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Noções sobre sistema único de segurança publica 2 - Copia

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09/05/2019 Ead.br
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NOÇÕES SOBRE SISTEMANOÇÕES SOBRE SISTEMA
ÚNICO ÚNICO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
PUBLICAPUBLICA
Esp. Tiago Ferreira Santos
I N I C I A R
09/05/2019 Ead.br
https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 2/30
introdução
Introdução
Nesta unidade, estudaremos as relações existentes entre o sistema de
segurança pública e o sistema de justiça penal, com enfoque na análise das
disposições da lei que instituiu o Sistema Único de Segurança Pública no
Brasil.
Aprenderemos, também, a importância da sociologia, antropologia e ciência
política para a correta compreensão e solução da questão das altas taxas
brasileiras de criminalidade e violência. Nesse contexto, serão ainda
abordadas a ciência das políticas públicas e a criminologia.
Analisaremos, igualmente, a história da segurança pública no Brasil, com
enfoque para os períodos anteriores à redemocratização acontecida em 1988,
já que é o vigente atualmente.
Abordaremos, por �m, os aspectos da violência, diferenciando-a de conceitos
vizinhos, além de aprendermos sobre como acontece a seletividade nos
sistemas de justiça penal e de segurança.
09/05/2019 Ead.br
https://fadergsead.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/30
Iniciamos nosso conteúdo, destacando que a Lei n. 13.675/18, que institui o
Sistema Único de Segurança Pública (Susp), e cria a Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), traz, claramente, a �nalidade de
preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio
(BRASIL, 2018, Art. 1º). Não poderia ser diferente, já que essa é também uma
determinação constitucional do Art. 144 da Constituição.
Os operadores do sistema de segurança pública são, primeiramente, aqueles
referidos no Art. 144, da Constituição. Entretanto, a Lei n. 13.675/18 regulou,
de forma pormenorizada, o assunto, nos termos do seu Art. 9º. Integram,
portanto, o Susp, na condição de integrantes estratégicos, a União, os
Estados, o Distrito Federal, os Municípios, por intermédio dos respectivos
Poderes Executivos, e os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos
três entes federados (BRASIL, 2018, Art. 9º).
De outro lado, integram o Susp, na condição de integrantes operacionais:
polícia federal; polícia rodoviária federal; polícias civis; polícias militares;
corpos de bombeiros militares; guardas municipais; órgãos do sistema
Sistema de SegurançaSistema de Segurança
Pública e Sistema dePública e Sistema de
Justiça CriminalJustiça Criminal
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penitenciário; institutos o�ciais de criminalística, de medicina legal e de
identi�cação; Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp); secretarias
estaduais de segurança pública ou congêneres; Secretaria Nacional de
Proteção e Defesa Civil (Sedec); Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas
(Senad); agentes de trânsito; guarda portuária (BRASIL, 2018, Art. 9º).
Essa informação é relevante, porque o Poder Judiciário, o Ministério Público e
a Defensoria Pública atuam na esfera do sistema da justiça penal. Embora
tenham diversos entrelaçamentos entre os dois sistemas, não são instituições
nele incluídas, contudo, devido à perspectiva de necessidade de diálogo entre
os sistemas, há algumas disposições que preveem a sua participação.
Entre as diretrizes da PNSPDS, estão a “integração entre os Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário no aprimoramento e na aplicação da
legislação penal” (BRASIL, Art. 5º, XV) e “colaboração do Poder Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública na elaboração de estratégias e
metas para alcançar os objetivos desta Política” (BRASIL, Art. 5º, XVI). Além
disso, há um representante do Poder Judiciário, do Ministério Público, da
Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública integrando os
conselhos de segurança pública e defesa social (BRASIL, 2018, Art. 21), o que
novamente denota essa perspectiva de diálogo entre os sistemas; a mesma
lei determinou que o processo de avaliação das políticas de segurança pública
e defesa social conte com a participação de representantes de diversos
poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e órgãos (Ministério Público,
Defensoria Pública e Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social).
A concepção que moldou tal perspectiva, sem dúvidas, foi a trazida por
Janaina Camelo Homerin. Segundo a autora, uma articulação entre as diversas
instituições que compõem os sistemas de justiça penal e de segurança é
indispensável para corrigir as graves de�ciências ainda existentes, nos termos
que segue:
[...] qualquer medida, mesmo de curto prazo, só poderá surtir o
efeito de aliviar a tensão no sistema prisional se encontrar o
necessário respaldo do conjunto de atores envolvidos.
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Sem a articulação de esforços entre gestores públicos (União e
estados), operadores do sistema de segurança e justiça (polícias,
judiciário, Ministério Público e Defensoria) e poder legislativo, será
muito difícil romper a lógica encarceradora que conduziu à
insustentabilidade da política criminal brasileira (HOMERIN, 2017, p.
32).
Esse diálogo na área de segurança pública não deve ser visto, entretanto,
como uma superioridade dos pro�ssionais ou das instituições do Poder
Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Ordem dos
Advogados do Brasil. Na verdade, a própria autora aponta que o sistema de
justiça penal também contribui com suas falhas:
O funcionamento do sistema de justiça criminal brasileiro contribui
fortemente, portanto, para o agravamento de vulnerabilidades de
toda sorte, reforçando estigmas, reproduzindo desigualdades
preexistentes e, em consequente paradoxo, alimentando o ciclo de
violência. A massi�cação do encarceramento implica o desrespeito a
preceitos constitucionais, como o acesso à justiça, o devido processo
legal e a presunção de inocência, redundando em uma série de
prisões ilegais e desnecessárias (HOMERIN, 2017, p. 32).
Portanto, os sistemas de justiça penal e de segurança pública devem
funcionar integrados, mantendo um permanente diálogo, a �m de encontrar
as melhores respostas às questões da criminalidade e da violência.
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atividadeAtividade
Leia o trecho a seguir:
“Em síntese, embora encarcere contingente expressivo, o sistema de justiça
investiga e pune crimes menos graves antes dos mais graves, encarcera
exageradamente presos provisórios e reproduz a desigualdade social e racial."
WEICHERT. Violência sistemática e perseguição social no Brasil. Revista brasileira
de segurança pública. São Paulo, v. 11, n. 2, 106-129, Ago/Set, 2017. Disponível em:
www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2017/12/RBSP21.pdf. Acesso em:
24 mar. 2019, p. 113.
Considerando a a�rmativa apresentada, assinale a alternativa que indica um
integrante estratégico do sistema de segurança pública:
a) Ministério Público.
b) Defensoria Pública.
c) Poder Judiciário.
d) Município.
e) Ordem dos Advogados do Brasil.
http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2017/12/RBSP21.pdf
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Uma das disciplinas relacionadas com o tema da violência e da segurança
pública é a sociologia jurídica, a qual “examina a in�uência dos fatores sociais
sobre o direito e as incidências deste último na sociedade, ou seja, os
elementos de interdependência entre o social e o jurídico” (SABADELL, 2017,
p. 50).
Duas abordagens diferentes são possíveis para o sociólogo. A primeira
perspectiva a surgir foi a positivista, segundo a quala sociologia do direito
integra as ciências sociais, especi�camente, como uma parte da sociologia.
Portanto, o método do direito deve permanecer o mesmo tradicionalmente
formulado.
A Constituição impõe o dever de o Estado promover a segurança pública,
portanto é  necessária uma perspectiva interdisciplinar, até mesmo para
compreender o signi�cado dos seus textos normativos.
Surgiu, com base em críticas nesse sentido, uma nova perspectiva: a
sociologia no direito, que propõe uma leitura interna ao constatar que “não
existe a neutralidade [...] e o direito é uma forma de política” (SABADELL,
Relações entre Sociologia,Relações entre Sociologia,
Antropologia e CiênciaAntropologia e Ciência
PolíticaPolítica
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2017, p. 47). O conhecimento sociológico, assim, deve persuadir, a aplicar um
direito justo no ponto ótimo, inclusive, adequado às necessidades sociais e à
realidade social.
Também a antropologia pode ter duas perspectivas, conforme ilustra Norbert
Rouland (2003):
[...] a antropologia tem duas caras. Uma voltada para o alto-mar
das sociedades longínquas, a outra para uma praia mais familiar.
Uma antropologia dos fugitivos não é a minha: se me indago sobre
as outras sociedades, elas me remetem constantemente para aquela
que venho (ROULAND, 2003, p. 403).
As análises antropológicas mais relevantes sobre a segurança pública, sem
dúvidas, são aquelas destinadas a veri�car o funcionamento das sociedades
tradicionais em relação à prática de condutas consideradas criminosas, desde
que se atenha a essa observação, qual seja, remeter, constantemente, à
sociedade do pesquisador posteriormente.
Nesse sentido, uma das conclusões de Rouland (2003), em seus estudos
antropológicos, foi justamente que:
A pós-modernidade não consiste em virar a página da modernidade
como se fecha um livro, mas em harmonizar suas aquisições com as
da pré-modernidade e com os novos desa�os de poder e de
civilização (ROULAND, 2003, p. 407).
Alguns mecanismos da justiça criminal utilizados por esses povos tradicionais
com muita frequência, até mesmo mais que as sociedades modernas ou pós-
modernas, correspondem às ideias atualmente em voga, a exemplo de
consensualismo, negócios jurídicos em ramos de direito público, conciliação,
mediação, descentralização ou "pluralismo jurídico comunitário-participativo"
(WOLKMER, 2001, p. 335).
Inclusive, há muitos estudos em antropologia jurídica realizados que
demonstram o quanto certas práticas atuais são condizentes com o direito
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das sociedades tradicionais, a exemplo do modelo adotado pela justiça
juvenil.
Os nueres são um povo tradicional localizado no sul do Sudão e no oeste da
Etiópia apontados na obra de Rouland (2003) por possuírem um sistema de
punição para a prática de atos criminosos ou violentos não propriamente
jurídico, mas baseado na mediação e na arbitragem. Nesse sentido, o autor o
descreve como:
No estrito sentido do termo, os nueres não têm direito. Ninguém é
investido de funções legislativas ou judiciárias. Existem pagamentos
convencionais aceitos em proveito de pessoas que sofreram certos
danos - adultério cometido com a esposa, fornicação com a �lha,
roubo, membro quebrado etc. -, mas tais pagamentos não
constituem um sistema legal, pois não existe nenhuma autoridade
constituída e imparcial que possa decidir sobre direitos ou erros
(ROULAND, 2003, p. 129).
Diante dessa constatação, a pergunta realizada foi: se os nueres, ainda que
uma sociedade tradicional, antecipariam as justiças alternativas pós-
modernas em expansão atualmente nos Estados Unidos, na Europa e no
Brasil.
Nos Estados Unidos da América, essa tendência começou nos anos 1880, por
meio da multiplicação das jurisdições arbitrais independentes dos tribunais e
referia-se, principalmente, às causas comerciais. Entretanto, houve um avanço
nas matérias que passaram a ser consideradas. Vejamos a citação a seguir:
No decorrer do século XX, estende-se ao regulamento dos litígios
menores, ocorridos entre vizinhos e indivíduos aparentados, ou os
que envolvem crianças ou adolescentes (ROULAND, 2003, p. 131)
Isso demonstra que não apenas o novo modelo da justiça alternativa foi bem-
sucedido, mas também se �rmou gradativamente; hoje em dia, uma parte
signi�cativa dos litígios não precisa ir aos tribunais.
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A antropologia, nesses termos, analisando comparativamente os modelos de
justiça penal e segurança pública, propõe uma re�exão: 
A ciência política é uma disciplina que sofreu uma curiosa transformação. No
Brasil, há muitos cientistas sociais que preferem realizar pesquisas apenas
teóricas, ou seja, com baixa aplicação prática; contudo, a administração
pública precisa de conhecimento, visto que a mera teoria pouco lhe ajudaria.
Surgiu, desse modo, a ciência da política pública, “um campo de estudos que
se desmembrou das ciências políticas e que recebeu in�uência de uma série
de disciplinas, como a economia, a sociologia, a engenharia, a psicologia
social, a administração pública e o direito” (SECCHI, 2017, p. 7).
A partir de uma especialização das ciências políticas, portanto, nasceu a área
de políticas públicas, com objetivo de “levar o conhecimento multidisciplinar,
normativo e orientado à resolução de problemas aos processos de
elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas” (SECCHI, 2017, p.
XI).
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A ideia de aplicar os seus métodos analíticos é para que se evite uma decisão
pública realizada devido à mera manutenção da tradição por meio de
imitação, repetição e preconceitos ou, pior, em razão de interesses pessoais
de toda sorte, pois essas são as formas que geralmente conduzem as
formulações de políticas públicas no Brasil, motivo da sensação do cidadão da
sua ine�ciência.
Diante do contexto de proliferação dos seus estudos, as características
originais desse campo do conhecimento (normatividade, multidisciplinaridade
e foco na resolução de problemas) diminuíram sua intensidade, possibilitando
pesquisas mais plurais, como aponta Secchi (2017):
A normatividade passou a conviver com a pesquisa positiva, neutra,
contrária à explicitação de valores. A análise prescritiva voltada à
resolução de problemas perdeu espaço para a pesquisa de política
pública (policy research), com viés teórico. A multidisciplinaridade
também cedeu espaço com a consolidação de um vocabulário
próprio, esquemas de análises e referenciais teórico-metodológicos
próprios do campo disciplinar de política pública (SECCHI, 2017, p.
7-8).
As ciências diversas, portanto, convergem para enfrentar os problemas da
segurança pública. A ciência política e a sua rami�cação interdisciplinar, a
ciência das políticas públicas, dão suas contribuições, mas também as
diversas disciplinas, a exemplo da sociologia e antropologia, também são
convocadas para cooperar com o complexo tema da violência e da
criminalidade.
Nesse contexto, importa destacar que não “é no Direito Penal, porém, que se
estuda o delito como fato social, que é objeto da Criminologia, baseada em
pesquisas de ordem sociológica, antropológica, psicológica etc.” (REALE, 2002,
p. 347). 
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atividadeAtividade
Leia o trecho a seguir:
"A antropologia se edi�ca, pois, no século XX, sobre bases mais sólidas. Repudia
principalmente as teorias evolucionistas unilineares do século precedente e se torna
ao mesmo tempo mais rigorosa e mais modesta. Longe de insistir na superioridade
das culturas ocidentais, os antropólogos contestam a noção de progresso".
ROULAND,N. Nos con�ns do direito. Tradução de Maria Ermantina de Almeida
Prado Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 73.
Acerca da contribuição da antropologia jurídica para a segurança pública, assinale a
alternativa correta:
a) A antropologia mais relevante para segurança pública é a voltada para o
alto-mar das sociedades longínquas, ou seja, uma antropologia dos fugitivos.
b) O direito da pós-modernidade não possui correlação com as sociedades
tradicionais estudadas pelos antropólogos.
c) Os povos tradicionais não conheciam institutos similares à mediação, ao
pluralismo jurídico, ao consensualismo, à descentralização etc.
d) A pós-modernidade consiste em virar a página da modernidade como se
fecha um livro, ou seja, inicia um novo capítulo da história dissociado da pré-
modernidade e da modernidade.
e) Os povos tradicionais utilizam, com maior frequência do que nós,
institutos que parecem corresponder aos nossos desejos atuais: mediação,
pluralismo jurídico, consensualismo, descentralização etc.
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O Direito Constitucional consiste no ramo da ciência jurídica considerado
primordial, pois a Constituição condiciona os campos do direito, “conferindo-
lhes estrutura diversa de Estado para Estado” (REALE, 2002, p. 342).
Nesse sentido, uma das principais perspectivas para se entender a história da
segurança pública no Brasil é por meio da realização de um estudo das
principais normas constitucionais no Brasil, em matéria de direitos e garantias
penais e de segurança pública.
No Brasil, ao todo, vigoraram 8 constituições. A primeira foi outorgada em 25
de março de 1824, pelo Imperador D. Pedro I, após sua elaboração por um
Conselho de Estado. O ambiente histórico-cultural desse período era marcado
por uma sociedade escravocrata e por um Estado monárquico e liberal.
Por in�uência dos ideais liberais e do iluminismo, em seu texto existia um
título sobre as disposições gerais e garantias dos direitos civis e políticos.
Embora não houvesse em seu corpo qualquer disposição expressa sobre o
sistema de segurança pública, nem a respeito das instituições que o
integravam, algumas normas constitucionais sobre direito penal e processual
História da SegurançaHistória da Segurança
Pública no BrasilPública no Brasil
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penal já estavam expressas, ainda que em um rol sucinto situado no último
título do texto constitucional.
Alguns exemplos de incisos do art. 179, da Constituição de 1824, que trazem
direitos fundamentais a incidir no âmbito da justiça penal, são:
(1) a prisão apenas podia ser executada por autoridade legítima, exceto no
caso de �agrante delito;
(2) ninguém podia ser sentenciado, salvo pela autoridade competente, em
razão de lei anterior e na forma por ela prescrita;
(3) aboliram-se açoites, torturas, marcas de ferro quente e todas as demais
penas cruéis (BRASIL, 1824, Art. 179).
As instituições responsáveis pela segurança pública tornaram-se, portanto,
tema de legislação. No caso, uma lei instituiu e regulou a guarda nacional,
instituição responsável pela segurança pública na época, além de extinguir os
corpos de milícias e as guardas municipais e de ordenanças (BRASIL, 1831).
Essa Constituição, como visto, foi outorgada pelo Imperador, ou seja, o Brasil
não estava em um período democrático. A primeira Constituição promulgada
em um regime democrático foi em 1891, a qual previu, no Título IV, Seção II,
uma declaração de direitos, o que demonstra a in�uência do modelo liberal
dos Estados Unidos da América estampada na nomenclatura do país adotada
na época, qual seja, República dos Estados Unidos do Brasil.
Entretanto, a realidade política brasileira diferenciava-se muito da referência
adotada, pois “os primeiros presidentes republicanos tiveram de enfrentar
revoltas internas ou foram eles mesmos adversários da constituição,
suspendendo-a para ceder ao caudilhismo, a tentação autoritária sempre
presente ou latente na América do Sul” (LOSANO, 2007, p. 291).
A Constituição de 1891, de um lado, manteve-se igualmente omissa sobre a
organização do sistema de segurança pública; do outro, reforçou a proteção
no direito penal e processual penal, prevendo, por exemplo, a plena defesa e
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o habeas corpus, e proibindo outras tantas penas (galés; banimento judicial;
pena de morte, salvo legislação militar em tempo de guerra etc.). 
As normas da declaração de direitos se situavam no �nal do texto
constitucional, após os enunciados sobre a organização dos poderes.
Ressaltar tal situação é interessante, porque a atual Constituição inverte essa
ordem, o que possui um forte teor simbólico.
Em matéria de segurança pública, a Constituição de 1891, devido à sua
in�uência do ordenamento jurídico dos Estados Unidos da América,
possibilitou uma ampla atuação dos estados, conferindo-lhe maior respaldo
jurídico para estruturarem as polícias civis e militares.
A história constitucional brasileira aponta que a sua terceira Constituição, a de
1934, embora tenha vigorado por curto período, foi igual e democraticamente
promulgada. Do ponto de visto histórico-cultural, ela inaugurou uma
preocupação normativa sem precedentes no Brasil com os direitos sociais e a
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ordem econômica e social. Nesse sentido, rompeu a tradição do liberalismo,
abrindo espaço para o intervencionismo.
Após dispor sobre a organização dos poderes, no Título III - Da Declaração de
Direitos, especi�camente, no Art. 113, estabelece os direitos e as garantias
individuais, os quais não inovam signi�cativamente em relação aos direitos
fundamentais trazidos; não à toa, são chamados de direitos de primeira
dimensão, sem negar, portanto, o direito de propriedade e todas as demais
garantias, até então previstas.
Dessa forma, a Constituição de 1934 possibilitou a intervenção do Estado no
domínio econômico nos Art. 115 a 119, reconheceu os sindicatos e as
associações pro�ssionais no Art. 120, e estabeleceu direitos sociais mínimos
dos trabalhadores no Art. 121, os chamados direitos de segunda dimensão.
Esse giro copernicano ocorrido no direito constitucional brasileiro não foi um
fenômeno isolado. A Constituição Mexicana de 1917 inaugurou essa nova
realidade, seguida pela Constituição Alemã de 1919, referência normativa que
in�uenciou diversos países no mundo, inclusive o Brasil.
Do ponto de vista do sistema de segurança pública, essa Constituição trouxe
algumas disposições, ainda que tímidas. Primeiro reconheceu de modo
expresso competir privativamente à União “organizar a defesa externa, a
polícia e segurança das fronteiras e as forças armadas” (BRASIL, 1934, Art. 5º,
inciso V) e “prover aos serviços da polícia marítima e portuária, sem prejuízo
dos serviços policiais dos Estados” (BRASIL, 1934, Art. 5º, inciso XI). Previu,
também textualmente, a competência privativa para legislar sobre
“organização, instrução, justiça e garantias das forças policiais dos Estados e
condições gerais da sua utilização em caso de mobilização ou de guerra”
(BRASIL, 1934, Art. 5º, inciso XIX, alínea l).
Ao tratar da segurança nacional, a Constituição determinou, ainda, que as
polícias militares fossem reservas do Exército, situação na qual passariam a
gozar dos mesmos direitos atribuídos a ele, estivessem mobilizadas ou a
serviço da União”. A sua perspectiva, portanto, foi de incluir a União em
alguns aspectos do sistema da segurança pública, mesmo reconhecendo que
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o papel principal permanecia com os Estados, até por ausência de estrutura
de seus órgãos oupara realizar as polícias marítima, aérea e de fronteiras.
A Constituição seguinte foi a de 1937, outorgada e inauguradora do Estado
Novo, um regime autocrático. Conforme leciona Mario Losano (2007, p. 292),
a “ditadura de Vargas assinalou uma forte cisão na história institucional do
Brasil, tanto que se costuma distinguir a época da 'República Velha' – de 1891
a 1930 – daquela do 'Estado Novo' – de 1937 a 1945”.
Dentre os retrocessos durante a sua vigência, há a suspensão dos direitos
sociais trabalhistas em matéria constitucional e de diversos direitos e
garantias individuais, já que o Decreto n. 10.358/1942 declarou estado de
guerra no território nacional.
Sem dúvidas, a suspensão dos direitos fundamentais de primeira dimensão
impactou a atuação das instituições de segurança pública, as quais puderam
deixar de obedecer a diversos direitos e a garantias de direito penal e
processual penal, a exemplo da proibição, à exceção do �agrante delito, de a
prisão se efetuar senão depois de pronúncia do indiciado, salvo os casos
determinados em lei e mediante ordem escrita da autoridade competente.
Além disso, o direito passou a admitir um amplo rol de hipóteses para a
aplicação da pena de morte, como descreve, por exemplo, o Art. 122 da
Constituição de 1937: “tentar subverter por meios violentos a ordem política e
social, com o �m de apoderar-se do Estado para o estabelecimento da
ditadura de uma classe social” (BRASIL, 1937).
Durante o Estado Novo, a pretendida centralização na União das polícias
marítima, aérea e de fronteiras começou a se desenhar, em virtude da
transformação, mediante decreto presidencial, da “Polícia Civil do Distrito
Federal em Departamento Federal de Segurança Pública (D.F.S.P.)” (BRASIL,
1943, Art. 1º), o qual começou a se estruturar nacionalmente.
A seguir, a Constituição de 1946 realizou a primeira redemocratização
brasileira, restabelecendo a normalidade dos direitos e garantias individuais
no Art. 141 e dos direitos sociais trabalhistas e previdenciários no Art. 157.
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“Renascia assim uma frágil democracia, destinada a ser subjugada pela
ditadura militar, que durou de 1964 a 1984 (LOSANO, 2007, p. 294)”, o que
demonstra a “difícil relação com a democracia de tipo ocidental” (LOSANO,
2007, p. 293).
A principal contribuição da Constituição de 1946 para o sistema de segurança
pública foi obrigar, novamente, os seus principais atores a obedecerem aos
direitos fundamentais de primeira dimensão. Entretanto, durante a sua
vigência, que previa formalmente os direitos e as garantias individuais,
novamente eles foram suspensos e não aplicados, pois os atos institucionais
frequentemente os suspendiam (por exemplo, o Ato Institucional n. 5. O
mérito da Constituição do regime militar foi instituir formalmente a Polícia
Federal, já que, até então, havia meramente o Departamento Federal de
Segurança Pública.
Finalmente, em 1988, com a Constituição-cidadã, os direitos e as garantias
individuais foram restabelecidos e trazidas normas democráticas de
segurança pública, elencando as principais instituições ainda hoje existentes,
no que foi complementada pela recente Lei n. 13.675, de 11 de junho de 2018. 
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atividadeAtividade
Leia o trecho a seguir:
“A primeira Constituição brasileira nascia de cima para baixo, imposta pelo rei ao
'povo', embora devamos entender por 'povo' a minoria de brancos e mestiços que
votava e que de algum modo tinha participação na vida política”.
FAUSTO, B. História do Brasil. 14. ed. São Paulo: Edusp, 2012.
Sobre a Constituição de 1824, assinale a alternativa correta:
a) A prisão apenas podia ser executada por autoridade legítima, inclusive no
caso de �agrante delito. A.
b) Ninguém podia ser sentenciado, salvo pela autoridade competente em
razão de lei anterior e na forma por ela prescrita
c) Aboliram-se açoites, marcas de ferro quente e todas demais penas cruéis,
não incluída expressamente a tortura na vedação.
d) Previa expressamente que ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
e) Dispôs expressamente sobre a guarda nacional.
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Hannah Arendt (2009) realiza importante distinção entre poder, violência e
autoridade. Enquanto “o poder corresponde à habilidade humana não apenas
para agir, mas também para agir em concerto” (ARENDT, 2009, p. 60) e a
insígnia da autoridade é o reconhecimento para além de qualquer
questionamento daqueles que foram solicitados a obedecer, a violência
caracteriza-se por ser apenas um meio, um instrumento.
Em termos políticos, a�rmar a distinção entre poder e violência é pouco;
tecnicamente, eles são conceitos opostos. Onde houver absolutamente um, o
outro não existirá, embora se reconheça que situações extremas são difíceis
de veri�car na realidade.
Mesma lógica deve ser usada para diferenciar a violência de autoridade.
A�nal, sempre que alguma instituição ou pessoa precisa utilizar meios
violentos, necessariamente, é porque a sua autoridade já foi questionada.
Ilustrativo dessa situação é o exemplo trazido por Arendt (2009) do pai que
agride o �lho: “Um pai pode perder a autoridade tanto ao bater em seu �lho
Violência e SeletividadeViolência e Seletividade
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quanto ao discutir com ele, ou seja, tanto se comportando em relação a ele
como um tirano quanto o tratando como igual” (ARENDT, 2009, p. 62).
Dúvidas não restam das diferenças entre poder, autoridade e violência, as
quais, infelizmente, nem sempre são compreendidas pelos pro�ssionais que
atuam nos sistemas de justiça e segurança, em que diversos autores apontam
haver uma certeza seletividade de sua clientela.
Zygmunt Bauman (1998) constata que todo “ano, um milhão e meio de
americanos povoam as prisões americanas. Cerca de quatro e meio milhões
de americanos adultos estão sob alguma forma de controle judicial”
(BAUMAN, 1998, p. 59). Portanto, não se pode, num cenário desses, defender
que há um Estado policial, penal e penitenciário mínimo, ao contrário. Tal
circunstância também ocorre no âmbito da segurança pública brasileira, em
razão de o Brasil estar na terceira posição no ranking internacional de
população carcerária (CONSULTOR JURÍDICO, 2017).
Como compreender o fenômeno de ampliação da atuação do Estado na
esfera policial, penal e penitenciária, se aparentemente o modelo adotado se
distancia do Estado mínimo, ao menos nesse campo?
Embora seja um fenômeno proeminente nos Estados Unidos da América, que
lidera os rankings de população carcerária, Bauman (1998, p. 60) indica que há
provas do surgimento de um novo modelo universal consistente em uma
radical liberdade do mercado, ao mesmo tempo que se sustenta um
progressivo desmantelamento do estado de bem-estar social, vinculando tal
cenário a uma propensão a punir os pobres.
A violência do sistema penal e penitenciário destina-se principalmente à
pureza pós-moderna, que se expressa cotidianamente com o poder punitivo
sobre os hipossu�cientes.
Loïc Wacquant (2003) é mais incisivo, a�rmando claramente que as prisões
são “as masmorras do subproletariado”, especialmente, das pessoas de cor
das cidades. Conforme o autor:
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É su�ciente, para discernir as funções desempenhadas pela extensão
desmesurada do aparelho carcerário americano no mesmo
momento em que a criminalidade recua, desenhar, em linhas gerais,
o per�l sociológico da "clientela" que ele recebe em seu ponto de
entrada. Evidencia-se imediatamente que o meio milhão de reclusos
que abarrotam as quase3.300 casas de detenção do país - e os 10
milhões que passam por seus portões a cada ano - são recrutados
prioritariamente nos setores mais deserdados da classe operária, e
notadamente entre as famílias do subproletariado de cor nas
cidades profundamente abaladas pela transformação conjunta do
salariado e da proteção social. E mostra, portanto, que,
reelaborando sua missão histórica, o encarceramento serve bem
antes à regulação da miséria, quiçá à sua perpetuação, e ao
armazenamento dos refugos do mercado (WACQUANT, 2003, p. 33)
Embora com algumas peculiaridades que merecem serem explicitadas, há um
entendimento convergente, no que diz respeito à seletividade também em
Michel Foucault (2009), para quem “o enxerto da prisão no sistema penal não
tenha acarretado reação violenta de rejeição se deve sem dúvida a muitas
razões” (FOUCAULT, 2009, p. 242). Entretanto, ele destacou a capacidade de
fabricar delinquência.
O início desse processo acontece com a vigilância policial, a qual fornece a
matéria prima à prisão, qual seja, os infratores. Posteriormente, ela os
converte em delinquentes, alvo permanente do controle policial, responsável
por sempre fazerem-nos voltarem à prisão.
Além de selecioná-los desse modo, a prisão também é capaz de fabricá-los de
forma indireta, visto que promove a miséria às pessoas integrantes da família
do presidiário. Portanto, em substituição ao criminoso eventual, há seleção e
fabricação dos delinquentes, de natureza bem diferente da dos infratores
eventuais e desorganizados, pois eles passam a ser organizados,
hierarquizados, solidários entre si.
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atividadeAtividade
Leia o trecho a seguir:
“O que faz do homem um ser político é sua faculdade para a ação; ela o capacita a
reunir-se com seus pares, a agir em concerto e a almejar objetivos e
empreendimentos que jamais passariam por sua mente”.
ARENDT, H. Sobre a violência. Tradução: André de Macedo Duarte. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2009, p. 102.
Assinale a alternativa correta de acordo com o pensamento de Hannah Arendt:
a) A violência, de modo inequívoco, designa algo no singular, uma entidade
individual; é a propriedade inerente a um objeto ou pessoa e pertence ao seu
caráter.
b) O poder distingue-se pelo seu caráter instrumental.
c) Um exemplo de manifestação de poder é a utilização de uma arma de fogo
para obter a ação em concerto dos demais envolvidos.
d) O poder corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas
para agir em concerto. O poder nunca é propriedade de um indivíduo:
pertence a um grupo e permanece em existência apenas enquanto este se
conserva unido.
e) A insígnia da violência é o reconhecimento inquestionável daqueles a
quem se pede que obedeçam.
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indicações
Material
Complementar
LIVRO
Dos delitos e das penas
Cesare Beccaria
Editora: Martin Claret
ISBN: 9788572328203
Comentário: Embora não tenha conferido importância
à prisão, Cesare Beccaria idealizou os princípios que
regem o direito penal moderno fundado nas ideias
iluministas, motivo pelo qual a sua leitura permite
compreender melhor os alicerces da atual prática e os
limites em matéria de segurança.
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FILME
Carandiru
Ano: 2003
 Comentário: No �lme, observamos um exemplo de
ação policial violenta contra os prisioneiros da Casa de
Detenção de São Paulo, popularmente conhecida como
Carandiru. Para os defensores de uma mera opressão,
até mesmo com prática de atos ilegais contra os
investigados, acusados ou culpados, a questão é se a
medida repressiva adotada cooperou com a redução
das taxas de criminalidade ou apenas ajudou a
aumentá-las.
T R A I L E R
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conclusão
Conclusão
Nesta unidade, vimos que os sistemas de segurança pública e de justiça
criminal interagem na elaboração da Política Nacional de Segurança Pública e
Defesa Social, embora o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria
Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil não integrem o Sistema Único de
Segurança Pública.
Além disso, aprendemos que os problemas da área de segurança pública
demandam uma solução interdisciplinar, sendo certo que a sociologia, a
antropologia e a ciência política, especialmente a ciência das políticas
públicas, contribuem bastante para sua correta compreensão.
A história da segurança pública no Brasil indica que houve oscilações entre
regimes autoritários e democráticos; em cada um desses períodos, o regime
jurídico incidente sobre as instituições de segurança pública ganhava
contornos relativamente bem delineados.
Aprendemos também que violência, cuja instrumentalidade é o marco
característico, não se confunde com o poder e com a autoridade. Além disso,
analisamos que as instituições da segurança pública e da justiça penal são
seletivas quanto à sua clientela.
referências
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Referências
Bibliográ�cas
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Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 102.
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