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Unidade III GEOPOLÍTICA, REGIONALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO Prof. Adilson Camacho Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Roteiro da Unidade III (Obs.: todas as citações diretas e sem indicação de fonte são do livro-texto: VASQUES, Enzo Fiorelli. Geopolítica, regionalização e integração. São Paulo: Sol, 2012. p. 128). Roteiro 7 A agenda da geopolítica moderna 7.1 Comércio internacional e desenvolvimento econômico. 7.2 Alguns desafios para a inserção positiva dos países em desenvolvimento nas relações de comércio internacional 7.3 O meio ambiente Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Roteiro 8 A regionalização e a integração 8.1 Aspectos teóricos e históricos de integração regional 8.2 Fases da integração 8.3 Principais sistemas de integração regional 8.3.1 Mercosul (Mercado Comum do Sul) 8.3.2 Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) 8.3.3 União Europeia Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Objetivos gerais da disciplina: Análise e entendimento das interações entre unidades políticas (agentes diversos), países e suas tendências. Abordagem contemporânea da geopolítica, estudo das macropolíticas e das fronteiras nacionais, tratando dos processos de regionalização e integração. Ao abordar os conceitos e objetivos das políticas externas, as ações e interações entre os Estados, a disciplina analisa a questão das fronteiras e compõe debates entre aqueles que defendem seu fim e aqueles que as vêm transformadas; além de debates sobre as relações de poder, como as que envolvem questões relacionadas aos recursos ambientais. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Objetivos específicos da disciplina: analisar os fundamentos das relações territoriais de poder; identificar as relações entre Sociedade ou agentes públicos e privados (estado, empresas e indivíduos), Território e Poder; analisar teorias das relações sociais e internacionais de poder; conhecer as noções complementares de Cooperação e de Competição; conhecer os conceitos e objetivos das políticas externas; entender a evolução dos projetos e das práticas geopolíticas; conhecer a agenda da geopolítica moderna; compreender os aspectos da integração regional. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Globalização capitalista causou provavelmente mais riqueza material e progressos sociais do que jamais ocorreu em fases precedentes da economia mundial. Ao mesmo tempo, visualizamos o aumento das diferenças entre nações. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Os interesses de cada país estão manifestos por meio de suas políticas internas e externas e refletem seus objetivos no que diz respeito a desenvolvimento econômico, capacitação tecnológica, maior participação no comércio global, crescimento de índices sociais, busca pelo poder, entre outros. Seja qual for o objetivo, em geral as ações do Estado estarão sujeitas à eventual influência de grupos de interesse que apoiam suas decisões políticas no âmbito interno. Também nas questões de meio ambiente, o número de acordos ambientais internacionais e os acordos voluntários cobrem grande parte das regiões e das questões globais. Além disso, existem os aspectos teóricos e históricos da integração regional, que faz parte de nosso assunto. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 7.1 comércio internacional e desenvolvimento econômico Em uma perspectiva histórica, a expansão do comércio internacional foi sustentada pelos contínuos aumentos da produtividade e das produções agrícolas e industriais, pela especialização e divisão de trabalho e pelas vantagens comparativas de troca. O comércio assume papel fundamental na expansão da economia internacional a partir da revolução comercial industrial, sendo que sua importância é plenamente admitida nos princípios da teoria clássica do comércio. Comércio, em qualquer escala, continua sendo essencialmente Territorial, apesar das afirmações “tendenciosas” e “festivas”. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Na medida em que os meios de intermediação da riqueza mundial – baseada nas normas reguladoras dos padrões metálicos – tornavam-se inadequados, o comércio internacional se constituía como um eficiente mecanismo de acúmulo de reservas internacionais, de meios internacionais de pagamento e de orientação dos fluxos de capitais. A Balança comercial ganhou significativa importância na medida que impactou o equilíbrio dos Balanços de pagamentos nacionais, equilíbrio este dependente do acúmulo de recursos financeiros gerado pelas transações de bens e serviços. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Papel das novas tecnologias: dimensão política (poder) na propriedade e nas transferências tecnológicas. Utilização de Trabalho local pelo Capital transnacional e os diferentes padrões de produção criaram alternativas de produção ao deslocar atividades para determinados lugares, de modo que o processo completo se constituísse com base no trabalho de diferentes países, fracionando os processos. Da mesma forma, questões relativas ao fluxo monetário, tais como investimentos diretos e fluxo financeiro internacional (capital especulativo e produtivo), estão intrinsecamente relacionadas ao comércio exterior. Juntos, esses elementos são responsáveis pelas transações correntes do país e afetam direta e indiretamente o crescimento econômico nacional. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Conduzidas pelas motivações do lucro em função do próprio processo histórico, as crescentes relações de comércio entre os países provocaram a ampliação de mercados consumidores às custas de subordinação e dependência nos processos de desenvolvimento. Juntamente com um maior número de fornecedores de insumos e de matérias-primas e com as novas possibilidades de atividades econômicas (novos produtos e serviços), essa ampliação estimulou a produção em escala e obteve um consequente aumento da produtividade a partir da especialização (diretiva, coativa, imposta), tanto nas atividades agrícolas e extrativas quanto nas industriais e de serviços. Ver Teoria da Dependência que, para muitos, é antiquada. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Os mercados são administrados dentro do marco de regulamentação governamental nos âmbitos nacionais e pelo consenso nos foros multilaterais, estabelecidos e internacionalmente aceitos após a Segunda Guerra Mundial. Após o protecionismo dos anos 1930, o comércio internacional cresceu a um ritmo sustentado no pós-guerra, atuando como indutor de modernização tecnológica e de ganhos de competitividade. O advento da globalização econômica gerou uma produção de bens em maiores quantidades a custos continuamente mais baixos. O fator preponderante da globalização é a internacionalização da economia, ininterrupta desde a Segunda Guerra Mundial. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 7.2 Alguns desafios para a inserção positiva dos países em desenvolvimento nas relações de comércio internacional. A globalização capitalista percebida nas últimas décadas do século XX trouxe provavelmente mais riqueza material e progressos sociais do que jamais ocorreu em fases precedentes da economia mundial. Ao mesmo tempo, tem-se o “aumento das diferenças entre nações desenvolvidas e países em desenvolvimento, assim como das desigualdades no acesso a bens e a distância acumulada entre osrendimentos dos grupos sociais”. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) A economia internacional contemporânea é, em grande parte, virtual, digital. b) A globalização permitiu a virtualização dos mercados, desprendendo-se do espaço geográfico. c) O comércio tornou-se muito dinâmico e universal, o que está relacionado à queda das barreiras tarifárias e à livre circulação de mercadorias e pessoas pelo mundo contemporâneo, e à abolição tanto da geografia objetiva (território) quanto da científica (acadêmica). d) O comércio sob os acordos pós-Bretton Woods garante participação de todos dos países no mercado internacional. e) O desenvolvimento promovido no pós-guerra é violento e seletivo, desde a concepção até suas práticas de colonialismo e imperialismo renovadas e travestidas de relações internacionais. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 2º Bloco Governança Desde o final da Segunda Guerra Mundial acentuam-se as características de interdependência no sistema econômico internacional e, ao mesmo tempo, houve a necessidade de se reduzir o alto nível de protecionismo ao comércio internacional. Havia a necessidade de regras e instituições que permitissem aos países projetar suas políticas de empregos e investimentos sem desestabilizar a economia mundial. De acordo com o que podemos constatar, a maior preocupação dos países da ordem capitalista no imediato pós-guerra residia na construção simultânea de um ambiente pacífico, favorável ao crescimento econômico das nações, e de uma nova ordem capitalista capaz de trazer estabilidade política e econômica, além de cercear a expansão do socialismo, que saiu fortalecido no período posterior ao conflito. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Da dinâmica das relações internacionais de comércio no âmbito de negociação do GATT, percebe-se que na prática as premissas de livre comércio das teorias de comércio internacional propaladas até os dias atuais pelas nações desenvolvidas não se estabeleceram no comércio internacional. Uma ordem econômica liberal nas relações econômicas internacionais nunca foi implantada nesse período. Por outro lado, ao se evocar a visão realista das relações internacionais, conferimos que os interesses nacionais exacerbados dos países desenvolvidos ignoraram e ainda ignoram as assimetrias econômicas estruturais, pois exigem, em determinado momento, livre comércio e igualdade de oportunidade nas negociações. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) O GATT criou as bases de um sistema de comércio internacional que pode ser melhor caracterizado como administrado em vez de liberal. As regras do GATT nunca foram implementadas rigidamente quando os interesses dos países industriais avançados estavam em risco. O fato é que, desde a criação do GATT, os países em desenvolvimento “foram conscientemente discriminados no acesso ao mercado dos países industriais”. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) “Economia normal” O GATT permitia a gestão das políticas nacionais de comércio com um mínimo de regras. Os dois princípios básicos do acordo apresentavam um grande equívoco ao presumir que os parceiros comerciais estavam em posições similares. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Os interesses de cada país, manifestos por meio de sua política externa, refletem seus objetivos quanto ao desenvolvimento econômico, à capacitação tecnológica, à maior participação no comércio global, ao crescimento de índices sociais ideais, à busca pelo poder, entre outros. Seja qual for o objetivo, em geral as ações do Estado estarão sujeitas à eventual influência de grupos de interesse que o apoiam em suas decisões políticas no âmbito interno. A liberalização do comércio, portanto, se concentrou em indústrias caracterizadas pela especialização internacional “intraindustrial”. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Então, a concentração sistêmica... Concessões tarifárias eram praticamente irrelevantes para economias em desenvolvimento que não tinham a possibilidade de uma resposta de oferta. Dessa forma, tem-se que: “[...] a partir do quarto final do século XX, um terço, senão mais, do comércio internacional é realizado entre as próprias firmas multinacionais, geralmente em um sentido norte-norte, já que o comércio norte-sul continua a ser dominado por um padrão mais tradicional de trocas, envolvendo matérias-primas e commodities contra manufaturados e outros produtos de maior valor agregado (ALMEIDA, 2002, p. 52). ALMEIDA, P. R. Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas. São Paulo: Paz e Terra, 2002. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) As negociações Rodada Kennedy (1963-1967) e da Rodada Tóquio (1973-1979)] continuaram dominadas pelas principais economias desenvolvidas, mesmo com uma atitude mais ativa dos países em desenvolvimento a partir dos anos 1960. Os custos geram maior preocupação dos países nas relações internacionais. E esses custos foram certamente debitados da conta dos países em desenvolvimento. Assim, é evidente que: “[...] os governos dos países industrializados procuraram transferir, para fora de suas fronteiras, os custos sociais resultantes de ajustes à diferenciação funcional ou interindustrial, ou seja, da diferenciação derivada de vantagens comparativas interindustriais, que beneficiariam países menos industrializados”. DIAS, V. V. O Brasil entre o poder da força e a força do poder. In: BAUMANN, R. (org.) O Brasil e a economia global. Rio de Janeiro: Campus, 1996. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) As nações mais ricas, em seu Controle da ordem econômica internacional, acabaram introduzindo exigências de maior reciprocidade ou maiores concessões por parte dos países em desenvolvimento, pois: Primeiro: manifestação de maior poder relativo nas questões comerciais em prol de interesses econômicos particulares e não em prol de um maior nível de liberalização comercial equitativa que beneficiasse a todos; Segundo: decorrente do primeiro fator, remete à ausência do princípio de que a igualdade de condições opera de forma a aprofundar as desigualdades entre desiguais. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Concentradas na exportação de manufaturados intensivos em “mão de obra”, tais barreiras, conhecidas com barreiras não tarifárias cresceram ininterruptamente nas décadas de 1980 e 1990. Toda essa estrutura desfavorável e a tentativa de introdução de novos temas no fórum internacional de comércio por parte dos países desenvolvidos levou o Brasil e outros países em desenvolvimento a rever sua posição defensiva frente ao GATT: eles passaram a “defender um sistema multilateral com o predomínio do direito sobre o arbítrio de poder”. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) A expectativa era de que um sistema mais abrangente de comércio, fundamentado no direito internacional, gerasse uma estrutura normativa que trouxesse maior equilíbrio (regulação) às negociações e maiores restrições ao exercício de poder e às arbitrariedades. Diferente de seu precursor, a Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização permanente, com personalidade jurídica própria e com o mesmo status do Banco Mundial e do FMI. Os compromissos assumidos no âmbito da OMC são absolutos e permanentes. Prevista na Ata Final da Rodada Uruguai (1986-1994), a substituição do GATT pela OMC em 1995 não significou, entretanto, o fim das mazelas do comércio internacionaldiscutidas até aqui. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) A substituição da OMC pelo GATT não ajudou os países pobres. b) Por mais que se propague a ideia de mercado liberal ou normal, na prática o mercado é mesmo administrado. c) No comércio internacional moderno não há como corporações tirarem proveito das relações assimétricas. d) Países ricos tentam a todo custo apoiar o crescimento dos países em desenvolvimento, apesar destes últimos não ajudarem a si mesmos. e) A estrutura econômica global está muito bem aparelhada para não permitir investimentos e transações corporativos em benefício próprio, para isso existe a OMC com ação efetiva. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 3º Bloco 7.3 o meio ambiente Mediante a vasta diversidade de temas que compõem a agenda das relações internacionais, a ecopolítica e as questões ambientais ganharam destaque nas últimas décadas. O meio ambiente e a política de desenvolvimento sustentável causaram discussões entre os Estados nos organismos internacionais, o que promoveu ações e tentou minimizar os efeitos do aquecimento global. Ainda que os Estados estejam no dilema entre soberania, crescimento econômico, interesses individuais e questão ambiental, notamos que a ONU e as organizações não governamentais (ONGs) participam ativamente do processo de conscientização. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) O marco inicial dessas atuações dos membros das Nações Unidas foi a reunião realizada em 1972, em Estocolmo. Nela, foi colocada a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano. A partir da década de 1970: ecologia, porém com crises de soberania. Caso de Cubatão! Geopolítica, regionalização e integração (GRI) A dificuldade de conciliar e obter o consenso em uma política de desenvolvimento limpo torna o debate sobre essa problemática cada vez mais constante. As nações desenvolvidas e as potências econômicas continuam a emitir quantidades exorbitantes de gases nocivos à camada de ozônio e, ao mesmo tempo, cobram das nações emergentes que reduzam seus níveis de emissão ainda que em longo prazo, mesmo que essas nações ainda estejam em processo de industrialização e de boom econômico. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Movimento ambiental Estados, cidadãos e organizações (produtivas e do terceiro setor). Estocolmo, em 1972. Rio 92. Protocolo de Quioto, em 1997. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Modelo de crescimento e padrão produtivo. Nesse período, a visão antropocêntrica de meio ambiente começou a ser dissuadida pelos pensadores da ecopolítica. Desde a Primeira Revolução Industrial, com o advento da sociedade moderna, os recursos naturais eram vistos como uma fonte indispensável para o desenvolvimento econômico e para o conforto dos indivíduos, o que desencadeou um pensamento restrito. Ver Cortina de fumaça, P. Layrargues. Annablume, 2000. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Estabilização. Assim, nota-se que a maioria das pautas da comunidade internacional relativas ao ambiente internacional estão centradas sobre a noção e concepção de Governança ou Governança global, seja em sua forma neoliberal, institucionalista, tradicional e teórica, seja em sua forma transnacional. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Governança global é um termo genérico que abrange diferentes tipos de regulamentação internacional ou transnacional ou até mesmo tipos referentes à institucionalização. Por exemplo, os regimes e as instituições internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e as Nações Unidas (ONU) são vistos como instrumentos tradicionais de Governança global. Formas transnacionais de governança também foram incluídas nessa definição, como códigos globais de conduta utilizados por corporações multinacionais ou o desenvolvimento de normas de uma “sociedade civil global”. Há muitas controvérsias. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) No campo ambiental, o número de acordos ambientais internacionais e os acordos voluntários cobrem grande parte das questões globais, que vão desde a então Convenção de Mudanças Climáticas até problemas internos e fronteiriços referentes ao desmatamento florestal. Contudo, a partir da perspectiva ecopolítica, o ponto em questão não é somente a governança ambiental em si, mas a relação entre as interfaces econômicas e as faltas de comprometimento das nações e de poder decisório das instituições para regulamentar as ações ambientais. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Mesmo com 175 países signatários, ainda vemos impasses à adoção desse protocolo (Quioto), que recaem sob a questão dos Estados Unidos e da China, os maiores poluidores globais que querem continuar a superaquecer suas economias. Ainda que os países emergentes tendam a crescer nos próximos 20 anos e, consequentemente, poluirão mais, eles não chegariam à porcentagem de emissão que essas duas potências representam hoje. Atualmente, temos subcategorias de nações poluidoras que vão do Grupo de Risco, passando àquele dos países emergentes, ao grupo dos muito pobres. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Atualmente, temos subcategorias de nações poluidoras que vão do grupo de risco, que teria de adotar medidas severas para a redução, até o grupo dos Países Emergentes – com exceção da China, que se encaixa no primeiro grupo – e o grupo de países que ainda estão desenvolvendo sua economia ou passam por uma fase de transição. Com a COP15 (Conferência de Copenhagen), foi reforçada a importância do desenvolvimento sustentável e da preservação ambiental e a necessidade de cooperação dos mais diversos organismos e estados. Nações como Brasil, Dinamarca e Índia fizeram propostas e assumiram o compromisso de fazer a diferença na redução dos índices de carbono. De certa forma, esses países conseguiram auxiliar as negociações com as outras nações, que ainda focavam em suas respectivas economias mesmo sabendo da gravidade do problema. (Conferência de Copenhagen, em 2009). Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Questão ambiental é planetária, não nacional. Como as questões ambientais são de natureza internacional e transnacional, elas não podem estar somente interligadas à esfera dos Estados nacionais. Portanto, a definição das agendas e dos temas relativos ao meio ambiente e a busca de soluções para problemas da atualidade requerem o comprometimento e o envolvimento de outros agentes, que precisam buscar uma alternativa viável em conjunto com Estados, instituições e com o próprio mercado. Devido a esse contato entre os diferentes atores da geopolítica e da ecopolítica mundial, o cenário que pode ser percebido ao início do século XX é o de uma ausência de fronteiras claramente definidas e o de uma sociedade e de um mercado em constante mudança. Caso de sucesso da The Natural Step, de Karl Henrik Robèrt... Interatividade Assinale a alternativa correta. a) No exemplo da TNS descrito, a iniciativa de K. Robert falhou porque não aglutinou os envolvidos. b) O principal passo para a solução dos problemas ambientais internacionais e seguir um caminho sustentável, é a diminuição da atividade produtiva, poluidora, dos países pobres. c) Para resolver os problemas ambientais é preciso mudar a matriz energética. d) A questão ambiental acabou entrando na pauta do marketing, econômico e político, com iniciativas pouco efetivas. e) A questão ambiental éessencialmente técnica, requerendo bons cientistas empenhados. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 4º Bloco 8 A regionalização e a integração No mundo globalizado, participar efetivamente das relações internacionais significa, essencialmente: manter um bom relacionamento comercial com os demais países ou blocos de países; participar efetivamente das negociações de acordos comerciais dos mais variados moldes; estar sempre atualizado em relação às mudanças de comportamento dos diversos atores. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) A proliferação de acordos regionais marcou profundamente as relações internacionais a partir da segunda metade do século XX, tanto no campo econômico como no campo político, e refletiu também no desenvolvimento do próprio Direito Internacional. Os acordos regionais encontram apoio no artigo XXIV do GATT, que dispõe sobre a criação e a formação das Uniões Aduaneiras e das Zonas de Livre Comércio. A justificativa para a formação de Blocos era a de propiciar maior liberdade de comércio, mesmo que discriminatória, com vistas ao aproveitamento das vantagens comparativas recíprocas. Acreditava-se que a integração contribuiria para gerar ganhos de comércio e, consequentemente, aumento do bem-estar. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 8.1 Aspectos teóricos e históricos de integração regional O Livre Comércio é considerado pelos clássicos como a melhor forma de usar eficientemente todos os recursos disponíveis para atingir o máximo de bem-estar mundial. Mas só isso não é suficiente, pois, como ocorre transferência de renda entre pessoas e nações, alguns ganham e outros perdem com a liberdade de comércio. Como na realidade não existem mecanismos capazes de compensar as perdas dos que são prejudicados pelo livre comércio, os Estados intervêm publicamente para neutralizar os prejuízos resultantes das trocas internacionais e alavancar o desenvolvimento econômico. O período entre as guerras mundiais foi marcado por acentuado protecionismo e por deterioração das relações econômicas internacionais. Os Estados Unidos, que após a Primeira Guerra Mundial emergiram como potência, aumentaram bruscamente suas tarifas aduaneiras. Seus parceiros comerciais impuseram retaliações e disseminaram “guerras comerciais” acirradas. Por exemplo, para enfrentar um problema de balanço de pagamento, um país desvalorizava sua moeda. Isso tornava mais caro o produto de outro país, que, para recuperar a competitividade, também desvalorizava sua moeda. Assim, mesmo durante os conflitos, toda essa problemática motivou, a partir de Bretton Woods, o surgimento do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio). Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Geopolítica, regionalização e integração (GRI) O GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio). Com o objetivo de reduzir as barreiras comerciais e aumentar a interdependência das nações, o princípio básico do GATT era: nenhum país tinha obrigação de fazer concessões, mas se ele reduzisse suas barreiras à importação de determinado produto, esse benefício seria automaticamente estendido aos demais membros. Além disso, esses países precisariam também assumir o compromisso de não aumentar suas tarifas ou fazer outras restrições. O GATT mostrou sua maior fraqueza na questão da solução de controvérsia e desrespeito às regras por parte de seus signatários. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Visão liberal. Há criação de comércio quando a produção doméstica, menos eficiente, é substituída pela importação, mais barata devido à ausência de barreiras procedentes de um parceiro comercial. Há desvio de comércio quando o produto socialmente mais barato em relação ao resto do mundo é preterido em favor daquele produzido pelo país-sócio. A ocorrência de criação ou desvio de comércio depende de alianças e de (geo)estratégias militares, como bloqueios e embargos comerciais, ou mesmo projetos nacionais (como o do desenvolvimentismo), além dos preços dos produtos nos diferentes países e da dimensão das barreiras alfandegárias. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Para que a união aduaneira possa beneficiar os participantes, a criação de comércio deve superar o desvio de comércio, de modo que, no balanço, a formação da união desloque fontes de suprimento para custos mais baixos mais do que para custos mais altos. Um país eficiente e altamente especializado, porém diversificado em seus padrões de consumo, pode sofrer pesadas perdas em desvio de comércio e ganhar pouco em criação de comércio, enquanto uma economia multissetorial, comparativamente de alto custo, pode ganhar muito em criação de comércio e perder pouco em desvio de comércio. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Vantagens da estratégia de união aduaneira podem ser sintetizadas nos quatros argumentos a seguir: maior aproveitamento das vantagens comparativas regionais: especialização e integração (complementaridade); criação de economias de Escala: a união aduaneira, em um contexto de complexidade industrial, resulta na formação de um mercado maior para reduzir o custo de produção; possibilidade de ofertar maior variedade de produtos: se o mercado é pequeno e protegido, a oferta de produtos diferenciados e/ou sofisticados revela-se inviável porque implica a elevação de custos; maior concorrência intrarregional: a integração amplia o mercado e aumenta a concorrência, melhora a alocação de recursos, diminuindo a concentração (formação de oligopólios e monopólios) e os preços para o consumidor final. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 8.2 Fases da integração No passado, a integração entre povos era realizada por invasões e conquistas e os exércitos eram o principal instrumento de persuasão. Hoje, as nações independentes procuram se integrar por meio de acordos firmados em função de seus interesses recíprocos. Há diversos tipos de integração econômica que podem ser classificados segundo um grau crescente de interdependência. Zonas de preferência: são acordos estabelecidos por países geograficamente próximos, com o objetivo de promover desenvolvimento e aumento de suas produções, interna e externa, mediante mecanismos de incentivo ao comércio intrarregional. Geralmente, são negociados acordos setoriais e concessões tarifárias ou não tarifárias para todos os participantes, relacionando as mercadorias e as respectivas margens de preferência. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Área de livre comércio: prevista no artigo XXIV do GATT, ela consiste na eliminação das barreiras alfandegárias e outras restrições aos produtos produzidos dentro do grupo de dois ou mais países, porém, mantêm-se as políticas comerciais independentes em relação aos demais. Trata-se de um estágio de integração mais avançado do que a zona de preferência. O Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) é um exemplo desse modelo de integração regional; União aduaneira: também definida no artigo XXIV do GATT, refere-se à substituição de dois ou mais territórios aduaneiros por um só, com consequente eliminação de tarifas aduaneiras e restrições ao comércio internacional dos países membros. A união aduaneira é consequência da eliminação de todos os obstáculos às trocas internacionais. Exemplo: o Mercosul; Geopolítica, regionalização e integração (GRI) Mercado comum: consiste numa união aduaneira na qual os participantes se obrigam a implementar a livre circulação de pessoas, de bens, de mercadorias, de serviços, de capitais e defatores produtivos. As comunidades europeias já passaram por esse estágio de integração; União econômica: nessa fase de integração, os acordos não se limitam aos movimentos de bens, serviços e fatores de produção, mas buscam harmonizar políticas econômicas para que os agentes possam operar sob condições semelhantes nos países constituintes do bloco econômico. Ex.: União Europeia; Integração econômica total: esse estágio de integração implica livre deslocamento de bens, serviços e fatores de produção, além de completa igualdade de condições para os agentes econômicos, o que consiste na união econômica e política e na unificação dos direitos, civil, comercial, administrativo, fiscal etc., com autoridades supranacionais. Geopolítica, regionalização e integração (GRI) 8.3 Principais sistemas de integração regional 8.3.1 Mercosul (Mercado Comum do Sul) 8.3.2 Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) 8.3.3 União Europeia Interatividade Assinalar a alternativa correta: a) Bretton Woods e seus instrumentos representaram um esforço de bipolarização do comércio. b) O GATT assegurou a harmonia do comércio mundial. c) A OMC resolveu todos os problemas do GATT. d) A formação de blocos representa uma fragmentação no mercado internacional, processo contraditório e complementar ao da globalização. e) A globalização não admite a regionalização, posto que esta funcione como obstáculo à expansão do capital. ATÉ A PRÓXIMA! 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