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Planejamento Estratégico de RH e Indicadores de RH Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. José Felipe de Souza Revisão Textual: Prof.ª Me. Fátima Furlan O Diagnóstico Estratégico O Diagnóstico Estratégico • Estudar a importância do diagnóstico para o processo de planejamento estratégico. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Introdução; • Componentes do Diagnóstico Estratégico: Visão da Empresa; • Componentes do Diagnóstico Estratégico: Valores da Empresa; • Componentes do Diagnóstico Estratégico: Análise Externa e Interna da Empresa; UNIDADE O Diagnóstico Estratégico Contextualização Para iniciarmos nossa discussão sobre o diagnóstico estratégico e sua importância para o planejamento estratégico, convido você para assistirmos um vídeo sobre como elaborar um diagnóstico empresarial. Disponível em: https://youtu.be/uwbdpideMbs 8 9 Introdução O diagnóstico estratégico consiste na primeira etapa do processo de planejamen- to estratégico e tem o objetivo de solucionar a seguinte questão: “qual a real situação da empresa quanto aos seus aspectos internos e externos?”, ou seja, nesta etapa a empresa quer identificar o que ela possui de benéfico, de regular e de maléfico em sua estrutura e processo administrativo (OLIVEIRA, 2014). Segundo Oliveira (2014), de modo geral, algumas premissas fundamentais podem ser identificadas quando o diagnóstico consiste em uma apreciação estratégica, con- forme podemos observar abaixo: • Premissas básicas do diagnóstico correspondente a uma análise estratégica: » Deve-se considerar o ambiente – externo e não controlável – e suas variáveis relevantes no qual está inserida a empresa; » Esse ambiente proporciona à empresa oportunidades que deverão ser usufru- ídas e ameaças que deverão ser evitadas; » Para enfrentar essa situação do ambiente externo, a empresa deverá ter pleno conhecimento de seus pontos fortes e fracos internos e controláveis; » Esse processo de análise interna e externa deverá ser realista, integrado, sus- tentado, contínuo e acumulativo. Trocando Ideias... O diagnóstico estratégico deve focar no atual momento da empresa, visando o momen- to futuro, de forma que sejam estabelecidas ferramentas que levem a empresa ao su- cesso em suas operações. Assim, o benchmarking pode ser citado como um dos instrumentos administrati- vos que mais auxiliam o diagnóstico estratégico em seus processos. De acordo com Oliveira (2014), o benchmarking pode ser compreendido como um contínuo e inte- rativo processo de análise e investigação de empresas que obtiveram sucesso com suas estratégias administrativas. Com base nessas informações, busca-se adaptar e melhorar essas estratégias de acordo com a realidade da empresa considerada. Componentes do Diagnóstico Estratégico: Visão da Empresa Segundo Oliveira (2014), é possível conceituar a visão da empresa como as fron- teiras que os responsáveis e os executivos principais da empresa são capazes de visu- 9 UNIDADE O Diagnóstico Estratégico alizar dentro de um período mais longo e de uma abordagem mais ampla. A seguir, podemos visualizar alguns conceitos sobre a visão da empresa: • Clara e permanente demonstração, para toda a comunidade, da natureza e da essência da empresa em termos de seus propósitos, do escopo do negócio e da liderança competitiva, para prover a estrutura que regula as relações entre a empresa e os principais interessados e para os objetivos gerais de desempenho da empresa (HAX: MAJLUF. 1984): • Algo que se vislumbre para o futuro desejado da empresa (QUIGLEY, 1993); • Idealização de um futuro desejado para a empresa (COLLINS; PORRAS. 1993); • Articulação das aspirações de uma empresa a respeito de seu futuro (HART, 1994). A visão deve surgir a partir da concordância e do bom senso de um grupo de executivos e líderes. JAMAIS da vontade de apenas uma pessoa! Em complemento aos tópicos acima, vamos observar a seguir, algumas sugestões re- alizadas pelo autor Quigley (1993), sobre o adequado delineamento da visão empresarial: • Como o delineamento adequado da visão empresarial deve ser. » Deve-se estabelecer a visão da empresa de forma tão clara quanto o seu obje- tivo de lucro; » Deve definir e respeitar os direitos das pessoas; » Deve certificar-se de que a visão e os valores se direcionam aos focos básicos, ou seja, aos clientes, os funcionários e aos fornecedores. » Deve incrementar a participação de mercado e a lucratividade da empresa pelo aumento da percepção pelos clientes de seus produtos e serviços, em relação aos de seus concorrentes. » Deve desenvolver uma cultura de atuação para resultados da empresa. Assim, em complemento às sugestões apresentadas no quadro anterior, Oliveira (2014), propõem que sejam levantadas algumas questões para facilitar e nortear o desenvolvimento adequado da visão da empresa, veja a seguir. Questões norteadoras para o adequado estabelecimento da visão organizacional • Existe um rumo claro para a atuação da empresa? • Todos os principais executivos conseguem responder, de forma única e igual, ao que a empresa quer ser em um futuro breve ou distante? • O enunciado dessa visão da empresa é compreendido e assimilado por todos os profissionais da empresa? Eles conseguem escrever a frase da visão da empresa sem consultas? 10 11 • Essa frase da visão da empresa é utilizada em suas decisões por todos os profissionais da empresa? • Existe coerência entre a visão das pessoas e a visão da empresa? Vale destacarmos que, se houver dificuldades para responder qualquer uma den- tre as questões levantadas acima, significa que a empresa está completamente sem foco, logo, não há um delineamento estratégico na empresa. É importante que ressaltemos que a visão é estabelecida através de fatores racio- nais, conforme apresentado acima. Porém, também existem alguns fatores emocio- nais que contribuem para o desenvolvimento da visão adequada para a empresa. Para detectar esses fatores emocionais, segundo Oliveira (2014, é possível seguir alguns questionamentos, veja a seguir. Questões que ajudam a determinar os fatores emocionais para o estabelecimento da visão empresarial • O que queremos ser? • Qual a força que nos impulsiona para essa nova situação? • Quais os nossos valores básicos? • O que sabemos fazer de melhor e nos diferencia perante as empresas concorrentes? • Quais são as barreiras que podem surgir nesse processo evolutivo e de mudanças? • Quais as expectativas do mercado que estaremos atendendo? • Como conseguiremos a plena adesão de todos os funcionários, executivos e proprietários da empresa nesse processo evolutivo? Por fim, será com base nas respostas dadas a essas questões que a empresa po- derá detectar as potenciais restrições para o desenvolvimento da visão da empresa, detectando assim as possíveis diferenças existentes entre “o que se quer ser” e a realidade da empresa. Componentes do Diagnóstico Estratégico: Valores da Empresa Em síntese, os valores da empresa podem ser compreendidos como o conjunto de experiências, crenças, princípios e aspectos éticos que fundamentam a empresa. Além disso, esses valores também são os responsáveis por todas as decisões organi- zacionais (OLIVEIRA, 2014). É interessante destacarmos dois fatores que são diretamente influenciados pelos valores da empresa: O modelo de gestão e o pensamento estratégico. No Quadro 1, abaixo, podemos verificar esses dois fatores em maiores detalhes: 11 UNIDADE O Diagnóstico Estratégico Quadro 1 – Impacto dos valores no modelo de gestão e a importância do pensamento estratégico Modelo de gestão Consiste em um processo estruturado, interativo e consolidado de de- senvolver e operacionalizar as atividades – estratégias, táticas e ope- racionais – de planejamento, organização, direção, gestão de pessoas e avaliação dos resultados, visando o crescimento e o desenvolvimento sustentado da empresa. A prática tem demonstrado que o debate e a consolidação de fortes e sustentados valoressão de elevada importância para a maior qualidade do processo e dos resultados do planejamento estratégico nas empresas. Pensamento estratégico Consiste na postura do executivo voltada para a otimização interativa da empresa com o ambiente – externo e não controlável – em tempo real. De forma simplificada, o pensamento estratégico pode ser entendido como o simples ato do executivo ler o jornal do dia e conseguir iden- tificar e operacionalizar imediatamente com a realidade da empresa as consequências que algumas notícias podem causar em sua empresa. Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 2014 É importante destacar que valores éticos da empresa possuem forte interação com as questões morais e éticas, pois, uma vez que, se esses valores forem de fato reais, eles servem também de sustentação da vantagem competitiva da organização. Componentes do Diagnóstico Estratégico: Análise Externa e Interna da Empresa O processo de investigação e análise interna e externa da empresa apresentam alguns componentes, conforme podemos visualizar no Quadro 2, abaixo: Quadro 2 – Componentes do processo de análise externa e interna do diagnóstico estratégico Pontos Fortes São as variáveis internas e controláveis que propiciam uma condição favo- rável para a empresa, em relação ao seu ambiente, onde estão as variáveis externas e não controláveis, representadas pelas oportunidades e ameaças. Pontos Fracos São as variáveis internas e controláveis que provocam uma situação des-favorável para a empresa, em relação ao seu ambiente. Oportunidades São as variáveis externas e não controláveis pela empresa, que podem criar condições favoráveis para a empresa, desde que a ela tenha de usufruí-las, enquanto pendura a referida situação. Ameaças São as variáveis externas e não controláveis pela empresa que podem criar condições empresariais desfavoráveis. Pontos Neutros São as variáveis internas e controláveis que foram identificadas, mas que , no momento, não existem condições de estebelecer se estão propor- cionando uma condição que pode ser favorável ou desfavorável para a empresa. Assim que se adquire informações suficientes sobre a variável ela é logo colocada como fator de ponto forte ou fraco. Deve-se ter muito cuidado com o tratamento desses dados, pois se eles forem equivocados podem prejudicar todo o processo decisório e estratégico da empresa. Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 2014 12 13 Análise externa da empresa Segundo Oliveira (2014), o objetivo principal da análise externa da empresa é identificar e analisar a relação entre a empresa e seu ambiente de atuação no senti- do de detectar as oportunidades e ameaças, além de identificar a atual posição dos produtos da organização com relação ao seu mercado de atuação. Com base nessas informações a empresa se torna capaz de projetar seus produtos para uma relação desejada no futuro em seu mercado de atuação. É importante sabermos que o ambiente de atuação de qualquer empresa (ambien- te empresarial) não é estável, ou seja, não possui um uniformidade ou um único pa- drão. Com a forte influência da globalização, os ambientes empresariais se tornaram fortemente competitivos, ou seja, esses ambientes se tornaram altamente dinâmicos e, constantemente sofrem influências de diferentes dimensões e naturezas, em dire- ções diversas e com tendências de mudanças constantes (OLIVEIRA, 2014). Assim, em clima de constantes mudanças, esses ambientes empresariais podem apresentar diversas oportunidades e ameaças para as empresas que devem procurar aproveitar as oportunidades e, logicamente, se preparar para enfrentar, amortecer, adaptar-se ou absorver as eventuais ameaças. De acordo com Oliveira (2014), as oportunidades corretas serão escolhidas me- diante algumas circunstâncias, como podemos visualizar abaixo: • O foco residir na maximização de oportunidades e não na minimização das ameaças e de riscos; • Todas as principais oportunidades forem analisadas conjunta e sistematicamente; • Forem identificadas, analisadas e compreendidas quais oportunidades se adap- tam às atividades básicas da empresa; • Forem identificadas as oportunidades que podem contribuir para o desenvolvi- mento de novos negócios, produtos e serviços pela empresa; e • Houver equilíbrio entre oportunidades imediatas e de longo prazo. O conjunto de oportunidades da empresa estabelecem suas possibilidades ambien- tais e empresariais. Conforme já mencionamos, a análise ambiental consiste no estudo dos diversos aspectos, fatores e forças existentes no ambiente, bem como suas relações em longo prazo e suas possíveis influências sobre a empresa. Assim, segundo Oliveira (2014), é importante sinalizarmos que a análise ambiental é, normalmente, utilizada consi- derando dois enfoques principais: • Para que ocorra a solução de problemas imediatos que necessitam de decisões es- tratégicas. Para tanto, a organização e o ambiente devem interagir em tempo real; • Para detectar oportunidades ou ameaças futuras que ainda não foram identifica- das de maneira plena pela organização. Para tanto, a empresa deve correlacio- nar seus estudos dos cenários do ambiente. 13 UNIDADE O Diagnóstico Estratégico Ainda segundo o autor, existem duas formas de o executivo pesquisar as informa- ções sobre o ambiente de que a empresa faz parte: • Por meio de fontes primárias, ou seja, pesquisas realizadas pela própria empre- sa diretamente em seu ambiente de atuação; e • Por meio de fontes secundárias, em que a empresa adquire os dados e informa- ções de seu ambiente de atuação através de Universidades, sociedades de classe, agências governamentais (como o IBGE), Bolsa de valores, entre outras fontes. Um ponto importante a ser destacado em nossos estudos é que efetuar a aná- lise ambiental não consiste em uma tarefa fácil para o executivo. Abaixo, veremos algumas sinalizações do autor Schein (1969), sobre as dificuldades mais comuns da análise ambiental: • É quase sempre muito difícil estabelecer fronteiras adequadas em qualquer em- presa e determinar, razoavelmente, seu tamanho, uma vez que muitas empresas possuem filiais, agências externas, depósitos descentralizados, meios de trans- porte próprios, departamentos de pesquisa, cliente, representantes, autônomos, entre outros. Tudo isso tende a gerar uma dúvida crucial: Quando ela deixa de ser empresa para ser parte da sociedade? • As empresas, normalmentem, tem vários propósitos ou funções: algumas fun- ções são primárias (como produzir e vender), enquanto outras são secundárias (como proporcionar segurança aos empregados e oportunidades de crecimento). • Paralelamente, algumas funções são manifestadas e claras (como a contabilida- de convencional), enquanto outras são latentes e implícitas (como a contabilida- de social). • As empresas incluem dentro de si certas representações do ambiente. Os em- pregados não são apenas membros da sociedade e de outras organizações, como sindicatos, igrejas, grupos de consumidores, associações de classe, entre outros. Através dos papéis extrínsecos desempenhados nas outras organiza- ções, as pessoas carregam dentro de si certas exigências, expectativas e normas culturais que passam a influenciar as empresas onde atuam. • A natureza do ambiente muda com muita rapidez, conduzindo ao rápido desen- volvimento da tecnologia, às mudanças na economia, à expansão de mercado pelo mundo inteiro às alterações políticas e sociais. Os meios ambientes carac- terizados pelas rápidas mudanças e turbulências exigem das empresas impres- sionante capacidade de resposta e de adaptação. Com base nos tópicos, acima, que acabamos de observar, podemos concluir que a incerteza é, portanto, uma grande realidade do dia a dia de qualquer empresa. Em síntese, se torna lógico o raciocínio de que uma oportunidade bem aproveita- da pode gerar maiores retornos a empresa, enquanto que, uma ameaça mal admi- nistrada ou ignorada pode gerar reduções significativas nos lucros previstos ou até mesmo grandes prejuízos para a organização.Como dissemos anteriormente, durante sua jornada, as empresas se deparam constantemente com diversas oportunidades e também com muitas possíveis amea- 14 15 ças ambientais. Assim, Zaccarelli (1980), aponta três tipos de riscos que são bastante frequentes, conforme podemos ver abaixo: • Riscos referentes à compatibilidade atual entre a empresa e seu ambiente, con- siderado a necessidade de a empresa se transformar acompanhando a evolução do ambiente, pois, caso contrário, apresentará compatibilidade decrescente até ficar incompatível com seu ambiente. • Riscos referentes à evolução futura do ambiente empresarial, considerando a situação de se conseguir detectar qual o direcionamento das mudanças ou evo- lução que irá ocorrer no ambiente e qual a sua intesidade. Isso porque, quando uma empresa assume riscos na sua posição de que determinada evolução irá ocorrer, nesses momento está correndo o risco de que essa evolução não ocor- ra, ou ocorra antes ou depois do momento esperado; e • Riscos referentes à avaliação do poder da empresa para alterar o ambiente em- presarial evidenciando a capacidade da empresa em vencer as resistências do ambiente, tornando bem sucedida uma inovação. Para finalizarmos nossas discussões sobre a análise do ambiente externo, vamos agora estudar o tema básico a ser considerado em todo o processo de planejamento estratégico de uma empresa: O fator ou foco de análise. Para tanto, vamos ver uma série de fatores que devem ser analisados pelos execu- tivos para estabelecer as oportunidades e ameaças da empresa. No Quadro 3, abaixo, veremos o primeiro fator que se refere às informações que o executivo utilizará, de acordo com a análise de alguns aspectos: Quadro 3 – Quanto às informações que o executivo utilizará Quanto ao processo de integração Para a análise vertical são verificados: • Quais são as barreiras à integração vertical em cada uma das fases de produção que levam ao produto final da empresa? • Quais são e qual o nível de capacitação dos concorrentes em cada fase de produção que levam ao produto final da empresa? • Qual o nível de especialização dos fatores de produção que entram no processo de integração vertical? • Quais são vantagens da integração vertical para a empresa? Para a análise horizontal são verificados: • Como a integração horizontal afetará a tecnologia da empresa? • Quais os riscos de mercado provenientes dessa integração? • Quais os problemas administrativos no processo atual? Os executivos vão atuar de forma favorável ou desfavorável? Quanto à tecnologia • Quanto à tecnologias possíveis? • Quais as entidades de pesquisa, institutos e universidades que estão ou poderão estar envolvidos? • Quais os programas de pesquisa? • Quais são as maiores economias de escala que podem ocorrer? • O processo é função dos equipamentos utilizados ou exige muitos gerentes de operações? • O usuário cria ou compra aperfeiçoamentos para cada equipamento? • Quais são os custos de capital para a empresa entrar no mercado? • Quão longa é a vida útil dos equipamentos utilizados? 15 UNIDADE O Diagnóstico Estratégico Quanto ao governo A legislação pertinente; a identificação e análise dos órgãos que legi- timam as leis e as ações do governo; os planos governamentais e seus objetivos; e a política econômica financeira. Quanto ao sistema financeiro Os tipos de instituições financeiras; a quantidade dessas instituições; a forma de atuação de cada tipo de instituição; os tipos de operações fi- nanceiras por instituição; e as condições das operações, tais como prazos de carências, de amortização, taxas de juros, garantias exigidas, recipro- cidade e linhas especiais de crédito. Quanto aos sindicatos Os objetivos, o poder e a estrutura dos sindicatos; o número básico de par- ticipantes por sindicato e seus comportamentos em acordos trabalhistas que ocorreram no passado; a integração entre diferentes sindicatos. Quanto à comunidade Se a população está aumentando ou diminuindo (como mercado de mão de obra); os valores sociais, culturais e espirituais; e a infraestrutura (educação, saúde, etc.). Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 2014 Quadro 4 – Quanto à identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente no qual a empresa se situa Quanto aos clientes Quem são; onde estão localizados; estão aumentando ou diminuindo; como alcançá-los; qual sua renda e disponibilidade; como compram; como se comportam; quais suas tendências; quais são seus padrões de qualidade; e quais os usuários finais. Quanto à definição e às peculiaridades do mercado Qual a competição que existe por outros produtos; qual o segmento do mercado; qual o nível de padronização do produto e se existe po- tencial para diferenciação do produto; qual a importância do serviço ou manutenção ou outras funções de operação na competição; quais são os nichos mais atrativos no mercado e quão bem protegidos estão; qual a velocidade de mudança no produto e de onde se origina. Quanto aos aspectos básicos da indústria ou setor no qual a empresa está situada Tamanho; tendências e perspectivas; tipos de produtos e serviços; causas de crescimento e possíveis consequências; necessidades bási- cas identificadas; e oportunidades de que a empresa poderá usufruir. Quanto aos concorrentes Quanto e quais são; qual a tecnologia básica que cada concorrente utiliza; qual a participação de cada concorrente no mercado; qual a vantagem competitiva de cada concorrente frente a nossa empresa; qual seu faturamento, volume de vendas, lucro e tendências; qual o tipo e nível de promoção dos concorrentes; e qual o tipo e nível da for- ça de venda dos concorrentes; e qual sua linha de produtos e serviços. Quanto aos fornecedores Quem são; quantos são; onde estão localizados; qual a oferta total; seus preços de venda; seus prazos de venda e de entrega; e a qualida- de de seus produtos e serviços. Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 2014 Análise Interna da empresa Como dissemos anteriormente, a análise interna da empresa tem como objetivo sinalizar os fatores controláveis que se apresentam como forças e fraquezas da 16 17 empresa. Também vale lembrarmo-nos da importância da determinação dos pontos neutros. De acordo com Oliveira, essa determinação é fundamental por dois pontos: 1. O planejamento estratégico é um sistema que considera toda a empresa. Dessa forma, deve considerar todos os seus componentes e partes (sub- sistemas) com o objetivo de formar o todo unitário. Assim, não se podem deixar de fora partes do sistema-empresa e, às vezes, temos difi culdades de saber se determinado fator, variável, componente ou item é um ponto forte ou fraco da empersa. 2. O aspecto do período de tempo do planejamento. E, quanto a esse as- sunto, sabemos que ele é uma consequência da consideração e alocação de todas as variáveis, componentes e itens que compôem esse processo de planejamento. Logo, mais uma vez fi ca realçado o aspecto de não se poder desconside- rar algum aspecto do planejamento estratégico. Para estabelecer seus pontos fortes, fracos e neutros as empresas devem analisar uma série de características, conforme apresentado por Oliveira (2014): • Funções a serem identificadas, desempenhadas e analisadas pelas diversas áreas da organização; • As características e aspectos empresariais; • A abrangência dos processos operacionais, administrativos e estratégicos; • Os níveis de controle e avaliação; • Os critérios utilizados para a avaliação organizacional; • A forma de obtenção de dados e informações. No Quadro 5, abaixo, iremos verificar em mais detalhes cada uma dessas carac- terísticas que acabamos de mencionar: Quadro 5 – Considerações gerais sobre os seis aspectos considerados para estabelecer os pontos forte, fracos e neutros Quanto às funções administrativas a serem analisadas Nesse caso podem-se considerar, para facilitar análise interna, as grandes funções de uma empresa, ou seja: Marketing; Finanças; Pro-dução; e Recursos Humanos. É importante destacar que essas quatro funções devem ser adequadas à realidade da empresa. Quanto aos aspectos organizacionais da empresa a ser analisada Estrutura organizacional; principais políticas capacitação e habili- dades da alta administração; sistema de informações operacionais, gerenciais e estratégicas; normas e procedimentos operacionais; sistemas de planejamentos operacionais; sistemas de planejamen- tos (estratégicos, tático e operacional); conhecimentos, atitudes e comportamentos das lideranças; acordos com sindicatos; instalações industriais; capacitação e habilidades dos executivos e funcionários; ideias de novos produtos e serviços; rede de distribuição dos produtos e serviços; capacitação e habilidades da equipe de vendas; portfólio de produtos e serviços; controle de qualidade; conhecimento das ne- cessidades dos clientes; e domínio do mercado consumidor. 17 UNIDADE O Diagnóstico Estratégico Quanto à abrangência dos processos A empresa como um todo, considerada como um sistema; as áreas funcionais da empresa; as unidades organizacionais; as equipes de profissionais realizando tarefas multidisciplinares; e os profissionais da empresa, realizando tarefas individualmente. Quanto aos níveis de controle a avaliação do sistema pelo executivo da empresa Neste ponto é essencial verificar se o controle efetuado está em um dos seguintes níveis: • Controla a eficiência? e/ou • Controla a eficácia: e/ou • Controla a efetividade? Quanto aos critérios que o executivo utiliza para avaliar se um assunto é forte, fraco ou neutro Base histórica da empresa; opiniões pessoas; opiniões de consultores e de executivos da empresa; análise em literatura; e análise em litera- tura; e análise orçamentária. Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 2014 Integração dos vários fatores considerados na análise interna e externa da empresa Para finalizarmos nossos estudos desta unidade, vamos agora fazer o cruzamento dos fatores que são considerados na análise dos fatores internos e externos. Para tanto, Oliveira (2014) sugere que os diversos aspectos ou assuntos identificados e analisados no diagnóstico estratégico devem estar integrados nos princípios do en- foque sistêmico. Assim, para o lançamento de um novo produto a empresa deve ser capaz de responder a algumas questões fundamentais, conforme podemos visualizar no quadro 6, abaixo: Quadro 6 – Questões fundamentais para o lançamento de um novo produto Do departamento de marketing Existe mercado para esse produto? Qual é o tamanho deste mercado? Quais são as características básicas que o produto deve ter? Qual é o nível de concorrência? Que faixa de mercado pretende e pode atingir? Qual deverá ser o preço básico de venda? De quais canais pode dispor para efetuar a distribuição? Qual o custo do processo de distribuição? Como será lançado o produto? Qual será o custo da promoção do produto? Do departamento de produção Existe capacidade para produzir o produto? Na quantidade solicitada? Qual o custo da produção? É possível produzir na qualidade solicitada? Dos departamentos de produção e de recursos humanos Existem profissionais capacitados para essa produção? Dos departamentos de marketing e de recursos humanos Existem profissionais capacitados para venda desse novo produto? 18 19 Dos departamentos de marketing e fi nanças Qual o volume de vendas que recompõe o investimento inicial nesse pro- duto? Em que prazo? Dos departamentos de produção e de fi nanças e pela alta administração O resultado esperado do produto justifica o investimento necessário? Fonte: Adaptado de OLIVEIRA, 2014 19 UNIDADE O Diagnóstico Estratégico Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Planejamento Estratégico: Uma análise metodológica https://bit.ly/3laqRaJ Elaboração de um Diagnóstico Estratégico: O Estudo de Caso da Siematec Informática: https://bit.ly/2GlmcE3 20 21 Referências ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Cien- tíficos, 1975. COLLINS, J.; PORRAS, J. I. Purpose, mission and vision. In: RAY, M.; RINZLER, A. The new paradigma in business. New York: G. P. 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