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A CO-CRIAÇÃO SOB A ÓTICA DA GESTÃO DE DESIGN: UMA INTRODUÇÃO AOS NÍVEIS ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL DO CO-DESIGN THE CO-CREATION IN THE DESIGN MANAGEMENT PERSPECTIVE: AN INTRODUCTION TO STRATEGIC, TACTICAL AND OPERATIONAL LEVELS OF CO-DESIGN Ricardo Goulart Tredezini Straioto Doutorando,Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, SC, Brasil ricardo.straioto@gmail.com Luiz Fernando Gonçalves Figueiredo Prof. Dr., Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, SC, Brasil lffigueiredo2009@gmail.com RESUMO A co-criação de valor têm se consolidado como uma estratégia no design de produtos e serviços, assim como na gestão de marcas. O presente artigo visa oferecer fundamentos para a prática do co-design nas organizações, considerando os níveis estratégicos, táticos e operacionais da gestão de design. A revisão da literatura realizada obteve resultados que indicam que o envolvimento de diferentes atores no processo de co-design de novos produtos e serviços deve ser definido conforme a estratégia de design adotada pela organização, seja orientada para custos, segmentação ou diferenciação. No aspecto tático, o co-design implica ao esses atores - sejam clientes, funcionários ou outros stakeholders - desempenhar um papel ativo nas equipes de projeto. Operacionalmente, mesmo demandando mais tempo e, consequentemente, tendo custos de desenvolvimento maior do que as abordagens não participativas, o envolvimento dos atores relevantes desde os estágios iniciais, tende a apresentar melhores resultados para a empresa e para a satisfação do cliente. PALAVRAS CHAVES: Co-design; Gestão de Design; Co-criação; Design Participativo. Abstract The co-creation of value by users have consolidated as a strategy to design products and services, as well as the design and brand management. This article aims to provide fundamentals for the practice of co-design in organizations, considering the strategic, tactical and operational levels of design management. The literature review conduced achieved results that indicate the involvement of different actors in the co-design process of new products and services should be defined according to the design strategy adopted by the organization, whether focusing costs, market segmentation or the differentiation. At the tactical aspect, the co- design involves actors - whether customers, employees or other stakeholders – to play an active role in project teams. Operationally, even demanding more time and, consequently, having higher development costs than the non- participatory approaches, the involvement of relevant stakeholders since the initials stages, should ensure best results for the company and the customer satisfaction. KEYWORDS: Co-Design; Design Management; Co-Creation; Participatory Design. 1 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. mailto:lffigueiredo2009@gmail.com mailto:ricardo.straioto@gmail.com INTRODUÇÃO A materialização e o desenvolvimento de projetos encontram novas possibilidades com a participação coletiva por meio da co-criação, do código aberto e do financiamento coletivo (crowdfunding). A participação das pessoas em processos de co-criação de produtos é cada vez mais recorrente em diversos setores. A exemplo da indústria automobilística, que, devido a equidade tecnológica e de preço entre os concorrentes, focalizou na experiência do usuário ao dirigir um automóvel. Neste setor, um caso expressivo é o Fiat Mio (www.fiatmio.cc), carro co-criado utilizando 11 mil ideias vindas de 17 mil pessoas. Outro caso é o site www.Nikeid.com, que permite a personalização de calçados, com a escolha de cores e acabamentos. A co-criação tornou-se uma tendência no marketing e na gestão de marcas. Uma maneira de obter de novos produtos e serviços em mercados sobrecarregados ou em setores que encontram-se estagnados tecnologicamente. Em essência, esta abordagem abre espaço para as pessoas fornecerem conhecimentos e participarem em todas as etapas ao longo do processo de design do produto, incluindo atividades ideativas e de conceituação. Nestes casos, quando a co-criação ocorre em processos de design, usualmente utiliza-se o termo co- design.[1] Muitas empresas focadas no chamado ‘valor criado pelo cliente’, passaram a redesenhar sistemas a fim de co-criar valor com os clientes e integrar todas as partes da organização neste processo. As empresas dependem das pessoas para fazer os projetos funcionarem, e, nesse sentido, cada vez mais a gestão de design preocupa-se com o modo como as relações entre clientes, consultores e usuários finais são organizadas e gerenciadas, pois pode contribuir decisivamente para o sucesso ou fracasso do produto e de toda a empresa. [2] Neste contexto, a problemática deste artigo consiste na exploração das implicações do co- design à gestão de design. Tendo como objetivo explicitar o conceito de co-design e verificar sua relação com o escopo de atuação da gestão de design. Nesse sentido, foi conduzida uma pesquisa bibliográfica, que tem como objetivo recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições científicas já existentes sobre determinado assunto[3]. A pesquisa é delimitada pela análise de fontes secundárias nacionais e internacionais da área de design, como livros e artigos publicados em periódicos indexados e congressos, atentando para a relevância e atualidade das obras. O caráter exploratório deste estudo deve-se às implicações do co-design aos níveis estratégicos, táticos e operacionais da gestão de design. O caráter exploratório de uma pesquisa é pertinente quando se desenvolve, esclarece e modifica conceitos e ideias, com vistas à formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores[4]. Portanto, busca-se com esta pesquisa constituir um referencial teórico com base no conceito de gestão de design que contribua à prática e à pesquisas posteriores em co-design. CO-DESIGN: A CO-CRIAÇÃO NO DESIGN Neste artigo consideramos o design como um processo criativo de resolução de problemas centrado em pessoas. Em que o “problema” de design é também uma “oportunidade” de design, onde deve-se empenhar diferentes stakeholders na busca de uma solução prática e inovadora [2- 5-6-7]. O empenho de diferentes stakeholders no processo de desenvolvimento de uma solução é amplamente aceito por diversos autores. Sob esse ponto de vista, a aproximação entre co- criação e design é natural, e ocorre, geralmente, por meio do termo co-design. As noções de co-criação e co-design são muitas vezes entendidas como sinônimos, mas há diferença. O termo co-criação se refere a qualquer ato de criatividade coletiva, ou seja, a criatividade que é compartilhada por duas ou mais pessoas. Co-design indica criatividade coletiva aplicada em toda a extensão de um processo de design, sendo então, uma instância específica de co-criação. De modo ainda mais preciso, o co-design se refere à criatividade coletiva de designers e pessoas não treinadas em design, trabalhando em conjunto no processo de desenvolvimento do projeto.[1] Na literatura, o termo co-design diz respeito a esta parte colaborativa ou coletiva do processo de criação de entendimento compartilhado sobre 2 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. http://www.Nikeid.com/ http://www.fiatmio.cc/ o processo de design e o conteúdo de design. Onde os atores de diferentes disciplinastornam- se capazes de integrar e explorar os seus conhecimentos em ambos os aspectos, e dessa forma, alcançar o maior objetivo comum: o novo produto a ser projetado. [8] Como uma síntese das duas definições anteriores, se aceitarmos a ideia de que designers desenvolvem projetos e que um projeto é um tipo especial de conhecimento, a construção colaborativa deste conhecimento receberá o nome de co-design [9]. Nele, diversos atores trabalham juntos na busca por respostas a problemas de varias ordens. Os atores envolvidos em um processo de co-design possuem perfis diversos: desde profissionais de design, de campos de conhecimento diversos à pessoas sem formação técnica como usuários e parceiros próximos. Sob o olhar da Gestão de Design o co-design, ou design colaborativo, é definido como "uma maneira de desenvolver produtos e serviços em parceria com vários stakeholders, e por meio do processo de design, transformar as necessidades dos usuário em proposições comerciais e soluções de design. Assim, o design não apenas torna possível o processo de colaboração e a participação dos consumidores e usuários, como também dá forma e viabilidade a novas ideias."[2] A prática do co-design ou da criatividade coletiva em design, parece despontar como um fenômeno recente, mas, na verdade, existe há quase 40 anos sob o nome de design participativo. O design participativo tem em suas origens nos ideais de uma democracia participativa onde a decisão é descentralizada e todos os indivíduos podem participar efetivamente de todas as decisões que os afetam. Mas do que obter um acordo entre as partes, a participação tem por finalidade o envolvimento das pessoas na adaptação significativa e proposital para mudar sua vida diária. [10] Grande parte da atividade em design participativo vem acontecendo na Europa Scandinava, em países como Noruega, Suécia e Dinamarca. Onde é aplicada uma abordagem para aumentar o valor da produção industrial, envolvendo trabalhadores no desenvolvimento de novos sistemas para o local de trabalho, sendo considera um meio para capacitar os trabalhadores permitindo-lhes participar na concepção da tecnologia usada por eles mesmo. Os projetos de investigação sobre a participação do usuário no desenvolvimento de sistemas datam da década de 1970.[1,11] A partir dos anos 80, o design participativo passou a ser empregado como uma metodologia de design de produtos, processos e interfaces [12]. A participação direta do usuário era quase ausente das concepções norte-americanas do design centrado no usuário na década de 1980. Durante a década de 1990, os métodos de design participativo tornaram-se práticas comuns em todo o mundo, mesmo que ainda existam diferenças regionais.[13] Enquanto na abordagem do design centrado no usuário (design para as pessoas) o envolvimento das pessoas restringe-se às etapas de experimentação e teste de alternativas. Na abordagem do co-design (design com as pessoas) os usuários podem participar do projeto de design como integrantes da equipe de design [1,12]. Estas diferenças ilustram a existência de diferentes níveis de envolvimento do usuário. Destaca-se a importância de estabelecer o nível adequado de participação. Como podemos ver no Quadro 1 sobre os tipos de participação, o co-design refere-se ao tipo 'colaboração'. A abordagem do design centrado no usuário, por outro lado, aproxima-se da participação do tipo 'consultivo'.[12] O design participativo vem se tornando rapidamente a norma no desenvolvimento de novos produtos e no projeto de experiências que criem oportunidades para envolvimento e a participação ativa das pessoas, onde em vez de serem rotuladas como “consumidores”, “clientes” ou “usuários”, agora podem se ver como participantes do processo de criação. É preciso, portanto, inventar novas formas de colaboração que turvem as fronteiras entre criadores e consumidores, para isso deve-se explorar o próximo estágio do design na medida em que ele migra de designers criando para as pessoas (design centrado no usuário) para designers criando com as pessoas (co-design) e a pessoas criando por si só.[5] 3 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. Informativo Consultivo Colaboração Empoderamento Designer solitário Design para as pessoas Design com as pessoas Pessoas criando por si Participação nula, com base apenas em observação comportamental Participação fraca, com base em pesquisas qualitativas como entrevistas e outros métodos semelhantes Participação média, aumento gradativo da pesquisa-ação Participação forte, com base na pesquisa-ação participante. Fluxo de uma via: compartilhamento de informação, usuário recebe ou fornece informação Fluxo de duas vias: usuários comentam um serviço predefinido ou uma série de questões As pessoas exercem controle crescente sobre a tomada de decisão relacionada ao sistema Transferência do controle sobre as decisões e recursos para as pessoas Quadro 1: Tipos de participação [5-12-14]. GESTÃO DE DESIGN Atualmente, graças ao nível sem precedentes de empresas atuando no mercado, a inovação ganha lugar como uma importante estratégia no mundo dos negócios e se é preciso inovar, tem-se de adotar o design [15]. Esta crescente necessidade de inovação imposta às empresas que concorrem em mercados cada vez mais dinâmicos, elevou o design a níveis estratégicos dentro das organizações, fomentando a área da gestão de design [16]. O campo da gestão de design tem suas origens relacionadas ao momento em que os agentes de design deixam de ser a vanguarda da arquitetura e do design e passaram às empresas e instituições de apoio e desenvolvimento da competitividade e dos mercados [17]. Entre suas atribuições, a Gestão de Design ocupa-se dos processos, decisões e estratégias que permitem que a inovação e a criação de novos produtos, serviços, comunicações e marcas sejam projetados de modo a melhorar a qualidade de vida das pessoas e proporcionar o sucesso organizacional [18]. No escopo da aplicação da Gestão de Design será considerado os três níveis de tomada de decisão: operacional, tático e estratégico [18,19]. O nível operacional, geralmente o primeiro passo para a integração do design, refere- se a gestão de um projeto de design que visa aprimorar o produto, a embalagem ou o serviço, incrementando as vendas e o valor percebido. O nível tático, a criação de uma função de design na empresa, refere-se a gestão do processo de inovação e coordenação das operações de design, pessoal, métodos e processos. O nível estratégico, o papel do design para unificar e transformar a visão da empresa, designa a gestão de uma empresa de acordo com princípios de design a partir do uso de uma estratégia de design na gestão organizacional, ou seja, usar o processo de design para resolver os problemas gerais da organização. A maioria das organizações utiliza o design apenas em seu nível operacional, para gerar uma série de materiais de uso cotidiano, como: produtos, comunicações, websites, sinalizações, ambientes de varejo, embalagens, entre outros. Ao desenvolver os níveis tático e estratégico é possível somar uma lista de novas oportunidades, como experiências com cliente, design de serviços, processos operacionais, treinamentos de marca, design organizacional, tomada de decisão, estratégia de negócios e liderança de pensamento – nesse momento passa a ser importante ter uma gestão de design forte dentro da organização.[15] Considerando os três níveis de gestão de design, seguimos com o entendimento de queos departamentos e os projetos devem estar estruturados a partir da “visão estratégica” e da contribuição que possam vir a dar à missão da empresa. Logo, o nível estratégico orienta o nível tático, e este, orienta o nível operacional. 4 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. Estratégia de Segmentação Estratégia de Custos Estratégiade Diferenciação Inovação baseada na oferta de valor ao cliente. Inovação baseada no processo. Inovação baseada na imagem da marca. Participação dos clientes e consumidores (usuários finais). Participação dos funcionários (usuários do posto de trabalho). Participação dos principais stakeholders (atores relevantes). Foco no estreitamento do relacionamento com o cliente para identificação de oportunidades a partir das necessidades dos usuários ainda não satisfeitas. Foco na excelência operacional por meio da otimização dos processos e tecnologias empregadas na produção de determinado produto ou na oferta de um serviço. Foco no fornecimento de produtos e serviços que comuniquem a missão, a visão e os valores da marca. A função do design é satisfazer o cliente, ajudando a posicionar a empresa como uma especialista que tem apelo a certo tipo de usuário. A função do design é melhorar a produtividade. A função do design é reforçar a participação de mercado da empresa por meio da qualidade de sua imagem e marcas. O posicionamento estético da empresa favorece a dimensão funcional (experiência do usuário) do sistema de design corporativo. O posicionamento estético da empresa favorece a dimensão estrutural (ou técnica) do sistema de design corporativo. O posicionamento estético da empresa favorece a dimensão semântica do sistema de design corporativo. QUADRO 2: Estratégias de design e a participação dos atores relevantes [19,21,23]. Estabelecendo-se, assim, uma estrutura hierárquica entre os três níveis. Os resultados da pesquisa serão discutidos nesta mesma ordem. CO-DESIGN ESTRATÉGICO O momento atual, caracterizado por uma dinâmica de mudança permanente, a peça fundamental do pensamento e da ação estratégica é uma dimensão conceitual, que pode ser definida como “visão estratégica”. De maneira geral, uma estratégia não é outra coisa senão o feito de integrar os diversos tipos de atores em uma “visão estratégica”. Ou seja, em um posicionamento que vai permitir que, através da contribuição e compartilhamento dos mesmos valores entre todos os atores envolvidos, se alcance a posição na qual os mesmos consideram que têm legitimidade. [20] Gerenciar o design em um nível estratégico é administrar sua contribuição para o processo de formulação da estratégia. Baseado no modelo onde a estratégia provém de uma análise do contexto competitivo da empresa, e, a partir da identificação das fontes de vantagem competitiva, deve-se constituir o posicionamento da empresa e organizar sua cadeia de valor a fim de desenvolver uma verdadeira vantagem em relação a concorrência. [19] Para uma vantagem competitiva baseada em design, propõe-se três estratégias de design (Vide quadro 2). Essas estratégias expressam a relação entre a “visão estratégica” e a implementação por diferentes atividades operacionais. Escolher uma estratégia de design significa escolher um posicionamento estético e a posição do design na estrutura da empresa. [19] A experiência e a observação sistemática das empresas têm mostrado que aquelas que conseguiram um sucesso duradouro em seus respectivos mercados e atividades destacam-se por concentrar-se sua atenção e seu foco em uma (e somente uma) das opções estratégicas. Ao resultado da escolha chamamos posicionamento estratégico e deve condicionar as estratégias futuras e os programas de capacitação das empresas.[21] Na perspectiva do co-design, a decisão quanto a estratégia de design adotada pela empresa acarretará no envolvimento de determinados atores relevantes nas atividades de design. ESTRATÉGIA DE SEGMENTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS CLIENTES Ao longo das última décadas do século XX, os desafios com os quais as organizações se deparam as obrigaram a focalizar suas 5 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. estratégias na satisfação do cliente e no aumento da produtividade. Para satisfazer o cliente, é preciso promover sua participação na criação de produtos e serviços e oferecer-lhe produtos e serviços livres de deficiências. [22] A satisfação do cliente relaciona-se com a corrente do Styling [23], que identifica o design mais próximo ao marketing e a persuasão do consumidor; o design é visto como fator adicional de competitividade, atuando principalmente por meio do embelezamento de dado produto para torná-lo mais atrativo para venda[24]. ESTRATÉGIA DE CUSTOS E PARTICIPAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS Do mesmo modo que o cliente foi posto no centro do processo de criação, os operadores e funcionários (usuários de um posto de trabalho) tornaram-se o centro do processo produtivo, sendo considerado um elemento-chave para aumento da produtividade [22]. A melhoria da produtividade refere-se a própria origem teórica do design com a escola funcionalista [23]. O designer funcionalista procura racionalizar por via cientifica a utilidade do produto (sobretudo com base na ergonomia), buscando torná-lo mais adaptado tanto para o usuário, quanto para as condições econômicas e técnicas aceitáveis pela indústria [24]. ESTRATÉGIA DE DIFERENCIAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS STAKEHOLDERS O estabelecimento da marca é o processo de diferenciação mais empregado. A diferenciação e o gerenciamento da marca são parte da gestão de design [19]. A fim de se diferenciar e aproveitar as oportunidades para construir sua marca, as empresas precisam identificar os públicos que afetam o sucesso. Atualmente, a imagem de marca, a reputação e a credibilidade da empresa vão além dos clientes diretos. Os funcionários, por exemplo, são chamados de “clientes internos”. Os insights sobre as características, comportamentos, necessidades e percepções dos stakeholders produzem retornos excelentes, na medida que alimentam uma ampla série de soluções, do posicionamento à tendências das mensagens de marca, passando pela estratégia e pelo planejamento do lançamento [25]. Dentro do contexto de projeto, os stakeholders , ou 'partes interessadas', são pessoas e organizações ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses podem ser afetados (positiva e negativamente) pelo resultado do projeto, inclui também os atores que podem exercer influência sobre o projeto, tanto nos objetivos como nos resultados[26]. O que pode incluir diversos grupos, com diferentes características e necessidades de envolvimento, como fornecedores, investidores, associações profissionais, organizações comunitárias, parceiros, concorrentes, entre outros. “Os stakeholders colaborando no processo de criação podem agregar valor, reduzir custos, obter diferenciação e vantagem competitiva, além de possibilitar excelentes experiências de consumo.”[2] Em última estância, adotar a co-criação implica em aceitar que todas as pessoas são criativas. Esta não é uma crença comumente aceita, especialmente entre os membros da comunidade de negócios, onde a cultura do ‘expert’ é predominante e as estruturas de poder existentes são construídas com base em hierarquia e controle. O co-design muitas vezes questiona as estruturas de poder existentes, exigindo que o controle seja compartilhado com potenciais clientes,consumidores ou usuários finais. Para aquelas empresas que têm sido bem sucedidas enquanto estão no controle, é muito difícil que adotem ou mesmo imaginem uma nova maneira de fazer negócios que também pode ser bem sucedida. Assim como também é difícil para muitas pessoas acreditarem que são criativos e se comportar como tal. [1] O co-design, contudo, exige uma iniciativa criativa por parte de toda a equipe: pesquisadores, designers, clientes e as pessoas que serão beneficiadas pela experiência de co- design [1,5]. A coordenação desse processo é o desafio da Gestão tática de design. CO-DESIGN TÁTICO A gestão tática de design deve criar uma estrutura para inovação e projetos (como instituir um departamento de design interno), organizar as comunicações internas e externas sobre design cultivando a compreensão do design entre 6 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. parceiros e colaboradores, analisar o processo de design e melhorá-lo. Tem como um dos seus objetivos promover a “educação” de outros departamentos em métodos de criatividade em design por meio de programas que possam ser aplicados a todas as funções. [19] A criatividade, o design e a inovação podem ser abordados pelas empresas de uma série de maneiras diferentes, contudo, as abordagens parecem se cristalizar em torno de dois pontos fundamentais: a abordagem do processo e a abordagem das pessoas. [27] A abordagem do processo é frequentemente assumida pelas organizações como um estágio inicial no caminho da inovação [27]. Geralmente inicia-se na formalização de métodos de design, passando pelas etapas e técnicas utilizadas para conceber e materializar a inovação [28]. Por outro lado, “a criação de uma organização realmente inovadora requer uma abordagem centrada em pessoas, afinal de contas, são as pessoas que vêm com ideias e as transformam em inovações, não processos”. [27] Neste caso, se a escolhida é a abordagem das pessoas, indica-se quatro opções de estruturas baseadas em pessoas encontradas nas empresas, que também podem ser vistas como estágios de uma caminhada para a inovação dentro da empresa[27]: o campeão da inovação: desenvolvimento de novos produtos ao nível do projeto individual; a equipe da inovação: grupo de pessoas que representam diferentes funções e experiências com a responsabilidade pela inovação; o departamento de inovação com embaixadores: grupo central de pessoas com representantes (embaixadores da inovação) nas 'equipes locais' que coordenam a inovação por toda a organização; e a concepção holística da inovação: todas as pessoas são responsáveis pela inovação. Com exceção da primeira opção que ocorre ao nível individual, todas as outras são estruturadas a partir da formação de equipes. Isso porque o isolamento do designer prejudica as iniciativas criativas da empresa, pois eles ficam isolados de outras fontes de conhecimento e expertise [5]. O designer solitário é, gradativamente, substituído pela equipe de design. Neste sentido, “o melhor a fazer é construir uma compreensão compartilhada dos princípios do design para que todas as pessoas na empresa tenham chance de experimentar, aprender e crescer em equipe.” [15] Aqui, cabe ressaltar que no nível tático da gestão de design a natureza do design ainda não é um produto ou objeto, mas sim, uma função ou departamento que atua dentro da organização como coordenador do processo de inovação, ajudando a coordenar funções, motivar e melhorar a comunicação em uma equipe de design [19]. No âmbito do co-design, dependendo da estratégia de design adotada pela empresa os 'usuários' a serem envolvidos de modo colaborativo na equipe de projeto podem ser clientes, funcionários ou outros atores relevantes. Vejamos os papéis do usuário, pesquisador, do designer e do líder em uma equipe de design (vide Quadro 3, próxima página). Em um processo clássico de design centrado no usuário, este é um objeto passivo de estudo, e o pesquisador traz o conhecimento de teorias e desenvolve mais conhecimentos através da observação e entrevistas. O designer, então, recebe passivamente esse conhecimento na forma de um relatório e acrescenta uma compreensão da tecnologia e do pensamento criativo necessário para gerar ideias, conceitos, entre outros.[1] O co-design considera o usuário um co-autor da inovação que colabora com a equipe de projeto como ‘expert de sua experiência’ e, preferencialmente, envolvendo-se ativamente em todas as etapas do processo de design de uma nova oferta de produto ou serviço. O pesquisador assume o papel de um facilitador para as pessoas expressarem a criatividade. Além de trazer as pessoas para o processo de concepção fornecendo formas mais propícias à suas capacidades de participar, os pesquisadores terão de trazer das teorias o conhecimento aplicável ao contexto do projeto de uma forma que possa ser tratado pela equipe de co-design.[1] 7 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. DESIGN CLÁSSICO CO-DESIGN Líder Liderança de caráter consultivo, onde a informação flui nas duas vias. Pede ideias e sugestões que o ajudem a solucionar o problema, sendo que sua decisão pode refletir ou não a participação da pessoas. Liderança de caráter colaborativo, as pessoas exercem controle crescente sobre a tomada de decisão. Compartilha o problema com o grupo de pessoas impactadas e juntos, o líder e o grupo, criam e avaliam as alternativas, para finalmente, obter uma solução por consenso. Pesquisador Traz o conhecimento teórico e produz mais conhecimentos através da observação e entrevistas. Atua como um tradutor entre os 'usuários ' e o designer. Suporte de conhecimentos teóricos aplicáveis para guiar e inspirar a equipe de co-design; Fornecer ferramentas para ideação, produção de conhecimento e expressão criativa ao ‘expert da sua experiência’. Usuário É o objeto de estudo. A pessoa que venha a ser servida pelo processo de design é dada a posição de 'expert da sua experiência'. Desempenha um grande papel na produção do conhecimento, geração de ideias e desenvolvimento de conceitos. Designer Recebe o conhecimento do pesquisador na forma de um relatório. Acrescenta uma compreensão da tecnologia e do pensamento criativo necessário para gerar ideias, conceitos, etc. Colabora no desenvolvimento das ferramentas para ideação e as habilidades de design são importantes na aplicação das ferramentas. O designer e o pesquisador podem, de fato, ser a mesma pessoa em alguns casos. Quadro 3: Papéis dos atores no design centrado no usuário e no co-design [1-14-22] O papel que os designers desempenham em equipes de co-design inclui o fornecimento de conhecimento dentro de uma das especializações em design (design gráfico, design de interiores, design de interação, etc.), na realização de processos criativos e inclui também o uso de sua capacidade de contribuir com uma visão geral sobre os processos de produção, do contexto do negócios, das tecnologias existentes e emergentes, e na tomada-de-decisão, mesmo na ausência de informações completas. Por fim, a responsabilidade que recai sobre os designers é explorar o potencial de ferramentas para a prática do co-design. O uso de ferramentas de design permite olhar para os futuros possíveis das pessoas, onde estarão vivendo, trabalhando e se divertindo. No futuro, os designers farão as ferramentas para os não designers usarem para se expressar criativamente. [1] Em síntese, “o processo de planejamento participativotorna-se uma negociação entre os parceiros sociais, e a responsabilidade do designer nesse processo é o de traduzir fielmente, colaborar e responder às preocupações dos outros intervenientes” [13]. O sucesso exige a participação de todos os membros da equipe, mas é sempre responsabilidade da gerência (papel do líder enquanto gerente de projeto, ou embaixador da inovação) fornecer os recursos necessários [26]. Para enquadrar-se como uma equipe de co- design, o líder ou gerente de projeto deve abrir os problemas relativos ao processo de design e ao conteúdo do design com o grupo dos atores relevantes [8]. E, preferencialmente, buscar uma solução por consenso, pois votações são imposições de uma maioria sobre uma minoria. 8 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. CO-DESIGN OPERACIONAL O nível operacional de gestão de design refere-se, essencialmente, à gestão de um projeto de design [18], que visa aprimorar o produto, a embalagem ou o serviço, incrementado as vendas e o valor percebido [19]. Os três fatores que influenciam qualquer projeto são o tempo (cronograma), o custo (orçamento) e a qualidade (desempenho), sendo a relação entre esses fatores a principal preocupação de um gerente de projeto; ou da equipe no caso do co-design; e determinará se o projeto será considerado um sucesso ou um fracasso [2]. A relação entre os três fatores e o co-design será abordada neste tópico; tomando como plataforma conceitual e operacional, a metodologia de gestão de projetos, como preconizada pelo Project Management Institute [26], que é adotada em muitas organizações para condução de suas atividades de projeto. TEMPO O gerenciamento de tempo inclui os processos necessários para realizar o término do projeto no prazo. Sendo composto basicamente pelos processos de definição e sequenciamento das atividades; pela estimativa de recursos e da duração das atividades; e, por fim, pelo desenvolvimento e controle do cronograma [26]. Para garantir a integridade do resultado final e o projeto ser bem-sucedido, os líderes, ou gerentes de projeto, “devem organizar o tempo com eficiência, ordenar e hierarquizar as ações, gerenciar os riscos dentro do prazo e comunicar o status atualizado do projeto à equipe e aos stakeholders em intervalos regulares” [2]. Estudo sobre tomada de decisão por consenso (colaboração) ou pelo líder sozinho com input da equipe (consultivo), aponta que a decisão tomada pelo líder pode ser alcançada com menos compromisso e potencialmente em menos tempo. O estudo conclui que a velocidade (tempo) da tomada de decisão está relacionada com a percepção da qualidade da decisão pela equipe. Entretanto, a decisão por consenso tem a tendência a levar as pessoas a “comprar a ideia” e engajar-se com mais comprometimento. [29] CUSTO Dentro da gestão operacional de design, o gerenciamento de custos do projeto inclui “os processos envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que seja possível terminar o projeto dentro do orçamento aprovado”[26]. Trata-se do gerenciamento dos custos necessários para terminar as atividades do cronograma. O gráfico 1, elaborado com base em uma série de análises e resultados de estudos realizados na Inglaterra, Estados Unidos e Canadá [30] evidencia que a chave do sucesso no desenvolvimento do produto consiste em investir mais tempo e talento durante os estágio iniciais, quando custam pouco. Os custos de desenvolvimento começam a crescer durante a configuração e detalhamento e sobem verticalmente no início da fabricação. Gráfico 1: Custos em diferentes estágios do processo de desenvolvimento [30]. QUALIDADE O gerenciamento da qualidade do projeto deve abordar o gerenciamento do projeto e do produto do projeto. O gerenciamento da qualidade do projeto se aplica a todos os projetos, independentemente da natureza de seu produto. Por outro lado, as medidas e técnicas de qualidade do produto são específicas do tipo particular de produto a ser produzido pelo projeto [26]. 9 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. Nível da Empresa Nível do Projeto Nível do Ator A disponibilidade de conhecimento especializado dentro da empresa. O rigor do planejamento do produto. A qualidade da documentação do projeto. O conhecimento e experiência aplicável do ator na (e sobre) a tarefa a ser executada. Habilidade no processo de conhecimento. A organização da equipe de projeto. A organização de recursos. A divisão do trabalho. Os graus de liberdade dentro da tarefa de design. A eficiência do processamento da informação. A igualdade da linguagem usada entre os atores. Habilidade para fazer uso de outro método de comunicação. A atribuição de tarefas e responsabilidades Controle da qualidade do produto. Controle do orçamento. Controle de mudanças no projeto. O ponto de vista do ator sobre o conhecimento a ser compartilhado e sobre a tarefa de design. Sua perspectiva sobre a tarefa dos outros atores. Quadro 4: Fatores de sucesso na gestão de projetos de co-design [8]. Estudo de caso [8] sobre o projeto de co- design da cabine um caminhão (iniciou com uma equipe de projeto com cerca de 50 atores na fase de planejamento e se expandiu até 400 atores na fase de engenharia) identificou alguns fatores de sucesso em projetos de co-design(vide Quadro 4, abaixo). Sob o ponto de vista do gerenciamento da qualidade do projeto, os fatores de sucesso identificados neste caso podem ser aplicados a outros projetos de co-design, independente da natureza de seu produto. A gestão da qualidade implica em assegurar que o projeto satisfará aos requisitos especificados e às necessidades requeridas. Deve-se estabelecer, desde o início, quais os parâmetros que o projeto deve atender. Esses parâmetros quantitativos e qualitativos podem envolver as características do desempenho operacional, os índices de satisfação dos clientes e usuários, a segurança física ou patrimonial e até a proteção ao meio ambiente. Assim, um gerente, ou líder, e sua equipe de projeto farão um Plano de Qualidade, que descreve o que será feito e como, para assegurar que os parâmetros de qualidade especificados sejam alcançados. Os procedimentos formais como exigido pela ISO- 9001 ou ISO-14001, por exemplo, são bastantes uteis.[21] CONSIDERAÇÕES FINAIS Na medida que as empresas passam a se comprometer com o estabelecimento de uma cultura de inovação, gradativamente passam a incorporar a gestão de design em seus três níveis: estratégico, tático e operacional. Contudo, consideramos que a abordagem do co-design tem uma natureza essencialmente tática, mas com relações de interdependência com os níveis estratégico e operacional. As práticas de design emergentes vão mudar o que é projetado e como é projetado – o que também impacta a educação de designers[1]. Sob a ótica da Gestão de Design, os padrões de mudança ocorrem na transição de uma perspectiva operacional do design ligado ao o que é projetado (design de produto, design de moda, etc.) para o olhar estratégico ligado ao propósito organizacional (ex.: estratégia de design para diferenciação, custos ou segmentação). A mudança tática está ligada ao 'como é projetado', é a transição do design centrado no usuário (consultivo) para o co-design (colaborativo). A partir do resultado da pesquisa sustenta-se que a co-criação pode responder às diferentes estratégias de design adotadas nas empresas,desde que inclua determinados atores relevantes no processo de desenvolvimento de novos produtos, serviços, comunicações e processos. A estratégia de diferenciação baseada na imagem da marca é a que propõem uma maior 10 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation. Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015. complexidade, pois se relaciona com uma ampla lista de stakeholders. A estratégia de segmentação propõem o envolvimento do cliente, a fim de identificar e satisfazer suas necessidades. E a estratégia de custo, propõem o envolvimento dos funcionários para alcançar ganhos de produtividade. O caminho até uma concepção holística da inovação e do design, onde todas as pessoas são responsáveis pela inovação e são vistas como criativas, considera o atual entendimento predominante na cultura de negócios que apenas alguns experts são capazes de inovar. A perspectiva tática do co-design propõem ao usuário ou beneficiário do projeto o papel 'expert de sua experiência', desempenhando atividades de geração e desenvolvimento de conceitos de modo colaborativo com a equipe, como um ator ativo no processo de criação de entendimento compartilhado sobre o processo e o conteúdo do design. No âmbito da equipe de projeto, a possiblidade de fusão de papéis (entre pesquisador e designer) pode ser um facilitador para sua implementação em pequenas equipes com projetos de menor complexidade, diminuindo a quantidade de 'especialistas' para abrir espaço para o 'usuário', ou melhor, do 'expert da sua experiência'. Operacionalmente, a co-criação entre designers, especialistas e usuários aplicada desde os primeiros estágios de desenvolvimento de um novo produto ou serviço, principalmente no projeto conceitual, gerando e rejeitando com rapidez um grande número de alternativas que satisfaçam os requisitos de projeto e de produto são os fatores fundamentais para o sucesso dos projetos de co-design. Em contrapartida ao custo de desenvolvimento de um novo produto por meio do co-design, deve ser considerado o custo de não inovar e de não envolver-se em relacionamento mais próximos e significativos com os stakeholders. CONCLUSÃO O presente artigo teve como objetivo realizar uma exploração inicial sobre o conceito de co- design e sua relação com a gestão de design. A partir da pesquisa bibliográfica realizada foi construído um referencial teórico útil à prática e à pesquisa em projetos de co-design. Este estudo, portanto, veio explicitar o conceito de co-design que ainda é pouco referenciado, sobretudo na literatura nacional, e relacioná-lo aos níveis estratégico, tático e operacional de gestão de design. Desta forma, este artigo contribui para o debate recente promovido no campo da gestão, do design e da co-criação. Fornecendo suporte conceitual introdutório para designers e demais interessados na prática projetual e de gestão em co-design, bem como no desenvolvimento de novas pesquisas e estudos. Neste sentido, cabe destacar que neste artigo, em nível estratégico, o co-design foi tratado no âmbito das pessoas que devem ser incluídas na equipe de projeto conforme a estratégia de design adotada pela empresa. Contudo, se considerarmos a colaboração como princípio estratégico da organização, identificamos uma série de alianças estratégicas possíveis entre empresas (pessoas jurídicas), sejam os consórcios, as join venture e outras modalidades. A colaboração sobre a ótica das empresas não foi objeto deste estudo, mas recomenda-se que pesquisas futuras explorarem o tema do co- design também sob este ponto de vista. Sobre o aspecto tático e operacional recomenda-se a realização de investigações sobre processos, métodos e ferramentas que podem dar suporte a uma equipe de co-design (facilitando a criação de entedimento compartilhado entre os atores, por exemplo). Além da elaboração de estudos sobre a taxa de retorno de investimentos em projetos de co-design, incluindo comparações com abordagens consultivas (design clássico). REFERÊNCIAS [1] SANDERS, Elizabeth B.N; STAPPERS, Pieter Jan. Co-creation and the new landscapes of design. Delft; Taylor & Francis Group, Co-design Journal. Vol.4 No 1. March,2008, p.5 - 18, 2008. [2] BEST, Kathryn. Fundamentos de Gestão do Design / Kathryn Best: tradução: André de Godoy Viera; revisão técnica : Antonio Roberto Oliveira. - Porto Alegre : Bookman, 2012. 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