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FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA I – SDE4514 Título Estudo de Caso Clínico - Desnutrição Objetivo Exercitar as habilidades da área de Nutrição Clínica Competências / Habilidades Observação, discernimento, e correlação entre a teoria e a prática aplicando os conhecimentos na elaboração de um planejamento dietético para um paciente desnutrido. Desenvolvimento Desenvolva o Caso Clínico proposto. Para isso, você precisará resgatar o conhecimento aprendido na teoria, como por exemplo, conceitos em patologia geral, bioquímica, fisiopatologia, nutrição e dietética, avaliação nutricional, farmacologia, avaliação de estado nutricional de pacientes hospitalizados, modificações químicas e físicas de dietas, terapia nutricional, dentre outras. A partir de uma adequada avaliação nutricional do paciente, podemos identificar os riscos nutricionais, ocorrência de agravos, doenças, carências ou excessos nutricionais e desta forma, estabelecer uma conduta adequada ao caso. Também, através da aplicação dos métodos de triagem, podemos identificar riscos e intervir de forma precoce, minimizando, ou mesmo evitando a desnutrição. Para que você possa estabelecer sua conduta nutricional, o caso foi organizado de forma didática, dividido em: dados clínicos, principais achados na investigação dietética habitual (inquérito alimentar), dados físicos (incluindo semiologia nutricional), antropométricos e laboratoriais. A avaliação de todos esses parâmetros associados, irá direcioná-lo para a avaliação do adequado estado nutricional e, servirá como base, para que possa desenvolver o seu planejamento e estabelecer sua conduta. Ao final da discussão e avaliação dos dados do Caso Clínico, haverá questões que irão direcioná-lo para execução e desenvolvimento do caso e para a escrita do parecer nutricional. CASO CLÍNICO - DESNUTRIÇÃO Identificaçã o F.D.O., 55 anos, sexo masculino Dados Clínicos QP Dificuldade para respirar, sonolência, tontura, fraqueza HPP Sem relatos HF Pai etilista já falecido (morte por arma de fogo), mãe falecida por neoplasia (não sabe relatar qual o tipo) HS Etilismo e tabagismo (2 maços/ dia) Diagnóstico Clínico Hipótese diagnóstica de Neoplasia de pulmão Investigação dietética (principais achados colhidos através de inquérito alimentar) Internação: Relato da enfermagem de baixa aceitação da dieta oral, com menos de 60% das necessidades. Ingestão habitual: família relata baixa ingestão alimentar habitual. Relata alta ingestão de bebida alcóolica; se alimenta pouco, com alimentos de fácil preparação (nuggets, miojo e biscoito com leite) quando está em casa. Não sabem quantificar a ingestão. Dados antropométricos Peso usual (5 meses) 65 Kg Peso atual 46,8 Kg Perda ponderal? Altura 1,75m IMC 15,3 kg/m² CMB 13 cm Exame físico Descrição Não deambula, boca e pele secas e emagrecimento importante. Perda de tecido subcutâneo é visível na face, com perda da bola gordurosa de Bichart; unhas fracas e coloníquias, sem edemas, abdome escavado, peristalse presente, função intestinal presente, entretanto com pedaços moles, pele apresentando turgor. Exames laboratoriais Valores Referência Hemoglobina 8,7 Homens – 13,5 a 18g/dL Mulheres – 11,5 a 16,4g/dL Hematócrito 28,2 36 a 50% Leucócitos 8,300 5 a 9 mil/mm3 Bastões 1,5 0,0 – 2,0 % Plaquetas 230 200 a 400 mil/mm3 Albumina 2,9 3,9 a 4,6g/mL Glicose de jejum 89 < 100mg/dL Ureia 35 20 a 40mg/mL Creatinina 1,2 1 a 2mg/mL Sódio 137 135-145 mmol/L Potássio 3,8 3,5-5,5 mmol/L Cálcio 1,2 1,12-1,32 mmol/L Magnésio 2,1 1,8 a 3mEq/L Proteína C Reativa 2,71 Até 0,3 mg/dL Produto / Resultado Pede-se: 1. Avaliação crítica da anamnese nutricional (dados clínicos e exame físico) relacionando ao inquérito alimentar (mostre, através dessa avaliação, a possível justificativa para baixa ingestão alimentar); 2. Diagnóstico Nutricional através dos parâmetros antropométricos disponibilizados (Em caso de desnutrição, apresente o tipo de desnutrição com a justificativa). Faça uma avaliação crítica, sobre possíveis limitações dos métodos antropométricos para o diagnóstico nutricional; 3. No diagnóstico nutricional, podemos utilizar como parâmetro de avaliação adjuvante, alguns biomarcadores. No presente caso, utilizou-se a avaliação das concentrações de albumina. Faça uma interpretação crítica e explique se a albumina poderia ou não ser utilizada como parâmetro complementar para o diagnóstico do estado nutricional. 4. Com relação a características da dieta hospitalar (físicas e químicas), qual seria a sua conduta para este caso? 5. Faça o cálculo das necessidades energéticas pelos métodos: regra de bolso e Harris Benedict. 6. Esboçar um parecer nutricional para este caso (seguir roteiro de parecer) MODELO DE PARECER NUTRICIONAL Deve ser composto por 4 parágrafos: 1) No primeiro parágrafo: breve relato da história do paciente 2) No segundo parágrafo: Avaliação do Estado Nutricional/ Diagnóstico - Deve ser objetiva e enxuta; - Sem referência; - Só utilizar o IMC para classificar o paciente, se ele puder ser pesado. Para os casos em que o IMC for utilizado para estimar o peso, o paciente não será classificado de acordo com o IMC; - Utilizar Dobra Cutânea Tricipital para classificação do estado nutricional quanto à reserva adiposa subcutânea; - Utilizar CMB para classificação do estado nutricional quanto à massa proteica somática; - Utilizar níveis de albumina para classificação do estado nutricional quanto à depleção de proteína visceral; - Utilizar valores de leucócitos e linfócitos para realizar o cálculo da linfocitometria e classificar a competência imune do paciente; 3) No terceiro parágrafo: o Planejamento e Prescrição dietoterápica (GET ou VET e distribuição de macro e micronutrientes) - Cálculo das Necessidades Nutricionais; - Observar que algumas enfermidades possuem recomendações específicas: Recomendação Objetivo 20-25 kcal/kg/dia Perda de peso 25-30 kcal/kg/dia Manutenção do peso 30-35 kcal/kg/dia Ganho de peso Fonte: Martins e Cardoso, 2000 Indivíduos em condição de catabolismo Recomendação Objetivo 30-35 kcal/kg/dia Manutenção do peso 35-40 kcal/kg/dia Ganho de peso Fonte: Martins e Cardoso, 2000 Pacientes com obesidade mórbida Recomendação Objetivo 15-20 kcal/kg peso atual/dia (NUNCA INFERIOR A TMB) Restrição energética moderada Fonte: Martins e Cardoso, 2000 Distribuição % de macronutrientes (faixa de normalidade): DRI's - 1997/2001 CHO: 50-60% do VET PTN: 10-15% do VET LIP: 20-35% do VET - Considerar adequado quando for fornecido acima de 75% do VET através de suporte nutricional ou com aceitação da dieta via oral acima de 75% do VET. Distribuição por kg/peso A) kcal/kg peso - Em casos de pacientes eutróficos ou quando o objetivo da terapia nutricional (TN) for manter a condição atual, é recomendado iniciar o aporte calórico com 25 kcal/kg/dia, com ajustes conforme evolução clínica (ASPEN, 2002; ASPEN 2007). - A necessidade energética do paciente adulto é de 25-35 kcal/kg/dia, quando não existe enfermidade grave ou risco de síndrome de realimentação (ASPEN, 2002). - A recomendação de energia para pacientes críticos é de 20 - 25 kcal/kg/dia, independente da via de TN utilizada (ESPEN 2006; ESPEN, 2009). Pacientes graves: de 20 a 25Kcal/Kg de peso estimado Pacientes estáveis: de 25 a 30 kcal/ Kg de peso estimado Fase anabólica: de 30 a 35 kcal/ Kg de peso estimado Atenção especial com paciente que tenham risco de síndrome de realimentação B) PTN g/ kg peso - Para pacientes sem estresse metabólico ou falência de órgãos, a recomendação de proteínas é de 0,8-1,0 g/kg/dia (ASPEN, 2002). - para pacientes com estresse metabólico, a recomendação de proteína é de 1,0-2,0 g/kg/dia, dependendo da condição clínica (ASPEN, 2002). Observação: Não utilizar os termos hiper ou hipocalórica, somentemencionar a quantidade de Kcal por kg de peso do paciente Com relação a distribuição de nutrientes da dieta, utilizar o % do VET e a gramatura por Kg de peso do paciente; 4) No quarto parágrafo: a Conduta Nutricional aplicada no momento Neste parágrafo apresente as justificativas para o seu planejamento. - Características físico-químicas: via de acesso, consistência, temperatura, volume, fracionamento, número de refeições/dia, volume, kcal totais, kcal/kg, carboidrato, proteína, g de proteína/kg, lipídio (de acordo com o planejamento). Classificação da dieta de acordo com o percentual de macronutrientes; - Via de acesso: oral, nasogástrica, orogástrica, nasogástrica, nasoentérica, gastrostomia, jejunostomia. Temperatura: adequada às preparações, evitando os extremos, fria, etc. Fracionamento: normal, aumentado ou reduzido. Restrições/ estratégia de tratamento: se há restrição de sal, açúcar, gordura, fibras e líquidos. E se há alguma suplementação. NE e Parenteral: via de acesso, densidade da dieta (valor e classificação: hipo, normo ou hiper calórica), volume, tipo de sistema, velocidade de infusão (mL/hora). Se está atendendo o prescrito no segundo parágrafo (dieta plena) ou em evolução (se está sendo de acordo com o planejado ou se está havendo intercorrências (quais e qual a conduta).
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