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RESUMÃO_EP_ MÓDULOS_20 2

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05/11/2020 Universidade Paulista - UNIP | Disciplina Online
https://online.unip.br/conteudo/detalhes/104023 1/4
Ética e Moral  ( VAZQUEZ,2006)
Ética – (ethos) - grego -“modo de ser”, ou “caráter” Forma de vida adquirida ou conquistada pelo homem.
Moral – (mor, mores) – latim “costume” ou “costumes”.
Conjunto de regras ou normas adquiridas por hábito
De�nição
Ética - ciência especulativa, que tem por objeto o estudo �losó�co da ação e da conduta humana, procurando a justi�cativa
racional dos juízos de valor sobre a moralidade.
Moral - sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou
entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas dotadas de um caráter histórico e social sejam acatadas livres e
conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma maneira mecânica, externa e impessoal.
Relação
A relação entre Ética e moral está no comportamento humano com a diferença que a Ética é uma ciência especulativa, que estuda
o comportamento moral dos homens, enquanto que a Moral é o próprio comportamento do homem junto com seus valores,
normas e padrões.
Objeto de estudo:
Ética é o comportamento moral
Ligada ao valor:
 1. Valores universais
 2. Valores consensuais
 3. Valores pessoais
Essência da Moral Cap. III (Vazquez, 2006)
O normativo e o fatual
- A moral é um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos
homens (p.63). 
- Encontramos na moral dois planos: o normativo: constituído pelas normas ou regras de ação e pelos imperativos que enunciam
algo que deve ser. E o fatual: que é o plano dos fatos morais, constituído por certos atos humanos que se realizam efetivamente
(p.63).
- Os atos adquirem um signi�cado moral: são positivos ou moralmente valiosos quando estão de acordo com a norma e negativos
quando violam ou não cumprem as normas. Portanto, certos atos são incluídos na esfera moral por cumprirem ou não uma
determinada norma (p.64).
- O normativo não existe independentemente do fatual, mas aponta para um comportamento efetivo, pois, toda norma postula
um tipo de comportamento que considera devido, exigindo que esse comportamento passe a fazer parte do mundo dos fatos
morais, isto é, do comportamento efetivo real dos homens (p.64). 
05/11/2020 Universidade Paulista - UNIP | Disciplina Online
https://online.unip.br/conteudo/detalhes/104023 2/4
- O fato de uma norma não ser cumprida não invalida a exigência de que ela seja posta em prática. Esta exigência e a validade da
norma não são afetadas pelo que acontece no mundo dos fatos (p.65).
- O normativo e o fatual possuem uma relação mútua: o normativo exige ser realizado e orienta-se no sentido do fatual; o
realizado (o fatual) só ganha signi�cado moral na medida em que pode ser referido positiva ou negativamente a uma norma
(p.65). 
Moral e moralidade
- A moral efetiva compreende as normas ou regras de ação e os fatos que possuem relação com ela (p.65).
- Esta distinção entre o plano normativo (ou ideal) e o fatual (real ou prático) leva alguns autores a propor dois termos para
designar cada plano: moral e moralidade. A moral designaria o conjunto dos princípios, normas, imperativos ou idéias morais de
uma época ou sociedade determinadas. A moralidade seria um componente efetivo das relações humanas concretas que
adquirem um signi�cado moral em relação à moral vigente (p.66).
- A moral estaria no plano ideal e a moralidade no plano real (p.66). 
- A moralidade é a moral em ação, a moral prática e praticada. Por isso, cremos que é melhor empregar um termo só: moral,
indicando os dois planos, o normativo e o efetivo. Portanto, na moral se conjugam o normativo e o fatual (p.66).
Caráter social da moral
- A moral possui, em sua essência, uma qualidade social. Manifesta-se somente na sociedade, respondendo às suas necessidades e
cumprindo uma função determinada. Uma mudança radical da estrutura social provoca uma mudança fundamental de moral (p.
67). 
- A moral possui um caráter social (p.67). 
- Cada indivíduo, comportando-se moralmente, se sujeita a determinados princípios, valores ou normas morais, sendo que o
indivíduo não pode inventar os princípios ou normas nem modi�cá-los por exigência pessoal. O normativo é algo estabelecido e
aceito por determinado meio social. Na sujeição do indivíduo a normas estabelecidas pela comunidade se manifesta claramente o
caráter social da moral (p.67).
- O comportamento moral é tanto comportamento de indivíduos quanto de grupos sociais humanos. Mesmo quando se trata da
conduta de um indivíduo, a conduta tem conseqüências de uma ou outra maneira para os demais, sendo objeto de sua aprovação
ou reprovação. Mas, os atos individuais que não tem conseqüência alguma para os demais indivíduos não podem ser objeto de
uma quali�cação moral (p.68). 
- As idéias, normas e relações sociais nascem e se desenvolvem em correspondência com uma necessidade social. A função social
da moral consiste na regulação das relações entre os homens visando manter e garantir uma determinada ordem social, ou seja,
regular as ações dos indivíduos nas suas ações mútuas, ou as do indivíduo com a comunidade, visando preservar a sociedade no seu
conjunto e a integridade de um grupo social (p.69). 
- O direito garante o cumprimento do estatuto social em vigor através da aceitação voluntária ou involuntária da ordem social
juridicamente formulada, ou seja, o direito garante a aceitação externa da ordem social. A moral tende a fazer com que os
indivíduos harmonizem voluntariamente, de maneira consciente e livre, seus interesses pessoais com os interesses coletivos
(p.69). 
05/11/2020 Universidade Paulista - UNIP | Disciplina Online
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- Em resumo, a moral possui um caráter social pois os indivíduos se sujeitam a princípios, normas ou valores socialmente
estabelecidos; regula somente atos e relações que acarretam conseqüências para outros e induz os indivíduos a aceitar livre e
conscientemente determinados princípios, valores ou interesses (p.70). 
O individual e o coletivo na moral
- O indivíduo pode agir moralmente somente em sociedade (p.71).
- Uma parte do comportamento moral manifesta-se na forma de hábitos e costumes. O costume apresenta um caráter moral em
razão de sua intuição normativa (p.71). 
- A moral implica sempre uma consciência individual que faz suas ou interioriza as regras de ação que se lhe apresentam com um
caráter normativo, ainda que se trate de regras estabelecidas pelo costume (p.75). 
Estrutura do ato moral
- O ato moral se apresenta como uma totalidade de elementos: motivos, intenção ou �m, decisão pessoal, emprego de meios
adequados, resultados e conseqüências (p.76).
- O ato moral não pode ser reduzido a um de seus elementos, mas está em todos eles, na sua unidade e nas suas mútuas relações
(p.80). 
Singularidade do ato moral
- O ato moral assume um signi�cado moral em relação a uma norma (p.81). 
- O ato moral, com o auxilio da norma, se apresenta como a solução de um caso determinado, singular. A norma, que apresenta
um caráter universal, se singulariza no ato real (p.81-2). 
- A moral é um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os
indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam
acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal (p.84). 
 
 
Responsabilidade Moral - Cap. V (Vazquez, 2006)
Capacidade de responder por alguém ou alguma coisa.
Existem duas condições para que possamos imputar a responsabilidade moral:
1. Que o indivíduo seja consciente. Tenha consciência do ato e que reconheça as circunstâncias e conseqüências dos seus atos.
Ignorância – se o indivíduo não sabe o que faz, então ignora o fato.
2. Liberdade de escolha
O contrário da liberdade é a:
Coação – o indivíduonão tem liberdade para escolher.
A coação pode ser: interna ou externa.
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https://online.unip.br/conteudo/detalhes/104023 4/4
- A palavra autônomo vem do grego autos – que quer dizer si mesmo – e nomos – que quer dizer lei, regra, norma – ou seja,
signi�ca aquele que tem o poder de dar a si mesmo a norma, a regra, a lei. Aquele que goza de autonomia e liberdade seria
aquele com capacidade plena de autodeterminação.
Todavia, se levantamos o véu do individualismo, próprio do nosso tempo, percebemos que essa independência absoluta do sujeito
em relação à sociedade é mais um mito de nossa cultura. Se todo ser é desde a sua origem social, o pré-requisito de nossa
liberdade não pode então ser concebido, como supomos correntemente, como independência absoluta do mundo que nos cerca,
representado pela máxima: o mundo somos nós mesmos. O pré-requisito da liberdade, segundo Stanghellini (2004), é a
capacidade de pôr entre parênteses a representação preestabelecida do mundo, ou o conhecimento do senso comum, sem,
entretanto, perder nossa histórica articulação com o mundo comum.
Referência Básica
Vázquez A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006:61-82. (Capítulo III A essência da moral) 
 
QUESTÃO 2. Referente ao plano prático-moral relacionado aos problemas éticos analise as a�rmativas a seguir, para assinalar a
alternativa correspondente à (s) correta (s): 
 
I. De um lado temos os atos das pessoas, e do outro temos o juízo dos demais indivíduos sobre tais atos; ambos se pautam
por certas normas de conduta.
II. Do plano prático-moral se passa à re�exão sobre os comportamentos práticos, ou seja, da passagem da moral vivida para a
moral re�exa.
III. Os problemas prático-morais cuidam dos problemas éticos, uma vez que estes são de natureza genérica e de caráter
teórico.
assinale a alternativa correta:
A. Apenas o que se a�rma em I.
B. Apenas o que se a�rma em II.
C. Apenas o que se a�rma em III.
D. Apenas o que se a�rma em I e II.
E. Apenas o que se a�rma em I, II e III.
ALTERNATIVA CORRETA LETRA  - D 
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MÓDULO 2 - A REGULAMENTAÇÃO DA PSICOLOGIA NO BRASIL
Objetivo
Apresentar as condições sociais, históricas e políticas da autonomização da Psicologia em meados dos séculos XIX e XX no Brasil, na
interface com outras ciências, como a Medicina.
Apresentar as condições sociais, históricas e políticas da regulamentação da Psicologia  na década de 1960 no Brasil.
Contextualizar o surgimento do Conselho Federal de Psicologia, dos Regionais e sua atuação como Comissão de Fiscalização e
Comissão de Ética.
 
INTRODUÇÃO
A Psicologia foi regulamentada como pro�ssão no Brasil no ano de 1962, decorrente da Lei nº 4119, de 27 de agosto de 1962. Em
dezembro do mesmo ano, aprovou-se o parecer nº 403/62, do relator Conselheiro Valnir Chagas, que, pela primeira vez, �xava
o�cialmente um currículo mínimo de Psicologia, objetivando estabelecer os direitos do exercício pro�ssional. Somente em 1971 é
que se criou o Conselho Federal de Psicologia, órgão encarregado de zelar pela organização do exercício pro�ssional e que
congregava todos os psicólogos brasileiros.
A Psicologia conquistou seu espaço autônomo como área de conhecimento e campo de práticas em consequência da produção de
ideias e práticas psicológicas no interior de outras áreas do saber. Foi chamada a contribuir para a solução de problemas
relacionados à área da Saúde, à Educação e ao mundo do trabalho e das organizações.
Pereira & Pereira Neto (2003, p 20) de�nem esse período como o de pro�ssionalização da Psicologia, de 1890 a 1975. "Abrange
desde a gênese da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da pro�ssão e a criação dos seus dispositivos
formais." Os autores assinalam como marcos desse momento: a Reforma de Benjamin Constant no campo educacional (1890), a
inauguração dos laboratório de psicologia junto ao campo educacional e médico (1906),  e a criação do código de ética (1975).
Pessotti (1998), por sua vez, elaborou outro critério baseado na presença ou não de instituições com vínculos com a área
psicológica. Elegeu três grandes marcos; foram eles: 1833, quando se criou as Faculdades de Medicina no Rio de Janeiro e na Bahia;
1934, quando se constituiu um curso de Psicologia na Universidade de São Paulo; e 1962, quando a Psicologia foi regulamentada.
Optou-se, nesse texto base,   em assumir as diretrizes de Antunes (2004, 2006), que são ligadas ao referencial histórico, e, na
medida do possível, iluminar os marcos apontados por esses outros autores de renome para os estudos historiográ�cos da
Psicologia brasileira.
Antunes( 2006)   indica que, no Brasil, a pro�ssionalização e autonomização da Psicologia inicia-se com a parceira da psicologia
com outros saberes ainda no século XIX, que apresentava um contexto sócio-histórico e político singular, no qual se tinha uma
formação social dependente e atrasada, mas, ao mesmo tempo, uma busca pela modernidade, pelo caminho da industrialização.
Diante desse cenário, o Brasil adotou o modelo republicano, conciliado com a ideologia liberal e uma economia de base agrário-
comercial e exportadora. Também acontecia uma crescente urbanização e a de�nição da região Sudeste como polo sócio cultural
do país. Essa con�guração sócio política in�uenciou o meio acadêmico intelectual, com a crença na liberdade e a supremacia do
individuo diante a sociedade.
05/11/2020 Universidade Paulista - UNIP | Disciplina Online
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Bernardes (2007) a�rma que a psicologia construiu-se nas relações que mantinha com esse cenário, no qual os modelos de
produção e consumo exigiam a padronização da igualdade, resultado do auge da produção industrial, que requeria alto padrão de
produtividade. Diante desse quadro, a Psicologia, em sua nascente, foi marcada pelas estratégias de controle de variedade e
produtividade, transformando-se em um saber de forte viés adaptativo.
Essa busca por padronização e adaptabilidade se deu em três grandes interfaces do saber psicológico pré cientí�co. Foram elas: a
Psicologia e as Instituições Médicas; a Psicologia e as Instituições Educacionais; a Psicologia e a organização do trabalho.
 A Psicologia e as Instituições Médicas
 Desde o século XIX, a Psicologia, enquanto conjunto de ideias articuladas, esteve intimamente relacionada com a prática médica e
psiquiátrica, em instituições asilares e no âmbito da Medicina Legal. No caso, as Faculdades de Medicina na Bahia e no Rio de
Janeiro e os hospícios foram as principais fontes de produção de ideias psicológicas.
Desde 1890, já existiam teses publicadas por médicos com teor psicológico, tais como as obras de José Tapajós, Psico�siologia da
percepção e das representações (1890), Das emoções de Veríssimo Dias de Castro (1890), A Memória e a personalidade de Seabra
em 1894, a famosa tese de Henrique Roxo, Duração dos atos psíquicos elementares (1990), entre outras.  
A prática médica legal, por sua vez, possuía uma atuação higienicista, ao buscar erradicar ou minimizar as doenças infecto-
contagiosas muito presentes nas cidades em desenvolvimento. Segundo Costa (1983), essas atuações dispersaram-se nas cidades,
por meio de políticas públicas de saneamento básico e atingiu a educação moral e física das famílias, que passaram a se
responsabilizar também pelos cuidados com a higiene pública e privada.
Antunes (2004) aponta que os pressupostos higienicistas articulavam-se com os princípios da eugenia e da limpeza étnica,
intimamente ligados com a cultura racista brasileira vigente, conforme podemos vislumbrar:
 
Os ideais higienicistas geralmente se articulavam aos princípios da eugenia, intimamente ligados ao
pensamento racista brasileiro. Baseavam-se numa concepção que a�rmava a existência de uma
hierarquia racial (sendo a raça ariana considerada superior e a raça negra a maisinferior de todas), do
que decorria a teoria da degenerescência, que considerava a propensão à degenerescência física e
mental das ditas raças inferiores. Por essa via, a reinvindicação de adoção de medidas higienicistas,
cuja �nalidade não era senão o embranquecimento da raça brasileira. (ANTUNES,2004, p. 119).
 
 Segundo Antunes (2006), as teorias da degenerescência e da eugenia extrapolavam os muros dos asilos e hospícios, propondo
ações de disciplinarização da sociedade e dos seus corpos familiares. No Brasil, a junção dessas correntes originou uma experiência
cruel de exclusão do louco e a preocupação com práticas pro�láticas diante da loucura. Nesse projeto preventivo, o Estado devia se
preocupar com a pobreza, a marginalidade, o crime, pois todos esses quadros possuíam uma familiaridade muito grande com a
loucura, porque levavam os sujeitos à desordem, a não adaptação aos padrões requeridos. Podia-se a�rmar que havia, ao mesmo
tempo, uma visão moralizante e racionalizante da loucura.
Antunes (2006) ainda aponta a preocupação com a ordem urbana e com a bandeira do progresso ligada ao ideário positivista,
relacionado a práticas de exclusão daqueles que não se adaptassem às normas estabelecidas, os denominados desordeiros. Cabia
à ciência médica e psicológica contribuírem na identi�cação desses sujeitos e no seu tratamento em locais especí�cos, como os
asilos e manicômios.
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Nos hospícios, também havia a produção de conhecimento psicológico a partir das práticas nos laboratórios criados na época. Um
dos mais relevantes foi, segundo Antunes (2004), o da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro, criado em 1923, dirigido pelo
psicólogo polonês Waclaw Radecki. Tornou-se nove anos depois, o Instituto de Psicologia, subordinado ao Ministério da Educação e
da Saúde Pública. Produziu um rol de pesquisas temáticas em psicologia sobre seleção e orientação pro�ssional, fadiga em
trabalhadores menores de idade, seleção de aviadores, psicometria, entre outras.
Outro laboratório importante foi fundado junto à Liga Brasileira de Higiene Mental, em 1923, no Rio de Janeiro, dirigida por Alfred
Fessard, Plínio Olinto e Lemes Lopes. Realizaram vários simpósios e seminários de Psicologia, com o intuito de divulgar as pesquisas
realizadas. Predominava o ideal eugênico, pro�lático e a preocupação com a educação dos indivíduos mal adaptados. (ANTUNES,
2004)
Segundo Antunes (2006, p 51), em 1932, a " Liga propôs ao Ministério da Educação e da Saúde Pública, a presença obrigatória de
gabinetes de Psicologia, junto às Clínicas Psiquiátricas" . Além disso,  promovia, todo ano, as Jornadas Brasileiras de Psicologia, para
difundir conhecimento. 
Um dos projetos que mais destoaram da tendência eugênica, foi o movimento antipsiquiátrico de Recife, com Ulysses
Pernambucano e seu modelo humanista e existencial de atendimento dos doentes mentais. Também propiciou contribuições para
a Educação e investia na formação dos funcionários: os monitores de saúde mental e auxiliares psicólogos.
Antunes (2006) a�rma, que:
 
A evolução do pensamento psicológico no interior da Medicina até o século XIX preparou o terreno
para que o conhecimento e a prática da Psicologia se desenvolvessem a tal ponto que �zeram
delinear-se com maior clareza seus contornos, tendo assim contribuído para a penetração da Psicologia
Cientí�ca e sua de�nição como campo autônomo de conhecimento e ação, o que veio a se concretizar
nas décadas iniciais do século XX.(ANTUNES, 2006, p 61)
 
A Psicologia em Instituições Educacionais
  Com o desenvolvimento urbano-industrial, no século XX, o pensamento republicano aliado ao positivismo e à ideologia liberal,
mostrava uma preocupação com uma educação humanista e cienti�cista.  Surge no Brasil, então, uma corrente educacional que
reivindicava a ampliação do número de escolas e o combate ao analfabetismo, a partir do ideário escolanovista.
Essa proposta de renovação e ampliação educacional chegou ao nosso país em 1882, pelas mãos de Rui Barbosa e alcançou o
século XX com outras reformas importantes. Um exemplo foi a proposta de Benjamin Constant, em 1890, que propunha maior
liberdade, laicidade e gratuidade do ensino. O escolanovismo implementou uma tendência cienti�cista, introduzindo disciplinas
cientí�cas, como a Psicologia e a Lógica, no lugar da Filoso�a de cunho humanista.
Segundo Vidal (2003), o movimento da Escola Nova propôs uma   renovação do ensino, na Europa, na América e no Brasil, na
primeira metade do século XX. O escolanovismo desenvolveu-se no Brasil sob importantes impactos de transformações
econômicas, políticas e sociais, porém, com eles surgiram graves con�itos nos aspectos políticos e sociais, resultando   uma
mudança signi�cativa no ponto de vista intelectual brasileiro. 
05/11/2020 Universidade Paulista - UNIP | Disciplina Online
https://online.unip.br/conteudo/detalhes/96242 4/10
O escolanovismo acreditava que a educação era o instrumento e�caz para a reconstrução de uma sociedade cidadã e
legitimamente democrática, considerando as diversidades e a individualidade do sujeito, preparados psicossocialmente  para
re�etir  e mudar a sociedade em que viviam.
Esse movimento agregou nomes importantes ao cenário educacional e psicológico, como Antônio Carneiro Leão, Lourenço Filho,
Anísio Teixeira, Manoel Bon�m, entre outros. Esse último educador merece destaque pelo seu enfrentamento dos problemas
sociais e o seu entendimento de que a educação deveria ser instrumento contra a opressão, que a maioria do povo sofria.
A�rmava, por exemplo, que o analfabetismo era uma vergonha nacional.
A Psicologia, enquanto saber foi essencial no projeto educacional do país, no inicio do século XX, pois serviu como pilar de
sustentação cientí�ca para a consolidação do escolanovismo, ao cuidar dos sujeitos e das suas diferenças individuais (Psicologia
Diferencial), ao estudar o processo de desenvolvimento vital, ao observar os processos de ensino-aprendizagem e ao criar testes
de inteligência e de seleção pro�ssional.
Ainda nesse cenário, apesar de nomes emancipadores como Bon�m, existia no campo educacional aliado ao suporte da Psicologia,
a preocupação com a formação de um país robusto, baseado no lema de um povo forte mental e �sicamente, o que mantinha
vivos os ideais eugênicos em busca da higienização das raças.
Nessa interface entre a Educação e a Psicologia, há de se destacar a criação do Instituto de Psicologia de Ulysses Pernambucano
em Recife, em 1925, com produções signi�cativas nas áreas de testes psicológicos de nível mental, aptidão, de cunho pedagógico,
padronização de testes coletivos, entre outros, com o intuito de formar pesquisadores na área da Psicologia. (ANTUNES, 2006)
Também é indicada a importância das Escolas Normais para o estabelecimento da Psicologia Cientí�ca no Brasil, seja compondo os
currículos ou construindo laboratórios de psicologia, por volta de 1912. Destaque para a Escola Normal de São Paulo, que foi
responsável pela "divulgação das teorias psicológicas em voga na Europa e nos Estados Unidos e, por decorrência, das técnicas
delas derivadas, em especial, a psicometria". (ANTUNES, 2006, p. 78)
Em 1925, Lourenço Filho revitalizou o laboratório de Psicologia Experimental, junto a Escola Normal de São Paulo, que se tornou
anos depois Gabinete de Psicologia e Antropologia Pedagógica, com o italiano Ugo Pizzoli, com produções vinculadas à medida de
funções psicológicas, com destaque para estudos perceptivos.
Antunes (2006) nos revela a importância das Escolas Normais para a autonomização da Psicologia, pois encontrou:
 
o mais fértil terreno para seu desenvolvimento, não somente por serem estas campos potenciais de
aplicação de conhecimentos e técnicas derivadas da ciência psicológica, mas também por permitirem a
produção de pesquisas.  (...) além de, no caso, ter sido uma das mais importantes bases para que a
Psicologia se tornasse mais tardedisciplina universitária. (ANTUNES, 2006, p 81)
 
 
 
A Psicologia e a organização do trabalho
 Com a promessa do desenvolvimento urbano-industrial desde o século XIX, o Brasil assistiu a emergência de diferentes camadas
sociais, uma diversi�cação das atividades produtivas e novos con�itos sociais oriundos da complexi�cação econômica do país.
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Segundo Antunes (2006, p 87), encontra-se na década de 20, em pleno século XX, as primeiras experiências da aplicação de
Psicologia ao mundo do trabalho, con�rmando-a como um "conjunto de conhecimento e práticas capazes de dar respostas e
subsidiar ações que interviessem nos problemas sociais".
A Psicologia inseria-se nesse cenário, buscando promover ações que maximizassem a produção industrial. Participava de um
conhecimento racionalizável e cienti�cista, como ocorreu com o panorama educacional. Eram práticas com �nalidade de controle
social nas indústrias, onde grupos de operários começavam a se organizar contra condições subumanas de trabalho, mantidas
pelos modelos tayloristas e fordistas de produção.
Em 1929, criou-se o Instituto de Organização Cientí�ca do Trabalho, que possuía diferentes funções, como seleção e educação
pro�ssional, organização psicológica do modo de produção, entre outros. Porém, não conseguiu se manter devido a crises
econômicas.
Em 1930, sob a tutela de Aldo Mario de Azevedo, criou-se o Instituto Paulista de E�ciência, que facilitou a Organização Racional do
Trabalho (IDORT), que se desdobrou em instituições de claro cunho psicológico, como a Associação Brasileira para Prevenção de
Acidentes.
Também foram experiências igualmente importantes, as pesquisas realizadas a partir dos processos de seleção de aviadores para
a Aviação Militar, sob tutela do Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro.
Segundo Antunes (2006, p 91), nesse contexto, a Psicologia serviu como função de sustentáculo cienti�co dos novos métodos
administrativos, onde imperava a lógica racional e cientí�ca de atuação, seja pelos testes implementados ou por processos de
seleção pro�ssional objetivos. Nessa lógica, o individuo era compreendido como uma peça material do processo produtivo, inclusive
pela própria Psicologia, que o nominava como parte dos Recursos Humanos.
A Regulamentação da Psicologia e do Conselho Federal  
A Psicologia foi regulamentada como pro�ssão, no Brasil, no ano de 1962, decorrente da Lei  nº 4119, de 27 de agosto de 1962.
Porém, somente em 1972, é que se criou o Conselho Federal de Psicologia, órgão encarregado de zelar pela organização do
exercício pro�ssional e que congregava todos os psicólogos brasileiros.
Segundo Soares (2010, p.20), em 1946, foi aprovado um decreto-lei que "ampliava o regime didático da Filoso�a, referindo-se à
possibilidade de ter diploma de licenciado" em Psicologia, quem por exemplo, fosse aprovado nos três primeiros anos do curso de
Filoso�a, bem em cursos de Biologia, Fisiologia, Antropologia, Estatística e em cursos de especialização de Psicologia.
Em 1962, o Presidente da República João Goulart, promulgou a 27 de agosto, a Lei nº 4.119 dispondo sobre os Cursos de Formação
de Psicólogos, com importantes inovações, tais como  permitir, aos portadores de diplomas ou certi�cados de especialista em
Psicologia, Psicologia Educacional, Psicologia Clínica e Psicologia Aplicada ao Trabalho, o exercício do ofício de psicólogo, como
também   permitir aos que já venham exercendo, na data da publicação da Lei, ou tenham exercido por mais de cinco anos,
atividades pro�ssionais de Psicologia Aplicada, o registro de Psicólogo. (SOARES,2010)
Romaro (2006, p 28) a�rma que, a partir do Decreto 53464, em 1964, regulamenta-se de�nitivamente a Lei 4119 e se
estruturam os cursos de psicologia, junto às Faculdades de Filoso�a, em cursos de bacharelado, licenciatura e psicologia.   A lei
estabelece como "funções privativas do psicólogo brasileiro o diagnóstico psicológico, a orientação e seleção pessoal, a orientação
psicopedagógica, a solução de problemas de ajustamento, a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras ciências".
Esse marco foi essencial para a pro�ssionalização da Psicologia, pois como Pereira & Pereira Neto (2003) elucidam:
 
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Para que uma atividade seja reconhecida como tal, é necessário que reúna algumas características. Por
um lado, a pro�ssão deve ter um conhecimento delimitado, complexo e institucionalizado. Por outro,
ela tem que organizar seus interesses em associações  pro�ssionais que padronizem a conduta dos
pares, realizando uma auto-regulação. O controle interno da pro�ssão é feito através da �scalização
das condutas pro�ssionais com dispositivos formais, entre os quais se destacam os códigos de ética.
(PEREIRA&PEREIRA NETO, 2003, p 20)
 
Bock (2001), ao discutir a regulamentação da Psicologia em 1962, através da Lei nº 4119 e o Catálogo Brasileiro de Ocupações do
mesmo ano, ressalta o caráter disciplinador e moralizante das práticas psicológicas, como podemos vislumbrar:
A psicologia e a pro�ssão lá estão limitadas a aspectos intervencionistas orientados para o
ajustamento e a adaptação do individuo. Fala-se, então, de desenvolvimento e de condições para sua
facilitação, como se o desenvolvimento tivesse percurso determinado. (....) A �nalidade do trabalho é
ajustamento, adaptação, auto realização, desenvolvimento, convivência e desempenho, sempre
supondo um estado de normalidade. O trabalho do psicólogo está muito relacionado a esses objetivos,
seja ele em escolas, empresas ou clínicas. ( BOCK, 2001, p. 26).
 
Apenas em 1971 cria-se o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia, com o intuito de regulamentar, orientar,
disciplinar e �scalizar o exercício da pro�ssão, sendo elaborando o primeiro Código de Ética apenas em 1975, pela resolução CFP
008/75, por uma Comissão de Ética.  
Segundo Soares (2010, p. 28), o primeiro Conselho Federal enfrentou uma tarefa árdua, pois precisou se empenhar em elaborar
leis sobre  "as quais viessem a assentar, sólidas e de�nitivas, a tradição e a unidade da classe, recentemente reconhecida, ao lado
de  uma consciência de corpo, sob a égide de uma só Autarquia".
Nesse processo constitutivo, o Conselho Federal de Psicologia no Brasil se de�nia como uma autarquia federal, ou seja, como
instituição com autonomia de gestão didático-cientí�ca, administrativa e �nanceira.  Porém, devido ao contexto político e
histórico de teor ditatorial, nas décadas de 1960 e de 1970, o Conselho permaneceu como extensão dos poderes e decisões do
Estado, sem independência jurídica ou social. Somente a partir da redemocratização do país, em meados dos anos de 1980, o
Conselho assumiu sua vocação autárquica, mostrando-se com maior autonomia em suas agendas políticas e pro�ssionais. Pode-se
comprovar esse fato, pelas informações que constam atualmente no site do Conselho Federal:
 
O Conselho Federal de Psicologia – CFP é uma autarquia de direito público, com autonomia
administrativa e �nanceira, cujos objetivos, além de regulamentar, orientar e �scalizar o exercício
pro�ssional, como previsto na Lei 5766/1971, regulamentada pelo Decreto 79.822, de 17 de junho de
1977,   deve promover espaços de discussão sobre os grandes temas da Psicologia que levem à
quali�cação dos serviços pro�ssionais prestados pela categoria à sociedade. (CFP, disponível <
http://site.cfp.org.br/cfp/conheca-o-cfp/ (http://site.cfp.org.br/cfp/conheca-o-cfp/)>, acesso 2013)
 
 
http://site.cfp.org.br/cfp/conheca-o-cfp/
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Em 1976, elegeu-se o segundo Conselho Federal, focado em fortalecer a imagem pro�ssional do psicólogo brasileiro, assim como
também o�cializar o exercício de �scalização em relação aoexercício pro�ssional, sob uma Comissão de Fiscalização,  �xada pela
Resolução nº 3, de 27 de fevereiro de 1977.
Desde então, o Conselho Federal de Psicologia passou por diferentes momentos dentro do contexto sociopolítico brasileiro.
Entretanto, foi com a democratização e com a Constituição Cidadã, em 1988, que esse órgão passou a seguir uma vocação mais
crítico-social, criando inúmeras Comissões pertinentes e comprometidas com a realidade brasileira. Atualmente, encontramos as
seguintes comissões permanentes:
§  Comissão de Direitos Humanos, criada pela Resolução CFP nº 11/1998 tem como atribuições: incentivar a re�exão sobre os
direitos humanos inerentes à formação, à prática pro�ssional e à pesquisa em Psicologia; intervir em todas as situações em que
existam violações dos direitos humanos que produzam sofrimento mental; participar de todas as iniciativas que preservem os
direitos humanos na sociedade brasileira; apoiar o movimento internacional dos direitos humanos;  e lutar contra todas as
formas de exclusão que violem os direitos humanos e provoquem qualquer tipo de sofrimento mental.
§  Comissão de Análise  sobre Título  Especialistas, criada pela Resolução CFP nº 014/200, revogada pela Resolução CFP nº
013/2007: criada para �ns de concessão de credenciamento de cursos de especialista e análise de recursos  sobre títulos de
especialistas. Essa comissão também tem a responsabilidade de subsidiar o plenário do CFP para as diversas demandas
relacionadas ao tema “Especialidades em Psicologia”.
§  Comissão Nacional de Credenciamento de sites, criada pela Resolução CFP nº 003/2000, revogada pela Resolução CFP nº
012/2005:   além de realizar avaliação dos sites que oferecem serviços de Psicologia,  apresenta sugestões para o
aprimoramento dos procedimentos e critérios envolvidos nesta tarefa e subsidia o Sistema Conselhos de Psicologia a respeito
da matéria.
§  Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica, criada pela Resolução CFP nº 025/2001, revogada pela Resolução CFP nº
002/2003:   integrada por psicólogos convidados de reconhecido saber em testes psicológicos, tem como objetivo analisar e
emitir parecer sobre os testes psicológicos encaminhados ao CFP, com base nos parâmetros de�nidos nesta Resolução, bem
como apresentar sugestões para o aprimoramento dos procedimentos e critérios envolvidos nessa tarefa, subsidiando as
decisões do Plenário a respeito da matéria.
(CFP, disponível < http://site.cfp.org.br/cfp/conheca-o-cfp/ (http://site.cfp.org.br/cfp/conheca-o-cfp/)>, acesso 2013)
 
Atualmente, no século XXI, segundo Pereira & Pereira Neto (2003), enfrentamos um período de pro�ssionalização mais madura,
porém a Psicologia sofre com as alterações e crises sócio econômicas, causando uma maior proliferação de faculdades de
psicologia, a queda na qualidade da formação e, ao  mesmo tempo, uma degradação do valor do trabalho do psicólogo no
mercado de trabalho. Há novos espaços de atuação pro�ssional que surgem devido, inclusive, a uma crise mercadológica e
epistêmica no cenário clínico. Surgem   novos dilemas éticos situados nos fenômenos intersubjetivos da contemporaneidade,
desa�ando a categoria pro�ssional a se rever continua e criticamente. Esse é o processo de pro�ssionalização aberto e ainda por
ser feito, na prática cotidiana de uma pro�ssão relativamente nova em nosso país.
BIBLIOGRAFIAS BASICAS:
ANTUNES, M. A psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: Ed Unimarco EDUC, 2005.
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ROMARO, R. A. Ética na psicologia. São Paulo: Ed. Vozes, 2006.
SOARES, Antonio Rodrigues. A Psicologia no Brasil. Psicol. cienc. prof. [online]. 2010, vol.30, n.spe, pp. 8-41
 
Bibliogra�as Complementares
ANTUNES, M. A Psicologia no Brasil no século XX: Desenvolvimento Cientí�co e Pro�ssional.  In MASSIMI & GUEDES (orgs). História
da Psicologia no Brasil: novos estudos. São Paulo: Ed EDUC, 2004.
BERNARDES, L. História da Psicologia no Brasil. São Paulo: Ed Casa do Psicólogo, 2007.
BOCK, A. História da organização do psicólogo e a concepção do fenômeno psicológico. In: JACO-VILELA,CEREZZO, RODRIGUES  (org).
Clio-Psyque hoje:  fazeres e dizeres psi na história do Brasil. RJ: Relume- Dumará. 2001, p 25-33.
COSTA, J. Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Ed Graal, 1987.
PEREIRA e PEREIRA NETO. O Psicólogo no Brasil: notas sobre seu processo de pro�ssionalização. Revista Psicologia em Estudo,
Maringá, v 8 , n.2, PP 19-27, 2003.
PESSOTTI, I. Notas para uma história da psicologia brasileira. In CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Quem é o psicólogo brasileiro?
São Paulo: Ed Edicon, 1988.
SAVIANI, Dermeval. O legado educacional do “longo século XX” brasileiro. In: SAVIANI, Dermeval ( et. al.). O legado educacional do
século XX no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
VIDAL, Diana Gonçalves. Escola Nova e processo educativo. In: LOPES, Eliane Marta, FIGUEIREDO, Luciano e GREIVAS, Cynthia
(orgs.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 3ª. Ed., 2003.
 
Uma Re�exão Inquietante:   Diante a apresentação histórica e contextual desse módulo sobre a autonomização da Psicologia no
Brasil e seu viés adaptativo e eugênico, de que modo na atualidade, os psicólogos brasileiros podem e devem rever sua história e
transformar sua atuação com parâmetros mais éticos e comprometidos com a sociedade?
Sugestão hipermidiática:
Visite o site da Memória da Psicologia junto ao Conselho Federal de Psicologia, escolha um vídeo disponível e o relacione com o
conteúdo do módulo, cabe a sugestão do vídeo Memória do Projeto de Ulysses Pernambucano, disponível
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=dzsYlRp93uU (http://www.youtube.com/watch?
feature=player_embedded&v=dzsYlRp93uU), acesso nov/2013..
Projeto Memória da Psicologia Brasileira, disponível em <http://site.cfp.org.br/multimidia/projeto-memorias-da-psicologia-
brasileira/videos/ (http://site.cfp.org.br/multimidia/projeto-memorias-da-psicologia-brasileira/videos/)>, acesso nov/2013.
 
 Atividades Teórico-Práticas: 
I)                        Leia o texto de Soares (2010) e grife trechos que dizem respeito às funções do Conselho Federal de
Psicologia.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=dzsYlRp93uU
http://site.cfp.org.br/multimidia/projeto-memorias-da-psicologia-brasileira/videos/
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TEXTO BASE: SOARES, Antonio Rodrigues. A Psicologia no Brasil. Psicol. cienc. prof. [online]. 2010, vol.30, Caderno Especial, pp. 8-41.
II)                      Crie uma linha do tempo a partir das informações disponíveis no texto base do Módulo, identi�cando:
eventos sociais, históricos e pro�ssionais importantes na fase de implementação da Psicologia como ciência no século
XX, a criação do Conselho Federal de Psicologia e  a constituição dos Códigos de Ética.
 
Exercício comentado:
Sobre as idéias psicológicas brasileiras dos séculos XIX e XX, na fase de autonomização da Psicologia Cientí�ca, Antunes ( 2006)
a�rma que possuíam:
I)              a �nalidade de conscientizar critico e socialmente o individuo diante o modelo de desenvolvimento urbano-
industrial.
II)             a �nalidade de adaptar o sujeito aos padrões de alta produtividade da época.
III)                      a �nalidade de moralizar os sujeitos, nos padrões morais e éticos da elite brasileira, excluindo os
desordeiros, que não seguiam esses padrões.
IV)                    a �nalidade de localizar o homem certo para o lugar certo no padrão organizacional e no mundo do
trabalho.
São corretas as a�rmativas:
a)    I, II e III
b)    II, III e IV
c)    III e IV
d)    I, III e IV
e)    III e IV
 
Comentários do exercício:  o aluno deve ler o texto base do módulo e as citações realizadas a partir de Antunes (2006), para
compreendero viés hegemônico adaptativo e higienicista dos saberes psicológicos no contexto brasileiro (séc XIX e XX) que
possuía essa demanda: manter o sujeito disciplinado e em alto padrão de produtividade. A partir dessa concepção, percebe-se que
o item I está incorreto, pois não se objetivava conscientizar criticamente a população através das práticas psicológicas, mas
mantê-la moralizada e disciplinada, como está explícitos nos itens II , III e IV. Portanto, alternativa B é a correta.
 
 
 
 
 
 
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  MÓDULO 3 – INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICOLOGO
OBJETIVOS:
-Apresentar a História Breve dos Códigos de Ética do Psicólogo no Brasil.
-Apresentar as concepções de homem e mundo que subjazem o Código de Ética Pro�ssional do Psicólogo: a concepção de homem
social (provinda da ética material de Aristóteles) e a concepção sócio-histórica.
 INTRODUÇÃO E BIBLIOGRAFIAS
Toda pro�ssão ao se de�nir como um conjunto de práticas e teorias que buscam atender as necessidades psicossociais de uma
população, controlada por padrões técnicos e éticos, organiza-se e regulamenta-se a partir de um documento deontológico,
denominado comumente de Código de Ética. Com a regulamentação da Psicologia em 1962, fez-se necessário construir um Código
de normas para o reconhecimento social da pro�ssão em âmbito nacional.
                 O novo Código de Ética do Psicólogo foi proposto em 2005, como resultado de um percurso histórico da Psicologia frente
às novas demandas sociais e também como carta que dialoga ativamente com a Cultura de Direitos Humanos, instituída a partir
da Constituição Federal de 1988.
  Esse documento promulgado em 27 de agosto de 2005, é o quarto Código de Ética do Psicólogo no Brasil. Ele veio responder,
principalmente,   ao contexto organizacional e institucional, oriundo de um pedido social para as entidades representativas, os
Conselhos Regionais de Psicologia. Portanto, esse é um Código que veio atender à evolução do contexto institucional do Brasil, com
a crescente democratização e industrialização.
Em 1967, o primeiro Código de Ética do Psicólogo foi aprovado pela Associação Brasileira de Psicólogos, presidida por Arrigo
Angelini, possuía cinco princípios fundamentais e 40 artigos. Em 1975, por sua vez, este foi modi�cado e reorganizado como
o�cialmente o primeiro Código de Ética, agora promulgado por um Conselho Federal de Psicologia.  (Romaro, 2006)
Em 1979, aprova-se o segundo Código de Ética da pro�ssão, em tempos de ditadura militar no Brasil. Esse documento possuía,
segundo Romaro (2006), cinco princípios fundamentais e 50 artigos, com grifos sobre o trabalho do psicólogo em equipes
multipro�ssionais.
Em 1987, aprova-se o terceiro Código de Ética Pro�ssional da Psicologia, mais denso e com grande quantidade de artigos e alíneas,
re�etindo, segundo Romaro (2006), as di�culdades enfrentadas na confecção desse documento em um momento de transição da
ditadura para a redemocratização do país. Os pontos salientados foram o respeito pelo outro e sua integridade, que faz alusão aos
Direitos Humanos, e também à importância da função social do psicólogo por meio de uma análise crítica da realidade.
Depois de 40 anos, a classe pro�ssional se viu mobilizada a rever esse documento, num contexto sócio político mais amadurecido e
com novas demandas psicossociais, principalmente no cenário institucional, no qual os psicólogos brasileiros intervinham e
encontravam dilemas éticos, complexos e pouco contemplados pelo Conselho Federal de Psicologia.
A partir desse novo cenário e dos novos fazeres, a Psicologia Brasileira foi chamada a participar de um processo de re�exão e
construção de novas diretrizes para as ações pro�ssionais da Psicologia. Esse processo se iniciou em 2001, quando os psicólogos
foram convocados a confeccionar um novo código, superando o anterior que havia sido feito em 1987. O documento anterior tinha
marcas direcionadas predominantemente ao campo clínico, e não dialogava com as novas con�gurações psicossociais e com leis
mais modernas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente(1990).
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                      Os Conselhos Regionais de Psicologia em território nacional foram mobilizados a chamar os seus participantes a
organizarem Fóruns Regionais de Ética, formulando teses que indicariam quais mudanças seriam realizadas em um novo
documento da categoria pro�ssional.
             O Código retrata a   imagem da nossa prática pro�ssional, que muitas vezes incomoda a classe pro�ssional, pelo seu viés
ainda elitista e curativo, resultado da identidade clássica do psicólogo clínico e do modelo biomédico de atendimento. A partir
disso, os psicólogos brasileiros  buscaram  uma prática mais re�etida, um retrato mais �el do que fazem de fato ou do que querem
fazer na Psicologia. Por isso, o novo Código de Ética do Psicólogo é um projeto pro�ssional coletivo, que desenha uma possível nova
identidade desse sujeito que trabalha e faz psicologia no Brasil.
O novo código foi pensado dentro do movimento da história da Psicologia, na sua prática com a sociedade brasileira. Desse modo
ele expõe princípios que:  representa essa história; valoriza o sujeito na perspectiva social; respeita as diversidades humanas na
trama sócio cultural; reconhece a diversidade interna da própria Psicologia em suas diferentes teorias e fazeres; garante os direitos
do individuo e apresenta uma perspectiva de promoção de saúde.
                    Esse novo documento modi�cou sua forma, apresentando metade dos artigos, em contraponto ao antigo código com 50
artigos. É uma mudança formal, mas primordialmente de sentido. Buscou-se um código que permite uma maior re�exão do
sujeito, enfocando amplos princípios norteadores e que não dita somente regras fechadas. Com isso, temos um documento voltado
para os direitos do psicólogo.
As concepções �losó�cas referentes à concepção de homem e de mundo presentes no Código de Ética, podem ser reconhecidas
em dois eixos:
a) Aristotélico – ressalta a concepção de homem como um animal político e que tem sua existência permeada de sentido no
coletivo.
b)  Sócio histórico-  destaca a constituição do homem a partir da condição humana e da relação com a sociedade e a cultura em
que está inserido.
 
Concepção Aristotélica e o Código de Ética do Psicólogo (2005)
 
A antropologia  aristotélica continua sendo, até hoje,  um dos  
fundamentos da concepção ocidental do homem. Os problemas
                                   levantados por Aristóteles em torno da pergunta sobre o que é
                                   o homem e as categorias com que tentou resolvê-los, embora
                                   tivessem como alvo principal o homem helênico no contexto da
                                   Polis, tornaram-se o fundo conceptual permanente da �loso�a
                                   moderna, e nada indica que sua fecundidade heurística tende
                                   a  esgotar-se.( LIMA VAZ, 2004,p.40)
 
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            Aristóteles desenvolveu em sua obra De Anima, um repertório �losó�co signi�cativo, referente à concepção antropológica,
ou seja, sobre sua visão da constituição humana. De�niu-a primeiramente demarcada  pela estrutura biopsíquica, na qual
a psyqué é o conceito fundamental, signi�cando um princípio vital que é o ato ou a perfeição de todo ser vivo e ao qual compete a
capacidade de mover-se a si mesmo (autokinêton). A gênese dapsyqué está na dimensão da physis (natureza), caracterizando o
homem como um ser vivo que possui psyché (como forma racional) e soma (corpo).Para Aristóteles, o homem é de�nido como zoon logikón.  Ele se distingue de todos os outros seres da natureza em virtudes
do predicado da racionalidade: “ele é um animal racional que fala e discorre, enquanto ser dotado de logos, o homem transcende
de alguma maneira a natureza e não pode ser considerado simplesmente um ser natural” (LIMA VAZ, 2004, p. 37).
            Everson (2007, pág 168)   a�rma que a psicologia aristotélica não se interessou por um enfoque mental ou o entendimento
da diferença entre corpo e mente, mas sim por uma psicologia da vida, especialmente na distinção entre vida e morte: “What
determines the scope of his psychology is not the recognition of a distinction to be drawn between the mental and the physical,
but rather that between the living and the dead. “
            Uma das maiores contribuições de Aristóteles para a Psicologia e a visão de homem presente, na maioria dos Códigos de
Ética pro�ssionais do Ocidente, se encontra no livro I da  Política, no qual ele a�rma que o homem é um animal político (Zoôn
politikón) por natureza. A�rma que o indivíduo, não é auto-su�ciente e necessita sempre do Outro nas relações de sociabilidade.
            Também no livro I da obra Ética à Nicômaco, Aristóteles a�rma que o homem possui uma marca essencial que o diferencia
dos outros, sua racionalidade. Essa capacidade o faz criar a ética, como um modo de re�etir sobre sua vida e seus hábitos
cotidianos, em direção a um �m, que para o pensador resumia-se na seguinte questão: O que posso e devo fazer para ser feliz
junto a minha comunidade na pólis? Porém, para Aristóteles, nem tudo que quero, como individuo, pode ser vivido em nome dessa
felicidade. Há um balizador importante nessa história: a pólis, ou seja, a cidade e a sociedade nela vivente.
Pegoraro apud Aristóteles (2006, p 36) rea�rma para seus leitores: “O homem é um animal capaz de pensar e de fazer política”
                      Essa supremacia política do âmbito público sobre o privado é uma contribuição evidente para a elaboração dos códigos
deontológicos na contemporaneidade, pois evidencia uma preocupação com o coletivo ao invés de privilegiar o individualismo,
marca recorrente de tempos atuais (MAIORINO, 2005).
                      Essa valorização do público e do aspecto político está evidente na obra Política, quando o pensador grego a�rma que a
cidade é uma comunidade política, que visa um bem maior e abrange outras comunidades menores, como a família e os
indivíduos. A cidade tem como �nalidade promover uma vida boa aos seus cidadãos, porém, ela deve ter e ser o poder político
supremo e fundamental em relação as aldeias, famílias e indivíduos que a constituem.  Aristóteles a�rma ainda, que a natureza
humana só pode ser realizada de modo pleno pelo pertencimento a comunidade social e política.
                     No livro III, da obra Política, Aristóteles discute a importância sobre a condição de cidadania nas cidades, de�nindo como
cidadão aquele sujeito que participa da vida política verdadeiramente, seja por funções deliberativas ou judiciais.  Com essa lógica,
o pensador ainda complementa, que a cidade não existe apenas para se viver. É preciso viver uma vida boa (eu zen), ou seja,
realizar a excelência humana em comunidade é primordial na visão aristotélica. Portanto, de�ne que a cidade é uma comunidade
de homens livres.
            Com relação ao projeto ético, Aristóteles o de�ne como aquele que está subordinado ao plano político, tornando-se uma
ciência prática da vida. A�rma que a ética deve estudar o bem supremo, a partir de um conhecimento do humano, investigando
em que consiste a sua felicidade (eudamonia).
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            Pegoraro (2006) delimita quatro eixos em torno dos quais giram o projeto ético aristotélico, denominado de material, são
eles: (1) a ética é natural, emerge da estrutura biológica do ser humano; (2) a ética é �nalista, todas as escolhas e decisões
humanas visam alcançar um �m, produzir um bem; (3) a ética é racional, ou seja, a razão deve harmonizar a luta entre os desejos
instintivos do homem e as exigências sociais; (4) a ética é heterônoma, ou seja, ela vem do exterior, não está dada, o homem
nasce como um animal ético que precisará escolher, pelo uso da razão que o faz  livre.
                      Essas quatro marcas do projeto ético aristotélico são a base da materialidade do seu entendimento da ética, pois ele a
compreende como um exercício racional realizado junto ao mundo em que se vive, e não como um dado deliberativo  a priori.
Dessa forma, Aristóteles torna-se atual para as práticas pro�ssionais na contemporaneidade, pois ele apresenta uma visão de
ética material e racional, que está na base da maioria dos códigos de normas das pro�ssões. Essa visão ética que transcende o
individuo está na apresentação do Código de Ética do Psicólogo:
 
É a ética, enquanto Filoso�a Moral, que impede um Código sem criticismo, e também uma visão
cristalizada do comportamento humano. É essa ética �losó�ca que apela para uma re�exão e
compreensão das singularidades; é ela que faz um apelo à criatividade, liberdade e espontaneidade. É
ela que faz o pro�ssional ver seu cliente como pessoa, como um ser de relação no mundo, como um ser
singular à procura de uma compreensão que lhe é pertinente. É essa visão de totalidade existencial-
�losó�ca que faz com que o pro�ssional abra as janelas de sua mente para ver o mundo como uma
realidade social, política, comunitária e perca a mesquinhez de só ver o indivíduo no seu imediatismo. É
essa visão que o faz transcender do indivíduo para o grupo, do momento para a história, de soluções
precárias para procuras mais globais. (Apresentação do Código de Ética de Psicologia, 2005, disponível
< http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/ (http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/),
acesso novembro 2013)
 
    Pode-se aprender com a visão aristotélica de homem e de projeto ético, pois ela ensina que o humano se de�ne como ser
complexo, pertencente ao mesmo tempo, à natureza, como ser biológico, mas também como um ser político, que se organiza a
partir da sua racionalidade. Ao se inserir na comunidade citadina, o homem torna-se ético, usa de sua razão para ser livre e
escolher, dentro da complexidade sócio-política a qual pertence. Portanto, o exercício ético depende das condições materiais e
sociais dessa realidade que o cerca.
 Concepção Sócio Histórica e o Código de Ética do Psicólogo
 
           A visão aristotélica anuncia a base sócio histórica que também está presente na confecção do código de ética do psicólogo
brasileiro, participando de uma visão de homem materialista-histórico-dialética.
            Essa visão é oriunda da Psicologia Sócio Histórica, de origem latino americana que tem enfrentado a realidade sócio-cultural
e econômica desses países em desenvolvimento, por meio de uma postura crítica, re�exiva e combativa. O homem é
compreendido como um ser multideterminado pelas relações dialógicas que mantém com a sociedade, com a cultura, com os laços
intersubjetivos, e consigo mesmo, através da auto re�exão consciente.  Não existe natureza humana apriorística para essa visão, o
homem nasce como um ser biológico. Essa condição é necessária, mas não su�ciente para constituir o homem psicossocial. Para
http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/
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isso, é preciso adentrar em uma sociedade, a partir da mediação de instrumentos técnicos e pela linguagem, agir e constituir
consciência, racional e afetiva, que o faz produto e ao mesmo tempo produtor da sua realidade. A esse processo, chama-se
hominização. Conforme Aguiar nos ensina:
O homem é, assim, visto como um ser inerentemente social e, como tal, sempre ligado às condições
sociais. Homem que, além de produto da evolução biológicadas espécies, é também produto histórico,
mutável, pertencente a uma determinada sociedade, em uma determinada etapa de sua evolução.
Não se está simplesmente a�rmando, no caso, que o homem se encontra ligado ao mundo e à
sociedade ou que é in�uenciado por ela, mas sim que se constitui sob determinadas condições sociais,
resultado da atividade de gerações anteriores. (AGUIAR, 2000, p.126)
   Na visão sócio histórica concebe-se o homem dialeticamente como um ser produzido pelas condições sócio históricas, culturais e
econômicas, mas também como um ser produtor da sua realidade. Essa capacidade de transformar o mundo e a si mesmo, está
em conformidade com a �loso�a do Código de Ética do Psicólogo, que em seu preâmbulo rea�rma:
 
Se o homem é um ser de relação, sujeito a contínuas mudanças na sua luta por ocupar, a cada
momento, o espaço que lhe compete no mundo e se, ao mesmo tempo, ele é o sujeito e o objeto do
estudo da Psicologia, segue que qualquer sistema ou Código só será real se sujeito, também ele, a essa
transitoriedade que é própria do homem à procura de seu destino e signi�cação. (Apresentação do
Código de Ética de Psicologia, 2005 disponível < http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/
(http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/), acesso novembro 2013)
 
              Gonçalvez (2010) rea�rma que a Psicologia Sócio Histórica é uma visão pertinente aos novos tempos da psicologia
brasileira, pois ela permite que se observe a produção histórica da subjetividade no país, contestando visões naturalizantes de
outrora, que visavam a adaptação do indivíduo aos padrões normapatológicos.
        Essas concepções naturalizadas, segundo a autora, implicam em práticas normativas, fechadas, in�exíveis que di�cultam ou
impedem o movimento de transformação social. Ao contrário, no viés sócio histórico, a consideração do determinante histórico
permite o incentivo de práticas voltadas à liberdade e autonomia dos sujeitos, garantindo os seus direitos, pois eles podem
aprender com os acontecimentos passados, abrindo assim, uma maior oportunidade de uma vida melhor e saudável.   
Desse modo, percebe-se como a Psicologia Sócia Histórica está presente na elaboração do novo Código de Ética do Psicólogo, em
suas premissas �losó�cas e antropológicas, partindo de uma visão de homem atuante, crítico e criativo, que pode vir a transformar
o seu cotidiano, convidando a humanidade ao inusitado e a vida.
 
BIBLIOGRAFIAS BASICAS:
ROMARO, R. A. Ética na psicologia. São Paulo: Ed. Vozes, 2006.
PEGORARO. O. Ética dos maiores mestres através da história. São Paulo: Ed Vozes, 2006.
BIBLIOGRAFIAS COMPLEMENTARES:
http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/
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ARISTOTELES. Ética à Nicômaco. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Ed Martin Claret, 2003.
_____________.De Anima. Tradução de Maria Cecília Gomes dos Reis. SP: Ed 34, 2006.
____________. Metafísica. Tradução de Edson Bini. SP: Ed EDIPRO, 2006.
________________. Política. Tradução de Maria da Gama Kury. 3. ed. Brasília: Editora UnB, 1997.
 EVERSON. Psychology. IN BARNES, J. The Cambridge Companion to Aristotle. Cambridge University Press, 1995.
 GONÇALVEZ, M. Psicologia, subjetividade e políticas públicas. SP: Ed Cortez, 2010.
 LIMA VAZ, H. Antropologia Filosó�ca. Vol I e II. SP: Ed Loyola. 2004.
 
Uma Re�exão Inquietante:  Um dos pressupostos presentes na construção do nosso código refere-se à ética material aristotélica.
A partir disso, pode-se  questionar:   o que essa forma de pensar eticamente, tão antiga, pode contribuir para a formação do
psicólogo na atualidade?Por que é ainda uma ética tão atual?
 
Sugestão hipermidiática: Visite os links externos sugeridos e leia os artigos pertinentes ao conteúdo temático do módulo:
AGUIAR, W. Re�exões a partir da Psicologia Sócio Histórica sobre a categoria consciência. Cadernos de Pesquisa, nº 110, PP 125-
142, julho/2000. Disponível em <  http://www.scielo.br/pdf/cp/n110/n110a05.pdf
(http://www.scielo.br/pdf/cp/n110/n110a05.pdf)>, acesso nov/2013.
 
Apresentação do Código de ética do Psicólogo (2005), disponível
<http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/codigo/fr_codigo_etica_exposicao.aspx
(http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/codigo/fr_codigo_etica_exposicao.aspx)>, acesso em novembro /2013.
 
GRETER&FERMINO. Comunicação e seus aspectos ideológicos. Revista Filoso�a, Ciência e Vida Online. Disponível em 
<http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/71/artigo265223-1.asp
(http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/71/artigo265223-1.asp)>, acesso em novembro/2013.
 
MALINOSKI & SILVA.  Felicidade: o bem supremo, no livro I da Obra Ética a Nicâmaco de Aristóteles. Disponível em
<http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/069e4.pdf (http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/069e4.pdf)>, acesso em
novembro/2013.
 Atividades Teórico-Práticas: 
I)                         Entre no site do Conselho Federal De Psicologia (http://www.pol.org.br) e imprima o código de ética do
psicólogo, as principais resoluções éticas, como a referente às avaliações psicológicas (007/2003). Monte uma pasta
com documentos éticos importantes para o psicólogo.
http://www.scielo.br/pdf/cp/n110/n110a05.pdf
http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/codigo/fr_codigo_etica_exposicao.aspx
http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/71/artigo265223-1.asp
http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/069e4.pdf
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II)                        Entre no site <  http://www.youtube.com/watch?v=zZEwXlI8BYA (http://www.youtube.com/watch?
v=zZEwXlI8BYA)>, assista a palestra do Professor Antonio Severino, sobre a Filoso�a dos Gregos Clássicos, incluindo
Aristóteles.  Organize então,  um quadro resumo das principais ideias desse pensador. Em seguida relacione-as com a
visão de homem contida no Código de Ética.
 Exercício comentado:
 Assinale a alternativa correta   referente a visão sócio-histórica do fenômeno psicológico e do homem encontrada no Código de
Ética do Psicólogo(2005):
 
A)  A idéia do homem como um ser autônomo, possuidor de uma natureza humana.
B)  O psiquismo como fenômeno inerente ao ser humano, no seu agir e pensar.
C)  O homem possui uma "natureza humana", isto é, uma essência, que deve ser descoberta e investigada pela Psicologia.
D) O homem contendo uma condição humana, estruturada a partir da sua �logênese e do acesso ao mundo da linguagem.
E) O homem como possuidor de uma essência humana, que é in�uenciada pelo seu meio ambiente.
Comentários: a alternativa correta é a D, que remete a construção sócio histórica humana, que é condizente com as premissas
presentes no CEP (2005), que concebe o homem como um ser construído a partir da sociedade a qual pertence, assim como
determinado pelo aspecto temporal histórico. Desse modo essa é a alternativa única que remete a idéia de constituição , as outras
remetem a idéia de natureza humana, como algo dado e naturalizado.
 
 
 
 
 
·      
http://www.youtube.com/watch?v=zZEwXlI8BYA
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MÓDULO 4 : OS PRINCÍPIOS INERENTES AOS ARTIGOS DO CÓDIGO DE ÉTICA
 
Objetivos:
Apresentar os princípios constitutivos do Código de Ética, comentando e relacionando-os com os principais documentos éticos da
atualidade (Constituição Federal 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente, Código Civil ( 2002).
 INTRODUÇÃO
I)             O Código de Ética em diálogo com a Cultura de Direitos Humanos
O novo Código de Ética do Psicólogo (2005) é resultado de um percurso histórico  da Psicologia frente as  novas demandas
psicossociais e diante as suas práticas pro�ssionais ampliadas, fomentando a produção de conhecimento cientí�co com as novas
interfaces da Psicologia com a área jurídica, do esporte, dainformática entre outras.
O Código de Ética Pro�ssional dialoga com mudanças sociais e econômicas no panorama nacional, disparadas pela crescente
democratização nos anos 90, quando o Brasil tornou-se um país em desenvolvimento, guiado por uma Constituição Federal
Brasileira denominada Cidadã (1988).
A Carta Magna Federativa foi construída num cenário político ainda marcado pelos resquícios da ditadura militar, porém sensível à
instituição de uma Cultura de Direitos Humanos, na qual o sujeito cidadão tem papel destacado. É uma Constituição que privilegia
a garantia dos direitos sociais, não descuidando dos individuais. Sem dúvida, uma carta comprometida com uma �loso�a de bem
estar social, sensível aos movimentos sociais e políticos, a serviço da cidadania.
Alguns juristas de renome, como Bittar (2006), a�rma que a Constituição Federal Brasileira de 1988 promoveu uma mudança
paradigmática importante: privilegiou o cuidado ético e cidadão com o humano, antes destinado predominantemente ao Estado
Maior. Encontra-se, portanto, em nosso panorama jurídico e social, uma Lei Federal que defende a dignidade humana frente a
quaisquer postulados jurídicos, como se vislumbra no preâmbulo dessa Constituição:
 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pací�ca das controvérsias, promulgamos, sob a proteção
de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
(ConstituiçãoFederal<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm)>, acesso novembro/2013).
 
No ano de 1990, o Brasil ampliou a lógica cidadã da Constituição Federal, aprovando a lei nº 8.069, denominada de Estatuto da
Criança e do Adolescente. Essa ação tinha como meta promover uma lei nacional de proteção integral para as crianças e
adolescentes. Promulgada no artigo 3º:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a �m de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.( ELIAS, p 3, 1994)
 
Considera-se, ainda hoje, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como uma referência na Cultura de Direitos Humanos do
país, pois ele anuncia o compartilhamento da responsabilidade social entre família, Estado e sociedade, em defesa dos direitos
desses cidadãos.
Em 2002, substituindo o anterior de 1906, aprovou-se o Novo Código Civil, que regulamenta as situações de direito privado
existentes entre cidadãos, ou seja, aqueles sujeitos capazes de constituir direitos e obrigações civis. Essa lei nova foi consolidada a
partir de uma sociedade contemporânea em transição nos seus aspectos éticos, morais e psicossociais.
Diante desse contexto, o novo Código Civil apresentou maior sensibilidade legal frente às novas con�gurações familiares,
reconhecendo, por exemplo, as uniões estáveis validadas a partir de dois anos de convivência, inclusive entre parceiros do mesmo
sexo. 
En�m, nota-se que o Código de Ética do Psicólogo (2005) situa-se num cenário interessado em garantir aos sujeitos seus direitos,
e abrir espaço para políticas públicas que promovam o pleno desenvolvimento psicossocial dos seus cidadãos.
 A partir disso, compreende-se que o Código Pro�ssional de Psicologia herda e se constitui no espectro de uma �loso�a humanista
e cidadã.
 
II)            Os Princípios Éticos inerentes aos artigos do Código de Ética do Psicólogo
A partir desse cenário, impresso pelas mudanças sócio econômicas do Brasil e da própria Psicologia, os pro�ssionais construíram um
Código de Ética em 2005, norteado por grandes princípios fundamentais, ao invés de privilegiar um código fechado em deveres
in�exíveis.
No preâmbulo do Código de Ética, a�rma-se que esse documento legal deve se aproximar mais de um instrumento de re�exão do
que de um conjunto de normas. Para isso buscou-se:
a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo
com a sociedade, a pro�ssão, as entidades pro�ssionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas
as práticas e estas demandam uma contínua re�exão sobre o contexto social e institucional.
b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos
individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de
pro�ssão e os usuários ou bene�ciários dos seus serviços.
 
c. Contemplar a diversidade que con�gura o exercício da pro�ssão e a crescente inserção do psicólogo
em contextos institucionais e em equipes multipro�ssionais.
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d. Estimular re�exões que considerem a pro�ssão como um todo e não em suas práticas particulares,
uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas especí�cas e surgem em
quaisquer contextos de atuação.
Código de Ética Psicologia, 2005 <http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/ (http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-
etica/)>,acesso novembro 2013)
 Os princípios norteadores do nosso código enumeram importantes diretrizes, tais como respeitar os Direitos Humanos, praticar a
promoção de saúde e a co-responsabilidade social. Essas diretrizes pretendem instaurar um projeto pro�ssional normativo, em que
se oferece as responsabilidades e deveres do psicólogo, mas deve ser também um projeto político moderno e emancipador.
A seguir, encontram-se os princípios norteadores do Código Pro�ssional do Psicólogo, respectivamente comentados:
 
                              I.               O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
Comentário
O primeiro e fundamental princípio do Código remete a conexão intima entre a vocação da Psicologia com a Cultura dos Direitos
Humanos, que se dá no âmbito ético e político, num diálogo construído historicamente, no qual se compreende que a Psicologia
deve contribuir e garantir o cumprimento da Declaração Universal dos Direitos humanos.
 Essa relação encontra-se tão intrinsecamente fomentada nos propósitos da Psicologia Brasileira, que criou-se no ano de 1998,
uma Comissão de Direitos Humanos (o�cializada Resolução CFP 11/98), que possui as seguintes atribuições:
- Incentivar a re�exão e o debate sobre os direitos humanos inerentes à formação, à prática
pro�ssional e à pesquisa em psicologia;
- Estudar os múltiplos processos de exclusão enquanto fonte de produção de sofrimento mental,
evidenciando não apenas seu modo de produção sócio-econômico como também os efeitos
psicológicos que constituem sua vertente subjetiva;
-Intervir em situações concretas onde existam violações dos direitos humanos que estejam produzindo
sofrimento mental;
- Participar ativamente das lutas pela garantia dos direitos humanos na sociedade brasileira;
- Apoiar e prestar solidariedade aos movimentos nacionais e internacionais de direitos humanos;
-Intervir em situações em que ações do Estado ou de setores sociais especí�cos produzam algum tipo
de sofrimento mental;
- Buscar soluções para a omissão de ações do Estado,especialmente relativas o sofrimento psíquico dos
excluídos.
( Disponível em http://www.pol.org.br (http://www.pol.org.br/), acesso em novembro, 2013)
 
http://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/
http://www.pol.org.br/
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             II.        O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades
e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.
 
Comentário
A Psicologia tem acompanhado as discussões no âmbito da Saúde Coletiva, desde a Carta de Ottawa, em 1986 no Canadá, em
direção ao objetivo “Saúde para todos no ano 2000”.
Desde então, mundialmente, tem se discutido os novos rumos da saúde pública, principalmente nos países industrializados e
diante os altos custos da manutenção da atenção terciária da saúde, que enfoca predominantemente o viés curativo e
remediativo.
A partir disso, tem-se investido em ações integradas em direção à promoção de saúde- pertencente à atenção primária-
compreendendo-a como a capacitação das pessoas e comunidades para modi�carem os determinantes da saúde em benefício da
própria qualidade de vida.
A Promoção da Saúde, segundo a Carta de Ottawa, contempla cinco amplos campos de ação: implementação de políticas públicas
saudáveis, criação de ambientes saudáveis, capacitação da comunidade, desenvolvimento de habilidades individuais e coletivas e
reorientação de serviços de saúde.
A Psicologia Brasileira, situando-se na interface com a área da saúde, tem investido em práticas dirigidas à atenção primária,
preocupando-se com atuações voltadas ao empoderamento dos sujeitos dentro de uma Cultura de Direitos Humanos, na qual não
se exclui, discrimina, nem se explora o cidadão.
Essa preocupação tem se estendido inclusive, a dimensão da formação do psicólogo, com o estabelecimento de Novas Diretrizes
Curriculares para o Curso de Psicologia (Resolução CNE/CES 5/2011), como pode-se vislumbrar nos seguintes artigos e alíneas:
 
Art 2: As Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação em Psicologia constituem as orientações
sobre princípios, fundamentos, condições de oferecimento e procedimentos para o planejamento, a
implementação e a avaliação deste curso.
V - atuação em diferentes contextos, considerando as necessidades sociais e os direitos humanos,
tendo em vista a promoção da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades;
 
Art. 4º A formação em Psicologia tem por objetivos gerais dotar o pro�ssional dos conhecimentos
requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais:
I - Atenção à saúde: os pro�ssionais devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção,
proteção e reabilitação da saúde psicológica e psicossocial, tanto em nível individual quanto coletivo,
bem como a realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da
ética/bioética;
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 Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12991
(http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12991), acesso em
novembro 2013.
 
            III.        O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política,
econômica, social e cultural.
 
Comentário
 Esse princípio diz respeito ao compromisso social que a Psicologia assumiu desde a década de 90, com o crescente movimento de
democratização no país. Assim como da necessidade de enfrentamento de fenômenos psicossociais oriundos do contexto social e
econômico desigual e violento, refugo de uma economia liberal, que se instaurou no mundo ocidental.
Houve uma sensibilização da Psicologia em se reorientar, ampliando seus escopos pro�ssionais, além do campo tradicional da
Clínica remediativa, adentrando áreas sociais e se deparando com novas necessidades, em comunidades carentes, em instituições
hospitalares, entre outros campos. Portanto, além do olhar clínico tradicional, foi-se exigido do psicólogo, um olhar crítico social,
capaz de contextualizar o fenômeno psicológico e lidar com os seus multideterminantes, além da dimensão psicológica.
Essa nova competência está prevista também na Diretriz Curricular da Psicologia (Resolução CNE/CES 5/2011), como se comprova
com o artigo 2º, alínea IV, ao  assegurar uma formação baseada na "compreensão crítica dos fenômenos sociais, econômicos,
culturais e políticos do País, fundamentais ao exercício da cidadania e da pro�ssão".
 
                      IV.                O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento pro�ssional,
contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo cientí�co de conhecimento e de prática. 
 
Comentário
 Faz-se imprescindível fomentar a retroalimentação entre a psicologia aplicada e a teórica no Brasil, na tentativa de superar uma
tendência pragmática e utilitária, que destaca o aspecto aplicado da pro�ssão, a partir de uma visão instrumental e técnica, onde
a produção de conhecimento cientí�co �ca em segundo plano, sem incentivos acadêmicos e �nanceiros.
Gomes (2003) aponta que os currículos propostos para os cursos de Psicologia desde 1962, são marcados pelo predomínio da
experimentação e dos estágios pro�ssionais, destacando o papel da psicologia aplicada. O autor ressalta ainda que, a partir da
década de 1980, houve uma revitalização da pesquisa no Brasil, com o crescimento e a reformulação das pós graduações, o que
tem sido apontado como fator positivo. A Psicologia Brasileira está envolta nesse contexto revitalizado e tem destacado o papel
da produção de conhecimento nas universidades.
Esse incentivo à produção de conhecimento também se encontra na Diretriz Curricular do curso de Psicologia (Resolução CNE/CES
5/2011), como se pode comprovar:
Art. 3º O curso de graduação em Psicologia tem como meta central a formação do psicólogo voltado
para a atuação pro�ssional, para a pesquisa e para o ensino de
http://portal.mec.gov.br/index.php?%20option=com_content&view=article&id=12991
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Psicologia, e deve assegurar uma formação baseada nos seguintes princípios e compromissos:
I - construção e desenvolvimento do conhecimento cientí�co em Psicologia; Disponível em
http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12991
(http://portal.mec.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12991), acesso em
novembro 2013.
 
 
Esse é um investimento imprescindível para alimentar uma prática pro�ssional de qualidade humanizada e e�cácia técnica diante
o mutável contexto em que se vive na contemporaneidade.
 
                       V.               O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao
conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da pro�ssão.
 
Comentário
 Ao entrar em contato com as políticas de Saúde Pública e com uma população diferenciada, carente de recursos básicos e cuidados
bio psico sociais, os psicólogos enfrentaram a necessidade de  repensar os referenciais teóricos frente a nova realidade brasileira,
assim como a necessidade de se conhecer  as novas e desconhecidas subjetividades que essa realidade produz, num país com
cenários sócio culturais díspares e injustos.
            Esses novos desa�os em campos de trabalho desconhecidos exigiram mudanças no fazer pro�ssional. O psicólogo precisou,
por exemplo, ampliar os seus serviços pro�ssionais para camadas da população antes não contempladas pela psicologia. Esse
maior acesso a essa nova clientela, seja na saúde pública ou nas instituições, provocou no novo código o item V, em que a�rma
que “o psicólogo

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