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PSICOMOTRICIDADE E DESENVOLVIMENTO MOTOR

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Psicomotricidade e Desenvolvimento 
Motor
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1
2/187
Psicomotricidade e Desenvolvimento Motor
Autoria: Prof. Dirceu Costa Junior
Como citar este documento: COSTA JR, Dirceu. Psicomotricidade e Desenvolvimento Motor. Valinhos: 
2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor 05
Unidade 2: Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo 34
Unidade 3: Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras 54
Unidade 4: Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento 78
2/187
Unidade 5: Córtex Motor e Cerebelo 98
Unidade 6: Observação, Diagnóstico e Aplicação da Psicomotricidade 118
Unidade 7: Representação Mental, Praxias e Gnosias e Transtornos 139
Unidade 8: A Psicomotricidade enquanto Prevenção e Educação 159
3/187
Apresentação da Disciplina
A separação entre o corpo e a mente (ou 
alma) vem desde os antigos filósofos gre-
gos, alguns séculos antes de Cristo. Nessa 
época, essa dicotomia concedia à mente 
um papel privilegiado, enquanto ao corpo 
restava apenas a função menosprezada de 
subserviência. Contextualizando esse perí-
odo, foi uma época em que houve um gran-
de desenvolvimento da ciência, coincidindo 
com o declínio dos Jogos Olímpicos da An-
tiguidade (quando o corpo era cultuado ho-
menageando os deuses).
Com o passar dos séculos e muitos estudio-
sos debruçados sobre essa temática, per-
cebeu-se a indissociabilidade entre corpo e 
mente. O “novo” entendimento de que eles 
se conectam, influenciando um ao outro, si-
naliza agora com mais veemência. Confor-
me o poeta romano Juvenal associou am-
bos no final do séc. I: “mens sana in corpore 
sano”, ou traduzindo, “mente sã num corpo 
sadio”.
Nesse cenário, surgem diversas ciências que 
se baseiam nesse ser humano “unificado”, 
como é o caso da Educação Física e da Psi-
cologia. Dentre essas possibilidades, uma 
ciência se destaca — a Psicomotricidade.
Compreendendo essa ciência por meio de 
suas diversas manifestações como uma 
abordagem educacional, uma intervenção 
hospitalar ou, ainda, uma terapia holística, 
comprovadamente eficiente (principalmen-
te, mas não só, com o público infantil), esta 
disciplina é apresentada com o objetivo de 
oportunizar aos alunos, de diversas áreas, 
4/187
um maior aprofundamento com relação a 
esse estudo.
Serão abordados alguns conceitos, as prin-
cipais características, além de algumas das 
aplicações práticas da psicomotricidade e 
suas relações com o desenvolvimento mo-
tor.
5/187
Unidade 1
Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor
Objetivos
1. Apresentar a discussão epistemológi-
ca sobre a psicomotricidade.
2. Contextualizá-la na realidade brasi-
leira.
3. Introduzi-la no contexto do desenvol-
vimento psicomotor.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor6/187
1. Epistemologia da Psicomotri-
cidade 
1.1. Conceito
A palavra PSICOMOTRICIDADE, numa aná-
lise etimológica, une a palavra grega psyché 
(refere-se a alma, espírito ou mente) com a 
palavra motricidade, que é uma derivação 
da palavra latina motor (que desloca, que 
faz mover). Nesse sentido, a formação da 
palavra seria algo que misturasse o corpo 
em movimento e a atividade mental, permi-
tindo uma tradução que relacione a movi-
mentação corporal e sua intencionalidade.
A Associação Brasileira de Psicomotricida-
de (ABP), entidade de maior representati-
vidade no Brasil, define a psicomotricidade 
como sendo um “movimento organizado e 
integrado, em função das experiências vividas 
pelo sujeito cuja ação é resultante de sua in-
dividualidade, sua linguagem e sua socializa-
ção”.
Por apresentar um conteúdo transdiscipli-
nar, com contribuições científicas oriundas 
de diversas áreas como a filosofia, a psi-
cologia, a neurologia, a pedagogia, entre 
outras, existem diversos significados para 
psicomotricidade, mas sempre se referindo 
aos aspectos motor, intelectual e socioe-
mocional.
Dentre essas diversas definições, pode-
mos destacar uma clássica, de Ajuriaguerra 
(1970, p.19), que afirma que a psicomotrici-
dade “[...] é a ciência do pensamento através 
do corpo preciso, econômico e harmonioso”, 
ou uma mais atual, de Barreto (2000, p.19), 
que aborda a psicomotricidade como “[...] a 
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor7/187
integração do indivíduo, utilizando, para isso, 
o movimento e levando em consideração os 
aspectos relacionais ou afetivos, cognitivos e 
motrizes”.
1.2. Breve Histórico1
A trajetória da psicomotricidade, desde o 
seu surgimento até a atualidade, pode ser 
acompanhada por meio de alguns momen-
Link
Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP). 
Entidade de caráter científico-cultural, sem fins 
lucrativos, que objetiva agregar os profissionais 
dessa área. Disponível em: <http://www.psico-
motricidade.com.br>. Acesso em: 15 abr. 2017.
tos importantes na história. Esses marcos 
apresentam também diversos estudiosos 
que contribuíram de alguma forma para a 
caracterização do que hoje entende-se por 
psicomotricidade.
Para saber mais
O posicionamento dos países europeus em re-
lação à psicomotricidade divide-se entre os pa-
íses latinos (a favor) e os anglo-saxões (contra). 
Provavelmente isso se dá por conta da tendência 
cultural esportiva, que interfere em toda a motri-
cidade. Nesse caso, os países latinos apresentam 
comportamento mais humanista do que os vizi-
nhos de língua inglesa.
http://www.psicomotricidade.com.br
http://www.psicomotricidade.com.br
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor8/187
Dos berços europeus (especificamente 
franceses) até sua introdução e primeiros 
passos no Brasil, é possível seguir esse de-
senvolvimento pela ordem cronológica dos 
eventos:
Final do Século XIX: Phellipe Tissié, um neu-
ropsiquiatra francês, usou pela primeira vez 
o termo para nomear a região específica do 
cérebro encarregada por unir as funções do 
pensamento com as funções motoras (re-
gião do córtex frontal do cérebro).
1870: o vocábulo aparece no discurso neu-
rológico pela necessidade de explicar algu-
mas patologias que não seguiam a lógica 
anterior que sempre relacionava um sinto-
ma com uma área específica lesionada. 
1909: o neuropsiquiatra e professor francês 
Ernest Dupré expôs que a debilidade moto-
ra não precisava necessariamente ter rela-
ção com algum problema neurológico.
1925: Henry Wallon, um filósofo, médico, 
psicólogo e político francês, evidencia a re-
lação existente entre o movimento huma-
no, o afeto, as emoções e seus hábitos.
1935: o francês Edouard Guilmain, famoso 
neurologista, apresentou um exame diag-
nóstico psicomotor.
1947: Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra e 
professor francês, delimitou com clareza 
os transtornos psicomotores, balizando-os 
entre os neurológicos e os psiquiátricos.
1968: iniciam-se os primeiros cursos dentro 
das universidades brasileiras de graduação 
e, principalmente, de pós-graduação.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor9/187
1970: diversos profissionais começam a 
trazer da Europa os principais conceitos e 
práticas sobre psicomotricidade, focando 
no corpo de um sujeito e, dessa forma, tor-
nando mais relevante a relação, a afetivida-
de e o emocional. Nesse momento é possí-
vel perceber nitidamente a divisão entre as 
abordagens reeducativa e terapêutica.
1976: a francesa Françoise Désobeau, fono-
audióloga e terapeuta corporal, trouxe para 
o Brasil uma diferente abordagem desen-
volvida por ela, que substituía as técnicas 
instrumentais por jogos e brincadeiras. 
1980: é fundada, no estado do Rio de Janei-
ro, a “Sociedade Brasileira de Terapia Psi-
comotora” (SBTP); alguns anos depois, em 
1986, o nome foi modificado para “Socie-
dade Brasileira de Psicomotricidade” (SBP) 
e, em 2005, tornou-se a “Associação Brasi-
leira de Psicomotricidade” (ABP).
2012: na Assembleia Geral da ABP, insti-
tuiu-seo dia 29 de abril como o Dia do Psi-
comotricista.
Diversos outros fatos e muitos outros perso-
nagens participaram — e ainda participam 
— dessa construção da jovem ciência psi-
comotora. Entretanto, nem todas as ações 
são apresentadas claramente, por exemplo, 
alguns cursos e intervenções psicomoto-
ras realizadas especificamente para pesso-
as com deficiência, por vezes apresentados 
com outros nomes.
Outro grande exemplo é o professor de 
Educação Física e psicólogo francês Jean Le 
Bouch, um dos maiores estudiosos da psi-
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor10/187
comotricidade, que utiliza em diversos tra-
balhos o termo psicocinética. 
1.3. Áreas de Atuação
 O psicomotricista é um profissional que uti-
liza os conhecimentos do desenvolvimento 
psicomotor para educar, reeducar e realizar 
tratamentos de pessoas. Essa profissão ain-
da não é regulamentada no Brasil, embora 
o MEC já tenha autorizado a abertura de um 
curso de graduação nessa área. Hoje esse 
campo é formado por profissionais da área 
da Saúde e da Educação que desenvolveram 
seus estudos, principalmente em cursos de 
pós-graduação. 
Os principais locais de atuação na área da 
educação são: as escolas, creches e escolas 
especiais para pessoas com deficiência; na 
área da saúde são: clínicas multidisciplina-
res, hospitais, postos de saúde e consultó-
Para saber mais
Phellipe Tissié foi um dos grandes nomes da edu-
cação física escolar francesa. Durante anos ele 
esteve em embate idealista com o famoso barão 
Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpi-
cos da Era Moderna. Tissié defendia uma edu-
cação física mais igualitária e coletiva, em detri-
mento à concorrência e violência manifestadas 
pelo esporte na escola, sustentado por Coubertin, 
que justificava esse excesso de liberdade como 
um condutor necessário para a excelência do in-
divíduo.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor11/187
rios; e também existem empresas que atu-
am no ramo de consultorias. Além de toda 
essa atuação profissional no ambiente edu-
cativo, em clínicas e até em empresas, boa 
quantidade de pesquisa também é realiza-
da por aqui. 
O público-alvo do trabalho da psicomotri-
cidade são crianças em fase de desenvolvi-
mento ou que apresentam atrasos nos es-
tágios de desenvolvimento, e pessoas em 
processo de reabilitação motora, senso-
rial, mental ou psíquica. A psicomotricida-
de pode ainda ser ferramenta no processo 
de reinserção social de crianças, jovens e 
idosos. Vale ressaltar a importância sobre a 
orientação de familiares e cuidadores des-
ses pacientes, para que por meio da com-
preensão do trabalho também se tornem 
facilitadores da psicomotricidade no dia a 
dia.
Link
Pesquisa em psicomotricidade na área da edu-
cação. Psicomotricidade no contexto da neu-
roaprendizagem: contribuições à ação psicope-
dagógica. Disponível em: <http://pepsic.bv-
salud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0103-84862015000100009>. Acesso em: 
18 abr. 2017.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100009
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100009
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100009
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor12/187
2. Desenvolvimento Psicomotor
O desenvolvimento psicomotor refere-se 
às contínuas transformações do movimen-
Para saber mais
O projeto de lei nº 795/2003, que dispõe sobre a 
regulamentação da atividade profissional de psi-
comotricista e autoriza a criação dos Conselhos 
Federal e Regionais de Psicomotricidade, de au-
toria do deputado Leonardo Picciani (RJ), tramita 
na Câmara dos Deputados desde 2003 e foi ar-
quivado em 2007, 2011 e 2015 (término de suas 
legislaturas). Como o deputado, autor do projeto, 
se reelegeu, ele pode solicitar o desarquivamento 
do projeto (da última vez, desarquivado até o final 
da sua legislatura em 2019).
to humano ao longo da vida, em harmonia 
com o aperfeiçoamento social e cognitivo. 
Essa maturação, que se inicia logo após a 
concepção, acontece desde a sua fase não 
consciente, por meio dos movimentos refle-
xos, até a fase consciente, em que os movi-
mentos passam a ser influenciados por ou-
tros indivíduos e pelo ambiente. Nesta fase, 
a motricidade relaciona-se ao cognitivo e 
começa a contemplar sentido e significado, 
possibilitando a capacidade de expressar as 
emoções e demonstrar as descobertas.
A Figura 2.1 sintetiza a interação de todos 
os fatores que contribuem para a manifes-
tação do movimento, segundo o exposto 
acima.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor13/187
Figura 2.1. O movimento (M*) como consequência da interação entre indivíduo (I), tarefa (T) e ambien-
te (A). A organização e a execução do movimento sobre ação direta dos fatores compõem I, T e A
Fonte: adaptado de Shumway-Cook (2010).
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor14/187
Em um primeiro momento, os conhecimen-
tos adquiridos referem-se ao próprio corpo 
e, em seguida, a interação com outros in-
divíduos e as situações experimentadas no 
meio onde vivem levam a reconhecer seu 
corpo em relação aos outros (pessoas e ob-
jetos) e sua relação em um espaço (ambien-
te); permitindo descobrir a si mesmo e o 
mundo ao seu redor. Esse desenvolvimento 
compara-se ao desenvolvimento biológico, 
paralelamente às funções motoras, cogniti-
vas, perceptivas, afetivas e sociais.
O psicólogo Henry Wallon é conhecido como 
o responsável pela visão científica da psico-
motricidade ao contribuir com informações 
fundamentais sobre o desenvolvimento 
neurológico do recém-nascido e da evolu-
ção psicomotora da criança. Ele propõe al-
guns estágios para esse desenvolvimento 
psicomotor, não de forma linear e sequen-
cial, mas com os estágios posteriores au-
mentando e reestruturando os anteriores. 
Ele afirma ainda que é possível caracterizar 
a mudança de estágio por meio de um tipo 
diferenciado de comportamento, conforme 
é apresentado no Quadro 2.1.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor15/187
Tabela 2.1. Características dos estágios conforme a idade
Estágios Idade Características
Impulsivo-emocional Recém-nascido Reflexos
Tônico-emocional 6 aos 12 meses Emoções
Sensório-motor 1 a 2 anos Postura
Projetivo 2 a 3 anos Eu corporal
Personalismo 3 a 6 anos Símbolos
Categorial 6 a 11 anos Praxias
Adolescência A partir de 11 anos Reflexão
Fonte: adaptado de Wallon (1981).
Estágio impulsivo-emocional: predomínio afetivo. Interação com o meio pela emoção. Adapta-
ções ao meio via reflexos (sucção, preensão palmar). Reações puramente fisiológicas (espasmos, 
contrações).
Estágio tônico-emocional: passagem da desordem gestual para as emoções diferenciadas (já 
expressa medo e alegria). Movimentos ainda são bem desorientados. Relações com o meio via 
“cumplicidade afetiva” (a criança solicita e precisa da troca afetiva para o seu equilíbrio psicofi-
siológico). 
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor16/187
Estágio sensório-motor: inteligência pre-
domina e é dividida em inteligência prática 
(conseguida pela interação do corpo com os 
objetos) e  inteligência discursiva (conquis-
tada por meio de imitação e consequente 
apropriação da linguagem). A ação precede 
o pensamento. Exploração do meio (amplia-
da após a conquista do andar).
Estágio projetivo: surgimento da inteligên-
cia simbólica. Conhece o objeto pela inte-
ração com ele (via mobilidade intencional). 
Exterioriza o ato mental por meio de gestos, 
projetando os pensamentos em movimen-
tos.
Estágio de personalismo: predominância 
afetiva (período crítico na formação da per-
sonalidade, dá-se por meio de interações 
sociais). Período de intenso intercâmbio so-
cial (com muita imitação, representação de 
papéis e trocas deamizades). Consciência 
de si (imagem própria). Crise de oposição.
Estágio categorial: predominância da inte-
ligência (capacidades mnemônicas e aten-
ção voluntária) sobre as emoções. Aumen-
to do interesse para o conhecimento e pelo 
mundo exterior (transmitindo suas relações 
com o meio). Idade da razão (idade escolar) 
e do “desmame afetivo”.
Estágio adolescência: predominância afe-
tiva (caracterizada por diversos conflitos 
internos e externos, levando à crise da pu-
berdade). Período marcado pela busca de 
autoafirmação e pelo desenvolvimento da 
sexualidade. O reconhecimento da cons-
ciência de si mesmo no tempo, levando ao 
desenvolvimento das responsabilidades.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor17/187
Compreendendo como os desenvolvimen-
tos psicológico, emocional e cognitivo pró-
prios de cada faixa etária influenciam na in-
teração com o meio e na variedade das tare-
fas executadas, cronologicamente pode ser 
observado o aparecimento das habilidades 
motoras esperadas para cada idade.
Link
Caderno de Atenção Básica fornecido pelo Minis-
tério da Saúde. Saúde da criança: acompanha-
mento do crescimento e desenvolvimento infan-
til. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvol-
vimento.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2017.
No recém-nascido, observamos uma sé-
rie de reflexos que podem ser entendidos 
como respostas ou movimentos involuntá-
rios estereotipados como consequência de 
um estímulo externo. Esses reflexos, que 
tendem a desaparecer ainda nos primeiros 
meses de vida, podem indicar algum sinal 
de comprometimento neurológico quando 
de sua ausência ao nascimento ou perma-
nência para além do período estimado.A 
Tabela 2.2 a seguir traz alguns dos reflexos 
do recém-nascido.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor18/187
Tabela 2.2. Exemplificação de alguns reflexos que podem ser observados no neonato
Reflexo Movimento observado
1. De sucção Sucção vigorosa por meio de estímulo no lábio.
2. De marcha
Posicionado em pé com apoio podal e inclinação do tronco para 
a frente. Observa-se o cruzamento das pernas uma frente à ou-
tra, assemelhando-se à marcha.
3. De moro
Com amparo das mãos do examinador, promove-se uma queda 
súbita da cabeça do recém-nascido para trás. Observa-se ex-
tensão e abdução dos membros superiores seguida de choro.
4. De busca
Realizando estímulo na face ao redor da boca, observa-se rota-
ção da cabeça na tentativa de busca pelo objeto.
5. Preensão palmar Pressão na palma da mão desencadeia a flexão dos dedos.
6. Preensão plantar Pressão na base dos artelhos desencadeia flexão dos dedos.
Fonte: elaborada pelo autor.
Link
Vídeo da Universidade Federal do Maranhão em parceria com a Universidade Aberta do SUS sobre os re-
flexos primitivos da criança. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=l3rWFpVt0NU>. 
Acesso em: 2 maio 2017.
https://www.youtube.com/watch?v=l3rWFpVt0NU
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor19/187
À medida que esses reflexos primitivos vão 
sendo integrados com a maturação do sis-
tema nervoso central, que ocorre de manei-
ra acentuada nos primeiros anos de vida, 
novas possibilidades de ação vão sendo 
acrescentadas ao repertório de movimentos 
possíveis de serem realizados, promovendo 
a ativação de novas áreas motoras e regiões 
envolvidas no planejamento, modulação e 
controle do movimento.
Embora presente durante toda a vida, o pro-
cesso de aprendizagem motora acontece de 
forma intensa durante os primeiros meses 
de vida, com a aquisição de nova habilidade 
em curto intervalo de tempo, conforme rep-
resentado na Figura 2.2.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor20/187
Figura 2.2. Marcos do desenvolvimento motor
Fonte: elaborada pelo autor.
O desenvolvimento psicomotor age diretamente sobre o desenvolvimento biomecânico do in-
divíduo: à medida que novas habilidades motoras são aprendidas e novas posturas são adota-
das, o sistema de forças que age sobre o sistema musculoesquelético se modifica. Disso depende 
o correto alinhamento das estruturas ósseas: as curvaturas da coluna se desenvolvem, o ângulo 
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor21/187
de encaixe do fêmur no quadril vai se cor-
rigindo assim como os ângulos de posicio-
namento de joelhos, tíbia e tornozelos, além 
da definição do arco plantar.
O atraso no desenvolvimento psicomotor 
na infância ou a perda de habilidades mo-
toras no adulto/idoso podem ser desde um 
sinal de falta de estímulo físico até mesmo 
a presença de alguma doença neurológica. 
Conhecer como a interação indivíduo-tare-
fa-ambiente molda o desenvolvimento psi-
comotor, sabendo identificar os aspectos 
cognitivos, afetivos, físicos e motores espe-
rados em cada faixa etária, permite ao edu-
cador/cuidador intervir ou buscar por aten-
dimento profissional adequado.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor22/187
Glossário
Dicotomia: divisão de um elemento em duas partes; nesse caso, o indivíduo sendo separado 
em corpo e mente.
Maturação: processo de crescimento, de evolução, de amadurecimento.
Transdisciplinar: é a interação global de várias ciências, buscado a articulação entre as inúme-
ras faces de compreensão do mundo, visando alcançar a unificação do conhecimento.
Questão
reflexão
?
para
23/187
Após essa breve apresentação sobre a psicomotricida-
de, reflita se essa possibilidade de intervenção pode tra-
zer mais benefícios para a saúde do que os tratamentos 
já existentes. Com relação aos benefícios na educação, 
será que tem maior eficácia do que as tradicionais aulas 
expositivas, com monólogos do professor ou cópias da 
lousa?
24/187
Considerações Finais
• A psicomotricidade leva em consideração o desenvolvimento motor, cogni-
tivo, social e afetivo.
• Essa ciência de origem francesa, do final do século XIX, chegou ao Brasil na 
década de 70 e ainda não apresenta a profissão de psicomotricista (que atua 
principalmente na Educação e na Saúde).
• Existem diversos estudiosos nesse assunto das mais variadas áreas do co-
nhecimento, com destaque para Ernest Dupré, Henry Wallon, Julian de Aju-
riaguerra e Jean Le Bouch.
• O desenvolvimento motor apresenta uma maturação biológica entrelaçada 
com a evolução motriz, cognitiva e social.
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor25/187
Referências
AJURIAGUERRA, Julian. Manual de psiquiatria da criança. Paris: Masson, 1970.
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Psicomotricidade. Disponível em: <http://psicomotricidade.com.br/>. 
Acesso em: 15 abr. 2017.
BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicomotricidade, educação e reeducação. Blumenau: Acadêmica, 
2000. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Minis-
tério da Saúde, 2002. (Cadernos de Atenção Básica. nº 11). Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2017.
LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 6 anos: a psicocinética na 
idade pré-escolar. Porto Alegre: Artmed, 1992.
MORAES, Sonia; MALUF, Maria Fernanda de Matos. Psicomotricidade no contexto da neu-
roaprendizagem: contribuições à ação psicopedagógica. Psicopedagogia, v. 32, nº 97, São 
Paulo, 2015. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0103-84862015000100009>. Acesso em: 18 abr. 2017
WALLON, Henri. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa, 1981.
http://psicomotricidade.com.br/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100009
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862015000100009
Unidade 1 • Epistemologia da Psicomotricidade e Desenvolvimento Psicomotor26/187
SHUMWAY-COOK, Anne; WOOLLACOTT, Marjorie. Controle Motor: Teoria e Aplicações Clínicas. 
Barueri: Manole, 2010.
27/187
1. Assinale a alternativa correta. O termo psicomotricidade refere-se ao:
a) Movimento corporal independente da atividade mental.
b) Corpo em movimento dissociado do cognitivo. 
c) Movimento corporal com intencionalidade.
d) Corpo em movimento guiando o espírito.
e) Corpo em repouso com atividade mental.
Questão 1
28/187
2. Assinale a alternativa que indica a ordem correta dos fatos seguindo o 
histórico da Psicomotricidade.
a) Criação da ABP – primeiros cursos na França – termo usado na neurologia.
b) Termo usado na neurologia – primeiros cursos no Brasil – criação da SBTP.
c) Primeiros cursos na Europa – criação da ABP – termo usado na neurologia.
d) Criação da SBTP – primeiros cursos no Brasil – termo usado na nefrologia.
e) Termo usado na neurologia – criação da SBTP – primeiros cursos no Brasil.
Questão 2
29/187
3. Assinale a alternativa que apresenta as principais áreas de atuação da 
Psicomotricidade.
a) Escolas, creches e igrejas.
b) Hospitais, farmácias e escolas.
c) Clínicas de reabilitação, SUS e creches.
d) Escolas especiais, clínicas e creches.
e) Praças esportivas, empresas e atendimentos domiciliares.
Questão 3
30/187
4. Assinale a alternativa correta. O desenvolvimento psicomotor leva em con-
sideração os aspectos:
a) Motores, afetivos, cognitivos e sociais.
b) Sociais, motores, urbanos e afetivos.
c) Cognitivos, psicológicos, mentais e motrizes.
d) Afetivos, espirituais, afetivos e cognitivos.
e) Psicológicos, motores, sociais e econômicos.
Questão 4
31/187
5. Assinale a alternativa que relaciona corretamente os estágios psicomo-
tores de Wallon com suas principais características.
a) Sensório-motor e reflexos, adolescência e reflexão, projetivo e postura.
b) Sensório-motor e posturas, projetivo e eu corporal, adolescência e praxias.
c) Personalismo e símbolos, tônico-emocional e emoção, impulsivo e gestual.
d) Categorial e praxias, adolescência e reflexos, infantil e postura.
e) Impulsivo e rReflexos, sensório-motor e postura, personalismo e símbolos.
Questão 5
32/187
Gabarito
1. Resposta: C.
A resposta que se refere ao termo psicomo-
tricidade trata do movimento do corpo com 
intenção. Excluindo-se, portanto, as res-
postas que apresentam o corpo sem movi-
mento ou relacionando-o com o espírito, ou 
ainda, não relacionado com a mente (cog-
nitivo).
2. Resposta: B.
A ordem cronológica correta apresenta a 
seguinte sequência: (Final do século XIX) 
termo utilizado pela primeira vez na neu-
rologia, (1968) primeiros cursos no Brasil e 
(1980) Criação da SBTP. As demais estão em 
ordem errada.
3. Resposta: D.
A única resposta possível abrange as áreas 
de atuação das escolas especiais, das clí-
nicas e das creches. As outras alternativas 
apresentam locais que não têm atuação do 
psicomotricista ou não tem muita represen-
tatividade, como igrejas, farmácias, no SUS 
e em praças esportivas.
4. Resposta: A.
A alternativa correta relaciona os aspectos 
motores, afetivos, cognitivos e sociais do 
ser humano. Nas outras alternativas, pelo 
menos um item não diz respeito ao desen-
volvimento psicomotor.
33/187
Gabarito
5. Resposta: E.
A resposta correta é a que relaciona o es-
tágio impulsivo com reflexos, o estágio sen-
sório-motor com a postura e o estágio de 
personalismo associado aos símbolos. Nas 
demais respostas, ou a associação está ina-
dequada ou o estágio não existe.
34/187
Unidade 2
Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo
Objetivos
1. Apresentar a importância das experi-
ências motoras.
2. Conhecer o processo do desenvolvi-
mento cognitivo.
3. Exibir os conceitos básicos da fisiolo-
gia do movimento.
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo35/187
1. Introdução
Todas as experiências pelas quais as pesso-
as passam na vida interferem direta e indi-
retamente em todo o seu desenvolvimento, 
incluindo na esfera cognitiva. Para acompa-
nhar esse desenvolvimento, pesquisadores 
apresentaram algumas etapas caracterís-
ticas. Dentre esses pensadores, destaca-se 
Jean Piaget, que dividiu o desenvolvimento 
cognitivo em quatro estágios.
As experiências motoras oportunizam vi-
vências que trazem informações não só do 
próprio corpo, mas também do ambiente 
em que ele está inserido e das pessoas e 
objetos com que ele se relaciona. Posterior-
mente esse conhecimento é organizado no 
intelecto e imbuído de significados.
Convido você agora a entender a importân-
cia das experiências motoras, como se dá o 
processo fisiológico desses movimentos e 
relacioná-los com o processo de desenvol-
vimento cognitivo.
1.1.Experiências Motoras 
As experiências vividas por cada indivíduo 
têm papel importante no seu desenvolvi-
mento de maneira geral. As experiências 
motoras trazem percepções corporais e 
sensoriais que permitem ao homem um co-
nhecimento melhor de si e da forma como 
se relaciona com o mundo ao seu redor, 
conforme explana o filósofo francês MER-
LEAU-PONTY (1999, p.195) ao afirmar que 
“[...] a experiência motora do nosso corpo não 
é um caso particular de conhecimento; ela nos 
fornece uma maneira de ter acesso ao mundo 
e ao objeto...”.
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo36/187
Para esse filósofo, o processo cognitivo só ocorre por meio da corporeidade, demonstrando assim 
a importância das experiências motoras, quer seja pelos movimentos corporais ou pela utiliza-
ção dos órgãos sensoriais. Portanto, quanto maiores forem a diversificação e a qualidade dessas 
vivências, maiores serão as oportunidades de aprendizado e desenvolvimento. 
Para saber mais
Além dos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato), as vivências sensoriais proprioceptivas 
e vestibulares são responsáveis pela captação de estímulos do ambiente. As sensações proprioceptivas 
são aquelas que trazem informações a respeito da tensão muscular (sem o uso da visão, é possível reco-
nhecer a configuração espacial do seu corpo e a posição de suas partes em relação às outras); também 
são conhecidas como sensações cinestésicas. Já as sensações vestibulares referem-se às informações 
sobre equilíbrio (informações sobre o posicionamento do corpo), o qual é formado por um conjunto de 
órgãos no ouvido interno.
Conforme os anos passam, as pessoas vivenciam diversas mudanças e transformações em si 
mesmas. Além desse crescimento, numa perspectiva morfofisiológica, há também um aprimo-
ramento motor, cognitivo, emocional e social, permitindo seu desenvolvimento e seguindo numa 
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo37/187
linha que parte do simples para o complexo. 
Durante esse processo, essas modificações 
definem a maturidade biológica do indiví-
duo.
O processo de maturação biológica se dá de 
forma distinta entre as pessoas. Ainda que 
se observe um grupo de mesma faixa etá-
ria, diferentes estágios dessa evolução se-
rão identificados. No decorrer do processo, 
o indivíduo torna-se apto a aprender coisas 
novas e executar novas tarefas.
A maturação biológica diz respeito aos pro-
gressos físico e cognitivo do indivíduo re-
lacionando-os com a idade cronológica. 
Matsudo e Matsudo (1991, p.18) definem a 
maturidade biológica como um “[...] proces-
so que irá levar a um completo estado de de-
senvolvimento morfológico, fisiológico e psi-
cológico, e que necessariamente, tem controle 
genético e ambiental”.
Existem algumas formas de aferir o nível de 
maturidade em que a pessoa se encontra, 
por exemplo, analisando a maturação dos 
dentes, por meio da maturação somática 
(como o Pico de Velocidadede Crescimento 
em estatura – PVC) ou, ainda, pela invasiva 
avaliação da maturação sexual, quando são 
observadas as características sexuais se-
cundárias do adolescente. A Idade Esquelé-
tica também é um parâmetro bem confiá-
vel, embora utilize equipamentos caros.
1.2. Desenvolvimento Cognitivo
Algumas capacidades mentais são respon-
sáveis pela forma como percebemos, com-
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo38/187
preendemos e interagimos com o mundo. 
Esse processo mental que envolve princi-
palmente as ações de pensar, compreen-
der, raciocinar, imaginar, prestar atenção, 
memorizar e aprender é chamado de cog-
nição. Matlin (2004, p. 2) define que a cog-
nição “[...] descreve a aquisição, o armazena-
mento, a transformação e a aplicação do co-
nhecimento”.
Esse conjunto de capacidades cerebrais é 
importante para a aquisição de conheci-
mento durante toda a vida. O desenvolvi-
mento dessas competências mentais segue 
desde a infância até os últimos dias de vida 
da pessoa. As etapas desse desenvolvimen-
to ficam mais perceptíveis durante a infân-
cia, pois a jovem mente vazia começa a en-
trar em contato com as diversas informa-
Link
Federação Brasileira de Terapias Cognitivas: reú-
ne os profissionais e estudantes que se dedicam 
ao estudo e à prática das diferentes abordagens 
das terapias cognitivas no Brasil. Disponível em: 
<http:// http://www.fbtc.org.br>. Acesso em: 
2 maio 2017.
ções desse “novo mundo”, como se fosse o 
disco rígido de um computador novo quan-
do se inicia a gravação de arquivos nele.
Durante o desenvolvimento cognitivo exis-
tem dois processos fundamentais para que 
ocorra a construção do conhecimento, que 
são a assimilação e a acomodação. Na assi-
milação, a pessoa tenta organizar e adaptar 
as novas informações (motoras, sensoriais e 
http:// http://www.fbtc.org.br
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo39/187
conceituais) de novas experiências por meio 
da similaridade com as estruturas cogniti-
vas já possuídas anteriormente. Ao receber 
novos estímulos externos, diferenciando as 
novas informações daquelas já existentes 
previamente, é necessária a criação de no-
vas estruturas cognitivas, surgindo então a 
acomodação.
Seguindo essa premissa, o psicólogo suíço 
Jean Piaget, ao observar o desenvolvimento 
de algumas crianças, começando por seus 
próprios filhos, sugere a possibilidade de 
dividir o desenvolvimento em quatro perío-
dos, os quais chamou de estágios: sensório-
-motor, pré-operacional, operacional-con-
creto e operacional-formal; cada um deles 
diferenciado por características específicas 
e associado a determinadas faixas etárias. 
Essa faixa etária é apenas uma referência e 
não uma diretriz rija; todas as pessoas pas-
sam por essas quatro fases, mas não neces-
sariamente na mesma idade cronológica, 
principalmente pelas diferenças biológicas 
e pela qualidade dos estímulos recebidos.
• Estágio sensório-motor (de 0 a 2 
anos) – É a fase da percepção e do mo-
Link
Artigo científico Level Up! Desenvolvimento 
cognitivo, aprendizagem enativa e viode-
games. Disponível em: <http://www.scie-
lo.br/pdf/psoc/v29/1807-0310-psoc-
-29-e132334.pdf>. Acesso em: 2 maio 2017.
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v29/1807-0310-psoc-29-e132334.pdf
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v29/1807-0310-psoc-29-e132334.pdf
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v29/1807-0310-psoc-29-e132334.pdf
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo40/187
vimento, é o período que os recém-
-nascidos substituem seus reflexos 
inatos (como o de sucção, por exem-
plo) pelos movimentos coordenados 
rudimentares; nesse período a criança 
centraliza-se no próprio corpo, não é 
capaz de realizar imagens mentais e 
sua inteligência prática (por meio de 
seus atos) permitirá o surgimento do 
pensamento.
• Estágio pré-operacional (de 2 a 7 
anos) – Nessa fase há predominância 
do pensamento egocêntrico (só con-
seguem ver as coisas pelo seu próprio 
ponto de vista), do raciocínio trans-
dutivo (quando usam a mesma ex-
plicação em situações semelhantes), 
da irreversibilidade (não entendem o 
processo inverso do que veem) e do 
animismo (dá vida a seres inanima-
dos); ainda nesse período acontece o 
desenvolvimento da linguagem, além 
da utilização de imagens mentais e 
dos jogos simbólicos.
• Estágio operacional-concreto (de 7 
a 11 anos) – Nesse terceiro momento 
a criança é capaz de entender o pro-
cesso inverso do que vê (reversibilida-
de), de fazer análises lógicas, de reali-
zar classificações e seriações simples 
e de concentrar-se mais. Momento 
também em que há a diminuição do 
egocentrismo, levando a uma maior 
colaboração, empatia e mais respeito 
com os outros, além da participação 
em grupos.
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo41/187
• Estágio operacional-formal (a partir 
de 11 anos) – O jovem que se encon-
tra nesse período está apto a realizar 
as operações lógico-matemáticas, 
sem utilização de artigos concretos e 
criando conceitos e ideias. Apresenta, 
portanto, o pensamento formal abs-
trato, que lhe permite realizar todos 
os processos de aporte mental.
2. Fisiologia do Movimento
O movimento pode ser dividido em três tipos 
diferentes de acordo com o nível de controle 
motor: movimento automático, movimento 
involuntário e movimento voluntário.
O movimento voluntário é aquele cons-
ciente e planejado, realizado com intenção 
e de forma controlada. Esse movimento se 
inicia na fase de planejamento (mental), 
passando pela fase tática até chegar à fase 
de execução (movimento propriamente 
dito). 
Do cérebro (especificamente na região de-
nominada córtex motor), parte o comando 
em forma de impulso nervoso, que passa 
pela medula espinhal até chegar ao múscu-
lo. Esse sinal, na configuração de um estí-
Para saber mais
Jean William Fritz Piaget era psicólogo e biólogo. É 
considerado um dos maiores pensadores do sécu-
lo XX, sendo responsável por importantes estudos 
nas áreas de Educação, Psicologia, Biologia, Ciên-
cia da Computação, Epistemologia, Filosofia e So-
ciologia, além de também ter escrito um romance.
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo42/187
mulo elétrico, é transmitido, através de um 
motoneurônio, às fibras musculares, reali-
zando então a contração muscular.
Importante lembrar que essa via córtex-es-
pinhal é um caminho de mão dupla, pois 
ao mesmo tempo que a informação envia-
da para a efetivação da contração vai até o 
músculo, o músculo também “devolve” ou-
tro tipo de informação referente à realiza-
ção do movimento. Essa informação vinda 
do músculo juntamente com outras infor-
mações de propriocepção, informações ves-
tibulares e estímulos ambientais baseiam 
o controle desse movimento, refinando-o. 
Por meio dessa comparação do movimen-
to idealizado com o movimento realizado, é 
possível fazer os alinhamentos e ajustes ne-
cessários com o objetivo de tornar o gesto 
mais preciso.
Após diversas execuções realizadas, alguns 
movimentos não utilizam mais a fase de 
planejamento na área pré-motora, são os 
movimentos automáticos. Tornando-se 
automatizado, o movimento automático 
forma um programa motor, que nada mais 
é que uma via neuromuscular que se repete 
quase automaticamente quando recebe o 
mesmo estímulo. Ao estabelecer esse pro-
grama motor, o tempo entre a idealização 
e a realização do movimento torna-se mais 
curto e essa comunicação torna-se mais 
intensa.
Já o movimento involuntário ocorre no nível 
medular, sem contato com o córtex. São os 
movimentos reflexos, que através de órgãos 
sensoriais intramusculares ou subcutâneos, 
“geram” informações que vão para a medu-
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo43/187
la e voltam desta diretamente para o músculo, como nos casos de controle postural e retirada 
rápida de segmentos agredidos.
Para saber mais
 Reflexo versus Tempo de Reação. Frequentemente escuta-se nas mídias esportivas dizerem que o goleiro 
teve reflexoao defender uma bola. Na verdade, há um grande equívoco nisso, pois o que o goleiro usou 
foi o tempo de reação. O reflexo é uma reação involuntária, não pode ser treinado, pois não é processa-
do pelo cérebro, é um movimento em nível medular e apresenta sempre a mesma resposta, diferente de 
tempo de reação, que é o tempo entre o estímulo e a resposta motora, que pode ser treinado. Os goleiros 
treinam para diminuir esse tempo de resposta. Se fosse reflexo, o goleiro saltaria sempre do mesmo jeito 
e para o mesmo lado.
O movimento pretendido é, portanto, planejado e coordenado no nível cortical, depois é trans-
mitido via medula espinhal e na sequência é executado nos músculos desejados. O sistema neu-
romotor transforma sinais elétricos em físicos e químicos para gerar o movimento, enquanto o 
sistema nervoso sensorial capta as informações externas e as utiliza para regular o movimento.
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo44/187
Glossário
Corporeidade: modo como o cérebro utiliza o corpo para relacionar-se com o mundo.
Egocentrismo: comportamento centrado em si mesmo ou para as coisas que lhe diz respeito; 
indiferença ao outro.
Morfofisiológica: funcionamento macro e micro do nosso corpo; aproximação da anatomia e 
da fisiologia.
Motoneurônio: é um neurônio motor; neurônio ligado ao músculo capaz de passar estímulos 
elétricos às fibras musculares para contraí-las.
Questão
reflexão
?
para
45/187
Conhecendo um pouco mais sobre os quatro estágios 
do desenvolvimento cognitivo na visão de Piaget, ava-
lie a utilização desse conhecimento balizador nas inter-
venções educacionais ou na área da saúde questionan-
do: é importante na área pedagógica? Em um acompa-
nhamento psicológico, pode fazer a diferença em algum 
momento? É relevante em atendimentos preventivos 
relacionados a doenças?
46/187
Considerações Finais
• As experiências motoras são essenciais no desenvolvimento do indi-
víduo, conectando-o com o ambiente, os objetos e outras pessoas.
• O desenvolvimento cognitivo refere-se ao processo de evolução das 
atividades cerebrais que permitem raciocinar e compreender.
• Jean Piaget segmenta o desenvolvimento cognitivo em quatro eta-
pas, marcando as fases nesse processo.
• Existem movimentos que se iniciam a partir de um estímulo cerebral 
conscientemente (como os voluntários e os automáticos) e movi-
mentos involuntários que são acionados em nível medular de forma 
inconsciente.
Unidade 2 • Experiências Motoras e Desenvolvimento Cognitivo47/187
Referências 
BAUM, Carlos; MARASCHIN, Cleci. Level Up! Desenvolvimento cognitivo, aprendizagem enati-
va e videogames. Psicologia e Sociedade, 29: el32334, Porto Alegre, Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/psoc/v29/1807-0310-psoc-
-29-e132334.pdf>. Acesso em: 2 maio 2017.
FEDERAÇÃO Brasileira de Terapias Cognitivas. Disponível em: <http://www.fbtc.org.br>. Acesso 
em: 2 maio 2017.
LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 6 anos: a psicocinética na 
idade pré-escolar. Porto Alegre: Artmed, 1992.
MATLIN, Margaret W. Psicologia cognitiva. São Paulo: LTC, 2004.
MATSUDO, S. M. M.; MATSUDO, V. K. R. Validade da auto-avaliação na determinação da matura-
ção sexual. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 5: 18-35, 1991.
PONTY, Maurice Merleau. Fenomenologia da percepção. Tradução de Carlos Alberto Ribeiro de 
Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v29/1807-0310-psoc-29-e132334.pdf
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v29/1807-0310-psoc-29-e132334.pdf
http://www.fbtc.org.br
48/187
1. Assinale a alternativa correta. As experiências motoras referem-se às:
a) Participações em atividades sociais.
b) Experimentações de atividades esportivas com automotivos. 
c) Vivências corporais e sensoriais.
d) Conexões entre os saberes afetivos e práticos.
e) Abordagens que diferem o movimento das habilidades sensoriais.
Questão 1
49/187
2. Assinale a alternativa correta. É possível aferir a maturação biológica por 
meio de:
Questão 2
a) Maturação somática, maturação sexual, maturação corporal e idade cutânea.
b) Maturação somática, maturação sexual, idade esquelética e maturação dentária.
c) Maturação sexual, idade esquelética, maturação articular e maturação esportiva.
d) Idade esquelética, maturação renal, maturação genital e maturação dentária.
e) Maturação somática, maturação dentária, idade fisiológica e maturação medular.
50/187
3. Assinale a alternativa que indica em qual período acontece todo o desen-
volvimento cognitivo.
Questão 3
a) Da fase intrauterina até os primeiros anos de vida.
b) Apenas durante toda a fase escolar.
c) A partir da terceira idade.
d) Durante a vida toda.
e) A partir da fase da adolescência até a vida adulta.
51/187
Questão 4
5. Assinale a alternativa correta. Os estágios do desenvolvimento cognitivo, se-
gundo Piaget, são organizados em ordem de aparecimento da seguinte forma: 
a) Sensório-motor, pré-operacional, operacional-concreto e operacional-formal.
b) Pré-operacional, operacional-concreto, operacional-formal e sensório-motor.
c) Sensório-motor, pré-operacional, operacional-formal e operacional-concreto.
d) Operacional-concreto, operacional-formal, sensório-motor e pré-operacional.
e) Pré-operacional, operacional-formal, sensório-motor e operacional-concreto.
52/187
5. De acordo com o nível de controle motor, existem três tipos de movimento. 
Assinale a alternativa que os identifica.
Questão 5
a) Aberto, fechado e autônomo.
b) Automatizado, global e preciso.
c) Involuntário, reflexo e inconsciente.
d) Embasado, voluntário e autônomo.
e) Voluntário, involuntário e automático.
53/187
Gabarito
1. Resposta: C.
As vivências corporais e as sensoriais dizem 
respeito às experiências motoras pelas quais 
passam as pessoas. As demais alternativas 
não caracterizam, totalmente ou em partes, 
as experiências motoras.
2. Resposta: B.
A resposta refere-se às maturações somáti-
ca, sexual e dentária, além da idade esque-
lética. As demais apresentam pelo menos 
uma informação incoerente.
3. Resposta: D.
A única resposta possível é durante toda a 
vida. As outras apresentam curtos períodos 
que não se referem a toda a fase do desen-
volvimento cognitivo.
4. Resposta: A.
A ordem correta é: sensório-motor (0 a 2 
anos), pré-operacional (2 a 7 anos), opera-
cional-concreto (7 a 11 anos) e operacio-
nal-formal (a partir de 11 anos). Todas as 
outras alternativas estão em ordem errada.
5. Resposta: E.
Os movimentos, segundo o nível de contro-
le motor, podem ser voluntário, involuntário 
e automático, tornando falsas todas as ou-
tras alternativas.
54/187
Unidade 3
Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras
Objetivos
1. Identificar as principais habilidades 
psicomotoras.
2. Apresentar as diferenças entre esque-
ma corporal e imagem corporal;
3. Caracterizar as funções de cada habi-
lidade psicomotora.
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras55/187
1. Introdução
Ao atuar em qualquer área que envolve o 
desenvolvimento da pessoa, quer seja na 
educação, na saúde ou até mesmo no cam-
po empresarial, é de extrema importância o 
conhecimento “do que” está sendo avaliado 
e posteriormente trabalhado. Nesse caso, 
os parâmetros são norteados pelas capaci-
dades e pelas habilidades. 
No escopo da psicomotricidade, ao enten-
dermo-la como uma área multidisciplinar 
(principalmente motora, cognitiva e afeti-
va), percebemos que as habilidades psico-
motoras relacionam-se com habilidades 
e capacidades de outras áreas, portanto, 
podendo influenciar e ser influenciada por 
elas.
Nesse momento, proponho a você que 
acompanhe a leitura e reflita sobre como 
essas habilidades psicomotoras podem in-
terferir na vida de uma pessoa.
2. Habilidades Psicomotoras
As habilidades psicomotoras são aquelas 
que envolvem funções cognitivas e o corpo 
humano em movimento; são aquelas capaz-es de abordar não somente o “que fazer”, 
mas também o “como fazer”. As principais 
habilidades utilizadas para o desenvolvi-
mento psicomotor são: tonicidade, laterali-
dade, equilíbrio, coordenação motora glob-
al, coordenação motora fina e orientação 
espaço-temporal. 
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras56/187
2.1. Tonicidade
O tônus muscular é a tensão natural de 
um músculo em repouso. A tonicidade, ou 
grau de tensão muscular, é a resistência 
que o músculo oferece ao ser movimenta-
do de forma passiva. Essa tensão natural 
do músculo em repouso é oferecida pelas 
Link
Ilusão de ótica – A bailarina que gira para os 
dois lados. Observe o vídeo da bailarina, ela roda 
para um dos lados. Fixando os olhos para a som-
bra da imagem ou ao lado dela, você percebe que 
ela gira para o outro lado. Disponível em: <ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=wOclJx-
GkPh4>. Acesso em: 20 maio 2017.
propriedades visco-elásticas intrínsecas 
do músculo. Para que ocorra a contração 
(encurtamento) ou o alongamento (relaxa-
mento) muscular, é necessário que ocorra 
a adaptação visco-elástica ao movimento 
que está sendo realizado.
Na presença de doença neurológica, o tô-
nus muscular poderá estar alterado e, ao 
realizarmos um movimento passivo, pode-
remos observar que a resistência oferecida 
pelo músculo à movimentação está muito 
abaixo do normal nos casos de hipotonia 
ou muito acima para os casos de hiperto-
nia. 
O tônus muscular é diferente para cada gru-
po muscular e suas especificidades: múscu-
los de controle postural devem ser capazes 
de manter o tônus ativo por longos períodos 
https://www.youtube.com/watch?v=wOclJxGkPh4
https://www.youtube.com/watch?v=wOclJxGkPh4
https://www.youtube.com/watch?v=wOclJxGkPh4
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras57/187
(manutenção da postura nas posições sen-
tada, em pé, durante o andar), enquanto os 
demais grupos musculares alternam entre 
contração e alongamento de acordo com a 
tarefa que está sendo executada (diferentes 
atividades/movimentos de membros supe-
riores e inferiores). Dessa maneira, notamos 
a importância do papel do tônus muscular 
normal no desenvolvimento psicomotor 
de cada pessoa: é ele quem dará o suporte 
principal para que a atividade motora seja 
realizada e, assim, as habilidades sejam ad-
quiridas.
Devemos ainda pontuar o fato de a tonici-
dade muscular estar, muitas vezes, associa-
da a um comportamento psicológico. Essa 
correlação é apresentada tanto na forma de 
expressar os sentimentos como na maneira 
de senti-los, como nas pesadas expressões, 
nas fortes batidas ou na imposição firme 
da voz, usadas para demonstrar braveza ou 
seriedade, comparando com a voz suave, 
as leves carícias e os movimentos faciais 
amenos ao querer demonstrar a sensação 
de paz, calmaria e tranquilidade.
2.2. Lateralidade
O conceito de lateralidade refere-se à es-
pecificidade de ações dos hemisférios ce-
rebrais; é o “local” onde cada função está 
armazenada no sistema nervoso. Embora 
algumas funções estejam localizadas em 
apenas um dos hemisférios, outras pos-
suem representações em ambos. Raramen-
te a especialização significa exclusividade 
de ação. Dessa forma, o envolvimento cog-
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras58/187
nitivo e psicoemocional de um indivíduo no 
realizar de suas tarefas poderá exigir mais 
da atuação de um dos hemisférios, porém é 
a ação conjunta deles que fornecerá a exe-
cução perfeita. Por exemplo, a função da 
fala possui 2 áreas de ação: enquanto a área 
de Broca controla a função motora, permi-
tindo os movimentos e a emissão das pala-
vras, a área de Wernicke é responsável pela 
compreensão do que é dito e pelas emoções 
associadas à fala (tonalidade séria, bra-
va, de alegria ou entusiasmo). Ainda como 
exemplo, ao observar uma pintura em um 
quadro, seu hemisfério direito lançará mão 
de estratégias de percepção global para a 
interpretação da imagem como um todo, 
enquanto seu hemisfério esquerdo realiza-
rá uma análise mais específica filtrando os 
detalhes contidos na figura.
Em conjunto da especialização dos hemis-
férios cerebrais em relação à funcionalida-
de, temos características pessoais, como 
preferência por usar mais um lado do corpo 
em detrimento do outro nas atividades do 
dia a dia e sua relação com a tarefa e o am-
biente, pontos já abordados anteriormente. 
Quanto mais estímulos são oferecidos no 
decorrer do desenvolvimento psicomotor, 
ou mesmo ao longo da vida adulta por meio 
de atividades físicas e práticas que promo-
vam maior consciência corporal, para um, 
outro ou ambos os lados do corpo, mais essa 
lateralidade ou bilateralidade se expressa.
Dessa maneira, podemos observar uma 
pessoa destra ao escrever, porém, canhota 
ao chutar uma bola, ou ainda, embora mais 
raro de ser observado, pessoas que conse-
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras59/187
Para saber mais
Além dos membros superiores e inferiores, tam-
bém possuímos um olho dominante. Para saber 
qual é o seu, faça o seguinte: estique seus braços 
à sua frente e encostando a ponta de seus po-
legares (um com o outro) e seus indicadores (da 
mesma forma), formando assim a figura de um 
triângulo, dentro dessa figura “enquadre” algum 
ponto distante (pode ser um objeto qualquer, que 
permita sua visualização completa). Feche um 
olho de cada vez, aquele olho que melhor “cen-
tralizar” essa imagem dentro de seus dedos é o 
seu olho dominante.
guem igual desempenho ao realizar ativi-
dades físicas com os dois lados do corpo.
2.3. Equilíbrio
A capacidade de manter a sustentação do 
corpo sobre uma base reduzida por meio da 
ativação coordenada de músculos postu-
rais recebe a denominação de “equilíbrio”. 
O equilíbrio possui o componente estático, 
que permite a manutenção da posição pa-
rada, e o dinâmico, que permite a execução 
de movimentos, sendo que ambos utilizam 
as informações visuais e proprioceptivas 
para executarem suas ações.
A atividade conjunta do equilíbrio e da co-
ordenação motora permite a aquisição da 
posição bípede e a execução de atividades 
nessa postura e a locomoção. A marcha 
acontece como consequência de equilíbrios 
e desequilíbrios coordenados. O corpo está 
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras60/187
em equilíbrio quando é capaz de controlar 
as forças externas e internas, buscando a 
manutenção de posturas e posições. Essa 
busca pelo equilíbrio motor também rep-
resenta a mesma busca pelo equilíbrio do 
pensamento.
Essa habilidade é utilizada juntamente com 
a tonicidade e a lateralidade no equilíbrio 
estático e mais a coordenação motora e a 
orientação espaço-temporal no equilíbrio 
dinâmico. O corpo também recebe infor-
mações vestibulares importantes recebidas 
pelo labirinto, no ouvido interno, sobre o 
posicionamento do corpo.
A contribuição do equilíbrio no desenvolvi-
mento cognitivo e no desenvolvimento das 
outras habilidades psicomotoras é funda-
mental, sobretudo por alterar a perspecti-
va quando a criança senta, depois ao ficar 
de pé e principalmente ao andar. O desen-
volvimento da afetividade também se es-
Para saber mais
O que causa mal-estar e enjoo em viagens de na-
vios é a confusão mental gerada por diferentes 
informações. De um lado, os olhos e as informa-
ções proprioceptivas dizendo que tudo está para-
do; do outro lado, o labirinto — que é muito mais 
sensível — sentindo as ondulações do mar. Esse 
conflito das informações é que gera incômodo 
para alguns navegantes. 
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras61/187
cora nessa fase com a conquista da inde-
pendência.
2.4. Coordenação Motora (Glo-
bal e Fina)
Essa habilidade corresponde à coordenação 
dos movimentos corporais. Pode ser divi-
dida em global (grossa) e fina. Na coorde-
nação motora global, são utilizados grandes 
músculos para fazer grandes movimentose, apesar de ser importante a harmonia no 
movimento, não é necessária muita pre-
cisão nos movimentos; como exemplo po-
demos citar o andar ou o pular. Diferente-
mente da coordenação motora fina, que 
utiliza pequenos músculos para a realização 
de atividades específicas, usando a precisão 
para a realização do movimento de forma 
eficiente. Alguns exemplos de coordenação 
motora fina: desenhar e pintar.
Fonseca (2008, p. 457) caracteriza a coor-
denação motora como uma “[...] organização 
preparatória da periferia motora, de modo a 
garantir a otimização da sua condutibilidade 
seletiva”, e diz, ainda, sobre esse processo 
de coordenação, que ele “[...] opera antes da 
própria resposta motora, organizando as vias 
de condução que ligam o centro à periferia, a 
intenção à ação propriamente dita”.
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras62/187
2.5. Orientação Espaço-tempo-
ral
Como é possível perceber pelo nome, a ori-
entação espaço-temporal é a habilidade 
que permite à pessoa se orientar adequa-
damente em relação ao espaço e ao tempo. 
À orientação espacial é atribuída a noção 
Para saber mais
Desafio de coordenação motora: sentado, fique 
fazendo círculos com a perna direita na mesma 
direção do relógio; sem parar, tente desenhar o 
número 6 (seis) no ar com a mão direita. Dificul-
dades? Não conseguiu? Isso acontece porque é a 
mesma região do cérebro que manda informação 
para a realização de ambos os movimentos.
de direita/esquerda, frente/atrás, acima/
abaixo e todas as informações que orien-
tam a pessoa em relação ao ambiente em 
que ela se encontra; também refere-se à 
condição de um objeto em relação a outro 
em um local. 
Já a orientação temporal tem como base 
o entendimento do antes/agora/depois, 
manhã/tarde/noite, além de intervalos de 
tempo, como segundos/minutos/horas/
dias/semanas. Pode-se dizer que a pessoa 
que tem essa habilidade aprimorada con-
segue perceber seu corpo em relação ao es-
paço e ao tempo.
A orientação espaço-temporal é também 
a habilidade responsável pelo ritmo, que se 
caracteriza por mudanças de contração e 
relaxamento, relacionando-se com o tem-
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras63/187
po. Encontra-se dentro dessa habilidade, 
principalmente, pela noção de duração e 
sucessão. 
3. Esquema Corporal
A habilidade psicomotora chamada de es-
quema corporal compreende o conheci-
mento do corpo (em partes e inteiro) e suas 
possibilidades de movimento e as suas 
funções, além de conhecer os gestos mo-
tores das partes do seu corpo e suas diver-
sas combinações; também abrange a finali-
dade de seus movimentos.
Um dos pesquisadores que estudaram e se 
posicionaram com relação a essa habili-
dade foi Jean Piaget, que destaca que a con-
strução desse esquema corporal passa por 
três fases distintas:
• Corpo vivido (até 3 anos): período em 
que a criança começa a se conhecer e 
a conhecer o mundo (mesmo porque a 
criança ainda se percebe como parte 
do meio, como uma coisa só) por meio 
da sua interação, de suas vivências e 
das atividades instintivas.
• Corpo percebido (3 a 7 anos): a cri-
ança nessa faixa etária começa a per-
ceber o seu corpo e diferenciá-lo do 
ambiente. Seu corpo começa a ser um 
ponto de referência para que ela se 
organize no espaço e no tempo.
• Corpo representado (7 a 12 anos): o 
jovem já é capaz de projetar seu ponto 
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras64/187
de referência fora do seu corpo, no ambiente. Mantém um domínio corporal mais apurado. 
A imagem corporal passa a ter movimento (próximo aos 10 anos) e a ser antecipatória.
4. Imagem Corporal
Cada pessoa tem um corpo. Podemos nunca ter dado importância a essa 
relação simples, mas é assim que é: uma pessoa, um corpo; uma mente, 
um corpo — esse é o princípio básico.” (DAMÁSIO, 1999)
Entende-se por imagem corporal o conceito que cada pessoa tem do seu corpo, mas represen-
tado em formato de imagem, uma imagem mental. Essa imagem é criada mentalmente pela 
pessoa, mas sofre interferência das informações externas, vindas de toda a sociedade em que 
Link
Um pouco mais sobre a vida de Jean Piaget e sua influência na educação mundial. Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4676.pdf>. Acesso em: 20 maio 2017.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4676.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4676.pdf
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras65/187
se está inserido e da maneira como a pessoa se vê, vê o mundo ao se redor e, principalmente, de 
como a pessoa se vê nesse mundo ao seu redor.
A figura 4.1, a seguir, representa as estruturas interagentes na construção da imagem corporal.
Figura 4.1. Agentes influenciadores do processo de construção da imagem corporal
Fonte: elaborada pelo autor.
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras66/187
O componente social advém dos intercâm-
bios pessoais e dos valores culturais e so-
ciais agregados. Aqui pode ser notada a 
importância que um determinado grupo de 
pessoas dá às funções que ocupam, às ves-
timentas, à forma de comunicação utiliza-
da, aos gestos e aos olhares típicos.
A manutenção das funções vitais do orga-
nismo é assegurada pelo seu componente 
fisiológico, que recebe influência de carac-
terísticas genéticas.
O componente libidinal representa a ener-
gia despendida com um órgão ou função; é 
composto pelo conjunto de emoções vivi-
das ao longo da vida e está ligado ao quanto 
cada um está satisfeito em relação a si pró-
prio.
Quando a pessoa tem uma visão irreal de 
como é seu próprio corpo, acaba criando 
uma distorção da sua imagem corporal, o 
que pode levar a quadros de distúrbios al-
imentares (como a bulimia e a anorexia) e 
distúrbios comportamentais (como baixa 
autoestima e depressão).
Esse ponto de referência criado permite que 
a pessoa “analise” movimentos antes de 
serem realizados e viabiliza o pensamento 
e a projeção em sua mente da execução do 
movimento.
Link
Artigo Motivos e prevalência de insatisfação com 
a imagem corporal em adolescentes. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n4/
v17n4a28.pdf>. Acesso em: 20 maio 2017.
http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n4/v17n4a28.pdf
http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n4/v17n4a28.pdf
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras67/187
Glossário
Labirinto: é uma região do ouvido interno responsável pela audição, noção de equilíbrio e per-
cepção de posição do corpo.
Posição bípede: é a posição que permite andar sobre os dois pés, de forma ereta, característica 
dos seres humanos.
Propriocepção: é a capacidade que, sem o uso da visão, permite saber onde seu corpo está e 
onde estão as partes dele em relação às outras, além da sua posição e da tonicidade do seu 
corpo.
Questão
reflexão
?
para
68/187
Conhecendo as principais habilidades psicomotoras e 
suas principais características, você é capaz de associar 
algum problema que acontece consigo ou com algu-
ma pessoa próxima a você que possa estar diretamen-
te ligado a alguma habilidade psicomotora? Consegue 
imaginar se aconteceu alguma falha durante o desen-
volvimento? Será que existe algum modo de resolver 
essa defasagem?
69/187
Considerações Finais
• As habilidades psicomotoras possuem grande relevância para o desenvolvi-
mento humano (motor, cognitivo, afetivo e social).
• Essas habilidades relacionam-se entre si.
• A principal referência em esquema corporal é o suíço Jean Piaget.
• A imagem corporal é influenciada também por agentes externos, podendo 
levar a diversos problemas, por exemplo, comportamentais.
Unidade 3 • Esquema e Imagem Corporal e outras Habilidades Psicomotoras70/187
Referências 
FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. São Paulo: 
Atheneu,2010.
LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para a reabilitação. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2000.
MUNARI, Alberto. Jean Piaget. Tradução e organização de Daniele Saheb. Recife: Fundação Jo-
aquim Nabuco: Massangana, 2010. (Educadores). Disponível em: <http://www.dominiopublico.
gov.br/download/texto/me4676.pdf>. Acesso em: 20 maio 2017.
PETROSKI, Edio Luiz; PELEGRINI, Andreia; GLANER, Maria Fátima. Motivos e prevalência de in-
satisfação com a imagem corporal em adolescentes. Ciência e Saúde Coletiva, 17 (4), p. 1071-
1077, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n4/v17n4a28.pdf>. Acesso em: 20 
maio 2017. 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4676.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4676.pdf
http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n4/v17n4a28.pdf
71/187
1. Assinale a alternativa que apresenta habilidades psicomotoras.
a) Tonicidade, lateralidade, equilíbrio e coordenação motora.
b) Equilíbrio, orientação espaço-temporal, velocidade e agilidade. 
c) Coordenação motora, resistência, tonicidade e orientação espacial.
d) Equilíbrio, lateralidade, direcionamento e força.
e) Orientação temporal, equilíbrio, flexibilidade e noção de direita e esquerda.
Questão 1
72/187
2. Com relação à tonicidade, podemos afirmar que:
a) Apresenta hipotonia quando tem tensão maior do que o normal.
b) Auxilia na manutenção do equilíbrio e da postura.
c) Controla a função de encurtamento do músculo, relaxando-o.
d) Não influencia na coordenação motora.
e) Controla a função de alongamento do músculo, contraindo-o.
Questão 2
73/187
3. Com relação à coordenação motora, é correto afirmar que:
a) A coordenação motora é dividida em três: grossa, fina e global.
b) A coordenação motora fina refere-se aos músculos involuntários.
c) Coordena os movimentos com intenção.
d) Passar uma linha na agulha pode ser considerada uma habilidade da coordenação motora 
global.
e) É uma habilidade cognitiva muito importante.
Questão 3
74/187
4. Assinale a alternativa correta. Piaget apresentou os estágios do esquema 
corporal na seguinte ordem:
a) Corpo percebido, corpo vivido e corpo representado.
b) Corpo representado, corpo percebido e corpo vivido.
c) Corpo vivido, corpo representado e corpo percebido.
d) Corpo vivido, corpo percebido e corpo representado.
e) Corpo percebido, corpo representado e corpo vivido.
Questão 4
75/187
5. Assinale a alternativa que apresenta o que influencia na construção da 
imagem corporal.
a) Somente informações internas.
b) Somente informações externas.
c) Nem informação interna e nem externa.
d) Informações internas e externas sem relação entre elas.
e) Informações internas relacionadas com as informações externas.
Questão 5
76/187
Gabarito
1. Resposta: A.
A resposta que apresenta todos os itens 
sendo habilidades psicomotoras é a primei-
ra alternativa, com tonicidade, lateralidade, 
equilíbrio e coordenação motora. As outras, 
apesar de apresentarem algumas das ha-
bilidades corretas, apresentam no mínimo 
uma que não se refere à psicomotricidade, 
como velocidade, agilidade, resistência, di-
recionamento, força, flexibilidade e noção 
de direita e esquerda.
2. Resposta: B.
A tonicidade auxilia na manutenção do 
equilíbrio e da postura. Já as outras estão 
erradas, pois quando há hipotonia a tensão 
é MENOR do que o normal; quando há en-
curtamento, acontece a contração do mús-
culo e no alongamento o músculo relaxa; 
além disso, a tonicidade influencia, sim, di-
retamente a coordenação motora.
3. Resposta: C.
A única resposta possível é a “C”, que fala 
sobre a intencionalidade do movimento, ex-
cluindo já os músculos involuntários; a co-
ordenação motora global e a grossa falam 
sobre a mesma coisa; passar uma linha na 
agulha é uma habilidade fina e a coorde-
nação é uma habilidade psicomotora, não 
cognitiva.
77/187
Gabarito
4. Resposta: D.
A ordem correta é corpo vivido (até 3 anos), 
corpo percebido (de 3 a 7 anos) e corpo re-
presentado (de 7 a 12 anos).
5. Resposta: E.
A resposta correta apresenta as informa-
ções internas relacionando-as com as ex-
ternas. Todas as outras alternativas afir-
mam o oposto, tornando-as falsas.
78/187
Unidade 4
Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento
Objetivos
1. Caracterizar a aprendizagem.
2. Identificar as concepções referentes à 
aprendizagem;
3. Entender a relação entre aprendiza-
gem e desenvolvimento.
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento79/187
1. Introdução
O conhecimento passa por diversas modi-
ficações, com momentos em que existem 
algumas associações e, após outras infor-
mações, ocorrem as acomodações. O pro-
cesso de aquisição ou transformação desse 
conhecimento é a aprendizagem.
É importante para as pessoas que querem 
aprender e, principalmente, vão mediar 
esse aprendizado, conhecer as principais 
características da aprendizagem, pois exis-
tem diversos fatores que podem auxiliar ou 
atrapalhar todo esse processo.
Existem diversas abordagens para a realiza-
ção da aprendizagem, como as tradicionais 
behavorista, cognitivista e humanista. Além 
destas, muitas outras perspectivas já foram 
estudadas e aplicadas e, cada vez mais, no-
vos olhares vão surgindo e assim enfoques 
são apresentados.
A aprendizagem está relacionada direta-
mente com o desenvolvimento e, por serem 
processos complexos, diversas influências 
externas interferem neles; dentre as princi-
pais, têm-se as influências culturais e sociais.
Link
GIUSTA, Agnela da Silva. Concepções de aprendi-
zagem e práticas pedagógicas. Educação em Re-
vista, [s.l.], v. 29, n. 1, p.20-36, mar. 2013. FapU-
NIFESP (SciELO). <http://dx.doi.org/10.1590/
s0102-46982013000100003. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-46982013000100003> 
Acesso em 21/08/2017.
http://dx.doi.org/10.1590/s0102-46982013000100003
http://dx.doi.org/10.1590/s0102-46982013000100003
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982013000100003
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982013000100003
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento80/187
2. A Aprendizagem e suas Prin-
cipais Características
Aprendizagem é uma função mental que 
ocorre quando há alguma modificação per-
manente no conhecimento, nas habilidades 
e nas competências ou nos valores e nas 
atitudes, por meio de observações, estudos 
ou experiências. 
Link
Instituto Paulista de Déficit de Atenção. Disponí-
vel em: <https://dda-deficitdeatencao.com.
br>. Acesso em: 24 de agosto de 2017.
Para saber mais
Diversos especialistas indicam diferentes ações 
para ajudar na memorização, como por exemplo: 
realizar coisas diferentes durante o dia, que o fa-
çam sair da rotina (como trocar o relógio de braço, 
inverter o lado do mouse ou mudar o trajeto para 
casa); realizar associações verbais e agrupamen-
tos de itens por categorização (de preferência que 
sejam absurdos, exagerados); tentar reproduzir 
através de desenhos imagens ricas em detalhes 
sem vê-las (ou vendo-as apenas anteriormente); 
dizer 10 coisas que te venham à cabeça e depois 
tentar escrevê-las (desafio pode ir aumentando 
de acordo com o bom desempenho); ou ainda, so-
letrar mentalmente algumas palavras de trás pra 
frente.
https://dda-deficitdeatencao.com.br
https://dda-deficitdeatencao.com.br
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento81/187
Para que aconteça o processo da aprendiza-
gem, são necessários cinco importantes fa-
tores: a sensação (estruturas sensoriais que 
conectam o homem ao mundo); a percepção 
(conscientizar-se da sensação em progres-
so e da formação das imagens); a memo-
rização (armazenamento de informações 
posteriormente utilizadas); a atenção (foco 
no objetivo de aprendizagem, ignorando 
outros estímulos dispersivos) e a motivação 
(interesse e diferenciação dos aspectos 
que estimulam e determinam a busca pela 
aprendizagem).
A aprendizagem pode ser vista sob difer-entes perspectivas, pelas suas principais 
concepções, como apresentaremos a seguir.
Para saber mais
Sensação X Percepção. Através da sensação, nós 
sentimos o mundo (órgãos do sentido) e usamos 
a percepção para interpretá-lo, percebendo-o de 
acordo com significados associados que variam de 
pessoa pra pessoa, sob fortes influências culturais.
Para saber mais: Existem algumas anormalidades 
relacionadas com a atenção, dentre as principais 
encontram-se a Hipoprosexia (diminuição global 
da atenção), a Aprosexia (extinção total da aten-
ção), a Hiperprosexia (superatividade da atenção), 
a Distração (desatenção), a Distraibilidade (inca-
pacidade para se fixar ou se manter em qualquer 
coisa que implique esforço produtivo) e a Incapa-
cidade de concentração.
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento82/187
O professor busca alterar comportamen-
tos por meio de reforços (padrão de conse-
quências). Ele atua com metas predetermi-
2.1. Behavorista
A concepção Behaviorista, também conhe-
cida como comportamentalista, baseia-se 
nas alterações de comportamento, em que 
o objetivo são que as respostas aos respec-
tivos estímulos tornem-se automáticas.
Para saber mais
Nessa concepção, o aluno adapta seu comporta-
mento de acordo com os estímulos que recebe (as 
alterações do ambiente e dos objetivos). O aluno 
apresenta participação passiva nesse contexto de 
aprendizagem.
nadas, baseadas em apenas uma realidade, 
visando estabelecer, cada vez mais rápido, 
a sequência: sugestão, comportamento e 
consequência. 
A ideia principal é condicionar o comporta-
mento do aluno por repetição de estímulos. 
Nessa abordagem a avaliação deve ser fun-
damentada em critérios predeterminados.
2.2. Cognitivista
A concepção cognitivista baseia-se no pro-
cesso de pensamento, relacionando-o com 
mudanças no comportamento (nesse caso 
as alterações comportamentais aparecem 
apenas como indicador da aprendizagem 
do aluno).
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento83/187
Os alunos aprendem a fazer alguma coisa, 
todos do mesmo jeito (podendo não ser o 
melhor modo de fazê-la), criando assim um 
comportamento consistente entre si. Eles 
são passivos com relação à interpretação 
da realidade, embora tenham participação 
ativa ao adotar novas formas de comporta-
mento.
A aprendizagem concentra-se na transmis-
são do processo de pensamento do estu-
dante e usa simulações para abordar situ-
ações da vida real. O professor, nesse caso, 
apresenta o modelo mental que o aluno 
deve seguir, o processo de pensamento do 
aluno e a sucessão de atividades de apren-
dizagem visando alcançar as metas almeja-
das.
2.3. Humanista
Esta abordagem tem o foco em preparar o 
aluno para a resolução de problemas em si-
tuações distintas, partindo do pressuposto 
de que todas as pessoas usam suas experi-
ências para construir a própria perspectiva 
do mundo.
Nessa concepção de aprendizagem, o aluno 
interpreta a realidade externa usando para 
isso suas experiências individuais. 
Para saber mais
Na teoria Humanista, o aluno é ativo no processo 
de aprendizagem, pois controla “o que” aprende e 
também “da forma como” ele aprende. Ele é pre-
parado para lidar com as mais diversas situações 
da vida real. 
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento84/187
O professor leva em consideração a opin-
ião e o conhecimento prévio do aluno para 
oportunizar a ele atividades de aprendiza-
gem apropriadas que o ajudarão na con-
strução do seu próprio conhecimento. Ele 
avalia o aluno pelo seu desempenho (po-
dendo incluir a autoavaliação).
3. Relação entre Aprendizagem 
e Desenvolvimento
A aprendizagem está diretamente liga-
da ao desenvolvimento. Quando acontece 
a aprendizagem, por intermédio de out-
ras pessoas ou do meio, há a construção 
do conhecimento. Ao ser construído esse 
conhecimento, a pessoa passa dessa etapa 
para a próxima, gerando, assim, o desen-
volvimento.
Durante todo o desenvolvimento, existem 
diversos fatores que influenciam a apren-
dizagem. Como já visto no tema anterior, as 
habilidades psicomotoras recebem influên-
cias de outras habilidades, principalmente 
cognitivas e motoras. Além disso, existem 
outros fatores que também podem influ-
enciar, como as interferências sociais e cul-
turais. 
Link
Artigo Científico “Relações entre Aprendizagem e 
Desenvolvimento em Piaget e Vygotsky: o cons-
trutivismo em questão”. Disponível em: <https://
www.revistas.ufg.br/rir/article/view/32621>. 
Acesso em: 24 de agosto de 2017.
https://www.revistas.ufg.br/rir/article/view/32621
https://www.revistas.ufg.br/rir/article/view/32621
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento85/187
3.1. Influências Sociais
Baseado no princípio de que o homem é 
um ser social, pois é frágil demais para so-
breviver sozinho (está inserido em diversos 
grupos sociais, como família, amigos, co-
munidades religiosas, colegas de trabalho, 
vizinhos, dentre outros), percebe-se que re-
cebe várias influências do meio onde está.
Diversas dessas influências atuam sobre a 
aprendizagem e o desenvolvimento, dentre 
elas podem ser observadas algumas como a 
carência afetiva, as condições sanitárias, as 
privações lúdicas e culturais, os ambientes 
repressivos, as relações interfamiliares ou 
os métodos inadequados de ensino-apren-
dizagem.
Na prática, essas influências podem ser 
percebidas através de interferências em 
qualquer etapa no processo de aprendiza-
gem (sensação, percepção, memorização, 
atenção e motivação). 
Pensando nas influências sociais à que to-
dos são submetidos, o educador psicomo-
triz precisa atentar-se para, além de evitar 
ou minimizar as influências que podem at-
rapalhar a aprendizagem, aproveitar e uti-
Para saber mais
 A falta de condições sanitárias básicas pode in-
terferir diretamente na atenção durante o apren-
dizado, ou ainda, uma relação familiar não está-
vel, pode privar o aluno de motivação durante o 
processo de ensino aprendizado.
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento86/187
lizar as influências positivas para auxiliar e 
facilitar o aprendizado.
3.2. Influências Culturais
Outro fator de influência importante na 
aprendizagem diz respeito às influências 
culturais. Toda a cultura existente no grupo 
em que se está inserido também interfere 
no desenvolvimento. É possível perceber por 
meio de exemplos de culturas nas quais as 
mulheres não têm direito à educação esco-
lar, ou em outros países onde leva-se muito 
a sério os estudos e a dedicação escolar é 
demonstrada com maior ênfase.
Todos os povos possuem uma série de rit-
uais para as realizações de suas atividades. 
Dentre elas podem ser encontrados os rit-
uais de estudo, com grupos que têm acom-
panhamento de adultos fora da escola, out-
ros não; grupos que estudam duas horas por 
dia, outros que estudam dez; grupos que 
acompanham ensalamentos de acordo com 
a faixa etária ou grupos que escolhem qual 
Link
Artigo Científico “Desenvolvimento da Motrici-
dade e as ‘culturas de infância’” . Disponível em: 
<http://www.fmh.utl.pt/Cmotricidade/dm/
textoscn/2desenvolvimento.pdf>. Acesso em: 
24 de agosto de 2017.
http://www.fmh.utl.pt/Cmotricidade/dm/textoscn/2desenvolvimento.pdf
http://www.fmh.utl.pt/Cmotricidade/dm/textoscn/2desenvolvimento.pdf
Unidade 4 • Aprendizagem, suas Concepções e Desenvolvimento87/187
atividade realizar naquele momento; dentre 
diversas outras características.
Outro ponto relevante para destacar é em 
relação às tradições, com culturas em que 
apenas uma estratificação social tem di-
reito ao estudo, ou onde o estudo é realiza-
do dentro da escola, ou é feito por meio de 
histórias sob a responsabilidade dos mais 
velhos. Esses e outros fatores também pre-
cisam de um olhar cuidadoso, principal-
mente numa época cada vez mais global-
izada.
Link
O artigo a seguir, elaborado pela Empresa Brasi-
leira de Comunicação, discorre acerca de como 
a cultura pode influenciar no desenvolvimento

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