Buscar

A Inclusão de Pessoas com Deficiência pelo Turismo (1)

Prévia do material em texto

V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
A Inclusão de Pessoas com Deficiência pelo Turismo
A Democratização de Benefícios na Atividade Turística 1
Marisa Macedo Moreira2
Resumo 
O tema Inclusão vem sendo cada vez mais debatido pela sociedade. Os 
profissionais de Turismo não podem ficar alheios ou ignorar essa discussão, pois 10% da 
população mundial possui algum tipo de deficiência. No Brasil, de acordo com o Censo 
Demográfico de 2000, 24,5 milhões de pessoas disseram ter alguma deficiência. Esse enorme 
grupo não pode ser ignorado, seja pelo aspecto social ou pelo econômico. Visando a estudar 
essa atual situação, foi realizada uma pesquisa de campo com entrevista a treze atletas do 
Instituto Benjamin Constant, sobre suas necessidades e impressões dos processos de Inclusão 
percebidos durante suas viagens para competições pelo Brasil e pelo Mundo.
Palavras-chave: Turismo; Inclusão; Pessoas com Deficiência
A definição de Turismo utilizada pela Organização Mundial de Turismo (OMT) 
apresentada por Ignarra (2001, p. 23) diz que “o deslocamento para fora do local de residência 
por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivado por razões não econômicas” 
configuraria uma atividade turística. Nesse momento, no entanto, não nos cabe definir as 
modalidades ou características dos deslocamentos turísticos, portanto nos bastará essa 
conceituação para a discussão a ser realizada. Para efeito de metodologia, considerou-se o 
turismo como uma atividade ligada ao lazer, e suas práticas descontextualizadas do exercício 
profissional das competições pelos entrevistados. Embora não seja difícil dissociar as duas – 
as viagens para competir e o exercício de atividades inerentes ao turismo – o objetivo 
principal era o de pesquisar o efeito que esses deslocamentos, essas viagens podem produzir 
nos entrevistados. Além, é claro, de melhor conhecer esse público, sobre o qual ainda se tem 
tão poucas informações.
De acordo com Krippendorf (2003), a experiência das férias e do lazer longe de 
nossas casas pode criar grandes oportunidades na busca do enriquecimento interior e no 
exercício da liberdade, da compreensão mútua e da transposição para nosso cotidiano dessas 
novas sensações. John Urry (1996) também afirma que a diferença constrói “olhares” do 
1Trabalho apresentado ao GT 4 “Turismo para Pessoas Especiais” do V Seminário de Pesquisa em Turismo do 
MERCOSUL – Caxias do Sul 27 e 28 de junho de 2008
2Bacharel em Turismo, Guia de Turismo, Advogada, Mestranda ouvinte da disciplina Antropologia do 
Turismo do PPCIS- Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro – UERJ e.mail: marimactur@yahoo.com.br
mailto:marimactur@yahoo.com.br
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
turista. O turismo pode enfim ser considerado um exercício informal da diplomacia.
Quando tem-se oportunidade de conhecer um ambiente diferente tomamos 
consciência de nossa própria viagem interna, descobrindo o caminho que por fim leva a nosso 
próprio ser, ainda segundo Krippendorf (2003). É a partir desse descobrir que se pode e deve 
imaginar o processo da inclusão, de dentro para fora e de fora para dentro também. Para 
incluir o outro é importante que nos sintamos, nós mesmos incluídos, é está sensação de 
pertenecimento a alguma sociedade que nos permitirá trazer para ela aqueles com quem 
convivemos.
A relação com o Outro, percebida pelo conceito da alteridade é que nos possibilita um 
convívio social mais profundo e significativo. Segundo Silva (8 ago. 2006) “a palavra 
alteridade, que possui o prefixo alter do latim possui o significado de se colocar no lugar do 
outro na relação interpessoal, com consideração, valorização, identificação e diálogo com o 
outro.” Nada além do que ser capaz de não fazer ao outro aquilo que não gostaríamos que nos 
fosse feito. É a diversidade entre todos que deve ser catalisada e contabilizada nesse grande 
contexto da Inclusão.
O tema “inclusão” tem sido recorrente em inúmeras pesquisas nos últimos anos, nas 
diversas áreas do saber. Iniciativas como a elaboração pela Organização das Nações Unidas, 
em 1975, da Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, dispositivos da Constituição 
Federal do Brasil, de 1988, e uma infinidade de Leis, Tratados e outras referências no âmbito 
internacional e nacional embasam políticas que visam a garantir a toda pessoa com deficiência 
seus direitos básicos: liberdade, saúde, educação, trabalho, cultura e lazer. 
O Código de Ética Mundial para o Turismo, de 1999, também alerta para a 
importância do Turismo, exercido de forma ética, como forma de compreensão internacional, 
um exercício da paz, da liberdade, tolerância e respeito à diversidade, desenvolvimento 
individual e coletivo, para todos, sem exceção. O Plano Turismo no Brasil 2007 / 2010, do 
Ministério do Turismo também prevê exercícios no sentido de trabalhar a questão da 
acessibilidade ao Turismo de uma forma geral, prevê ações com relação ao Turismo Social, 
disponível a um número maior de pessoas e ações nas escolas também.
Talvez, no que se diga respeito à legislação, já estejamos suficientemente 
guarnecidos, mesmo que nem sempre, na prática, aquelas sejam cumpridas. Embora 
importantes, não são apenas as questões de ordem filosófica, jurídica ou arquitetônica que 
devem ser pensadas.
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
Analisando sob o aspecto econômico, observamos a inserção, embora de forma lenta, 
de um grande contingente de mão-de-obra no mercado de trabalho e, conseqüentemente, uma 
orda de novos consumidores inclusive de produtos turísticos e relacionados à cultura e ao 
lazer. Segundo Werneck (1999, p.30): 
Nesse contexto, vem surgindo um novo tipo de direito, o cultural, para garantir que os 
cidadãos mantenham e satisfaçam a diversidade e as necessidades de seus modos de vida. 
Os direitos culturais são parte dos direitos humanos: TODAS as pessoas devem participar 
plenamente da vida cultural de suas comunidades
Este é o momento de tomarmos parte, como pensadores do Turismo, nessa discussão e 
tentarmos ocupar os enormes vácuos que ainda existem na sociedade brasileira com relação 
ao cumprimento dos direitos básicos do cidadão, em geral e, especialmente, das pessoas com 
deficiência. Não podemos pensar que a inclusão é um mero favor, uma mera concessão. Ela 
deve ser no mínimo uma obrigação, um dever de cada um e de todos nós. Não devemos ser 
marcados por nossas limitações, mas podemos sê-lo por nossas competências e habilidades. 
O tema Turismo para pessoas com deficiência já é levado a sério em vários países do 
mundo. Nos Estados Unidos, foi criada há trinta anos, a Society for Accessible Travel & 
Hospitality (SATH), que representa viajantes com deficiências. Na França, também existe a 
Association Tourism & Handicaps, que entre outros programas tem atuado em um projeto de 
certificação de locais acessíveis a pessoas com deficiência. Há inúmeras outras iniciativas 
nesse sentido, o que reforça a importância de se pensar a esse respeito e discutir com a 
sociedade a importância de criar meios de tornar o Turismo cada vez mais acessível sob todos 
os pontos de vista.
É importante, no entanto, definir o que são essas deficiências e como se apresentam. 
De acordo com o Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
aproximadamente 24,5 milhões de brasileiros, 14,5% da populaçãototal, manifestaram ter 
alguma incapacidade ou deficiência. Mapeando essas deficiências, observamos que a 
deficiência mental representa 8,3 % , a física 4,1 % , a motora 22,9 % , a auditiva 16,7 % e, 
finalmente a visual, com 48,1 % daquele total. Contabilizando-se nesses números, as pessoas 
com ao menos alguma deficiência de ordem física ou mental, e certa dificuldade para se 
locomover, ouvir ou enxergar e pessoas idosas distribuídas nas diversas categorias.
 Uma vez que representa proporcionalmente quase a metade da população de pessoas 
com algum tipo de deficiência, a visual foi escolhida para ser estudada no âmbito do 
Turismo e suas derivações. A pesquisa foi realizada junto a treze atletas, de diversas 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
modalidades esportivas, do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. A classificação 
oftalmológica escolhida pela Federação Internacional de Esportes para Cegos – IBSA 
(International Blind Sports Federation) divide em três categorias os atletas com deficiência 
visual, conforme dados do CBDC –Confederação Brasileira de Desportos para Cegos, a saber: 
B 1: De nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com 
incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B 2: Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou 
campo visual inferior a 5 graus.
B 3: Da acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5 
graus e menos de 20 graus.
Todas as classificações deverão considerar ambos os olhos, com melhor correção (isto é, 
todos os atletas que usarem lente de contato ou lentes corretivas deverão usá-las para 
classificação, mesmo que durante as competições não pretendam usá-las) .
Em 1989, foi fundado o Comitê Paraolímpico Internacional - IPC, e conseqüentemente 
comitês paraolímpicos foram criados em vários países. Em 1993, a idéia de um comitê 
paraolímpico no Brasil passou a ser debatida por entidades ligadas ao setor. Porém, apenas 
em 9 de fevereiro de 1995, seria fundado o Comitê Paraolímpico Brasileiro – CPB com sede 
na cidade de Niterói, RJ. Seu principal objetivo é consolidar o movimento paraolímpico no 
Brasil, visando ao pleno desenvolvimento e à difusão do esporte de alto rendimento para 
pessoas com deficiência em nosso País. 
A princípio, a existência de competições específicas para pessoas com deficiências 
pode parecer por si mesma, na visão de Sassaki (1997), segregadora, porém aquelas 
(competições) são formatadas e conduzidas de forma a garantir a participação de todos os que 
assim o desejarem uma vez que estes eventos buscam “(...) o alto nível de cada atleta e não o 
atleta de alto nível” (SENATORE, 1997, p. 309). Os atletas participantes da pesquisa atuam 
em várias modalidades esportivas, sendo que alguns em mais de uma, podemos citar como 
principais : Atletismo, Goalball e Natação.
O Atletismo é atualmente o esporte mais praticado dentre os setenta países filiados à 
IBSA (International Blind Sports Federation). Além dos Jogos Paraolímpicos, constam do 
calendário Maratonas, Jogos Mundiais e Campeonatos Mundiais para Jovens. Segundo dados 
da CBDC (31 out. 2006) a modalidade possui quase todas as provas que compõem a 
Federação Internacional de Atletismo - I.A.A.F., com exceção das provas de salto com vara, 
lançamento do martelo, corridas com barreira e obstáculos. As provas são divididas de acordo 
com o grau de deficiência visual (B1, B2 e B3) . As regras são adaptadas para os atletas B1 e 
B2 para quem é permitido o uso de sinais sonoros e de um guia, que corre ao lado do 
competidor para orientá-lo. Eles competem unidos por uma corda presa às mãos e o atleta 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
deve estar sempre à frente. As modalidades para os competidores B3 seguem regras 
semelhantes ao do atletismo regular. 
O goalball, de acordo com dados da mesma Confederação (31 out. 2006), é uma 
modalidade esportiva criada especialmente para deficientes visuais. No ano de 1946, o 
austríaco Hanz Lorenzen e o alemão Sett Reindle criaram a atividade com o objetivo de 
ajudar no processo de reabilitação de soldados que se tornaram deficientes visuais após sua 
participação na Segunda Guerra Mundial. Em 1976, foi exibido sem fins de disputa, durante 
os jogos Paraolímpicos de Toronto. Em 1980, na Holanda, já passou a fazer parte do quadro 
de competições. Em 1984, as mulheres passaram a disputá-lo nos jogos de Nova York. Trata-
se de um esporte coletivo do qual participam duas equipes com três jogadores cada e mais três 
atletas reserva. Os atletas também competem de acordo com suas categorias B1, B2 e B3, 
separados em equipes masculina e feminina. Em jogo, uma bola com guizos desenvolve 
trajetórias que são percebidas através da audição pelos atletas. Daí a importância do silêncio 
absoluto durante as competições. O objetivo é marcar o maior número de gols no campo 
adversário em dois tempos de dez minutos cada. Os três jogadores atacam e defendem.
Na natação, conforme dados divulgados pela mesma Confederação (31 out. 2006), 
provas disputadas são equivalentes às modalidades praticadas historicamente: livre, costas, 
peito e borboleta, e também são divididas por categorias de acordo com a classificação 
oftalmológica B1, B2 e B3, sendo que cada uma disputa entre si. No início da década de 
1980, foi introduzido o tapper nas provas para atletas B1 e B2, que é um técnico que fica à 
beira da piscina segurando um bastão com uma bola de tênis na ponta, com a qual toca nas 
costas do atleta para que ele saiba a hora exata da virada. Para os nadadores B1, é obrigatório 
o uso de uma venda totalmente opaca.
Análise das entrevistas realizadas com os atletas do Instituto Benjamin Constant
As entrevistas para este artigo foram realizadas na sede do Instituto Benjamin 
Constant, nos dias 24 e 30 de outubro de 2006. Várias perguntas abertas e fechadas foram 
realizadas, com o objetivo de mapear o quadro de atuação desses atletas, seu comportamento 
e suas impressões durante suas viagens para participar de competições nacionais e 
internacionais. Das treze entrevistas realizadas, oito foram com homens e cinco com 
mulheres, uma vez que parece haver proporcionalmente um número maior de rapazes em 
competição, embora em termos de resultados as mulheres sejam tão competentes quanto os 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
homens. Informamos, também, que a faixa etária dos entrevistados varia dos 15 aos 26 anos. 
No que diz respeito à renda familiar, 69,23% encontram-se na faixa de 1 a 3 salários 
mínimos, 23,07% perfazem de 4 a 6 salários, e apenas 7,69 % mantém-se entre 9 e 15 
salários. A partir dos dados básicos as perguntas passaram a ser mais específicas . 
Questionados sobre quantas vezes viajavam por ano, aí consideradas viagens nacionais 
e internacionais 61,53% responderam de 3 a 5 vezes, e 38,46% acima de 5 vezes. Há 
campeonatos regionais e circuitos que acontecem durante todo ano, o que permite a maioria 
dos atletas viajarem com uma boa freqüência. O motivo da viagem – trabalho ou lazer, 
levanta um dado curioso: todos já viajam com certa freqüência a trabalho, mas apenas dois, 
15,38% também viajam a lazer. Se compararmos esse a outro quesito, sobre as maiores 
dificuldades que sentem para viajar, podemos tecer algumas conclusões: 46,15% dos 
entrevistados alegaram falta de recursosfinanceiros, 23,07 % apontaram a falta de espaços 
adequados (aqui considerado também como acessibilidade), 7,69 % acreditam faltar produtos 
turísticos adequados a suas necessidades específicas, 23, 07 % citaram outros problemas de 
cunho pessoal e nenhum deles justificou-se por falta de interesse.
A partir desses dados podemos constatar que se não viajam mais a lazer, isso se deve 
muito mais à falta de recursos financeiros e de produtos do que à falta de interesse. Todos 
têm, de alguma forma, interesse em viajar. Com o objetivo de constatar a maior ou menor 
facilidade em viagens internacionais, foram realizadas perguntas sobre o conhecimento de 
outros idiomas. Do total, 30,76% tem algum conhecimento da língua inglesa ou espanhola, e 
69,23% desconhecem outros idiomas além do português. Porém todos responderam que 
gostariam de aprender inglês ou espanhol para melhor se comunicarem com os atletas 
estrangeiros durante as competições internacionais.
Quanto ao meio de transporte preferido, a pergunta dividiu as alternativas entre os 
modais e alcançou os seguintes resultados: rodoviário (76,92%), aéreo (30,76 %), ferroviário 
(0 %) e aquaviário (0% ), curioso observar que o total não soma os 100% . Um dos 
entrevistados escolheu dois meios: O rodoviário pela integração com os companheiros de 
esporte e o aéreo pela rapidez. Além da possibilidade de confraternização e diversão com os 
colegas, foi dada como razão de escolha do rodoviário, o medo de avião. A escolha do 
transporte aéreo também deveu-se à praticidade. Embora não tenha sido citado diretamente, 
alguns disseram que a viagem ferroviária seria interessante, assim como a aquaviária. Luis 
Pereira da Silva Filho, atleta do Goalball, afirma que a viagem de ida “é mais legal, mas a 
volta seria sempre mais confortável se fosse feita de avião”.
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
Ao serem inquiridos sobre a época do ano em que preferiam viajar, a quase totalidade 
alegou indiferença ao fato, apenas dizendo que preferia poder evitar épocas de chuvas.
A pergunta seguinte diz respeito à necessidade de viajar acompanhado. Do total, 61,53 
% afirmaram sim, enquanto 38,46% não sentem necessidade de acompanhamento durante as 
viagens. Dentre os que disseram sim, alguns ressaltaram que precisavam de alguém quando 
em direção a lugares desconhecidos. Uma outra pergunta foi estabelecida com relação a que 
tipo de companhia preferiam ao viajar: nenhum respondeu preferir a companhia de um guia 
de turismo; 15,38 % escolheram algum membro da família; 30,78% optaram por amigos, e 
61,53 disseram outros, diga-se namorado (a) ou treinadores. Sendo que o primeiro foi eleito 
pela maior parte como principal escolha, o que aponta um pendor de caráter afetivo e não 
necessariamente de dependência. Poderia ser também interessante se fazer uma busca mais 
detalhada com relação aos motivos de ninguém ter escolhido a resposta Guia de Turismo: se 
por desconhecer sua função ou simplesmente por não achá-la necessária ou útil. No entanto, 
nossa pesquisa não possuía instrumentos para dirimir essa dúvida.
Uma outra pergunta tentava traçar a preferência de destinos dos diversos entrevistados. 
Foram listadas dez opções: Estado do Rio de Janeiro, Região Sudeste, Brasil, América do Sul, 
América Central, América do Norte, Europa, África, Ásia e Oceania. Além da curiosidade de 
conhecer novos lugares, a vontade de rever amigos também foi apontada como motivo da 
escolha. A pergunta foi aberta a múltiplas respostas e as mais freqüentes foram Brasil e 
Europa, com cinco respostas para cada uma. Dentro da Europa, Espanha e França foram as 
preferidas. América do Norte e Ásia contaram cada uma com duas referências. A primeira foi 
apontada por atletas que participaram de uma competição no Colorado. Dentro do continente 
Asiático, o Japão foi o país escolhido. O Estado do Rio de Janeiro foi preferência de apenas 
um dos atletas, que associou a proximidade e a facilidade do deslocamento como principal 
causa de sua escolha. A Oceania também foi apontada por um dos atletas, que fez referência à 
Austrália. Os demais quesitos não foram especificamente citados. Luiz Fernando Alves da 
Conceição, praticante do Goalball e do Futsal, afirma que não tem preferência por um lugar, 
mas pela possibilidade de encontrar amigos.
As duas questões, a seguir, mantinham uma certa relação com a anterior, e perguntava-
se quais teriam sido a melhor e a pior viagem que os atletas haviam feito. Examinando as 
respostas, percebe-se que há uma certa relação entre o fato de o atleta ter obtido bons ou maus 
resultados nas competições e ter gostado ou não do local. As viagens tornaram-se mais 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
marcantes pelo fato de o atleta ter ganho uma medalha de ouro, por exemplo, ou de sua equipe 
ter vencido. Há casos em que a longa distância percorrida em más condições das estradas 
também se tornaram estafantes, principalmente, na viagem de volta. Condições precárias nos 
alojamentos e instalações durante as competições também contribuíram para a má impressão 
causada pelas cidades apontadas. O fator violência também foi apontado como ponto 
negativo. Felipe de Souza Gomes, do Atletismo, alegou que sua melhor viagem foi para a 
Holanda, principalmente, pelo fato de ter ganho uma medalha de prata e ter-se classificado 
para a para-olimpíada de 2008.
Os participantes da entrevista responderam também a questões sobre os meios de 
transporte nas cidades palco das competições nos quesitos: ótima, muito boa, boa, regular, 
ruim, péssima. Do total, 15,38 % responderam muito boa, 15,38% boa, 30,76% regular, 
38,46 % não responderam. Os demais quesitos não foram apontados. Dos que preferiram não 
responder, a alegação principal é de que não tiveram oportunidade de utilizar os meios de 
transporte convencionais, pois o traslado dos estádios era feito em veículos fretados, para o 
evento. Um dos entrevistados, Pedro Rafael Oliveira Pinto, praticante de natação e atletismo 
deu um importante depoimento: “Para o visual é fácil, as pessoas são solícitas em ajudar a 
pegar o ônibus, mas para os deficientes físicos é mais complicado”. Apontando que não há 
muito o que se adaptar nos meios de transporte para pessoas com deficiência visual, embora 
haja projetos arquitetônicos e estruturais que tornariam mais acessíveis os meios de 
transporte, através de painéis eletrônicos, por exemplo, que indicariam ao motorista que há 
pessoas esperando por ele ou avisassem aos primeiros que seus ônibus estão chegando.
Sobre a forma de recepção e atendimento nos hotéis com respostas divididas entre 
ótima, muito boa, boa, regular, ruim e péssima, os resultados foram: 7,69% de ótimo, 15,38%; 
muito boa, 46,15%; boa, 30,76%; regular, e nenhum ruim ou péssimo. É importante observar, 
que nem sempre quando viajam para competir, os atletas ficam hospedados em hotéis. Muitas 
vezes os competidores são alojados em centros esportivos ou universitários, por exemplo. O 
atleta do goalball Luis Pereira da Silva Filho se sente muito bem recebido pelos recepcionistas 
“igual a todos” com quem convive durante suas viagens. O nadador Pedro Rafael Oliveira 
Pinto, comenta que em determinadas competições têm pessoas do comitê organizador que 
instruem os funcionários dos hotéis sobre a “melhor forma de ajudar os atletas”.
Dentre os entrevistados, a adaptação dos meios de hospedagem foi considerada: muito 
boa, por 7,69%; boa, por 15,38%; regular, por 38,46%. Um total de 38,46% não opinaram 
diretamente nos quesitos apontados indicando como “normal” a categoria mais condizente 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisasem Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
com suas opiniões. Embora faltem avisos em braille, como afirma a atleta Giselle da Silva, 
nadadora, a deficiência visual não necessita de adaptações como as exigidas pelos deficientes 
físicos, segundo comentários do atleta Rodrigo Machado. Quesitos como ótimo, ruim e 
péssimo não foram escolhidos.
Com relação à adaptação dos locais de competição, os maiores índices ficaram entre 
boa – 30,76 % e regular – 38,46 % Luciano Cesar da Costa Alves, do atletismo, resumiu 
com uma frase a situação : “a gente se adapta ao local”. As opções ótima, muito boa, ruim 
ficaram em média com 7,79 % cada, péssima não foi escolhida por ninguém. As competições 
são realizadas nos mesmos locais em que participam os não deficientes. A nadadora Sueli 
Cristina Carvalho de Souza sugeriu que as instalações poderiam ser melhoradas se houvesse, 
por exemplo, degraus e guias ao redor das piscinas para facilitar a percepção.
A segurança nos locais de competição também foi questionada e assim respondida: 
ótima, 7,69 %; muito boa, 23,07%; boa, 7,69%; regular, 30,76%; ruim, 7,69 %; péssima, 
15,38%; outros 7,69 % . Ana Carolina Duarte Ruas Custódio, da equipe do goalball, por 
exemplo, afirma que embora tenha sempre muita gente ajudando, poderia ter mais segurança 
de uma forma geral. Fabiane Cristina Alves, praticante de atletismo, goalball e Remo, afirma 
que são os árbitros das competições que também contribuem para a melhora das condições de 
segurança dos locais apontados, uma vez que estes atuariam não apenas exercendo suas 
funções, mas também garantido a título de gentileza a segurança física dos atletas.
Embora nem sempre tenham tempo para o contato com a população dos locais 
visitados, quando questionados a esse respeito os atletas responderam: muito boa 30,76 % , 
boa 46,15% , regular 7,69% , outros 15,38 %. As respostas ótima, ruim e péssima não 
apareceram Anderson Dias da Fonseca, do Goalball, e do Futsal, diz que muitas vezes as 
pessoas “não sabem como chegar”, talvez por falta de informação. Por sua vez, Liwisgton da 
Silva Costas, do Futsal e do Atletismo, afirmou que na maioria dos locais visitados o fato de 
ser carioca já atrai de antemão a simpatia das pessoas. Valéria Moura, do goalball e do 
atletismo, observou que uma vez que a deficiência visual não é tão aparente, não se sente 
discriminada: embora, em função da rigidez dos horários de competição, não só ela mas os 
atletas em geral não têm muito tempo de passear pelas cidades.
As duas últimas perguntas dizem respeito aos processos de reabilitação e inclusão pelo 
Turismo respectivamente. A primeira delas foi: Acredita que o Turismo possa ajudar na 
reabilitação de pessoas que ficaram deficientes durante a infância, adolescência ou fase 
adulta? Do total 92,30 % responderam que sim , que a possibilidade de praticar o Turismo, 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
realizar viagens pode colaborar nos processos de reabilitação, por motivos como: a 
possibilidade de “desenvolver a percepção das coisas e dos espaços” – (Luiz Fernando Alves 
da Conceição; “novas perspectivas de como é o mundo”- (Pedro Rafael. O. Pinto); “o fato de 
estar em atividade já é importante” (Suely Cristina C. de Souza); saber que ”pode fazer tudo 
como qualquer outra pessoa” (Ana Carolina D. R. Custódio), “comunicação e independência” 
(Luis P. da Silva Filho) ; “provar para os outros que você pode tudo” (Valéria Moura), além 
de uma série de outros comentários. O único atleta que disse não, embora tenha dito que 
também ajuda na reabilitação, apontou que o principal fator não é externo, é de ordem interna, 
psicológica. 
Finalmente, a última pergunta foi: Acredita que o Turismo colabore com a Inclusão de 
Pessoas com deficiência? Foi a única unanimidade das 24 questões: 100% responderam sim e 
teceram comentários como: “Ver mais deficientes” (Luiz Fernando A. Conceição), “Fazer 
mais amizades” (Anderson Dias), “as pessoas ainda não estão muito acostumadas a lidar com 
pessoas portadoras de deficiências. ... se elas se conscientizarem que é importante viajar, não 
se privar, podem sair ganhando muito nisso” (Pedro Rafael O. Pinto); “conhecer, saber mais, 
mais informação, menos preconceito”(Ana Carolina D. R. Custódio), entre outra tantas 
observações.
A partir da análise dos resultados das pesquisas é possível chegar a algumas 
conclusões. A falta de informação é e será sempre o grande problema que alimenta o 
preconceito e a deficiência. Cada ser humano tem suas peculiaridades, suas limitações e 
deficiências, aparentes ou não. 
Esses atletas, que lutam muito e enfrentam muitas vezes a falta de patrocínio e apoio, 
que assistem à falta de divulgação de seus importantes resultados pela mídia, que não tem a 
menor pretensão de carregar bandeiras, mas que sem saber o fazem, estão por aí, enchendo 
nosso país de medalhas e títulos como durante os Jogos Para-pan americanos de 2007 
realizado no Rio de Janeiro, fazendo do mundo um lugar um pouco melhor.
As empresas de uma forma geral, as Companhias Aéreas em especial, deveriam 
prestar muito mais atenção a esses atletas. Comercialmente, eles poderiam chamar muito mais 
atenção que os atletas não deficientes, e indubitavelmente, no contexto da “Responsabilidade 
Social” em que vivemos atualmente, agregariam muito mais valor às suas marcas, 
patrocinando atletas com necessidades especiais.
O Turismo pode e deve sim contribuir nos processos de Inclusão. Não basta que os 
locais estejam adaptados, não basta que o discurso seja bem elaborado. É a prática diária que 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
fará a diferença. A prática do respeito, da abertura de espaços e oportunidades para o que 
Werneck (1999, p.30) chama de “desabrochar, valorizando sempre a heterogeneidade” de 
cada um de nós e dos outros também. 
Não é preciso que se realizem muitas mudanças ou adaptações especiais para que 
deficientes visuais façam Turismo. Os espaços arquitetônicos não carecem de sofrer grandes 
alterações. Maquetes dos monumentos e construções poderiam ser colocadas na entrada das 
atrações para que ao toca-las os visitantes com deficiência visual pudessem saber como são. 
As grandes Operadoras não teriam nem mesmo que criar pacotes especiais ou pensar em uma 
estrutura de acompanhantes especializados, posto que companheiros, amigos e familiares são 
normalmente os escolhidas.
A escolha do meio de transporte rodoviário pela grande maioria indica também que o 
ser humano é por natureza gregário, e que a possibilidade de estar inserido na sociedade é 
uma opção natural, na troca de experiências, no compartilhar de momentos e alegrias. Quanto 
ao transporte utilizado para locomoção dentro das cidades, embora não seja preciso um 
grande processo de modificação para os deficientes visuais especificamente, seria 
fundamental que esses meios de transporte estivessem adaptados para os seus próprios 
moradores com deficiência, e seria naturalmente adequado a seus visitantes que deles 
necessitassem.
Considerando a mão-de-obra utilizada pelo mercado do Turismo em geral, também 
não se faz necessária uma preparação minuciosa ou exclusiva, além daquela voltada ao 
consumidor em geral. O tratamento deve ser respeitoso, desprovido de qualquer sentimento 
menor de piedade, medo ou preconceito. O aumento da freqüência com que recebe pessoas 
com as mais variadas deficiências fará com que seja cada vez mais naturalpara esses 
profissionais lidar com as diferenças.
Para a adaptação dos quartos (unidades habitacionais) desses hotéis, além daquelas 
unidades já obrigatoriamente adaptadas para deficientes físicos, indicações em braille de 
avisos de saídas de emergência, listas de opções de serviços de quarto e lavanderia, 
indicadores de voltagem e quaisquer outros avisos, seriam importantes e pouco dispendiosas
Quanto à população de centros receptores de Turismo, campanhas educativas sobre 
sua importância no recebimento de divisas, distribuição de renda entre tantas outras vantagens 
do turismo não predatório, já poderia ser a primeira etapa na estruturação de uma política 
específica. A chegada de turistas com deficiências em pequenas ou grandes cidades afeta 
também a maneira como seus moradores os vêm e consideram o que possibilita uma mudança 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
de atitude e o repensar de seus próprios limites. Desse convívio harmonioso surgem novos 
paradigmas e possibilidades.
Esses turistas também se modificam, também mudam sua atitude. Surgiria a partir de 
toda essa troca um novo homem, um novo turista que viaja em busca de novas sensações e 
experiências. É assim que essa grande rede que o Turismo representa poderia funcionar: o 
turista ou o viajante, mais preocupado em experimentar do que em reproduzir um contexto de 
consumo desenfreado e férias em bolhas de isolamento, sai de sua casa despreocupado com 
seus problemas do dia a dia, com mais espaços para apreciar, sentir e experimentar. 
Impregnado desse sentimento de descoberta e redescoberta, encontra pessoas diferentes, 
heterogêneas e por isso mesmo especiais. Percebe que essas pessoas têm no fundo o mesmo 
desejo de serem felizes, independente de suas culturas, raças, cores, deficiências ou 
carências.
Esse ser voltará provavelmente à sua casa muito mais humano, mais treinados para 
admirar as diferenças que nos criam como somos, e naturalmente, sem melindres, trará para 
seu convívio qualquer um que enriqueça o seu viver. Dentro do seu campo profissional, ele 
também será segundo Werneck (1999, p.55), “reeducado sob a perspectiva da Inclusão”, 
assim sendo há uma grande possibilidade dessa rede se ampliar mais e mais atingindo um 
número cada vez maior de pessoas, até que um dia, não precisemos mais falar de Inclusão. 
Criar um estímulo natural para que todos possam viajar, descobrir as inúmeras possibilidades 
que um passeio turístico pode proporcionar.
Mas como se cria esse novo turista ou viajante tão mais preocupado em experimentar 
do que conhecer? Krippendorf (2003, p.180) afirma que esse processo poderá se dar dentro 
das escolas: “o aluno aprende a olhar, a compreender e respeitar a natureza e o modo de vida 
do próximo”. Não precisa haver especificamente uma matéria para o Turismo. Em cada área 
de conhecimento, seja matemática, física, biologia, geografia ou qualquer uma e todas elas, 
esse aluno estará sendo alertado sobre a importância de pensar no todo, na relação que há 
entre cada atitude que se toma e como isso pode modificar a vida de alguém. E esses 
aprendizes levarão às suas casas esses novos olhares, que através de seus pais ou daqueles que 
os criam será perpetuado e assim sucessivamente.
Será que então não bastaria que as escolas fossem inclusivas, que tivéssemos 
oportunidade de aprender a conviver com todos dentro das nossas salas de aula, que sairíamos 
todos já inclusos na sociedade? Seria o ideal. Mas até que seja uma realidade, essas escolas 
precisarão ser alimentadas com pessoas e atitudes que efetivamente permitam sua 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
concretização. Indubitavelmente, o Turismo pode ser um grande gerador de novos elementos 
para a discussão sobre os mais variados temas. 
 Aí surge um novo paradoxo: o Turismo é um bem verdadeiramente acessível a todos? 
Se pensarmos nas caríssimas viagens pelos melhores hotéis do Mundo, nas passagens 
executivas dos belos aviões, nos cruzeiros e até viagens espaciais certamente que não. Porém, 
se imaginarmos novas e criativas possibilidades, acessíveis a qualquer pessoa, partindo do 
princípio que cada um de nós tem direito ao lazer e a escolher de que forma desfrutá-lo, talvez 
sim. A diferença pode estar naquela pequena excursão que se organiza para ver o time de 
futebol do coração jogar na cidade vizinha ou na viagem que se faz para visitar um parente ou 
amigo querido, ou mesmo, naquele dia de folga em que tiramos para conhecer nossa própria 
cidade, explorando lugares como se fossemos realmente visitantes de nós mesmos.
Se nós profissionais de Turismo não lutarmos para derrubar a noção de que o Turismo 
não é um direito apenas de uma elite, de privilegiados, mas de qualquer um que queira 
praticá-lo, estaremos nós mesmos, sendo agentes do preconceito e da segregação. Não será 
preciso que as viagens espaciais sejam possíveis para qualquer um, pelo menos até que os 
recursos financeiros sejam igualmente distribuídos e todos possam conhecer o espaço, o que 
ainda é um devaneio e um desafio para os Agentes de Viagens do final deste século. 
Nesse imenso processo de democratização do acesso à atividade turística, há um 
mercado de enorme potencial pronto a ser descoberto e explorado que pode vir a contribuir 
enormemente na discussão do respeito ao Outro e, conseqüentemente, em uma maior 
possibilidade de Inclusão.
Assim, entre os primeiros passos a dar, estaria o de ler e conhecer em profundidade o 
projeto Turismo no Brasil 2007/2010, descobrir nele mecanismos em que já pudéssemos 
começar a atuar e cobrar como cidadãos e atores nesse imenso palco que é o Turismo.
Referências Bibliográficas
IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira, 2001.
KRIPPENDORF, Jost. Sociologia do Turismo. São Paulo: Aleph, 2003.
SASSAKI, Romeu. Inclusão, Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 
1997.
URRY, John . O Olhar do Turista. Lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São 
 V SeminTUR
Seminário de Pesquisas em Turismo no Mercosul
Turismo: Inovações da Pesquisa na America Latina
Dias 27 e 28 de junho de 2008
Paulo: Studio Nobel, 1996.
WERNECK, Claudia. Sociedade inclusiva. Quem cabe no seu todos? Rio de Janeiro: WVA, 
1999.
Confederação Brasileira de Desportos para Cegos. Disponível em www.cbdc.org.br , 31 out. 
2006, às 13h e 20 min.
Manual de recepção e acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência a empreendimentos 
e equipamentos turísticos. Disponível em www.turismo.gov.br , acesso em 15 ago. 2006, às 
16 h e 15 min.
SILVA, Maurício. Alteridade e Cidadania. Disponível em www.evirt.com.br/artigos.htm, 
acesso em 8 ago. 2006, às 14h e 30min.
Turismo no Brasil – 2007 / 2010 . Disponível em www.turismo.gov.br, acesso em 30 out. 
2006 às 11h e 29 min.
Código de Etica Mundial para o Turismo. Disponível em www.ibama.gov.br/ambtec, acesso 
em 07 nov. 2006, às 13h e 43 min.
Censo 2000. Disponível em www.mj.gov.br/sedh , acesso em 15 ago. 2006, às 11h e 02 min.
SASSAKI, Romeu. Terminologia Sobre Deficiência na Era da Inclusão. Disponível em 
www.cnbb.org.br, acesso em 07 nov. 2006, às 12 h e 27 min. 
Association Tourisme et Handicaps – disponível em www.tourisme-handicaps.org, acesso 
em 07 nov. de 2006, às 12 h e 45 min.
The Society for Accessible Travel & Hospitality SATH – disponível em www.sath.org, 
acesso em 07 nov. 2006, às 12 h e 55 min.
http://www.mj.gov.br/sedh
http://www.evirt.com.br/artigos.htm
	Análise das entrevistas realizadas com os atletas do Instituto Benjamin Constant

Continue navegando