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Aula 1 - Segurança e saude no ambiente d trabalho - mesclado

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AULA 1 
SEGURANÇA E SAÚDE NO 
AMBIENTE DE TRABALHO
Profª Daniele Buba 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vindo à nossa aula. Nestas páginas, videoaulas e demais 
conteúdos associados, vamos abordar nosso principal objeto de estudo, a saúde 
e segurança do trabalho, por uma perspectiva diferente, envolvendo a gestão de 
negócios. Os temas abordados aqui irão ajudar você a estabelecer uma reflexão 
sobre a evolução dos meios de trabalho, a segurança do trabalhador e as origens 
da prevenção. Vamos também introduzir algumas definições básicas para o 
desenvolvimento da disciplina, mostrar um pouco sobre a história da segurança 
do trabalho, de além apresentar os benefícios de um ambiente seguro e quem são 
os integrantes internos e externos em um processo de gestão de segurança do 
trabalho. 
Traçamos um percurso que busca trazer exemplos antigos e atuais para 
lhes ajudar na compreensão dos temas e conceitos tratados nesta aula. Espero 
que estas aulas contribuam para o seu aprendizado e para o seu futuro 
profissional. 
CONTEXTUALIZANDO 
O trabalho sempre fez parte da vida das pessoas. Foi através dessa ação 
social que as civilizações conseguiram se desenvolver, gerando riquezas 
materiais, satisfação pessoal e desenvolvimento econômico. Apesar de ser uma 
atividade muito valorizado em todas as sociedades, precisamos também 
considerar os problemas que o trabalho causa no ser humano. Em muitos casos, 
o homem, no exercício de suas atividades, fica exposto a riscos. 
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil registra 
mais de 700 mil acidentes de trabalho por ano, o que faz do país o 4º em número 
de acidentes em todo o mundo, atrás apenas de China, Índia e Indonésia. “Desde 
2012, a economia já sofreu um impacto de R$ 22 bilhões, por conta de pessoas 
afastadas de suas funções após sofrerem ferimentos durante o trabalho. Se 
fossem incluídos os casos de acidentes em ocupações informais, esse número 
poderia chegar a R$ 40 bilhões”. (Souza, 2017) Qual a responsabilidade do Gestor 
na diminuição dos acidentes do trabalho? De que forma eu e você estamos 
envolvidos na prevenção de acidentes? 
Nesta aula, vamos abordar questões que nos ajudam a pensar sobre a 
evolução do trabalho e o número crescente de acidentes. Para tanto, pretendemos 
 
 
3 
debater a história da prevenção e os aspectos organizacionais do trabalho, a partir 
de conceitos em saúde e segurança do trabalho, os quais serão utilizados em toda 
a disciplina. 
TEMA 1 – PRINCIPAIS CONCEITOS 
Saúde e Segurança no Trabalho (SST) é uma área de conhecimento que 
envolve uma série de ações para a prevenção de acidentes de diferentes 
atores envolvidos em processos de produção em qualquer área da 
economia. Apesar de estar geralmente relacionada a profissionais específicos ou 
especialistas, para que a SST cumpra seu verdadeiro papel, ou seja, contribua 
para reduzir acidentes e doenças ocupacionais, é fundamental que todos (Estado, 
empregador e empregado) estejam envolvidos em ações preventivas. 
Para começar, vamos apresentar alguns conceitos básicos que nos 
permitem compreender a importância, os fundamentos e a aplicação da SST no 
ambiente corporativo. A partir de Ruppenthal (2013, p.23), listamos uma série de 
termos e conceitos imprescindíveis para que você consiga acompanhar toda a 
nossa disciplina de modo a aplicar seu conteúdo no seu cotidiano de trabalho. 
Confira: 
a) Acidente: Os principais são o conceito legal e o prevencionista. 
- Legal: Ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, 
perda ou redução permanente ou temporária da capacidade laboral para 
o trabalho. 
- Prevencionista: Ocorrência não programada, inesperada, que 
interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, 
ocasionando perda de tempo útil, lesões nos trabalhadores ou danos 
materiais. 
b) Causa: É aquilo que provocou o acidente. Existe três tipos de 
causas: Atos inseguros, Condições Inseguras e Fator Pessoal de 
Insegurança. 
- Ato inseguro: É todo ato, consciente ou não, emitidos pelo trabalhador 
ou empresa. 
- Condição Insegura: Consiste em irregularidades ou deficiências 
existentes no ambiente de trabalho. 
- Fator pessoal de Insegurança: Problema pessoal do indivíduo que 
pode vir a provocar acidentes. 
c) Dano: É o resultado negativo do acidente (prejuízo). Os danos 
podem ser: 
- Pessoais: lesões, ferimentos, perturbação mental 
- Materiais: danos em aparelhos, equipamentos 
- Administrativo: prejuízo monetário, desemprego em massa 
d) Desvio: é qualquer ação ou condição que tem potencial para 
conduzir, direta ou indiretamente, a danos e que se encontre 
desconforme com as normas. 
e) Incidente: Também denominado de “quase-acidente”. Qualquer 
evento ou fato com potencial para provocar danos. 
 
 
4 
f) Nível de exposição: Relativa exposição a um risco que favorece 
a materialização do risco. 
g) Perdas: prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de 
ressarcimento através de seguros ou outros meios. 
h) Perigo: fonte ou situação (condição) com potencial para provocar 
danos. 
i) Risco: probabilidade de ocorrência de um ato ou evento perigoso. 
j) Segurança: é a garantia de um estado de bem-estar físico e 
mental do empregado, no trabalho para a empresa. É um compromisso 
acerca de uma relativa proteção da exposição a perigos. 
k) Sinistro: Prejuízo sofrido por uma organização, com garantia de 
ressarcimento por seguro ou por outros meios. 
 
 Nossa disciplina de Saúde e Segurança do Trabalho trabalha ainda com 
outros conceitos e definições importantes, que serão repassados ao longo das 
aulas, tendo sido em sua maioria extraídos da NBR 14280 – “Cadastro de 
acidentes de trabalho”, e da literatura citada no final de cada tema. 
TEMA 2 – BREVE PERCURSO HISTÓRICO 
Doenças e acidentes sempre acompanharam o homem no seu processo 
de evolução. Conforme Figueiredo Júnior (2009, p.17), 
A invenção do machado de pedra, um artefato que representou um 
avanço na história da humanidade, provocava graves acidentes devido 
a práticas inseguras em seu manejo. Portanto, tanto o homem pré-
histórico quanto o da Idade da Pedra já estavam expostos a perigos na 
vida diária pela luta da sua existência. 
O homem pré-histórico estava exposto a perigos que constituíam parte de 
sua luta pela sobrevivência, procurando proteção contra os animais ferozes e 
contra os fenômenos naturais. Com a descoberta do fogo e das armas, e vivendo 
em grupos, os seres humanos obtiveram mais proteção, o que favoreceu a vida 
coletiva. 
As primeiras referências escritas, relacionadas ao ambiente de trabalho e 
aos seus riscos inerentes, datam de 2360 a.C. Encontradas em um papiro egípcio, 
o documento intitulado Seller II cita o relato de um cidadão da época: 
Eu jamais vi ferreiros em embaixadas e fundidores em missões. O que 
vejo sempre é o operário em seu trabalho; ele se consome nas goelas 
de seus fomos. O pedreiro, exposto a todos os ventos, enquanto a 
doença o espreita, constrói sem agasalho; seus dois braços se gastam 
no trabalho; seus alimentos vivem misturados com os detritos; ele se 
come a si mesmo, porque só tem como pão os seus dedos. O barbeiro 
cansa os seus braços para encher o ventre. O tecelão vive encolhido - 
joelho ao estômago - ele não respira. As lavadeiras sobre as bordas do 
rio, são vizinhas do crocodilo. O tintureiro fede a morrinha de peixe, seus 
olhos são abatidos de fadiga, suas mãos não param e suas vestes vivem 
em desalinho. (Soto, 1978) 
 
 
5 
Conforme Carvalho (2014, p.24), o marco histórico de maior evidência com 
relação à saúde dos trabalhadores foi em 1700, na Itália, quando o médico 
Bernardino Ramazzini lançou um livro de 52 capítulos, com cerca de 100 
ocupações diferentes, chamado De Morbis Artifi cum Diatriba, traduzido com o 
título As doenças dos Trabalhadores. 
Os problemas relacionados com a saúde dotrabalho aumentaram a partir 
da Revolução Industrial, proporcionalmente à evolução e à potencialização dos 
meios de produção. Pressionado pelas condições degradantes nas fábricas, o 
Parlamento Britânico aprovou, em 1802, a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes 
que estabeleceu o limite de 12 horas de jornada de trabalho por dia, proibiu o 
trabalho noturno e introduziu medidas de higiene nas fábricas. 
Em 1833, o Parlamento Britânico criou a Lei das Fábricas. Essa lei previa 
a inspeção nas fábricas, delimitava que a idade mínima para o trabalho seria de 
nove anos, proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitava para 12 
horas a jornada de trabalho, que não poderia passar de 69 horas semanais. 
Imagine como a lei era antes. 
A Conferência de Paz de 1919, da Sociedade das Nações, criou, através 
do Tratado de Versailles, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cujo 
objetivo era atribuir às questões trabalhistas um tratamento uniformizado, com 
fundamento na defesa dos direitos do trabalhador. Surgiram assim as primeiras 
normas relativas à segurança e saúde no trabalho. 
Saiba mais 
Veja no link abaixo a atuação OIT no Brasil. 
OIT – Organização Internacional do Trabalho. OIT no Brasil. S.d. Disponível em: 
<http://www.ilo.org/brasilia/conheca-a-oit/oit-no-brasil/lang--pt/index.htm>. 
Acesso em: 4 jul. 2018. 
O filme Tempos Modernos (1936), dirigido e estrelado por Charles Chaplin, 
conta a história de um operário de uma linha de montagem, que testou uma 
"máquina revolucionária" para evitar a hora do almoço. O filme mostra como 
alguém pode ser levado à loucura pela monotonia frenética do trabalho. 
TEMPOS MODERNOS. Direção: Charles Chaplin. EUA: United Artists, 1936. 87 
min. 
 
 
6 
Carvalho (2014, p.25) cita o registro do primeiro acidente de trabalho no 
Brasil ocorrido em 1785 no Estado de Minas Gerais, com a arrebentação de um 
dique erguido para a extração de diamantes e a morte de 60 negros que 
trabalhavam no local. 
No período colonial, havia no Brasil somente a exploração da nova terra 
pelos portugueses, atividades nos engenhos de cana-de-açúcar e mineração de 
pedras preciosas e ouro. Após a chegada da corte portuguesa, em 1808, 
começaram a surgir as primeiras fábricas. A partir de então, verificam-se as 
primeiras ações de SST no Brasil. Confira: 
 1890 – Criação do Conselho de Saúde Pública e da primeira legislação 
sobre condições de trabalho na indústria; 
 1919 – Criação da primeira lei de acidente do trabalho; 
 1920 – Reconhecimento da profissão do médico do trabalho; 
 1930 – Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; 
 1934 – Criada a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho; 
 1978 – O Ministério do Trabalho regulamenta a Portaria n. 3.214, com 28 
Normas Regulamentadoras (NR), relativas à Segurança do Trabalho; 
 1988 – Criação da Constituição da República Federativa do Brasil; 
 1988 – Foram aprovadas as Normas Regulamentadoras Rurais (NRR); 
 1999 – O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio passa a se chamar 
Ministério do Trabalho e Emprego – tem. 
 A Constituição Federal de 1988 marcou a introdução da SST na esfera 
jurídica, ficando garantida a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança (Brasil, 1988, art. 7°, XXII). As condições 
mínimas de trabalho a que pode ser submetido o empregado no Brasil devem 
articular-se com o princípio fundamental da dignidade da pessoa. (Brasil, 1988, 
art. 1°, III). 
TEMA 3 – RISCOS E BENEFÍCIOS 
A área de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) passou por mudanças 
nas últimas décadas, marcadas pela valorização e por conquistas sociais do 
trabalhador. 
O princípio da responsabilidade múltipla, ou seja, aquela que envolve 
Estado, Empregador e Empregados na promoção à saúde dos trabalhadores, 
 
 
7 
dentro de um sistema participativo, favoreceu a evolução de práticas e políticas 
que orientam o sistema de saúde e segurança em muitas empresas. 
Mesmo assim, são comuns no noticiário nacional títulos como: “Tocantins 
registra mais de 1,3 mil acidentes de trabalho este ano”, “Morre trabalhador ferido 
em incêndio de turbina de usina em Pontal, SP”, “Gari morre após ser atropelado 
por carro em Porto Alegre/RS”, “Trabalhador morre após ser sugado por 
misturador de ração durante manutenção”. 
O que precisa ser melhorado ou mudado nesses casos? É possível prever 
um acidente de trabalho? Ações preventivas em SST são definidas como os 
meios que buscam minimizar riscos e incorporar melhores condições de trabalho, 
através: 
 da análise das condições de trabalho; 
 do planejamento das atividades; 
 do atendimento aos requisitos legais; 
 de treinamentos periódicos; 
 e do controle da documentação relativa à segurança do trabalho. 
Além da melhoria da qualidade de vida das pessoas, verifica-se ganhos 
para a organização, como o aumento da produtividade com redução do custo do 
produto final. Isso ocorre porque são evitadas interrupções no processo, 
absenteísmo (faltas por problemas de saúde), custos gerados por acidentes e/ou 
doenças ocupacionais e multas previstas por Lei. Mas, para isso, são necessárias 
ações preventivas por parte de todos os envolvidos no processo de trabalho. 
E você? Já viu ou participou de alguma ação preventiva em SST na sua 
empresa? 
Saiba mais 
Trabalho é um termo que vem do latim tripalium ou tripalus, uma ferramenta 
de três estacas que prendia pessoas para serem martirizadas; um verdadeiro 
instrumento de tortura. 
RODRIGUES, S. Uma verdade inconveniente: o trabalho nasceu da tortura. Veja, 
1 nov. 2011. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/uma-
verdade-inconveniente-o-trabalho-nasceu-da-tortura/>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
 
 
8 
Saúde e segurança do trabalho, conforme conceitua a Organização 
Mundial de Saúde (OMS), é um estado de bem-estar físico, mental e social e 
não somente a ausência de doença e enfermidade. 
O desenvolvimento tecnológico e o intenso movimento pela qualidade e 
produtividade surgem como uma necessidade na maioria das organizações. Mas 
até que ponto a aplicação de novas formas de trabalho e das chamadas 
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), contribuem para melhorar as 
condições de trabalho? Como o trabalhador se prepara para o cenário atual, 
repleto de novos referenciais? O quanto essas novas habilidades requisitadas 
estão em sintonia com a saúde e a segurança do trabalho? 
De acordo o 1º Boletim Quadrimestral sobre Benefícios por Incapacidade 
de 2017, publicado pela Previdência Social, os problemas de saúde mental são 
considerados a 3ª causa de afastamento do trabalho, perdendo apenas para as 
doenças osteomusculares e as lesões por causas externas. A doença mental que 
mais afeta os trabalhadores é a depressão, sendo também a maior responsável 
pelos afastamentos (Brasil, 2017). 
Saiba mais 
Este vídeo produzido pela Fundacentro, instituição pública responsável 
pela verificação de condições de trabalho no Brasil, mostra que cerca de 35% da 
população trabalhadora ativa sofre de alguma espécie de transtorno mental 
adquirido no trabalho. 
ESTRESSE e saúde mental no trabalho. Fundacentro, 27 jun. 2013. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=dpIOegBeuLw>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
Os principais fatores causadores de sofrimento psíquico ao trabalhador são 
decorrentes de ações para cumprimento de metas quase impossíveis de serem 
atingidas, de dificuldades em operar novas ferramentas, de tempos contínuo das 
TICs, e de uma maior intensificação do trabalho, incluindo a redução dos tempos 
de lazer e descanso, prazos apertados, dentre outros. Tais demandas podem 
gerar estresse ocupacional, síndrome de burnout, depressão e ansiedade 
advindos do ambiente laboral. 
Saiba mais 
 
 
9 
A síndrome de burnout está sendo considerada por médicos e especialistas 
como a doença do século XXI. A enfermidadeatinge os chamados workaholics 
(viciados no trabalho) e seus sintomas costumam surgir devido ao excesso de 
horas no trabalho, a diminuição da vida social. A doença faz o trabalhador 
esquecer até mesmo de cuidados básicos com a saúde, como higiene e 
alimentação. 
SIL, F. Excesso de trabalho pode causar danos psíquicos, profissionais e físicos 
TRESSE e saúde mental no trabalho. O Globo, 3 nov. 2011. Disponível em: 
<https://oglobo.globo.com/economia/emprego/excesso-de-trabalho-pode-causar-
danos-psiquicos-profissionais-fisicos-2712953>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
TEMA 4 – ASPECTOS ORGANIZACIONAIS 
Como vimos nos temas anteriores, a segurança do trabalho é o conjunto 
de recursos e técnicas aplicadas, de caráter preventivo ou corretivo, com vistas a 
proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes implicados em um processo de 
trabalho. Essas questões dizem respeito não apenas aos integrantes de uma 
organização, mas também aos órgãos que criam e fiscalizam as leis referentes à 
SST. Vamos ver os principais a seguir. 
A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) é o órgão 
nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as 
atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho. Ela também faz 
a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre 
segurança e medicina do trabalho em todo o território nacional. 
A Norma Regulamentadora NR 01, do MTE, descreve que a Delegacia 
Regional do Trabalho (DRT) é o órgão regional competente para executar e 
fiscalizar o cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança 
e medicina do trabalho, além de (Brasil, 1983): 
a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e 
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; 
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos 
legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; 
c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro 
de obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e 
equipamentos; 
d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou 
neutralização de insalubridade; 
e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre 
segurança e medicina do trabalho nas localidades onde não houver 
 
 
10 
Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho registrado 
no MTb. 
Saiba mais 
Você sabe o que são Normas Regulamentadoras (NRs)? Trata-se do 
conjunto de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do 
trabalho, obrigatórios às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que 
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
O empregador, a empresa individual ou coletiva, é aquele que admite, 
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador 
os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações 
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores 
como empregados. Dentre as principais exigências da legislação brasileira para 
empregadores, estão as comunicações aos trabalhadores, as quais devem 
informar sobre riscos no local de trabalho, meios de prevenção e procedimentos 
no caso da ocorrência de um acidente. 
Quando a empresa não cumpre esses itens, pode ser penalizada com 
pagamento de multas e interdição da empresa, o que acarreta na suspensão das 
atividades e também faz com que a empresa esteja sujeita a passivos trabalhistas. 
A NR 01 do MTE define empregado como a pessoa física que presta 
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário (Brasil, 1983). Dentre os principais deveres do empregado, 
estão o respeito às normas de saúde e segurança, o uso do Equipamento de 
Proteção Individual (EPI) e a realização de exames médicos. Quando o 
trabalhador não cumpre esses requisitos, ele pode ser advertido, desligado da 
organização por justa causa, ou mesmo perder direitos trabalhistas. 
Gráfico 1 – Responsabilidades das partes envolvidas em SST 
 
 
11 
 
Fonte: Elaborado com base em Atlas, 2015. 
 Os programas de segurança e saúde no trabalho são orientados 
normalmente para o atendimento à legislação trabalhista, que é normatizada, 
formulada e fiscalizada pelo Estado. O papel do empregador é aplicar essas 
normas e exigir que sua equipe (empregados) cumpra o seu papel na prevenção 
de acidentes. Caso o empregador não aplique as normas de segurança, cabe ao 
empregado denunciá-lo, para que o Estado fiscalize e se necessário aplique as 
sanções passíveis. 
Saiba mais 
Você já ouviu falar em responsabilidade solidária? 
As empresas que contratam prestadoras de serviços também estão sujeitas 
a sofrer sanções relacionadas a SST no Brasil. Veja um caso no link abaixo. 
TEIXEIRA, P. V. F. Energisa pagará R$ 300 mil em danos morais a três filhas de 
eletricista morto em serviço. Olhar Jurídico, 31 mar. 2017. Disponível em: 
<http://www.olhardireto.com.br/juridico/noticias/exibir.asp?id=35523&noticia=ene
rgisa-pagara-r-300-mil-em-danos-morais-a-tres-filhas-de-eletricista-morto-em-
servico>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
TEMA 5 – O PAPEL DO SESMT 
Estado
•Fiscaliza
•Normatiza
•Regula
•Legisla
•Pune
Empregador
• Aplica
• Normatiza
• Cobra
Empregado
• Aplica
• Denuncia
 
 
12 
As empresas privadas e públicas que tenham empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) devem manter obrigatoriamente os 
chamados Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho (SESMT), conforme a NR 04 do MTE. Trata-se de um órgão interno 
da empresa, composto por profissionais especializados que devem 
desenvolver ações cuja finalidade promover é a promoção da saúde e 
proteção da integridade do trabalhador no local de trabalho. A quantidade de 
especialistas do SESMT (Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do 
Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar 
ou Técnico em Enfermagem do Trabalho) depende da gradação do risco da 
atividade principal e do número total de empregados do estabelecimento (veja os 
exemplos nos quadros a seguir). 
Quadro 1 – Relação de grau de risco 
 
Fonte: Atlas, 2015. 
 O Quadro 1 define o Grau de Risco (1, 2, 3 ou 4) de uma empresa através 
da sua Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE. 
Quadro 2 – Dimensionamento 
 
 
13 
 
Fonte: Atlas, 2015. 
O Quadro 2 dimensiona o Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT da empresa, através do Grau de 
Risco correspondente com o número de empregados no estabelecimento. Para 
ajudar a entender como funciona esse dimensionamento, vamos partir de um 
exemplo, ok? Acompanhe comigo. 
Suponha que uma empresa possua o CNAE 01.11-3 (Cultivo de cereais). 
Conforme o Quadro 1 da NR 04, essa empresa possui Grau de Risco (GR) 3. 
Analisando o Quadro 2, da NR 04, verificamos que, se essa mesma empresa tem 
entre 101 e 250 funcionários próprios, seu SESMT será composto por apenas 1 
Técnico em Segurança do Trabalho. Mas se essa empresa possuir entre 1.001 e 
2.000 funcionários, seu SESMT será composto por 1 Médico do Trabalho, 1 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, 4 Técnicos de Segurança do Trabalho e 
1 Auxiliar ou Técnico de Enfermagem. 
Os profissionais integrantes do SESMT devem ter formação e registro 
profissional emitido por conselho profissional, quando existente. 
Saiba mais 
 
 
14 
 O CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) representa a 
organização através de códigos, das entidades produtoras de bens e serviços em 
atuação no Brasil. Cumpre a função de categorizar e classificar as atividades 
econômicas em exercício. 
Grau de Risco (GR) é um valor numérico variável (1 a 4), referente à 
intensidade do risco da atividade econômica principal da empresa, descrita pela 
Classificação Nacionalde Atividades Econômicas. 
Um detalhe importante é que a empresa que contratar outra para prestar 
serviços em seu estabelecimento deverá estender a assistência do SESMT aos 
empregados da contratada. 
As atribuições dos profissionais integrantes do SESMT também estão 
previstas na NR04. Dentre s principais atividade a serem desenvolvidas, estão: 
 verificar as condições de trabalho, procurando observar possíveis riscos de 
acidentes e riscos à saúde; 
 desenvolver e apoiar ações preventivas, como atividades educativas e de 
conscientização de empregados e empregadores; 
 atuar de forma emergencial sempre que um acidente ocorrer para reduzir 
os prejuízos à saúde das pessoas envolvidas. 
O SESMT são agentes da prevenção e promoção a saúde laboral, 
pesquisando os riscos no ambiente de trabalho e promovendo ações para 
neutralizá-los, além de desenvolverem atividades referentes ao cumprimento das 
Normas Regulamentadoras e outras funções designadas pelo empregador. 
FINALIZANDO 
Depois da aula que você acabou de acompanhar, consegue responder qual 
a responsabilidade do Gestor na diminuição dos acidentes do trabalho? De que 
forma eu e você estamos envolvidos na prevenção de acidentes? 
Como vimos nesta aula, Segurança do Trabalho é o conjunto de recursos 
e técnicas aplicadas para proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes e 
doenças ocupacionais em um processo de trabalho. Sua responsabilidade é 
inerente a todos os integrantes de uma empresa (empregador e empregado) e 
também aos órgãos governamentais que criam e fiscalizam as leis referentes a 
SST. Assim, é preciso que todos (Estado, empregador e empregado) se envolvam 
nas ações de prevenção e na diminuição de acidentes. 
 
 
15 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
ROSSETE, C. A. (Org.). Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2014. p. 2-9, p. 44-54. 
Texto de abordagem prática 
ACIDENTES com perfurocortantes na limpeza hospitalar. Cipa, 9 out. 2017. 
Disponível em: <http://revistacipa.com.br/acidentes-com-perfurocortantes-entre-
trabalhadores-da-limpeza-hospitalar/>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
ATLAS. Manuais de legislação: Segurança e Medicina do Trabalho. 72. ed. São 
Paulo: Atlas S.A., 2015. 
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
BRASIL. Portaria n. 6, de 9 de março de 1983. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 14 mar. 1983. 
BRASIL. Previdência Social. 1º Boletim quadrimestral sobre benefícios por 
incapacidade de 2017 adoecimento mental e trabalho: a concessão de 
benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e 
comportamentais entre 2012 e 2016. 2017. Disponível em: 
<http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2017/04/1º-boletim-
quadrimestral.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018. 
CARVALHO, D. de F. B. de. Fatores críticos para a capacitação a distância em 
saúde e segurança do trabalho: estudo de caso em empresas de Curitiba e 
Região Metropolitana. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná, 
Curitiba, 2011. 
FIGUEIREDO JÚNIOR, J. V. Prevenção e controle de perdas: abordagem 
integrada. Natal: IFRN Editora, 2009. 
RUPPENTHAL, J. E. Gerenciamento de riscos. Santa Maria: Rede e-Tec Brasil, 
2013. 
SOTO, J. M. G. O problema dos acidentes do trabalho e a política prevencionista 
no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 6, n. 21, p. 
23-28, jan./fev./mar. 1978. 
SOUZA, R. Brasil tem 700 mil acidentes de trabalho por ano. Estadão, 5 jun. 2017. 
Disponível em: 
<https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2017/06/05/internas_economia,87
4113/brasil-tem-700-mil-acidentes-de-trabalho-por-ano.shtml>. Acesso em: 4 jul. 
2018. 
AULA 3 
SEGURANÇA E SAÚDE NO 
AMBIENTE DE TRABALHO 
Profª Daniele Buba 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vinda(o) à nossa aula. Nestas páginas, vídeo-aulas e demais 
conteúdos associados vamos apresentar a classificação dos riscos ambientais 
(ocupacionais), a avaliação da exposição aos riscos ambientais, o que é e como 
elaborar um mapa de risco. Trataremos um pouco sobre os principais 
equipamentos de proteção coletiva e, no final, abordaremos sobre equipamento 
de proteção individual, seus tipos, a necessidade do seu uso e a legislação 
pertinente. 
Lembre-se que cada tema faz parte de um conjunto maior, o curso, e novos 
conhecimentos estarão sendo apresentados. Você perceberá que esta aula irá 
completar alguns temas já tratados, como Insalubridade, e que outros, como as 
Normas Regulamentadoras, são tratados constantemente. 
O curso foi desenvolvido para que as informações e conhecimentos sejam 
gradativos, apresentados em cada etapa, para que no final sua formação esteja 
completa. Traçamos um percurso que busca trazer exemplos práticos para 
envolver você, aluno, nas normas mais atuais em SST. 
Espero que este seja um momento de contribuição para seu aprendizado e 
para seu futuro profissional. 
CONTEXTUALIZANDO 
Para reduzir os índices de acidentes e doenças do trabalho no País, é 
preciso agir com competência técnica e de maneira regular em cada ambiente 
onde existem riscos, sejam eles provocados por agentes físicos, químicos, 
biológicos, mecânicos ou situações ergonômicas. 
Ao mostrar a melhor forma de identificar eventuais riscos ambientais, este 
curso facilita a tarefa das empresas na busca de soluções adequadas para que 
tornem seus ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis. 
Os temas a seguir tratam da importância da identificação desses riscos nos 
postos de trabalho, pois esse é o primeiro passo para a prevenção, seja por meio 
de medidas administrativas, uso de equipamento de proteção coletiva ou 
individual. 
 
 
 
3 
 
TEMA 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS 
A Revista Proteção fez a seguinte reportagem, em setembro de 2011: 
Coleta de lixo urbano expõe garis a sucessivos riscos 
 Se no ano passado você morava em uma casa ou apartamento 
localizado em área urbana de algum município brasileiro, você 
certamente contribuiu para o aumento de 6,8% na geração de 
resíduos sólidos urbanos ocorrida no país no período. Ao todo, a 
população do Brasil descartou um total de 60,87 milhões de toneladas 
de lixo em 2010, segundo dados da Abrelpe (Associação Brasileira de 
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). 
Na prática, isso significa que cada um de nós produziu o equivalente a 
378,4 quilos de lixo por ano. Passamos em 2010 de um quilo por dia, na 
média, o que ajuda a tornar ainda mais pesada a carga de trabalho 
que diariamente compromete a saúde dos coletores de lixo que 
atuam no Brasil, principalmente os dedicados à coleta porta a porta de 
resíduos domiciliares. São eles os que mais sofrem com a variada 
combinação de riscos que começa com a própria matéria-prima do 
trabalho dos coletores. Com o lixo orgânico, os garis têm, próximo 
do corpo, material que pode trazer vírus, bactérias e substâncias 
tóxicas perigosas. 
Além disso, nas cidades que não contam com coleta mecanizada, estão 
expostos a agravos biomecânicos, pois precisam subir e descer do 
caminhão inúmeras vezes para correr até os portões de casas e 
edifícios para recolher as sacolas de lixo. Ao coletar os sacos de 
resíduos, outro problema. O levantamento de peso, devido à falta de 
limites para a carga de cada recipiente e à ausência de parâmetros para 
o tamanho e a altura das lixeiras dispostas em frente às residências e 
estabelecimentos comerciais. Os perigos trazidos pelas 
características operacionais da atividade são agravados por um 
cenário de pouca atenção da maior parte da sociedade brasileira em 
relação a esses profissionais, que, na visão da maioria das pessoas, 
seriam os personagens do estrato profissional mais baixo. Aqueles que 
fazem o que ninguém quer fazer. (Disponível em: 
<http://www.protecao.com.br/noticias/leia_na_edicao_do_mes/coleta_d
e_lixo_urbano_expoe_garis_a_sucessivos_riscos/J9yAAnji>.Acesso 
em: 14 jun. 2018) 
Na reportagem anterior, temos o exemplo de uma atividade, como outras, 
capaz de gerar no ambiente substâncias e fenômenos físicos que, dependendo 
da sua concentração ou intensidade, ao entrarem em contato com o organismo 
dos trabalhadores, podem causar danos à sua saúde. 
Conforme a NR 09 – Programa de prevenção de riscos ambientas do MTE, 
os riscos ambientais devem ser considerados quanto à sua natureza, 
concentração, intensidade e tempo de exposição no ambiente de trabalho, 
garantindo condições de segurança para o trabalhador. 
Conforme a NR 09 – Programa de prevenção de riscos ambientais do 
MTE, os riscos ambientais podem ser físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e mecânicos (ou de acidentes): 
 
 
4 
Riscos físicos – São exemplos as vibrações, ruídos excessivos, 
temperatura extrema, pressão anormal, radiação, tanto nas formas 
ionizantes quanto não-ionizantes. 
Riscos químicos – Consideram-se agentes de risco químico as 
substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo 
do trabalhador, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas 
ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade e o tempo de 
exposição. A penetração pelo organismo pode ocorrer através da via 
respiratória (inalação pelas vias aéreas), via cutânea (absorção pela 
pele) ou via digestiva (ingestão). 
Riscos biológicos – São as diferentes formas de microrganismos aos 
quais os colaboradores possam estar expostos como fungos, bactérias, 
protozoários, vírus ou parasitas, e cujo contato se dá através da pele, da 
ingestão ou ainda pelas vias respiratórias. Algumas atividades 
profissionais favorecem este contato, tais como indústrias alimentícias, 
hospitais, limpeza pública, laboratório. 
Riscos ergonômicos – Qualquer fator que possa interferir nas 
características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto 
ou afetando sua saúde. São causados pela não adequação do ambiente 
de trabalho às limitações fisiológicas dos indivíduos, como sobrecarga 
de peso, intenso esforço físico, postura inadequada, jornada excessiva 
de trabalho, exigência de produtividade desproporcional, trabalho 
noturno, repetição de movimentos, entre outros fatores que causam 
estresse físico ou mental. 
Risco de acidentes ou mecânicos – Qualquer fator que coloque o 
trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade e seu 
bem-estar físico. São os agentes de riscos relacionados a máquinas, 
equipamentos e outros elementos que podem causar dano através da 
incidência de acidentes de trabalho. Dentre eles, ausência de 
equipamento de proteção, ferramentas com defeito ou inadequadas, 
risco de explosão ou incêndio, luminosidade inadequada, 
armazenamento e estocagem inadequados, animais peçonhentos, entre 
outros fatores que aumentem o risco de acidentes. (NR 09. Disponível 
em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR09/NR-09-
2016.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2018) 
As duas últimas categorias, embora não contempladas pela NR 09, devem 
ser observadas da mesma maneira, já que o objetivo principal é garantir a 
segurança de todos. 
Voltando para a reportagem do início do nosso tema, você consegue 
pontuar todos os Riscos envolvidos na atividade de um gari? O Quadro 1 
apresenta os principais riscos. 
Quadro 1 – Principais riscos da atividade de um gari 
Risco Causa Consequência 
Físico 
Ruído causado pelo trânsito 
da cidade 
Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da 
audição, aumento da pressão arterial, problemas do 
aparelho digestivo, taquicardia e perigo de infarto. 
Vibração do caminhão 
Cansaço, irritação, dores nos membros, dores na 
coluna, doença do movimento, artrite, problemas 
digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, 
lesões circulatórias etc. 
 
 
5 
Calor 
Taquicardia, aumento de pulsação, cansaço, irritação, 
prostração térmica, choque térmico, fadiga térmica 
perturbações das funções digestivas, hipertensão etc. 
Radiação não-ionizante 
causada pelo trabalho ao ar 
livre (sol) 
Queimaduras, lesões nos olhos, na pele e nos outros 
órgãos. 
Químico 
Chorume Irritantes: irritação das vias aéreas superiores. Asfixiantes: dores de cabeça, náuseas, sonolência. 
Inalação de Monóxido de 
Carbono do escapamento 
do caminhão 
Dor de cabeça e redução da capacidade respiratória. 
Biológico 
Contaminação com fungos, 
bactérias, protozoários, 
vírus ou parasitas 
Infecções cutâneas ou sistêmicas, podendo causar 
contágio. 
Ergonômico Levantamento de peso Diversos problemas, como na coluna, nos membros inferiores e superiores. 
Acidente Correr entre carros Atropelamento. 
TEMA 2 – AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS RISCOS AMBIENTAIS 
Imagine que você começou a produzir cervejas artesanais para a família e 
que o negócio deu certo. Hoje você fabrica seis tipos diferentes da bebida: pilsen, 
lager, weiss, stout, frutada e red ale e revende a cerveja artesanal para todo Brasil. 
No início, era apenas você, hoje a produção conta com mais 10 funcionários, 
envolvidos diretamente na fabricação da cerveja. Como proprietário do negócio, 
você conhece bem os três processos básicos da produção da cerveja: mostura, 
fervura e fermentação. Mas como avaliar a exposição aos agentes ambientais 
envolvidos no processo? 
Em toda avaliação da exposição aos riscos ambientais é importante 
conseguir estabelecer relações entre o ambiente, seus riscos e os possíveis 
danos à saúde dos trabalhadores. Conhecer as características de cada agente 
envolvido no processo é fundamental na definição de seu potencial de 
agressividade e na escolha de medidas para a sua neutralização. 
Quais seriam os riscos envolvidos no processo de fabricação da cerveja 
artesanal? 
A primeira etapa seria uma avaliação qualitativa do processo, na qual 
seriam verificadas cada etapa e seus possíveis riscos. 
Avaliação qualitativa: é o estudo prévio das condições de trabalho, 
visando coletar o maior número possível de informações e dados necessários, das 
 
 
6 
condições relacionadas aos trabalhadores e ambientes, a fim de fixarem-se as 
diretrizes do levantamento quantitativo. 
Os riscos seriam separados conforme vimos no tema anterior: Riscos 
físicos, riscos químicos, riscos biológicos, riscos mecânicos (acidentes) e riscos 
ergonômicos. 
Nessa etapa, você classificou como riscos (Obs: o processo real da 
fabricação de cerveja artesanal envolve mais riscos, este exemplo é apenas 
didático): 
Quadro 2 – Avaliação dos riscos ambientais na produção de cerveja artesanal 
Risco Descrição do risco Etapa do processo 
Físico ruído moagem e envase 
calor fervura 
Acidentes queimadura fervura e fermentação 
Ergonômico levantamento de peso embalagem 
 Agora é necessário realizar a avaliação quantitativa dos riscos físicos 
encontrados. Não é possível avaliar quantitativamente os riscos de acidentes e 
ergonômicos, apenas mensurar o potencial de dano que pode causar e o controle 
que deverá ser tomado. 
Avaliação quantitativa: representa as condições reais nas quais se 
encontra o ambiente de trabalho, a intensidade dos agentes físicos ou a 
concentração dos agentes químicos existentes no local analisado. 
Na avaliação quantitativa será possível verificar se os riscos estão 
dentro de um Limite de Tolerância – LT. 
Saiba mais 
A definição de Limite de Tolerância – LT da American Conference of 
Governmental Industrial Hygienists – ACGIH: 
Os limites de exposição referem-se a concentrações de 
substâncias químicas dispersas no ar (assim como a intensidade 
de agentes físicos de natureza acústica, eletromagnética, 
ergonômica, mecânica e térmica) e representam condições às 
quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar 
exposta, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos 
à saúde. 
Na NR 15 temos a seguinte definição: “Entende-se por ‘Limite de 
Tolerância’ a concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a 
 
 
7 
natureza e o tempo de exposição aoagente, que não causará dano à saúde do 
trabalhador, durante a sua vida laboral.” 
Voltando para nosso exemplo da cerveja artesanal, você contratou uma 
empresa para avaliar os níveis de ruído e calor da produção. Foi constatado 
durante a avaliação que o calor se encontra dentro dos Limites de Tolerância, isso 
significa que a exposição ao calor não acarretará possíveis doenças ocupacionais. 
Mas o ruído apresentou 90 dB(A) para uma jornada de 8 horas de trabalho, 
acima do Limite de Tolerância. 
Curiosidades 
O ruído é um dos principais agentes físicos presentes nos ambientes de 
trabalho. Sua ocorrência e os efeitos à saúde dos indivíduos expostos são 
consideráveis, sendo um dos maiores focos de atenção dos profissionais voltados 
para a segurança e saúde do trabalhador. 
A NR 15 – Atividades e operações insalubres, em seu Anexo – 1 Limites 
de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, estabelece a tabela a seguir 
com o nível de ruído do ambiente de trabalho e a máxima exposição diária 
permissível. 
Tabela 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente – Anexo 1 – 
NR 15 
Nível de ruído 
dB (A) 
Máxima exposição diária 
PERMISSÍVEL 
85 
86 
87 
88 
89 
90 
91 
92 
93 
94 
95 
96 
97 
98 
99 
100 
102 
104 
105 
106 
108 
110 
112 
114 
8 horas 
7 horas 
6 horas 
5 horas 
4 horas e 30 minutos 
4 horas 
3 horas 
3 horas e 30 minutos 
3 horas 
2 horas e 40 minutos 
2 horas e 15 minutos 
2 horas 
1 hora e 45 minutos 
1 hora e 15 minutos 
1 hora 
45 minutos 
35 minutos 
30 minutos 
25 minutos 
20 minutos 
15 minutos 
10 minutos 
8 minutos 
7 minutos 
 
 
8 
Em nosso exemplo, o ruído deveria ficar abaixo do Limite de 
Tolerância de 85dB(A), para 8 horas trabalhadas, mas está com 90 dB(A). 
Agora está na hora de avaliar como melhorar as condições de trabalho na 
produção, para diminuir a exposição dos funcionários ao risco físico – ruído. 
Lembre-se das consequências desse risco para seus funcionários, 
apresentadas no tema anterior: cansaço, irritação, dores de cabeça, 
diminuição da audição, aumento da pressão arterial, problemas do aparelho 
digestivo, taquicardia e perigo de infarto, além do pagamento do adicional de 
insalubridade citado na aula passada (pagamento do adicional de 20% sobre o 
salário mínimo regional para cada trabalhador exposto). 
Nos próximos temas, iremos abordar as formas de prevenção aos riscos 
ambientais. 
TEMA 3 – MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS 
Você já viu um Mapa de Riscos? Mapa de riscos é uma representação 
dos pontos de riscos encontrados nos postos de trabalho. O mapeamento 
ajuda na identificação de locais perigosos e pontos vulneráveis da empresa e a 
desenvolver atitudes mais cuidadosas por aquelas pessoas expostas a esses 
riscos. 
O Anexo IV – NR – 5, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do 
MTE, descreve como elaborar um Mapa de Riscos. 
Etapas de elaboração: 
a) conhecer o processo de trabalho no local analisado; 
b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a 
classificação da Tabela I do Anexo IV – NR – 5; 
c) identificar as medidas preventivas existentes; 
d) identificar os indicadores de saúde; 
e) causas mais frequentes de ausência ao trabalho; 
f) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local; 
g) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, 
incluindo por meio de círculo: 
• o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor 
padronizada na Tabela I Anexo IV – NR – 5; 
• o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve 
ser anotado dentro do círculo; 
 
 
9 
• a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos 
trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos 
diferentes de círculos. 
h) o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor 
padronizada na Tabela I do Anexo IV – NR – 5; 
Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou 
setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível 
e de fácil acesso para os trabalhadores. 
Quadro 3 – Anexo IV – NR – 5 
Classificação dos principais riscos ocupacionais de acordo com a sua natureza 
Padronização das cores correspondentes 
Grupo 1 
Verde 
Grupo 2 
Vermelho 
Grupo 3 
Marrom 
Grupo 4 
Amarelo 
Grupo 5 
Azul 
Riscos físicos Riscos 
químicos 
Riscos 
biológicos 
Riscos ergonômicos Riscos de acidentes 
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico 
inadequado 
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e 
transporte manual de 
peso 
Máquinas e 
equipamentos sem 
proteção 
Radiações 
Ionizantes 
Névoas Protozoários Exigência de postura 
inadequada 
Ferramentas 
inadequadas ou 
defeituosas 
Radiações não 
ionizantes 
Neblinas Fungos Controle rígido de 
produtividade 
Iluminação inadequada 
Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos 
excessivos 
Eletricidade 
Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e 
noturno 
Probabilidade de 
incêndio ou explosão 
Pressões 
anormais 
Substâncias, 
compostos ou 
produtos 
químicos em 
geral 
 Jornadas de trabalho 
prolongadas 
Armazenamento 
inadequado 
Umidade Monotonia e 
repetitividade 
Animais peçonhentos 
 Outras situações 
causadoras de 
"stress" físico e/ou 
psíquico 
Outras situações de 
risco que poderão 
contribuir para a 
ocorrência de acidentes 
Fonte: Atlas, 2015. 
 
 
10 
Vamos ver, agora, um modelo de Mapa de Riscos de uma Oficina 
Mecânica. Esse desenho apresenta o layout da oficina, contendo todos os seus 
ambientes: entrada e saída de serviços, escritório, banheiro, almoxarifado, oficina 
mecânica, lataria e a seção de pintura. Cada ambiente recebeu uma 
circunferência com o tamanho pequeno, médio ou grande e a cor referente ao seu 
risco, classificada conforme a Tabela 1 do Anexo IV da NR 05. Podemos dizer, 
então, que o ambiente Lataria possui o risco físico e químico no grau médio. 
Figura 1 – Modelo de um Mapa de Riscos de uma oficina mecânica 
 
TEMA 4 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVO – EPC 
Alguma vez você já passou por alguma área que estava sendo realizada a 
limpeza do piso e a equipe da limpeza sinalizou que o piso estava úmido com uma 
placa amarela, com o seguinte dizer: Cuidado, piso molhado! Ou, então, viu uma 
fita zebrada nas cores amarelo e preto que delimitavam uma área que estava 
sendo feita alguma manutenção? Esses são exemplos comuns do uso de 
Equipamento de Proteção Coletivo – EPC. 
A NR 09 – Programa de proteção a riscos ambientais – PPRA, que vamos 
tratar com mais detalhes na próxima aula, determina que o empregador deve 
avaliar os riscos existentes nos postos de trabalho e adotar inicialmente medidas 
de proteção coletiva, depois medidas administrativas ou de organização do 
trabalho para só depois adotar medidas de proteção individual, caso ainda 
persista algum risco. 
 
 
11 
EPC pode ser definido como um dispositivo, sistema fixo ou móvel, 
que age na fonte do risco de forma coletiva, com o objetivo de garantir a 
integridade física e a saúde dos trabalhadores e de terceiros. 
Na construção civil, conseguimos visualizar facilmente exemplos de EPC, 
como dispositivos protetores de plano vertical (cortinas), sistema de guarda-corpo, 
proteção de aberturas no piso por cercados, além de dispositivos de proteção para 
limitação de quedas (bandejão). Esses dispositivos evitam a queda da equipe da 
obra e também que o material aplicado durante a construção caia e cause algum 
acidente em terceiros (pessoas que estão transitando nas proximidades). A figura 
a seguir mostra a instalação de uma cortina que sinaliza e evita que pedestres 
passem dentro da obra de uma galeria subterrânea. 
Figura 2 – Instalação de uma cortina de sinalização 
 
Fonte: Alexey Belyaev/Shutterstock. 
Podemos citar outros exemplos de EPC, como: 
• Enclausuramento acústico de fontes de ruído; 
• Ventilação dos locais de trabalho; 
• Capelas químicas; 
• Extintores de incêndio; 
• Cobertura e isolação de condutores elétricos ou postes nos trabalhosem 
redes de distribuição de energia elétrica; 
• Proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, como 
representado pela figura a seguir: 
Figura 3 – Proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos 
 
 
12 
 
Fonte: Mr.1/Shutterstock. 
A implantação de EPC garante ao máximo a 
integridade física de trabalhadores e terceiros, não necessitando de 
fiscalização direta, pois independe da vontade pessoal de se utilizar ou 
não. Se comparado com o EPI, o EPC possui melhor custo a médio e 
longo prazo. É fundamental que durante a implantação de um EPC 
seja realizado treinamentos aos trabalhadores, informando suas 
eventuais limitações. (Segurança do Trabalho Sempre. Disponível em: 
<http://segurancadotrabalhosempre.com/o-que-e-epc-vantagens-e-
beneficios/>. Acesso em: 14 jun. 2018) 
TEMA 5 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI 
Você sabe o que é um Equipamento de Proteção Individual – EPI? 
Conforme a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI, do MTE, podemos 
dizer que EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo 
trabalhador, destinado à sua proteção contra riscos que possam ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho. 
A NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI, do TEM, trata dos 
requisitos mínimos que as empresas devem seguir quando optarem por seu uso. 
O quadro a seguir destaca os principais pontos dessa norma. 
Quadro 4 – NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI 
O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só 
poderá ser utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo 
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério 
do Trabalho e Emprego. 
 
 
13 
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI 
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes 
circunstâncias: 
• sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra 
os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; 
• enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; 
• para atender a emergências. 
Responsabilidades do empregador 
• adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; 
• exigir seu uso; 
• orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; 
• substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
• responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, 
• registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas 
ou sistema eletrônico. 
 Responsabilidades do trabalhador 
• usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; 
• responsabilizar-se pela guarda e conservação; 
• comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; 
e, 
• cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 
O gerenciamento do uso do EPI constitui desde a escolha do EPI 
adequado, entrega, treinamento e fiscalização do uso. É imprescindível sua 
realização de forma adequada e registrada, pois pode ser considerada como 
prova em ações judiciais de indenização, adicional de insalubridade, além de 
processos junto ao INSS. 
Exemplos de EPIs: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
• EPI para proteção da cabeça: capacete. 
 
Fonte: Ajintai/Shutterstock. 
• EPI para proteção dos olhos e face: máscara de solda e óculos. 
 
Fonte: Petrovic/Shutterstock. 
 
Fonte: Jedmatangi/Shutterstock. 
 
 
 
 
 
 
15 
• EPI para proteção auditiva: protetor auditivo tipo plug e tipo concha. 
 
Fonte: Florin Oprea/Shutterstock. 
 
Fonte: Barghest/Shutterstock. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
• EPI para proteção respiratória: peça semifacial filtrante (PFF1) para 
proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas. 
 
Fonte: Modustollens/Shutterstock. 
• EPI para proteção dos membros superiores: Luvas 
 
Fonte: Productions/Shutterstock. 
• EPI para proteção dos membros inferiores: calçado e calça. 
 
Fonte: Oxford Media Library/Shutterstock. 
17 
• EPI para proteção do corpo inteiro: macacão e cinturão de segurança
com dispositivo trava-queda.
Fonte: Tawansak/Shutterstock. 
FINALIZANDO 
Apresentamos, nesta aula, a classificação dos riscos ambientais 
(ocupacionais), a avaliação da exposição aos riscos ambientais, o que é e como 
elaborar um mapa de risco. Tratamos um pouco sobre os principais equipamentos 
de proteção coletiva e no final abordamos sobre equipamento de proteção 
individual, seus tipos, a necessidade do seu uso e a legislação pertinente. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
ROSSETE, C. A. (Org.). Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Pearson 
Education Do Brasil, 2014. 
Leia os capítulos 1, 2 e 3. 
Leia na integra a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI. Disponível 
em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm>. Acesso em: 14 
jun. 2018. 
18 
Texto de abordagem prática 
A reportagem apresenta alguns riscos na produção de cerveja artesanal. 
Disponível em: <Http://Cervejaemalte.Com.Br/Blog/Seguranca-No-Trabalho/>. 
Acesso em: 14 jun. 2018 
Leia o artigo O valor da prevenção em acidentes de trabalho da revista Cipa, 
que trata da importância do uso do EPI na prevenção de acidentes. Disponível 
em: <http://revistacipa.com.br/o-valor-da-prevencao-em-acidentes-de-
trabalho/>. Acesso em: 14 jun. 2018. 
Saiba mais 
Assista ao vídeo da Fundacentro que mostra todos os tipos de agentes 
estudados aqui. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=ab8xfZJWYTk>. Acesso em: 14 jun. 2018. 
Assista ao vídeo: Cerveja – como tudo funciona, da Discovery Channel. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YrVAgz5SNVc>. Acesso 
em: 14 jun. 2018. 
 
 
19 
REFERÊNCIAS 
ATLAS, E. Manuais de legislação – segurança e medicina do trabalho. 72. ed. 
São Paulo: Atlas, 2015. 
REVISTA CIPA. O valor da prevenção em acidentes de trabalho. Disponível em: 
<http://revistacipa.com.br/o-valor-da-prevencao-em-acidentes-de-trabalho//>. 
Acesso em: 14 jun. 2018. 
ESCOLA SUPERIOR DE CERVEJA E MALTE. Segurança no trabalho. 
Disponível em: <http://cervejaemalte.com.br/blog/seguranca-no-trabalho/. Acesso 
em: 14 jun. 2018. 
ROSSETE, C. A. (Org.). Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2014. 
_____. Segurança do trabalho e saúde ocupacional. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2015. 
AULA 4 
SEGURANÇA E SAÚDE NO 
AMBIENTE DE TRABALHO 
Profª Daniele Buba 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vinda(o) à nossa aula. Nestas páginas, vídeo-aulas e demais 
conteúdos associados, vamos falar sobre Sistema de Gestão em SST, Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional – PCMSO, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – 
CIPA, e vamos finalizar tratando sobre os principais Treinamentos em SST, por 
uma perspectiva diferente, envolvendo a Gestão de Negócios. 
Os temas abordados aqui irão ajudar você a entender a importância de 
implantar um Sistema de Gestão em SST e também que investir em treinamento 
é a melhor forma de prevenção. 
Esperamos que estes temas contribuam para seu aprendizado e para seu 
crescimento profissional. 
CONTEXTUALIZANDO 
Os riscos nos postos de trabalho têm evoluído juntamente com as formas 
de produção, e o ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas faz 
com que elas não percebem os danos a que estão expondo seus funcionários, 
assim, é necessário utilizar sistemas de gestão para controlar os riscos de maneira 
a reduzir as lesões, incapacidades, mortes e danos materiais para níveis mínimos 
aceitáveis. 
 Um Sistema de Gestão em SST baseia-se nas Normas Regulamentadoras 
e na realidade do seu processo e tem como objetivo em proporcionar um método 
de avaliar e melhorar comportamentos relativos à prevenção de incidentes e de 
acidentes no localde trabalho, por meio da gestão efetiva no local de trabalho. 
A implementação de segurança e saúde no trabalho e a respectiva 
conformidade com as exigências estabelecidas pela legislação são de 
responsabilidade e dever do empregador. A aplicação de uma abordagem 
sistêmica à gestão de SST na empresa assegura que o nível de prevenção e de 
proteção sejam sempre avaliados e devem reagir e se adaptar aos desvios que 
ocorram em relação aos seus objetivos e propósitos, visando à melhoria contínua. 
Algumas empresas têm sua gestão em SST voltada apenas para o 
atendimento aos requisitos legais e não adotam uma visão geral do tema, fator 
fundamental para a implantação de um sistema de gestão de forma eficaz. A ideia 
de estabelecer uma cultura de segurança parece simples, mas é difícil se todas 
 
 
3 
as partes não estiverem comprometidas. No entanto, isso deveria interessar a 
todas as partes envolvidas (empresas, governo, trabalhadores e sociedade), seja 
pelos altos custos que os acidentes de trabalho geram seja pelos aspectos sociais 
e humanos que envolvem. 
TEMA 1 – SISTEMA DE GESTÃO EM SST 
Um Sistema de Gestão em SST começa com o desenvolvimento e 
implantação de Programas de Saúde e Segurança que descrevem como, 
quando e por quem devem ser atingidos os objetivos. Todos os programas 
exigidos nas NRs foram revisados ou criados a partir de Sistemas de Gestão com 
um único objetivo, que é a eliminação dos riscos nos ambientes de trabalho, 
levando em consideração a saúde e segurança, como: 
 PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Esse 
programa é descrito pelo MTE (NR 07,1978) e visa à prevenção, 
rastreamento e diagnóstico de riscos decorrentes da ocupação de 
determinadas funções no ambiente de trabalho por meio de avaliações 
periódicas das condições dos locais em que essas funções são 
desempenhadas. 
 PCA – Programa de Proteção Auditiva: Visa à prevenção e estabilização 
de perda auditiva entre os trabalhadores em razão de sua exposição a 
ruídos no local de trabalho. 
 PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho: A 
implementação desse programa é necessária em obras com mais de vinte 
funcionários e tem como objetivo a prevenção de riscos ambientais que 
ocorrem no âmbito da empresa. Além disso, ele ainda tem como meta 
controlar, reduzir, evitar e neutralizar problemas de postura, ruídos 
excessivos, poeira nociva e inalação de fumaça, entre outros. 
 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais: “Exigido pelo MTE 
(NR9,1994) para todas as empresas que admitam trabalhadores e trata de 
recomendações às empresas para correção e alteração de seu ambiente 
físico, de forma a garantir mais segurança e cuidado com a saúde do 
trabalhador.” (Blog SST. Disponível em: <http://blog.sst.com.br/conheca-
os-principais-programas-de-seguranca-e-saude-trabalho/>. Acesso em: 06 
jun. 2018) 
 
 
4 
 PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos: Sua aplicação diz respeito 
a ambientes em que se executam atividades mineradoras, conforme 
descreve a NR 22 – Segurança e Saúde na Mineração, de 1999. 
O objetivo de um Sistema de Gestão é gerenciar as ações 
desenvolvidas na área de Saúde e Segurança, visando à efetividade da 
aplicação dos programas preventivos, que repercutem diretamente na melhoria 
da qualidade de vida do trabalhador e na redução dos riscos de acidente de 
trabalho e doenças do trabalho. 
A OHSAS 18001 cuja sigla significa Occupational Health and 
Safety Assessment Series (Serviços de Avaliação de Saúde e 
Segurança Ocupacional), é uma certificação de padrão 
internacional que estabelece requisitos relacionados à Gestão da 
Saúde Ocupacional e Segurança, através do qual é possível 
melhorar o conhecimento dos riscos existentes na organização, 
atuando no seu controle em situações normais e especiais. Este 
padrão é aplicável a qualquer organização de diversos setores e 
atividades econômicas, orientando tais organizações sobre como 
promover a melhoria contínua do desempenho de Saúde 
Ocupacional e Segurança. 
A OHSAS 18001 foi oficialmente publicada pela BSI – British 
Standards Institution - e entrou em vigor na Inglaterra no dia 
15/4/99. Assim como a ISO 9001 (Gestão da Qualidade) e com a 
ISO 14001 (Gestão Ambiental) a OHSAS 18001 também possui 
objetivos, indicadores, metas e planos de ação, porém com o foco 
voltado para a saúde e segurança ocupacional (Araújo, 2002, p. 
84). 
As normas da série OHSAS 18000 são um guia para implantação de 
sistemas de gestão de segurança e higiene ocupacional. O Sistema de Gestão de 
Segurança e Saúde no Trabalho compartilha os mesmos princípios gerais que os 
demais Sistemas de Gestão (Qualidade – ISO 9000 e Ambiental – ISO 14000), o 
que facilita a implantação de um Sistema Integrado de Gestão em sua forma total 
ou parcial. (De Cicco, 1999) 
A OHSAS 18001, estabelece os requisitos para um Sistema de 
Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, por meio de uma 
política com objetivos e monitoramento do desempenho. O Ciclo 
PDCA (Planejar, Executar, Controlar e Agir) pode ser descrito 
como uma ferramenta que orienta sequência de atividades para 
se gerenciar uma tarefa, um processo, empresa, etc. (De Cicco, 
1999) 
 
 
 
5 
Figura 1 – Ciclo PDCA 
 
Fonte: Baseado em: OHSAS 18001 
A implantação de um Sistema de Gestão em SST auxilia na manutenção 
de um ambiente de trabalho seguro, na redução dos riscos de acidentes e 
incidentes, evidencia o funcionamento da saúde e segurança na empresa, evita 
multas por implementar o cumprimento dos requisitos legais, contratuais e sociais, 
detecta oportunidades de melhoria e possibilita a redução de custos com seguros. 
TEMA 2 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA 
Agora, vamos tratar do principal programa de gerenciamento das condições 
de trabalho e na prevenção das doenças ocupacionais aplicado na segurança do 
trabalho, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, que é tratado 
na NR 09. 
Conforme MTE (NR09, 1994), esta Norma Regulamentadora 
estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, 
por parte de todos os empregadores e instituições que 
admitam trabalhadores como empregados, do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, que deverá ser 
registrado em um documento-base que contenha todos os 
aspectos estruturais do programa. 
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas conforme a 
realidade de cada estabelecimento, sob a responsabilidade do 
empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua 
abrangência e profundidade dependentes das características dos 
riscos e das necessidades de controle. 
Para a elaboração do PPRA, consideram-se riscos ambientais os 
agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes 
•Checar
•Verificar o 
atingimento de 
metas
•Agir
•padronizar e 
treinar o 
sucesso
•Fazer
•Colocar um 
plano em 
prática
•Planejar
• localizar 
problemas e 
estabelecer 
palnos de ação
P D
CA
 
 
6 
de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou 
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos 
à saúde do trabalhador. 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, 
no mínimo, a seguinte estrutura: 
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, 
prioridades; 
b) estratégia, metodologia e cronograma de ação; 
c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; 
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do 
PPRA. 
O PPRA deverá ser revisado anualmente, avaliando o seu 
desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de 
novas metas e prioridades. O cronograma deverá indicar claramente os prazos 
para o desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas do PPRA. 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as 
seguintes etapas: 
 
 
 
7 
Figura 2 – Etapas do PPRA 
 
Fonte: Baseado em: Atlas, 2015. 
Por exemplo: uma empresa irá adquirir um novo equipamentoe foi 
verificado na fase de antecipação e reconhecimento de riscos que ele emite 
um nível de ruído acima do estipulado pelas normas brasileiras. Verificou-se, por 
meio da avaliação de riscos, que a trajetória do ruído irá atingir um grupo de 
funcionários que precisam de concentração na realização das suas atividades, 
pois trabalham no setor de qualidade final, tornando prioritário o estudo de 
medidas de controle nessa área. O equipamento foi instalado e, na sequência, 
projetado uma proteção acústica, para abafar o som. Depois da instalação da 
proteção, a equipe de segurança do trabalho avaliou o ambiente, suas 
proximidades e entrevistou alguns funcionários que trabalham próximo ao 
equipamento, para monitorar se a proteção do equipamento foi suficiente para o 
Antecipação e reconhecimentos 
dos riscos
Estabelecimento de prioridades e 
metas de avaliação e controle
Avaliação dos riscos e da exposição 
dos trabalhadores
Implantação de medidas de 
controle e avaliação de sua eficácia
Monitoramento da exposição aos 
riscos
Registro e divulgação dos dados
Medidas de controle de Riscos
 
 
8 
controle do ruído. Deverão ser adotadas medidas para a eliminação, a 
minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificados 
riscos potenciais à saúde do trabalhador. Essa medida deverá seguir a seguinte 
hierarquia: 
Figura 3 – Hierarquia das medidas de proteção – NR09 
 
Fonte: Baseado em: Atlas, 2015. 
 
O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos 
locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou 
mais trabalhadores, estes possam interromper de imediato as suas atividades, 
comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências. 
(Item 9.6.3 da NR 09, MTE) 
Como vimos na NR 09 do MTE, o PPRA é parte integrante do conjunto mais 
amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da 
integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas 
demais normas regulamentadoras na sua elaboração e implantação. 
TEMA 3 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL: 
PCMSO 
Agora vamos focar na NR 07 – Programa Controle Médico de Saúde 
Ocupacional – PCMSO (MTE, 1994) que trata da obrigatoriedade de todos os 
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados 
na elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional – PCMSO, com o objetivo da promoção e preservação da saúde do 
conjunto dos seus trabalhadores. 
A seguir, temos os principais pontos transcritos dessa Norma: 
1.Medidas de 
engenharia. Ex: 
Instalação de 
Exaustores. 
1.Medidas de 
caráter 
administrativo. Ex: 
Rodízio de Atividade.
1.EPC 1.EPI 
 
 
9 
O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas 
da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar 
articulado com o disposto nas demais NR, deverá ter caráter de 
prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à 
saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, 
além da constatação da existência de casos de doenças 
profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. 
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória de 
exames médicos e deverão obedecer aos prazos e à 
periodicidade: 
a) Exame médico admissional: antes do início das atividades 
na empresa. 
b) Exame médico periódico: 
 para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de 
trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de 
doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam 
portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser 
repetidos: 
 a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico 
encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do 
trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de 
trabalho; 
 de acordo com a periodicidade especificada no Anexo n. 6 
da NR 15, para os trabalhadores expostos a condições 
hiperbáricas; 
 para os demais trabalhadores: anual, quando menores de 
18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de 
idade; ou a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 
(dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade. 
c) Exame médico de retorno ao trabalho: deverá ser 
realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de 
trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias 
por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou 
não, ou parto. 
d) Exame médico de mudança de função: realizado antes da 
data da mudança de função. 
e) Exame médico demissional: será obrigatoriamente 
realizada até a data da homologação, desde que o último exame 
médico ocupacional tenha sido realizado há mais de 135 (centro 
e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, 
segundo o Quadro I da NR 4 ou 90 (noventa) dias para as 
empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR 4. 
Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação 
clínica e exames complementares, as conclusões e as medidas 
aplicadas deverão ser registrados em prontuário clínico individual, 
que ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador do 
PCMSO e deverão ser mantidos por período mínimo de 20 
(vinte) anos após o desligamento do trabalhador. 
Compete ao empregador garantir a elaboração e efetiva 
implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia 
e custear sem ônus para o empregado todos os 
procedimentos relacionados. 
 
 
 
10 
TEMA 4 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES: CIPA 
Na aula passada falamos sobre todas as Normas Regulamentadoras que 
devem ser seguidas por empresas privadas, públicas, sociedades de economia 
mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, 
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam 
trabalhadores como empregados. 
Entre essas normas, citamos a NR 05 – Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes – CIPA, que vamos estudar agora de forma mais aprofundada, 
vendo suas atribuições, seu dimensionamento e sua importância. Vamos lá? 
A CIPA foi criada na década de 1940, pelo Governo Federal, com o objetivo 
de reduzir o grande número de acidentes de trabalho nas indústrias. É formada 
por um grupo de funcionários composto por representantes dos empregados e do 
empregador, treinados para colaborar na prevenção de acidentes e encontrar 
meios e soluções capazes de oferecer mais segurança ao local de trabalho e ao 
trabalhador e ligação entre o empregador, o SESMT e os empregados. 
Conforme o MTE (NR 05, 1999), a CIPA é formada por representantes do 
empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no 
Quadro I (Dimensionamento da CIPA), do Quadro II (Agrupamento de setores 
econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, para 
dimensionamento da CIPA) e do Quadro III (Relação da Classificação Nacional 
de Atividades Econômicas – CNAE, com correspondente agrupamento para 
dimensionamento da CIPA). 
Exemplo: Imagine que você deve verificar quantos Cipeiros serão 
necessários em uma empresa de fabricação de malte, cervejas e chope, que 
possui 600 funcionários. 
1. Localizar o CNAE da empresa para identificar o grupo ao qual pertence 
(Quadro III da NR 05). 
Tabela 1 – Extrato do Quadro III da NR 05 
CNAE Descrição Grupo 
11.11-9 Fabricação de aguardentes e outras bebidas destiladas C-2 
11.12-7 Fabricação de vinho C-2 
11.13-5 Fabricação de malte, cervejas e chopes C-2 
 
 
11 
Fonte: Brasil (1978c), adaptado do Quadro III da NR 05 
2. Dimensionar a CIPA em função do número de funcionários e do grupo ao 
qual pertence a empresa (Quadro I da NR 05). 
 
Tabela 1 – Extrato do Quadro I da NR 05 
 Fonte: Brasil (1978c), adaptado do Quadro I da NR 05 
Solução: A CIPA da empresa deverá ser constituída de seis 
representantes titulares e cinco representantes suplentes indicados pelo 
empregador,seis representantes titulares e cinco representantes suplentes eleitos 
pelos empregados. 
A seguir, selecionamos os principais itens da NR 05 CIPA, que trata da 
votação, dos deveres da CIPA e do treinamento obrigatório de 20 horas. 
Os representantes do empregador, titulares e suplentes, 
serão por ele escolhidos. Os representantes dos 
empregados, titulares e suplentes são eleitos em sistema de 
votação secreta, do qual participem todos os empregados da 
empresa. O número de membros titulares e suplentes da CIPA, 
considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará 
o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR. O seu 
mandato terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. Não 
é possível a dispensa sem justa causa do empregado eleito 
para CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após 
o final de seu mandato, os candidatos eleitos da CIPA possuem 
estabilidade. 
Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a 
empresa designará um responsável pelo cumprimento dos 
objetivos desta NR, ele será o representante designado da CIPA. 
A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, 
bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do 
término do mandato de seus membros, ainda que haja redução 
do número de empregados da empresa, exceto no caso de 
encerramento das atividades do estabelecimento. 
G
R
U
P
O
S 
 
N° de 
Empregados no 
Estabelecimento 
N° de Membros 
da CIPA 
0 
a 
19 
20 
a 
29 
30 
a 
50 
51 
a 
80 
81 
a 
100 
101 
a 
120 
121 
a 
140 
141 
a 
300 
 
301 
a 
500 
501 
a 
1000 
1001 
a 
2500 
2501 
a 
5000 
5001 
a 
10000 
C1 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 
C1a Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 
C2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 
Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 
C3 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 
 
 
12 
 A seguir, vamos repassar alguns trechos da NR 05, lembrando 
que a legislação na área de segurança do trabalho muda 
constantemente e precisamos estar sempre atentos a essas 
mudanças. 
Alguns deveres da CIPA: 
 identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o 
mapa de riscos, com a participação do maior número de 
trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; 
 participar da implementação e do controle da qualidade das 
medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das 
prioridades de ação nos locais de trabalho; 
 realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das 
metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de 
risco que foram identificadas; 
 divulgar aos trabalhadores informações relativas à 
segurança e saúde no trabalho; 
 requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a 
paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave 
e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; 
 requisitar ao empregador e analisar as informações sobre 
questões que tenham interferido na segurança e saúde dos 
trabalhadores; 
 promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde 
houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho – SIPAT. 
A empresa deverá promover treinamento para os membros da 
CIPA, titulares e suplentes, antes da posse, sendo que a carga 
horária deve ter no mínimo vinte horas, distribuídas em no 
máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente 
normal da empresa e poderá ser realizado pelo SESMT da 
empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por 
profissional que possua conhecimentos sobre os temas 
ministrados. 
Importante: Conforme MTE (NR 05, 1999), “sempre que duas ou mais 
empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da 
empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas, definir formas 
de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões 
das CIPA existentes no estabelecimento.” 
TEMA 5 – TREINAMENTO EM SST 
Você já fez algum treinamento relacionado à Segurança do Trabalho? Você 
acredita que apenas a instalação de dispositivos de segurança nos equipamentos 
de uma linha de produção é suficiente para acabar com os acidentes? Conforme 
Bley (2004, p.12), 
prevenir é um processo e não um produto, um objeto acabado e 
palpável. É um processo à medida que é composto por cadeias 
de comportamentos dos profissionais que ao final produzem como 
 
 
13 
resultado, que é no caso da segurança no trabalho, a baixa 
probabilidade de ocorrer acidentes após a execução de uma 
atividade. 
 
A necessidade de treinamento e conscientização dos empregados, de 
forma a tornar a segurança do trabalho um processo contínuo no dia a dia do 
trabalho, pode ser facilmente constatada nas empresas. 
Ao estabelecer uma política educacional na área da prevenção, a empresa 
estará garantindo pessoas mais capacitadas para o desenvolvimento de seu 
trabalho, utilizando-se de procedimentos mais seguros, servindo de “apoio para 
que os empregados tenham mais condições de participar no processo 
prevencionista” (Barbosa; Ramos, 2012). 
A educação para a saúde e a segurança é uma das tradicionais estratégias 
utilizadas em políticas públicas e programas de prevenção de doenças e 
acidentes relacionados ao trabalho, como meio de capacitar os trabalhadores para 
a prevenção de acidentes. No Quadro 1, encontram-se ações educativas 
obrigatórias presentes nas NRs. 
Quadro 1 – Treinamentos obrigatórios citados nas NRs do Ministério do Trabalho 
NORMA ITEM DESCRIÇÃO 
NR 1 – Disposições Gerais 1.7. c 
O empregador deve informar ao trabalhador os 
riscos profissionais que possam originar-se nos 
locais de trabalho e os meios para prevenir e limitar 
tais riscos e as medidas adotadas pelas empresas. 
NR 5 – Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes – 
CIPA 
5.32 Treinamento aos membros da CIPA. 
5.32.2 
Treinamento para o designado responsável pelo 
cumprimento da NR5, quando a empresa estiver 
desobrigada de compor CIPA. 
5.16.o 
Palestras e Treinamentos relativos à SIPAT – 
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho. 
5.16.p 
Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, 
de Campanhas de Prevenção da AIDS. 
NR 6 – Equipamento de 
proteção individual 
6.6.1.d 
Treinamento quanto ao uso adequado, guarda e 
conservação dos EPIs. 
NR 7 – Programa de controle 
médico de saúde ocupacional 
7.5.1 
Treinamento de empregados para prestação de 
Primeiros Socorros. 
 
 
14 
NORMA ITEM DESCRIÇÃO 
NR 9 – Programa de 
prevenção de riscos 
ambientais 
9.3.5.5.b 
Treinamento dos trabalhadores quanto à correta 
utilização e orientação sobre as limitações de 
proteção dada pelos EPIs. 
NR 10 – Instalações e 
serviços em eletricidade 
10.8.8 Treinamento para eletricistas. 
NR 11 – Transporte, 
movimentação, 
armazenagem e manuseio de 
materiais 
11.1.5 
Treinamento para operadores de equipamentos de 
transporte com força motriz própria. 
NR 12 – Máquinas e 
Equipamentos 
12.135 
A operação, manutenção, inspeção e demais 
intervenções em maquinas e equipamentos devem 
ser realizadas por trabalhadores habilitados, 
qualificados, capacitados ou autorizados para este 
fim. 
12.138 
A capacitação deve: 
a) ocorrer antes que o trabalhador assuma a sua 
função; 
b) ser realizada pelo empregador, sem ônus para o 
trabalhador. 
12.144 
Deve ser realizada capacitação para reciclagem do 
trabalhador sempre que ocorrerem modificações 
significativas nas instalações e na operação de 
máquinas ou troca de métodos, processos e 
organização do trabalho. 
NR 13 – Caldeiras e vasos de 
pressão 
 
13.3.7 
Treinamento de Segurança na Operação de 
Caldeiras. 
NR 15 – Atividades e 
operações insalubres 
ANEXO N.º 6 
Item

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