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FICHAMENTO 3 EMPRESARIAL

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Universidade do Distrito Federal
Nome: João Victor Ferreira Serpa RGM:2131748-8
Matéria: Direito empresarial data: 19/03/20
Professora: Regiane De Sousa Carvalho
ESTABELECIMENTO
A expressão estabelecimento empresarial parece se referir, numa primeira leitura, ao local em que o empresário exercer sua atividade empresarial. Trata-se, todavia, de uma visão equivocada, que representa apenas uma noção vulgar da expressão, correspondendo tão somente ao sentido coloquial que ela possui para as pessoas em geral.
O conceito técnico-jurídico de estabelecimento empresarial, todavia, é algo mais complexo. No dizer de Oscar Barreto Filho, autor da mais completa obra sobre o tema no Brasil, “é o complexo de bens, matérias e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante (hoje empresário) para a exploração de determinada atividade mercantil (hoje empresa)”. Trata-se, em suma, de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no exercício da sua atividade. Esta foi, aliás, a definição dada pelo legislador do código civil, que resolveu tratar especificamente do tema, ao contrário do que ocorria antes, já que até a edição do código civil de 2002 o estabelecimento era tratado basicamente na seara doutrinária. Com efeito, o art. 1.142 dispõe que “considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.
Portanto, o local em que o empresário exerce suas atividades – ponto de negócio – é apenas um dos elementos que compõe o estabelecimento empresarial, o qual, como visto, é composto também de outros bens matérias ( equipamentos, máquinas e etc.) e até mesmo bens imateriais (marca,patente de invenção etc.). 
Assim sendo, o estabelecimento não se confunde com a empresa, uma vez que esta, conforme visto, corresponde a uma atividade. Da mesma forma, o estabelecimento não se confunde com o empresário, já que este é uma pessoa física ou jurídica que explora essa atividade empresarial e é o titular dos direitos e obrigações dela decorrentes. 
 Por fim, antes de analisar mais detidamente as normas do código civil relativas ao estabelecimento empresarial, é preciso fazer uma observação relevante, que diz respeito a importância de não confundir o estabelecimento empresarial com patrimônio do empresário. Este é todo o conjunto de bens, direitos, ações, posse e tudo mais que pertença a uma pessoa física ou jurídica e seja suscetível de apreciação econômica. Vê-se, pois, que nem todos os bens que compõem o patrimônio são, necessariamente, componentes também do estabelecimento empresarial, uma vez que, para tanto, será imprescindível que o bem, seja ele material ou imaterial, guarde um liame com o exercício da atividade-fim do empresário.
Isso porque o estabelecimento empresarial é o instrumento utilizado pelo empresário para a realização de sua atividade empresarial, razão pela qual só o compõem aqueles bens que estejam ligados ao exercício da atividade.
Esta distinção é percebida com mais facilidade quando analisamos a figura do empresário individual. Com efeito, o patrimônio do empresário individual - que é pessoa física – constitui-se de todos os bens, direitos e tudo o mais que seja de sua titularidade. O seu patrimônio, portanto, engloba tanto aqueles bens particulares, não afetados ao exercício da empresa. O estabelecimento empresarial desse empresário individual, entretanto, corresponde apenas aqueles bens – matérias ou imateriais – que estejam afetados ao desenvolvimento de suas atividades econômica. O estabelecimento pode ser visto, portanto, como um patrimônio de afetação. Nas sociedades empresárias, a distinção é deveras mais difícil, uma vez que, em tese, todos os bens da sociedade estarão, provavelmente, afetados ao exercício da empresa. Mas se pode pensar, por exemplo, no caso de uma grande sociedade possuir um imóvel que funcione como sede social ou um clube para o lazer de seus funcionários. Nesse caso, o imóvel pertence ao patrimônio da sociedade, mas não integra o seu estabelecimento empresarial, posto não estar afetado ao exercício de sua atividade-fim. Em suma: sem esse imóvel a sociedade exerce sua atividade econômica normalmente.
Sobre o assunto, o STJ já decidiu que “ as mercadorias do estoque constituem um dos elementos materiais do estabelecimento empresarial, visto tratar-se de bens corpóreos utilizados na exploração da sua atividade econômica” (REsp 1.079.781/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, terceira turma,j. 14.09.2010, DJe 24.09.2010). 
Destaque-se ainda que, como bem aponta a doutrina Italiana, há dois elementos relevantes na noção de estabelecimento: primeiro, o complexo de bens; segundo, a organização. Considerado como complexo de bens, vê-se que o estabelecimento empresarial assume um caráter marcantemente instrumental para o desempenho da atividade. Por outro lado, sendo o estabelecimento um conjunto de bens dotado de organização, percebe-se que os bens que compõem constituem um todo articulado, organizado, conexo. É essa organização que o empresário confere aos bens componentes do estabelecimento que vai fazer com que este, na qualidade de complexo de bens, se diferencie sobremaneira desses bens individualmente considerados.
Assim, finalizando a idéia lançada no inicio deste tópico, a partir do momento em que um empresário (empresário individual ou sociedade empresaria) se registra na junta comercial e adota um nome empresarial, poderá iniciar suas atividades, preciso, para tanto, que organize seu estabelecimento empresarial. sendo assim, se foi constituída uma sociedade empresária limitadas para explorar a atividade de fabricação e venda de artigos em couro, será necessário alugar ou adquirir um ponto de negócios, comprar maquinas e equipamentos, adquirir insumos e matéria-prima, contratar funcionários, criar e registrar uma marca, desenvolver uma determinada tecnologia de produção (que pode até ser patenteada) etc. tudo isso comporá, portanto, o estabelecimento empresarial dessa sociedade.
Ressalte-se, por fim, que, sendo o estabelecimento uma universalidade de fato, ou seja, um complexo de bens organizado pelo empresário, ele não compreende os contratos, os créditos e as dividas. Eis mais uma distinção que pode ser feita, portanto, entre estabelecimento e patrimônio, uma vez que este, ao contrário daquele, compreende até mesmo as relações jurídicas ´- direitos e obrigações – do seu titular.
BIBLIOGRAFIA:
RAMOS, a. l. (2013). direito empresarial esquematizado 3ed . são paulo: método.

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