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ATIVIDADE I Pergunta 01 Assunto/tema. Meio ambiente: desmatamento da Amazônia e suas consequências. Leia o texto e analise as afirmativas que seguem. A selva amazônica alimenta as torneiras em São Paulo Desmatamento da Amazônia reduz chuva até em Buenos aires. Nos últimos dois anos, muitos dos habitantes da Grande São Paulo (20 milhões de pessoas) começaram a se acostumar a captar água da chuva com baldes, a esfregar o chão com água da máquina de lavar roupas e a se levantar de madrugada, antes que as torneiras ficassem secas novamente, para encher as bacias e ter água para o dia seguinte. O estado mais rico do Brasil ficou imerso por uma crise hídrica que não previu ou não soube prevenir e observou como suas reservas foram secando paulatina e perigosamente diante de uma queda inesperada de precipitações. Os estados próximos, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, seguiram os passos do vizinho e muito de seus habitantes também sofreram com o desabastecimento de água durante dias. No nordeste d país, uma região maior, embora menos populosa, a seca não é nenhuma novidade, e, em épocas mais severas, multiplicam-se as imagens de famílias inteiras percorrendo dezenas de quilômetros em busca de algum poço de qualidade questionável ou esperando com a vista voltada às ruas, completamente dependentes da chegada de um caminhão-pipa. O problema explica-se pela falta de infraestrutura, de previsão e de uma cultura de consumo responsável. E, também, claro, pela falta de chuvas, um fenômeno que os especialistas associam ao desmatamento do maior tesouro do Brasil (e do planeta): a selva amazônica. As mordidas constantes do homem sobre a selva amazônica, um ecossistema único que mantém o ar úmido por até 3.000km continente adentro, podem equiparar-se, em termos ambientais, a acabar com a nascente de um gigantesco rio. Calcula-se que 19% das chuvas da Bacia da Prata têm sua origem na umidade que a selva amazônica gera, e que voa para o sul do país. As secas foram acompanhadas nos últimos anos de outros fenômenos climáticos extremos, como inundações, especialmente no sul do país, o que reforça a teoria dos especialistas sobre o papel da selva no equilíbrio climático da região. Como esse panorama, em que até o Rio de Janeiro terá de investir em obras que garantam o abastecimento, o Brasil tem uma má notícia: o desmatamento na Amazônia aumentou 16% este ano (2015) e chegou a 5.841km², uma área equivalente à metade do território de Porto Rico. Por outro lado, a boa notícia é que o Brasil já esteve pior: em 2004, foram destruídos 27.772km². O objetivo para 2020 é não superar os 4000km². O desafio é enorme. Contra ele, estão principalmente os interesses da pecuária e dos agricultores. Os estados que concentram os maiores aumentos do desmatamentos (Amazonas, Rondônia e Mato Grosso) beneficiaram- se, paradoxalmente, de recursos do Fundo da Amazônia, nutrido pelo investimento estrangeiro e idealizado, precisamente, para reduzi-lo. I – a seca na região nordeste, provocada pelo desmatamento da Amazônia, representa o maior problema para o país em termos demográficos, já que a área afetada é maior do que a no sudeste, além de o problema ser mais antigo. II – o desmatamento da Amazônia tem diminuído especialmente nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas, graças à ajuda de investimento estrangeiro. III – embora o desmatamento na Amazônia ainda aconteça em níveis preocupantes, diminuiu se compararmos 2015 a 2004. Está correto apenas o que se afirma em: Alternativa III. Pergunta 02 Assunto/tema. População: números de habitantes nos estado brasileiros. Leia o texto e analise as afirmativas a seguir Brasil tem mais de 202 milhões de habitantes, diz IBGE. O Brasil ganhou no último ano 1.735.562 habitantes, média de 4,7 mil novos brasileiros por dia. Após romper a barreira dos 200 milhões de pessoas em 2013, o país teve crescimento populacional de 0,86% em 12 meses e atingiu a marca de 202,7 milhões - mantendo-se como a 5ª nação mais populosa do mundo, atrás da China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. Os dados foram divulgados pelo IBGE e são referentes a 1º de julho de 2014. Os números apontam para um crescimento mais expressivo da população nos municípios de médio porte, que tem entre 100 mil e 500 mil habitantes (1,12%). Em contrapartida, as capitais apresentaram estabilidade. Na avaliação da demógrafa Leila Eravatti, os municípios que compõem as regiões metropolitanas atraíram mais moradores por conta do elevado custo nas capitais, principalmente a alta expressiva do valor do metro quadrado. São Paulo é o estado mais populoso do país, com 44 milhões de habitantes – 88 vezes o número de pessoas que vivem em Roraima, o Estado menos populoso, com 496.936 habitantes. Entre as capitais, são Paulo também lidera, com 11.895.593 pessoas (leia mais abaixo), à frente do Rio de Janeiro (6.453.682), Salvador (2.902.927), Brasília (2.852.372) e Fortaleza (2.571.896). Serra da Saudade – MG, com 822 habitantes, é o município menos populoso do país. O menor crescimento foi registrado em Satuba – AL, com taxa de -15,87%, passando de 15.737 para 13.241 pessoas. Quando o recorte é feito por região, o sudeste aparece à frente com 85,1 milhões, seguidos por nordeste, 56,1 milhões; sul, 29 milhões; norte, 17,2 milhões; e centro-oeste com 15,1 milhões. I – cerca de 27% dos habitantes do estado de São Paulo residem na capital. II – a população da cidade de São Paulo é 1.200 vezes maior que a população de Araguainha, no estado do Mato Grosso. III – a população da cidade do Rio de Janeiro é superior à soma das populações do estados do Tocantins, Acre, Amapá e Roraima. Com base no texto, é correto o que se afirma apenas em: Alternativas I e III. Pergunta 03 Assunto/tema. Sociedade e relações de trabalho: levantamento da renda familiar no Brasil. Analise o gráfico, com o levantamento da renda familiar no Brasil em 2013, e as afirmativas a seguir. Considere que o salário mínimo na época da pesquisa era de R$ 678. I – em 2013, a renda de 66% das famílias era de 3 salários mínimos. II – o fato de a soma dos percentuais indicados na pirâmide resultar em 96% mostra que o levantamento da renda mensal familiar foi incompleto. III – pouco mais de um terço das famílias, em 2013, tinha renda mensal entre 2 e 5 salários mínimos. Está correto o que se afirma em: Apenas alternativa III. Pergunta 04 Assunto/tema. Sociedade, cultura e arte; manifestações artísticas e formas de expressão popular. Considere a figura e o texto a seguir. Se pensarmos nas características que dão identidade ao ato de pichar e de grafitar, veremos que ambos os seguimentos se comunicam muito mais do que se imagina ou que, intencionalmente, por meio de alguns veículos de comunicação e poder (parte da mídia e Estado), se faz acreditar. A prática de pintar e escrever em paredes está presente na história da humanidade desde a chamada pré-história. De lá pra cá, essa prática esteve inserida e foi influenciada por diferentes contextos históricos, culturais e geográficos. Vivemos ainda hoje num contexto de uma sociedade capitalista que impõe a uma grande parcela da população a situação de carência em diferentes aspectos. Muitos nos chama a atenção a carência de recursos econômicos, mas, atrelada a ela, está a carência de bens simbólicos, de produção de representações e cultura. Os grafites e as pichações atuais nascem da necessidade humana da produção de representações que lhes é negada. Essa é uma característica comum a ambos e que leva a outras inevitáveis. São elas a transgressão – o grafite e as pichações devem transgredir o espaço urbano em sua estética e forma de organização e, assim, devem ser realizados sem autorização. Serem públicos – as pichações e os grafites têm que estar em público, por isso são feitos nas ruas, apropriando-se de qualquer suporte que a cidade ofereça. Isso ocorre pelo objetivo de proporcionar o acesso à arte ao maiornúmero de pessoas, independentemente de étnica, gênero ou classe social. Também pela necessidade que os pichadores e os grafiteiros têm de serem vistos, serem reconhecidos pelo seu meio social e pela sociedade como um todo, ainda que, em alguns casos, de forma negativa, sanando assim, em parte, a invisibilidade a que muitas vezes estão submetidos por pertencerem, em geral, às camadas economicamente mais pobres da sociedade. Efemeridade – grafite e pichações, por ocuparem as ruas, os muros, estão sujeitos a todos os tipos de intervenção que se faça no mesmo espaço. Assim, são manifestações que tendem a permanecer pouco tempo onde estão. Thiago Santa Rosa, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, em entrevista ao Diário de Pernambuco. I – a figura sugere que a pichação é uma forma de expressão popular, que dá voz àqueles que não dispõem dos meios de comunicação socialmente legitimados, o que também se confirma no texto. II – de acordo com o texto, pichação e grafite são manifestações transgressoras, realizadas em lugares proibidos, e, por isso, degradam o patrimônio público. III – segundo o texto, os pichadores buscam reconhecimento, na tentativa de compensar a invisibilidade social a que estão submetidos. Está correto o que se afirma somente em: Alternativas I e III. Pergunta 05 Assunto/tema. Sociodeversidade e multiculturalismo: relações de gênero e jornada semanal de trabalho. Leia o texto e o gráfico a seguir. As mulheres frequentam mais os bancos escolares que os homens, dividem seu tempo entre o trabalho e os cuidados com a casa, geram renda familiar, porém continuam ganhando menos e trabalhado mais que os homens. As políticas de benefícios implementadas por empresas preocupadas em facilitar a vida das funcionárias que têm criança pequena em casa já estão chegando ao Brasil. Acordos de horários flexíveis, programas como auxílio-creche, auxílio-babá e auxílio-amamentação são alguns dos benefícios oferecidos. Considerando o texto e o gráfico, avalie as afirmativas a seguir: I – o somatório do tempo dedicado pelas mulheres aos afazeres domésticos e ao trabalho remunerado é superior ao dedicado pelos homens, independentemente do formato da família. II – o fragmento de texto e os dados do gráfico apontam para a necessidade de criação de políticas que promovam a igualdade entre os gêneros no que concerne, por exemplo, ao tempo médio dedicado ao trabalho e à remuneração recebida. III – no fragmento de reportagem apresentado, ressalta-se a diferença entre o tempo dedicado por mulheres e homens ao trabalho remunerado, sem alusão aos afazeres domésticos. É correto o que se afirma apenas em: Alternativas I e II. Pergunta 06 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: relações de gênero, conquistas da mulheres e participação feminina na política. Leia o artigo de Monica Sousa, filha do desenhista Mauricio de Sousa e inspiradora da personagem Monica das histórias em quadrinhos, em seguida, observe a tirinha. Somos todas donas da rua – 08/03/2016 No começo, a Turminha era formada só de meninos: Franjinha, Cebolinha, Chico Bento. Até que começaram a perguntar para o meu pai: “Cadê as meninas?”. Mauricio conhecia mais o universo dos garotos. Foi aí que ele começou a olhar em volta e percebeu que poderia se inspirar nas filhas. Em 1963, Monica estreou na tirinha do Cebolinha e encantou todo mundo com um jeito que não era considerado exatamente feminino para a época. Ela era forte, decidida, dona da rua. Eu era também. Meu pai sempre me deixou ser do meu jeito, sem me limitar por ser menina. Para ele, minha autenticidade (e de todos nós, seus dez filhos) sempre foi importante. É só ver, nos gibis, as peculiaridades de cada personagem baseados em nós. Quando uma menina ou mulher é mais, digamos, assertiva, logo leva a fama de mandona. Mas, para mim, o que a Monica sempre teve foi uma autoconfiança enorme, além de um grande sentimento de responsabilidade em relação a seus amigos. Meninas em todo o Brasil e em vários países do mundo se identificam com a dentucinha, fuja força maior não é a física: é a força de quem acredita em seus sonhos e capacidades. Na época em que a personagem nasceu, os anos 1960, as mulheres começavam a ganhar mais espaço no mercado de trabalho. No ano de publicação da primeira tirinha em que a Monica aparece, a russa Valentina Tereshkova foi a primeira mulher a viajar ao espaço. Mas o caminho foi longo. Fazia pouco menos de três décadas que as brasileiras haviam ocupado o direito ao voto. Em 1964, foi criada a Magali, mais delicada, conciliadora (além de comilona, claro!). Mais alguns anos e chegou a Rosinha e tantas outras. Cada uma com seu jeito. Os meninos e meninas da Turma são diferentes? Com certeza. Mas brinca de casinha, de futebol, de viagem espacial, do que quiserem brincar. Juntos. E, como a Monica nunca foi limitada pelo fato de ser menina, elas e eles também não são. Tem os mesmos direitos e oportunidades. São iguais na diferença. Como são, naturalmente, as crianças. Ou como deveriam ser. Mas as crianças, também naturalmente, seguem os exemplos dos adultos, não é? Por isso precisamos ser bons exemplos para eles. Pois é, em pleno século 21, ainda há muito a conquistar. Como diretora executiva de uma grande empresa, sou, do mesmo modo que a Monica das historinhas, uma exceção. No Brasil, as mulheres ocupam apenas 5% das vagas nos conselhos das empresas e entre 8 e 16% dos cargos de alta liderança. Já temos uma mulher na Presidência, mas, no Congresso, são apenas 13 senadoras para um total de 81 vagas e 51 deputadas para 513 cadeiras na Câmara Federal. A nova geração tem a oportunidade de mudar esse quadro, com a nossa ajuda. A violência contra mulheres e meninas tem raízes na discriminação e na desigualdade e começa cedo, portanto, a prevenção precisa acompanhar esse fator desde a educação de meninos e meninas, a fim de promover relações de gênero mais respeitosas. Desde 2007, a Monica é embaixadora do UNICEF, emprestando sua força para defender os direitos das crianças e adolescentes. Neste ano de 2016, a Mauricio de Sousa Produções tem o orgulho de se tornar signatária dos princípios da ONU Mulheres. Fundamentada na visão de igualdade consagrada na Carta das Nações Unida, a ONU Mulheres, entre outras questões, trabalha para a eliminação da discriminação contra as mulheres e meninas e realização da igualdade entre mulheres e homens, como parceiros e beneficiários do desenvolvimento, direitos humanos, ação humanitária, paz e segurança. Neste dia 8 de março, queremos mais que homenagens. Queremos respeito. Como a Monica, as meninas podem ser as donas da rua e do mundo. Com base na leitura, analise as afirmativas. I – de acordo com o texto, a personagem Monica representou, na época de sua criação, uma expressão das conquistas das mulheres na nossa sociedade patriarcal. II – segundo o texto, apesar dos avanços em relação à participação das mulheres na política, elas ocupam cerca de 11% das vagas do Congresso Nacional. III – os quadrinhos contradizem o que é exposto no texto sobre os papéis e as características dos personagens, uma vez que o Cebolinha defende a divisão de tarefas de acordo com o sexo. Está correto o que se afirma em: Alternativas I e II apenas. Pergunta 07 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, relações de gênero e taxa de homicídios de mulheres. Observe o gráfico sobre a taxa de homicídios de mulheres nos estados brasileiros. Taxa de homicídios de mulheres (por 100 mil) por estado, Brasil, 2006 e 2013 Mapa da violência 2015. Homicídios de mulheres no Brasil. Analise as afirmativas, de acordo com os dados do gráfico. I – as taxas de homicídios de mulheres em São Paulo, em 2006 e em 2013, foram menores do que a taxa brasileira. II – o aumento da taxa de homicídios de mulheres em estados brasileiros, no período de 2006 a 2013, deve-se principalmente ao crescimentoda população brasileira. III – o estado que teve mais mulheres assassinadas em 2013 foi Roraima. IV – em 2006, houve mais mulheres assassinadas no Espírito Santo do que no Rio de Janeiro. Está correto o que se afirma somente em: Alternativa I Pergunta 08 Assunto/tema. Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): alfabetização midiática e informacional e consequências da falta de letramento digital. Leia o texto a seguir. A alfabetização midiática e informacional tem como proposta desenvolver a capacidade dos cidadãos de utilizar mídias, bibliotecas, arquivos e outros provedores de informação como ferramentas para a liberdade de expressão, o pluralismo, o diálogo e a tolerância intercultural, que contribuem para o debate democrático e a boa governança. Nos últimos anos, uma ferramenta de grande valia para o aprendizado, dentro e fora da sala de aula, tem sido os dispositivos móveis. Como principal meio de acesso à internet e, por conseguinte, às redes sociais, o telefone celular tem sido a ferramenta mais importante de utilização social das diferentes mídias, com apropriação de seu uso e significado, sendo, assim, uma das principais formas para o letramento digital da população. Esse letramento desenvolve-se em vários níveis, desde a simples utilização de um aplicativo de conversação com colegas, até a utilização em transações financeiras nacionais e internacionais. Com base na leitura, avalie as asserções e a relação entre elas. I – para ser considerada digitalmente letrada, a pessoa deve acessar as redes sociais por meio de aparelhos celulares e dispositivos móveis. Porque II – todas as pessoas letradas digitalmente desenvolvem as mesmas habilidades de comunicação e ação, que incluem desde a simples utilização de um aplicativo de conversação até a realização de transações financeiras nacionais e internacionais. A respeito dessa asserções, assinale a opção correta. As asserções I e II são proposições falsas. Pergunta 09 Assunto/tema. Transportes: tempo de deslocamento casa-trabalho e políticas públicas direcionadas à mobilidade urbana. O quando a seguir apresenta a proporção (%) de trabalhadores por faixa de tempo gasto no deslocamento casa-trabalho, no Brasil e em três cidades brasileiras. Tempo de deslocamento Brasil Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Até cinco minutos 12,70 5,80 5,10 7,80 De seis minutos até meia hora 52,20 32,10 31,60 45,88 Mais de meia hora até uma hora 23,60 33,50 34,60 12,90 Mais de uma hora até duas horas 9,80 23,20 23,30 1,20 Mais de duas horas 1,80 5,50 5,30 1,20 Com base nos dados apresentados e considerando a distribuição da população trabalhadora nas cidades e as políticas direcionadas à mobilidade urbana, avalie as afirmativas a seguir. I – a distribuição das pessoas por faixa de tempo de deslocamento casa-trabalho na região metropolitana do Rio de Janeiro é próxima à que se verifica em São Paulo, mas não em Curitiba ou na média brasileira. II – nas metrópoles, em geral, a maioria dos postos de trabalho está localizada nas áreas urbanas centrais, e as residências da população de baixa renda estão concentradas em áreas irregulares ou na periferia, o que aumenta o tempo gasto por essa população no deslocamento casa-trabalho e o custo do transporte. III – as políticas públicas referentes a transportes urbanos, como, por exemplo, Bilhete Único e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ao serem implementadas, contribuem para redução do tempo gasto no deslocamento casa- trabalho e do custo do transporte. É correto o que se afirma em: Alternativas I, II e III. Pergunta 10 Assunto/tema. Violência: sistema socioeconômico. Leia o texto a seguir. Criminologia – Eduardo Galeano A cada ano, os pesticidas químicos matam pelo menos três milhões de camponeses. A cada dia, os acidentes de trabalho matam pelo menos dez mil trabalhadores. A cada minuto, a miséria mata pelo menos dez crianças. Esses crimes não aparecem nos noticiários. São, como as guerras, atos normais de canibalismo. Os criminosos andam soltos. As prisões não foram feitas para os que estripam multidões. A construção de prisões é o plano de habilitação que os pobres merecem. Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas. I – do texto, apreende-se que práticas econômicas e sociais vigentes causam a morte de milhões de cidadãos. II – quando o autor afirma que “os criminosos estão soltos”, quer dizer que o sistema prisional tem vagas insuficientes para abrigar aqueles que são responsáveis por estripar multidões. III – os pesticidas, os acidentes de trabalho e a miséria, por não serem indivíduos, não podem ser presos. Portanto, quando alguém morre por uma dessas causas, não há culpados. IV – o autor considera que a justiça poupa grandes corporações e instituições e defende a ideia de que as prisões sejam habitações destinadas aos mais pobres. Está correto o que se afirma somente em: Alternativa I. ATIVIDADE II Pergunta 01 Assunto/tema. Arte urbana: expressões artísticas e grafite. Leia o texto a seguir. São Paulo, a capital mundial do grafite. A cidade mais populosa da América Latina concentra um dos mais grandiosos museus a céu aberto de arte urbana do mundo. Quando estiver andando por São Paulo, olhe para cima. Ou para os lados. Não importa muito se está caminhando por um bairro de classe média ou pela periferia. Há uma característica comum às regras diferentes regiões da maior cidade mais populosa da América Latina: os grafites e pichações, que vem tomando conta dos muros nos mais de 1.500km² da área de extensão, estão transformando São Paulo na capital mundial do grafite. De maneira geral, a arte urbana não agrada a todos os gostos. Mas é unanime a opinião de que São Paulo é uma cidade cinza, e o grafite insere cor a esse cenário. “O grafite é uma manifestação artística que faz parte do cotidiano de todos, quer você goste ou não. Ele se impõe”, dizem os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos. A dupla de artista é conhecida, ao redor do mundo, pelos trabalhos que misturam certo realismo fantástico com personagens bem característicos, sempre com cores e figuras geométricas parecidas. Os irmãos começaram a grafitar em 1987 no bairro onde cresceram, o Cambuci, na zona sul da capital paulista. “A arte não é para você gostar, é para você refletir e pensar”, completa Thiago Mundano, 27 anos, que se autointitula “artivista”, por atrelar o grafite a ações sociais. Na Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte da capital, bem próximo a uma das duas rodoviárias da cidade, um grupo de 58 artistas fez 66 painéis, criando, em 2011, o primeiro Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo (MAAU). Eles levaram para as ruas uma das maiores características dessa arte: a acessibilidade. “O fato de a arte estar na rua já é muito mais democrático. A pessoa não precisa entrar numa galeria fechada para ver”, diz a artista e grafiteira Prila Paiva, 35 anos. Organizado com autorização da Prefeitura, esse museu é uma exceção. Como o grande negócio do grafite é ocupar a cidade, os artistas nem sempre pintam em muros autorizados. Existe um aspecto de subversão, que envolve, entre outras coisas, “a adrenalina de pichar”, segundo Mundano. Para ele, tudo é relativo. “Um outdoor é tão agressivo quanto um grafite. Eu posso achar ruim, para a minha filha, por exemplo, abrir a janela de casa e dar de cara com uma mulher de calcinha e sutiã numa propaganda para vender lingerie”. São Paulo adotou, em janeiro de 2007, a Lei Cidade Limpa, durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, proibindo em outdoors e em imóveis públicos e privados. Já em relação aos grafites, ainda não houve um acorde entre artistas e poder público. Por isso, de um lado, a Prefeitura apaga, cobrindo com tinta cinza, muito dos muros grafitados. De outro, grafiteiros e pichadores pintam os locais apagados novamente. “Nunca sentimos, por parte da prefeitura, interesse de entender e respeitara cultura do grafite”, contam Os Gêmeos. “Existem problemas sérios em São Paulo que precisam desse dinheiro do contribuinte, em vez de ser investido em tinta cinza para apagar trabalhos de arte”. Mesmo assim, no final da gestão de Kassab, a Prefeitura publicou um guia bilíngue de lugares para ver os grafites na cidade, com uma pequena ficha de alguns artistas. Por tratar-se de uma arte muito efêmera, um dia a obra está lá e no outro pode já ter sido apagada, o consultor financeiro Ricardo Czapski e a produtora cultural Marina Gonzalez tiveram a ideia de eternizar algumas pinturas. Eles acabam de lançar o livro Graffiti em São Paulo, que nasceu de um acervo de mais de dez mil fotos que Czapski tirou, por 5 anos, de muros grafitados. “O grafite tem uma recepção muito boa em todos os níveis. Não tem mais aquela má impressão da arte marginal”, diz Gonzalez. Como passar dos anos, além do reconhecimento do público, o grafite foi se tornando um negócio mais rentável. Hoje, a arte urbana está presente em galerias e exposições pelo Brasil e pelo mundo. “Depois que fizemos a exposição dos Gêmeos, ganhamos outro público na galeria. Esses artistas tem um apelo que outros não tem”, diz Alexandre Gabriel, diretor da galeria que representa Os Gêmeos. Neste momento, a cidade abriga a 14ª edição da Graffiti Fine Art, um projeto com curadoria do artista Binho Ribeiro, que expõe grafites no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE). A exibição é gratuita. O museu fica em um bairro nobre da capital, no Jardim Europa, uma prova de que essa arte marginal anda mais ao centro do que à margem da cidade. “Não existe preconceito do mercado, o que existe são pessoas preconceituosas”, conclui Ribeiro. Pimp My Carroça Exemplo do cunho social que o grafite pode desenvolver, em 2007, Thiago Mundano começou a pintar as carroças dos mais de 20.000 catadores de lixo reciclável de São Paulo, que transportam, em um carrinho improvisado, toneladas de papelão, vidro e alumínio para os centros de reciclagem. “Percebi que essas pessoas são invisíveis, ninguém olha pra elas”, diz Mundano. A meta, na época, era pintar 100 carroças, mas com o tempo, Mundano viu que apenas pintar não bastava. As carroças precisavam de itens de segurança, como tintas refletoras para a noite, espelhos retrovisores, luvas e cordas para os catadores. Assim, nasceu o projeto Pimp My Carroça. Por meio do site de crowdfunding Catarse, Mundano arrecadou 64.000 reais (27,8 mil dólares), de 792 apoiadores. O projeto cresceu, se transformou em um evento no centro de São Paulo, onde as carroças foram pintadas e os catadores ganharam camisetas, alimentos e uma consulta com um clínico geral. De lá pra cá, o Rio de Janeiro e Curitiba, a capital do Paraná, no sul do país, receberam uma edição do projeto, contabilizando mais de 120 voluntários e um número já incontável de carroças pintadas. O próximo passo é desenvolver para que qualquer um possa localizar os catadores que estiverem mais próximos e entregar a eles o lixo reciclável. Com base na leitura, analise as afirmativas. I – Apesar de haver controvérsias quanto à aceitação do grafite e da pichação como formas de arte, há indícios de que o reconhecimento dessas expressões artísticas está aumentado, como a criação do Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo. II – o grafite agrava o preconceito social contra as pessoas mais pobres, uma vez que se trata de uma manifestação popular que não alcança o prestígio das artes oficialmente reconhecidas. III – de acordo com o texto, o grafite e a pichação são comparáveis aos outdoors e deveria haver uma legislação semelhante à Cidade Limpa para proibir essas manifestações. IV – a acessibilidade, a efemeridade e a relação com causas sociais são características da arte urbana. Está correto o que se afirma apenas em: Alternativas I, II e IV. Pergunta 02 Leia a charge a seguir. Assinale a alternativa que indica um ditado popular que tenha relação com a charge. “O maior cego é aquele que se recusa a ver”. Pergunta 03 Assunto/tema. Formação do Brasil: reflexos da colonização. Leia o texto a seguir O que Portugal tem a ver com o Brasil – Alexandra Lucas Coelho Os portugueses não parecem ter uma boa relação com os brasileiros, disse-me uma alemã, conhecedora profissional de Portugal e Brasil. Estávamos na Alemanha, o Brasil temia uma guerra civil, foi há dez dias. Agora, de volta à casa, continuo a pensar na observação desta veterana, que nada tinha de provocadora, era só vontade de entender. Mas é impossível ignorar o que se tem manifestado em Portugal de equivoco face ao Brasil ao longo destes dias. Segundo um desses equívocos, provável pai dos outros, o tema da colonização encerrou-se, chega de falar dele, é passado. Penso o contrário, que mal começamos, que é presente, e a atual crise brasileira acentua isso. Não só pelo que expõe das estruturas brasileiras, como pelo que revelou do olhar de Portugal sobre o Brasil, e sobre si mesmo. Com esse nome, o Brasil viveu 322 anos de ocupação portuguesa e 194 de independência. Se alguém acredita que o tempo da independência poderia já ter curado o tempo de ocupação, precisa voltar à história luso-brasileira, porque o alcance da violência vai longe, e em muitas direções. Esses 322 anos atuam diariamente naquilo que é hoje o Brasil, na clivagem entre São Paulo e o Nordeste, nos milhões que ainda moram em favelas, na relação Casa-Grande & Senzala das elites com os empregados, na violência da polícia que continua a ser militar, no desmando oligárquico dos que controlam aparelhos e estados, no saque catastrófico da natureza, na traição aos grupos indígenas, na evangelização dos pobres, radicalizando o conservadorismo num país onde se morre de aborto. Não é elenco para uma crônica, tem sido e será para muitas, livros, bibliotecas. O lulismo fez coisas importantes contra parte dessa herança (nas desigualdades mais urgentes, na cultura), não fez o suficiente contra boa parte disto (na educação, na saúde, na polícia), fez coisas que pioraram isto (um capitalismo com consequências devastadoras no ambiente e nas questões indígenas) e historicamente produziu uma geração que o critica e supera pela esquerda, num caldo inédito de periferias politicamente empoderadas e uma nova faixa politizada vinda da elite. A violência sistêmica brasileira tem raízes nas duas violências fundadoras da colonização portuguesa, extermínio indígena e escravatura africana. Os portugueses não inventaram a escravatura, mas inauguraram o tráfico em grande escala. Dos 12 milhões de indivíduos que as potências europeias deportaram de África até ao século XVIII, 5,8 milhões foram traficados por Portugal. Isto significa 47%, ou seja, quase metade do tráfico foi assegurado por Portugal, e a maioria destinava-se a sustentar a colonização do Brasil. A escravatura é um horror antiquíssimo, sim, e entre os séculos XV e XVIII a forma portuguesa de a praticar foi secundada por ingleses, espanhóis, franceses, holandeses, sim. Mas a Portugal coube esta iniciativa: deportação em massa, para nela assentar a exploração brutal de um território gigante, à custa do qual um território minúsculo viveu, como toda uma bibliografia tem mostrado de forma cada vez mais desassombrada. Não aprendi isto na escola, e tenho sérias dúvidas de que a maior parte dos portugueses faça ideia de que Portugal, sozinho, deportou tantos africanos como os judeus mortos no Holocausto, com a ajuda teológica e logística da Igreja Católica, depois de ter levado ao extermínio de ninguém sabe quantos índios, provavelmente não menos de um milhão. Com base no texto, assinale a alternativa correta. Os atuais problemas brasileiros, das mais diversas naturezas, tiveram origem no sistema português de colonização do Brasil, cujos reflexos são sentidos até hoje. Pergunta 04 Assunto/tema. Meio ambiente e saúde: poluição do ar. Leia a charge e o texto a seguir. Níveis de poluição do ar estão crescendo em muitasdas cidades mais pobres do mundo. OPAS/OMS Brasil – Trecho (12 de maio de 2016). Mais de 80% das pessoas vivendo em áreas urbanas que monitoram a poluição do ar estão expostas a níveis de qualidade do ar que excedem os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora todas as regiões do mundo sejam afetadas, populações de baixa renda são as que mais sofrem impacto. De acordo com o último banco de dados sobre a qualidade do ar em áreas urbanas, 98% das cidades em países de baixa e média renda com mais de 100 mil habitantes não atendem às diretrizes de qualidade do ar da OMS. Em países de alta renda, no entanto, esse percentual cai para 56%. Nos dois últimos anos, o banco de dados – que agora abrange 3 mil cidades em 103 países – quase dobrou, com mais cidades medindo os níveis de poluição de ar e reconhecendo os impactos associados à saúde. Enquanto a qualidade do ar em áreas urbanas cai, o risco de acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas e agudas (incluindo asma) aumenta para as pessoas que vivem nesses locais. “A poluição do ar é uma das principais causas de doenças e mortes. A notícia de que mais cidades estão intensificando o monitoramento da qualidade do ar é positiva, então quando tomam medidas para melhorá-lo passam a ter um ponto de referência”, afirmou Flavia Bustreo, diretora-geral assistente do programa da OMS sobre Saúde das Crianças, Mulheres e Família. “Quando o ar poluído toma nossas cidades, as populações urbanas mais vulneráveis – mais jovens, mais velhos e mais pobres – são as mais afetadas”. Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I. O objetivo da charge é criticar os problemas do sistema de saúde brasileiro, mostrando que ele salva alguns e prejudica outros. II. De acordo com o texto, 80% da população mundial sofrem os males provocados pela poluição. III. O texto e a charge abordam os problemas de saúde causados pela poluição do ar nas cidades e propõem o monitoramento do ar como a solução para reverter essa situação. IV. Nos países de alta renda, 56% das pessoas são afetadas pela poluição. Nenhuma afirmativa é correta. Pergunta 05 Assunto/tema. Meio ambiente: consumo sustentável e descarte de resíduos. Leia a charge a seguir. A partir das ideias sugeridas pela charge, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A adoção de posturas de consumo sustentável, com descarte correto dos resíduos gerados, favorece a preservação da diversidade biológica. PORQUE II. Refletir sobre os problemas socioambientais resulta em melhoria da qualidade de vida. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. Pergunta 06 Assunto/tema. Preconceito: estereótipos sociais e racismo. Leia os quadrinho e as afirmativas a seguir. I. O objetivo dos quadrinhos é mostrar que os preconceitos estão enraizados no nosso cotidiano e não incomodam ninguém. II. Os quadrinhos denunciam estereótipos sociais que se baseiam em uma visão racista. III. Os quadrinhos mostram que há pessoas que, no cotidiano, não percebem o teor racista de seus discursos. Está correto o que se afirma em: Alternativas II e III apenas. Pergunta 07 Assunto/tema. Responsabilidade social: formas de chegada dos usuários aos serviços socioassistenciais. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos 2014- 2015. Nota: Uma mesma unidade pode declarar mais de uma forma de chegada do usuário em um ou mais serviços prestados. Com base nas informações do gráfico, foram feitas as seguintes afirmativas. I. 51,9% das unidades privadas prestadoras do serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas relatam chegada de usuários de forma ativa. II. 81,6% das entidades privadas, sem fins lucrativos executoras do serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias relatam acesso por demanda espontânea. III. 40,1% das entidades privadas que atuam no serviço especializado para pessoas em situação de rua indicam busca ativa como modalidade de acesso. IV. 82,4% das unidades privadas que desenvolvem serviço de convivência e fortalecimento de vínculos indicam que usuários buscam o serviço de forma espontânea. V. Em 81,6% das unidades da rede privada que realizam acolhimento institucional, a chegada de usuários deu- se por encaminhamento. É correto apenas o que se afirma em: Alternativas I, III e IV. Pergunta 08 Assunto/tema. Saúde: alimentação e obesidade. Leia o texto a seguir. Obesidade, consumo e política: uma conversa sobre as mudanças mundiais na alimentação Por que estamos engordando? O que a política tem a ver com os alimentos? Por que não vemos publicidade de legumes na TV? Essas e outras questões relacionadas às transformações na alimentação e suas consequências no cenário internacional foram abordadas por Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável do Ministério da Saúde de Portugal e doutor em Nutrição Humana pela Universidade do Porto. Em visita ao Brasil, ele participou do Seminário Internacional: Escolhas Alimentares e seus Impactos, no Sesc Santos. Confira algumas questões levantadas. Estamos engordando. Ao comparar gráficos da presença da obesidade nas populações dos Estados Unidos e da área rural de Bangladesh, por exemplo, o professor Pedro Graça conclui: essa é uma epidemia global. A obesidade cresceu nos últimos 20 anos não só em países industrializados, com ampla oferta de alimentos, mas chegou até áreas rurais da Ásia. Os mais pobres engordam mais até recentemente, acreditava-se que essa era uma epidemia que atingia principalmente as populações que estavam melhorando economicamente, associada ao acesso à alimentação, ao acesso à caloria, à gordura, à proteína. Mas não é bem assim: “O que nós estamos a viver é não só o aumento da doença no mundo inteiro, mas, ao contrário do que se esperava, quem é mais afetada é a população mais carente, mais vulnerável. Pobreza e obesidade se aproximam de tal maneira que a pessoa pode ter fome e ser obesa ao mesmo tempo. Coisa que para nós da biologia é um paradoxo”, afirma. Somos treinados para engordar “Nós somos uma máquina de engordar”. Isso porque a capacidade de acumular reservas de energia na forma de gordura foi essencial para a sobrevivência do ser humano, diante da escassez de alimentos. “O ser humano está preparado para lidar com a fome há dois milhões de anos. E começou a lidar com excesso de calorias há 50 anos. Não estamos preparados biologicamente para isso”, afirma Pedro. O que mudou? Diversas alterações demográficas causaram mudanças na alimentação: a entrada da mulher no mercado de trabalho e na vida acadêmica, o envelhecimento da população e a necessidade de se trabalhar mais horas são alguns exemplos. E, se aumenta o tempo do trabalho, o que fica para trás é o tempo de cozinhar e de ficar com os filhos. Os alimentos que já vêm prontos têm, portanto, muito mais apelo do que aqueles que exigem tempo e conhecimentos culinários para o preparo. Além disso, em muitos lugares é mais fácil e barato encontrar produtos ultraprocessados e calóricos - ricos em açúcar, sal e gordura - em vez de alimentos frescos. Você já viu propaganda de alface na TV? Provavelmente não. Mas vemos diariamente publicidade de produtos ultraprocessados e super calóricos, não é mesmo? Pedro Graça chama atenção para o fato de que grandes indústrias alimentícias lucram muito, enquanto quem trabalha no campo com frutas e legumes, em geral, tem ganhos pequenos e são os que mais sofrem com oscilações na economia e nos preços dos alimentos. Assim fica fácil entender como um lado tem muito mais capacidade de investire produzir comunicação do que o outro. É preciso reconhecer o ambiente. De acordo com o pesquisador Philip James, durante décadas pensou-se que a atenção e o esforço individual fossem suficientes para prevenir a obesidade, porém depois de décadas desse esforço, as taxas de ganho de peso continuaram a subir. Essa epidemia reflete a presença de um ambiente tóxico ou obesogênico. Isso significa que não adianta ensinar as pessoas sobre alimentação saudável, se não há um ambiente favorável a isso, ou seja, se não há oferta de alimentos saudáveis em local próximo, a preços acessíveis. “Eu tenho primeiro que me preocupar com as condições que existem ou que eu posso criar para que o suco de laranja apareça, para em seguida dizer como é importante consumir suco de laranja”, exemplifica Pedro Graça. Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I. De acordo com o texto, o cuidado com o peso é uma questão de educação individual e a obesidade aumenta entre os mais pobres por falta de instrução. II. As alterações no modo de vida têm responsabilidade pelo aumento da obesidade, uma vez que há incentivo ao consumo de produtos ultraprocessados, mais práticos do que os alimentos frescos. III. A melhora econômica facilita o acesso da população aos alimentos e, consequentemente, aumenta a prevalência de obesidade. IV. A propaganda e o marketing têm influência sobre a venda de produtos industrializados e atingem apenas as regiões urbanas. Apenas a alternativa II está correta. Pergunta 09 Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: intolerância religiosa. Com base na leitura da letra da canção Guerra Santa, de Gilberto Gil, analise as afirmativas. I. Com as metáforas “barraqueiro” (v.3) e “limões”, o autor procura situar, respectivamente, religiosos e produtos religiosos, em contexto de pluralidade, tolerância e cidadania. II. Infere-se do trecho “só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz/deixa o outro vender limões” (v.3-4) que a paz entre as religiões depende da não concorrência econômica pela venda de produtos religiosos. III. A despeito de o autor da canção utilizar nomes de divindades e personagens divinizadas mais conhecidas, a expressão “e tantos mais” (v.10) evidencia a referência a qualquer representação do divino em qualquer religião. É correto apenas o que se afirma em: Alternativas I e III. Pergunta 10 Assunto/tema. Tecnologia: realidade aumentada. Leia o texto e a charge e analise as afirmativas a seguir. Pokémon GO no Brasil: como foi o primeiro dia do jogo no país. Jogo dos monstrinhos leva pessoas à rua e faz estranhos se socializarem - Bruno Silva 04/08/2016. A febre de Pokémon GO no Brasil já era mais do que esperada. Desde os pedidos desesperados nas redes sociais, os protestos que levaram à invasão da conta do criador do game no Twitter ao lançamento oficial do jogo no país, na última quarta-feira (3), alcançando o topo da AppStore em menos de um dia, era de se imaginar que o jogo teria, aqui, o mesmo sucesso encontrado lá fora. E nas ruas do país, como seria a recepção? Para responder a essa pergunta, aguardamos, como muitos, o raiar do sol (o jogo chegou aqui às 18h da quarta) para embarcar na nossa própria jornada Pokémon. Andei pelas ruas de São Paulo e a resposta é: sim, Pokémon GO é uma febre. Em toda a capital paulista, vários grupos se juntaram espontaneamente para jogar. Foi muito fácil encontrar pessoas de todos os gêneros, idades e estilos nas ruas, com um comportamento aparentemente duvidoso frente à tela do celular, procurando seus monstros. Nossa jornada começou por volta das 9h30. Como a Niantic já afirmou que os monstros têm mais possibilidade de serem encontrados em parques e em pontos turísticos, fui ao local que junta as duas características: o Parque do Ibirapuera. No caminho, dentro de um Uber (nunca jogue ao volante!) liguei o aplicativo na esperança de achar mais monstros, aproveitando o movimento do carro, mas só encontrei Pidgeys e Zubats - os tipos mais comuns na rua. A aposta no Ibirapuera deu certo: logo na entrada do portão 9 do parque encontrei um Eevee, um Goldeen e um Paras. A janelinha de monstros próximos acusava a presença de mais monstros que ainda não havia encontrado até então: Geodude, Staryu e um Bulbasaur. Procurei um bocado, mas o inicial de grama não deu as caras. Observando o parque, era fácil observar que algo estava diferente. Além dos habituais corredores e ciclistas, um terceiro tipo de pessoa era bem comum nas pistas e gramados do parque: pessoas andando com a cabeça baixa, olhando para a tela do celular. Olhei de relance para a tela quando pude; em quase todos os casos, era Pokémon GO. Na maioria das vezes, nem era necessário bisbilhotar: quando duas pessoas ou mais estava com o celular na mão, a conversa invariavelmente era algo como “capturei um Zubat com 150 CP” ou “tô quase evoluindo meu Pidgey”. O mais surpreendente veio quando me aproximei do Planetário do Ibirapuera, que no game, é um ponto com quatro pokéstops adjacentes. Nas quatro, foram colocados Lure Modules - itens que servem para atrair monstros para a pokéstop - e, com isso, cerca de 15 pessoas estavam por ali, sentadas ou andando em círculos, olho fixo no smartphone, o polegar se arrastando de baixo para cima da tela. O problema de Pokémon GO No meio do caminho, deparei com o principal problema que aflige o jogador de Pokémon GO: a bateria do celular. O uso do jogo no carro a caminho do parque e no local fez a energia do smartphone despencar de 100% a 10% em pouco menos de uma hora e meia de uso. Depois que o celular apagou, perambulei pelo parque até achar uma tomada em uma lanchonete, e passei 40 minutos esperando o aparelho voltar a um nível seguro de bateria. Lá, tive um encontro inusitado: o entregador da lanchonete estava jogando Pokémon GO e imediatamente começamos a bater papo. “Peguei uns três ‘Bulbassauro’ já. Estou aproveitando as minhas entregas e o caminho de ônibus pra capturar mais”, me contou o entregador, também reclamando que o celular gasta muita bateria. “Vou voltar aqui no fim de semana com meu amigo pra capturar mais”, finalizou. I. O texto e a charge mostram que o Pokémon Go encontrou grande aceitação entre os brasileiros e enaltecem o poder de engajamento do jogo. II. A charge critica a alienação de pessoas que aderem ao jogo e se desconectam da realidade em que vivem. III. O texto e a charge apontam os problemas do Pokémon Go no comportamento das pessoas, pois o jogo leva o usuário para uma realidade paralela, promovendo a falta de sociabilidade. IV. O objetivo da charge é mostrar os aspectos positivos do jogo, que torna felizes seus usuários, poupando-os dos problemas do mundo em que vivemos. Está correto o que se afirma somente em: Apenas alternativa II. Pergunta 1 1 em 1 pontos Assunto/tema. Ética, democracia e cidadania: desmatamento e condições de vida da população indígena. Leia o artigo de Leão Serva e a charge. No Dia do Índio, nada a comemorar, só razões para protestar Índios brasileiros e apoiadores britânicos fazem protesto diante da Embaixada do Brasil, em Londres, em 19 de abril, Dia do Índio. Vão dizer que as populações tradicionais não têm nada que comemorar no dia consagrado a elas. E tentarão atrair a atenção de quem compra produtos brasileiros no exterior para o sangue indígena que mancha nossas commodities agropecuárias e minerais. É irônico que, em um regime democrático, protestos desse tipo aconteçam na capital britânica como ocorriam antes, durante a Ditadura Militar, a cada visita de presidente ou representantes do regime. No entanto, chamar a atenção dos países que podem influenciar o Brasil, sempre tão cioso de sua imagem externa, é a única ação que restou diante dos ataques à proteção ambiental e aos direitos indígenas pela atual administração federal com amplo apoio no Congresso. (...) O protesto na sededa representação diplomática brasileira tem o apoio, em Londres, da organização Survival International. Na semana passada, outra entidade, o Observatório do Clima, que reúne cerca de 40 organizações ambientalistas, criticou as medidas do Executivo Federal que apressam a desmontagem dos dispositivos consagrados na Constituição de 1988. Chama atenção para a coincidência entre esses ataques às leis de proteção ambiental no momento em que cresce a desmoralização da elite política do país, sob acusações de corrupção. (...) Entre as medidas tomadas pelo Congresso, exatamente quando crescem as denúncias contra legisladores, estão leis que reduzem as áreas de preservação ambiental: "Na última terça-feira (11/4), uma comissão do Congresso Nacional retalhou um conjunto de unidades de conservação na Amazônia e na Mata Atlântica, liberando para grilagem 660 mil hectares de terras públicas que haviam sido ilegalmente ocupadas e vêm sendo desmatadas (...). Na quarta-feira (12/4), em sete minutos, outra comissão especial do Congresso aprovou a Medida Provisória 758, que reduz outros 442 mil hectares de unidades de conservação na Amazônia – em dois dias, 1,1 milhão de hectares". Os ataques à legislação de proteção dos índios e do ambiente coincidem também com o aumento vertiginoso na devastação das florestas: a devastação cresceu 60% nos últimos dois anos, pondo em risco a meta brasileira de chegar a 2020 com redução de 80% na taxa, lançando dúvidas sobre a seriedade do compromisso do governo brasileiro com o Acordo de Paris. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leaoserva/2017/04/1876433-no-dia-do-indio-nada-a-comemorar-so-razoes- para-protestar.shtml>. Acesso em: 19 abr. 2017 (com adaptações). Disponível em: <http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2015/04/noticias/regiao/152582-sustentando-partidos-e-os-indios-de- ontem-e-de-hoje-nas-charges-dos-jornais-de-quarta-feira.html>. Acesso em: 19 abr. 2017. Com base na leitura, analise as afirmativas. I. O objetivo da charge é mostrar que, apesar de os índios perderem recursos naturais, houve, para eles, a compensação do acesso à tecnologia. II. De acordo com o texto, o protesto em Londres tem por objetivo denunciar ao mundo medidas do governo contra a proteção ambiental e contra os direitos indígenas. III. Os índios brasileiros, como mostra a charge, têm sido submetidos a um processo de aculturação, que lhes traz piores condições de vida. IV. Segundo o texto, o Brasil tem hoje 1,1 milhão de hectares de áreas devastadas. Está correto o que se afirma somente em: Resposta Selecionada: e. II e III. 1 em 1 pontos http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leaoserva/2017/04/1876433-no-dia-do-indio-nada-a-comemorar-so-razoes- http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2015/04/noticias/regiao/152582-sustentando-partidos-e-os-indios-de- Pergunta 2 1 em 1 pontos Assunto/tema. Responsabilidade social e setor privado: responsabilidade social empresarial e diminuição das desigualdades sociais. Leia a charge e o texto a seguir. Disponível em: <http://mitnoticias.blogspot.com.br/2012/11/a-visao-da-empresa-e-mais-importante.html>. Acesso em: 09 jan. 2016. Responsabilidade social empresarial e diminuição das desigualdades sociais Anna Flávia Camilli Oliveira Torna-se flagrante a mudança de paradigma na forma de atuação empresarial, ampliando seus objetivos para além da mera obtenção do lucro, dando espaço à atuação socialmente responsável. Esse novo posicionamento é necessário à garantia da continuidade dos negócios e à promoção da sustentabilidade, que passa pela diminuição das desigualdades sociais. Carlos Nelson dos Reis e Luiz Edgard Medeiros, a esse respeito, ensinam: “em uma realidade mundial caracterizada por vigorosas e profundas transformações societárias, as empresas ocupam, inequivocamente, o lugar de agentes especiais de promoção do desenvolvimento econômico e social. Para tanto, suas ações devem ser direcionadas para a busca de uma efetiva articulação das relações sociais voltadas para o bem-estar da humanidade nos níveis local, regional e internacional. É nesta perspectiva que elas podem, e têm força para tanto, consolidar níveis de equidade social tão esperados pelas populações que vivem sob o manto da desigualdade. A existência de uma consciência empresarial responsável é fundamental para que haja possibilidade de engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a promoção dos direitos humanos e a construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa”. REIS, C. N. dos; MEDEIROS, L. E. Responsabilidade social das empresas e balanço social: meios propulsores do desenvolvimento econômico e social. São Paulo: Atlas, 2009. Disponível em: <http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8909>. Acesso em: 09 jan. 2016 (com adaptações). Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções e assinale a alternativa correta. A charge critica a hipocrisia de empresas que adotam discursos que disfarçam seu real objetivo de obter lucro. PORQUE De acordo com o texto, a atuação empresarial socialmente responsável é peça fundamental para o desenvolvimento, para a solução de problemas sociais e para a preservação do meio ambiente. Resposta Selecionada: b. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. http://mitnoticias.blogspot.com.br/2012/11/a-visao-da-empresa-e-mais-importante.html http://www.ambito- Pergunta 3 1 em 1 pontos Assunto/tema. Cidadania: protagonismo social. Leia o texto de autoria de Vladimir Safatle e analise as afirmativas a seguir. Quem tem o direito de falar? Estabelecer que minorias só podem falar dos problemas de seu grupo é uma forma astuta de silenciamento A política não é uma questão apenas de circulação de bens e riquezas. Ou seja, ela não se funda simplesmente em uma decisão a respeito de como as riquezas e os bens devem circular, como eles devem ser distribuídos. Embora essa seja uma questão central que mobiliza todos nós, ela não é tudo, nem é razão suficiente de todos os fenômenos internos ao campo que nomeamos "política". Na verdade, a política é também uma questão de circulação de afetos, da maneira com que eles irão criar vínculos sociais, afetando os que fazem parte destes vínculos. A maneira com que somos afetados define o que somos e o que não somos capazes de ver, o que somos e não somos capazes de sentir e perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, define-se o campo das minhas ações, a maneira com que julgo, o que faz parte e o que está excluído do meu mundo. Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de 2015 foi a circulação de uma mera foto, a foto do menino sírio morto em um naufrágio no Mar Mediterrâneo. Nesse sentido, foi muito interessante pesquisar as reações de certos europeus que invadiram sites de notícias de seu continente com posts e comentários. Uma quantidade impressionante deles reclamava daqueles jornais que decidiram publicar a foto. Por trás de sofismas primários, eles diziam basicamente a mesma coisa: "parem de nos mostrar o que não queremos ver", "isto irá quebrar a força de nosso discurso". Pois eles sabiam que seu fascismo ordinário cresce à condição de administrar uma certa zona de invisibilidade. É necessário que certos afetos não circulem, que a humanização bruta produzida pela morte estúpida de um refugiado não nos afete. Todo fascismo ordinário é baseado em uma desafecção. Toda verdadeira luta política é baseada em uma mudança nos circuitos hegemônicos de afetos. Prova disso foi o fato de tal foto produzir o que vários discursos até então nãohaviam conseguido: a suspensão temporária da política criminosa de indiferença em relação à sorte dos refugiados. Mas essa quebra da invisibilidade também se dá de outras formas. De fato, sabemos como faz parte das dinâmicas do poder decidir qual sofrimento é visível e qual é invisível. Mas, para tanto, devemos antes decidir sobre quem fala e quem não fala, qual fala ouvirei e qual fala representará, para mim, apenas alguma forma de ressentimento. Há várias maneiras de silêncio. A mais comum é simplesmente calar quem não tem direito à voz. Isso é o que nos lembram todos aqueles que se engajaram na luta por grupos sociais vulneráveis e objetos de violência contínua (negros, homossexuais, mulheres, travestis, palestinos, entre tantos outros). Mas há ainda outra forma de silêncio. Ela consiste em limitar sua fala. Assim, um será a voz dos negros e pobres, já que o enunciador é negro e pobre. O outro será a voz das mulheres e lésbicas, já que o enunciador é mulher e lésbica. A princípio, isto pode parecer um ato de dar voz aos excluídos e subalternos, fazendo com que negros falem sobre os problemas dos negros, mulheres falem sobre os problemas das mulheres, e por aí vai. Essa é apenas uma forma astuta de silêncio, e deveríamos estar mais atentos a tal estratégia de silenciamento identitário. Ao final, ela quer nos levar a acreditar que negros devem apenas falar dos problemas dos negros, que mulheres devem apenas falar dos problemas das mulheres. Pensar a política como circuito de afetos significa compreender que sujeitos políticos são criados quando conseguem mudar a forma como o espaço comum é afetado. Posso dar visibilidade a sofrimentos que antes não circulavam, mas quando aceito limitar minha fala pela identidade que supostamente represento, não mudarei a forma de circulação de afetos, pois não conseguirei implicar quem não partilha minha identidade na narrativa do meu sofrimento. Minha produção de afecções continuará circulando em regime restrito, mesmo que agora codificada como região setorizada do espaço comum. Ser um sujeito político é conseguir enunciar proposições que implicam todo mundo, que podem implicar qualquer um, ou seja, que se dirigem a esta dimensão do "qualquer um" que faz parte de cada um de nós. É quando nos colocamos na posição de qualquer um que temos mais força de desestabilização de circuitos hegemônicos de afetos. O verdadeiro medo do poder é que você se coloque na posição de qualquer um. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/234248-quem-tem-o-direito-de-falar.shtml>. Acesso em: 13 jun. 2016. I. Segundo o autor, grupos de minorias estão sendo silenciados, pois vivemos em um regime autoritário, não democrático. II. O autor defende que os políticos sejam os legítimos representantes dos grupos minoritários, já que as minorias tendem a ser silenciadas na sociedade. III. A publicação da foto do menino sírio, morto no naufrágio ao tentar chegar à Europa como imigrante, foi, segundo o texto, uma forma de sensacionalismo da imprensa e, por isso, gerou conflitos políticos. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: e. Nenhuma alternativa é correta. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/234248-quem-tem-o-direito-de-falar.shtml Pergunta 4 1 em 1 pontos Assunto/tema. Mídia: influência dos meios de comunicação. Considere a ilustração e as afirmativas a seguir. Disponível em: <http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/04/TV-faz-mal-ao-cerebro.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2016. I. O objetivo da ilustração é mostrar que os meios de comunicação tecem o conhecimento das crianças, contribuindo para um mundo mais bem informado. II. A ilustração é uma crítica aos meios de comunicação ultrapassados, que não promoviam o acesso à informação como a internet faz atualmente. III. A ilustração sugere que os meios de comunicação de massa provocam perda de autonomia do raciocínio. Está correto o que se afirma somente em: Resposta Selecionada: c. III. http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/04/TV-faz-mal-ao-cerebro.jpg Pergunta 5 1 em 1 pontos Assunto/tema. Ciência, tecnologia e sociedade: relações de consumo e descartabilidade na sociedade contemporânea. Leia os quadrinhos a seguir. Disponível em: <http://www.quadrinhosacidos.com.br/2015/07/89-e-mais-facil-descartar.html?m=1>. Acesso em: 17 dez. 2015. Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I. O objetivo dos quadrinhos é criticar o discurso da descartabilidade da sociedade contemporânea, na qual os objetos e as relações pessoais tendem à efemeridade. II. Os quadrinhos enaltecem a sociedade contemporânea, na qual problemas são resolvidos rapidamente com a substituição de produtos. III. A crítica dos quadrinhos concentra-se no machismo, uma vez que os homens esperam que as mulheres resolvam seus problemas cotidianos. Resposta Selecionada: c. Apenas a afirmativa I é correta. Pergunta 6 1 em 1 pontos Assunto/tema. Cidadania: análise de tabela e avaliação correta de desempenhos em concurso de redação. Clara, que estuda em um colégio localizado na região Nordeste, participou de um concurso nacional de redação, em que as notas poderiam variar de 0 a 1.000 pontos. Terminada a competição, o instituto organizador enviou aos participantes seus boletins de desempenho e Clara recebeu a tabela a seguir. De acordo com a situação exposta, analise as afirmativas. I. Clara foi a participante mais bem classificada na região Nordeste e foi a única nessa condição. II. A nota média no país não poderia ter sido 513 pontos, pois a média da nota mínima (327 pontos) e da nota máxima (879 pontos) é 603 pontos. III. Houve alguma região em que a nota máxima superou 862 pontos. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: c. III, apenas. http://www.quadrinhosacidos.com.br/2015/07/89-e-mais-facil-descartar.html?m=1 Pergunta 7 1 em 1 pontos Assunto/tema. Cultura e arte: registros fotográficos, situações do cotidiano e realidade. Leia a charge e a crônica a seguir. Disponível em: <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/38941-charges-outubro-de-2015#foto- 562881>. Acesso em: 10 dez. 2015. A Foto Luis Fernando Verissimo Foi numa festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre não morre, decidiram tirar uma fotografia de toda a família reunida, talvez pela última vez. A bisa e o bisa sentados, filhos, filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão. Castelo, o dono da câmera, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmera a quem ia tirar a fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia? — Tira você mesmo, ué. — Ah, é? E eu não saio na foto? O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na fotografia. — Tiro eu — disse o marido da Bitinha. — Você fica aqui — comandou a Bitinha. Havia certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido reagisse. “Não deixa eles te humilharem, Mário Cesar”, dizia sempre. O Mário Cesar ficou firme onde estava, do lado da mulher. A própria Bitinha fez a sugestão maldosa: — Acho que quem deve tirar é o Dudu… O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita, nunca claramente anunciada, de que não fosse o filho do Luiz Olavo. O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas Andradina segurou o filho. — Só faltava essa, o Dudu não sair. E agora? — Pô, Castelo. Você disse que essa câmera só faltavafalar. E não tem nem timer! O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque comprara a câmera num duty free da Europa. Aliás, o apelido dele entre os outros era “Dutifri”, mas ele não sabia. — Revezamento — sugeriu alguém — Cada genro bate uma foto em que ele não aparece, e… A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a família reunida em volta da bisa. Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente até o Castelo e arrancou a câmera da sua mão. — Dá aqui. — Mas seu Domício… — Vai pra lá e fica quieto. — Papai, o senhor tem que sair na foto. Senão não tem sentido! — Eu fico implícito — disse o velho, já com o olho no visor. E antes que houvesse mais protestos, acionou a câmera, tirou a foto e foi dormir. Disponível em: VERISSIMO, L. F . Comédias para se Ler na Escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I. A charge e o texto têm em comum a ideia de que uma fotografia é um relato objetivo e fidedigno da realidade. II. A charge e o texto mostram que as inovações tecnológicas melhoram a vida das pessoas, uma vez que, na crônica, a falta de dispositivos avançados impediu o registro da família toda. III. A charge e o texto mostram a foto como um registro que tem como objetivo expor situações positivas do cotidiano, visando ao olhar de aprovação dos outros nas redes sociais. Resposta Selecionada: a. Nenhuma afirmativa é correta. http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/38941-charges-outubro-de-2015#foto- Pergunta 8 1 em 1 pontos Assunto/tema. Meio ambiente: pegada ecológica, biocapacidade e razão entre indicadores. (Enade 2014). Pegada ecológica é um indicador que estima a demanda ou a exigência humana sobre o meio ambiente, considerando-se o nível de atividade para atender ao padrão de consumo atual (com a tecnologia atual). É, de certa forma, uma maneira de medir o fluxo de ativos ambientais de que necessitaríamos para sustentar nosso padrão de consumo. Esse indicador é medido em hectare global, medida de área equivalente a 10.000m2. Na medida hectare global, são consideradas apenas as áreas produtivas do planeta. A biocapacidade do planeta, indicador que reflete a regeneração (natural) do meio ambiente, é medida também em hectare global. Uma razão entre pegada ecológica e biocapacidade do planeta igual a 1 indica que a exigência humana sobre os recursos do meio ambiente é reposta na sua totalidade pelo planeta, devido à capacidade de regeneração. Se for maior que 1, a razão indica que a demanda humana é superior à capacidade do planeta de se recuperar e, se for menor que 1, indica que o planeta se recupera mais rapidamente. Disponível em:<http://financasfaceis.wordpress.com>. Acesso em: 10 ago. 2014. O aumento da razão entre pegada ecológica e biocapacidade representado no gráfico evidencia: Resposta Selecionada: e. Tendência ao desequilíbrio gradual e contínuo da sustentabilidade do planeta. Pergunta 9 1 em 1 pontos Assunto/tema. Políticas públicas: profissionais da área da saúde e realização de procedimentos adequados. Leia a charge a seguir. Disponível em: <http://www.jornaldebrasilia.com.br/charges/685/erro-de-diagnostico-medico>. Acesso em: 26 jan. 2016. Com base na leitura, analise as afirmativas. I. A charge é uma crítica ao programa “Mais Médicos”, do governo federal. II. O médico da charge representa um profissional que não adota procedimentos adequados para chegar a um diagnóstico. III. A charge sugere que os erros de diagnóstico são comumente realizados pelos médicos em nosso país, mas culpa os pacientes por esse problema, pois eles não sabem relatar com exatidão o que estão sentindo. Está correto o que se afirma somente em: Resposta Selecionada: a. II. http://financasfaceis.wordpress.com http://www.jornaldebrasilia.com.br/charges/ Pergunta 10 1 em 1 pontos Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, relações étnico-raciais e assassinatos de afrodescendentes em relato da ONU. Leia o texto e a charge a seguir. ONU diz que polícia brasileira mata 5 por dia; maioria é afrodescendente Genebra ( 10/03/2016) Segundo a ONU, a polícia brasileira matou 2.000 pessoas em 2015 A Organização das Nações Unidas (ONU) acusa a polícia brasileira de ser a responsável por cinco mortes a cada dia no país, totalizando, apenas em 2015, cerca de 2.000 casos. O alerta foi feito nesta quinta-feira (10) pelo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Bin Hussein. Essa é a segunda denúncia que as Nações Unidas apresentam sobre a violência policial no brasil em apenas uma semana. Nesta quinta-feira, Zeid fez seu balanço anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Entre os cerca de 30 países citados pelo alto comissário, a situação brasileira teve seu destaque ao tratar do racismo contra pessoas afrodescendentes. "No Brasil, o governo tomou ações para lidar com os direitos sociais de pessoas afrodescendentes, especialmente no campo da educação", reconheceu Zeid. "Apesar disso, foi amplamente informado sobre a insegurança que muitos jovens afro-brasileiros sentem diante da violência policial e da impunidade", disse. "Mais de 2.000 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil no ano passado e eles eram, de forma desproporcional, de afrodescendência", acusou Zeid. Segundo o relator, outra constatação preocupante também é a morte de jovens afro-americanos nos Estados Unidos, com 300 casos em 2015. "Mais ações são necessárias em países onde esses casos são registrados, incluindo medidas para levar os autores à Justiça e garantir um remédio para as vítimas", defendeu Zeid. Na última terça-feira (8), o relator da ONU para a prevenção da Tortura, Juan Mendez, também atacou o Brasil por não dar respostas à violência policial. Para ele, os homicídios cometidos por policiais não são a exceção, mas, sim, "a regra". Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos, viajou até Genebra, na Suíça, para dar uma resposta ao informe. "Existe um problema de impunidade muito grave no país", admitiu. "Há tortura no Brasil. Somos um país formado por violações de direitos humanos. Temos uma cultura de violência. Como mudar? Com um novo processo histórico com formação em direitos humanos", disse. Para ele, parte da explicação é a construção histórica do Brasil. "É evidente que não mudaremos uma cultura de violência de pelo menos 500 anos de uma hora para outra. Mas tenho a convicção de que recentemente começamos a transformar essa cultura de discriminação e de violência em favor de uma cultura de direitos", disse. Como tem feito nos últimos dez anos em reuniões da ONU, o governo listou os diversos programas e iniciativas que adotou, "indicando o caminho para a ruptura do ciclo de impunidade e violência no país". Entre os programas e instituições, estão o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e a criação de um Mecanismo Nacional de Combate à Tortura. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/10/policia-brasileira-mata-5-pessoas-por-dia-diz- onu.htm>. Acesso em: 22 mar. 2016. Disponível em: <http://profwladimir.blogspot.com.br/2015/09/charge-triste-duas-realidades.html>. Acesso em: 22 mar. 2016. Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. I. A reportagem indica que as preocupações da mãe do segundo quadrinho não são infundadas. II. De acordo com a matéria, o racismo é menor nos Estados Unidos do que no Brasil. III. Segundo o relator da ONU, a falta de políticas públicas inclusivas é a principal causa do racismo na corporação policial. IV. A charge e a reportagem mostram queo assassinato de afrodescendentes no Brasil ocorre porque eles reagem à abordagem policial. Está correto o que se afirma somente em: Resposta Selecionada: d. I. http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/10/policia-brasileira-mata-5-pessoas-por-dia-diz- http://profwladimir.blogspot.com.br/2015/09/charge-triste-duas-realidades.html
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