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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Carine Molz VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO MATERIAL FRESADO ESTABILIZADO GRANULOMETRICAMENTE EM BASE DE PAVIMENTOS Santa Maria, RS 2017 Carine Molz VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO MATERIAL FRESADO ESTAB ILIZADO GRANULOMETRICAMENTE EM BASE DE PAVIMENTOS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Civil . Orientadora: Profª. Drª. Tatiana Cureau Cervo Santa Maria, RS 2017 Carine Molz VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO MATERIAL FRESADO ESTAB ILIZADO GRANULOMETRICAMENTE EM BASE DE PAVIMENTOS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Civil . Aprovada em 6 de julho de 2017: ______________________________________ Tatiana Cureau Cervo, Dr. (UFSM) (Presidente/Orientadora) _______________________________________ Évelyn Paniz _______________________________________ Fernando Dekeper Boeira Santa Maria, RS 2016 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, e a minha família. Obrigada aos meus pais, Solange e Marcio, por me proporcionarem a possibilidade de realizar minha graduação longe de casa, pelo apoio tanto financeiro quanto emocional, por acreditarem no meu potencial e pelo incentivo a sempre sonhar e querer mais. Em especial a minha mãe, Solange, por fazer dos seus sonhos a realização dos meus sonhos, pelos conselhos e palavras sábias, correções de artigos, textos, e-mails e incentivo a vida acadêmica. A minha irmã, Kelli, por todos os momentos de convivência, carinho e companheirismo. Aos meus amigos de longa data, Charlote, Camila, Gabriela, Tairon e Paola pela amizade sólida, convivência, carinho, incentivo e momento de descontração. Ao meu namorado Gabriel Said, que mesmo longe, sempre prestou apoio e demonstrou carinho, paciência e compreensão em todos os momentos de medos, estresse e angústia. Aos meus queridos colegas de curso e profissão, pelas incansáveis palavras de estímulo, pela ajuda, paciência sempre que necessário, compreensão nos momentos de ansiedade, pela amizade e momentos compartilhados. Em especial ao Henrique, Silvana, Larissa, Ticiana, Aninha, Fernanda, Jonathan, Leonardo, Gabriel, Renan, Thiago, Ivan, Paola e a Ane, que mesmo optando pela mudança de curso vivenciou grande parte destes momentos, prestando o seu apoio. A todos os meus companheiros de Itep Jr, de Pet Civil e laboratório pelo conhecimento compartilhado, estudos, pesquisa e diversão, especialmente Criziéli, Helena, Rafael, Luís, Leandro e Chaveli. A ONG Engenheiro sem fronteiras – núcleo Santa Maria, da qual eu faço parte e que me motivou a realizar ações sociais e voluntárias através dos meus conhecimentos de engenharia. Aos professores que participaram da minha formação acadêmica como engenheira civil, seja ministrando aulas, ajudando na realização de estudos e pesquisas, pelo apoio, amizade, conhecimento partilhado e compreensão. Em especial a minha orientadora Tatiana pelo carinho e por todas as oportunidades concedidas, tanto de iniciação científica, como de orientação do trabalho de conclusão final e estágio supervisionado, pelo conhecimento compartilhado, dedicação, paciência, confiança e palavras de incentivo. Ainda, agradeço ao LMCC pela disponibilização da estrutura e equipamentos para a realização dos ensaios e em especial ao Sr. João, Cléber, Lucas, Henrique e ao Matheus pela ajuda, ensinamentos e estudos na realização dos ensaios. Não poderia deixar de agradecer ao Ministério da Educação pela oportunidade de realização de intercâmbio na Alemanha durante um ano e meio e a RWTH Aachen, pelos aprendizados culturais e técnicos e amizades que esta experiência me proporcionou. Obrigado pelo apoio, companheirismo, amizade e carinho em todos os momentos difíceis longe da família, Ana, Letícia, Ygor, Jéssica, Iuri, Rafael, Jacqueline, Mateus e Gabriel. Por fim, agradeço a todas as pessoas que de alguma forma participaram da minha formação acadêmica, auxiliando e contribuindo na conclusão desta etapa. RESUMO VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DO MATERIAL FRESADO ESTAB ILIZADO GRANULOMETRICAMENTE EM BASE DE PAVIMENTOS AUTORA: Carine Molz ORIENTADORA: Tatiana C. Cervo As rodovias brasileiras desempenham grande importância econômica para o país, visto que a maioria dos grãos produzidos são escoados através deste modal. Sabendo-se da necessidade de restauração das vias existentes, aliada a preocupação ambiental e com a redução de custos nas obras rodoviárias, surgiram novas técnicas para reaproveitar os materiais excedentes gerados neste processo.Dentre estas, destaca-sea reciclagem dos resíduosprocedentes daretirada do revestimento asfáltico danificado, o fresado. Esta pesquisa objetiva avaliar, através de ensaios laboratoriais, a utilização do material fresado puro e estabilizado granulometricamente com pó de pedra em camadas subjacentes na pavimentação. Neste estudo utilizou-se fresado, obtido através do processamento superficialda BR- 287 em Santa Maria-RS, e pó de pedra basáltica.Tendo em vista as especificações granulométricas do DNIT, realizaram-se ensaios laboratoriais de caracterização e resistência mecânica da mistura de 70% fresado e 30% de pó de pedra, assim como ensaios de caracterização nestes materiais individualmente.Em relação aos resultados referentes a resistência da mistura, o ensaio de compactação apresentou umidade ótima de 9,9% emassa específica aparente secade 2030 Kg/m³, enquanto o ensaio de ISC obteve um valor resultante de cerca de 21%. Ainda, foram moldados corpos de prova para realização dos ensaios de Resistência à Compressão por Tração Diametral, Módulo de Resiliência e Resistência a Compressão Simples. Estes não apresentaram resultados pertinentes devido à natureza granular da mistura. Desta forma, analisando os valores obtidos através da análise experimental da mistura e do fresado, ambos apresentaram viabilidade de utilização, podendo a mistura ser aplicadaem camadas de sub-base e reforço de subleito depavimentos. Palavras-chave: Material Fresado. Reciclagem. Pavimento. ABSTRACT FEASIBILITY OF THE USE OF GRANULOTRICALLY STABILITY RAP IN PAVEMENT BASE AUTHOR: Carine Molz ADVISOR: Tatiana C. Cervo The Brazilian highways have a great economic importance for the country, since the majority of the producedgrains are disposed through this modal. Knowing the necessity to rehabilitate the existing roads, together with the environmental concern and cost reduction, new techniques have emerged to reuse the materials generated in this process.Among these, we highlight the recycling of the residuos from the removal of damaged asphalt coating, reclaimed asphalt pavement (RAP).This research aims to evaluate, through laboratory tests, the use of the stabilized granulometrically RAP with grit in underlying pavement layers.In this study, it was used RAP, obtained through the milling surface processing of the BR-287 in Santa Maria-RS, and basaltic grit.Considering the DNIT granulometric specifications, the laboratory characterization and mechanical resistance tests of the 70% RAP and 30% grit mixture were carried out, as well as the individually characterization tests in these materials.In the results of the strength mixture, the compaction test presented 9.9% of the optimum water content and 2030 kg / m 3 of dry apparent density, also the ISC test result was about 21%.Furthermore, specimens were prepared for the compressive strength by diametral tensile, resilient modulus and compressive strength tests.These tests did not present relevant results due the granular nature of the mixture. In this way, analyzing the values obtained through the experimental analysis of the mixture and the milled material, both presented viability of use, being able to the mixture to be applied in sub-base layer and reinforcement of subgrade layer in pavement. Keywords: RAP. Recycling. Pavement. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Estrutura e execução de um pavimento de concreto ............................... 15 Figura 2 – Distribuição de tensões no pavimento flexível ......................................... 15 Figura 3 – Pavimento semirrígido .............................................................................. 16 Figura 4 - Distribuição de tensões no pavimento flexível. ......................................... 17 Figura 5 – Estrutura e execução de um pavimento flexível ....................................... 17 Figura 6 – Materiais utilizados na pavimentação. ...................................................... 20 Figura 7 – Granulometria das misturas ..................................................................... 21 Figura 8 – Fresadora a frio. ....................................................................................... 24 Figura 9 – Técnica de reciclagem profunda. ............................................................. 28 Figura 10 – Pó de pedra e material fresado, respectivamente. ................................. 30 Figura 11 – Coleta de material fresado. .................................................................... 31 Figura 12 – Peneirador mecânico ............................................................................. 32 Figura 13 – Equipamento utilizado no ensaio Rotarex .............................................. 33 Figura 14 – Ensaio Rice. ........................................................................................... 35 Figura 15 – Amostra de pó de pedra basáltica. ......................................................... 36 Figura 16 – Exploração Rochosa em Itaara-RS ........................................................ 36 Figura 17 – Separação do pó de pedra por peneiras. ............................................... 37 Figura 18 – Ensaio do Picnômetro. ........................................................................... 37 Figura 19 – Mistura 70% fresado e 30% pó de pedra. .............................................. 38 Figura 20 – Ensaio de Compactação. ....................................................................... 39 Figura 21 – Ensaio CBR – Corpo de prova imerso em água..................................... 40 Figura 22 – Corpos de prova nas formas 6,3x10 cm e 10x20 cm, respectivamente. 41 Figura 23 – Compactação do corpo de prova 10x20 cm com soquete manual ......... 41 Figura 24 – Corpos de prova desmoldados. ............................................................. 42 Figura 25– Ensaio de Módulo de Resiliência. ........................................................... 43 Figura 26 – Ensaio de Resistência a Tração por Compressão Diametral. ................ 43 Figura 27 – Granulometria do fresado. ...................................................................... 46 Figura 28 – Fresado BR-287 (2016) x Fresado RSC-287 (2011). ............................. 48 Figura 29 – Granulometria fresado x CPA (Faixa III) ................................................ 50 Figura 30 – Composição granulométrica do pó de pedra. ......................................... 51 Figura 31 – Curva Granulométrica ............................................................................ 52 Figura 32 – Curva de Compactação. ......................................................................... 53 Figura 33 – Curva Pressão-Penetração. ................................................................... 56 Figura 34 – Comparação entre o fresado da BR-287 e outros estudos .................... 58 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Técnicas de reciclagem de pavimentos. .................................................. 27 Tabela 2 – Composição granulométrica do Fresado. ................................................ 45 Tabela 3 – Faixas granulométricas para dosagem de CPA - DNER-ES-386/99 ....... 49 Tabela 4 – Distribuição Granulométrica do pó de pedra. .......................................... 50 Tabela 5 – Resultado do ensaio de Índice de Suporte Califórnia (ISC). ................... 55 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CAP Cimento Asfáltico de Petróleo CBR California Bearing Ratio cm Centímetros CNT Confederação Nacional dos Transportes CP Corpo de Prova CPs Corpos de Prova CPA Camada Porosa de Atrito DERSA Desenvolvimento Rodoviário S.A – São Paulo DMM Densidade Máxima Medida DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte g Grama g/cm³ Grama por centímetro cúbico ISC Índice de Suporte Califórnia kg/m³ Kilograma por metro cúbico LMCC Laboratório de Materiais de Construção Civil mm Milímetros MPa MegaPascal NBR Norma Brasileira RCS Resistência à Compressão Simples RTCD Resistência a Compressão por Tração Diametral SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12 1.1. OBJETIVOS ................................................................................................... 13 1.1.1. Objetivo geral ................................................................................................ 13 1.1.2. Objetivos específicos ................................................................................... 13 2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 14 2.1. TIPOS DE PAVIMENTOS .............................................................................. 14 2.1.1. Pavimento Rígido ......................................................................................... 14 2.1.2. Pavimento Semirrígido ................................................................................. 15 2.1.3. Pavimento flexível ........................................................................................ 16 2.2. MATERIAIS UTILIZADOS NA PAVIMENTAÇÃO ........................................... 18 2.3. ESTABILIZAÇÃO GRANULOMETRICA ......................................................... 21 2.4. FRESAGEM DE PAVIMENTOS ..................................................................... 23 2.5. RECICLAGEM NA PAVIMENTAÇÃO ............................................................. 24 2.5.1. Objetivos da reciclagem de pavimentos .................................................... 26 2.5.2. Técnicas de reciclagem de pavimentos ...................................................... 26 3. METODOLOGIA ............................................................................................. 30 3.1. MATERIAIS UTILIZADOS .............................................................................. 30 3.1.1. Material fresado ............................................................................................ 30 3.1.2. Granulometria do material fresado ............................................................. 32 3.1.3. Teor de betume e densidade máxima medida ............................................ 32 3.1.4. Pó de pedra .................................................................................................. 34 3.2. COMPOSIÇÃO DA MISTURA ........................................................................ 37 3.3. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO ....................................................................... 37 3.4. ENSAIO CBR ..................................................................................................38 3.5. ENSAIOS MECÂNICOS ................................................................................. 39 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 44 4.1. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ...................................................................... 44 4.1.1. Material fresado ............................................................................................ 44 4.1.2. Pó de pedra ................................................................................................... 49 4.1.3. Mistura 70% fresado e 30% pó de pedra ..................................................... 51 4.2. ANÁLISE DO ENSAIO DE COMPACTAÇÃO ................................................. 52 4.3. ANÁLISE DO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA ...................................... 52 4.4. POSSÍVEIS UTILIZAÇÕES DO FRESADO .................................................... 55 5. CONCLUSÕES FINAIS .................................................................................. 58 6. SUGESTÕES ................................................................................................. 60 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 61 12 1. INTRODUÇÃO O Brasil é um país de grande extensão territorial e economia essencialmente agrícola e que, segundo a Confederação Nacional do Transporte, possui um sistema principal de escoamento de produção e circulação de pessoas através do modal rodoviário (CNT, 2015). Desta forma, Johnston (2010) cita que o crescimento econômico acelerado do país torna necessária a pavimentação de rodovias para que o transporte de cargas seja facilitado. O autor também menciona que os países subdesenvolvidos como o Brasil possuem dificuldade em manter sua malha rodoviária com a qualidade necessária esperada para o transporte de cargas e de pessoas. Tendo em vista a realidade precária de muitas vias brasileiras e a importância econômica que as mesmas representam, surge a necessidade de manutenção das rodovias existentes, gerando grandes quantidades de resíduo resultante da fresagem de trechos de revestimento deficiente. Este excedente gerado, muitas vezes, é depositado em locais irregulares e, como solução de baixo custo para esta problemática, aponta-se a possibilidade de utilização deste material nas diversas camadas do pavimento, contribuindo para a preservação ambiental (FONSECAet al, 2014). Além disso, a reciclagem de pavimentos também provoca reduções no custo final da obra, devido ao menor gasto com ligante, exploração de jazidas de agregado natural, consumo de energia, entre outras vantagens. Os projetos de pavimentação no Brasil possuem umavida útil, em média, de 10 a 15 anos e, durante a sua construção, utilizam grandes quantidades de agregados naturais e geram resíduos, provocando impactos ambientais. Da mesma forma, o processo de reparação e restauração das mesmas também utiliza fontes pétreas naturais e produz grandes quantidades de excedente. Visando a redução destes impactos e a adoção de soluções sustentáveis, novas técnicas e tecnologias de reciclagem de matérias surgiram aliadas a preocupação ambiental atual, como o emprego de resíduos da construção civil, de material fresado e de escória de alto forno em diferentes camadas do pavimento, por exemplo (SPECHT et al, 2013). O excedente resultante da fresagem da camada asfáltica é constituído, em maioria, de agregado pétreo - areia, filler e brita- e cimento asfáltico oxidado. Barros (2012) menciona que este pode ser considerado um material de boa qualidade para a pavimentação, e, desta forma, a não utilização do mesmo é considerada um 13 desperdício de material e de alternativa de destino ecologicamente correto, já que este é um rejeito da pavimentação. Assim, o autor ainda cita que o residual fresado pode ser reutilizado como agregado reciclado de revestimento asfáltico, aterros, reforços de subleito, misturadas com outros materiais para a constituição de camadas de base ou sub-base, entre outras aplicações. 1.1. OBJETIVOS 1.1.1. Objetivo geral Avaliar a viabilidade de utilização de material fresado estabilizado granulometricamente com pó de pedra para emprego em camadas de base e sub- base de pavimentos. 1.1.2. Objetivos específicos • Determinar a granulometria individualizada do material fresado e do pó de pedra. • Determinar o peso específico do pó de pedra através do ensaio Picnômetro. • Determinar o peso específico do material fresado através da metodologia Rice. • Determinar o teor de betume do material fresado através do ensaio Rotarex. • Compor a porcentagem da mistura de pó de pedra e material fresado e realizar os ensaios de compactação e CBR. • Realizar moldagem de corpos de prova e os ensaios de módulo de resiliência, resistência a tração por compressão diametral e resistência à compressão simples. • Analisar a possibilidade de utilização da mistura e do material fresado individualmente como camadas subjacentes na pavimentação; 14 2. REVISÃO DE LITERATURA Este capítulo irá contextualizar e introduzir os temas que serão apresentados e discutidos durante o desenvolver desta pesquisa. 2.1. TIPOS DE PAVIMENTOS A necessidade de expansão de território, o acesso as áreas cultiváveis e de matéria prima fez com que surgissem as primeiras estradas na China, sendo aperfeiçoadas mais tarde pelos romanos (BALBO, 2007). Assim como antigamente, a malha rodoviária pode ser considerada essencial para o desenvolvimento econômico e social de um país e deve apresentar características para desempenhar o seu propósito. O pavimento é uma estrutura, executada após a etapa de terraplanagem, destinada a resistir as solicitações impostas pelo tráfego de veículos e clima. Da mesma forma, este deve ser concebido com a máxima durabilidade e o mínimo custo possível, garantindo o conforto e a segurança dos usuários, apresentando boas condições de rolamento (BERNUCCI et al, 2008).Para isto, o pavimento deve ser composto por camadas de diferentes materiais e espessuras, apoiadas sobre o solo local de fundação, garantindo o alívio de pressões nas camadas subjacentes (BALBO, 2007). Segundo Bernucci et al (2008), os pavimentos podem ser qualificados como rígidos ou flexíveis. Ainda, o Manual de pavimentação do DNIT (2006) considera também a existência dos pavimentos semirrígidos. As diferenças entre as classificações serão apresentadas nos itens seguintes. 2.1.1. Pavimento rígido Os pavimentos rígidos apresentam elevada rigidez na camada de revestimento, a qual absorve a maior parte das solicitações impostas a estrutura. Como exemplo, cita-se os pavimentos de concreto, os quais tem sua superfície constituída por lajes de concreto de cimento Portland (BERNUCCI et al, 2008). A Figura 1 apresenta a estrutura de um pavimento rígido de concreto e a execução do mesmo. 15 Figura 1–Estrutura e execução de um pavimento de concreto Fonte: Bernucci et al (2008, p. 339). Em relação a disposição dosesforços, Balbo (2007) menciona que os pavimentos rígidos apresentam semelhança na distribuição do campo de tensões, sendo este gradualmente disperso em toda a placa. Desta forma, as pressões impostas ao solo de fundação são aliviadas e reduzidas, conforme demostra a Figura 2. Figura 2– Distribuição de tensões no pavimento flexível Fonte: Balbo(2007, p.47). 2.1.2. Pavimento Semirrígido 16 Os Pavimentos semirrígidos (Figura 3) apresentam a camada de base estabilizada quimicamente, constituída por um material aglutinante com características cimentíceas. Como exemplo, Balbo (2007) cita uma estrutura composta por uma camada de solo-cimento na base, considerada rígida, e revestimento asfáltico, sendo este flexível. Figura 3– Pavimento semirrígidoFonte:Autora. 2.1.3. Pavimento flexível Os pavimentos flexíveis, segundo o Manual de pavimentação do DNIT (2006), são aqueles nos quais, após a aplicação de um carregamento, todas as camadas sofrem deformação elástica significativa, ocorrendo a distribuição equivalente das cargas entre as mesmas. Nestas estruturas, o campo de tensões se encontra no ponto de aplicação do carregamento com pressões concentradas (BALBO,2007), conforme ilustrado na Figura 4.Ainda, as camadas constituintes destes pavimentos não trabalham a tração, sendo as superiores de melhor qualidade, ou seja, de maior capacidade de suporte, devido à proximidade de aplicação de cargas. 17 Figura 4 - Distribuição de tensões no pavimento flexível. Fonte: Balbo(2007, p.47). O revestimento superficial associado aos pavimentos flexíveis, em geral, é composto de concreto asfáltico apoiado obrigatoriamente sobre uma camada de base granular e possuindo uma fundação em solo denominada subleito. Dependendo da resistência necessária e das solicitações originárias do tráfego na via, podem ser incorporadas acima da fundação uma camada de reforço de subleito e/ou, ainda, uma de sub-base (BERNUCCI et al, 2008). Assim, a forma estrutural mais completa possível do pavimento é aquela que incorpora as camadas de revestimento, base, sub-base, reforço de subleito e subleito (BALBO, 2007), conforme ilustra a Figura 5. Figura 5 – Estrutura e execução de um pavimento flexível Fonte. (BERNUCCI et al, 2008, p. 338). 18 O revestimento asfáltico é constituído pela composição, em proporções adequadas, de agregados e ligante asfáltico betuminoso, resultando em uma mistura coesiva. Esta camada tem como finalidade promover a impermeabilização superficial do pavimento e melhorar as condições da superfície, proporcionando conforto e a segurança aos usuários da via. Além disto, esta deve resistir de forma direta as ações provocadas pelos veículos e pelo clima, transmitindo estas solicitações aliviadas a estrutura subjacente (BERNUCCI et al, 2008). As camadas de base, sub-base e reforço de subleito tem como finalidade resistir aos esforços transmitidas pelo revestimento, apresentando pequenas deformações e permeabilidade compatível com o esperado, garantindo a drenagem do pavimento. Deste modo, estas devem ter seus materiais constituintes selecionados adequadamente para que possam cumprir sua função estrutural. Entre os possíveis constituintes destas camadas se encontram, em geral, agregados graúdos e miúdos, solo e, dependendo da necessidade, podem ser adicionados cimento, cal, emulsão asfáltica, ou outros materiais (BERNUCCI et al, 2008). O Subleito é composto pelo material local consolidado e compactado, logo não apresenta espessura definida (BALBO, 2007). Esta é considerada a fundação do pavimento necessitando, muitas vezes, devida regularização para nivelamento. Quando apresenta baixa capacidade de suporte, pode ser executada uma camada complementar de reforço de subleito para elevar a resistência. Porém, em algumas situações, este reforçonão consegue desempenhar a funcionalidade esperada, desta forma, o solo residual deve ser parcialmente retirado e substituído por outro material que apresenta maior capacidade de suporte (PINTO C., 2010). 2.2. MATERIAIS UTILIZADOS NA PAVIMENTAÇÃO Para a execução do pavimento deve-se buscar, sempre que possível, a utilização dos materiais próximos do local, garantindo assim um menor custo na obra e também manutenção da infraestrutura (BALBO, 2007). O Manual de pavimentação do DNIT (2006) determina que os materiais granulares utilizados na pavimentação podem ser classificados quanto a natureza dos seus constituintes em naturais ou artificiais. Os agregados naturais são empregados sem alterações após o processo de exploração da jazida pétrea e beneficiamento, como a brita, enquanto que os 19 artificiais necessitam de correção química e física para a sua utilização, sendo rejeitos da indústria, como a escória de alto forno. Ainda, Bernucci et al (2008) considera a existência de agregados reciclados. Em meio a estes estão alocados os materiais oriundos de reuso, os quais proporcionam uma solução ambientalmente viável de redução de exploração de reservas naturais e de destino para os rejeitos provenientes da pavimentação e da construção civil. Como exemplo, os excedentes reciclados que apresentam maior frequência de uso são a escória de alto forno, o resíduo da construção civil (RCC), escórias oriundas da exploração de rochas ornamentais e o fresado. Os agregados granulares e solo, entre os materiais utilizados na pavimentação, não apresentam propriedades coesivas entre os grãos e trabalham adequadamente apenas a compressão. Entre estes, os constituintes mais empregados para as camadas de base, sub-base e reforço de subleito são: a brita graduada simples (BGS), a brita corrida, macadame hidráulico e seco, composições de agregados estabilizados granulometricamente, solo-agregado e solo melhorado com cimento ou cal (BERNUCCI et al, 2008). Os materiais cimentados são compostos de solos ou agregados pétreos com acrescimento de um aditivo, em pequenas proporções, como cal ou cimento, proporcionando uma elevação na rigidez da camada e consequentemente aumentando a resistência a compressão e a tração (BALBO, 2007). Entre estes, os agregados estabilizados quimicamente de frequente utilização na pavimentação são: a brita graduada tratada com cimento (BGTC), concreto compactado com rolo (CCR), solo-cimento e solo-cal (DNIT, 2006). Além destes, as misturas asfálticas apresentam resistência a tração superior aos outros materiais devido a coesão entre seus constituintes proporcionada pela incorporação de ligante asfáltico (BERNUCCi, 2008). Balbo (2007) justifica a utilização destas, citando que para a estabilização não se torna necessário o uso demasiado de agente aglomerante. Como exemplo destas misturas se encontram o solo-asfalto, solo-emulsão, entre outros. A Figura 6 ilustra alguns materiais utilizados na pavimentação. 20 Figura 6– Materiais utilizados na pavimentação. Fonte: Bernucci et al(2008. p. 353). 21 2.3. ESTABILIZAÇÃO GRANULOMETRICA A estabilização de solos ou agregados pétreos pode ser definida como um processo que altera as propriedades dos materiais, promovendo uma melhoria significativa no comportamento mecânico dos mesmos (BARROS,2013). Segundo o Manual do DNIT (2006), a estabilização granulométrica das camadas do pavimento ocorre para a adequação do agregado nas especificações vigentes. Desta forma, para esta conformação, muitas vezes os materiais sofrem beneficiamento, como peneiramento e britagem, ou a mistura de outros agregados para a composição da granulometria adequada. A distribuição granulométrica dos agregados influencia em diversas propriedades que definem o comportamento do material nas camadas do pavimento e asseguram a equilíbrio da estrutura. Yoder e Witczak (1975) citam que a estabilidade de uma camada granular também é dependente da forma e tamanho das partículas, densidade, coesão e fricção interna. Desta forma, de acordo com estes autores, a Figura 7 apresenta três arranjos granulométricos diferentes. Figura 7–Granulometria das misturas Fonte. Yoder e Witczak (1975, p. 357). As características estruturais e granulométricas de cada arranjo apresentado por Yoder e Witczak (1975)na Figura 7 são explicadas a seguir: (a) O agregado que não possui finos preenchendo seus vazios, apresentando estabilidade devido ao contato entre os grãos graúdos. Desta forma, o material não oferece coesão entre seus constituintes, possui baixa densidade e difícil manuseio, porém é altamente permeável. 22 (b) O agregado contém finos preenchendo seus vazios e tem a estabilidade garantida devido ao contato entreos grãos. Desta forma, a mistura é considerada muito estável com moderada dificuldade construtiva, menor permeabilidade e alta densidade. (c) O agregado apresenta excesso de finos, os constituintes “flutuam” na mistura, não existindo contato entre os grãos graúdos. Desta forma, este material é de fácil compactação, porém oferece baixa densidade e estabilidade prejudicada na presença de água. Para que um material apresente a máxima estabilidade e resistência as solicitações impostas pelo tráfego, é necessária elevada fricção interna entre as partículas miúdas e graúdas do material, sendo a falta ou o excesso de finos prejudicial ao desempenho esperado do agregado (PIRES, 2014). A presença demasiada de finos faz com que o material perca permeabilidade e rigidez, aumentando suas deformações, diminuindo sua resistência (BERNUCCI et al, 2008). Em contrapartida, a escassez destes materiais faz com que o agregado não ofereça coesão e garanta a resistência necessária. Assim, para a constituição das camadas na pavimentação, procura-se agregados que possuam uma distribuição bem definida, com preenchimento de seus vazios por grãos miúdos, garantindo o entrosamento entre as partículas e a resistência ao cisalhamento do material, conforme ilustrado na Figura 7 na situação (b) (YODER e WITCZAK, 1975). Além da estabilização granulométrica, para que o material tenha a resistência esperada, por vezes se torna necessária a realização da estabilização química. Esta ocorre com a adição de componentes que aumentam a rigidez da estrutura, proporcionando um aumento na resistência a compressão e a tração (BERNUCCI et al, 2008). Entre estes materiais estabilizantes pode-se citar a adição de cimento, cinza de casca de arroz, estabilizantes, cal, entre outros. A estabilização granulométrica do fresado, juntamente com a compactação da mistura, apresenta importância associada ao aumento significativo da rigidez e da resistência ao cisalhamento do material (SPECHT et al, 2013). Desta forma, esta correção se torna necessária para a melhoria estrutural e do desempenho da camada, elevando sua capacidade de suporte e garantindo um acréscimo na vida útil. 23 Salientando-se a importância da estabilização do fresado, Pires (2014) desenvolveu uma pesquisa experimental sobre a utilização deste material corrigido quimicamente, com a adição de cinza de casca de arroz e diferentes teores de cimento Portland, e granulometricamente, através do acréscimo de agregado natural. Como conclusão do estudo o autor obteve resultados positivos, demostrando que as estabilizações são fundamentais para o acréscimo de resistência na estrutura. 2.4. FRESAGEM DE PAVIMENTOS Segundo o manual de terminologias rodoviárias do DNIT (2007), a fresagem é definida como uma técnica de reciclagem de pavimentos que provoca a retirada da camada asfáltica superficial, podendo ser realizada com tecnologias a quente ou a frio. Este processo ocorre antes da restauração da superfície de rolagem, quando o revestimento apresenta defeitos significativos que não podem ser corrigidos com reparos localizados. A fresagem é um processo que possibilita a reobtenção do agregado natural graúdo, porém este se encontra envolto por revestimento asfáltico envelhecido e desgastado, apresentando um arranjo granulométrico modificado (PIRES, 2014). A composição granulométrica do fresado é dependente do grau de oxidação do revestimento asfáltico, da temperatura ambiente, do estado de deterioração do pavimento, da espessura de corte e do estado dos dentes que provocam o arrancamento do material da máquina fresadora (BALBO, 2007). A escolha do processo específico de fresagem do pavimento, conforme David (2006) é dependente da capacidade estrutural e das condições que o revestimento do pavimento apresenta, dos equipamentos disponíveis, da avaliação dos custos, das condições ambientais, entre outros fatores. Esta técnica pode ser realizada a quente ou a frio. Na fresagem a frio, ocorre o desbastamento abrasivo da superfície, na temperatura ambiente e em espessura previamente determinada, através do auxílio das lâminas de corte de uma máquina fresadora. Na execução a quente o revestimento é previamente aquecido, seguido da remoção superficial mecânica (BARROS, 2013). A Figura 8 ilustra uma máquina realizando fresagem a frio, técnica amplamente utilizada no país. 24 Figura 8– Fresadora a frio. Fonte: Wirtgen Goup (2017). Bonfim (2011) cita que a fresagem é uma técnica empregada visando a manutenção do greide da pista, podendo substituir o material asfáltico danificado por novo, proporcionando desta forma um aumento da vida útil do pavimento além de melhorias no rolamento. Ainda, o autor menciona que a fresagem pode ser classificada quanto à espessura de corte em superficial, rasa e profunda e também em relação a rugosidade resultante na pista em padrão, fina ou microfresagem. 2.5. RECICLAGEM NA PAVIMENTAÇÃO As primeiras ideias de reciclagem de pavimentos surgiram em 1915 nos Estados Unidos (DAVID, 2006). Porém, apenas na década de 70, devido à crise econômica internacional e a diminuição da oferta de materiais asfálticos, surgiram novas técnicas de reaproveitamento dos resíduos gerados das pistas deterioradas (BONFIM, 2011). No Brasil, a fresagem de pavimentos teve início na década de 80 com a execução de um trecho de restauração da rodovia Anchieta, na cidade de São Paulo, para a DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S.A), utilizando uma máquina fresadora americana e reciclagem a frio (BONFIM,2011). A reciclagem na pavimentação, segundo David (2006), pode ser definida como o processo de reutilização dos excedentes, gerados a partir do beneficiamento 25 em campo, na restauração ou construção de nova via. Nesta técnica, para a constituição de uma nova camada pode ser utilizada a totalidade ou parte da estrutura do pavimento, com adição, ou não, de outros materiais. O material fresado é um resíduo local, desta forma não possui custos vinculados a sua compra, sendo esta uma vantagem associada à sua utilização (PINTO M. et al, 2011). Entretanto, Bonfim (2011) cita que existem poucos profissionais que dominam as técnicas e têm experiência com fresagem. Desta forma, devido ao maior interesse e procura por tecnologias de reciclagem de pavimentos, a indústria está ofertando, cada vez mais, equipamentos específicos para realizar a fresagem (DAVID, 2006). Atualmente, no Brasil, desenvolvem-se cada vez mais projetos que contemplam a utilização do resíduo fresado. Barros (2013) pesquisou a possibilidade de uso do material fresado composto com solo de jazida natural para base e sub- base de pavimentos, de modo a proporcionar uma alternativa técnica, econômica e ambiental para este resíduo. Como resultado do estudo, este autor obteve viabilidade de utilização em ambas camadas para uma proporção de mistura de 50% fresado e 50% solo. Da mesma forma, Pinto M. et al (2011) realizou o estudo de outra alternativa para o resíduo gerado da fresagem de pavimentos através da incorporação deste, sem adições, na regularização e nivelamento do acostamento rodoviário. Esta pesquisa avaliou um trecho experimental na RSC-287 e comprovou, através de ensaios laboratoriais e em campo, a possibilidade de utilização do material, mesmo sem a estabilização granulométrica e química. Ademais, Pinto C. (2010) apresentou um estudo através de análises mecânicas que comprova a viabilidade técnica de utilização do fresado como reforço de subleito. Segundo este autor, o fresado apresentou desempenho similar a outros agregados, possibilitando uma alternativa de substituição dos materiais naturais por este resíduo da pavimentação. 26 2.5.1. Objetivos da reciclagem de pavimentos A reutilização do material fresado na pavimentação tem como objetivo a preservação ambiental,diminuindo a exploração de jazidas pétreas através do menor consumo de agregados naturais. Ao mesmo tempo, o reuso do fresado proporciona a redução de custos com transporte e de área de bota-fora para este material, o qual necessita local ambientalmente adequado para depósito (DAVID,2006). Da mesma forma, a reciclagem do fresado promove a redução dos custos de construção, transporte, energia nas etapas produtivas, tempo de execução, extração de matéria prima, proporciona o aproveitamento de agregados e ligante asfáltico, a preservação da geometria original da rodovia e do meio ambiente (DAVID, 2006). O Manual de Restaurações do DNIT cita que o reuso do ligante asfáltico consiste em outra vantagem importante na reciclagem dos pavimentos. O asfalto presente no fresado se encontra oxidado e envelhecido, porém suas características podem ser restauradas através do auxílio de um agente rejuvenescedor ou com a adição um novo ligante asfáltico. Além disso, o reaproveitamento do fresado permite a redução do consumo de um novo material asfáltico nas camadas de restauração (DNIT, 2006). 2.5.2. Técnicas de reciclagem de pavimentos Para a seleção do método de reciclagem de pavimentos é necessário, segundo o Manual de Restauração do DNIT (2006), a análise de diversos fatores. Destacam-se entre estes: as condições ambientais, o tráfego atual na via, restrições em relação a geometria da pista, informações de projeto, histórico de desempenho e das intervenções realizadas na estrutura, as observações e possíveis causas dos defeitos que a via apresenta baseado em ensaios laboratoriais e levantamento visual, entre outros. As técnicas de reciclagem do fresado podem ser diferenciadas através do local de produção do agregado, in situ ou em usina, pela temperatura de produção da mistura, à frio ou a quente, ou pela simples reutilização do material após a fresagem (BARROS, 2013). A Tabela 1 apresenta um esquema representativo dos principais tipos de reciclagem, segundo Bonfim (2011). 27 Tabela 1–Técnicas de reciclagem de pavimentos. Quanto à geometria original Sem modificação Quando se mantém as cotas do greide Com modificação Quando não se mantém as cotas do greide Quanto ao local de processamento Quanto ao local de processamento Em usina Fixa ou móvel, quente ou frio In situ Quente ou frio Mista Reciclagem in situ da base e aplicação de reciclagem a quente processada em usina com material fresado Quanto à fresagem do material A frio Realizada na temperatura ambiente A quente Realizada com pré-aquecimento do pavimento Quanto à profundidade de corte Superficial Apenas da camada de revestimento Profunda Camada de revestimento, base e até sub-base Quanto à origem da mistura reciclada Mistura a frio PMF Mistura a quente CBUQ, PMQ Quanto ao uso da mistura Como base reciclada Como camada de ligação BINDER Como revestimento Quanto aos materiais adicionados Agregados Correção granulométrica Cimento Portland e Cal Aumento da capacidade estrutural Emulsão especial e CAP Rejuvenescimento Misturas asfálticas Adição de material fresado Fonte: Adaptação de BOMFIM, 2011, p. 104) Barros (2013) descreve que, segundo a associação de reciclagem asfáltica dos Estados Unidos (The AsphaltRecyclingandReclaiming – ARRA), as cinco principais categorias de reciclagem de pavimentos se subdividem em: a quente e a frio, a quente e a frio in situ, a quente e a frio em usina e profunda. 28 Na reciclagem a frio, toda ou parte da estrutura do pavimento é removida e reduzida para dimensões apropriadas. Após estes procedimentos, o fresado é misturado na temperatura ambiente, em usina ou no próprio local, com outros materiais como agregados naturais, emulsificante, estabilizante químico, entre outros (DNIT, 2006). Neste tipo de processamento ocorre a quebra de parte do agregado devido ao corte, e desta forma a granulometria original do material é alterada. Da mesma forma, na reciclagem a quente é realizada a retirada total ou parcial do revestimento do pavimento, este é beneficiado de modo a adquirir dimensões especificas e então ocorre a mistura do fresado in situ ou em usina, mediante aquecimento, com outros aditivos. Esta técnica pode ser aplicada para a correção de defeitos superficiais sem remoção do material do local, aumentando a capacidade estrutural da camada, podendo ser executada antes de um recapeamento (DNIT, 2006). A reciclagem profunda (FullDepthReclamation) é uma técnica realizada in situ para obtenção de uma nova camada de base ou sub-base estabilizada, com a adição de cal hidratada, cimento, agregados, entre outros. Barros (2013 apud Araujo 2001) Estes aditivos têm como finalidade proporcionar a esta mistura características adequadas ao novo pavimento (ARAUJO,2001 apud BARROS,2013). Figura 9–Técnica de reciclagem profunda. Fonte:D&J Enterprises (2017). Ademais, a reutilização do fresado pode ocorrer através do aproveitamento do material na mesma obra, porém este não deve ser utilizado em camadas que 29 desempenhem função estrutural. Da mesma forma, podem ser reaproveitados em camadas de base granular tanto em rodovias quanto em ferrovias ou em obras com solicitações de tráfego baixas (MOREIRA e PEREIRA,2007). A reciclagem in situ apresenta como vantagens o menor custo de transporte, consequentemente também menor desgaste da via, e de energia (FONSECA, 2007 apud BARROS,2013). 30 3. METODOLOGIA A metodologia desta pesquisa teve início com a escolha do tema de trabalho, e o consequente estudo deste. Após esta etapa, os materiais foram coletados e então realizaram-se os ensaios pertinentes, que serão mencionados nos tópicos deste capítulo. Por fim, teve início a redação do trabalho com as respectivas conclusões, considerações e sugestões. 3.1 MATERIAIS UTILIZADOS Para este trabalho foram utilizados material fresado e agregado natural miúdo – pó de pedra basáltica - armazenados nas dependências do LMCCna UFSM. Estes foram anteriormente coletados por alunos da universidade auxiliados pelo LMCC e empregados para outros estudos. A Figura 10 apresentauma amostra dos materiais utilizados nesta pesquisa. Figura 10 – Pó de pedra e material fresado, respectivamente. Fonte: Autora. 3.1.1 Material Fresado Neste estudo, optou-se pela utilização de fresado originário da técnica de fresagem à frio in situ, a qual consiste no desbastamento da camada de 31 revestimento asfáltico danificada, em temperatura ambiente, com auxílio de uma máquina com lâminas de corte. A escolha deste resíduo ocorreu devido a disponibilidade de material, o qual se encontrava armazenado aos fundos do LMCC. Desta forma, retirou-se uma amostra manualmente da totalidade de fresadocom auxílio de uma pá e de um carrinho de mão, conforme ilustra a Figura 11. Para a realização de todos os ensaios planejados foram utilizados cerca de 30 Kg de material, os quais foram quarteados e devidamente preparados para cada experimento. Figura 11– Coleta de material fresado. Fonte: Autora. A origem do fresado utilizada nesta pesquisaé conhecida, e teve seu procedimentode coleta em campo no ano de 2015, no estágio inicial de restauração da BR-287, localizada no bairro Camobi, na cidade de Santa Maria-RS. Silva (2016) participou deste processo, desta forma, o mesmo cita que para o desbastamento superficial do trecho foi necessário o auxílio de uma máquina Caterpiller PM102, que realizou uma espessura de corte de cerca de 4cm. Após este processamento, o 32 responsável do LMCC auxiliou na retirada cerca de 5m³ deste material, armazenando-o nas dependências da universidade para estudos futuros. 3.1.2 Granulometria do Material Fresado A caracterização granulométrica do fresado foi realizadade acordo com a normaDNER-ME 083/98.Neste trabalho, optou-se pela retirada dos maiores grumos da amostra, resultando em agregados passantes nas peneiras 2” e 1”. Para esta análise foram ensaiadas duas amostras, as quais foram peneiradas manualmente e com auxílio de um peneirador vibrador mecânico, conforme ilustrado na Figura 12. Figura 12–Peneirador mecânico Fonte. Autora. 3.1.3 Teor de Betume e Densidade Máxima Medida (DMM ) 33 A análise do teor de betume percentual da amostra de fresado foi realizada através do ensaio Rotarex elétrico conforme a DNER-ME 053/94. Como resultado deste experimento obteve-se um percentual de betume de aproximadamente 5,63%.Este valor é considerado coerente conforme Silva (2016) que obteve para o mesmo material um percentual de cerca de 6,2%. A Figura 13 apresenta o equipamento utilizado neste ensaio. Figura 13–Equipamento utilizado no ensaio Rotarex Fonte. Autora. Para a caracterização do fresado também foi realizadoo ensaio Rice, conforme visualiza-se naFigura 14, que resulta na Densidade Máxima Medida (DMM) de amostras asfálticas. Para isto, utilizou-se a normativa NBR 15619/2012 – Misturas asfálticas – Determinação da massa específica máxima medida em amostras não compactas, obtendo-se um resultado de DMM de cerca de 2,458 g/m³.Da mesma forma, Silva (2016) obteve DMM de 2,433 g/m³ para o mesmo material, visualizando-se uma pequena variação nos resultados devido as diferentes amostragens. 34 35 Figura 14–Ensaio Rice. Fonte. Autora. 3.2 PÓ DE PEDRA A utilização de agregado natural é necessária para a estabilização granulométrica do fresado, devido à falta de finos em sua constituição. Tanksi (2016) apud Yoder e Witczak (1975) cita que a estabilidade de uma mistura é dependente de sua granulometria, pois a fricção interna entre as partículas deve ser alta para resistir aos esforços solicitantes, sendo a presença demasiada ou insuficiente de finos prejudicial ao desempenho esperado do material. O agregado pétreo utilizado nesta pesquisa é proveniente da formação rochosa basáltica, sendo constituído pela fração miúda (Figura 5).Optou-se pela utilização de pó de pedra basálticoproveniente da exploração rochosa no município de Itaara-RS. A Figura 15 demostra as instalações da empresa fornecedora de agregado. 36 Figura 15–Amostra de pó de pedra basáltica. Fonte: Autor. Figura 16–Exploração Rochosa em Itaara-RS Fonte: Dalla Pasqua (2017). A caracterização granulométrica do pó de pedra foi realizada atravésdo peneiramento manual de duas amostras do agregado natural, apresentado na Figura 17. Estas foram secas em estufa e preparadas de acordo com a norma DNER-ME 083/98. 37 Figura 17–Separação do pó de pedra por peneiras. Fonte: Carine Molz. Além da granulometria do agregado natural miúdo, também foi determinada a massa específica do material para a sua caracterização física. Assim, realizou-se o ensaio do Picnômetro (Figura 18) de acordo com a norma NBR 6508/84, resultando em um peso específico médio do pó de pedra de 2,651g/m³. Da mesma forma Tanski(2016) encontrou o peso específico médio do pó de pedra, proveniente da mesma empresa fornecedora, como 2,66g/m³, porém este utilizou a normativa ASTM C 127/2007. Figura 18–Ensaio do Picnômetro. Fonte. Autora. 38 3.3 COMPOSIÇÃO DA MISTURA A dosagem inicial da amostra teve como referência os limites da faixa granulométrica C do DNIT através doarranjo percentual dos constituintes, fresado e pó de pedra. Porém, devido a granulometriamajoritária graúda de ambos os materiais, a mistura não se enquadrou totalmente na faixa esperada. Tendo em vista a não manipulação granulométrica dos materiais, optou-se pela composição de 70% fresado e 30% pó de pedra, conforme já verificadocomo viávelem outras bibliografias. Salienta-se também que é possível a utilização de um pó de pedra constituído de maior fração miúda para o ajuste da faixa de trabalho como opção do comprador, não se aplicando ao caso desta pesquisa. Acomposição da misturaé demonstrada na Figura 19. Figura 19–Mistura 70% fresado e 30% pó de pedra. Fonte. Autora. 3.4 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO A compactação foi realizada na mistura de trabalho, constituída por 70% de fresado e 30% pó de pedra, baseando-se na NBR 7182/1986 e simulando a aplicação prática de solicitações, com reuso de material. Nesta pesquisa, optou-se pela utilização de Energia Intermediária, aplicando-se 27 golpes por camada, utilizando-se de um soquete e molde com dimensões e pesos conhecidos e 39 ensaiando cinco pontos de umidades crescentespara a obtenção da curva de compactação. Figura 20–Ensaio de Compactação. Fonte. Autora. Este ensaio objetiva a determinação da relação da densidade aparente máxima, a qual encontra-se no ápice da curva de compactação, com a umidade ótima. Esta é de suma importância, pois será utilizada na compactação de campo para que ocorra um aumento da resistência ao cisalhamento e redução da permeabilidade e compressibilidade. 3.5 ENSAIO CBR O Ensaio CBR (California Bearing Ratio) se baseia na DNER ME 049/94 – Solos – Determinação do índice de suporte Califórnia utilizando amostras não trabalhadas, e este fornece o Índice de Suporte Califórnia – ISC- que indica a capacidade de suporte do material estudado. Para a execução deste experimento tornou-se inicialmente necessária a obtenção da umidade ótima e densidade máxima aparente seca e a moldagem de um corpo de prova com estes valores. Então mediu-se a força de aplicação de um pistão em uma amostra compactada confinada que foi imersa em água durante 4 dias. Acoplou-se neste corpo de prova um extensômetro, medindo-se assim a expansibilidade da mistura. 40 A mensuração do ISC é de suma importância para avaliar a resistência do material e, desta forma, verificar a possível utilização deste nas diferentes camadas do pavimento. O valor percentual que referencia este ensaio e que possui ISC de 100% é a Brita Califórnia, sendo os resultados de outros materiais comparáveis a este valor. A Figura 21 ilustra a execução do ensaio CBR. Figura 21–Ensaio CBR – Corpo de prova imerso em água. Fonte. Autora. 3.6 ENSAIOS MECÂNICOS As propriedades mecânicas da mistura foram mensuradas através da realização dos ensaios de módulo de resiliência, resistência à compressão axial e resistência à tração por compressão diametral. Para os ensaios de Módulo de Resiliência eResistência a Tração por Compressão Diametral (DNER-ME 138/94) realizou-se a moldagem de três corpos de prova de 6,3 x 10 cm. Da mesma forma,para a verificação da Resistência a Compressão Simples (DNER-ME 201/94)da mistura, moldaram-se 4 corpos de prova de dimensões 10 x 20 cm (Figura 22). 41 Figura 22–Corpos de prova nas formas 6,3x10 cm e 10x20 cm, respectivamente. Fonte. Autora. A preparação da amostra individual de cada molde ocorreu com a composição de 70% de fresado e 30% de pó de pedra compactados com soquete manual na umidade ótima, conforme pode ser visualizado na Figura 23. Para os corpos de prova de dimensões 6,3 x 10 cm a compactação ocorreu em camada única, enquanto para CPs 10 x 20 cm esta foi realizada em três camadas. Figura 23–Compactação do corpo de prova 10x20 cm com soquete manual Fonte. Autora. 42 Por se tratar de uma mistura predominantemente granular sem adição de cimento ou emulsão, a cura dos CPs, após a moldagem, foi de aproximadamente 7 dias, não existindo especificações que citam o tempo de cura ideal. A retirada dos corpos de prova dos moldes ocorreu com auxílio de uma máquina manual para o desmolde. Esta etapa se apresentou de difícil execução devido ao arranjo da mistura que não apresentou propriedadeaglutinante em seus constituintes. Desta forma, os CPs moldados apresentaram natureza frágil, sofrendo fácilfragmentação, conforme pode ser visualizado na Figura 24. Figura 24–Corpos de prova desmoldados. Fonte. Autora. 43 A fragilidade dos corpos de prova moldados pode ser justificada devido a não adoção de estabilização química da mistura, que pode ser realizada com a incorporação de um percentual de cimento Portland, por exemplo. Desta forma, a mesma não apresentava propriedades aglutinantes suficiente entre seus constituintes para a realização destes ensaios, impossibilitando a leitura dos resultados nos ensaios de Módulo de Resiliência (MR), Resistência a Compressão Simples (RCS), e a Tração por Compressão Diametral (RTCD), conforme ilustram asFiguras 25 e 26. Figura 25 – Ensaio de Módulo de Resiliência. Fonte. Carine Molz. Figura 26 – Ensaio de Resistência a Tração por Compressão Diametral. 44 Fonte. Autora. Salienta-se que o ensaio de Módulo de resiliência foi baseado na norma DNER- ME 138/94 com variação de temperatura, aplicada para amostras asfálticas.Entretanto, devido à natureza granular sem aglutinantes da mistura, para a obtenção desta propriedade é indicada a realização do ensaio normatizado para solos. Este não foi realizado poiso equipamento não se encontrava disponível no período deste estudo. 45 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Este capítulo apresenta os resultados obtidos nos ensaios de caracterização dos materiais, assim como na mistura de 70% fresado e 30% pó de pedra. Ao mesmo tempo os valores encontrados serão analisados e comparados as normas vigentes e a outros estudos pertinentes. 4.1. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA A análise da granulometria de solos e agregados é necessária para que possam ser mensuradas suas características, indicando a possível utilização do mesmo. Entretanto, apenas este estudo não é suficiente para verificar a viabilidade de um material, desta forma deve ser combinada com outros ensaios. Neste item serão apresentadas as análises e devidas comparações das granulometrias do fresado, pó de pedra e da respectiva mistura entre estes materiais. 4.1.1. Material Fresado A composição granulométricamédia do fresado e a curva característica média do material, obtidas através do ensaio de peneiramento,pode ser visualizada através da Tabela 2 e na Figura 27. Tabela 2 – Composição granulométrica do Fresado. (continua) PENEIRA ABERTURA (mm) Média Acumulada passante (%) Média Acumulada Retida (%) 2" 50 100,00 0,00 1" 25,4 100,00 0,00 3/8" 9,5 81,17 18,83 Nº 4 4,8 54,31 45,69 Nº 10 2 23,37 76,63 Nº 40 0,42 1,00 99,00 46 (conclusão) PENEIRA ABERTURA (mm) Média Acumulada passante (%) Média Acumulada Retida (%) Nº 200 0,075 0,00 100,00 Fundo >0,075 0,00 100,00 Fonte. Autora. Figura 27 – Granulometria do fresado. Fonte. Carine Molz. Analisando a granulometria do fresado, representada pelo formato da curva azul contínua da Figura 27, verifica-se que este material não obteve enquadramentonas faixas médias especificadaspelo DNIT para base granular, aproximando-se da curvamédia representante da faixa A (marrom) para agregados miúdos e da C (amarelo) e D (verde) para graúdos. Este fato pode ser explicado 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,01 0,1 1 10 P or ce nt ag em R et id a (% ) P or ce nt ag em P as sa nt e (% ) Diâmetro dos Grãos (mm) Composicão Granulométrica FAIXA A FAIXA B FAIXA C FAIXA D FAIXA E FRESADO 200 80 4 0 10 4Peneir 3/4"3/8" 47 devido ao aglutinamento entre os componentes da mistura, formando partículas maiores, e também devidoà falta de controle na coleta em campo do fresado, resultando em diferentes frações granulométricas. Ainda, de acordo com o Manual de pavimentação do DNIT (2006) este material pode ser considerado medianamente uniforme e com boa graduação (aberta). Os solos bem graduados são compostos de diferente tamanho de partículas e apresentam assim melhor comportamento em termos de resistência e compressibilidade. Por opção de estudo, isentaram-se das amostras ensaiadas os grumos de grandes dimensões passíveis de quebra.Desta forma, não foram verificados grãos retidos nas peneiras com grade superior à 9,5 mm, indicando a baixa ou inexistenteporcentagem de partículas com diâmetros maiores ou iguais a 24,5 mm e 50mm (1” e 2”). Além disso, observou-se a pequena fração de constituintes miúdos retidos e passantes na peneira 200 (0,075mm), devido a aglutinação entre estes finos, o material asfáltico e agregados maiores. Da mesma forma, Pinto M. et al (2011) não obteve ajuste total do resíduo fresado da RSC-287 nas faixas granulométricas do DNIT, propostas na DNER 303/97, apresentando uma granulometria aberta.Entretanto, mesmo sem respeitar as especificações granulométricas, este material apresentou bons resultados laboratoriais e comprovou aplicabilidade prática e funcionalidade através da reutilização deste, sem alterações ou adições de insumos, para regularização do acostamento em um trecho experimental. A Figura 28 apresenta uma comparação visual entre a curva granulométrica da RSC-287 (PINTO M. et al, 2011) e a apresentada como resultados da BR-287 neste estudo. 48 Figura 28 – Fresado BR-287 (2016) x Fresado RSC-287 (2011). Fonte. Autora com adaptaçãode Pinto et al (2011). Comparando as curvas granulométricas do Fresado da BR-287 (linha contínua) com o da RSC-287 (linha pontilhada), verifica-se que o segundo apresenta maior quantidade de agregados graúdos retidos nas peneiras 1” e 2”. Este fatose deve a retirada dos grumos graúdos da amostra trabalhada, assim como devido a variação de tamanho dos constituintes de cada amostra e lote de fresado. Cadaprocesso de desbaste do revestimento asfáltico resulta em materiais com dimensões distintas, dependendo estas da profundidade de corte, do tipo de fresagem, do equipamento, entre outros fatores. Ademais, ambos materiais apresentam umarranjo granulométrico semelhante e boa graduação, ressaltando a possibilidade de análise experimental e utilização do fresado proveniente da BR-287 em campo em relação a sua composição. Salienta- se ainda a necessidade de verificação dos resultados de outros ensaios para o emprego deste, como abrasão Los Angeles para mensurar a abrasão do material, equivalente de areia para análise de contaminantes e índice de suporte california para verificação da resistência mecânica (PINTO M. et al, 2011). Visando a reutilização do fresado estudado em outras camadas na pavimentação, analisou-se a possibilidade de aplicação deste, baseado em seu 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000 0,01 0,1 1 10 P or ce nt ag em R et id a (% ) P or ce nt ag em P as sa nt e (% ) Diâmetro dos Grãos (mm) Composicão Granulométrica FRESADO BR- 287 FRESADO RSC-287 200 80 4 10 4Peneir 3/4"3/8" 49 arranjo granulométrico, como agregado na composição da camada porosa de atrito – CPA. Para isto, foi necessário o auxílio da especificação de serviço do DNER-ME 386/99 para a constituição desta camada, conforme demonstra a Tabela 3. Tabela 3 – Faixas granulométricas para dosagem de CPA - DNER-ES-386/99 Peneira malha quadrada Faixas ABNT Abertura (mm) Porcentagem em massa I II III IV V Tolerância 3/4" 19 - - - - 100 - 1/2" 12,5 100,00 100 100 100 70-100 7 3/8" 9,5 80-100 70-100 80-90 70-90 50-80 7 Nº 4 4,8 20-40 20-40 40-50 15-30 18-30 5 Nº 10 2 12-20 5-20 10-18 10-22 10-22 5 Nº40 0,42 8-14 6-12 6-13 6-13 6-13 5 Nº80 0,18 - 2-8 - - - 3 Nº200 0,075 3.-5 0-4 3-6 3-6 3-6 2 Ligante modificado por polimero 4,0-6,0 0,3 Espessura da camada acabada 3 <4,0 Volume de Vazios % 18-25 Ensaio de Cantabro %máx25 Resistências á tração por compressão diametral a 25º, Mpa, mín. 0,55 Fonte. Adaptado de DNER 386/1999. Através da análise das granulometrias expostas na Tabela 3, e considerando a tolerância percentual de massa passante das mesmas, verificou-se o enquadramento do fresado na faixa granulométrica III, conforme visualiza-sena Figura29. 50 Figura 29 – Granulometria fresado x CPA (Faixa III) Fonte. Carine Molz. 4.1.2. Pó de pedra O resultado médio das amostras obtido nos ensaios de Granulometria, assim como a respectiva curva granulométrica característica deste material são apresentados através da Tabela 4e na Figura 30. Tabela 4 – Distribuição Granulométrica do pó de pedra. (continua) PENEIRA ABERTURA Média Acumulada passante (%) Média Acumulada Retida (%) 2" 50 100,00 0,00 1" 25,4 100,00 0,00 3/8" 9,5 100,00 0,00 Nº 4 4,8 94,70 5,3 Nº 10 2 43,17 56,83 Nº 40 0,42 16,15 83,85 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,01 0,1 1 10 P or ce nt ag em R et id a (% ) P or ce nt ag em P as sa nt e (% ) Diâmetro dos Grãos (mm) Composicão Granulométrica Limites FRESADO 200 80 4 10 4Peneir 3/4"3/8" 51 (conclusão) PENEIRA ABERTURA Média Acumulada passante (%) Média Acumulada Retida (%) Nº 200 0,075 8,46 91,54 Fundo >0,075 0,00 100,00 Fonte. Autora. Figura 30 – Composição granulométrica do pó de pedra. Fonte. Autora. Segundo a Figura 29, a composição média representante do pó de pedra basaltico utilizada neste estudo apresenta grande parcela de seus contituintes retidos na peneira Nº 10, com abertura de 2mm, sendo considerado um pó de pedra de granulometria mais graúda. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,01 0,1 1 10 P or ce nt ag em R et id a (% ) P or ce nt ag em P as sa nt e (% ) Diâmetro dos Grãos (mm) Limite Faixa C DNIT PÓ-DE- PEDRA 200 80 4 10 4Peneiras 3/4"3/8" 52 4.1.3. Mistura: 70% Fresado e 30% Pó de Pedra A composição granulométrica resultante da mistura de 70% fresado e 30% de pó de pedra proposta neste estudo, juntamente com as granulometrias individuais destes materiais é ilustrada na Figura 31. Fonte. Autora. Analisando a Figura 30 observa-se que dentre as faixas granulométricas propostas pelo DNIT para bases estabilizadas granulometricamentes, a mistura obteve maior proximidade da faixa C, não apresentando enquadramento total na mesma. Para a tentativa de ajuste granulométrico da mistura nas especificações do DNIT, pode ser citado como alternativa a possibilidade de utilização de um pó de pedra com composição mais miúda. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,01 0,1 1 10 P or ce nt ag em R et id a (% ) P or ce nt ag em P as sa nt e (% ) Diâmetro dos Grãos (mm) Composicão Granulométrica Limites MISTUR A FRESAD O PÓ-DE- PEDRA 200 80 4 0 10 4Peneir 3/4"3/8" Figura 31 - Curva Granulométrica 53 Ainda, assim como o material fresado, a mistura apresentou uma composição com boa graduação, enfatizando a análise das demais características de resistência da mesma para verificação de sua aplicabilidade. 4.2. ANÁLISE DO ENSAIO DE COMPACTAÇÃO O Resultado aproximado obtido na compactação da mistura de 70% fresado e 30% de pó de pedra pode ser visualizado através da curva de compactação ilustrada na Figura 32. A umidade ótima alcançada neste ensaio foi de cerca de 9,9% e a massa específica aparente seca é de 2030 Kg/m³. Figura 32 – Curva de Compactação. Fonte. Autora. 4.3. ANÁLISE DOÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA Conhecidos os valores da umidade ótima e da máxima densidade aparente, encontradosna curva de compactação, realizou-se o ensaio de Índice de Suporte 1710 1730 1750 1770 1790 1810 1830 1850 1870 1890 1910 1930 1950 1970 1990 2010 2030 2050 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 M a ss a E sp e cí fi ca A p a re n te S e ca ( k g /m ³) Teor de Umidade (%) Curva de Compactação 54 Califórnia (ISC). Os resultados obtidos e o traçado da curva pressão por penetração sãoilustrados na Tabela 5 e na Figura 33. 55 Tabela 5 – Resultado do ensaio de Índice de Suporte Califórnia (ISC). Penetração Tempo Penet. Leitura Pressão (Mpa) Pressão (Mpa) I.S.C. (min) (mm) Defletôm. Calculada Corrigida (%) 0 0 0 0,00 - - 0,5 0,63 6 0,06 - - 1,0 1,27 24 0,20 - - 1,5 1,90 50 0,41 - - 2,0 2,54 87 0,70 0,70 10,14 2,5 3,17 133 1,06 - - 3,0 3,81 179 1,42 - - 3,5 4,44 229 1,82 - - 4,0 5,08 287 2,28 2,28 21,98 5,0 6,35 387 3,04 - - 6,0 7,62 475 3,73 - - 7,0 8,89 585 4,59 - - 8,0 10,16 672 5,27 - - 9,0 11,43 760 5,95 - - 10,0 12,70 850 6,66 - - Fonte. Autora 56 Figura 33 – Curva Pressão-Penetração. Fonte. Autora. Para este estudo, a mistura trabalhada obteve ISC de cerca de 21,98%. Este valor pode ser explicado devido à falta de finos e excesso de partículas graúdas no material, não ocorrendo o perfeito preenchimento dos vazios entre os grãos maiores. A mistura trabalhada também não apresentou expansibilidade, conforme se visualiza na Tabela 4. Esta inexistente expansão se deve ao material pétreo estar envolto de ligante asfáltico, o qual não demonstra características permeáveis, impossibilitando a absorção de água. Specht et al (2012) caracteriza este resultado como positivo, pois a presença de água faz com que a mistura perca resistência, e desta forma, na ausência destao material não apresenta grandes deformações. Pinto M. et al (2011) realizou o ensaio CBR para uma amostra de fresado da RSC-287, obtendo um valor de aproximadamente 38%.Pires (2014) também realizou um trabalho de pesquisa utilizando material fresado estabilizado quimicamente, com a adição de cinza de casca de arroz e cimento Portland, e granulometricamente, encontrando um valor de ISC superior, de cerca de 68%. Esta diferença ocorre essencialmente pela adição de materiais os quais tem função de melhorar o arranjo físico e a resistência da estrutura. 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 0 5 10 15 P re ss ã o ( M P a ) Penetração (mm) 57 Quanto as aplicações práticas desta mistura, salienta-se que para a utilização de um agregado, tanto na pavimentação como na construção civil, este deve possuir as características específicas estipuladas em normas. Asub-baseestabilizada granulometricamente deve ter, segundo a normaDNIT-ME 139/2010, um ISC maior 20% e expansibilidade máxima de 1%. De acordo com o resultado obtido para a mistura trabalhada, esta pode ter aplicação prática nesta camada do pavimento. Da mesma forma, para a regularização de subleito, segundo o Manual de Pavimentação do DNIT, a mistura pode ser viabilizada se o material apresentarISC maior que a do solo de fundação e expansão inferior a 1%. Ainda, segundo a norma DNIT 141/2010, para bases estabilizadas granulometricamente, o ISC deve ser maior ou igual a 60% para um tráfego com número de solicitações N � 5x10� e para um N maior, o ISC deve ser maior ou igual a 80%, com índice de expansibilidade menor que 0,5%. Tendo em vista estas especificações, a mistura estudada apresenta resultados inferiores aos indicados, impossibilitando a aplicação em base de pavimentos. 4.4. POSÍVEIS UTILIZAÇÕES DO FRESADO Considerando os resultados obtidos através do estudo realizado tanto para a mistura de trabalho (70% de fresado e 30% de pó de pedra), quanto para caracterização individual do fresado da BR-287, elaborou-se uma comparação com outras pesquisas, sendo esta apresentada na Figura 34. 58 Figura 34 – Comparação entre o fresado da BR-287 e outros estudos Fonte. Autora. Através da comparação representadana Figura 34, visualiza-se que esta pesquisa não obteve variação significativa em relação aos resultados de DMM e teor de betume do fresado. Quanto a resistência do agregado, apresentaram-se divergências nos valores encontradosentre os estudos devido a incorporação de diferentes materiais, como cimento, cinza de casca de arroz e solo de jazida, por exemplo. Estes aditivos objetivam a estabilização da mistura, assim como o aumento da resistência, proporcionandoem alguns casos a possibilidade de incorporação desta em camadas que necessitam maior capacidade de suporte, como na base de pavimentos. Ainda, adiferença de resistência dos materiaistambém é atribuída a ENSAIO SILVA (2016) SPECHT et al (2014) BARROS (2013) PINTO M. et al (2011) PINTO C. (2010) AUTORA (2017) ORIGEM DO FRESADO RS-287 BR-290 ERS-569 BR-290 BR-104 RSC-287 BR-290 RS-287 DMM (g/cm³) 2,433 - 2,37 2,37 - - - 2,458 TEOR DE BETUME 6,20% - 6,06% 5% - 6,27% 5,6% 4,69% 5,63% TEOR DE FRESADO 100%,80%, 60%,40%, 70% 70% 70% 50% 100% 100% 70% ESTABILIZAÇÃO QUÍMICA CIMENTO (6%) CIMENTO (5%) CIMENTO (5,37%) , CINZA DE CASCA DE ARROZ (15%) CIMENTO (4,86%) , CINZA DE CASCA DE ARROZ (15%) - - - - ESTABILIZAÇÃO GRANULOM. 0%,20%, 40%,80% BRITA 3/4' (15%) PÓ DE PEDRA (15%) AGREGADO NATURAL (30%) AGREGADO NATURAL (30%) SOLO JAZIDA (50%) - - PÓ DE PEDRA (30%) DENSIDADE (Kg/m³) 2067 2092 1963 2092 2100 1798 1826 2030 UMIDADE ÓTIMA (%) 8,30% 8,20% 8,80% 8,20% 8,90% 8,50% 4,20% 9,90% EQUIVALENTE DE AREIA - - - 64,10% - ABRASÃO - - - 36,37% - ISC(%) - 95% 98% 68% 28% 38% 11% 21,98%. VIABILIDADE DE USO BASE, SUB-BASE BASE BASE BASE (TRÁFEGO LEVE) SUB-BASE ACOSTAMENTO REFORÇO DE SUBLEITO, SUB-BASE SUB-BASE, REGULARIZAÇÃO E REFORÇO DE SUBLEITO AUTOR(ES) DO ESTUDO PIRES (2014) 59 distinta origem e amostragem do fresado, sendo este fator determinante nesta análise. Em relação as possibilidades de uso na pavimentação das diferentes misturas, tanto as estabilizadas quimicamente, granulometricamente ou sem aditivos, grande parte das pesquisas analisadas obteve resultados que comprovaram a viabilidade de incorporação do agregado em sub-base e reforço de subleito, assim como este estudo. 60 5. CONCLUSÕES FINAIS A granulometria do fresado da RS-287 apresentou-se majoritariamente graúda e bem graduada, porém sem partículas retidas nas peneiras 1” e 2”. Ainda, esta não exibiu porcentagem significativa de finos retidos e passantes na peneira 200, indicando a possível aglutinação entre os componentes da misturaoriginal de CBUQ. Quanto aos ensaios de caracterização do fresado, Rice e Rotarex, este material apresentou valores para o teor de betume de 5,63% e para a DMM de cerca de 2,458 g/m³, ambos condizentes com as bibliografias analisadas. O arranjo granulométrico do fresado não obteve enquadramento total nas faixas estipuladas pelo DNIT para bases estabilizadas granulometricamente. Entretanto, a análise da comparação granulométrica entre o fresado da RS-287 e o da RSC-287 estudado por Pinto em 2010 instigou a possibilidade de estudo e realização de ensaios de aplicabilidade do excedenteasfáltico estudado como camada de regularização de acostamento. Da mesma forma, baseando-se na composição granulométrica do fresado da RS-287 e buscando outras alternativas de uso para o material estudado, este obteve ajuste de seu arranjo na Faixa granulométrica III para utilização em camada porosa de atrito. Entretanto, ainda se tornamnecessários demais conformações e ensaios para verificação da sua aplicabilidade. Na análise do pó de pedra basáltica, este apresentou uma granulometria característica, porém com partículas maiores que as desejadas para composição com o fresado. A massa específica deste material, obtida através do ensaio do picnômetro, obteveum resultadomédio de cerca 2,651g/m³, valor condizente com o esperado e com as bibliografias de apoio. Por opção de estudo, e embasado em referencial teórico, utilizou-se uma mistura de cerca de 70% de fresado e 30% de pó de pedra. A granulometria resultante, assim como a do fresado, não obteve enquadramento nas faixas propostas para bases estabilizadas pelo DNIT, porém aproximou-se da faixa C. O ensaio de compactação desta mistura resultou em uma umidade ótima de cerca de 9,9%, mais alta que o confessional para materiais graúdos, e a massa específica aparente seca de 2030 Kg/m³. Quanto ao ISC obteve-se um resultado considerado bom de cerca de 21,98%. 61 Devido à natureza granular da mistura, esta não apresentou propriedades aglutinantes, fragmentando-se durante a retirada da forma de molde. Deste modo, as propriedades mecânicas da mistura, mensuradas através dos ensaios módulo de resiliência, resistência à tração por compressão diametral e resistência à compressão simples, não obtiveram resultados. Salienta-se assim a necessidade de incorporação de um material aglutinante. Por fim, de acordo com o ISC e com os resultados dos demais ensaios obtidos para a mistura, quanto a aplicabilidade desta para camadas subjacentena pavimentação, cita-se a possibilidade de incorporação do material em camadas de sub-base, e de regularização e reforço de subleito.Estas possibilidades de uso têm como fundamentação teórica as normativas vigentes e enfatizam um destino viável e ambientalmente correto para este material excedente proveniente das obras de restauração rodoviária. 62 6. SUGESTÕES • Devido à natureza granular do fresado, torna-se interessante a mensuração do módulo de resiliência deste. Porém, este ensaio deve ser realizado com a normativa e os equipamentos específicos para solo e agregados. Da mesma forma, devem ser utilizados moldes tripartidos para facilitar a retirada do material durante a moldagem. • Adição de outro componente na mistura com potencial aglutinante, como cimento ou cal, para ajuste granulométrico e aumento na resistência. • Realização de ensaios e maiores estudos de aplicabilidade do fresado individualmente em acostamento rodoviário e como reforço de subleito. • Realização de ensaios e maiores estudos de aplicabilidade do fresado em CPA. 63 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15619: Misturas asfálticas – Determinação da massa específica máxima medida em amostras não compactadas. Rio de Janeiro, 2008. 8p. _______. NBR 6508: Grãos de solo que passam na peneira de 4,8mm – Determinação da massa específica. Rio de Janeiro, 1984. 8p. _______. NBR 7182/86: Solo - Ensaio de compactação. Rio de Janeiro, 1986. 10p. _______. NBR 15619: Misturas asfálticas – Determinação da massa específica máxima medida em amostras não compactas. Rio de Janeiro, 2012. 10 p. BALBO, J. T.; Pavimentação Asfáltica: materiais, projetos e resta urações. São Paulo, Ed. Oficina dos Textos , 2007. BARROS, R. F.; Utilização do revestimento fresado da BR-104 como m aterial de reforço da camada de base e/ou sub-base . 2013. 54p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Civil)-Universidade federal de Pernambuco, Caruaru, 2013 BERNUCCI, L.; MOTTA, L. G.; CERATTI, J. A. P.; SOARES, J. B. Pavimentação Asfáltica:Formação Básica para Engenheiros . Rio de Janeiro: Petrobrás: ABEDA, 2008. 504 p. BONFIM, V. Fresagem de Pavimentos Asfálticos . 3 Ed., São Paulo, Exceção Editorial, 2011. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Pesquisa CNT de rodovias 2015: relatório gerencial .Brasília:CNT: SEST: SENAT, 2015. DALLA PASQUA, Engenharia e Construções LTDA. Histórico . Itaara-RS, 2017. Disponível em:<http://www.dpasqua.com.br/>. Acesso em 1º de abril de 2017. DAVID, D. Misturas Asfálticas Recicladas a Frio: Estudo em la boratório utilizando emulsão e agente de reciclagem emulsiona do . 2006. 117 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)–Universidade Federal do Rio Grande
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