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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM CURSO DE ENGENHARIA CIVIL THALITA RODRIGUES FERREIRA INSPEÇÃO PREDIAL SOB A ÓTICA DA NOVA NORMA NBR 16747 SANTARÉM 2020 1 THALITA RODRIGUES FERREIRA INSPEÇÃO PREDIAL SOB A ÓTICA DA NOVA NORMA NBR 16747 Trabalho apresentado como requisito parcial para avaliação da Disciplina Projeto de Edificações, do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Luterano de Santarém. Orientador: Professor José Reginaldo Pinto de Abreu. SANTARÉM 2020 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3 2. ATIVIDADE DE INSPEÇÃO PREDIAL ....................................................................... 4 2.1. Avaliação ..................................................................................................................... 4 2.2. Etapas da inspeção predial ........................................................................................... 4 2.3. Classificação das irregularidades constatadas ............................................................. 5 2.4. Redação e emissão do laudo técnico de inspeção ........................................................ 5 3. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 7 3 1. INTRODUÇÃO Anteriormente, as inspeções prediais eram realizadas de acordo com a Norma de Inspeção Predial Nacional do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE). O IBAPE - entidade Federativa Nacional - é o órgão federativo da classe formado por profissionais de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, sem fins lucrativos., que tem por objetivo congregar os institutos estaduais para difusão de informações e avanços técnicos com a elaboração de normas e estudos na defesa dos interesses profissionais e morais dos seus filiados e membros titulares estaduais. Dessa forma, o IBAPE disponibilizava esta norma baseada em texto normativo pioneiro do IBAPE/SP, atendendo à ABNT NBR 5674, ABNT NBR 15575-1 e, principalmente, colaborando com a “saúde dos edifícios”, sua segurança, funcionalidade, manutenção adequada e valorização patrimonial. O processo para a elaboração da Norma brasileira de Inspeção predial começou em abril de 2013, mas houve uma suspensão dos trabalhos em 2014, devido à falta de consenso e força política dos incorporadores, mas em agosto de 2016 a Comissão de Estudos retomou as atividades em junho de 2017 e encaminhou o texto para a ABNT para ajustes e envio a consulta nacional. Assim, em 21 de maio de 2020, a ABNT NBR 16747 (Inspeção predial – Diretrizes, conceitos, terminologia e procedimento) teve sua primeira edição lançada e passou então a regulamentar a inspeção predial, que é “um processo que visa auxiliar na gestão da edificação e, quando realizada com periodicidade regular, contribui com a mitigação de riscos técnicos e econômicos associados à perda do desempenho”. 4 2. ATIVIDADE DE INSPEÇÃO PREDIAL A atividade de inspeção predial tem como objetivo constatar o estado de conservação e funcionamento da edificação, de forma a permitir um acompanhamento sistêmico do comportamento em uso ao longo da vida útil, para que sejam mantidas as condições mínimas necessárias à segurança, habitabilidade e durabilidade da edificação. Esta norma se aplica às edificações de qualquer tipologia, públicas ou privadas, para avaliação global da edificação, fundamentalmente através de exames sensoriais por profissional habilitado, devidamente registrados nos conselhos profissionais pertinentes e dentro das respectivas atribuições profissionais contempladas na legislação vigente, como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). 2.1. Avaliação A inspeção predial baseia-se na avaliação das condições técnicas, de uso, operação, manutenção e funcionalidade da edificação e de seus sistemas e subsistemas construtivos, de forma sistêmica e predominantemente sensorial (na data da vistoria). A avaliação consiste na constatação da situação da edificação quanto à sua capacidade de atender à suas funções segundo os requisitos dos usuários, com registro das anomalias, falhas de manutenção, uso e operação e manifestações patológicas identificadas nos diversos componentes de uma edificação. A avaliação de desempenho na inspeção predial abrange os requisitos de segurança estrutural, contra incêndio e no uso e na operação; habitabilidade (estanqueidade, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade); sustentabilidade (durabilidade e manutenibilidade). 2.2. Etapas da inspeção predial São etapas da metodologia de inspeção predial: levantamento de dados e documentação; análise dos dados e documentação solicitados e disponibilizados; anamnese para a identificação de características construtivas da edificação, como idade, histórico de manutenção, intervenções, reformas e alterações de uso ocorridas; vistoria da edificação de forma sistêmica, considerando a complexidade das instalações existentes; classificação das irregularidades constatadas; recomendação das ações necessárias para restaurar ou preservar o desempenho dos sistemas, subsistemas e elementos construtivos da edificação afetados por falhas de uso 5 operação ou manutenção, anomalias ou manifestações patológicas constadas e/ou não conformidade com a documentação analisada; organização das prioridades, em patamares de urgência; avaliação da manutenção, conforme a ABNT NBR 5674; avaliação do uso; redação e emissão do laudo técnico de inspeção. 2.3. Classificação das irregularidades constatadas As irregularidades verificadas na edificação são divididas em: anomalias, falhas e outras irregularidades. As anomalias caracterizam-se pela perda de desempenho de um elemento, que podem ser endógenas ou construtivas, quando há a perda decorre das etapas de projeto e/ou execução; exógenas, quando derivam de fatores externos à edificação, provocados por terceiros; ou funcionais, devido o envelhecimento natural e consequente término da vida útil. As falhas são caracterizadas pela perda de desempenho decorrente do uso, operação e manutenção. Ademais, há irregularidades que não se encaixam das duas denominações anteriores. 2.4. Redação e emissão do laudo técnico de inspeção O laudo técnico de inspeção predial é o documento completo resultante da inspeção realizada, que deve ter, no mínimo, o seguinte conteúdo: • Identificação do solicitante ou contratante e responsável legal da edificação; • Descrição da edificação (localização, mês e ano de início da ocupação, tipo de uso, número de edificações quando for empreendimento de múltiplas edificações, número de pavimentos, número de unidades quando for edificação com unidades privativas, área construída, tipologia dos principais sistemas construtivos e descrição mais detalhada, quando necessário); • Data das vistorias que compuseram a inspeção; • Documentação solicitada e documentação disponibilizada; • Análise da documentação disponibilizada; • Descrição completa da metodologia da inspeção predial, acompanhada de dados, fotos, croquis, normas ou documentos técnicos utilizados; • Lista dos sistemas, elementos, componentes construtivos e equipamentos inspecionados e não inspecionados; 6 • Descrição das anomalias e falhas de uso, operação ou manutenção; classificação das irregularidades constatadas; • Recomendação das ações necessárias para restaurar ou preservaro desempenho da edificação; • Avaliação das prioridades em patamares de urgência; • Avaliação da manutenção dos sistemas e equipamentos e das condições de uso da edificação; • Conclusões e considerações finais; • Encerramento, onde deve constar a seguinte nota obrigatória: Este laudo foi desenvolvido por solicitação de (nome do contratante) e contempla o parecer técnico do(s) subscritor (es), elaborado com base nos critérios da ABNT NBR 16747; data do laudo técnico de inspeção predial; • Assinatura do(s) profissional(is) responsável(eis) acompanhada do nº no respectivo conselho de classe; • Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT). 7 3. CONCLUSÃO Em suma, a norma traz as definições e critérios relacionadas à atividade da inspeção predial, etapas mínimas a serem cumpridas no desenvolvimento do trabalho, incluindo avaliações dos objetivos de cada uma delas, como levantamento e análise de dados e documentação (solicitados e disponibilizados), anamnese para a identificação de características e histórico geral da edificação, vistoria da edificação de modo sistêmico e padronizado, classificação das irregularidades constatadas, recomendação das ações necessárias para restaurar ou preservar o desempenho dos sistemas, organização das prioridades em patamares de urgência. Uma vez que a utilização da edificação é uma atividade dinâmica, assim como sua exposição permanente a agentes degradantes, os resultados da inspeção predial são referentes ao momento em que a inspeção foi realizada e, portanto, são sempre associados à data da vistoria que a embasou. Ademais, as vistorias podem ser realizadas por equipe multidisciplinar, conforme a complexidade ou especificidade das instalações existentes na construção. Recomenda-se ainda indicar manuais, ilustrações e normas pertinentes para facilitar as futuras providências do contratante. 8 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16747: Inspeção predial - Diretrizes, conceitos, terminologia e procedimento (Versão Corrigida:2020). Rio de Janeiro, 2020. 14p.
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