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Maquetes físicas

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Curso: Maquetes Físicas Arquitetônicas
1. Introdução
O projeto surge no desenho e na maquete, que permitem que seu processo seja registrado e seguido. Nesse sentido, o desenho corresponde à ideia inicial do projeto, representando o espaço arquitetônico através dos elementos gráficos da linha e do plano em nível abstrato, é o meio pelo qual os arquitetos pensam, trabalham e sonham.
De forma geral, a maquete é entendida como a concretização da concepção espacial por meio dos elementos tectônicos, considerando uma primeira ideia concreta, ou seja, a representação tridimensional preliminar em um nível do projeto.
O modelo físico tridimensional constitui uma importante ferramenta de representação na área da arquitetura desde a Era Antiga. Seu momento de destaque se deu no período do Renascimento, quando foi muito utilizado por proporcionar maior facilidade de leitura e compreensão do projeto.
No final do sec. XIX, as maquetes passaram a ser usadas como meio para explorar ideias estruturais, abrindo caminho para uma abordagem voltada à experiência do movimento através do espaço. Desenhos ortográficos e perspectivas passaram a ser reconhecidos como métodos de exploração limitados, dando surgimento às maquetes como ferramentas de projeto.
No início da década de 1990 houve uma predominância do uso de novas tecnologias, introduzindo programas de computador como CAD e maquetes eletrônicas que possibilitam a realização de simulações digitais, ao ponto de se acreditar que essas substituiriam as maquetes físicas.
Embora muitas das vantagens oferecidas pela mídia digital tenham comprovado seu benefício, se provou por meio da experiência interativa que o modelo físico ainda é necessário. 
Atualmente, as maquetes físicas são produzidas de forma artesanal com ferramentais e materiais simples, ou profissionalmente por meios de ferramental e maquinário profissional. Mas também é perfeitamente possível mesclar essas técnicas com uso das mídias digitais e prototipagem rápida.
Este curso visa fornecer ao aluno o conhecimento básico para confeccionar maquetes de estudos de forma prática. As técnicas para produção de maquete física serão abordadas com matérias simples, ferramentas não dispendiosas e processos de fabricação digital acessíveis.
MODULO I – TIPOGRAFIA
Maquetes topográficas 
maquetes de terreno 
maquetes de paisagem 
maquetes de jardim	 
Maquetes de edificações 
maquetes urbanísticas 
maquetes de edifícios maquetes de estruturas 
maquetes de interiores maquetes de detalhes	
Maquetes específicas 
maquetes de design 
maquetes de móveis e objetos
2. Tipologia
As maquetes são provenientes de variadas situações e os termos usados para classifica-las podem mudar de acordo com os diferentes cenários. Embora não haja padronização, utilizaremos o termo maquete de estudo para este curso, que engloba as maquetes preliminares, volumétricas, de desenvolvimento etc. A função central é gerar ideias de projeto e servir de veículo para aperfeiçoamentos. Eles podem variar de modelos rápidos e rudimentares a maquetes finalizadas.	
Nesse sentindo, as maquetes de estudo podem ser consideradas pertencentes a dois grupos distintos: primárias e secundárias. O grupo das maquetes primárias se relaciona com o nível ou estágio de evolução do projeto e o grupo das maquetes secundárias se refere a seções ou aspectos específicos do projeto enfocado. Por exemplo, uma maquete usada para o desenvolvimento dos espaços internos pode ser considerada uma maquete de interiores, mas também pode ser uma maquete preliminar, de desenvolvimento ou de apresentação, conforme seu nível de enfoque. As maquetes primárias e secundárias são divididas em três subgrupos a saber: 
Maquetes topográficas 
· maquetes de terreno 
· maquetes de paisagem 
· maquetes de jardim	 
Maquetes de edificações 
· maquetes urbanísticas 
· maquetes de edifícios maquetes de estruturas 
· maquetes de interiores maquetes de detalhes	
Maquetes específicas 
· maquetes de design 
· maquetes de móveis e objetos	
As maquetes são uma parte do processo do projeto, sempre representando um estado modificável e modificado desse mesmo projeto. Mesmo a maquete de execução, com sua representação precisa, mostra apenas um estágio obrigatório do projeto, uma vez que é preparada com base de decisão para fins de apresentação. A seguir, falaremos mais sobre os três subgrupos de maquetes.
2.1 Maquetes topográficas
A tarefa da maquete topográfica é a representação de um determinado terreno ou a ilustração de uma paisagem, tanto criada natural como artificialmente. Como vimos, esse tipo de maquete se apresenta como terreno, paisagem e jardim. 	
2.1.1 Maquetes de terreno
 Mostra as particularidades topográficas, o formato do terreno e sua modificação através do novo projeto. Nela são representadas zonas construídas, zona de transito, áreas verdes e superfícies aquáticas, além de árvores, grupo de árvores e bordas de falhas que sejam relevantes. São produzidas em todas as escalas, da panorâmica à detalhada, ou seja, de 1:2500 até 1:50.	
2.1.2 Maquetes de paisagem
Por este tipo de maquete compreendemos uma visualização do formato da paisagem que ultrapassa a maquete do terreno, utilizando as escalas de 1:500, 1:1000, 1:2500 e, em casos excepcionais 1:5000. Nessas maquetes, áreas de trânsito, áreas verdes e superfícies aquáticas, além de árvores e grupo de árvores, áreas de bosque, vegetação periférica, edificações e grupos de edificações são representados como volumes simples. O ponto crucial da maquete de paisagem é a visualização de espaços paisagísticos e uma modelagem correspondente do solo, bem como a representação de pontos marcantes que definem a paisagem.
2.1.3 Maquetes de jardim
Reconhecida pelos recortes de maquetes de paisagem em escalas maiores: 1:500, 1:200, 1:100 e, excepcionalmente, 1:50. Tais maquetes referem-se a áreas livres de pequenos conjuntos habitacionais ou prédios isolados, bem como de espaços urbanos internos. Do mesmo modo, também são representadas trilhas de caminhadas, trilhas para exercícios físicos, gramados de recreação e praças de esporte, locais para acampamento e banho, parques de esportes aquáticos e pequenos jardins públicos, assim como cemitérios, memoriais, jardins botânicos e zoológicos, áreas verdes de diferentes configurações, playgrounds, palcos ao ar livre, banhos públicos, parques, terraços e jardins de teto, áreas de pedestres, pátios internos e praças. 
A ênfase da representação recai na modulação e na configuração do solo, na arborização, na configuração das praças e caminhos, com os correspondentes contornos, cercaduras e muros.
2.2 Maquetes de edificações
Descrevem primeiramente qualidades espaciais, plásticas e da construção de edificações, a considerar alguns aspectos. A inserção da identificação projetada no ambiente pressupõe sua integração à maquete de terreno preparada de antemão. Nesta estão projetados os dados topográficos como relevo, superfície do terreno e arborização. Além disso, a maquete mostra a urbanização já existente, na qual a edificação projetada deve ser inserida. Além dos edifícios, também são ilustradas situações de trânsito e urbanização importantes como dados prévios para a inclusão urbana da nova edificação. A ênfase pode ser colocada, segundo o proposito, na representação da conformação plástico-espacial, nas classificações funcionais ou no processo construtivo. Assim sendo, essas maquetes serão apresentadas como urbanísticas, edifícios, estruturas, interiores e detalhes. 	
2.2.1 Maquetes urbanísticas 
Fundamentalmente, são produzidas com base nas maquetes topográficas. Por um lado, são utilizadas como maquetes de planta/panorama (escalas de 1:1000 e 1:500) ou para representar um recorte em detalhe (escalas 1:500 e 1:200). 
Enquanto no âmbito das cidades as maquetes urbanísticas exigem escalas ainda maiores (1:100 até 1:50), na maquete de panorama – em pesquisas regionais e supra regionais, com diferentes preposições de tarefa – também são utilizadas escalas menores que 1:1000. 
2.2.2 Maquetes deedifícios
De acordo com a solução desejada são confeccionadas nas escalas 1:500 ou 1:200 como maquetes inseridas numa maquete urbanística ou topográfica. Além disso, na escala 1:200, já podem ser feitas afirmações mais concretas sobre a configuração da edificação. Nas escalas 1:200 até 1:50, com frequência a maquete limita-se exclusivamente à representação do edifício, serão mostrados os elementos essenciais que compõem a superfície de fachadas e empenas, a modelagem e encaixe dos corpos de edificações, a integração com o terreno e as construções preexistentes. 
Com estes elementos, pode-se produzir as superfícies das fachadas ou parte delas em material transparente, fazendo com que a disposição essencial do objeto seja visível. As empenas e as superfícies de fachadas podem ainda ser construídas como partes removíveis, o que permite o exame da estruturação do espaço interior. Por fim, a maquete pode ser desmontável por andares, tornando possível a interpretação da urbanização, bem como da classificação e da repartição dos espaços interiores.
2.2.3 Maquetes de estruturas
Essas maquetes explicitam a estrutura de um edifício, sem ilustrá-lo na totalidade de sua forma plástica. Tais estruturas podem ilustrar o uso ou a urbanização, sobretudo, a construção. Com o auxílio de maquetes de estrutura, problemas funcionais, de construção e de técnica de urbanização, muitas vezes com relações espaciais difíceis, podem ser solucionados e facilmente identificados por outros interlocutores, como engenheiros especializados. 
As maquetes de estruturas comumente são produzidas com base numa maquete de terreno, tal como as maquetes de edifícios, pois, com frequência, um dado contexto topográfico influencia diretamente a configuração da estrutura a ser projetada. São utilizadas escalas entre 1:200 e 1:50.
2.2.4 Maquetes de interiores
Essas maquetes mostram, via de regra, apenas um espaço interno ou uma sequência de vários espaços. Nas escalas de 1:100 até 1:20, elas cumprem a tarefa de ilustrar questões práticos-espaciais, funcionais e luminotécnicas. Muitas vezes, cores, materiais e mobiliário são escolhidos e projetados com o auxílio de maquetes de interiores. 	
Dentro de um projeto de edifício surgem maquetes de interiores relativas a espaços de particular importância e realce, como halls de entrada e foyers, escadarias, sacrários e salas de convenções. Além disso pertence a esse setor sobretudo o grupo das maquetes cenográficas, que em geral constituem a base de um projeto cenográfico. As maquetes de interiores servem ainda para testar amostra de cores e materiais.
2.2.5 Maquetes de detalhes
Com o auxílio de maquetes de recortes e detalhes, são projetados e representados, por exemplo, pontos especialmente complicados no aspecto espacial, bem como detalhes que se repetem em série. 
Estes detalhes podem ser de natureza construtiva, mas também corresponder à decoração. Por meio dessas maquetes, são esclarecidas questões quanto à forma, ao material, à superfície, à cor e aos encaixes. A escala empregada varia de 1:10 a 1:1 e a execução baseia-se em desenhos técnicos precisos e considerações amadurecidas do projeto. 
2.2.6 Maquetes específicas
Este grupo compreende sobretudo o âmbito da configuração de produtos, ou seja, as maquetes de objetos, móveis ou design. Comumente, a escala varia de 1:10 a 1:1. 
Embora essas maquetes sejam frequentemente confeccionadas com protótipos, no primeiro estágio do projeto, a qualidade de tais objetos não difere muito da maquete de execução definitiva. 
MODULO II – ÁREA DE TRABALHO	
2.1 Materiais
Papéis
Madeiras
Polímeros
Metais
Gesso
Tintas
Colas
2.2 Equipamentos 	
Ferramentas básicas	
Ferramentas complementares	
Local de trabalho
	
3. Materiais
A seção seguinte descreve os materiais básicos utilizados na maioria das maquetes. A lista de materiais não se esgotará nessa seção mesmo porque, uma infinidade de materiais pode ser utilizada para confeccionara-las. Até mesmo modelos prontos podem ser inseridos na produção como elemento complementar ou de destaque no projeto. Portanto, o foco principal será os materiais de baixo custo e de fácil acesso. Alguns aspectos devem ser considerados na escolha dos materiais:	
· A rapidez de elaboração necessária para a maquete em questão;
· O grau de modificações e de experimentação desejado;
· A habilidade do material em manter sua forma ou de vencer os vãos necessários à escala da maquete;
· A espessura desejada dos componentes da maquete, em escala. 	
3.1 Papéis
Esses materiais são de boa utilização, podem ser facilmente encontrados, oferecem amplo sortimento, possuem baixo custo, fáceis de manipular, simples de modificar e modelar. De modo geral, deve-se pensar nas seguintes características do material:
· Formato – as folhas são formatadas a partir de 70 x 100cm ou 61 x 86cm. Dividindo-se ao meio temos os formatos menores, até o DIN A4 (210 x 294). Tais formatos normatizados são complementados por diversos formatos especiais.
· Sentido das fibras – O papel é um pouco mais rígido no sentido das fibras do que perpendicularmente a elas. As dobras paralelas ao sentido das fibras ficam mais lisas; nos perpendiculares, as superfícies tendem a rasgar ao se vergar sobretudo os papéis mais grossos. 	
· Umidade – Na colagem e na pintura deve se considerar o fato de o papel ficar ondulado quando úmido e muitas vezes não alisar mais ao secar. Nitrodiluentes, álcool etílico e outros solventes similares não deixam o papel ondular. 	
· Gramatura – refere-se à medida da massa pela área de um papel, denota-se como uma densidade de área ou densidade superficial, expressa em gramas por metro quadrado (g/m²). Acima de 180 g/m² o papel é chamado de cartolina. Uma folha DIN A4 tem 16 g/m². Se colocarmos 16 dessas folhas no pesa-cartas, obteremos sua 
gramatura.
· Teor de celulose – No processo de fabricação do papel, a celulose se transforma em pasta por processo mecânico ou químico. Quanto mais alto o teor de pasta química, mais resistente é o papel e menos ela amarela à luz do Sol. Sem celulose, os papeis e cartolinas são denominados “sem pasta mecânica” e os outros “contem pasta mecânica”.
· Teor de aglutinante – O papel é naturalmente absorvente. Para que a tinta de impressão, o nanquim e a tinta de caneta não se espalhem e desbotem, adicionam-se aglutinantes ao papel durante a fabricação. Papeis com alto teor de aglutinantes são mais impermeáveis à tinta. Em papeis transparentes a, o nanquim permanece na superfície, ao passo em que a tinta de caneta é totalmente absorvida. 	
A seguir veremos uma breve descrição de alguns papéis.
	Kraft: é um papel produzido a partir de uma mistura de fibras de celulose curtas e longas, vindas de polpas de madeiras macias. Sua composição final é um papel com boa resistência mecânica.
Gramatura (g/m²): 80, 110, 200, 240, 300, 420.
	
	
Duplex: papel cartonado branco de um lado e kraft do outro. 
Gramatura (g/m²): 230, 280, 370, 410.
	
	
Triplex: papel cartonado branco dos dois lados, sendo um lado com brilho.
Gramatura (g/m²): 230, 280, 370, 410.
	
	Foamboard: placa formada por um miolo de poliuretano revestido por papel em ambos os lados. Se destaca pela leveza e rigidez.
Espessura (mm): 5
	
	Papelão ondulado: é uma estrutura composta por uma ou mais camadas de papel kraft onduladas - denominados "miolos" - fixados com cola a duas ou mais camadas lisas do mesmo papel.
Espessura (mm): de 1,2 a 7,1
	
	
Papelão paraná: é um papel de alta gramatura e rigidez, industrializado a partir da madeira de pinus e água. Pode ser facilmente moldado.
Gramatura (g/m²): de 277 a 1000.
	
	
Papelão cinza: É um produto industrializado com madeiras selecionadas, mais liso, rígido e resistente, tem a qualidade de não envergar facilmente.
 Espessura (mm): de 0,55 a 5
	
	Papelão couro: Possui uma superfície lisa e outra texturizada. Utilizado para diversos segmentos e finalidades por ser muito rígido, resistente e flexível. 
Espessura (mm): 1, 2, 3.
	
3.2 Madeiras
Juntamente com os papéis,a madeira e seus derivados são os materiais mais utilizado na confecção de maquetes arquitetônicas. Da placa-base ao madeiramento filigranado, a madeira é estável, precisa nas dimensões e de boa trabalhabilidade. Alguns aspectos devem ser considerados ao se trabalhar com esses materiais:
Madeira maciça - Deve-se observar o grau de umidade da madeira que deve estar abaixo de 20%. Acima desse valor, a madeira tende a ser atacada mais facilmente por fungos e insetos. Além disso, fica propensa ao empenamento à medida que vai secando naturalmente. Portanto, o ideal é adquirir madeira com teor de umidade variando entre 12% e 18%.
Contraplacado – as placas laminadas são mais apropriadas para confecção de maquetes, pois são formadas por folhas de madeiras coladas perpendicularmente umas às outras, visando equilibrar tensões e reduzir riscos de empenamento. Ademais, existe também o compensado tipo sarrafeado com miolo de madeira maciça que não é recomendado para o mesmo fim.
MDF - Medium Density Fiberboard é uma chapa de fibra de média densidade, na qual, por um processo de alta temperatura e emprego de pressão, fibras de madeira são aglutinadas por resinas sintéticas. Oferece alta resistência mecânica, fácil trabalhabilidade e possui superfície lisa preparada para receber pintura. Ideal para placa-base, paredes, e montagem de topografia. Não possui resistência à umidade e não pode ser submerso em solução aquosa. 
Vejamos algumas madeiras e seus respectivos derivados:
	Balsa: Possui um brilho e uma textura acetinados, sua coloração varia entre o branco ao creme. A mais leve das madeiras comercializadas. Utilizada para fazer aeromodelos e alguns tipos de embarcações, barcos salva-vidas e boias. Densidade (kg/m³): 140
	
	Caixeta: apresenta coloração branca, levemente rosada, é usada principalmente para fabricar lápis e produzir trabalhos em artesanato manual, sendo fácil de ser entalhada e esculpida. Densidade (kg/m³): 370
	
	Pinus: Apresenta coloração branco-amarelado e brilho moderado com lenho macio de fibras longas. Muito utilizado na indústria moveleira e na fabricação de contraplacados. Densidade (kg/m³): 480
	
	
Eucalipto grandis:  Possui cerne castanho-rosado-claro, pouco brilho e é macia ao corte. Amplamente utilizada na indústria moveleira e na construção civil. Densidade (kg/m³): 500
	
	Cedro-rosa: Apresenta cerne bege rosado com superfície lustrosa e uma textura de média a grossa. Ideal para acabamentos finos de alto padrão. 
Densidade (kg/m³): 530
	
	Compensado: Oferece estabilidade e resistência, dispensa tratamento de aparelhamento das superfícies, diferente da madeira maciça. Amplamente utilizado na fabricação de mobiliário.
Espessura (mm): 4, 6, 8,10, 12, 15,18. 
	
	MDF: material de média densidade, possui excelente acabamento superficial, resistência e fácil corte. Por sua versatilidade, além da produção moveleira é muito utilizado também na produção de artesanato.
Espessura (mm): 3, 6, 9, 12, 15, 18, 25.
	
	Cortiça: proveniente da casca do sobreiro, um tecido vegetal 100% natural. Mais da metade do seu volume é ar, o que a torna muito leve. Está presente em vários segmentos do setor industrial como o automóvel, bebidas, construção, alvenaria, decoração, entre outros. 
Espessura (mm): 1 a 50.
	
3.3 Polímeros
A palavra polímeros vem do grego polumeres, que quer dizer “ter muitas partes”. Os polímeros são moléculas muito grandes constituídas pela repetição de pequenas e simples unidades químicas, denominadas de monómeros (do grego “mono” – um). Os polímeros podem dividir-se em termoplásticos, termorrígidos e elastómeros (borrachas). 
Termoplásticos - são os chamados plásticos, constituindo a maior parte dos polímeros comerciais. A principal característica desses polímeros é poder ser fundido diversas vezes. Dependendo do tipo do plástico, também podem dissolver-se em vários solventes. Logo, a sua reciclagem é possível, uma característica bastante desejável nos dias de hoje. As propriedades mecânicas variam conforme o plástico: sob temperatura ambiente, podem ser maleáveis, rígidos ou mesmo frágeis. 
Termorrígidos - são rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a variações de temperatura. O aquecimento do polímero acabado a altas temperaturas promove a decomposição do material antes de sua fusão. Logo, a sua reciclagem é complicada. 
Elastómeros (Borrachas) - classe intermediária entre os termoplásticos e os termorrígidos: apresentam alta elasticidade. Analogamente ao verificado para os termorrígidos o processo de reciclagem é complicado devido à incapacidade de fusão.
A seguir veremos os principais polímeros utilizados na produção de maquetes arquitetônicas.
	Acrílico: comparado ao vidro, é um material mais leve e muito mais fácil de cortar. Ideal para processos de termoformagem. Pode ser encontrado nas variantes: transparente, translucido, ou opaco em muitas cores e texturas. Comercializado com variações de 0,5mm em 0,5mm até 12mm.
	
	
PS: similar ao acrílico, porém mais flexível e fácil de cortar. Basicamente, é encontrado em várias cores opacas, na variante é menos transparente que o acrílico. As placas possuem espessuras que variam de 0,5mm a 10mm.
	
	PVC: é um material bastante conhecido devido aos tubos e conexões utilizados em engenharia civil. Este material pode receber soldagem de alta frequência, térmica ou ultrassom, sem prévio tratamento, e ainda pode ser impresso e costurado. Ë comercializado em chapas, tarugos, tubos, cortinas, lençóis e filmes. 
	
	EPS: poliestireno expandido, trata-se de uma espuma de poliestireno moldada, constituída por um aglomerado de grânulos, e é o material utilizado para placas para isolamento na construção civil, para caixas térmicas, embalagens de eletrodomésticos e produtos eletrônicos. A espessura varia de 5mm a 200mm.
	
	XPS: poliestireno extrudado, que é também uma espuma rígida de poliestireno, mas diferencia-se do EPS por ser obtida por um processo de extrusão em contínuo que lhe confere rigidez e densidade superiores A sua aplicação corrente é como isolamento na construção civil, apresentando-se sob a forma de placas coloridas. Este material é comercializado em chapas de 5, 25 e 50mm.
	
	Acetato: Material de boa transparência e maleabilidade. Pode ser utilizado em substituição ao acrílico em escalas menores ou para representar elementos transparentes. As dimensões mais comuns encontradas são A1, A3 e A4 de 0,25mm e 0,30mm. 
	
3.4 Metais
Na confecção de maquetes arquitetônicas, utiliza-se chapas e fios metálicos, grades e perfis não apenas para representar vigas de resistência, construções em aço, fachadas corrimões e outras estruturas metálicas, mas também para a visualização e a interpretação particular do projeto, como por exemplo, pisos, telhados e superfícies aquáticas. 
Para trabalhar com metal é necessário utilizar ferramental especifico, com corte afiado e ângulos precisos. Para dobrar e cortar são necessários alicates e tesouras apropriados. Um procedimento importante na serralheria, além de furar e aparafusar, é a soldagem, que veremos ao longo do curso.
3.5 Gesso 
O gesso é uma substância, normalmente comercializada na forma de um pó branco, produzida a partir do mineral gipsita, composto basicamente de sulfato de cálcio hidratado. Quando a gipsita é esmagada e calcinada, ela perde água, formando o gesso. Existem muitas variedades de gesso, cada uma adaptada a uma função de determinado trabalho: ceramista, fundidor, decorador, dentista etc.
Seca em pouco tempo, adquirindo sua forma definitiva em 8 a 12 minutos. O gesso não é só bonito e barato, mas peças confeccionadas com este material apresentam bom isolamento térmico e acústico, além de manter equilibrada a umidade do ar em áreas fechadas, devido à sua facilidade em absorver água. 
O critério para utilização de um tipo de gesso é dependente de seu uso e, como consequência, das propriedades físicas que esta aplicação em particular irá exigir. Para maquetes, é utilizado um tipo de gesso específico empregado na fabricação de moldes para cerâmica,por possuir um nível de retração bem baixo. 
3.6 Tintas
A coloração é uma alternativa natural dos materiais de maquete sobretudo as monocromáticas. Independente da tonalidade, a pintura favorece realização de superfícies homogêneas, cobre os poros e disfarça o material empregado. 
· Deve-se observar que a mesma tinta tem efeito diferente de acordo com cada superfície e material: 
· Superfícies muito absorvente como gesso, por exemplo, podem receber primeiramente uma demão de cola ou fundo nivelador para que os poros sejam cobertos. 
· De modo geral, partes maiores de madeira devem ser lixadas para aplicação de seladora antes de receber a pintura. 
· Antes de receber tinta, as partes de metal devem ser desengorduradas com acetona ou benzina; uma primeira demão com base de aderência não é necessária, basta um leve polimento.
Tintas opacas à base de água, como a têmpera, látex ou tintas para cartazes são essenciais. Em alguns casos aplica-se tinta pulverizada com pistola, spray ou aerógrafo.
3.7 Colas
O processo de colagem consiste na união de elementos por meio de uma camada de adesivo. Essa camada é produzida pelo endurecimento da cola, que ocorre por secagem (cola pva) ou por reação química (adesivo bi componente). A durabilidade da colagem é influenciada pela preparação adequada das superfícies, aderência e coesão. 
· Uma aderência elevada é obtida quando se estreita o contato entre o material e a película de cola, isto significa que as superfícies devem estar livres de poeira e gordura. Tornar a superfície do material ligeiramente áspera lixando ou raspando ajuda a melhorar a aderência. 	
· Por coesão entende-se a união dos componentes entre si. As forças de coesão são mais eficazes quando a película adesiva é aplicada de maneira uniforme e com espessura moderada.
Existem vários tipos de cola, cada uma é apropriada para a realização do processo de colagem de vários materiais e objetos. Mas, nem todas servem para o mesmo material como mostra a descrição a seguir.
	PVA: Também conhecida como cola branca, é composta de partículas de resina sintética em suspensão na água. Após a evaporação da agua, essas partículas formam uma película translucida que ancoram nos poros da superfície do material. Indicada para junção de madeiras, alguns tecidos e papéis.
	
	Adesivo de contato: Cola à base de solventes composto de resinas ou borrachas sintéticas dissolvidas em solventes. Deve ser aplicado em ambas superfícies e uni-las somente após a secagem. Ideal para colagem de folhas finas de madeira, borracha, tecido, metal e plástico.
	
	Adesivo bi componente: Essas colas são constituídas por um aglutinante e um acelerador, que após serem misturados reagem imediatamente. A junção da colagem resiste a cargas bem elevadas, por isso essa é empregada na união de metais, cerâmica, vidro e plástico duros.
	
	Cola instantânea: Geralmente, é produzida à base de cianoacrilato. Utilizada quando a necessidade de junções rápidas e quando não há possibilidade de segurar ou pressionar as peças a serem coladas. Indicada para a colagem de todos os materiais abordados até o momento, exceto espuma de poliestireno, neste caso o indicado é cola para isopor.
	
	Fitas adesivas: Utilizadas quando é necessário fixar pecas temporariamente. Ao serem retiradas deve-se ter cuidado para que não danifiquem a superfície. Recomenda-se o uso de fita crepe de colagem fraca, durex e fita dupla face.
	
4. Equipamentos e local de trabalho
Possuir ferramentas e materiais corretos impacta diretamente na qualidade da produção de maquetes físicas. Existe uma infinidade de equipamentos empregados tanto por profissionais quanto por iniciantes para essa finalidade. No entanto, um instrumento simples é suficiente para adquirir bons resultados, desde que seja utilizado corretamente. Por exemplo, cortes limpos e precisos acrescentam um nível superior de acabamento; para tanto as lâminas da ferramenta devem estar sempre afiadas. Neste estudo, os equipamentos necessários para a confecção de maquetes se dividem em dois grupos: ferramentas básicas e ferramentas complementares.
4.1 Ferramentas básicas
Esses equipamentos podem ser simples contudo, devem ser de boa qualidade. Na maioria das tarefas de execução de maquetes, esses instrumentos são adequados e suficientes. 
	Base de corte: Uma base de corte produzida em borra especial é indispensável para o trabalho do maquetista. O material homogêneo da base se recompõe após o corte, não desvia a lâmina e não desgasta seu fio. O resultado são cortes precisos com arestas limpas e lisas.
	
	
Instrumentos de desenho: Um conjunto de instrumentos comuns usados para traçar as partes da maquete. Basicamente composto de esquadros, réguas, transferidor, escalímetro, compasso, bolômetro, lapiseiras, borracha etc. 
	
	Estiletes: São ferramentas de corte indispensáveis. Os estiletes comuns, grandes e com lâminas mais espessas, são indicados para o corte de materiais mais grossos. Já os estiletes pequenos, com lâminas mais finas são usados para cortes de materiais mais delicados e que requerem maior grau de precisão. Também existe o estilete de gancho, para cortar e riscar polímeros mais espessos.
	
	Régua de aço: Instrumento indispensável para cortes. A régua deve ficar apoiada numa base antiderrapante, como a base de corte. A preferência do material empregado é o aço inox. Réguas de alumínio removem o fio das lâminas do estilete mais rapidamente, as réguas produzidas em madeira e plástico oferecem risco ao usuário e imprecisão no corte. 
	
	Tesoura universal: Para uso em maquetes preliminares, apenas para estudo. Indicada também para alguns cortes sinuosos, cortes corretivos e corte de tecidos.
	
	Arco de serra: com lâminas intercambiáveis para madeira, metal e plástico. Permite realizar recortes retilíneos e sinuosos em diversos materiais rígidos. 
	
	Pistola de cola quente: Funciona com refil de silicone que derrete com o calor e solidifica rapidamente ao esfriar. Ideal para montagens rápidas e para maquetes preliminares, que não exigem acabamento fino. 
	
	Alicates: Equipamentos que além de cortar e dobrar haste metálica, serve também como uma “mão extra” na fixação de alguns elementos da maquete. Os mais utilizados são os alicates de bico e o de corte lateral.
	
	Lixas: Servem para alisar e corrigir superfícies rígidas, são classificadas pelo tamanho dos grãos e o material que as compõe. As folhas de lixa seca de granatura 60 a 320 são ideais para realizar acabamento em madeira. Para polimento de materiais a base de primmer, utilizar lixa d’água de granatura 400 a 800. Polimento em acrílico ou sobre esmalte sintético recomenda-se lixas d’agua acima de 800.
	
	Jogo de lima agulha: é utilizado para trabalho de desbaste em metais, mdf e plásticos, quando for exigido precisão de furos de pequenos diâmetros, ranhuras, superfícies com cantos vivos de pequenas dimensões. Existe uma grande variação de formatos, a lima pode ser chata, paralela, meia cana, redonda, quadrada, triângulo, faca oval amêndoa ou barrete, de forma a ajustarem-se à superfície sobre a qual vão trabalhar.
	
	Pinceis: É importante que os pincéis utilizados sejam macios o suficiente para não deixar marcas na pintura, mas resistentes para lidar bem com o contato direto com a cola. Recomenda-se os pincéis chatos e redondos de filamento sintético.
	
	
	
	Pinças: Usada para manuseio de peças pequenas e delicadas. Recomenda-se as pinças que possuem nervuras antiderrapantes que proporcionam maior precisão e firmeza
	
	Alfinetes: Muito úteis para ligar juntas temporariamente, até que a cola seque, substituindo o uso de fitas adesivas. Em alguns casos, podem ser usados como elemento de representação da própria maquete.
	
		
4.2 Ferramentas complementares
	Serrote de costa e caixa para corte: equipamento usado para cortes precisos de blocos, perfis, tubos ou hastes. Permite a realização de cortes em ângulos em madeira e derivados. 
	
	Curva francesa: é um gabarito de acrílico composto por diversas curvas, nos mais variadosraios. A régua permite desenhar e ligar curvas, de maneira que elas fiquem perfeitamente encaixadas, sem usar cálculos matemáticos.
	
	Cortador circular: Além de cortar, também é usado para a marcação das linhas de desenhos na superfície da maquete. Ao passar ao longo das linhas, o cortador imprime marcas em baixo relevo no material que permite a realização de vincos para dobra.
	
	Jogo de chaves de fenda simples e dupla: Trata-se de uma ferramenta de metal com cabo de material variado, geralmente plástico ou acrílico, de ponta chata (fenda simples) ou cruzada (fenda dupla). Sua função é ser introduzida na fenda de um parafuso para girá-lo, apertando-o ou afrouxando-o.
	
	Vazadores: são peças cilíndricas fabricadas em aço carbono, utilizados para cortes de pequenas áreas circulares.   Indicado para perfurar papéis e substratos de baixa, média e alta espessura. Recomenda-se o uso dos vazadores totalmente vazado que dispensam a utilização de borrachas extratoras para expulsão dos resíduos cortados, evitando o entupimento e quebra.
	
	Ferro de solda: é uma ferramenta utilizada para soldagem das conexões metálicas. Por meio do grande aquecimento em sua ponta o ferro de solda consegue atingir uma temperatura suficiente para derreter um fio de estanho. Este fio é usado para fazer conexões entre as partes do metal, que após o resfriamento permanece fixo.
	
	Micro retifica: essa é uma ferramenta multifuncional que pode furar, cortar, polir, lixar, desbastar e até gravar. Seu bocal é facilmente montado com vários acessórios que permitem desempenhar essas funções.
	
	Cortador de isopor: Possui uma haste metálica que é aquecida ao ponto de cortar facilmente materiais como poliuretano expandido. Essa ferramenta torna possível cortar o bloco de espuma a partir de qualquer ângulo ou forma desejada.
	
	
	
4.3. Local de trabalho
Na arquitetura, assim como o desenho, a maquete é um recurso fundamental para execução de um projeto. Pois a partir de seu desenvolvimento é possível examinar e estudar o próprio projeto. As maquetes de estudo surgem concomitantemente aos esboços e desenhos, não necessitam de nenhuma preparação especial, pois esta iria, antes, impedir o desenvolvimento do projeto na maquete em vez de estimulá-lo.
A mesa do lado do desenho, um conjunto básico de ferramentas, a reserva de materiais e um bom local de trabalho são plenamente suficientes para desenvolver um trabalho em bom nível. Para aqueles que pretendem ingressar nessa área deve o quanto antes montar seu local de trabalho. No caso do iniciante, uma mesa de trabalho já é suficiente, desde que seja relativamente espaçosa para abrigar pelo menos três setores:
· Um setor com base de corte e esbarro para régua, onde serão realizadas a preparação e elaboração das partes. 	
	
· Um setor com uma base elevada, móvel, estável e plana para a montagem e alinhamento das peças. 	
· Um setor para deixar as ferramentas e pequenos aparelhos manuais para acessa-los rapidamente.
Para conservar materiais e ferramentas de modo organizado, é necessário uma prateleira e armário para ferramentas. As ferramentas de corte devem ser acondicionadas separas uma das outras para evitar o atrito que causa danos ao fio de corte. Para materiais sensíveis ao pó, como os papéis e polímeros, o ideal seria armazená-los horizontalmente em gavetas. Na ausência dessas, pastas de desenho servem como alternativa.
Se possível, ter a disposição uma segunda bancada formada por um par de cavaletes e um tampo, que podem ser montados para a realização de pintura e tarefas de maior porte. Esse cavalete também pode ser de altura regulável, de modo a permitir o trabalho em pé. Além de evitar o trabalho desgastante de se curvar durante o trabalho, essa bancada móvel pode ser montada ã altura dos olhos, o qual favorece o desenvolvimento da maquete a partir da perspectiva do pedestre, que é um fator relevante. 
Um pequeno ateliê de maquete equipado com ferramentas apropriadas e materiais básicos como os descritos até então, é capaz de fornecer ao estudante de arquitetura a condição necessária para fazer jus à maioria das exigências da atividade.
MODULO III – TECNICAS BASICAS DE CONSTUCAO
3.1 Curvas de nível
5. Processo construtivo
Este módulo apresenta algumas técnicas básicas para a produção de maquetes físicas a partir de elementos, ferramentas e materiais variados. Antes de abordar diretamente sobre o tema, será apresentado algumas considerações importantes que antecedem o processo de corte e montagem da maquete. Essas observações se referem a escala e legendagem. 
5.1 Escala
As maquetes podem ser elaboradas em diversas escalas. O tamanho da maquete pode não indicar a escala, uma vez que maquetes de grandes dimensões físicas podem atribuir escalar pequenas e vice-versa. A determinação da escala apropriada depende de diversas considerações, a saber:
Dimensão do projeto – o dimensionamento da maquete depende do tamanho da edificação real e/ou do tamanho do sítio e é ditado pela disponibilidade de espaço físico para a elaboração da maquete.
Nível de estudo: A escala e o tamanho da maquete dependem do nível de detalhamento necessário, ou seja, se a maquete é de ideia preliminar, desenvolvimento, apresentação, interior ou detalhe.
Nível de detalhes: Um bom motivo para o redimensionamento da maquete é a inclusão de mais detalhes. Uma maquete em escala maior que não possuir detalhes adicionais tende a ficar com aparência deselegante. Da mesma forma, pode ser mais convincente e prático se imaginar pequenos detalhes em maquetes menores, em vez de se elaborar maquetes enormes sem detalhamento suficiente. 	
5.1.1 Relações de escalas
Um aspecto importante de escala é a sua relação com os diferentes elementos de uma maquete. Esses podem ser muitos pequenos, como um detalhe ou uma conexão, ou muito grandes, como uma cidade ou uma paisagem. Em todos os casos, é importante entender e controlar a escala do espaço e de seus elementos, ao coloca-los no contexto direto das figuras humanas e edificações de entorno.
Entender a escala não significa que toda análise deva envolver as dimensões do corpo humano. A experiência espacial pode ser muito diferente e completamente fora dessa perspectiva. Ainda assim, o espaço deve ser compreendido em termos de percepção humana, ao ser explorado. Os exemplos a seguir incluem:
· A escala do corpo humano em relação à escala de um recinto
· A escala de um elemento de uma edificação em relação à edificação como um todo.
· A escala de uma edificação em relação a uma quadra urbana.
	
	
	Figuras humanas em escala – calungas podem ser cortados como parte de um plano em uma maquete ou inseridos com diferentes técnicas de montagem.
	O corpo e o espaço - a escala de um recinto deve ser explorada em relação a seus usuários. Grandes espaços públicos são especialmente instrutivos.
	
	
	Escala de um acesso – O acesso ao Edifício Chrysler é um exemplo de uma abertura configurada em escala adequada à edificação. Na verdade, a porta de entrada é um elemento inserido na grande abertura.
	Escala do contexto – Nem todas as questões de escala enfocam a escala humana. As edificações devem ser consideradas no contexto das demais construções e da escala urbana.
5.2 Legendas
Algumas maquetes sobretudo as de apresentação necessitam de legendagem para transmitir informações relevantes. Essas informações podem ser desde denominação geral de objetos até dados específicos, como nomes de vias ou altitudes do terreno.
 São indispensáveis:
· o nome do projeto;
· escala, seta indicando o norte;
· nome do autor ou código da concorrência.	
Esses dados podem ser reunidos:
· num campo de legendas únicos;
· na face lateral ou para fora, cobre a moldura;
· sobre e cobertura de proteção; ou
· para a distribuição livre.
A essas informações básicas somam-se as seguintes indicações:
· denominação de uso;
· denominação de planta;
· Identificação de acessos e entradas, eventualmente também de limites;
· altitude das curvas de nível.
Deve-se refletir, com antecedência, sobre o local,o tamanho, o tipo de escrita e o modo em que todas essas inscrições serão colocadas. Um campo na base da maquete, como numa planta, pode ser utilizado para esse fim. Contudo, deve-se observar se isso não prejudica o seu efeito de superfície. Atentar-se também para as inscrições superdimensionadas que são desconcertantes ou a combinação errônea de cores, por exemplo letras pretas em etiquetas adesivas brancas numa maquete predominantemente escura.
5.3 As fases de construção
Uma maquete arquitetônica se desenvolve em etapas, onde as partes podem ser construídas separadamente e depois montada para formar o todo. Pode-se distinguir as seguintes fases de construção:
· construção da base do terreno;
· configuração da topografia;
· construção das áreas verdes, áreas de transito e das superfícies aquáticas;
· construção e inserção da edificação;
· elementos ilustrativos da escala e vegetação.
Não há necessidade de seguir essa sequência como está apresentada. O importante é perceber, desde o início, que esses elementos correspondem a totalidade da maquete.
5.3.1 Base do terreno
Inicialmente, alguns aspectos devem ser considerados na produção e na configuração da base do terreno, tais como:
· a determinação do recorte da maquete;
· o destaque da maquete em relação ao seu ambiente;
· a inclusão da legenda de acordo com a configuração da maquete;
· o eventual transporte da maquete, considerando possível desmontagem e remoção da cobertura de proteção;
· materiais, método de confecção e fixação das curvas de nível e corpo das edificações;
· subestruturas para representação dos setores sob o nível do terreno como fundações, garagem subterrânea, galerias de passagem etc.
A forma e o tamanho da base não dependem apenas da escala escolhida e das dimensões dela resultantes, relativas à maquete do prédio, mas também da necessidade de representar o projeto isoladamente ou, por exemplo, integrá-lo a um conjunto preexistente. Ela pode assumir a forma quadrilateral, poligonal, circular, arqueada ou corresponder aos limites do imóvel. Nesse sentido tem importância tanto o objetivo de configuração quanto a expressão desejada no posicionamento sobre a base do terreno.
	O recorte da maquete resulta do formato do terreno. 
A base é composta de compensado de 12mm. Curvas de nível sólidas de 2mm em papel paraná. 
Prédio: 1mm, 2mm de papel paraná, cubo fechado como suporte, fachada perfurada em relevo, revestida por trás com papelão cinza; caixilhos das janelas desenhados e venezianas montadas. 
Vegetação: galhinhos naturais secos.
	
5.3.2 Topografia
O terreno é construído sobre a base, cujas formas e dimensões permitem definir o recorte da maquete. Em princípio, há três possibilidades para confeccionar um terreno: construções com curvas de nível, superfícies inclinadas e modelagem livre.
	curvas de nível 
	superfícies inclinadas 
	modelagem livre 
5.3.2.1 Terreno com curvas de nível 
A elaboração de uma maquete com curvas de nível é um meio efetivo de considerar as relações com o terreno. Pode ser confeccionada em placas de madeira, mdf, papelão e outros materiais simples. 
Os estudos típicos que empregam maquetes com curvas de nível incluem a análise dos seguintes aspectos:
· A escala da edificação, em relação à massa do terreno.
· Como a edificação será inserida no sítio, por meio de instrumentos como movimentação de terra ou correções nas curvas de nível e muro de arrimo.
· Questões de paisagismo, como caminhos para veículos, calçadas e outros espaços externos.
A seguir será exemplificado dois tipos comuns de maquetes: com curvas de nível sólidas e curvas de nível com recorte. 	
5.3.2.2 Terreno com curvas de nível sólidas
Essas maquetes são versáteis e estáveis. Uma de suas principais vantagens é que elas podem ser cortadas e remendadas facilmente. Isso as torna ideais para experimentar diferentes níveis e projetos de implantação, à medida em que os projetos são desenvolvidos e também possibilita a diminuição de sobras do material.
Como a camada desce até a base da maquete, qualquer corte nos diferentes níveis irá passar através das camadas que estão por baixo. Esse é um fator importante, pois facilita o controle dos efeitos das mudanças, ao se cortar os contornos. A seguir será apresentado uma ilustração deste tipo de maquete.
Para execução deste exemplo será utilizado placas de papelão corrugado de 3mm, que representará variações de nível de 30cm na escala 1:100.
Por se tratar de um material relativamente pesado e rígido, as camadas serão coladas com cola branca. Ela pode ser aplicada uniformemente, para uso permanente ou em pontos estratégicos para possibilitar a remoção das camadas, se necessário. 
Passo a passo: 
	
	
	1. Use uma cópia do terreno com as curvas de nível como molde (fixe com fita dupla face). A cópia pode ser cortada para marcar a superfície do papelão ou use o cortador circular para transferir as marcas ao material.
	2. Começando com uma folha inteira do tamanho do terreno, corte a primeira curva de nível. Cole essa camada em uma folha de base do mesmo tamanho do sítio.
	
	
	3. Corte a próxima curva de nível em outra folha ou chapa de material e posicione-a sobre a primeira curva de nível. Num primeiro momento, todas as camadas podem ser empilhadas sem colar. Ao colocá-las umas sobre as outras sem cola, deve-se marcar e identificar os níveis, para auxiliar na futura montagem.
	4. Continue recortando as curvas de nível até que sejam pequenas o suficiente para se usar folhas parciais, como as do topo de colinas e outras áreas menores. Os níveis podem ser levemente marcados, permitindo a medição dos desníveis do terreno e o controle da topografia.
Após a aplicação da cola, as camadas da maquete devem ser fixadas com fita adesiva ou alfinetes, para que fiquem bem unidas até a secagem total.
5.3.2.3 Terreno com curvas de nível com recortes
Esse tipo de relevo é construído de maneira similar às sólidas, a diferença é que neste caso não se utiliza folhas inteiras, e sim camadas com uma pequena borda de sobreposição. As curvas de nível podem ser recortadas para inserir os volumes das edificações, ou podem ser construídas em torno desses volumes. Elas podem ser difíceis de modificar, uma vez que qualquer corte através dos níveis deixa o espaço abaixo aparente e deve ser reestruturado. Por outro lado são bem mais leves e consomem menos material comparado às maquetes de topografia sólidas.
Procedimento:
	
	
	1. Corte as folhas com área suficiente atrás da linha da curva de nível, para permitir superfície de colagem adequada (cerca de 2 a 4 cm). Marque as bordas e passe cola apenas onde está marcado.
	2. Junte as linhas das curvas de nível uma a uma e apoie adequadamente a parte inferior, para sustentar a edificação e as próprias curvas. Isso pode ser feito com pedaços de papelão ou com um fechamento lateral com degraus que acompanham a elevação de cada contorno.
	
	
	3. Com a maioria das curvas de nível colocada, a cavidade inferior fica claramente evidente, assim como as emendas sobrepostas às partes da maquete.
	4. A maquete completa apresenta muros laterais, para ajudar a suportar as bordas na taxa de declividade correta. Para cortar as paredes de apoio, coloque a maquete na posição vertical e faca moldes dos pedaços. As partes laterais também podem ser riscadas como projeções da seção da planta-baixa das curvas de nível.
5.3.2.4 Terreno com superfícies inclinadas
Se o terreno não tiver um terreno intensamente modulado, as superfícies inclinadas, instaladas obliquamente, são uma boa alternativa. No caso de um declive de inclinação constante, sua transposição em escala para uma superfície inclinada de maquete praticamente não oferece problemas. A menos que o recorte da maquete corra obliquamente em relação às curvas de nível (por exemplo, devido ao traçado de limites). Nesse caso, partindo do ponto mais baixo, é necessário definir as medidas de altura para a moldura circundante ou a construção subjacente onde será fixada a superfície do terreno. A conexão entre o terreno e a maquete doedifício também tem de ser determinada com precisão e seguida de acordo com a planta.
Se duas ou mais superfícies inclinadas encontram-se sobre a base do terreno, pode se obter com essa técnica uma forma de terreno bem abstrata, semelhante a um cristal, podendo ser muito proveitosa para o projeto. Torna-se necessário um pouco de destreza para distribuir cada superfície, determinar graficamente suas verdadeiras dimensões e então juntá-las com precisão. Esse procedimento também requer cuidado para que vias e caminhos sejam integrados ao terreno se aclives transversais.
 
5.3.2.5 Terreno com modelagem livre

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