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AULA 09-responsabilidade-civil-parte-iii

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Responsabilidade Civil – Parte III
Livro Eletrônico
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Carlos Elias
Responsabilidade Civil – Parte III
DIREITO CIVIL
Apresentação .................................................................................................................3
Responsabilidade Civil – Parte III .....................................................................................4
1. Indenização .................................................................................................................4
1.1. Princípio da Restitutio in Integrum ............................................................................4
1.2. Compensação vs Indenização: Caso do Dano Moral e o Princípio da Satisfação 
Compensatória ...............................................................................................................5
1.3. Exceções ao Princípio da Restitutio in Integrum .......................................................6
1.4. Culpa Concorrente e o Caso do Art. 738, Parágrafo Único, CC ............................... 10
1.5. Indenização: in Natura ou Pecúnia? ........................................................................ 13
1.6. Indenização no Caso de Morte, Incapacidade Laboral ou outra Lesão à Saúde ....... 15
1.7. Dano Presumido ou In Re Ipsa ................................................................................24
Questões de Concurso ..................................................................................................27
Gabarito .......................................................................................................................32
Gabarito Comentado .....................................................................................................33
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Responsabilidade Civil – Parte III
DIREITO CIVIL
ApresentAção
Sigamos nossos estudos de responsabilidade civil!
Resumo
Se você tem pressa, deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os exercícios. É fun-
damental ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu aprofundar o conteúdo e tra-
tar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com as questões. De nada 
adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familiaridade com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir às 
questões.
O resumo desta aula é este:
• Vige o princípio da restitutio in integrum, segundo o qual o valor da indenização é a 
extensão do dano (art. 944, caput, CC);
• Havendo lei, o princípio acima pode ser afastado, como se dá no caso do art. 944, pa-
rágrafo único, do CC e no do art. 928, parágrafo único, do CC;
• A indenização por incapacidade laboral é regida pelo art. 950 do CC e envolve o dever 
de pagar alimentos indenizativos, os quais podem ser pagos em parcela única na forma 
do parágrafo único do art. 950 do CC;
• A indenização por morte é regida pelo art. 948 do CC e envolve o dever de pagar ali-
mentos indenizativos aos dependentes econômicos do falecido, sem possibilidade do 
pagamento em parcela única desses alimentos;
• É plenamente admissível a cumulação da pensão devida a título de lucros cessantes 
com a eventual percepção de benefício previdenciário pela vítima, pois ambas possuem 
causas jurídicas diversas;
• Mudanças supervenientes nas condições podem implicar mudança no valor dos ali-
mentos indenizativos (§ 3º do art. 533 do CPC);
• Os danos presumidos, também chamados de danos in re ipsa, são os que não depen-
dem de prova adicional, pois já estão comprovados pelo fato em si, com base nas má-
ximas da experiência.
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RESPONSABILIDADE CIVIL – PARTE III
1. IndenIzAção
1.1. prIncípIo dA restItutIo In Integrum
Questão 1 (FCC/DEFENSOR/DPE-AM/2018) Em regra, a responsabilidade é objetiva e a in-
denização mede-se pela gravidade da culpa; as atividades de risco conduzem à responsabi-
lidade objetiva integral.
Errado.
A regra é a responsabilidade subjetiva (art. 927, caput, CC) e é a fixação da indenização com 
base na extensão do dano (e não na gravidade da culpa). Ademais, a teoria do risco integral 
é excepcional.
Vamos explicar mais esse tema de indenização.
Como regra, vige o princípio da reparação integral (= da restitutio in integrum), segundo 
o qual o valor da indenização corresponde à extensão do dano (art. 944, caput, CC). Afinal de 
contas, etimologicamente, indenizar (in + damnum = não dano) é afastar o dano.
Nessa sistemática, a intensidade da culpa (leve, média, grave) ou a presença de dolo são 
irrelevantes. Essa é a regra. Quem causa um dano de um milhão de dólares terá de pagar 
indenização nesse valor, ainda que a sua culpa seja leve. Essa é a regra geral. Todavia, de 
modo excepcional, o grau de culpa pode influir, apenas, na apuração do valor de indenização 
por dano moral, conforme exige o inciso VII do art. 223-G da CLT após a reforma trabalhista 
promovida pela Lei n. 13.467/2017. Esse dispositivo da CLT afirma que, ao analisar o pedido 
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de indenização por dano moral, o juiz deve considerar, entre outros parâmetros, o grau de dolo 
ou culpa. Fazemos a ressalva que, ao contrário da culpa, não enxergamos gradação no dolo, 
ou seja, não nos parece viável falar em dolo leve, médio ou grave, razão por que temos por 
atécnico esse dispositivo da CLT nesse ponto.
O princípio da restitutio in integrum alcança todas as espécies de danos, inclusive o moral 
e os transindividuais1. De fato, o art. 944, caput, do CC, se aplica a qualquer dano, conforme 
Enunciado n. 456, JDC2. O aludido princípio serve como uma diretriz na liquidação do dano. Na 
indenização por dano moral, apesar de o bem da vida atingido ser imaterial (honra, imagem 
e demais direitos da personalidade), a indenização deverá ser arbitrada de modo a atenuar a 
lesão moral, seja mediante indenizações in natura (ex.: direito de resposta), seja por meio de 
indenização pecuniária.
O princípio é uma diretriz dada ao operador do direito para, no caso concreto, arbitrar um 
valor de indenização que, ao máximo, dentro das possibilidades fáticas, se aproxime do bem 
da vida lesionado. Para o filósofo pré-socrático Heráclito, nunca é possível uma recomposi-
ção perfeita de uma situação anterior, pois nunca é possível banhar-se duas vezes no mes-
mo rio visto que a água já fluiu ou já se alterou. “Tudo flui3, nada persiste, nem permanece 
o mesmo”, ensinava o pensador. Sob essa lógica, mesmo na indenização por dano material, 
é  impossível recompor, com perfeita exatidão, o status quo. Numa colisão de veículos que 
ocasione a perda total, o dinheiro recebido como indenização para a aquisição de um novo ve-
ículo similar atende ao princípio da reparação integral, embora, lembrando dovelho Heráclito, 
não haja perfeita identidade entre o novo veículo e o anterior.
1.2. compensAção vs IndenIzAção: cAso do dAno morAl e o prIncípIo 
dA sAtIsfAção compensAtórIA
Há quem distinga “indenização” de “compensação” como espécies do gênero “reparação”4.
Nessa linha, indenização é o mesmo que ressarcimento e consiste na restauração do 
estado anterior mediante uma prestação in natura ou pecuniária. Isso ocorreria para danos 
materiais, pois o bem da vida atingido possui equivalência material com a indenizar.
1 Em igual sentido, Nelson Rosenvald, Cristiano Chaves Farias, e Felipe Peixoto Braga Netto (2016, p. 51).
2 “A expressão ‘dano’ no artigo 944 abrange não só os danos individuais, materiais e imateriais, mas também os danos 
sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos” (Enunciado n. 456/JDC).
3 Em grego, panta rei.
4 Em igual sentido, Nelson Rosenvald, Cristiano Chaves Farias, e Felipe Peixoto Braga Netto (2016, p. 310).
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Já a “compensação” é a entrega de prestações pecuniárias que, embora não sejam aptas 
a restaurar o status quo diante da natureza imaterial do bem da vida atingido, atenuam a le-
são da vítima. É o que ocorre no caso de dano moral, que não podem ser mensurados em um 
preço equivalente. Por isso, para o dano moral, deve-se falar no “princípio da satisfação com-
pensatória”, assim entendida a necessidade de arbitramento de um valor destinado a servir 
como um atenuante ou uma compensação à lesão extrapatrimonial sofrida, conforme ensina 
Fernando Noronha (2003, p. 569)5.
Sob essa distinção de nomenclatura, danos morais não são indenizados (nem ressarci-
dos), e sim compensados.
Essa distinção terminológica mais obscurece do esclarece. Prefiro considerar como si-
nônimas as expressões “indenização”, “compensação” e “ressarcimento”. Além de a proxi-
midade semântica desses verbetes estar nos dicionários, a literatura jurídica costuma utili-
zar delas como sinônimas, a exemplo do conceito de “cláusula penal compensatória”, que é 
prevista no art. 410 do CC como forma de indenizar danos materiais e morais sofridos pelo 
credor diante do inadimplemento absoluto. Igualmente, chama-se de “juros compensatórios” 
os valores a serem pagos pelo ente desapropriante como indenização pelos danos materiais 
sofridos pelo desapropriado que não recebeu ainda o preço integral do bem. Ora, se “compen-
sação” fosse diferente de “indenização”, teríamos de falar em “cláusula penal indenizatória” e 
em “juros indenizatórios”, pois aí não se teria uma “compensação”. Trata-se, como se vê, de 
um equívoco: preferimos a sinonímia dos termos.
1.3. exceções Ao prIncípIo dA restItutIo In Integrum
Questão 2 (FAURGS/JUIZ/TJ-RS/2016) Apenas a culpa concorrente da vítima é admitida 
como causa de redução da indenização pelo Código Civil, constituindo exceção ao princípio 
da reparação integral.
5 A propósito desse tema, com incursão na doutrina italiana (que trata da ideia de “liquidação equitativa”), portuguesa (que 
cuida do tema nos arts. 496, n. 3, e 494 do Código Civil português, com semelhanças ao Código Civil brasileiro) e francesa (que, 
com base na Corte de Cassação, condena tentativas de tarifamento de indenizações), convém a leitura do voto do Ministro 
Paulo de Tarso Sanseverino (STJ, REsp 959.780/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 06/05/2011).
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Errado.
Existem outras exceções ao princípio da reparação integral previsto no caput do art.  944 
do CC.
Vamos estudar esse tema.
A regra geral do art. 944, caput, do CC, só pode ser afastada mediante lei expressa, o que 
ocorre em dois casos: o de redução equitativo da indenização e o de tabelamento.
Vamos ver alguns casos de exceções ao princípio da reparação integral.
1.3.1. Art. 928, Parágrafo Único, CC
O incapaz pode ser responsabilizado civilmente no sistema brasileiro, mas com as flexibi-
lizações do art. 928 do CC. Além de a sua responsabilidade ser subsidiária – pois só pode ser 
condenado a indenizar se o seu representante não tiver recursos ou não tiver obrigação legal 
–, o valor da indenização a ser paga pelo incapaz tem de observar dois parâmetros: equidade 
e sobrevivência do incapaz (art. 928, parágrafo único, CC).
Isso significa que o valor da indenização a ser paga pelo incapaz não necessariamente 
corresponderá à extensão do dano, mas poderá ser reduzida equitativamente pelo juiz e não 
poderá comprometer a sobrevivência do incapaz.
A solução do sistema brasileiro é justa e razoável, pois concilia, de um lado, o fato de o in-
capaz não ter plena capacidade de autodeterminação com o interesse da vítima em não ficar 
sem reparação. O incapaz não é punido por crimes à luz do Código Penal, mas nada impede 
que seja responsabilizado civilmente a indenizar o dano causado com as flexibilizações pre-
vistas no Código Civil.
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1.3.2. Art. 944, Parágrafo Único, CC: Desproporção entre Culpa e Dano
Questão 3 (VUNESP/DELEGADO/PC-BA/2018) A indenização mede-se pela extensão do 
dano, não podendo ser reduzida pelo juiz, mesmo na existência de excessiva desproporção 
entre a gravidade da culpa e o dano; se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em con-
fronto com a do autor do dano.
Errado.
Embora a questão esteja compatível com o art. 945 do CC quanto à culpa concorrente, con-
traria o parágrafo único do art. 944 do CC no tocante à redução proporcional da indenização.
Havendo manifesta desproporção entre o grau de culpa e o dano, o juiz pode reduzir equi-
tativamente a indenização (art. 944, parágrafo único, CC)6.
Subjaz a esse dispositivo dois valores de justiça.
O primeiro é o de que o Direito não dá prestígio às situações fáticas que excedam a faixa 
do padrão médio dos indivíduos, embora lhe dispense proteção. Trata-se do que já chamei, em 
outra ocasião, da lógica de justiça da “proteção do luxo sem prestígio”. O segundo valor de jus-
tiça é o da tutela da dignidade da vítima, que não pode ser exposta a um regime de responsabi-
lidade civil tão severo que a exponha a um verdadeiro “inferno de severidade” (enfer de severité, 
em francês), expressão utilizada pelo jurista francês Geneviève Viney e invocada pelo STJ7.
6 Essa cláusula geral de redução equitativa da indenização prevista no art. 944, parágrafo único, do CC é conhecida, com 
algumas distinções, pela legislação civil da Suíca, de Portugal, da Argentina e da Holanda, conforme bem exposto por Ale-
xandra Lago Magro (2011, p. 20).
7 Ver voto do Ministro Luis Felipe Salomão neste julgado, quando se invoca o conceito de inferno de serveridade com base 
em obra doutrinária do Ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino(2010, p. 84): REsp 1127913/RS, 4ª Turma, Rel. Ministro 
Marco Buzzi, Rel. p/ Acórdão Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 30/10/2012.
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Assim, se um motorista, por um simples lapso (culpa leve), abalroa com uma Ferrari cau-
sando um dano cujo conserto custará a expressiva cifra de R$ 100.000,00, o juiz poderá va-
ler-se do art. 944, parágrafo único, do CC, especialmente se uma lesão similar em um veículo 
de porte médio custasse apenas uns R$ 1.000,00. O juiz reduzirá a indenização para um valor 
equitativo. Consideramos ser equitativo o valor correspondente ao conserto de uma avaria 
similar em um veículo de padrão médio, ou seja, no exemplo mencionado, o dono da Ferrari só 
deveria receber R$ 1.000,00 a título de indenização.
Igualmente se poderia invocar o art. 944, parágrafo único, do CC para hipóteses de pes-
soas que, tropeçando (culpa leve), derrubam obras de artes de valor estratosférico. O valor da 
indenização aí deve ser equitativo, o que, a nosso sentir, ocorreria se levasse em conta o valor 
de uma obra de arte de padrão médio.
Outrossim, o fumante que causa a explosão de um posto de gasolina por deixar a guimba 
do cigarro escorregar entre os seus dedos também atraia a redução equitativa em pauta, con-
forme exemplifica Anderson Schreiber (2018, p. 616).
Nos exemplos acima, se o dano tivesse sido causado propositalmente por um invejoso, 
não se poderia aplicar aí a redução equitativa do art. 944, parágrafo único, do CC, pois o grau 
de culpa aí não é manifesta proporcional em relação ao dano. Nesses casos, o valor da inde-
nização do conserto da Ferrari ou da obra de arte deverá ser integral.
A cláusula geral de redução equitativa prevista no art.  944, parágrafo único, do CC, se 
aplica a qualquer tipo de responsabilidade civil, seja objetiva, seja subjetiva. Esse é o enten-
dimento majoritária com apoio do Enunciado n. 480, JDC, que mudou entendimento ante-
riormente depositado no Enunciado n. 46, CJF. De fato, na responsabilidade objetiva, embora 
a culpa não seja relevante para definir o dever de indenizar, pode ser levada em conta para 
autorizar a redução equitativa da indenização na hipótese de manifesta desproporção em 
relação ao dano. Seja como for, há corrente doutrinária em sentido contrário8, afirmando que, 
na responsabilidade objetiva, a redução equitativa do parágrafo único do art. 944 do CC não 
se estende aos casos de responsabilidade objetiva em respeito à teoria do risco, que transfere 
todos os riscos de danos ao responsável independentemente de sua culpa9.
8 Nesse sentido, Gustavo Tepedino, Heloisa Helena Barboza e Maria Celina Bodin Moraes (2006, p. 861). afirmam: “seria 
contraditório permitir que, naquelas hipóteses em que o legislador considerou que a atividade gerava risco excessivo e por 
isto dispensou a prova da culpa do agente, o juiz levasse em conta a baixa intensidade da culpa para reduzir a indenização, 
relançando parte do risco sobre a vítima do dano”.
9 Em concurso para juiz do TJDFT, o CESPE adotou a corrente minoritária em questão que merecia anulação. O CESPE con-
siderou “errada” esta assertiva: (CESPE/Juiz – TJDFT/2016 – adaptado) De acordo com o Código Civil, a possibilidade 
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1.3.3. Casos de Tabelamento
Há alguns casos de limite máximo do valor de indenização.
Em primeiro lugar, com base na Convenção de Montreal (Decreto n. 5.910/2006), que su-
cedeu a Convenção de Varsóvia (Decreto n. 5.910/2006), no caso de transporte aéreo interna-
cional, o valor de indenização a ser paga pelo transportador é submetida a um limite máximo 
para os casos de morte, lesão corporal ou extravio de bagagem. O STF admitiu como consti-
tucional esse limite de indenização para transporte aéreo internacional, fazendo essas con-
venções internacionais prevalecerem sobre o Código de Defesa do Consumidor. (RE 636331, 
Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes DJe publicado 13/11/2017). Esse limite só se aplica 
a transporte aéreo internacional, objeto das referidas convenções internacionais. Para voos 
nacionais, em princípio, vigora o princípio da reparação integral diante da falta de norma em 
sentido contrário ao art. 944, caput, do CC, e ao CDC. A flexibilização da restitutio in integrum 
no transporte aéreo internacional é uma forma de fomentar essa atividade econômica e de 
evitar o aumento dos preços dos serviços pelo repasse dos custos de elevadas indenizações.
Em segundo lugar, como fruto da reforma trabalhista operada pela Lei n. 13.467/2017, 
o valor de indenização por dano moral decorrente de relação de trabalho se submete a li-
mites máximos exposto no art. 223-G, § 1º, da CLT, de acordo com a intensidade da ofensa. 
A constitucionalidade desse limite é duvidosa por dispensar tratamento discriminatório aos 
trabalhadores em relação aos demais indivíduos.
1.4. culpA concorrente e o cAso do Art. 738, pArágrAfo ÚnIco, cc
A culpa concorrente ou culpa comum – assim entendida a situação em que há culpa tanto 
da vítima quando do agente – implica a redução do valor da indenização proporcionalmente à 
culpa da vítima (art. 945, CC). Essa redução poderá ser maior do que 50%, desde que mante-
nha proporcionalidade com a participação causal da vítima na ocorrência do dano.
Não importa se a responsabilidade civil é objetiva ou subjetiva, pois a culpa concorrente 
atinge o nexo de causalidade: a vítima causou parcialmente o dano e, por isso, só tem direito 
a ser indenizada até o valor proporcional à participação do agente na produção do dano. De 
legal de redução equitativa da indenização pelo juiz é aplicável às hipóteses de responsabilidade subjetiva e objetiva.
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fato, “a conduta da vítima pode ser fator atenuante do nexo de causalidade na responsabilida-
de civil objetiva” (Enunciado n. 459, JDC). Não importa, igualmente, o tipo de dano envolvido: 
é admitida a redução da indenização por culpa concorrente em qualquer hipótese, mesmo em 
se tratando de dano-morte10.
Essa redução proporcional está em sintonia com o princípio da restitutio in integrum, que 
estabelece que a indenização deve corresponder ao dano que foi causado. Na culpa con-
corrente, o responsável só causou parte do dano e, portanto, à luz da restitutio in integrum, 
ele tem de indenizar essa fatia da lesão. O nexo causal está ligado não apenas à conduta do 
agente, mas também à conduta da vítima.
Se a culpa for exclusiva da vítima, significa que, sozinha, causou o dano, de modo que, 
por falta de nexo de causalidade, não haverá dever de indenizar. Não importa que se trate de 
responsabilidade objetiva, pois a culpa exclusiva da vítima rompe o nexo causal.
A culpa concorrente também se estende aos casos de contrato de transporte de pessoas 
na forma do art. 738, parágrafo único,do CC: se a pessoa violou regras de segurança e, com 
isso, contribuiu para o dano, o valor da indenização a ser paga pelo transportador deve ser 
reduzida equitativamente na proporção dessa participação da vítima na ocorrência do dano. 
É verdade que a responsabilidade do transportador é objetiva (art. 734, CC), mas aí não se 
está discutindo a culpa como um pressuposto da responsabilidade, e sim como um fator que 
atinge o nexo de causalidade.
Vamos tratar de alguns casos concretos para ilustração.
O primeiro caso trata da fuga de um paciente menor do hospital. Um adolescente de 15 anos 
que, há três dias, estava internado em hospital para tratamento de meningite bacteriana eva-
diu-se do hospital e, em noite chuvosa, dirigiu-se à residência dos pais. Com a interrupção do 
tratamento e o deslocamento sob chuva e frio, teve recaída e, mesmo tendo sido levado a outros 
hospitais, faleceu três dias depois da fuga. STJ entendeu que, embora houvesse culpa do hos-
pital no exercício da guarda provisória que mantinha sobre o adolescente (que, por ser menor 
de idade, reclamava os cuidados de vigilância do hospital), os pais também negligenciaram por 
não terem imediatamente comunicado o hospital ao receberem o filho em casa e em não tê-lo 
10 O STJ entende assim (veja inteiro teor do voto do Relator neste julgado: STJ, REsp 959.780/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro 
Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 06/05/2011.
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levado ao mesmo hospital para continuidade do tratamento. Houve, pois, culpa concorrente a 
permitir a redução proporcional da indenização a ser paga pelo hospital aos pais pela morte do 
mirim (STJ, REsp 1307032/PR, 4ª Turma, Rel. Ministro Raul Araújo, DJe 01/08/2013).
O segundo caso versa sobre furto de caminhão em pátio de oficina. Um motorista deixou 
caminhão estacionado em pátio cercado de uma oficina após ter recebido a notícia de que 
aquela oficina não dispunha do serviço de troca de feixes de molas. Enquanto buscava outra 
oficina, o motorista deixou o caminhão aí estacionado, o que durou cerca de quatro dias, sem 
ter de pagar nenhuma remuneração. Houve o consentimento da oficina com essa generosida-
de. Não havia vigilância noturna no pátio de estacionamento, pois os caminhões que estavam 
sob serviço da oficina são levados para o interior do galpão da oficina, o que não acontecia 
com o referido caminhão do motorista, que sequer havia deixado as chaves. O caminhão foi 
furtado de madrugado.
Nesse caso concreto, o STJ entendeu que havia culpa concorrente do motorista que dei-
xou o caminhão no estacionamento sem deixar as chaves e sem obter um consentimento 
expresso da oficina (talvez com o receio de receber uma recusa). A oficina também foi tida 
por negligente, pois, ao aceitar o veículo – ainda que de modo implícito –, assumiu obrigação 
de um contrato de depósito. Por isso, o STJ, diante da culpa concorrente, decidiu condenar a 
oficina a pagar apenas o valor do caminhão (R$ 32.000,00), mas a livrou de pagar a indeniza-
ção por lucros cessantes que chegava a mais de 1 milhão de reais e que, em razão da culpa 
concorrente, deveria ser suportado pela vítima. Essa decisão, porém, não foi unânime; dois 
ministros divergiram e entendiam pela absolvição total da oficina (STJ, REsp 545.752/RS, 4ª 
Turma, Rel. Ministro Raul Araújo, DJe 24/02/2016).
Para nós, esse precedente é extremamente perigoso, pois ignora que a oficina apenas fez 
uma pura generosidade em tolerar que um não cliente estacionasse o seu caminhão no seu 
pátio, de modo que ela, por ser generosa, só poderia ser responsabilizada por danos causados 
ao motorista por dolo, nos termos do art. 392 do CC. Ignorou que não houve aí contrato de de-
pósito, nem mesmo implícito, pois a oficina, em momento algum, assumiu dever de guardar o 
caminhão. No máximo, o que houve foi um contrato de mera cessão de espaço para estacio-
namento, o que não caracteriza depósito e, portanto, afasta as regras do art. 627 e seguintes 
do CC. Portanto, a solução do precedente acima não foi a mais adequada. E lembramos que 
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esse julgado é extremamente perigoso, pois servirá de estímulo a comportamentos egoístas 
por parte de donos de lojas, postos de gasolina, oficinas e outros locais com espaço de esta-
cionamento gratuito às margens das estradas, de modo que os caminhoneiros poderão não 
mais contar com a benevolência dessas pessoas, que não haverá de querer assumir um risco 
tão oneroso em razão de assaltos. O julgado do STJ pune o generoso, ainda que parcialmente.
1.5. IndenIzAção: In nAturA ou pecÚnIA?
1.5.1. Coexistência entre as Formas de Indenização: Preferência da Indeni-
zação in Natura
Em sintonia com o princípio da reparação integral, a preferência legislativa é pela restitui-
ção do estado da vítima anteriormente ao dano, razão por que a prestação in natura é prefe-
rencial. Trata-se da tutela restitutória da responsabilidade civil.
Em não sendo viável o pagamento da prestação in natura, a reparação se dará em pecú-
nia. Trata-se da tutela ressarcitória da responsabilidade civil.
A preferência da tutela restitutória em relação à ressarcitória é extraída do art. 947 do CC 
e resume o princípio da máxima coincidência da reparação com a obrigação voluntária.
É plenamente viável cumular as duas tutelas, como se dá no caso de uma lesão à hon-
ra ser indenizada mediante direito de resposta (prestação in natura) e um valor pecuniário. 
O que importa é que haja a reparação integral do dano. O STJ já admitiu essa cumulação em 
dano ambiental, que foi indenizado mediante indenização in natura (obrigação de fazer no 
sentido de recuperar o meio ambiente degradado) em conjunto com uma indenização pe-
cuniária destinada a reparar o “dano residual”, assim entendido aquele que não foi reparado 
pela prestação in natura (REsp 1114893/MG, 2ª Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe 
28/02/2012). O art. 3º da Ação Civil Pública (Lei n. 7.437/1985) confirma essa possibilidade 
de cumulação, ao estabelecer que o objeto dessa ação coletiva pode ser uma condenação em 
dinheiro ou em obrigação de fazer ou não fazer.
Se alguém causa um dano e, espontânea e imediatamente, o repara integralmente, não 
haverá nada mais a ser indenizado. Se, por exemplo, alguém arremessa pela janela um livro 
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novo e embalado que pertence a terceiro e, logo em seguida, oferece um livro embalado e 
idêntico ao anterior, a reparação integral terá se aperfeiçoado aí, de maneira que nenhuma 
indenização adicional poderá exigir o proprietário do bem. Não há nenhum “dano residual” 
nesse exemplo.
1.5.2. Parâmetros para a Indenização in Natura
O CC não é expresso em estabelecer quando será escolhida a indenização in natura ou em 
pecúnia.
Porum lado, entendo que a vítima pode escolher entre exigir a prestação in natura ou a 
pecuniária, desde que a exigência da primeira seja viável e não configure abuso de direito. 
Tal decorre da aplicação analógica do parágrafo único do art. 395 do CC em conciliação com 
o princípio da máxima coincidência da reparação com a obrigação voluntária (art. 937, CC). 
Por exemplo, se alguém destrói uma obra de arte comprada na China, constituiria abuso de 
direito condenar esse agente a uma obrigação de fazer consistente em viajar para a China e 
buscar uma outra obra de arte idêntica, de modo que a vítima só poderia exigir uma indeniza-
ção pecuniária. Igualmente, se um motorista abalroa um carro, soa-nos abusivo condená-lo a 
uma obrigação de fazer consistente em pessoalmente consertar o carro ou em levá-lo a uma 
oficina, de sorte que só caberia à vítima exigir o pagamento de uma prestação pecuniária. Se, 
porém, uma empresa jornalística comete uma difamação, a vítima poderá exigir, como indeni-
zação in natura, a publicação de uma matéria contrária à difamação (direito de resposta), sem 
prejuízo de uma indenização pecuniária para reparar o dano residual. Nesse ponto, apoio-me 
no professor civilista da Universidade Federal de Alagoas Marcos Ehrhardt Jr. (2012, p. 328), 
que reconhece o direito da vítima à escolha, desde que respeitados os limites gerais do orde-
namento (boa-fé, vedação de enriquecimento sem causa etc.).
Por outro lado, o próprio agente tem direito a escolher entre a indenização in natura ou 
a pecuniária na hipótese em que a prestação in natura ainda for útil à vítima e reparar inte-
gralmente o dano. Haveria abuso de direito se a vítima se recusasse a receber a prestação 
in natura nesse caso. É difícil, porém, haver algum caso concreto nesse sentido, pois quase 
sempre haverá algum dano residual.
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Faz-se um alerta para não se confundir responsabilidade civil com cumprimento de obri-
gação de restituir coisa fungível. A primeira decorre da violação de uma obrigação. A segunda 
consiste no dever de o devedor entregar uma coisa com o mesmo gênero, espécie e quanti-
dade da coisa pactuada.
Exemplo: João destrói propositalmente um computador novinho, ainda embalado, que teria 
de ser restituído ao Manoel a daqui dois dias. Aí João tem uma obrigação de restituir coisa 
fungível (o computador embalado é fungível). Nesse caso, é direito do João entregar, no dia 
do vencimento, outro computador novinho, embalado, com as mesmas características, pois 
se trata de adimplemento de uma obrigação de dar coisa fungível. Não há aí responsabilidade 
civil, pois inexistiu descumprimento de qualquer obrigação.
1.6. IndenIzAção no cAso de morte, IncApAcIdAde lAborAl ou outrA 
lesão à sAÚde
1.6.1. Regras Gerais
Questão 4 (VUNESP/DELEGADO/PC-BA/2018) No caso de lesão ou outra ofensa à saú-
de, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos danos emergentes, 
além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido, não sendo devidos lucros 
cessantes.
Errado.
Os lucros cessantes também serão devidos, conforme art. 949 do CC.
Vamos tratar mais do tema.
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Conforme arts. 948, 949 e 950 do CC, havendo lesão à saúde, a indenização abrangerá não 
apenas as despesas de tratamento da vítima (hospital, próteses etc.), mas também os lucros 
cessantes. Se a vítima se recuperar, os lucros cessantes corresponderão às frustrações de 
lucros razoáveis sofridos até a convalescença da vítima. Se, porém, a lesão vier a incapaci-
tar a vítima para o trabalho, os lucros cessantes abrangerão não apenas as frustrações de 
lucros sofridos até ser identificada essa incapacidade laboral, mas também envolverão uma 
pensão alimentícia indenizativa que recomponha o desfalque profissional da vítima. Em ocor-
rendo a morte da vítima, os lucros cessantes consistirão em pensão alimentícia devida aos 
dependentes econômicos do falecido, e a indenização abrangerá também as despesas com 
o funeral.
Em princípio, essas indenizações não precisavam de previsão expressa nos arts. 948 ao 
950 do CC por já estarem contempladas no princípio da reparação integral do art. 944 do CC. 
Todavia, os aludidos dispositivos são convenientes para afastar discussões acerca do cabi-
mento dos alimentos indenizativos como uma espécie de lucros cessantes. Além do mais, 
esses preceitos não afastam o direito a indenização por outros danos sofridos pela vítima, 
como os danos estéticos e os morais, conforme Enunciado n. 192, JDC (“OS danos oriundos 
das situações previstas nos arts. 949 e 950 do Código Civil de 2002 devem ser analisados em 
conjunto, para o efeito de atribuir indenização por perdas e danos materiais, cumulada com 
dano moral e estético”).
1.6.2. Pensão Alimentícia Indenizativa
Caso de Morte
Questão 5 (VUNESP/DELEGADO/PC-BA/2018) No caso de homicídio, a indenização con-
siste, sem excluir outras reparações, no pagamento das despesas com o tratamento da víti-
ma, seu funeral e o luto da família e na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os 
devia, levando-se em conta a duração provável da vida do alimentado.
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Errado.
Na pensão alimentícia, leva-se em conta a data provável da vítima, e não do alimentado.
A legislação é lacônica acerca dos alimentos indenizativos, o que conduz a jurisprudência 
a definir as regras com base em presunções extraídas da experiência comum (art. 375, CPC). 
Entre essas presunções baseadas naquilo que geralmente acontece (id quod plerumque acci-
dit), há a de dependência econômica dos membros de famílias pobres, a de que pessoas po-
bres conseguiriam, no mínimo, um salário mínimo como renda mensal, a de que o adolescente, 
a partir dos 14 anos, ajudaria financeiramente a família pobre, a de que parte da remuneração 
da vítima seria utilizada consigo mesmo em maior percentual, a de que, com 25 anos de idade, 
a vítima provavelmente aumentaria os gastos consigo mesmo em razão de um casamento e a 
de que as pessoas viveriam até a idade fixada pelo IBGE como expectativa de vida.
Com base nessas presunções, há as seguintes regras para os alimentos indenizativos 
decorrentes de morte.
Somente familiares com vínculo de dependência econômica da vítima falecida têm direito 
à pensão. Há presunção relativa dessa dependência no caso de família de baixa renda.
Há direito de acrescer (= reversão da pensão) entre os beneficiários da pensão mensal 
decorrente de reparação civil, de sorte que a quota de quem, por qualquer motivo, deixe de 
perceber a pensão é acrescida à dos demais pensionistas. Tal entendimento decorre da pre-
sunção de que, por exemplo, se um filho casasse e assumisse independência financeira, o pai, 
se vivo estivesse, melhor assistiriaos demais filhos ou a esposa (STJ, REsp 1045775/ES, 3ª 
Turma, Rel. Ministro Massami Uyeda, DJe 04/08/2009).
A pensão é devida desde a data da morte. A exceção corre à conta de morte de filho com 
idade inferior a 14 anos em família pobre. Nesse caso, os pais terão direito a pensão de 2/3 do 
salário mínimo a partir dos 14 anos (idade em que presumidamente o filho passaria a ajudar 
a família mais humilde) até o momento em que o filho completaria 25 anos, quando a pensão 
reduziria para 1/3 do salário mínimo diante da presunção de que o filho gastaria mais consigo 
por provável casamento.
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Quanto ao término da pensão alimentícia, deve acontecer no caso de morte do pensionis-
ta ou com a sua data final, o que ocorrer primeiro. Essa data final dependerá do caso concreto, 
conforme a seguir exposto.
No caso de falecimento do pai ou da mãe, a pensão devida aos filhos supérstites deverá 
durar até eles completarem 25 anos, dada a presunção de que, com essa idade, o filho não 
haveria mais de depender do pai, se vivo estivesse. Excepciona-se essa regra se os filhos 
padecerem de alguma deficiência física ou mental (STJ, REsp 860.221/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, DJe 02/06/2011; AgRg no REsp 1388266/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Hum-
berto Martins, DJe 16/05/2016; REsp 970.640/MG, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 
DJe 01/07/2010).
Na hipótese de pais dependentes econômicos do filho falecido, a pensão devida a eles será 
de 2/3 dos ganhos da vítima fatal até a data em que o finado completaria 25 anos, quando, 
então, o valor reduzirá para 1/3, em razão da presunção de que o falecido constituiria família 
e reduziria a assistência aos seus dependentes. Nessa mesma situação, se o filho vitimado 
não exercia atividade remunerada, a pensão levará em conta o salário mínimo, pois esse seria 
presumidamente o ganho da vítima (Súmula n. 491, STF: “é indenizável o acidente que cause 
a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado”). No caso de família de 
baixa renda, há presunção relativa de dependência econômica dos pais em relação aos filhos 
vitimados (STJ, AgRg no REsp 976.872/PE, 4ª Turma, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe 
28/02/2012; STJ, REsp 721.091/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 01/02/2006).
No caso de morte do companheiro ou cônjuge, o consorte sobrevivente tem direito a pen-
são no valor de 2/3 do salário percebido (ou do salário-mínimo, se vítima não exercia trabalho 
remunerado) até a data provável de vida da vítima (STJ, REsp 853.921/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. 
João Otávio de Noronha, DJe 24/05/2010).
Em qualquer uma dessas hipóteses, a pensão se extinguirá com um dos seguintes mar-
cos, o que ocorrer primeiro: a morte do pensionista ou o advento da data em que a vítima 
completaria a idade média de vida dos brasileiros. De fato, a duração da pensão nunca poderá 
ir além da data provável de vida da vítima se viva estivesse. No ano de 2010, a expectativa de 
vida girava em torno de 73 anos (Tatuce, 2013, p. 383). O STJ entende que a jurisprudência 
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deve acompanhar a evolução dos indicadores demográficos e deve aplicar a tabela de expec-
tativa de vida dos brasileiros elaborada pela Previdência Social (STJ, REsp 885.126/RS, 3ª 
Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 10/03/2008).
Há precedentes posteriores a 2010 do STJ fixando que a data em que a vítima comple-
taria 65 anos seria como o marco final da pensão (STJ, AgRg no Ag 1217064/RJ, 4ª Turma, 
Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe 08/05/2013; AgRg no Ag 1132842/RS, 4ª Turma, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, DJe 20/06/2012). Seja como for, o magistrado deverá estar atento 
às particularidades do caso concreto, como na hipótese de a vítima ter falecido com idade 
superior à expectativa média de vida dos brasileiros (STJ, REsp 72.793/SP, 4ª Turma, Rel. Min. 
Aldir Passarinho Junior, Rel. p/ acórdão Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 06/11/2000). Além 
do mais, entendo que deverá ser levada em conta a expectativa média de vida dos brasileiros 
à época do falecimento da vítima, e não à época do julgamento da causa.
Novo casamento da viúva que recebe alimentos indenizativos pela morte do ex-marido 
não extingue pensão, pois, além de o casamento não cessar as necessidades financeiras da 
viúva e de inexistir previsão legal contrária, tal solução desestimularia o exercício de um di-
reito fundamental da viúva de dar curso à sua vida familiar, que havia sido transtornada com 
o ato ilícito do alimentante (STJ, REsp 100.927/RS, 4ª Turma, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ 
15/10/2001).
Quanto ao ganho da vítima – que é o valor de referência para a definição do valor da pen-
são alimentícia –, devem-se levar em conta na pensão os valores do FGTS e décimo terceiro 
salário, além das férias, se a vítima era trabalhadora assalariada. Se era autônoma, são inde-
vidas essas verbas (STJ, REsp 731.527/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJe 
17/08/2009; Tartuce, 2013, p. 383).
E, no caso de autônomos, o ganho da vítima deve ser o lucro líquido que percebia com 
sua atividade, de maneira que se deve reduzir de sua remuneração os valores presumi-
damente gastos com insumos da sua atividade profissional (TJDFT, Acórdão n. 532119, 
20080810022785APC, 2ª Turma Cível, Rel. Des. J. J. Costa Carvalho, DJE: 02/09/2011).
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Caso de Incapacidade Laboral
Questão 6 (VUNESP/DELEGADO/PC-BA/2018) Se da ofensa resultar defeito pelo qual o 
ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, a indenização, além das despesas do 
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente 
à importância do trabalho para que se inabilitou, não podendo a indenização ser arbitrada e 
paga de uma só vez.
Errado.
É possível que o pagamento da indenização seja feita de uma só vez na forma do parágrafo 
único do art. 950 do CC.
No caso de incapacidade laboral, o beneficiário dos alimentos indenizativos é a própria 
vítima e o valor dos alimentos corresponderá ao ganho mensal que presumidamente deixou 
de perceber em razão da incapacidade laboral.
A pensão alimentícia deverá ser paga enquanto a vítima estiver viva. Não pode ser colo-
cado um limite temporal vinculado à expectativa de vida da vítima, sob pena de violar o prin-
cípio da reparação integral (STJ, REsp 174382/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes 
Direito, DJ 13/12/1999). É diferente dos alimentos fixados no caso de morte, os quais são 
limitados à expectativa de vida do falecido.
1.6.3. Valor dos Alimentos em Salário Mínimo vs Correção Monetária
É admitida a fixação da pensão em salário-mínimo, conforme art. 533, § 4º, do CPC. To-
davia, não poderá haver a aplicação da correçãomonetária, sob pena de ocorrer bis in idem 
(STJ, REsp 302.529/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ 13/12/2004).
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1.6.4. Cumulação dos Alimentos Indenizativos e Benefícios Previdenciários
Segundo o STJ, é plenamente admissível a cumulação da pensão devida a título de lucros 
cessantes com a eventual percepção de benefício previdenciário pela vítima, pois ambas pos-
suem causas jurídicas diversas. Assim, por exemplo, no caso de morte, o fato de o cônjuge 
sobrevivente receber uma pensão por morte como benefício previdenciário pelo INSS não in-
fluenciará no valor dos alimentos indenizativos devidos contra o causador do dano, de modo 
que a viúva, além da pensão por morte, receberá os alimentos indenizativos (STJ, AgRg no Ag 
1239557/RJ, 4ª Turma, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe 17/10/2012).
1.6.5. Constituição de Capital
Como os alimentos indenizativos consistem em prestações periódicas por longo período, 
o risco de futura inadimplência do devedor é grande. Por isso, em garantia, o art. 533 do CPC 
garante ao alimentando exigir a “constituição de capital”, assim entendida a obrigatoriedade 
de o devedor reservar um volume de bens móveis ou imóveis em montante capaz de garantir 
o pagamento dos alimentos indenizativos até a extinção da obrigação. A renda desse “ca-
pital” será usado para pagamento da pensão. Esse “capital” se tornará inalienável e ficará 
em regime de patrimônio de afetação, ou seja, não poderá ser penhorado por outras dívidas 
pessoais do devedor. O “capital” só ficará liberado com a extinção da obrigação alimentar. 
Essa constituição de capital é para garantir apenas os alimentos indenizativos, e não outras 
espécies de indenização (STJ, AgInt no REsp 1625421/PB, 1ª Turma, Rel. Min. Gurgel de Faria, 
DJe 07/08/2018).
O juiz pode, no lugar da constituição de capital, determinar a inclusão do credor em folha 
de pagamento de ente público ou de empresa de notória capacidade econômica. Se o deve-
dor é servidor público, por exemplo, o juiz pode determinar a inclusão da pensão alimentícia 
na sua folha de pagamento a fim de que o órgão público empregador transfira os alimentos 
diretamente ao credor.
Além do mais, se houver pedido do devedor, o juiz pode dispensar a constituição de capital 
se, no seu lugar, for dada uma fiança bancária ou uma garantia real em valor a ser arbitrado 
pelo juiz.
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A sentença condenatória já deve determinar logo a garantia, conforme Súmula n. 313 do 
STJ (“em ação de indenização, procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou 
caução fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, independentemente da situa-
ção financeira do demandado”).
1.6.6. Alteração Superveniente
Há um tema importante que não foi totalmente enfrentado pela jurisprudência, mas que 
cai em prova.
O § 3º do art. 533 do CPC admite a modificação do valor dos alimentos se sobrevier “mo-
dificação nas condições econômicas”. O arbitramento dos alimentos indenizativos não leva 
em conta a possibilidade financeira do devedor, ao contrário do que sucede com os alimentos 
familiares (os de Direito de Família, que se baseiam no binômio necessidade-possibilidade, 
conforme art. 1.694, § 1º, CC). Os alimentos indenizativos baseiam-se no princípio da repa-
ração integral.
Assim, em princípio, as mudanças nas condições econômicas que podem gerar aumento 
ou redução do valor da pensão alimentícia diz respeito ao aumento ou à redução dos gastos 
que a vítima tem.
Todavia, entendemos que, excepcionalmente, a possibilidade do devedor poderá ser leva-
da em conta no arbitramento do valor da pensão alimentícia, em situações excepcionais em 
que as condições econômicas do devedor é manifestamente irrisório para arcar com os ali-
mentos, o juiz poderá arbitrá-los em valor menor em patamar que garanta uma subsistência 
digna ao devedor. O fundamento é a aplicação analógica do parágrafo único do art. 944 do 
CC. Nesse caso, se o devedor prosperar financeiramente, esse aumento da sua condição eco-
nômica autorizaria o aumento da pensão alimentícia (art. 533, § 3º, do CPC), de modo a que o 
devedor venha a arcar com a integralidade do dano causado em nome do princípio da repara-
ção integral (STJ, REsp 913.431/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 26/11/2008). 
Pessoalmente, com base na vedação do enriquecimento sem causa e no princípio da repa-
ração integral, entendo que, se essa prosperidade superveniente for expressiva, o juiz poderá 
majorar a pensão alimentícia além do valor efetivamente devido até compensar o período 
durante o qual o alimentante pagou pensão abaixo da que seria efetivamente devida.
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O inverso também é verdadeiro: se o devedor naufragar financeiramente, a pensão ali-
mentícia indenizativa poderá ser reduzida por conta da diminuição de sua possibilidade por 
força do art. 533, § 3º, do CPC, da incidência analógica do art. 944, parágrafo único, do CC, 
e do princípio da dignidade da pessoa humana (STJ, REsp 913.431/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministra 
Nancy Andrighi, DJe 26/11/2008).
Há mais algumas questões importantes.
Indago: é ou não relevante o aumento ou a redução superveniente de despesas com tra-
tamento médico do alimentado? A resposta é sim! No valor dos alimentos indenizativos e na 
constituição de capital, devem ser considerados também as despesas que a vítima terá de fa-
zer com seu tratamento de saúde, como locação de próteses (STJ, REsp 12846/RJ, 3ª Turma, 
Rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJ 21/10/1991).
Por essa razão, se houver aumento superveniente nessas despesas, como o aumento 
do aluguel de próteses, o alimentado poderá pedir a majoração proporcional dos alimentos 
(art. 533, § 3º, CPC). Igualmente, se as despesas se reduzirem, o devedor poderá pleitear o 
decréscimo correspondente da pensão.
Outra questão interessante: é ou não relevante a desvalorização monetária ante a insu-
ficiência do indexador adotado? Resposta: sim! Se o indexador adotado para corrigir mone-
tariamente a pensão alimentícia indenizativa for insuficiente, o alimentado poderá pleitear o 
aumento do valor dos alimentos com fulcro no § 3º do art. 533 do CPC (STJ, REsp 22549/SP, 
3ª Turma, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJ 05/04/1993).
E o enriquecimento superveniente da vítima? O STJ já decidiu isso. O enriquecimento da 
vítima jamais ensejará a redução ou a exoneração da pensão, pois, do contrário, estar-se-ia 
punindo quem, esforçando-se por superar as lesão sofridas (ex.: uma deficiência física), con-
segue alcançar a prosperidade (STJ, REsp 913.431/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andri-
ghi, DJe 26/11/2008).
1.6.7. Substituição da Pensão Alimentícia por uma Prestação Única
Caso de Incapacidade Laboral
Quem ficaincapaz para o trabalho (ex.: paralítico) tem direito a exigir, entre outras parce-
las indenizatórias, uma pensão alimentícia que ressarça o que percebia como remuneração 
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pelo trabalho. Acontece que o parágrafo único do art. 950 do CC permite que, no lugar de o de-
vedor pagar pensão alimentícia mensalmente até a morte da vítima, é possível que o juiz fixe 
um valor único, como forma de a vítima possa, com esse capital, iniciar algum outro negócio 
compatível com a sua incapacidade física. O STJ entende que essa conversão da prestação 
mensal (pensão alimentícia) em uma prestação única não depende de mera vontade da víti-
ma. O juiz tem de analisar, em cada caso concreto, a conveniência da aplicação dessa regra 
que autoriza a estipulação de parcela única, evitando não apenas o risco de inadimplência do 
devedor ao longo dos anos – o que comprometeria a satisfação do crédito –, mas também 
que essa alternativa seja demasiadamente onerosa ao devedor e cause-lhe a ruína (STJ, REsp 
1349968/DF, 3ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, DJe 04/05/2015; TST, E-RR – 
76200-43.2006.5.20.0006, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Rel. Min. João 
Batista Brito Pereira, DJe 05/10/2012).
Caso de Morte
A substituição da pensão alimentícia indenizativa por uma prestação única não pode ser 
aplicada para casos de morte, mas apenas para os de incapacidade laboral por dois motivos: 
(1) o art.  950, parágrafo único, do CC só prevê essa opção para hipóteses de incapacida-
de laboral; e (2) a finalidade dessa alternativa é propiciar que a vítima direta continue a ter 
uma vida profissional usando a prestação única para começar uma nova atividade profissio-
nal, situação que não ocorre no caso de morte, em que o pensionista será um dependente 
econômico do falecido (STJ, REsp 1045775/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro Massami Uyeda, DJe 
04/08/2009).
1.7. dAno presumIdo ou In re IpsA
Questão 7 (CESPE/PROCURADOR/PGM-MANAUS/2018) Lucas — vítima de importante 
perda de discernimento em razão de grave doença degenerativa em estágio avançado 
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—, devidamente representado por sua filha e curadora Maria, ajuizou ação indenizatória por 
danos materiais e morais contra determinada instituição financeira, sustentando que foram 
realizados saques indevidos em sua conta-corrente com a utilização de um cartão magnético 
clonado por terceiros. Durante a instrução processual, foi comprovado que os fatos alegados 
na petição inicial eram verdadeiros. Nessa situação hipotética, (...) Lucas não faz jus ao rece-
bimento de indenização por dano moral, tendo em vista não estar conscientemente sujeito a 
dor ou sofrimento psíquico devido à significativa perda de discernimento.
Errado.
O dano moral é a violação do direito da personalidade; a dor ou a tristeza são meras conse-
quências dessa violação. A honra de Lucas foi atingida; é irrelevante se ele “chorou”, “gritou”, 
“ficou com depressão”. No máximo, esses efeitos podem ser levados em conta para majorar 
o valor da indenização. Além do mais, o fato relatado na questão representa um dano moral 
presumido, pois, à luz das máximas, é possível presumir que clonagem do cartão atinge direi-
to da personalidade.
Questão 8 (FCC/DEFENSOR/DPE-AP/2018) A simples devolução indevida de cheque ca-
racteriza dano moral, independentemente de prova do prejuízo sofrido pela vítima.
Certo.
Se trata de um caso de dano moral presumido nos termos da Súmula n. 388 do STJ (“simples 
devolução indevida de cheque caracteriza dano moral”).
O dano precisa ser provado. Um dos meios de prova admitidos é a máxima da experiência, 
que considera provado um fato se condizer com aquilo que, segundo a experiência comum, 
geralmente acontece (id quod plerumque accidit). O art. 375 do CPC admite esse meio de prova. 
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Com base nisso, é possível presumir a existência de danos em algumas situações, o que dis-
pensará a produção de outras palavras. Trata-se dos danos presumidos, também chamados 
de danos in re ipsa (pois se trataria de danos comprováveis apenas do próprio fato).
Isso ocorre especialmente com danos morais em situações como na de negativação inde-
vida do nome em cadastro de inadimplentes ou de morte de familiar. A experiência demonstra 
que esses fatos, por si só, atingem os direitos da personalidade da vítima, razão por que con-
figuram danos morais in re ipsa e, portanto, dispensam a produção de outras provas acerca 
da caracterização do dano.
É possível haver também dano material presumido, como no caso de uso indevido de mar-
cas, que, segundo a experiência, lesiona a atividade empresarial legítimo titular da marca com 
diversos prejuízos, como os oriundos de desvio de clientela (STJ, AgInt no AREsp 228.942/SP, 
4ª Turma, Rel. Min. Lázaro Guimarães – Desembargador Convocado, DJe 09/03/2018). Igual-
mente se presume dano material para caso de morte de membro de família de baixa renda, 
o que autoriza o arbitramento de alimentos indenizativos em valor baseado no salário mínimo 
diante da presunção de que o falecido contribuiria financeiramente com a família humilde 
(STJ, REsp 1325034/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe 11/05/2015).
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) A indenização mede-se pela 
extensão do dano e não pode ser reduzida pelo juiz, mesmo havendo excessiva desproporção 
entre a gravidade da culpa e o dano.
Questão 2 (FCC/DEFENSOR/DPE-SP/2019/ADAPTADA) A gradação da culpa como critério 
de equidade de indenização não foi adotada pelo Código Civil.
Questão 3 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) O dever de indenizar no âmbito 
cível pode resultar de culpa grave ou leve, mas não de culpa levíssima.
Questão 4 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) É permitido ao réu fazer prova 
de ter havido concorrência culposa da vítima, o que viabiliza o arbitramento equitativo da in-
denização de reparação por danos morais.
Questão 5 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) A respeito da ação civil ex delic-
to, a aferição do grau de culpabilidade do autor do delito é medida irrelevante no momento de 
dimensionar a extensão da indenização de reparação aos familiares da vítima.
Questão 6 (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) Havendo usurpação ou es-
bulho do alheio, além da restituiçãoda coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das 
suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reem-
bolsar o seu equivalente ao prejudicado que será estimado pelo seu preço ordinário e pelo de 
afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
Questão 7 (IESES/TITULAR/CARTÓRIO/TJ-SC/2019/ADAPTADA) Ocorrendo usurpação ou 
esbulho do alheio, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devi-
do a título de lucros cessantes, sem prejuízo da restituição da coisa.
Questão 8 (IESES/TITULAR/CARTÓRIO/TJ-SC/2019/ADAPTADA) Em caso de ofensa à li-
berdade pessoal, a indenização consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevie-
rem ao ofendido.
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Questão 9 (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) No caso de lesão ou outra 
ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos danos 
emergentes até o fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove 
haver sofrido, sem direito a lucros cessantes.
Questão 10 (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) Se da ofensa resultar defeito 
pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capaci-
dade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao 
fim da convalescença, incluirá pensão, que não poderá ser paga de uma só vez, correspon-
dente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Questão 11 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) A responsabilidade civil, de 
acordo com o Código Civil, se referente a ato ilícito que resulte em diminuição da capacidade 
laboral, fornece à vítima o direito a exigir danos morais ou pensão equivalente à depreciação 
sofrida.
Questão 12 (CESPE/PERITO/POLÍCIA FEDERAL/2018) Nos casos de perícias no âmbito cí-
vel, para a determinação do valor da indenização devida a vítima de lesões corporais, devem-
-se considerar critérios como as despesas de tratamento.
Questão 13 (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) No caso de homicídio, a  in-
denização consiste, sem excluir outras reparações, no pagamento das despesas com o tra-
tamento da vítima, seu funeral e o luto da família, bem como na prestação de alimentos às 
pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Questão 14 (IESES/TITULAR/CARTÓRIO/TJ-SC/2019/ADAPTADA) Em hipótese de homicí-
dio, não haverá pagamento de indenização.
Questão 15 (VUNESP/ADVOGADO/PREFEITURA DE SÃO ROQUE-SP/2020/ADAPTADA) A 
simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral, mas não a apresentação an-
tecipada de cheque pré-datado.
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Questão 16 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/2020/
ADAPTADA) Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
Questão 17 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/2020/
ADAPTADA) A simples devolução indevida de cheque não caracteriza dano moral.
Questão 18 (VUNESP/ADVOGADO/PREFEITURA DE SÃO ROQUE-SP/2020/ADAPTADA) Da 
anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito não cabe indenização por dano moral 
quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
Questão 19 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/2020/
ADAPTADA) Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, cabe indenização por 
dano moral, mesmo quando preexistente legítima inscrição.
Questão 20 (CONTEMAX/PROCURADOR/PREFEITURA DE LUCENA-PB/2019/ADAPTADA) 
Na hipótese de atraso de voo, não se admite a configuração do dano moral in re ipsa.
Questão 21 (VUNESP/ADVOGADO/PREFEITURA DE SÃO ROQUE-SP/2020/ADAPTADA) Ma-
ria, grávida de 9 meses, juntamente com seu esposo José, estavam caminhando na rua, quan-
do foram atropelados por Carlos. José faleceu imediatamente em razão do atropelamento. 
Verificou-se que o atropelamento se deu em razão de Carlos não ter realizado as devidas ma-
nutenções em seu veículo que estava com defeitos no sistema de frenagem. O atropelamento 
ocorreu no dia 01.03.2003. Carlos foi condenado por homicídio culposo e cumpriu pena. Em 
02.03.2019, Joaquim, filho de Maria e José, na época do acidente, nascituro, nascido um dia 
após a morte do pai, assistido por aquela, ajuizou ação de indenização por danos morais con-
tra Carlos. Acerca do caso hipotético, é possível afirmar corretamente que:
(  )	� por não ter conhecido o pai, não pode Joaquim postular danos morais, podendo re-
querer, apenas, o pagamento de eventuais danos materiais por não ter sido sustentado 
financeiramente pelo pai.
Questão 22 (VUNESP/ADVOGADO/PREFEITURA DE SÃO ROQUE-SP/2020/ADAPTADA) Ma-
ria, grávida de 9 meses, juntamente com seu esposo José, estavam caminhando na rua, quando 
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foram atropelados por Carlos. José faleceu imediatamente em razão do atropelamento. Veri-
ficou-se que o atropelamento se deu em razão de Carlos não ter realizado as devidas manu-
tenções em seu veículo que estava com defeitos no sistema de frenagem. O atropelamento 
ocorreu no dia 01.03.2003. Carlos foi condenado por homicídio culposo e cumpriu pena. Em 
02.03.2019, Joaquim, filho de Maria e José, na época do acidente, nascituro, nascido um dia 
após a morte do pai, assistido por aquela, ajuizou ação de indenização por danos morais con-
tra Carlos. Acerca do caso hipotético, é possível afirmar corretamente que:
(  )	� é possível a postulação de danos morais em razão da morte do pai ocorrida antes do 
nascimento do autor, independentemente de prova de dor e sofrimento.
Questão 23 (FCC/DEFENSOR/DPE-SP/2019/ADAPTADA) A culpa contra a legalidade não 
afasta a necessidade de comprovação de dolo ou culpa do agente causador do dano.
Questão 24 (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2018) Uma vez ajuizada ação de cobrança de 
dívida já paga, o direito do requerido à restituição em dobro prescindirá da demonstração de 
má-fé do autor da cobrança.
Questão 25 (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2018) A sanção civil de pagamento em dobro 
por cobrança de dívida já adimplida pode ser pleiteada na defesa do réu, independentemente 
da propositura de ação autônoma ou de reconvenção para tanto.
Questão 26 (CESPE/PROCURADOR/PGE-AM/2018) Lucas — vítima de importante perda de 
discernimento em razão de grave doença degenerativa em estágio avançado —, devidamente 
representado por sua filha e curadora Maria, ajuizou ação indenizatória por danos materiais 
e morais contra determinada instituição financeira, sustentando que foram realizados sa-
ques indevidos em sua conta-corrente com a utilização de um cartão magnético clonado por 
terceiros. Durante a instrução processual, foi comprovado que os fatos alegados na petição 
inicial eram verdadeiros. Nessa situação hipotética,conforme a jurisprudência do STJ,
(  )	� como o ilícito foi praticado por terceiro, que clonou o cartão magnético e efetuou os sa-
ques, ficou configurado evento que rompeu o nexo causal, afastando a responsabilidade 
da instituição financeira.
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Questão 27 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AL/2017/ADAPTADA) Na fixação do valor indenizató-
rio correspondente a uma única prestação pecuniária, os juros moratórios fluem a partir da 
citação em caso de responsabilidade extracontratual.
Questão 28 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) A responsabilidade civil, de 
acordo com o Código Civil, será indevida quando não for possível quantificar a extensão do 
dano causado.
Questão 29 (CESPE/DEFENSOR/DPU/2017/ADAPTADA) A aplicação da teoria da perda da 
chance pressupõe uma possibilidade concreta, real e com alto grau de probabilidade de se 
garantir um benefício ou sofrer um prejuízo, bem como que a ação ou omissão do agente te-
nha nexo causal com a perda da oportunidade de exercer a chance.
Questão 30 (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/2017/ADAPTADA) 
No que se refere às famílias de baixa renda, há presunção de dano material e moral em favor 
dos pais em caso de morte de filho menor de idade, ainda que este não estivesse ainda que 
este não estivesse trabalhando na data do óbito.
Questão 31 (CESPE/JUIZ/TJ-PR/2019/ADAPTADA) Ana, maior de sessenta e cinco anos de 
idade, valendo-se da gratuidade constitucional do transporte coletivo urbano, ingressou em 
ônibus da empresa Transpark S.A. e declarou o valor da bagagem em R$ 10.000, o que foi 
aceito pela transportadora. Durante o trajeto, o veículo que estava à frente do ônibus freou 
abruptamente, sem causa aparente. O  motorista do coletivo, visando não colidir, perdeu o 
controle do carro e caiu em uma ponte, ocasionando perda de bens e lesões em vários pas-
sageiros, entre eles, Ana, que ingressou em juízo pleiteando danos morais e estéticos, além 
de danos materiais pela perda total da bagagem. A empresa, por sua vez, alegou a ocorrência 
de fato exclusivo de terceiro, o que ficou comprovado mediante laudo pericial da polícia civil. 
Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Civil, com o entendimento doutrinário so-
bre o tema e com a jurisprudência do STJ,
(  )	� a transportadora não poderia exigir de Ana a declaração do valor da bagagem, com vis-
tas à limitação da indenização, pois essa conduta viola o princípio da reparação integral 
dos danos.
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Responsabilidade Civil – Parte III
DIREITO CIVIL
GABARITO
1.	 E
2.	 E
3.	 E
4.	 C
5.	 C
6.	 C
7.	 C
8.	 C
9.	 E
10.	 E
11.	 E
12.	 C
13.	 C
14.	 E
15.	 E
16.	 C
17.	 E
18.	 C
19.	 E
20.	 C
21.	 E
22.	 C
23.	 C
24.	 E
25.	 C
26.	 E
27.	 E
28.	 E
29.	 C
30.	 C
31.	 E
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Responsabilidade Civil – Parte III
DIREITO CIVIL
GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) A indenização mede-se pela 
extensão do dano e não pode ser reduzida pelo juiz, mesmo havendo excessiva desproporção 
entre a gravidade da culpa e o dano.
Errado.
A segunda parte da questão contraria o art. 944, parágrafo único, do CC.
Pelo princípio da reparação integral (também chamado de princípio da restitutio in integrum), 
a regra geral é a de que a indenização se mede pela extensão do dano, ou seja, o valor da inde-
nização tem de corresponder exatamente ao valor do dano causado (art. 944, caput, do CC).
Há, porém, exceções legais a esse princípio, a exemplo da hipótese em que há manifesta des-
proporção entre a gravidade da culpa e o dano, caso em que o juiz poderá reduzir equitativa-
mente o valor da indenização (art. 944, parágrafo único, CC).
A outra exceção é a da indenização contra o incapaz: o juiz fixa o valor com base na equidade 
e atento à proteção da sobrevivência digna do incapaz (art. 928, parágrafo único, do CC).
Veja os dispositivos:
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não 
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se 
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o 
juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Questão 2 (FCC/DEFENSOR/DPE-SP/2019/ADAPTADA) A gradação da culpa como critério 
de equidade de indenização não foi adotada pelo Código Civil.
Errado.
Ao contrário do dito na questão, a gradação da culpa como critério de equidade foi adotada 
de modo excepcional em alguns casos, a exemplo da hipótese do art. 944, parágrafo único, do 
CC. A regra, porém, é que a gradação da culpa é irrelevante para o valor da indenização.
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Questão 3 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) O dever de indenizar no âmbito 
cível pode resultar de culpa grave ou leve, mas não de culpa levíssima.
Errado.
A regra é que o grau de culpa é irrelevante para o dever de indenizar: mesmo a culpa levíssima 
gera esse dever.
Questão 4 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) É permitido ao réu fazer prova 
de ter havido concorrência culposa da vítima, o que viabiliza o arbitramento equitativo da in-
denização de reparação por danos morais.
Certo.
Havendo culpa concorrente, a indenização é arbitrada proporcionalmente à culpa do agente. 
É o art. 945 do CC:
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será 
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Questão 5 (CESPE/DEFENSOR/DPE-AC/2017/ADAPTADA) A respeito da ação civil ex delic-
to, a aferição do grau de culpabilidade do autor do delito é medida irrelevante no momento de 
dimensionar a extensão da indenização de reparação aos familiares da vítima.
Certo.
O grau de culpa é, em regra, irrelevante para a fixação do valor da indenização, conforme o 
princípio da reparação integral (art. 944, caput, do CC).
Questão 6 (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) Havendo usurpação ou es-
bulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das 
suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reem-
bolsar o seu equivalente ao prejudicado que será estimado pelo seu preço ordinário e pelo de 
afeição,

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