gerando mamadas insuficientes, fazendo com que a criança perca o leite posterior que é rico em energia ficando com fome, agitada e querendo mamar várias vezes, isso se dá por não ocorrer o total esvaziamento da mama, acarretando o desmame precoce. Sampaio (2020) destaca que não existe leite materno fraco e que leite materno é nutritivo e “forte” o suficiente para que a criança se alimente, cresça e se desenvolva de forma saudável. Assim, quando fórmulas infantis são introduzidas na alimentação da criança sem uma necessidade clínica real, ocorre um processo que pode culminar em desmame precoce. Estudos apontam que o uso de chupetas é descrito como o motivo mais importante da criança não continuar com o Aleitamento Materno Exclusivo, sendo o maior indicador para hábitos de sucção não nutritivos na criança, afirmando também, que o uso de bicos artificiais está intimamente associado ao tipo e a duração do aleitamento materno. A inserção desses materiais, normalmente são uma forma que a mulher, muitas vezes insegura, encontra para tentar tranquilizar a criança quando ela tem dificuldade para amamentar (SILVA, et al., 2017, p288-289). Além disso a indústria está sempre trabalhando para convencer as mães de que tais artefatos são inofensivos à amamentação. No entanto, estudos tem demonstrado o contrário: chupetas e mamadeiras causam confusão de bicos, ou seja, a forma como a criança suga o seio materno é diferente da forma como a sucção é feita em bicos artificiais. Como o bebê precisa aprender a mamar e treinar a cada mamada para a manutenção da amamentação, a cada vez que é oferecido um bico, há confusão, a criança passa a sugar a mama de forma incorreta, extraindo 25 quantidade insuficiente de leite e gerando, novamente, o desencadeamento de um círculo vicioso que culmina em desmame (SAMPAIO, 2020). Silva et al., (2017, p. 289) aponta que enfermidades do lactente também podem influenciar no desmame precoce. Dentre eles estão: resfriado, que impossibilita a respiração nasal, geralmente quando ocorre a congestão nasal, o crescimento dos dentes precocemente, provocando a pressão das gengivas que ficam edemaciadas e dolorosa, dor no ouvido, pois essa dor irradia para a mandíbula ocasionando assim desconforto e mal-estar no momento da sucção; fenilcetonúria, intolerância a lactose, que anula as possibilidades do lactante ingerir leite materno; lábio leporino e perda palatina, são fatores que impossibilitam a amamentação (SILVA, et al., 2017, p.289). 3.2 FATORES QUE LEVAM AO DESMAME PRECOCE EM RELAÇÃO À MÃE A decisão de amamentar da mulher está interligada a sua história de vida e ao significado que atribui a este ato. Dessa forma, essa opção pessoal pode ser influenciada pelo aspecto emocional, social, cultural e econômico desse sujeito (OLIVEIRA; LIMA, 2015, p.19). As orientações fornecidas à mulher durante o pré-natal são essenciais para uma gestação saudável, assim como para o suporte do AM, principalmente nos primeiros dias após o nascimento do bebê, podem ser os mais complicados. Esses fatores e a faltade incentivo a prática da amamentação contribuem para o desmame precoce. Os profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros devem incluir orientações sobre esses temas nas consultas de pré-natal (RODRIGUES, et al., 2014). Para Sampaio (2020) o trabalho de parto espontâneo representa a maturidade fisiológica do bebê. Ao longo do processo a mulher e a criança passam por diversas descargas hormonais, que são fundamentais para a lactação. Independente da via de nascimento, passar pelo trabalho de parto faz toda a diferença para o sucesso da amamentação. No entanto a autora explica que nos casos em que a mulher tem uma cesariana eletiva, esse processo é dificultado pois a criança ainda não está pronta para nascer. Esse não é um o único fator determinante e não significa que todas as mulheres que passam por cesáreas eletivas não conseguirão amamentar. Porém, há estudos de relevância feitos com dados populacionais e a literatura científica também ressalta que os índices de insucesso no aleitamento materno são maiores quando a criança nasce com data e hora marcadas. Assim, o desmame precoce pós cirurgia cesariana é 43% maior em relação ao parto normal (SAMPAIO, 2020). 26 Frota, et al., (2009) evidencia que entre algumas das patologias mais comuns que são consideradas como responsáveis por dificultar ou findar a amamentação exclusiva: é a dor, causada por ingurgitamento mamário ou fissuras mamilares e mastites. As fissuras mamilares, conhecidas popularmente por rachadura, são traumas com ruptura do tecido, uni ou bi lateral, com forma e localização variadas, elas dificultam a amamentação, por provocar dor e até sangramento, sendo o resultado de uma pega incorreta pela criança (SILVA, et al., 2017, p.289). Neto (2006) explica que as mesmas podem ser causadas por: Fungos (cândida); sucção incorreta; posição errada do lactente; aleitar por muito tempo em uma mesma mamada; fazer uso de lubrificantes e medicamentos, prejudicando a flora bacteriana normal e expor a pele ao ressecamento; excesso de higiene; ordenha artificial e principalmente a falta de orientação sobre esses fatores que levam ao surgimento de fissuras que deveria ser esclarecida no pré-natal (NETO, 2006). A mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama que pode ou não caminhar para uma infecção bacteriana. Os germes mais comumente envolvidos são os Staphylococcus (aureus e albus) e em menor frequência a Escherichia coli e Streptococcus. As fissuras mamilares costumam ser a porta de entrada para essas infecções mamárias. Já a galactocele é uma formação cística nos ductos mamários contendo fluído leitoso, que, mais tarde, pode tornar-se viscoso, a extração cirúrgica pode ser necessária, já que o cisto costuma encher novamente após aspirações (SANTIAGO; SANTIAGO, 2014, p;25) Em relação a problemas na mama da mulher, outro fator relacionado à mãe são as bolhas mamilares, são traumas mamilares quase imperceptíveis que se instalam quando o bebê suga a ponta do mamilo numa pega incorreta, causando intensa dor na porção terminal, formando pequenas bolhas com deslocamento da pele que, por se desfazerem rapidamente, dificultam o diagnóstico. Quando não tratadas, evoluem para as bolhas mais dolorosa, localizadas na ponta do mamilo (SILVA, et al., 2017, p.289). De acordo com Sampaio (2020) o ajuste da pega é fundamental para que a amamentação ocorra com relativa tranquilidade, os primeiro contatos nas primeiras horas e dias de vida são cruciais para que o bebê aprenda a mamar. O posicionamento do bebê na mama e a forma como essa sucção vai ocorrer dependem de muita paciência e aprendizado. Nesse sentido a autora explica que quando a pega se mantém incorreta ao longo do tempo, aparecem os problemas que podem se iniciar com rachaduras que ocasionam dor e dificuldade em manter o bebê na mama. A dor, por sua vez, desencoraja a amamentação. Isso resulta em acúmulo de leite nos ductos, ingurgitamento, formação de abscessos e mastite. Os 27 ajustes de pega associados à prática de acordo com as necessidades do bebê, são fundamentais para uma amamentação saudável e sem desistência (SAMPAIO, 2020). Segundo Leonor e Bértolo (2008, p. 37) algumas mulheres tem a tendência de pensarem que os seus mamilos são muito pequenos para amamentar, mas o tamanho dos mamilos em “repouso” não é importante, dado que o mamilo é só 1/3 da porção da mama que o bebê deve introduzir na boca para sugar plenamente. Deste modo, o que é importante é que a mãe coloque o bebê ao peito logo após o nascimento; e evite o uso de tetinas e de chupetas, para evitar que o bebê tenha maior dificuldade em pegar. Outro fator crucial no desmame precoce é o chamado ingurgitamento mamário ou estase láctea, que ocorre quando a produção láctea é superior a demanda, nesse processos há a interrupção do fluxo normal do leite através dos ductos, esse processo pode ocorrer por esvaziamento insuficiente da mama, obstrução de ductos ou fatores mamilares. Podendo ser classificado em dois tipos: areolar e periférico (SILVA, et al., 2017, p.289). O Abscesso Mamário também é relevante fator, sendo um processo infeccioso agudo que se instala no curso da mastite não tratada, em aproximadamente 0,5% a 11% dos casos. Pode apresentar um ou mais na mesma mama. Quando não há intervenção precoce pode evoluir com necrose (mole) do tecido mamário, necessitando cirurgia plástica reparadora (NETO, 2006). A repetição das expressões “o leite secou” ou “leite insuficiente”, é tida como um fator transcultural e que perpassaria às diferentes culturas do mundo, porém já foi desmistificado por muitos estudos (SILVA, et al., 2017, p.289). Normalmente as mães têm bastante leite, mas falta confiança de que o seu leite é suficiente. Todas as mulheres possuem um número semelhante de células produtoras de leite, independentemente do tamanho das mamas (LEONOR; BÉRTOLO, 2008, p. 38). Um outro mito é de que “o leite materno não mata a sede do bebê”, porém o leite materno contém toda a água de que uma criança necessita, mesmo se ela residir em locais de clima quente. Maquez, et al., (2011) aponta a prática de introdução de água e/ou chás precocemente, antes dos seis meses. A água e/ou o chá são oferecidos à criança, já nos primeiros dias de vida, com o intuito de acalmar o bebê, aliviar a dor de ouvido, prevenir e tratar o resfriado e principalmente para matar a sede da criança (MAQUEZ, et al., 2011). Frota et al., (2009) em sua pesquisa, revela que as mães citam a volta ao trabalho como ponto decisivo para o desmame precoce, seguida da introdução de outro tipo de leite ou alimento é destacada, como compulsório quando a mãe tem que assumir o trabalho fora do lar. Esse comportamento de manter a segurança financeira e atender as necessidades familiares é 28 destacado como fator de risco à manutenção do AME sendo um fator determinante para o desmame precoce. Em relação ao grau de escolaridade, estudos indicam que mulheres com menor escolaridade tendem a desmamar seus filhos precocemente. Isso pode ocorrer devido ao menor acesso às informações a respeito das vantagens do AM em comparação às mães com maior nível educacional. Da mesma forma mulheres de menor renda familiar geralmente amamentam por menos tempo, por procurarem com baixa frequência o serviço de saúde, já as com maior renda apresentaram maior conhecimento sobre aleitamento prologando a sua duração (ANDRADE, et al.,2018, p.6). De todas as transformações pelas a quais as mulheres passam necessário também apontar as transformações corporais, pois há casos em que muitas mulheres evitam amamentar pois temem engordam ou ficar com os seios caídos. Em geral, tais transformações não são causadas pela amamentação, mas sim pelo processo de gravidez em si e desaparecem ao decorrer do processo. No entanto em alguns casos essas transformações podemgerar sentimento negativos que afetam o estado psicológico da mulher podendo influenciar na qualidade e na continuidade do aleitamento materno (ALVES, 2010, p.32-33). Dias et al., (2014, p.66) salienta que durante o período pós-parto é comum a ocorrência da depressão puerperal, o quadro depressivo que tem alta prevalência nas puérperas, podendo apresentar várias intensidades e alguns sintomas, como humor deprimido, sentimentos de inadequação familiar e social, alterações do apetite e sono, agitação, pensamento de morte ou suicídio, dentre outros somas, que podem ter início entre a quarta e sexta semana de pós-parto. A ocorrência desse quadro pode trazer consequências para o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho e assim ocasionar o desmame precoce. Para além dos fatores físicos que podem acometer a mulher, fatores ligados ao preconceito também são decisivos para o abandono do aleitamento exclusivo. Muitas mães deixam de amamentar seus bebês por sentirem vergonha de amamentar em lugares públicos. O machismo muitas vezes oprime mulheres que amamentam em público, com olhares de reprovação oriundos de pessoas que carregam em si o preconceito com relação a um ato natural e fisiológico (SAMPAIO, 2020). Sobretudo, ligado a todos esses fatores está a falta de informação recebidas pelas puérperas durante o período gestacional. A maiorias dessas mulheres deixam que a falta de conhecimento do assunto em si e do conhecimento do seu próprio corpo interfiram no momento da amamentação. Essa falta de informações e de conhecimento, por parte de alguma mulheres, https://leiturinha.com.br/blog/amamentacao-em-publico/ 29 pode contribuir não só para o desmame precoce, mas também para o surgimento de complicações para elas e para a criança (REGUSE, 2019, p.23). O ato de amamentar é herdado culturalmente e influenciado pela família e pelo meio social seu estímulos culturais, costumes, crenças e tabus. A mulher se sente compelida a aceitar a intervenção de familiares e amigos, e toma decisões de prosseguir ou não com a amamentação, baseadas nas constantes interações que faz com seu meio relacional em especial se contarem com o apoio da mãe ou do marido no processo. A calma e a confiança da mãe em sua capacidade de amamentar o filho são muito importantes no sucesso e na manutenção da lactação (SILVA, et al., 2017, p.153) Toda mulher tem capacidade de produzir leite suficiente para alimentar seu bebê, porém, algumas adversidades podem surgir, nesse sentido, informações precisas e apoio da família, comunidade, sistema de saúde e auxílio qualificado de profissionais de saúde treinados e especializados, são essenciais para aumentar a sua confiança e diminuir o abandono precoce da amamentação (SILVA, et al., 2017, p.153). 3.2.1 Situações de restrições ao aleitamento materno O aleitamento materno deve ser suspenso em situações que podem causar danos à saúde materna e/ou neonatal. Algumas destas situações são temporárias, outras permanentes. São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou total do leite materno (BRASIL, 2015, p.77). Entre as condições permanentes que há contraindicações ao aleitamento materno, estão: Câncer de mama que foi tratado ou está em tratamento; Mulheres portadoras do vírus HIV, HTLV1 e HTLV2; Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação e Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose. Em relação a contraindicações temporárias da amamentação: Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia; Varicela; Doença de Chagas; Consumo de drogas (BRASIL, 2015, p.77). É importante ressaltar que essa condições são raras, deve-se então enfatizar a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementado até dois anos ou mais, onde há inúmeras vantagens do aleitamento para o bebê e a mãe. Em casos onde o aleitamento materno não seja indicado, sugere-se orientar a mãe e familiares o porquê desta recomendação e utilizar estratégias alternativas que possam fortalecer o vínculo mãe-bebê. 30 4 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO, APOIO E INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO A educação em saúde é tarefa de todos os profissionais de saúde, especialmente os de enfermagem. Ela insere-se em todas as atividades e deve acontecer em todo e qualquer contato entre o profissional de saúde e a população, seja dentro ou fora das unidades de saúde. A OMS recomenda a educação para o desenvolvimento de recursos humanos como um esforço para melhoria dos funcionamento do serviços e desempenho das esquipes de trabalho (ALVES, 2010, p.35). No que se refere à saúde da criança, a amamentação tem papel fundamental por conta dos seus benefícios nutricionais, emocionais, imunológicos, econômico-sociais, além dos benefícios à saúde materna. Infelizmente, é evidente o desmame precoce pelas mulheres brasileiras. Em um estudo realizado por Moraes et al. (2014), foi observado que o conhecimento que as mães recebiam sobre o leite materno era adquirido em maioria de modo informal, sendo que muitas vezes não havia incentivo ou mesmo estímulo dos profissionais de saúde quanto à prática da amamentação. Porém, com o intuito de promover a saúde materno-infantil houve nos últimos anos, o aumento dos estímulos ao aleitamento materno por parte de profissionais, serviços de saúde e órgãos governamentais (ALMEIDA, et al., 2015, p.356). Segundo Rolim, et al., (2016) a gestação é um processo complexo na vida da mulher, sendo que na maioria das vezes, é acompanhada de dúvidas, medos e fantasias que interferem no processo de cuidar. Deste modo o apoio dos serviços e profissionais de saúde é fundamental para que a amamentação tenha sucesso. Costa et al., (2018, p.2018) ressalta que por meio do manejo clínico da amamentação realizado por profissionais habilitados, ajuda a estimular o aleitamento materno ao demonstrar às mulheres práticas corretas, observando e corrigindo problemas comuns como erro de pega e de sucção, insegurança materna, bem como auxilia na prevenção de agravos como infecções mamilares e mastites, que podem interferir no estabelecimento de uma amamentação saudável e favorecer o desmame precoce. A Organização Mundial da Saúde refere, que é necessário que o profissional de Saúde estabeleça uma comunicação eficaz com a gestante, para que ocorra a troca de informações em relação a fisiologia da gravidez, questões biomédicas, comportamentais e socioculturais, incluindo também os aspectos emocionais e psicológicos (REGUSE, 2019, p.14). Nesse sentido é papel do enfermeiro desenvolver atividades que se tornem essenciais para estimular a 31 autonomia e protagonismo da mulher, bem como proporcionar uma assistência humanizada e qualificada (OMS, 2016). No entanto, não basta que o profissional de saúde tenha conhecimentos básicos e habilidades em aleitamento materno. É necessário que ele também tenha competência para se comunicar de modo eficiente, usando técnicas do aconselhamento em amamentação. Primeiramente o profissional deve ouvi-la para assim aconselhar, e não somente dizer à mulher o que ela deve fazer; mas sim ajudá-la a tomar decisões, entendendo suas necessidades e dialogando com ela sobre os prós e contras das opções (BRASIL, 2015, p.39). De acordo com os Cadernos de Atenção Básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2015, p.39) é essencial que o profissional de saúde leve em consideração os seguintes recursos: • Praticar a comunicação não-verbal (gestos, expressão facial). Por exemplo, sorrir, como sinal de acolhimento; balançar a cabeça afirmativamente, como sinal de interesse; tocar na mulher ou no bebê, quando apropriado; • Remover barreiras como mesa, papéis, promovendo maior aproximação entre a mulher e o profissionalde saúde; • Usar linguagem simples, acessível a quem está ouvindo; • Dar espaço para a mulher falar. Para isso, é necessário dedicar tempo para ouvir, prestando atenção no que a mãe está dizendo e no significado de suas falas; • Demonstrar empatia, ou seja, mostrar à mãe que os seus sentimentos são compreendidos, colocando-a no centro da situação e da atenção do profissional; • Evitar palavras que soam como julgamentos, como, por exemplo, certo, errado, bem, mal etc.; • Aceitar e respeitar os sentimentos e as opiniões das mães, sem, no entanto, precisar concordar ou discordar do que ela pensa; • Reconhecer e elogiar aspectos em que a mãe e o bebê estão indo bem; • Oferecer poucas informações em cada aconselhamento, as mais importantes para a situação do momento; • Fazer sugestões em vez de dar ordens; • Oferecer ajuda prática como, por exemplo, segurar o bebê por alguns minutos e ajudá-la a encontrar uma posição confortável para amamentar; • Conversar com as mães sobre as suas condições de saúde e as do bebê, explicando-lhes todos os procedimentos e condutas (BRASIL, 2015, p. 39-40). Com base nessas considerações o profissional de saúde deve buscar o aconselhamento em amamentação de acordo com a época e o momento em que é feito, pois amamentação tem necessidades de cuidados diferentes de acordo com momento e as circunstâncias. 4.1 CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE AMAMENTAÇÃO As contribuições da enfermagem na prática do aleitamento materno são de extrema importância, tanto para o conhecimento, como para a informação e a prática que passa a ser primordial. Em sua conjuntura, o enfermeiro atua como gerenciador e junto a essa posição 32 precisa promover as informações por meio de estratégias específicas de conscientização e aconselhamento, conforme a necessidade exigida (CUNHA; SIQUEIRA, 2016, p.88). Segundo a UNICEF (2004, p.35) A duração do aleitamento materno pode ser favorecida ou restringida por fatores biológicos, culturais, relativos à assistência à saúde e socioeconômicos. Os profissionais de saúde por meio de suas atitudes práticas podem influenciar positivamente ou negativamente o início da amamentação e sua duração. Em particular, a equipe de saúde pode incentivar a amamentação e apoiar as mães, ajudando-as a iniciá-la precocemente e a adquirir autoconfiança em sua capacidade de amamentar. [...] Todos devem ter acesso às informações sobre os benefícios do aleitamento materno (UNICEF, 2004, p.35 Souza (2014, p.15) afirma que de acordo com o que é encontrado que o enfermeiro desenvolverá metas, objetivos e assim chegará a um plano de cuidados que vai de encontro com cada problema encontrado que conterá as informações necessárias para que não haja interferências na amamentação e que eles sejam minimizados. 4.1.1 Contribuições da enfermagem no Pré-natal As ações de promoção, apoio e incentivo ao aleitamento materno quando realizadas no pré-natal e conduzidas por profissionais capacitadas tornam-se um ambiente ideal para esclarecimento de dúvidas e diminuição da ansiedade (MARINHO, et al., 2015, p.194). É no período do pré-natal que a gestante deve ser orientada pelo enfermeiro quanto aos inúmeros benefícios do aleitamento materno exclusivo (SOUZA, 2014, p.15). Nesse período o enfermeiro deve identificar os conhecimentos da mulher, sua experiência prática, as crenças, vivência social e familiar, para assim determinar estratégias para uma boa qualidade na promoção, educação em saúde para o aleitamento materno, podendo assim, garantir a vigilância e a efetividade durante a assistência a mulher nas fases posteriores ao parto (COSTA; et al 2013). Outra contribuição importante são os exames das mamas, pois por meio dele podem-se detectar situações que poderão exigir uma maior assistência à mulher logo após o nascimento do bebê, como, por exemplo, a presença de mamilos muito planos ou invertidos e cicatriz de cirurgia de redução de mamas (BRASIL, 2015, p.42) Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a participação do enfermeiro na orientação do pai e dos avos é de suma importância desde as consultas de pré-natal até o pós-parto, pois essa relação fará com que eles se sintam também importantes, responsáveis e participativos neste processo de amamentação e cuidados com o bebê, algumas avós em sua época de amamentação, não tiveram êxito em amamentar, pois não tiveram informações corretas 33 e nem foram apoiadas quando tiveram dificuldades para amamentar (AMORIM; ANDRADE, 2009, p.102). “Amamentar deve ser uma pratica que deve ser aprendida para ser eficazmente executada” pois uma mulher bem preparada no pré-natal conseguirá entender a importância dessa prática e a executará com sucesso, sendo o papel do enfermeiro apenas de auxiliá-la, já que houve a preparação durante a gestação (CECATTI et al, 2004). 4.1.2 Contribuições da enfermagem no início da amamentação Os primeiros dias após o parto são fundamentais para o sucesso da amamentação. É um período de intenso aprendizado para a mulher e a criança. A promoção do contato pele-a-pele entre mãe-bebê, nas primeiras duas horas pós-parto é uma importante pratica para a promoção do aleitamento materno pois fortalece o vínculo de ambos. O manejo clínico da amamentação ainda no alojamento conjunto é considerado uma ferramenta fundamental e de grande valor para o aprendizado da mulher em relação a amamentação, e para assegurar a continuidade do aleitamento após a alta hospitalar. Pois as informações transmitidas pelos enfermeiros dentro da unidade de saúde, constituem-se na única fonte correta de esclarecimentos a esta mulher acerca da primordial prática do aleitamento materno (COSTA, et al., 2018, p.221). É nesse momento que o conhecimento e técnica do posicionamento adequado não deve só ser informando, mas também demonstrando às mães o posicionamento da criança junto ao seio materno e a pega correta para o aleitamento (COSTA, et al.2018, p.221) No período pós-parto é importante lembrar à mãe que cada bebê é único, e responde de maneiras diferentes aos diversos estímulos. Assim o enfermeiro deve orientar que comparações com filhos anteriores ou com outras crianças podem atrapalhar a interação entre a mãe e o bebê. Como apresentado uma importante causa de desmame é o choro do bebê muitas mãe reclamam de “trocar o dia pela noite”. Nesse sentido elas devem ser esclarecidas e tranquilizadas para a efetividade da prática do aleitamento materno (BRASIL, 2015, p.43). Souza (2014, p.22) destaca que o recém-nascido se acalma quando tomado no colo, por efeito do calor do corpo e da tranquilizante e ritmada batida do coração. Deste modo mãe e filho têm essas potencialidades, natural e desejável. Assim a interação entre a mãe e o bebê nos primeiros dias são muito importantes para o sucesso da amamentação e uma futura relação harmônica. O enfermeiro também deve recomendar que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama. Em geral, um bebê em aleitamento materno 34 exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia, sendo que o não deve haver um tempo fixo de permanência na mama a cada mamada, visto que deve ser o tempo necessário para esvaziar uma mama varia de mãe/bebê (BRASIL, 2015, p.44-45) Monteschio et al., (2015, p.871) ressalta que o uso de bicos, chupetas e mamadeiras é um dos fatores que levam ao desmame precoce. Nesse sentido o enfermeiro deve empenhar-se em desencorajar o uso desses materiais para a alimentação do lactente, com o propósito de melhorar a qualidade de vida das crianças e contribuir para a redução da mortalidade infantil pela manutenção do AM. Ele pode atuar neste sentido porque é o profissional que está mais junto da mãe. O não uso de chupetas e mamadeiras estão entre os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno, definidospelo Fundo das Nações Unidas para a Infância. Essa recomendação é decorrente dos malefícios que a sucção dos bicos pode ocasionar no processo do aleitamento materno (MONTESCHIO et al.,2015, p.873). Em relação ao aspecto do leite materno há a preocupação de muitas mulheres que por falta de conhecimento acham que, por ser transparente em algumas ocasiões, o leite é fraco e não sustenta a criança. Por isso, é importante que as mulheres saibam que a cor do leite varia ao longo de uma mamada e com a dieta da mãe (BRASIL, 2015, p.46). O enfermeiro deve esclarecer que a lactação ocorre em três períodos distintos, conhecidos como: colostro, leite de transição e leite maduro. O estágio do colostro compreende o primeiro período de secreção das glândulas mamárias e ocorre durante a primeira semana após o parto, com volume variado de 2 a 20 ml por mamada nos três primeiros dias. Já o leite de transição advém na segunda semana pós-parto, age como elo entre o colostro e o leite maduro, que acontece a partir da segunda quinzena pós-parto (MOURA, 2010). Com o fim da fase de gestação e o evento do parto, mais uma vez, a mulher é tomada por sentimentos muitas vezes ambíguos de alegria e medo, dor, cansaço, labilidade emocional em decorrência das alterações hormonais que se fazem presentes no momento do parto e no pós-parto imediato, bem como do novo papel social que lhe é atribuído – o de ser mãe. Para alguns estudiosos, o puerpério é um período de risco psiquiátrico para a mulher onde há a necessidade de atenção especial para se intervir terapeuticamente, preventivamente e pedagogicamente (SANTOS, 2013, p.44). Tais alterações incluem: o chamado Baby blues, também conhecida como melancolia do pós-parto é a forma mais frequente de depressão e acomete cerca de 50 a 70% das puérperas; a Psicose Puerperal, considerada como o mais grave e dramático transtorno psiquiátrico do pós- parto, ocorre em cerca de um a dois partos a cada mil partos e a Depressão pós-parto, um 35 episódio depressivo e não psicótico, que, muitas vezes, pode não ser identificado e pode até ser ignorado pelos profissionais da saúde por ter o início menos agressivo (SANTOS, 2013, p.45- 46). Santos (2013, p.46) ressalta que em todas as situações mencionadas, o enfermeiro deve exerce papel relevante, especialmente no que se refere à identificação imediata dos sintomas e à agilidade do cuidado das intercorrências maternas, auxiliando na prevenção e na diminuição dos riscos para a saúde da mãe e do seu filho. 4.1.3 Contribuições da enfermagem na manutenção da amamentação A gestação muitas vezes é um período em que o apetite da mulher sofre alterações, algumas têm o apetite diminuído, outras tem aumento do apetite, e ainda há aquelas que continuam a se alimentar como antes. Mas é essencial que as mulheres saibam a importância de uma alimentação na fase de amamentação, já que o seu bom estado de saúde, auxilia em ganhos para bom desenvolvimento normal da criança (LOPES, 2020). Entre as recomendações da enfermagem em relação a alimentação da mulher é importante que a orientação alimentar de cada mulher deve levar em consideração, as preferências e os hábitos culturais, mas principalmente a acessibilidade aos alimentos. É importante lembrar que a mulher pode produzir leite de boa qualidade mesmo consumindo dietas subótimas (BRASIL, 2015, p.47). Em geral, as mulheres que amamentam não necessitam evitar determinados alimentos. O enfermeiro deve se atentar as mães que tenham uma dieta vegetariana verificando se estão ingerindo quantidade suficiente de proteínas. As mulheres que amamentam devem ser encorajadas a ingerir líquidos em quantidades suficientes para saciar a sua sede, mas sem excessos (BRASIL, 2015, p.47). Uma das preocupações demonstrada pela maioria das mulheres e enfermeiros é com relação ao retorno materno ao trabalho, já que o cumprimento de atividades fora do domicílio pode comprometer o aleitamento materno exclusivo. Em relação a este tema, o enfermeiro deve salientar o direito de amamentação no trabalho até que a criança complete 6 meses de vida e propor alternativas para que as mães mantenham o aleitamento materno exclusivo, mesmo com o retorno delas ao trabalho (MONTESCHIO, et al., 2015, p.871). Para as mães manterem a lactação após retornarem ao trabalho, é importante que o profissional de saúde estimule os familiares, em especial o companheiro, quando presente, a dividir as tarefas domésticas e orientara a mulher que precisa trabalhar quanto a algumas 36 medidas que facilitam a manutenção do aleitamento materno. O Caderno de Atenção Básica lista as seguintes orientações antes do retorno ao trabalho (BRASIL, 2015, p. 48): Manter o aleitamento materno exclusivo; conhecer as facilidades para a retirada e armazenamento do leite no local de trabalho (privacidade, freezer, horários); praticar a ordenha do leite (de preferência manualmente) e congelar o leite para usar no futuro. Iniciar o estoque de leite 15 dias antes do retorno ao trabalho (BRASIL, 2015, p. 48). Entre as recomendações em relação ao período após o retorno ao trabalho, estão: Amamentar com frequência quando estiver em casa, inclusive à noite; Evitar mamadeiras; oferecer a alimentação por meio de copo e colher; Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de ordenha e guardar o leite em congelador; Para alimentar o bebê com leite ordenhado congelado, esse deve ser descongelado, em banho-maria fora do fogo; Realizar ordenha de preferência manual (BRASIL, 2015, p. 48). A ordenha das mamas é uma alternativa viável não somente para garantir o leite materno para as crianças de mães que trabalham fora, mas também para, aliviar o ingurgitamento mamário e a estase do leite, prevenindo traumas mamilares em decorrência de mamas muito cheias e alimentar o bebê doente ou com baixo peso que não pode sugar. Mesmo se tratando de uma técnica simples, ela requer alguns cuidados, sendo principalmente a dedicação e conhecimento da mulher para realizá-la, pois se feita de forma inapropriada pode acabar provocar dor e lesão nos mamilos. Nesse sentido, a atuação do enfermeiro é destacada, orientando técnica correta e especialmente promovendo a autoconfiança da mulher quanto aos fatores que podem favorecer a descida do leite (MONTESCHIO, et al., 2015, p.873) Após feita a ordenha de forma correta, o leite ordenhado deve ser oferecido ao bebê, preferencialmente, em um copo, xícara ou colher com material esterilizável e bordas que não o machuquem. Monteshio (et al., 2015, p. 873) explica que uso desses utensílios evita a confusão de bicos que ocorre com o uso da mamadeira. A utilização do copo para alimentação do bebê é muito difundida no aleitamento de recém-nascidos de risco hospitalizados, especialmente os prematuros, sendo essa prática capaz de desenvolver a habilidade de sucção sem prejuízo da sucção do seio materno. Prado et al, (2013) afirma que a educação em saúde há muito tempo, deixou de ser apenas a transmissão de informações especificas. Isto porque, no dias atuais o acesso às informações, estão mais facilitado e podem ser feito por meio de inúmeros recursos tecnológicos, entre eles, a internet, que é muito mais ágil e abrangente e de fácil acesso a todos. 37 Na internet podemos encontrar um número enorme de conhecimentos sobre os processos de adoecer, tratamentos e ações de promoção da saúde, capazes de orientar os usuários acerca de sua condição de saúde ou doença (PADRO, et al., 2013). Nesse sentido torna-se fundamental que o enfermeiro que lidam com o aconselhamento desenvolvam técnicas eficazes de relacionamento interpessoal para desenvolver habilidades específicas de aconselhamento em amamentação, a fim de promover um bom relacionamento com a mulher, evitando a propagação de mitos e tabus, e principalmente garantido que a prática do aleitamento materno
Compartilhar