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Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital Autor: Sergio Henrique Aula 04 24 de Setembro de 2020 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 1 112 SUMÁRIO 00. Bate Papo Inicial .......................................................................................................... 3 1. Solos .............................................................................................................................. 4 1.1. O Horizonte do Solo .................................................................................................................... 4 1.2. Formação de Solos ..................................................................................................................... 6 1.3. Elementos do Solo necessários às Plantas ................................................................................. 7 1.4. Classificação do Solo Brasileiro .................................................................................................. 8 1.5. Os Tipos de Solo ........................................................................................................................ 10 1.5.1. Arenoso ................................................................................................................................................................. 11 1.5.2. Orgânico ou Organossolos .................................................................................................................................... 11 1.5.3. Argiloso ................................................................................................................................................................. 11 1.5.4. Áridos .................................................................................................................................................................... 11 1.5.5. Latossolos ............................................................................................................................................................. 11 1.5.6. Outros ................................................................................................................................................................... 11 1.6. Problemas Ambientais no Solo ................................................................................................. 12 1.6.1. Uso de fertilizantes ............................................................................................................................................... 12 1.6.2. Uso de pesticidas, herbicidas e inseticidas ........................................................................................................... 12 1.6.3. Despejo incorreto de resíduos sólidos ................................................................................................................. 12 1.6.4.Desmatamento ...................................................................................................................................................... 13 1.6.5. Consequências da poluição do solo ...................................................................................................................... 13 2. Os Solos de Goiás ......................................................................................................... 15 3. O Agronegócio ............................................................................................................. 20 3.1. O Agronegócio em Goiás .......................................................................................................... 22 4. A Biotecnologia ............................................................................................................ 25 4.1. Os Transgênicos e a Lei da Biossegurança ............................................................................... 26 4.2. A Biotecnologia no Estado de Goiás ........................................................................................ 27 5. Modelos Agrícolas ....................................................................................................... 30 5.1. Agropecuária Extensiva ............................................................................................................ 30 5.2. Agropecuária Intensiva ............................................................................................................ 30 6. Cluster e Agriclusters ................................................................................................... 31 7. PEA na Agricultura e Desenvolvimento ........................................................................ 33 8. A Colônia Agrícola de Ceres .......................................................................................... 34 Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 2 112 9. Distrito Agro-Industrial de Anápolis ............................................................................. 37 10. Contexto da Produção Agrícola Atual ......................................................................... 39 10.1. A Agricultura em Goiás: Principais Produtos ......................................................................... 41 10.2. Municípios com Maior Produção Agrícola ............................................................................. 48 10.3. A Pecuária Atual ..................................................................................................................... 48 11. Texto Complementar ................................................................................................. 52 12. Orientações de Estudos (Checklist) e Pontos a Destacar ............................................. 54 13. Questionário de Revisão ............................................................................................ 58 Questionário – Somente Perguntas ................................................................................................ 58 Questionário – Perguntas e Respostas ........................................................................................... 59 14. Exercícios ................................................................................................................... 62 15. Considerações Finais ................................................................................................ 111 Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 3 112 00. BATE PAPO INICIAL Olá amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente. Estudar as aulas anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer suas próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos. Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura.Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 4 112 1. SOLOS O solo é um recurso natural renovável que é responsável por abrigar as espécies vegetais e também por ser o meio de sobrevivência do ser humano e dos animais. Trata-se de um recurso renovável, ou seja, o solo é um elemento natural que pode ser por diversas vezes utilizado pelo ser humano em suas atividades produtivas, embora a má utilização e a não conservação dos solos façam com que eles se tornem incultiváveis. Mas atenção, sua renovação não é em escala humana, dependendo de vários anos para sua formação. Para que você tenha ideia de como esse processo de formação do solo é lento e paciente, saiba que são necessários cerca de 400 anos para se formar 1 cm (um centímetro) de solo. Não é fácil definir solo porque, além de ser um material complexo, a definição necessariamente precisa levar em conta sua utilização. Para o geólogo, por exemplo, o solo é o produto de alteração das rochas; para um arqueólogo, é o meio em que ficam preservados registros de civilizações passadas; para o agrônomo ou agricultor, é o meio onde crescem as plantas; para um engenheiro, é o material em que serão fixadas as fundações de uma construção; para um hidrólogo, é um meio em que se armazena água subterrânea. Para o pesquisador das ciências da Terra, pode-se definir solo como o “produto do intemperismo, do remanejamento e da reorganização das camadas superiores da crosta terrestre, sob ação da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera e das trocas de energia envolvidas” (Toledo et al.). Podemos dizer também que ele é conceituado como o substrato terrestre que contém matérias orgânicas e é capaz de sustentar plantas e vegetais sobre si em um ambiente aberto, sendo resultante do intemperismo e da decomposição das rochas. É o material orgânico ou mineral inconsolidado na porção superior da crosta terrestre que serve de base para todas as atividades socioespaciais e naturais. A área do conhecimento que se preocupa em estudar especificamente os solos é chamada de Pedologia. 1.1. O HORIZONTE DO SOLO Trata-se de um recurso renovável, contudo, ela NÃO É RENOVÁVEL EM ESCALA HUMANA, conforme observado no parágrafo anterior, ou seja, o solo é um elemento natural que pode ser por diversas vezes utilizado pelo ser humano em suas atividades produtivas, embora a má utilização e a não conservação dos solos façam com que eles se tornem incultiváveis. Para melhor compreender a sua estrutura, elaboraram-se os conhecimentos a respeito dos horizontes do solo, assim nomeados: O, A, B, C e rocha mãe. Confira o esquema a seguir: Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 5 112 ✓ Horizonte O – é o horizonte orgânico formado a partir da decomposição de materiais orgânicos de origem animal e vegetal. ✓ Horizonte A – é o horizonte mineralógico que, como o nome indica, é composto por compostos minerais oriundos da rocha mãe (a rocha que se decompôs e deu origem ao solo) e também de outras áreas. Geralmente, essa camada apresenta uma boa quantidade de material orgânico decomposto, o que faz com que também se chame de solo humífero. ✓ Horizonte B – é o horizonte de composição essencialmente mineral. Ele é formado pela acumulação de argila e também de oxi-hidróxicos de ferro e alumínio. ✓ Horizonte C – é a zona de transição entre o solo e a sua rocha formadora, sendo chamado também de saprolito. É formado por alguns sedimentos maiores e menos decompostos, representando o processo de decomposição da rocha. Os solos também são divididos em solos maduros, que são mais desenvolvidos e profundos (latossolos) e solos imaturos e pouco desenvolvidos (litossolos, ou latossolos com muitos fragmentos rochosos maiores, muito cascalho). A profundidade dos solos está diretamente ligada às zonas climáticas em que estão localizados. Nas zonas tropicais temos maiores temperaturas e uma maior quantidade de chuvas, consequentemente um processo erosivo mais intenso. Portanto quanto maior a temperatura e a pluviosidade os solos são mais profundos. A perda de solo está entre os grandes problemas provocados pela agricultura (devido ao desmatamento e às culturas temporárias como a soja). São bilhões de toneladas de solos perdidos todo ano no mundo. Daí a importância do seu estudo para compreender qual a melhor forma e o melhor manejo para que a manutenção deste recurso seja viável. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 6 112 1.2. FORMAÇÃO DE SOLOS As rochas existentes na superfície da Terra estão sujeitas ao intemperismo, que é o conjunto das modificações de natureza física (desagregação) e química (decomposição) que elas sofrem e que dependem de vários fatores, como clima, relevo, fauna, flora, tipo de rocha e tempo de exposição. Os produtos friáveis e móveis formados pelo intemperismo e que não são imediatamente removidos pela água, vento ou gelo evoluem, sofrendo uma reorganização estrutural, e dão origem ao que se chama de solo, num processo conhecido por pedogênese (Formação de Solo). Dependendo dos fatores que afetam o intemperismo, os solos terão características e propriedades físicas, químicas e físico-químicas diferenciadas. Poderão ser argilosos ou arenosos; vermelhos, amarelos ou cinza-esbranquiçados; ricos ou pobres em matéria orgânica; espessos ou rasos; homogêneos ou estruturados em horizontes bem definidos. Os fatores que influenciam na formação do solo são: ✓ O clima é o fator que mais influencia o intemperismo, principalmente a precipitação pluviométrica (chuvas) e as variações de temperatura. São elas as principais responsáveis pela natureza e velocidade das reações químicas que ocorrem na formação do solo. ✓ O relevo determina a velocidade de escoamento das águas superficiais, afetando assim a quantidade de água que se infiltra no solo e, como decorrência disso, a maior ou menor remoção de componentes solúveis. ✓ A matéria orgânica existente no solo tem grande influência nas reações químicas, liberando CO2, por exemplo, e afetando o pH da água, o que tem reflexos na solubilidade do alumínio. ✓ O tempo de exposição da rocha, naturalmente, é fundamental, pois quanto mais exposta ela fica, mais sofre desagregação e decomposição. ✓ O tipo de rocha (material de origem): dependendo da composição mineralógica, as rochas podem ser muito alteráveis (como os mármores), enquanto outras (como quartzitos) são muito resistentes ao intemperismo. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 7 112 1.3. ELEMENTOS DO SOLO NECESSÁRIOS ÀS PLANTAS O solo possui elementos minerais que são fundamentais para as plantas, os quais atendem a dois critérios de essencialidade: ✓ Direto: o elemento tem que participar de algum composto, ou de alguma reação, sem a qual a planta não vive; ✓ Indireto: o elemento não pode ser substituído por nenhum outro. Os elementos essenciais dos solos são chamados macronutrientes – N, P, K, Ca, Mg e S –, e são exigidos em maiores quantidades (em quilogramas/hectare) pelas culturas. Já os elementos chamados micronutrientes – B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn, (Si) e (Ni) – são exigidos em menores quantidades (em gramas/hectare) pelas culturas. Por causaprincipalmente do clima, a maioria dos solos tropicais tem níveis de acidez de médio a alto (pH em água < 6,0) e baixos teores de elementos essenciais. Nesses tipos de solo, portanto, as culturas passam a necessitar de mais nutrientes, até mesmo por possuírem mais variedades de plantas de maior potencial produtivo. Dai ser muito importante o produtor monitorar sempre os seus elementos essenciais, para que, em caso de deficiência, ele possa lhes fornecer por meio da correção do solo e de adubações de manutenção e corretivas. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 8 112 1.4. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO BRASILEIRO Conforme vimos anteriormente, assim como é difícil definir solo, também é difícil classificar seus diferentes tipos. Além de haver variados critérios que podem ser usados para isso, a passagem de um tipo de solo para outro é gradacional, o que torna difícil estabelecer limites entre eles. São bastante conhecidas as classificações francesa e portuguesa, muito usadas para os solos africanos; e a classificação adotada pela FAO (Food and Agricultural Organization, órgão da ONU), usada para uma classificação mundial dos solos. A mais difundida, porém, é a classificação norte- americana (Soil Taxonomy), que compreende 12 ordens de solo divididas em subordens, grandes grupos, grupos, famílias e séries. O território brasileiro encontra-se quase todo na zona tropical e tem um relevo que desde o final do Cretáceo não sofreu grandes movimentações. Assim, a natureza da rocha e o relevo têm importância secundária na formação dos solos, sendo o clima fator predominante na pedogênese. Os solos mais importantes em termos de extensão ocupada são de longe os latossolos, que ocorrem praticamente em todo o país e se desenvolvem sobre todos os tipos de rocha. São solos com baixa capacidade de troca de cátions, com presença de argilas de baixa atividade, geralmente muito profundos (mais de 2 m), bem desenvolvidos e de cor amarela a vermelho-escura (pela concentração de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio), localizados em terrenos planos ou pouco ondulados. São típicos de regiões de clima tropical úmido e semiúmido. Os solos brasileiros estão bem estudados e foram cartografados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, que os vem mapeando sistematicamente desde 1960. Esse trabalho levou à criação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Observe a tabela abaixo organizado pela EMBRAPA: Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 9 112 Fonte: https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-solos O mapa baixo representa, sinteticamente, a espacialização dos solos no território brasileiro. Observe a sua distribuição e, em especial, o estado de Goiás: Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 10 112 Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2062813/solo-brasileiro-agora-tem-mapeamento-digital 1.5. OS TIPOS DE SOLO Quanto às suas tipologias, os solos possuem uma ampla variedade, apresentando diferentes cores, texturas, porosidades e outras características. Os principais tipos de solos são: Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 11 112 1.5.1. Arenoso Os solos do tipo arenoso são aqueles que mais sofreram com as ações do intemperismo. Eles possuem uma grande quantidade de minerais primários e oferecem grandes dificuldades para a permanência de plantas e micro-organismos em função da sua elevada porosidade e permeabilidade, que impedem o acúmulo de água e nutrientes. 1.5.2. Orgânico ou Organossolos Ao contrário dos solos arenosos, os orgânicos são extremamente férteis em razão da elevada quantidade de nutrientes neles existente, o que ocorre graças à decomposição de plantas, corpos de animais e micro-organismos. 1.5.3. Argiloso São solos compostos, basicamente, por ferro e alumínio, sendo bastante úmidos em face de sua baixa permeabilidade. São relativamente férteis e permitem a presença de vegetações, porém não é indicado para a prática da agricultura. 1.5.4. Áridos São aqueles solos que se formaram ou se transformaram em regiões com baixos índices de chuvas, com pouquíssimas quantidades de água. Sofrem bastante com as ações do intemperismo e costumam ser pouco férteis. 1.5.5. Latossolos Solos minerais cuja coloração varia de acordo com os tipos de minerais predominantes. Podem ser vermelhos, amarelos e alaranjados. Apresentam muitos desgastes em suas superfícies e são suscetíveis a erosões. 1.5.6. Outros Além desses principais tipos, existem muitos outros, cujas denominações se alteram conforme os critérios adotados e o tipo de classificação elaborada. Os elementos e as características do solo costumam seguir uma combinação de diferentes características, tais como: o tipo de rocha mãe, idade do solo, transporte de sedimentos advindos Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 12 112 de outras áreas, presença de matéria orgânica resultante da decomposição de seres vivos, entre outras. Por esse motivo, diferentes classificações são utilizadas com base em diferentes critérios preestabelecidos. 1.6. PROBLEMAS AMBIENTAIS NO SOLO As principais causas de poluição do solo são o uso de fertilizantes, pesticidas, herbicidas e inseticidas, o despejo incorreto de resíduos sólidos e o desmatamento. Esses fatores fazem com que as principais consequências da poluição do solo sejam a redução de fertilidade do solo, o aumento do risco de erosão e a perda de nutrientes. Saiba mais sobre as causas e consequências da poluição do solo. 1.6.1. Uso de fertilizantes Ao usar fertilizantes para corrigir o solo de forma indiscriminada acaba contaminando o solo com impurezas e/ou com uma sobrecarga de nutrientes para os vegetais, desequilibrando a composição natural do solo. Alguns metais pesados, como chumbo e cádmio, também são encontrados em fertilizantes, aumentando a toxidade do solo, sendo um grande perigo para as plantações. Esses poluentes são posteriormente arrastados com a água das chuvas ou se infiltram no solo, indo parar em lençóis freáticos e mananciais, poluindo assim os cursos d'água. 1.6.2. Uso de pesticidas, herbicidas e inseticidas Agrotóxicos são usados para diminuir o número de pestes/pragas que atuam em plantações e prejudicam a atividade agrícola, mesmo que, para isso, elas causem danos irreversíveis ao meio ambiente. Essas substâncias são absorvidas pelo solo, terminando por contaminar as plantações que crescem ali. O consumo posterior desses vegetais contaminados pode causar sérios danos à saúde humana e de animais. Outro problema é a redução de fertilidade do solo contaminado. 1.6.3. Despejo incorreto deresíduos sólidos Em geral, os lixos doméstico, industrial e rural têm em sua composição uma variedade de produtos químicos prejudiciais ao meio ambiente. Esse lixo é degradado e resulta na produção de chorume, que é um líquido altamente tóxico resultante da decomposição dos resíduos orgânicos. Os depósitos de lixo, feitos de forma não sanitária, acabam vazando esse chorume, que atravessa o Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 13 112 solo, contaminando-o e atingindo os lençóis freáticos. O número de lixões a céu aberto no Brasil é preocupante, sendo que grande parte do nosso lixo não tem o descarte correto. Também pode haver contaminação do solo por despejo de material radioativo ou lixo hospitalar. 1.6.4.Desmatamento A erosão natural do solo ocorre quando as partículas do solo são carregadas pelo vento ou pela água. A cobertura vegetal é retirada no desmatamento, removendo a proteção contra os ventos e eliminando a absorção da água pelas raízes das árvores e plantas. Essa água em excesso pode causar a instabilidade do solo e a erosão. Outras causas para a poluição do solo são: ✓ Água poluída lançada pelas indústrias; ✓ Vazamento de petróleo; ✓ Chuva ácida; ✓ Esgoto lançado em rios e no solo; ✓ Perfuração errada do solo; ✓ Cemitérios; ✓ Infiltração de fossas sépticas; ✓ Queimadas; ✓ Mineração. 1.6.5. Consequências da poluição do solo A principal consequência da modernização agrícola é um grande impacto social inicial, pois as novas tecnologias dispensam uma grande quantidade de mão de obra. Os trabalhadores rurais então desempregados migram para as cidades (e aumentam a marginalização espacial com a proliferação de favelas). A essa migração em massa que ocorre do campo para a cidade denominamos êxodo rural. Podemos destacar o final da década de 60 e a década de 70 como o auge deste processo. Primeiramente devido a aprovação em 1964 do Estatuto do trabalhador rural, no governo Castelo Branco (a criação das leis trabalhistas no campo. GV as criou somente na cidade.) e a implantação dos primeiros modelos de agronegócio, que foram introduzidos em meados da década de 70. De lá pra cá a modernização foi constante e também o êxodo rural. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 14 112 O modelo agrícola brasileiro, desde a colonização é baseado no plantation (latifúndios monocultores agroexportadores). É um modelo agrícola que provoca um grande desgaste do solo em razão da sua exploração intensiva. Existem diversos danos causados pela poluição do solo. Entre os principais estão: ✓ Redução de fertilidade do solo; ✓ Aumento de sua erodibilidade; ✓ Perda de nutrientes; ✓ Desequilíbrio ecológico; ✓ Aumento da salinidade; ✓ Redução da vegetação; ✓ Problemas de saúde pública; ✓ Liberação de gases poluentes; ✓ Entupimento de encanamentos; ✓ Contaminação de alimentos; ✓ Desertificação. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 15 112 2. OS SOLOS DE GOIÁS Em Goiás (e também consideraremos aqui o DF), a classe de latossolos é a mais representativa, em 36,6% do território. Essa classe de solo se encontra geralmente nas regiões sudoeste, central e oeste do estado de Goiás – de considerável importância agropecuária. Por serem resultados de avançado estágio de intemperismo, esses solos costumam ser profundos, porosos, permeáveis e pobres em nutrientes - possuindo baixa fertilidade natural e, portanto, considerados como impróprios para a agricultura. Porém, com a modernização da agrícola, passaram a ser destinados às atividades agrícolas, com modernas técnicas utilizada pela EMBRAPA para correção do solo. A segunda classe em termo de representatividade é a de neossolos (21,6%), ocorrendo em alguns pontos isolados da região sudoeste, oeste, centro, norte e em uma considerável porção da região nordeste – nas bordas do Vão do Paranã. Os neossolos são pouco desenvolvidos, devido à resistência de seu material de origem ao intemperismo ou às elevadas altitudes e encostas íngremes, sendo, portanto, pouco permeáveis. Outras classes que ainda merecem destaquem são os cambissolos e argissolos, representando 19,5% e 15,5% da região, respectivamente. Os cambissolos podem ser encontrados na região sudoeste, em uma faixa longitudinal entre a região central e oeste e em outra faixa que se estende desde sudeste do estado até o extremo norte de Goiás. Os cambissolos são solos de médio a fraco desenvolvimento (pouco profundos), geralmente constituídos por material mineral do substrato geológico de origem, encontrados em diversas condições de clima, relevo e geologia. Os argissolos são verificados em áreas situadas por todo o estado de Goiás, geralmente associados aos cambissolos e neossolos. Os plintossolos e gleissolos ocorrem em menor proporção – 3,2 e 2,8%, respectivamente. Os plintossolos são verificados em manchas nos extremos noroeste e nordeste de Goiás, tendo como característica mais marcante a ocorrência de nódulos ou concreções (concreções lateríticas), mais comuns nas rupturas de relevo. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 16 112 De uma maneira geral, o solo do estado de Goiás é um solo imaturo, ou seja, pouco desenvolvido. Apesar se ser um latossolo, possui muitos fragmentos rochosos e pouca matéria orgânica. É também um solo ácido e precisa ser tratado com o método da calagem [jogar CaO (cal virgem) no solo para neutralizar a acidez]. O solo é dividido em horizontes, conforme vimos anteriormente. Quanto mais horizontes, mais profundo ele é. Quanto mais nos aprofundamos nas camadas do solo, mais pedregoso ele fica até chegarmos à rocha matriz ou rocha mãe (a rocha que deu origem àquele solo). Predominam latossolos argilosos. A fertilidade em geral não é muito alta pois, por estar em região de clima tropical, a maior pluviosidade típica do clima sujeita o solo à erosão e são profundamente intemperizados (sofreram ação de desgaste químico pelas águas das chuvas) e lixiviados (pobres em nutrientes, pois são “lavados” pelas maiores precipitações no verão). De uma maneira geral, a maioria dos solos da região dos Cerrados são os Latossolos, cobrindo 46% da área. Esses tipos de solos podem apresentar uma coloração variando do vermelho para o amarelo, são profundos, bem drenados na maior parte do ano, apresentam acidez, toxidez de alumínio e são pobres em nutrientes essências (como cálcio, magnésio, potássio e alguns micronutientes) para a maioria das plantas. Observe os dois mapas abaixo nos detalhes: Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 17 112 Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Editalwww.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 18 112 1. (UEG – SECTEC – Nível Superior – 2013) O efeito do clima sobre o cerrado, entretanto, é direto somente no sentido de que o cerrado só ocorre onde não há geadas ou, como na borda sul de sua província, somente geadas infrequentes, quase sempre leves e de pouca duração, a precipitação é intermediária, entre 750 e 2000 mm/ano. EITEN, George. Vegetação. In: NOVAES PINTO (Org). Cerrado. 2ª ed. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1993. p. 19. No contexto da relação entre os efeitos dos parâmetros climáticos e a vegetação de cerrado encontrada em Goiás, percebe-se que: Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 19 112 A) a vegetação do cerrado apresenta características diferenciadas pela precipitação, sendo que as áreas de mata estão associadas aos menores índices pluviométricos. B) os valores de temperatura, precipitação, evaporação e evapotranspiração (transpiração das plantas) não apresentam alterações relacionadas ao tipo de uso da terra. C) o conjunto de fatores e elementos ecológicos são desconsiderados na determinação das condições climáticas e vegetacionais. D) a vegetação é influenciada pelo clima de forma direta, atuando também na formação dos solos que a sustenta. Gabarito: D Referência da pesquisa: TOLEDO, M. C. M. et al. Intemperismo e Formação do Solo. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo, Oficina de Textos, 2000. 568p. Il. p. 139-166. il. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 20 112 3. O AGRONEGÓCIO O agronegócio apresenta algumas especificidades, sobretudo por estar sujeito a fatores climáticos no segmento dentro da porteira e também por ser afetado fortemente pelas oscilações do mercado internacional. O conceito de agronegócio é entendido a partir de uma perspectiva sistêmica (ou seja, de conjunto), em que, além do setor de produção dentro da porteira, também se somam os setores antes e depois da porteira, sendo o resultado maior que a simples junção de suas partes. Esse conceito tem origem nos Estados Unidos, com os teóricos Davis e Goldberg (1957), que o explicam como a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações nas unidades agrícolas, do armazenamento, do processamento e da distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles. Nesse sentido, vamos entender alguns conceitos relacionados a Agricultura? ✓ Agricultura, segundo Aurélio é: arte de cultivar os campos, cultivo da terra, lavoura, cultura ou o conjunto de operações que transformam o solo natural para produção de vegetais úteis ao homem. ✓ Pecuária é a arte ou o conjunto de processos técnicos usados na domesticação e criação de animais com objetivos econômicos, feita no campo. Agropecuária é definida como sendo “Teoria e prática da agricultura e da pecuária, nas suas relações mútuas” ✓ Agronegócio (também chamado de agribusiness) é o conjunto de negócios relacionados à agricultura e pecuária dentro do ponto de vista econômico. Pode ser entendido também como um conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários "in natura" ou "industrializados”. Dividido em três partes: dentro, antes e depois da porteira ✓ Insumo: é a combinação de fatores de produção diretos (matérias-primas) e indiretos (mão- de-obra, energia, tributos), e que entram na elaboração de certa quantidade de bens ou serviços. ✓ Produção: é o trabalho do agropecuarista por meio do cultivo do solo e/ou criação de animais, independentemente do tamanho da área ou método utilizado. ✓ Processamento: É a transformação do produto agropecuário em subprodutos, que podem ser bens de consumo ou insumos para outros processos, como o leite, queijos, carnes, embutidos, ração, fios, corantes. ✓ Distribuição: Caracteriza-se pelo transporte e distribuição dos bens agropecuários, e com a área de logística para diminuir os custos e sempre bem visada. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 21 112 Compreender o agronegócio pela visão sistêmica leva a vê-lo como os suprimentos à produção agropecuária; a produção agropecuária propriamente dita; a transformação; o acondicionamento; o armazenamento; a distribuição; o consumo; os serviços complementares (publicidade, bolsas de mercadorias, políticas públicas etc.). Assim o Agronegócio são todos os setores da cadeia produtiva agrícola. Estão incluídos no agronegócio, por exemplo, a lavoura mecanizada, mas também a indústria de maquinários agrícolas, adubos e fertilizantes. Inclusive o processamento final do alimento também é agronegócio, por exemplo, uma fábrica de sucos. A modernização tecnológica ao chegar ao campo promoveu mudanças incríveis. A agropecuária desenvolveu-se tanto em pesquisa, seleção e desenvolvimento de espécies cultiváveis como em métodos cada vez mais automatizados. O desenvolvimento de insumos agrícolas como plantadeiras, aradeiras, colhedeiras e tratores, fertilizantes e agrotóxicos foi muito grande. Esta modernização no campo promoveu uma transformação estrutural da agricultura e aumentou muito a produtividade. Hoje a agropecuária se articula em modelos cada vez mais complexos que chamamos agroindústria ou simplesmente agronegócio. Como agronegócios podemos considerar toda a cadeia produtiva da agricultura, desde as áreas cultivadas altamente mecanizadas, como a indústria que produz os insumos (maquinários) e componentes químicos (fertilizantes e agrotóxicos). Também a indústria que processa o produto como um grande frigorífico ou fábrica de sucos. A modernização do campo e o aumento de produtividade que ocorreu na década de 60 e 70 chamaram de revolução verde. Esta modernização no campo começou a partir do desenvolvimento de novas técnicas e seleção de espécies para viabilizar a agricultura em regiões em que ela não era praticada por alguma limitação natural ou socioeconômica. A revolução verde contou com apoio da ONU, pois viu nela uma oportunidade para o aumento da produção de alimentos e a erradicação da fome no mundo. Infelizmente este objetivo não foi alcançado, pois o agronegócio concentrou suas atividades na cadeia produtiva de commodities (produtos primários ou pouco transformados). Os países pioneiros na revolução agrícola foram o México, Brasil, Índia e Tailândia. Todos estes países hoje são grandes produtores e exportadores agrícolas. Foi um amplo programa idealizado para aumentar a produção agrícola por meio de melhorias genéticas em sementes, desenvolvimento de sementes híbridas, mecanização e redução do custo de manejo agrícola. As grandes propriedades no Brasil e no mundo são essencialmente mono produtoras para exportação. O plantation normalmente produz poucos alimentos, ou nenhum. As lavouras de milho e soja, porexemplo, são destinadas à produção de ração. Os alimentos são produzidos principalmente pela agricultura familiar realizada nas pequenas propriedades. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 22 112 3.1. O AGRONEGÓCIO EM GOIÁS Em Goiás, o agronegócio destaca-se no cenário nacional sendo importante gerador de divisas para o estado por meio de suas exportações, com destaque para os complexos soja e carne. Em relação aos dados de emprego, também se observa a importância dessa atividade para a geração de emprego formal. O município goiano que possui destaque nacional é Rio Verde. Segundo dados do PIB Municipal 2015, o município possui o terceiro maior Valor Adicionado Agropecuário do país. Esse bom resultado reflete na geração de empregos formais, de forma que Rio Verde é o maior empregador formal na atividade de soja e na criação de gado em Goiás. Quando é avaliada a importância da agropecuária para a geração de renda local, observa-se que essa atividade é a principal para diversos municípios. Conforme o PIB Municipal, a agropecuária é a principal atividade econômica em 87 dos 246 municípios goianos (IMB, 2017). Em termos de participação na estrutura econômica, segundo o IBGE (2016), a agropecuária participou com 5,0% da economia brasileira em 2015 e em Goiás essa participação foi de 10,4%. Isso aponta uma maior dependência da economia goiana em relação a esse setor, quando comparada ao país e a outros estados. Embora a agropecuária tenha a menor participação entre os grandes setores econômicos, quando se refere ao agregado agronegócio a participação aumenta significativamente. No cenário nacional, em 2016, o estado de Goiás destacou-se na produção nacional, como segundo maior produtor de sorgo, de tomate e de cana-de-açúcar, e o quarto maior produtor de soja, segundo dados da PAM (IBGE, 2017). Além de contribuir para o suprimento nacional de uma série de produtos, uma parcela expressiva da produção agropecuária de Goiás é exportada na forma de matéria-prima ou de alimentos processados, de forma que, em 2017, 76,8% das exportações goianas decorreram dos produtos do agronegócio (MAPA, MDIC, 2018). Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 23 112 Nos últimos 20 anos Goiás passou por profundas transformações: Fonte: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2018-03/04_goias2038_avaliacao_estrategica_analise_prospectiva.pdf Com a política de modernização do setor agropecuário, foram observadas, em Goiás, mudanças significativas em sua estrutura econômica. O processo de modernização trouxe um conjunto de medidas que favoreceram o agronegócio goiano, como a expansão e incorporação de novas áreas, técnicas mais avançadas e o aporte de investimentos, sendo o crédito rural importante nesse processo. O volume de crédito rural aplicado em Goiás representa 8,6% do total de crédito do país. O estado saltou de R$ 11,2 bilhões em 2013, para R$ 15,1 bilhões em 2017. Desses recursos, 60,8% foram direcionados ao custeio agrícola, 24,0% ao investimento,14,9% para a comercialização e 0,3% para a industrialização (BACEN, 2018). A atividade agrícola é a que mais utiliza os recursos do crédito rural, principalmente para custeio. Por outro lado, a atividade da pecuária utiliza o crédito rural sobretudo para investimento. Em termos de relevância na utilização desse crédito, Rio Verde, no sudoeste goiano, destaca-se ao ocupar a 3ª posição entre os municípios brasileiros que mais tomaram empréstimos para custeio e para investimento. O município ainda se sobressai na 2ª posição para comercialização, segundo levantamento do Banco Central referente ao volume de crédito rural, no período 2016/2017. A participação do agronegócio no estoque de empregos formais em Goiás, nesse período, é de 16,2% do total de empregos, sendo o segmento depois da porteira o que contribuiu com o maior estoque, conforme Quadro 1 e 2. Ressalta-se que na produção dentro da porteira (agropecuária) há vínculos de trabalho baseados em relação de parentesco e informalidade, o que não é captado pela estatística do Ministério do Trabalho. Outrossim, observa-se na produção de commoditieso perfil Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 24 112 mecanizado da agricultura em Goiás, como exemplo a produção de soja, intensiva em tecnologia e capital. Apesar da existência de empregos não formais e da mecanização, o resultado do estoque formal de empregos dentro da porteira reflete a importância da produção agropecuária em Goiás, tendo participado, em 2016, com 38,8% do total de empregos formais do agronegócio. O segmento depois da porteira foi o que teve maior participação, com 55,1%, o que demonstra, principalmente, a relevância das agroindústrias instaladas em Goiás. Já o segmento antes da porteira, que são os fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos, participou com apenas 6,1%. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 25 112 4. A BIOTECNOLOGIA Etimologicamente, biotecnologia é uma palavra de origem grega, onde bio significa vida, techno significa o uso prático e aplicado da ciência e logos quer dizer conhecimento. Assim, biotecnologia pode ser conceituada como o estudo das técnicas aplicadas à vida; o ramo da tecnologia que se ocupa da aplicação de dados biológicos e de engenharia a problemas relacionados à ajustagem mútua do homem e da máquina (MICHAELIS, 2009); ou como a tecnologia desenvolvida para gerar os produtos e processos de origem biológica. Conforme o Boletim Técnico de Biotecnologia Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Biotecnologia é o conjunto de conhecimentos, técnicas e métodos, de base cientifica ou prática, que permite a utilização de seres vivos como parte integrante e ativa do processo de produção industrial de bens e serviço (MAPA, 2010). São realizadas várias pesquisas em busca do melhoramento genético das plantas para selecionarmos as características mais desejáveis. Há as sementes híbridas e as sementes transgênicas. A palavra transgênico é definida como um adjetivo para referência ao “animal ou vegetal que contém material genético tirado de outras espécies, através de técnicas da engenharia genética” (MICHAELIS, 2009). Etimologicamente, o prefixo “trans”, em latim significa “movimento para além, posição além de, através de, mudança”, enquanto “gênico” refere-se ao gene (CGM, 2009). Assim, pode se dizer que transgênicos são organismos que possuem mudança em seu genoma original. Os híbridos são vegetais selecionados e cruzados em laboratório, para conseguirmos assim plantas mais resistentes às pragas, ou maiores e mais suculentas. As plantas são cruzadas e selecionadas, mas não sofrem modificação genética. Já os transgênicos são OGMs (Organismos Geneticamente Modificados). Selecionam e introduzem características desejáveis (mesmo que não sejam naturaisda espécie). Podem tornar as plantas resistentes à ação de pragas e a utilização de agrotóxicos, além de adaptá-las a condições climáticas e de solo específicas. Vamos ao exemplo dos transgênicos no Brasil. Somos atualmente o terceiro maior produtor mundial de Soja e oscilamos de posição entre os 4 grandes produtores (EUA, China, Argentina, Brasil). Até 2005 a soja, que é um cultivo tipicamente de climas temperados e era cultivada somente na região sul. Foi desenvolvida uma variedade de sementes transgênicas adaptadas ao clima tropical e ao solo do cerrado. Isso possibilitou a expansão da agricultura brasileira com base na produção da soja, que hoje ocupa uma grande área cultivada e suas lavouras possuem grande produtividade. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 26 112 4.1. OS TRANSGÊNICOS E A LEI DA BIOSSEGURANÇA A nova tecnologia das plantas transgênicas, antes de serem liberadas pela lei, provocou um grande debate entre os cidadãos e cientistas sobre os possíveis impactos nocivos do uso destas sementes. São muitas as consequências e muito variadas, pois são ambientais, econômicas e na saúde humana. As pesquisas realizadas sobre os impactos dos alimentos transgênicos na saúde humana não foram conclusivas, ou seja, foram liberados antes de sabermos se podem provocar efeitos nocivos. Os principais riscos dos transgênicos apontados são o de cruzamento espontâneo e a dependência do produtor das grandes corporações produtoras das sementes, já que elas não germinam. Para tentar minimizar os riscos na alimentação devido a possíveis mutações e adaptações dos transgênicos, foi criado na Noruega um banco de sementes chamado de “banco do fim do mundo”, que reúne coleções de sementes de todos os principais alimentos conhecidos pelo homem em sua variedade natural. Caso ocorra um problema imprevisto que possa comprometer a alimentação mundial, teremos armazenadas as matrizes genéticas originais. No Brasil enquanto o debate sobre os transgênicos ocorria foi aprovada no congresso a chamada Lei de Biossegurança, de 2005. Numa mesma lei foram aprovados dois temas polêmicos na época: o plantio de transgênicos e a pesquisa com células tronco (que contava com a resistência de grupos religiosos). Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 27 112 4.2. A BIOTECNOLOGIA NO ESTADO DE GOIÁS A safra de grãos 2018/2019 no Brasil terminou com uma produção recorde de 242,1 milhões de toneladas de grãos. De acordo com levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento foi de 6,4% em comparação com a safra passada, impulsionado pelas culturas de algodão e milho. O recorde anterior foi registrado no período 2016/2017, de 237,6 milhões. Observe a notícia: Parte da produção agrícola goiana é exportada. Chegando o volume de negócios a US$ 7.524,5 milhões em 2018. Em 2010 era de US$ 3,18 bilhões. As importações apresentaram grande salto no mesmo período, resultando em US$ 5,1 bilhões. A pauta exportadora reflete as vantagens competitivas de Goiás em recursos naturais, estando concentrada em produtos básicos, sobretudo commodities agrícolas e minerais: complexos soja e carne, milho, cobre e ferroligas entre outros. China, Países Baixos, Rússia e Índia foram os principais mercados dos produtos goianos. Os produtos importados vêm principalmente da Coréia do Sul, Estados Unidos e Japão, pois grande parte das compras é composta de itens para as montadoras de veículos e máquinas agrícolas e insumos para as indústrias farmacêuticas e de fertilizantes instaladas no Estado Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 28 112 Dentro deste contexto, o Estado de Goiás se destaca como um importante polo de lavouras biotecnológicas, ocupando atualmente a quarta posição no ranking nacional. Tomando como exemplo a soja, a análise do contexto nacional demonstra que em 2004 o Brasil tinha apenas 24% das lavouras com soja GM. Número que praticamente dobrou no ano seguinte (40,3%), quando começou a vigorar a Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005. Em 2010, as variedades transgênicas de soja já ocupavam 76,1% da área total. Em 2012 esse percentual subiu para 88,8% e, em 2013, 92% de todas as lavouras de soja plantadas no País já eram transgênicas. No Estado de Goiás, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), posição de abril de 2014, a safra de grãos aumentou 1,4% em 2014 (18,5 milhões de toneladas), impulsionada pelo crescimento na produção de arroz (24,1%), café (16,2%), feijão (14,3%) e algodão (7,4%). E, claro, pelas lavouras de soja, sendo 97,5% delas GMs (CÉLERES AMBIENTAL, 2013). Enfim, segundo dados da adoção da biotecnologia agrícola no Brasil por estado, incluída a área de soja, milho verão, milho inverno e algodão, em Goiás 95,0% das lavouras são GMs. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 29 112 No Sudoeste goiano, uma das regiões que mais produz grãos no Estado, a situação é exatamente essa, a maioria dos sojicultores opta pelo plantio de sementes transgênicas. Esse, portanto, é o cenário vivenciado em Goiás, Estado que vem se destacando como um importante polo da agricultura biotecnológica, onde nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do Cerrado, que em 2014 possuia menos de 1% de sua extensão protegida em parques ou reservas. Fato capaz de gerar inúmeras repercussões nas mais diversas esferas (jurídicas, sociais, ambientais, culturais, etc.) E, integradas ao panorama global, as preocupações goianas são as mesmas, uns consideram a biotecnologia agrícola como a solução para problemas como a fome, a desnutrição e a degradação ambiental, enquanto outros veem neste modelo de agronegócio em commodities e monocultivo de OGMs uma ameaça capaz de gerar irreversíveis danos ao homem e ao meio ambiente. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 30 112 5. MODELOS AGRÍCOLAS Há vários modelos agrícolas pelo mundo, cada qual adaptado às realidades de cada local. Há os sistemas agrícolas com uso intensivo ou extensivo dos solos. 5.1. AGROPECUÁRIA EXTENSIVA Realizada sem ou com baixo uso de tecnologia, através técnicas rudimentares. Tem uma baixa produtividade e ocupam maior espaço (lembre-se: Extensiva lembra a palavra extensão, ou seja, é necessário grandes áreas para a produção). São exemplos os roçados, a agricultura de subsistência. No estado de Goiás temos pequenas propriedades com a prática da agricultura familiar, com técnicas rudimentares. A pecuária extensiva possui grande destaque. 5.2. AGROPECUÁRIA INTENSIVA Tipicamente praticada nos países desenvolvidose grandes propriedades com agronegócio moderno – uma tendência cada vez maior em Goiás. Utilizam alta mecanização e logística, muitos agrotóxicos e fertilizantes e possui alta produtividade, por isso ocupam um espaço bem menor, devido à alta produtividade. No estado de Goiás a expansão agrícola observada nos últimos anos é predominantemente a agricultura comercial, baseada no plantation (latifúndios monocultores com produção para a exportação). Cada vez mais as experiências modernas do agronegócio se espalham e se consolidam. Melhorias na infraestrutura e formação de complexos agroindustriais, como os agriclusters. O relevo de Goiás pode interferir no desenvolvimento do agronegócio? Claro que sim. Por possuir relevo predominantemente formado por chapadas, que são planaltos sedimentares com o topo plano, a mecanização é possível e relativamente fácil de ser instalada. Em algumas regiões planálticas muito íngremes não é possível a mecanização. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 31 112 6. CLUSTER E AGRICLUSTERS O que é um cluster? O conceito de cluster relaciona-se à ideia de aglomerado de empresas vinculadas industrial ou comercialmente. São aglomerados geográficos de empresas de determinado setor de atividades e outras empresas correlatas. “Uma concentração de empresas e instituições que geram capacidade de inovação e conhecimento, favorecendo a construção de vantagens competitivas”. Os clusters são típicos de determinados segmentos econômicos mais modernos e regiões de tecnopolos ao redor do mundo, e um bom exemplo é o que podemos observar no Vale do Silício e na região de Hollywood, ambos na Califórnia, na costa oeste dos EUA. Por outro lado, envolvem tanto características de cooperação como de competição. Cluster são aglomerados competitivos, tecnológicos, que exploram ao máximo a logística e podem ser de vários setores. Ceres por exemplo passou por uma especialização produtiva e só consolidou como um cluster de saúde, mas o mais importante cluster do estado é o complexo logístico agroindustrial da Perdigão no município de Rio Verde. Os principais fatores de atração de investimentos são: ✓ Localização estratégica, que permite escoar a produção para todas as regiões do país. ✓ Incentivos locacionais com incentivos fiscais (isenções de impostos) e incentivos financeiros (financiamentos à juros baixos). Os grandes investimentos no agronegócio, ou agroindústria, são um bom exemplo do processo de desconcentração industrial pelo qual o Brasil passa. Essencialmente o agronegócio está ligado à indústria e os incentivos estimulam a instalação das empresas fora do sudeste, o núcleo de industrialização mais antigo. Texto complementar: “Consciente de que detinha em suas mãos todos os requisitos necessários para competir com outros municípios do Estado e da União, quais sejam o emprego de tecnologia de ponta, alta produtividade e a constante inovação por parte dos agricultores locais, as lideranças municipais uniram forças e foram premiados com a implantação na cidade em meados de 1996, do Projeto Buritis, capitaneado pela Perdigão Agroindustrial S/A em parceria com os produtores rurais, o qual recrudesceu com tamanha intensidade que “explodiu” a pequena cidade de 100.000 habitantes à época (hoje com estimativa de Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 32 112 150.000), redundando em sucesso absoluto. Para que haja um cluster, há a necessidade da concorrência de três elementos: ciência, tecnologia de ponta e pesquisa. Em Rio Verde, a pesquisa está presente no agronegócio desde que a COMIGO – Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Ltda em conjunto com a EMGOPA- Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Goiás e a FESURV – Universidade de Rio Verde, implantou os primeiros canteiros destinados ao trabalho dos pesquisadores dos três órgãos, há mais de 25 anos. De lá para cá a coisa evoluiu tanto, a ponto de ser realizada anualmente a AGRISHOW-COMIGO, feira de mostra de máquinas, implementos e resultados da pesquisa, nos moldes da realizada em Ribeirão Preto-SP. Para se ter uma pequena ideia da grandeza da tecnologia empregada pelos agricultores em Rio Verde, hoje lá se produz mais quilos de soja por hectare do que produzem os seus concorrentes americanos, numa demonstração clara da eficiência dos profissionais da área. Pólo de atração para as agroindústrias, o agricluster Perdigão contribuiu para incrementar em 47% o Produto Interno Bruto local no ano passado, tornando Rio Verde uma das três cidades brasileiras com maior índice de crescimento econômico. Três fatores foram extremamente decisivos para que a Perdigão Agroindustrial fosse se instalar em Rio Verde: O Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), o qual funciona como garantidor e alavancador dos recursos financeiros que são repassados aos parceiros integrados, por intermédio do Banco do Brasil S/A, à taxa de juros de 8,75% ao ano; a privilegiada localização geográfica do município, permitindo o acesso aos mercados do Norte e Nordeste do país, além da farta produção de grãos e, por fim, o Governo do Estado de Goiás o qual compareceu concedendo desconto e financiando o restante dos impostos estaduais gerados, durante duas décadas, além de todos os serviços de terraplenagens necessários à implantação do complexo industrial. Também a Prefeitura do município teve participação decisiva, adquirindo as áreas rurais onde se implantou a empresa. Nem tudo, porém são flores no município. Problemas existiram e continuam a existir, a exemplo das duas rodovias federais que cortam Rio Verde (BR-060 e BR-452), as quais carecem de um recapeamento em toda a sua extensão no Estado de Goiás. A despeito de tudo isto a região, cujo pivô acha-se na cidade de Rio Verde, onde está instalado o complexo agroindustrial da Perdigão, desenvolve-se de forma acelerada. Vinte e dois municípios ao redor de Rio Verde são beneficiados pelo agricluster ali existente, pois são também produtores de grãos e têm instalado em suas fazendas, granjas de suínos e aves da empresa em parceria com os produtores rurais. Disponível em: http://www.beefpoint.com.br/o-agricluster-goiano-por-que-rio-verde-19536/>. Acesso em 13/04/18. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 33 112 7. PEA NA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO População Economicamente Ativa (PEA) é a população empregada no nos setores produtivos: primário (agropecuária e extrativismo), secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços). No estado está aumentando a quantidade de pessoas empregadas na indústria, mas há uma predominância da população empregada no setor primário e terciário. Observe atentamente o gráfico abaixo. Na década de 1970 ocorreu um aumento na quantidade de trabalhadores. É uma época de expansão da fronteira agrícola pelo estado e o crescimento do entorno das cidades próximas ao DF, como Goiânia. O trabalho sempre foi predominantemente masculino, sobretudo em decorrência do perfil rural do estado. Com a modernização da agricultura a quantidade de pessoal ocupado tende a diminuir cada vez mais. Hoje a produção é cada vez maior e o número de pessoas ocupadas na agroindústriaé menor. Mesmo com a abertura de fábricas no estado, sobretudo as ligadas ao setor automobilístico, são empresas modernas e empregam um número reduzido de trabalhadores, com maior qualificação. O desemprego que ocorre devido à modernização das tecnologias agrícolas chamamos de desemprego estrutural ou tecnológico. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 34 112 8. A COLÔNIA AGRÍCOLA DE CERES Foi criada em 1941 a Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG) fez parte das políticas expansionistas de Getúlio Vargas. Foi emancipada em 1953 e nas décadas seguintes emancipada como município, a cidade de Ceres se especializou em um setor econômico distinto daquele previsto no projeto de criação da Colônia. Ela foi criada na década de 1940 durante a política de expansão econômica que ficou conhecida como “Marcha para o Oeste” do então presidente Vargas em conjunto com seu interventor estadual Pedro Ludovico (por simples analogia podemos associar as características do ludoviquismo às de Vargas. Estudaremos nas aulas seguintes). Somado a criação de Goiânia e da Fundação Brasil Central, os projetos de Vargas muito influenciaram a configuração territorial da região central de Goiás denominada, naquele período, de Mato Grosso Goiano. A Fundação Brasil Central (FBC), que teve origem na Expedição Roncador-Xingu, inicialmente comandada por João Alberto Lins de Barros (ministro da Coordenação de Mobilização Econômica e ex-tenente da Coluna Prestes), foi um órgão, criado em 1943, com o objetivo de "desbravar e colonizar as zonas compreendidas nos altos rios Araguaia, Xingu e no Brasil Central e Ocidental", região alvo da chamada "Marcha para Oeste", programa de colonização e ocupação de fronteiras impulsionado pelo então presidente Getúlio Vargas nos primeiros anos do Estado Novo. Essa iniciativa fundou as cidades de Aragarças, em Goiás, e Nova Xavantina, no Mato Grosso; assumiu a administração da Estrada de Ferro Tocantins; firmou convênios com outros órgãos para mobilização de trabalhadores do norte do país; construiu usinas de cana, estradas, campos de pouso, redes de comunicação; e adquiriu entrepostos comerciais. Fonte: http://www.coc.fiocruz.br/index.php/todas-as-noticias/264-as-ideias-que-fazem-o-estado-andar-a-fundacao-brasil-central-e-a- imaginacao-territorial-brasileira? (acesso em 13/04/18). Ceres tornou-se um município emancipado, que é separado pelo rio das almas no município de Rialma, formam o que chamamos cidades irmãs: quando temos a mesma malha urbana em municípios diferentes separados por fronteiras (naturais ou artificiais). Os critérios usados para a implantação de CERES eram as condições de solo e a proximidade de Anápolis até então era o principal centro regional goiano. As Colônias Agrícolas Nacionais “foram criadas para receber e fixar cidadãos brasileiros pobres, aptos a agricultura, dentre aquele amplo programa de superação das carências do modelo brasileiro de desenvolvimento”. Com as Colônias pretendia-se resolver dois estrangulamentos básicos: “alocar mão-de-obra liberada pela decadência da cafeicultura do sudeste (e de maneira mais global pela deterioração das relações de troca entre o velho campo e a nova economia urbana), e criar uma frente agrícola comercial interna.” Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 35 112 Traçado urbano da colônia de Ceres. O traçado e atual. Ceres surgiu de um planejamento assim como Goiânia e o DF. A proximidade com centros dinâmicos como Anápolis e Goiânia significou facilidade de escoamento da produção e proximidade com mercados consumidores – isso estimulou o aumento na produção agrícola. Nos seus primeiros anos sua produção era principalmente voltada para arroz, feijão e milho. A partir da década de 1950 foi introduzido o cultivo da batata, do amendoim e da fruticultura. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 36 112 A produção pecuária era limitada, pois o objetivo econômico fundamental da colônia era o aproveitamento da fertilidade do solo. A criação de animais depende pouco da fertilidade e pode ser realizadas em solos pouco férteis do cerrado, que são cobertos de gramíneas. O aumento populacional do Mato Grosso (lá foi criada a colônia agrícola de Dourados), a colonização das terras em direção ao oeste goiano, de importantes centros urbanos do estado e de outras Unidades da Federação favoreceu o aumento da demanda por alimento. Relação direta: Urbanização (aumento da população urbana maior que a rural) Aumento pela demanda de alimentos Mas foram os grandes cerealistas de Anápolis e os comerciantes de Ceres que se beneficiaram do processo de incorporação da produção agrícola da CANG junto à demanda crescente dos centros que se emergiam. Diante do domínio do capital mercantil e da valorização das terras, ocorreram vários conflitos entre posseiros, colonos, grileiros e fazendeiros. No caso específico dos colonos, muitos deixaram suas condições de proprietários e migraram para cidades da região, em especial para Anápolis, Goiânia e, mais tarde, Brasília. A pequena propriedade, desde então, passou por uma forte desarticulação cedendo lugar às grandes fazendas que já existiam nas proximidades. Mas a desarticulação da pequena propriedade não ocorreu por uma falha ou ingenuidade do plano político de Vargas que, dentre outros objetivos, também visava fixar o agricultor familiar, A interiorização econômica, portanto, significou o aumento da produção de alimentos, mas também da reprodução da estrutura desigual da distribuição da terra, e a incorporação das pequenas propriedades pelo latifúndio. Conforme expande a agricultura expande também os conflitos. A colônia agrícola se urbanizou e passou por uma reespecialização produtiva. A cidade sempre contou com a administração de médicos e se tornou um importante centro de atividades ligadas à saúde. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 37 112 9. DISTRITO AGRO-INDUSTRIAL DE ANÁPOLIS Também conhecido pelas iniciais DAIA, é uma região industrial da cidade de Anápolis em Goiás em que também são oferecidos incentivos como infraestrutura às indústrias. Foi criado em 1976 e abriga o maior pólo farmoquímico da América Latina, além de indústrias de adubos, alimenticia, têxtil e automobilistica. Para dinaminar o escoamento e integrar Anápolis aos portos litorâneos possui um Porto Seco. Portos secos são terminais logísticos intermodais, ou seja, permitem a integração entre diversos modos de transporte: ferroviário, rodoviário e hidroviário. São aproximadamente 140 empresas que geram mais de 12.000 empregos diretos. Está localizada em um eixo estratégico para a integração regional e escoamento da produção. Há um projeto de ampliação pois a área está com sua capacidade quase totalmente esgotada, para tanto tem sido estudado um processo de desapropriação das terras que estão nos limites municipais, nas proximidades.Porto Seco do Centro-Oeste - Ferrovia Norte-Sul - Ligações Rodoviárias: Anápolis possui um Porto Seco, também conhecida Estação Aduaneira Interior (EADI). São novas formas de infraestrutura que permite o transporte intermodal (infraestrutura que congrega vários modais de transporte), armazenamento de produtos e uma importante forma de escoamento da produção. O exportador que embarca no porto seco já pode organizar todo seu tributamento (é um entreposto alfandegário) e sua mercadoria já chega pronta no porto litorâneo para o embarque. O Brasil possui 63 portos secos e o único a conseguir e manter atualmente o certificado ISSO 9001 (certificado de qualidade total) foi o de Anápolis. Foi criado há 15 anos e opera com mão de obra qualificada e especializada. O porto seco de Anápolis poderá organizar o escoamento da produção para vários estados Brasileiros através da Ferrovia Norte-Sul. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 38 112 No momento os principais portos integrados são o de Santos, Vitória e Itaqui. Já foram inaugurados recentemente 885 km de ferrovias entre Anápolis e Palmas. Ao todo a Ferrovia terá mais de 4.000km e interligará 10 estados brasileiros. A ideia da ferrovia é interligar o porto de Belém no Pará ao porto de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. Estas importantes obras de infraestrutura podem alavancar o desenvolvimento da região de Anápolis que poderá escoar sua produção e a da região. A cidade no início do século XX era um município bastante isolado devido à carência de transportes. Na década de 1930 foi instalada a primeira ferrovia. A cidade cresceu bastante na década de 50 durante o governo JK, com a criação de Brasília, a transferência da capital para Goiânia e a construção da hidrelétrica de cachoeira dourada. Foram abertas estradas, em destaque a rodovia Belém Brasília que trouxe vários trabalhadores para a região e as várias rodovias radiais de Brasília para todo o Brasil. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 39 112 10. CONTEXTO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA ATUAL Uma contribuição para a agricultura em Goiás foi dada na década de 1970, quando o governo estadual instituiu um programa, “O Goiás-Rural”, que deveria atender, principalmente, os agricultores na expansão das áreas agricultáveis. Foi um programa que subsidiou os agricultores na abertura de novas terras. O Governo do Estado conseguiu com os inúmeros créditos criar o programa e adquirir uma quantidade de máquinas e equipamentos visando atender o produtor rural de Goiás. O número de tratores na agricultura em Goiás cresceu na década de 70, passando de 5.600, para um total de 5.962 tratores. Já, em 1985, a nossa agricultura contava com um total de 33.500 tratores. Assim, o Estado de Goiás destaca-se hoje na produção pecuária com o maior rebanho bovino, disputando com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A bacia leiteira conta também com um grande número de cabeças, muito importante na produção de leite no país. Recentemente, a cana-de-açúcar também tem ocupado uma posição considerada de grande destaque pelas inúmeras usinas que instalaram para produzir, além do álcool hidratado, produzir também uma cota considerável de açúcar. Com o aparecimento do sistema nacional de pesquisa agropecuária, com o advento da Embrapa em 1973, terminava, finalmente, em Goiás, uma agricultura e pecuária voltada somente para a produção através do incremento da área agricultável. Recentemente, houve uma mudança na estrutura de formação da renda em Goiás, atribuída por vários fatores. A agropecuária deixou de ser o setor que contribuía com uma percentagem maior para a formação de nossa renda interna, deixando para o setor terciário (Comércio, transportes, instituições financeiras, governo e aluguéis), a primazia de participar hoje com um percentual maior. A modernização das atividades econômicas, principalmente a urbanização, é responsável por esta mudança de estrutura da formação da renda. Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 40 112 Fonte: http://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/informes-tecnicos/2018/03-agronegocio-goiano-201801.pdf Temos em Goiás as lavouras temporárias e as lavouras permanentes (ou perenes). Temporárias são as que dão em ramos e têm colheitas anuais uma ou mais vezes ao ano. Cultivos perenes são aqueles que dão em árvores como café. O maior destaque nos últimos anos é a expansão da soja. A produção de alimentos em geral, sempre foi importante no estado. O estado de Goiás é um grande produtor de grãos, sobretudo soja, sorgo e trigo. Também trigo, arroz e milho. Todos os dados das tabelas e gráficos são do IBGE referentes ao ano de 2014 (são dados atuais disponíveis no site da instituição, é que as listas completas são publicadas após dois ou 3 anos, tempo necessário para parametrar os dados). Fonte: http://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/informes-tecnicos/2018/03-agronegocio-goiano-201801.pdf Sergio Henrique Aula 04 História e Geografia de Goiás p/ SANEAGO - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1675757 72003789170 - HENRIQUE PAIVA SOUZA Prof. Sérgio Henrique Aula 04 - Modernização da Agricultura. Realidades de Goiás. www.estrategiaconcursos.com.br 41 112 A Soja introduzida na agricultura goiana, a partir da década de 1970, foi toda melhorada e adaptada pela pesquisa agropecuária que, além de encontrar terras propícias ao seu desenvolvimento no Estado de Goiás, ainda contou com uma fase em que os agricultores do sul do país, principalmente Rio Grande do Sul e Paraná, que vieram para Goiás e trouxeram parte das tecnologias utilizadas em seus Estados. O milho sempre foi uma produção de subsistência plantada em todos os municípios e por pequenos produtores que conseguiram graças à tecnologia disponível, também ser produzida de maneira a receber ganhos de capital. Logo o milho conseguiria, com a introdução das tecnologias advindas da pesquisa agropecuária, aumentar consideravelmente seus ganhos de produtividades. A cana-de-açúcar conseguiu produzir em termos de toneladas maior produção que o milho, o feijão, o arroz e a soja. A arrancada da produção de cana-de-açúcar no Estado de Goiás se deu a partir de 1982 porque, a partir de 1984, um total de 17 destilarias foram implantadas no Estado. A cana de açúcar teve um aumento na produção nos últimos anos em razão do estimulo que foi dado à produção de cana de açúcar tendo em vista a produção de etanol. Quase toda a batata e cebola consumidas no país são produzidas em Goiás. Em função do aumento constante da produção e diversificação das culturas, a agricultura goiana ofereceu oportunidades para a implantação de agroindústrias ligadas primeiramente à industrialização da carne, laticínios, óleos brutos e refinados. O processo de modernização da agricultura de Goiás conseguiu modificar a estrutura de relações de trabalho e a forma de apropriação da terra.26 Os incentivos fiscais também foram responsáveis pela expansão das áreas de lavouras temporárias e pastos artificiais. Houve um crescimento bastante acentuado nas lavouras artificiais
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