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LICITAÇÃO NOÇÕES Data: 25/08/2020 e 01/09/2020 Faculdade Dom Bosco Turma/Curso: Direito Professora SILVIA MARMONTEL MATTOS Apresentação: Jarbas Brito, advogado. Conceito É o procedimento que deve, como regra, ser anterior a qualquer contratação que envolva aquisição de ou alienação de bens, serviços ou obras na administração pública. Por meio da licitação é que será escolhida a pessoa física ou jurídica a ser contratada, após a seleção da melhor proposta para a administração. Princípios da licitação São princípios que devem estar presentes nas licitações, a saber: Isonomia, igualdade, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Por que licitar? O dever de licitar deriva de mandamento constitucional federal, mais precisamente o artigo 37, XXI, da Carta Magna. Qem está obrigado ao dever de licitar? A Administração Pública Direta, Indireta e Fundacional. Legislação básica Lei Federal 8.666/93 Lei Federal 10.520/02 – Pregão Lei Federal 12.462/11 – Rdc – regime diferenciado de contratação. Lei 12.232/10 – Institui regras para contratação de empresas do ramo para a publicidade governamental. Lei 12.349/10 – Inclui na Lei Federal 8.666/93 o Princípio das Licitações Verdes. Decreto 7746/12 regulamentou o principio contido no artigo 3º da Lei 8.666/93 Decreto 6.204/07 – Regulamenta a participação das Microempresas nas Licitações Decreto 10.024/19 – Contratação de obras e serviços comuns de engenharia mediante Pregão Lei Federal 11.079/04 – Lei das PPPs Lei Federal 8987/95 – Lei da Concessão de Serviço Público Lei Federal 13.303/16 – Lei das Estatais Lei Federal 13,979/20 – Lei de enfrentamento da emergência do COVID 19 Lei 4.320/64 – Lei de orçamento e finanças públicas Lei Complementar 101/00 – Lei De Responsabilidade Fiscal Código Civil Brasileiro Código Penal Brasileiro Terminologia I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros; V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei; VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos; VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; c) ... d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada; IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados; X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas; XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente; XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública; XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes. XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em projetode pesquisa aprovado pela instituição contratante. Princípios da licitação O artigo 3º da Lei Federal 8.666/93 diz quais são os princípios que regem a licitação, a saber: isonomia, igualdade, promoção do desenvolvimento nacional sustentável, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo, e os que a eles sejam correlatos. Licitações verdes Como “exigência à concretização do direito fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado” a Lei Federal 12.249/10 inseriu, como principio no âmbito das licitações brasileiras, a “promoção do desenvolvimento nacional sustentável” trazendo dessa forma a escolha da proposta mais vantajosa não somente sobre aquela que detenha o menor preço e/ou melhor técnica, mas também a qualidade, e a preocupação da produção com o cuidado necessário à preservação do meio ambiente. Modaidades(Procedimento) Convite, Tomada De Preços, Concorrência, Concurso Leilão, Pregão, Regime Diferenciado de Contratação. Tipos(Critério objetivo de julgamento) Menor Preço, Técnica E Preço, Melhor Técnica E Preço. No Pregão, o tipo ou critério objetivo de julgamento é o Menor Preço. Processo licitatório O processo licitatório inicia com a demanda de aquisição do bem, serviço ou obra, ou de alienação, vindo da unidade administrativa interessada que integra o ente licitador. Autorizada a abertura da licitação pela autoridade competente, em geral o Ordenador da Despesa, é elaborado o Edital do certame que, após examinado e aprovado pela Assessoria Jurídica(art. 38, § único, da Lei Federal 8.666/93), é publicado no Diário Oficial da esfera correspondente. Encerrada a fase interna com a publicidade do edital, inicia-se a fase externa com a manifestação dos interessados em participa da licitação. Após vencido o prazo de recursos em relação à validade do edital, ocorre a sessão de abertura das propostas e declarado o vencedor e após vencido o prazo recursal, ocorre a convocação para a celebração do contrato com a Administração, completando-se a fase externa e iniciando-se a fase de execução do contrato. A condução do procedimento licitatório, depois de publicado o edital e até o ato de homologação do certame é de responsabilidade da Comissão Permanente(ou Especial) de Licitações e do Pregoeiro, conforme o caso. A Comissão ou o Pregoeiro são servidores do quadro do órgão ou ente licitador formalmente designados pela autoridade competente e em geral não percebem remuneração extra por tarefas dessa natureza, que não raro acumulam com as tarefas cotidianas na repartição onde estão lotados. Inversão de fases na licitação Como regra, na Lei Federal nº 8.666/93, as fases de habilitação e de preços, exceto na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação - RDC, não podem ser invertidas. No Pregão, a própria Lei Federal 10.520/02 prevê como regra o prévio conhecimento do preço e, após declarada vencedora sua proposta, a licitante apresenta os documentos com vistas à habilitação jurídica no certame. Dispensa e Inexigibilidade de licitação A dispensa da licitação prevista na Lei Federal 8.667/93 ocorre quando, por determinadas razões, não convém ou não é possível para a Administração, aguardar o tempo normal de tramitação de um procedimento licitatório para a realização da aquisição do bem, serviço ou obra. Nesse caso, o artigo 24 da referida lei ampara o afastamento da obrigatoriedade da licitação para permitir a contratação do objeto em questão. A conveniência de adoção da dispensa da licitação ou da impossibilidade de realizar o procedimento licitatório são elencadas aos longo dos incisos do artigo 24. A inexigibilidade do procedimento licitatório, por sua vez, ocorre quando a Administração não pode colocar em licitação um bem, serviço ou obra, que somente seja produzido ou realizado por um único produtor ou fornecedor, conforme as disposições do artigo 25 da Lei Federal 8.666/93, observadas as cautelas do artigo 26 do mesmo diploma legal. Homologação e revogação A homologação da licitação é o ato final do procedimento e compete, depois de verificada a implementação de todas as condições legais, ao agente que autorizou a abertura do procedimento, ou aquele que esteja por ele formalmente designado para tal ato. Relevante destacar que a homologação da licitação, pela autoridade competente, mesmo tendo sido cumpridos todos os trâmites e formalidades legais, não obriga a Administração à contratação, desde que devidamente justificadas as razões para tal decisão e que deverão ser lançadas no processo formal do certame. A revogação da licitação, pela autoridade superior competente e devidamente justificada e anotada nos autos do processo, seja por vício insanável, desinteresse da Administração na contratação do objeto licitado, seja por falta de orçamento suficiente para suportar a despesa, é prerrogativa do ente licitador. Controle da licitação e tutela penal Os meios de controle do procedimento da licitação são exercidos, internamente, pela própria Administração licitadora, pela Comissão designada ou pelo Pregoeiro, além de, externamente, pelo Tribunal de Contas e Controladoria, além do cidadão, por meio do que dispõe o artigo 113 da Lei Federal 8.666/93. A tutela penal nas licitações refere-se à proteção da Administração Pública, quando da execução do interesse coletivo da sociedade, mais e principalmente pela inversão boa e firme de recursos públicos, tendo a Lei Federal 8.666/93 previsto as hipóteses e as respectivas sanções para os casos ali previstos, conforme disposto nos artigos 89 a 108. Além disso, os procedimentos licitatórios são públicos e controlados pelas Cortes de Contas, Controladorias e pelo Ministério Público, sendo os agentes infratores sujeitos, além do regramento específico de licitação, ao disposto na legislação civil e penal comum.
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