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Artigo 1 - CIENCIA_POLITICA_UMA_INTRODUCAO_

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CIÊNCIA POLÍTICA: UMA INTRODUÇÃO1 
 
 
 Armando Albuquerque 2 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Esse trabalho tem como objetivo propiciar um contato inicial com o universo da construção 
da Ciência Política como uma ciência positiva. Não é fácil falar de uma “ciência da política” sem 
tratar da história do pensamento político que remonta pelo menos ao século IV a. C. No entanto, 
escolheu-se um outro caminho, o de tratá- la na qualidade de um construto do final do século XIX e 
mais propriamente do século passado. 
 Essa escolha procura evitar um percurso feito pela grande maioria dos autores que abordam 
esse tema. Não obstante o reconhecimento do importante papel dos filósofos, historiadores e juristas 
na reflexão da problemática política, optou-se por uma perspectiva da construção da Ciência 
Política como uma ciência social e, como tal, a partir de uma metodologia e de uma abordagem 
muito semelhantes às daquela ciência. 
 Três seções constituem esse artigo. A primeira delas consiste em fazer uma distinção entre 
as abordagens normativa e positiva da política. A segunda seção procura, inicialmente, estabelecer à 
luz da distinção anterior, uma definição de Ciência Política como uma investigação empírica do 
político, para posteriormente, discorrer sobre a relação entre a mesma e outras ciências sociais, em 
particular, a psicologia política e a sociologia política. Finalmente, a terceira e última seção objetiva 
esquematizar a temática da Ciência Política e fazer referência as suas principais obras e autores 
contemporâneos. 
 
2 DA REFLEXÃO NORMATIVA À INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA DA POLÍTICA 
 
Nesta primeira seção pretende-se desenhar um esboço do percurso realizado pela reflexão 
sobre o âmbito da esfera política desde os seus primórdios até os dias atuais. Para tanto, necessário 
se faz que tal esboço apresente uma determinada perspectiva desse percurso. Escolheu-se, nesse 
sentido, tratar da investigação sobre a política tomando duas das abordagens capazes de cobrir, em 
larga medida, o longo período histórico que constitui a sua investigação: a normativa e a empírica. 
A primeira remonta aos pensadores gregos, cuja filosofia se configurou como o primeiro momento 
do pensamento racional e sistemático sobre a política. A segunda surge no final do dezenove e 
durante o século passado superando o caráter meramente normativo da reflexão política, dando- lhe 
 
1http:// www.armandoalbuquerque.kit.net/ 
2 Professor Adjunto do Departamento de Ciências Jurídicas do UNIPÊ. 
 2 
um conteúdo empírico e um arcabouço teórico-metodológico que permitiu falar de uma 
investigação propriamente científica da política. 
 
2.1 Abordagem normativa da política 
Não obstante o pensar sobre a política date de longínquos tempos, é no período da filosofia 
grega conhecido como socrático3 que se inicia uma reflexão mais sistematizada das questões 
relativas à polis. O século V a. C., também conhecido como o “século de Péricles”, foi marcado na 
Grécia, particularmente em Atenas, por uma profunda efervescência dos temas relacionados à 
moral, à política e ao direito, decorrência natural da forma de governo instaurada naquela Cidade-
Estado, a democracia 4. 
Sócrates, Platão e Aristóteles, principalmente este último, são os precursores de uma 
investigação filosófica sobre a política que terá como tarefa precípua a teorização da ótima 
república, ou seja, do modelo ideal de Estado. Não apenas os gregos, mas pensadores medievais, 
tais como Agostinho e Tomás de Aquino, e mesmo modernos, a exemplo de Hobbes, Locke, 
Montesquieu, Rousseau e Kant, também constituíram essa vertente do pensamento político 
normativo. Para Fernandes (1995:13) “Toda a escola liberal que doutrinou o Estado árbitro e 
neutro, teve, de facto uma doutrina normativista sobre os fins que lhe compete realizar, e que 
seriam a liberdade e a igualdade”. 
Assim, temos uma grande parcela do pensamento político na qual estão incorporados 
elementos de cunho moral que são relativos, portanto, à esfera dos valores ou à do dever ser. Esta 
relação entre política e moral que advém desde os filósofos socráticos e que perdura até os 
modernos, denota a investigação acerca da política um cunho mais propriamente filosófico do que 
científico. 
 É preciso observar, no entanto, que a passagem de uma abordagem normativa para uma 
abordagem empírica da política se deu de forma gradativa. É possível já observar entre Platão e 
Aristóteles uma primordial distinção, a despeito dos dois serem pensadores moralistas da política. O 
primeiro, um idealista, tem na dedução a metodologia através da qual escreverá a sua principal obra 
política “A República”. O segundo, um realista, fundamenta-se na observação e, portanto, utiliza-se 
de uma perspectiva metodológica indutivista, com a qual escreverá a sua obra seminal intitulada 
“Política”. 
 Uma outra conquista fundamental no sentido da construção de uma investigação mais 
empírica da política se deu com Maquiavel, pensador florentino da Renascença que lançando mão 
da observação como método, acresceu- lhe um elemento que redundaria numa mudança fundamental 
 
3 O período socrático antropológico tem seu início no século V a.C. e permanece por todo século IV a.C. 
4 As principais instituições da democracia na Grécia foram instauradas por Clístenes através da reforma da constituição 
grega realizada em 508 a. C. 
 3 
das investigações no âmbito da política: a objetividade. Esta estabeleceu uma nítida distinção entre 
a política e a moral. Agora o que importa não é mais procurar estabelecer a ótima república, mas, ao 
contrário, trata-se de descrever como o poder político é factualmente. 
 Assim, passo a passo, a reflexão política vai cedendo espaço a abordagens empíricas cada 
vez mais alicerçadas em uma metodologia indutiva. Montesquieu, Tocqueville, Marx e Comte são 
pensadores que contribuirão enormemente nesse sentido. Para Duverger (1981:44) “Talvez a 
contribuição essencial de Montesquieu esteja em sua vontade de sistematizar as observações, isto 
é, de extrair delas uma visão coerente e coordenada da realidade, baseada na indução e não no 
raciocínio dedutivo”. 
Tocqueville, por seu turno, realizou através do que hoje se denomina de técnica de 
entrevistas, aquele que foi provavelmente o primeiro trabalho monográfico a utilizar a observação 
em profundidade da qual resultou a sua principal obra “Da democracia na América” (1835-1840). 
Comte deu uma grande contribuição para todas as ciências particulares de um modo geral e, 
especialmente para as ciências sociais, àquela época abrigadas sob a sua “física social”, 
posteriormente denominada pelo próprio Comte de “sociologia”5. Um dos seus principais objetivos 
era o de estabelecer uma investigação da dinâmica social que leva em consideração a evolução 
histórica da humanidade por meio da sua “lei dos três estados”: o teológico, o metafísico, e o 
positivo. Foi com base nesta idéia que ele procurou trazer para a investigação dos fatos sociais uma 
metodologia análoga à das ciências da natureza, o que se constituiu, a despeito do distinto caráter 
dessas ciências, numa grande contribuição para o avanço das ciências sociais empreendida pelo 
autor de “Sistema de política positiva” (1822). 
Finalmente, a contribuição de Marx à ciência política foi, segundo Duverger (1981:48), 
“[...] ter fornecido uma nova explicação dos fenômenos do poder, de ter elaborado uma nova 
‘cosmogonia ”’ Marx, por assim dizer, transformou as análises jurídicas do Estado (que 
caracterizou a cosmogonia de Aristóteles-Montesquieu), em investigações das forças sociais e 
econômicas. Como afirma ainda Duverger (1981) Marx “desjuridicizou” o Estado, o poder e a 
Ciência Política. Dessa forma, deixa-se de olhar o Estado na sua perspectiva superestrutural e passa-
se a analisá- lo a partir da sua infra-estrutura.Assim, os ordenamentos moral, jurídico e político não 
 são mais analisados a partir de si mesmos, mas tomando os fenômenos de ordem econômicas que, 
segundo o próprio Marx, em última instância, determinam aqueles ordenamentos. 
 
5 Para Comte as ciências se tornaram “positivas” em uma ordem que contempla do mais abstrato ao mais concreto, do 
mais simples ao mais complexo. Assim, sua classificação das ciências positivas possui a seguinte ordem: matemática, 
astronomia, física, química biologia e sociologia. 
 
 
 
 4 
As últimas décadas do século XIX e mais propriamente o século XX, constituem o momento 
da construção, desenvolvimento e consolidação da Ciência Política como ciência positiva. O que 
precede imediatamente a isso é uma construção de várias abordagens dos fenômenos políticos 
através de outras disciplinas tais como a filosofia política, a sociologia política, a economia política, 
a história política, o direito político. Assim, de acordo com Fernandes (1995:29) “O que constituía a 
Ciência Política passa a pertencer prioritariamente a outras ciências então mais evoluídas e, por 
conseqüência, em melhor situação para promoverem o estudo e fazerem progredir o 
conhecimento”. Ainda segundo ele, esse é o momento em que a Ciência Política cede o seu lugar às 
“ciências políticas”. 
No entanto, como afirma Almond (1996) houve no final do século XIX e nas primeiras 
décadas do século XX um link entre a teoria política européia e a ciência política americana 
propiciado pelo conceito de “pluralismo”. O fato é que ocorreu uma profunda discussão sobre o 
conceito de soberania do Estado associado à ideologia da monarquia absolutista. Por um lado, 
estudiosos como o alemão Gierke (1868) e o francês Düguit (1917) questionaram a completa 
autoridade do Estado. Por outro lado, Figgis (1896) afirmava a autonomia da igreja e das 
comunidades, enquanto Laski (1919) pretend ia a mesma autonomia para os grupos profissionais e 
os sindicatos. Por isso segundo Almond (1996:64) “Com as seminais figuras de Max e Freud e os 
grandes teóricos da sociologia da passagem do século XIX – Pareto, Durkheim e Weber – e com a 
polêmica entre a soberania e o pluralismo, nós já nos encontramos imediatamente no cenário 
intelectual da ciência política do século XX”. 
 
2.2 Abordagem empírica da política 
Em que momento poder-se-ia considerar o surgimento de uma investigação efetivamente 
científica da política? Sem dúvida alguma esse momento é o século XX. Somente nele as 
metodologias e as técnicas mais rigorosas das ciências começaram a ser utilizadas pelos que se 
debruçam sobre a problemática política, principalmente, na América. Para efeito de exposição dessa 
subseção tomar-se-á aqui as duas abordagens fundamentais para desenvolvimento da Ciência 
Política como uma investigação empírica do fenômeno político, quais sejam, o behaviorismo e o 
neo- institucionalismo. 
 
2.2.1 Behaviorismo 
Antes de 1900 existiam nos EUA apenas dois cursos de ciência política, o primeiro, no 
Columbia College e o segundo na Johns Hopkins University. No entanto não havia ainda 
departamentos autônomos de ciência política, pois em sua grande maioria eles estavam associados a 
outras disciplinas a exemplo do direito, da filosofia, e da história (Khodr, 2005). A criação desses 
 5 
departamentos nas universidades americanas6 refletiria certo reconhecimento da autonomia da 
Ciência Política. 
Segundo Almond (1996) as primeiras décadas do século XX propiciaram um “substancial 
mergulho” na noção de um estudo efetivamente cientifico da política. Para ele os estudos empíricos 
do governo e dos processos políticos tinham feito algum progresso nas universidades americanas, 
não obstante, na maior parte delas a política ainda permanecia sendo investigada a partir de um viés 
essencialmente legal, filosófico e histórico. 
 Uma mudança significativa na investigação da disciplina surgiu nos anos vinte através do 
Departamento de Ciência Política da Universidade de Chicago7 que conseguiu incorporar a análise 
política por meio de uma “[...] estratégia de pesquisa interdisciplinar, da introdução de 
metodologias quantitativas e através de um apoio organizado à pesquisa” 8, (Almond:65). 
 Uma segunda mudança ocorreu no segundo pós-guerra com o surgimento da chamada 
“behavioural revolution”. O behavioural movement assumiu uma importante posição nas ciências 
sociais das décadas de cinqüenta e de sessenta. A sua origem filosófica remonta à Comte no século 
XIX e ao positivismo lógico do início do século XX. Para Khodr (2005:83) “O behaviorismo pode 
ser considerado um forte movimento intelectual que tem influenciado as ciências sociais desde o 
início do século XX”. Do ponto de vista historiográfico ele considera que o behaviorismo é um 
descendente do movimento “science of politics” iniciado por Burgess, Lowell e Benttley que 
floresceu na Universidade de Chicago durante o reitorado de Charles Merriam. Uma definição do 
political behavior pode ser tomada de Truman (apud Immergut, 1998:6) como “[...] uma orientação 
ou um ponto de vista que trata todo fenômeno do governo em termos de comportamento observado 
e observável dos homens”. 
 Em meados do século passado, principalmente nos anos sessenta e setenta, o behaviorismo 
passou a ser o novo paradigma da Ciência Política, num momento em que a crença na possibilidade 
dessa ciência não ser apenas descritiva, mas também poder estabelecer predições era algo bastante 
presente. Era preciso que ela fosse mais interdisciplinar, mais ciente de si mesma e crítica acerca da 
sua metodologia. De acordo com Somit & Tanenhaus (apud Khodr, 2005:85) “Os pesquisadores 
deveriam fazer um maior uso de instrumentos tais como análises multivariadas, pesquisa surveys, 
modelos matemáticos e simulações”. 
 
6 Foram criados departamentos autônomos de ciência política nas universidades de Columbia (1903), Illinois e 
Wisconsin (1904) e Michigan (1911). No final de 1914 já havia 40 departamentos autônomos de ciência política nos 
EUA. Em 1903 surge a primeira associação profissional de ciência política a American Political Science Association. 
7 Os principais nomes desse período são os de Merria m “The Presente State of the Study of Politics” (1931) e Lasswell 
“Politics: Who Gets what, When, and How “(1936). 
8 Não obstante, a denominada Escola de Chicago (Department of Political Science of University of Chicago) tenha sido 
aquela que primeiro revolucionou a metodologia no âmbito da ciência política, é importante lembrar que já em 1880 
havia sido criada por John W. Burgess a School of Political Science at Columbia University, considerada a primeira 
escola formal de ciência política. 
 6 
 As três principais temáticas do behaviorismo, de acordo com Farr (1995) são: 1) a pesquisa 
sobre o comportamento político; 2) uma argumentação metodológica para a ciência; e 3) uma 
mensagem política sobre o pluralismo liberal. Assim, as questões centrais da abordagem 
behaviorista da ciência política é, em primeiro lugar, investigar o comportamento dos grupos, dos 
processos e dos sistemas dentro dos quais os comportamentos podem ser explicados; em segundo 
lugar, tratar de um novo conjunto de técnicas científicas que devem ser adotadas e acompanhadas 
das explicações teóricas; e, em terceiro lugar, descobrir, explicar e confirmar o delineamento de um 
sistema político pluralista. 
 No final da década de sessenta e início dos anos setenta o movimento behavio rista começa a 
decair. Várias críticas foram impetradas contra o mesmo desde a sua incapacidade de descobrir 
verdades gerais ou contrastar regras da vida política de grupos culturais distintos. A despeito disso o 
behaviorismo ainda permaneceu influenciando grande parte da literatura da década de setenta, 
período em que surge o neo-institucionalismo que irá se expandir pelos anos oitentae noventa. Para 
este, o comportamento não é suficiente para explicar todos os fenômenos do governo, pois 
comportamentos ocorrem dentro de contextos institucionais e só assim podem ser compreendidos. 
 
2.2.2 Neo-institucionalismo 
O novo institucionalismo constitui uma perspectiva teórica da Ciência Política que surge nas 
últimas décadas do século passado em reação ao behaviorismo. Diversamente do institucionalismo 
clássico9 (que se caracteriza por uma tradição formal legalista que leva em consideração instituições 
políticas tais como, as legislaturas, o sistema legal, os partidos políticos, o Estado, etc.), o novo 
institucionalismo incorpora não apenas estruturas formais, mas também as informais tais como as 
normas e os papéis (Khodr, 2005). Segundo Peters (1996:206) o neo- institucionalismo “[...] difere 
do seu precursor intelectual de diversos modos e todos eles refletem o seu desenvolvimento depois 
da behavioral revolution na ciência política”. O que há de “novo” no neo-institucionalismo? É 
importante aqui elencar algumas das suas principais características: a) como já dito anteriormente, o 
neo- intitucionalismo muda o foco das instituições formais para as informais; b) das organizações 
para as regras; c) de uma concepção estática, para uma concepção dinâmica da sociedade; d) de 
uma concepção holística para uma concepção desagregada das instituições. 
Além disso, o neo- institucionalismo lançou mão de análises quantitativas e embora seja uma 
abordagem preocupada em focar as estruturas e organizações mais do que o comportamento 
individual, o neo-institucionalismo procura compartilhar a sua preocupação da teoria e dos métodos 
analíticos com a abordagem comportamental da política. Diferentemente do velho 
institucionalismo, que apenas descrevia as instituições, o novo procura explicá- las como sendo uma 
 
9 O institucionalismo tradicional se constituiu na abordagem dominante dentro da Ciência Política até 1950. 
 7 
variável dependente e os outros fenômenos como sendo variáveis independentes, de modo que esta 
nova visão permite configurar a política com o comportamento administrativo. Peters (1996:206) 
afirma que “A análise institucional contemporânea olha muito mais para o comportamento 
concreto do que para os aspectos formal e estrutural das instituições”. Isso significa que é preciso 
observar as instituições, tanto formais quanto informais, sem o que não se compreende grande parte 
das sociedades políticas contemporâneas. Por fim, diferentemente do velho institucionalismo, a 
nova abordagem foca sobre os resultados em forma de políticas públicas e outras decisões e, 
portanto, como assevera Peters (1996:206-207) o neo- institucionalismo “[...] reflete o movimento 
de políticas públicas na ciência política e as suas preocupações com os benefícios e os encargos 
governamentais produzidos na realidade para os seus cidadãos”. 
Por seu caráter meramente introdutório, não se pretende aqui delongar-se em nenhum dos 
temas que deverão ser tratados apenas esquematicamente. Assim, passa-se agora a apresentar com 
base em Hall e Taylor (2003) um esboço das diferentes versões do neo-institucionalismo. Para os 
autores, existem pelo menos três métodos de análise distintos que reivindicam o seu caráter neo-
institucional. São eles o institucionalismo histórico, o institucionalismo da escolha racional e o 
institucionalismo sociológico. 
 O institucionalismo histórico define as instituições “De modo global, como os 
procedimentos, protocolos, normas e convenções oficiais e oficiosas inerentes à estrutura 
organizacional da comunidade política ou da economia política” (Hall e Taylor, 2003:196). A 
questão central no institucionalismo é saber de que modo as instituições determinam as ações dos 
indivíduos. Ainda segundo os autores, duas respostas são oferecidas a essa questão pelos neo-
institucionalistas: a primeira provém de uma “perspectiva calculadora” e a segunda de uma 
“perspectiva cultural”. Os institucionalistas históricos lançam mão dessas duas perspectivas. 
 A vertente histórica do institucionalismo propugna o path dependent, isto é, defende a 
existência de uma causalidade social dependente da trajetória percorrida. Assim, “Os primeiros 
teóricos enfatizaram o modo como as ‘capacidades do Estado’ e as ‘políticas herdadas’ existentes 
estruturam as decisões ulteriores” (Hall e Taylor, 2003:200-201). Não obstante, os 
institucionalistas históricos reconhecem outros fatores importantes nas suas análises além das 
instituições como, por exemplo, o desenvolvimento socioeconômico e a difusão das idéias. 
 O institucionalismo da escolha racional tem como ponto de partida o pressuposto de que os 
atores sociais são racionais e se comportam de forma utilitária, ou seja, buscam maximizar as suas 
ações reduzindo ao máximo as suas perdas. Assim, em primeiro lugar, os atores possuem um 
conjunto determinado de preferências e procuram maximizá- las; em segundo lugar, a vida política é 
concebida como diversos dilemas de ação coletiva “[...] definidos como situações em que os 
indivíduos que agem de modo a maximizar a satisfação das suas próprias preferências o fazem com 
 8 
o risco de produzir um resultado subótimo para a coletividade” (Hall e Taylor, 2003:205); em 
terceiro lugar, a teoria da escolha racional “[...] enfatiza o papel da interação estratégica na 
determinação das situações políticas” (id., ibid:205). Duas são as instituições fundamentais: a) o 
comportamento de um ator é determinado por um cálculo estratégico; b) a expectativa do 
comportamento dos outros atores influencia esse cálculo estratégico. Finalmente, no que concerne à 
origem das instituições, os teóricos da escolha racional atribuem-na ao acordo voluntário entre os 
atores interessados em realizar determinados valores, a exemplo do que afirmam Hall e Taylor 
(ibid:206) “As disposições constitucionais adotadas na Inglaterra em 1688 são explicadas com 
referência às vantagens que oferecem aos proprietários”. 
 Por fim, o institucionalismo sociológico se configura a partir de três características 
fundamentais: a primeira delas consiste em conceber as instituições de maneira mais ampla, 
incluindo além das regras e procedimentos formais, sistema de símbolos, esquemas cognitivos e 
modelos morais que são também condutores da ação humana; a segunda característica diz respeito a 
uma dimensão cognitiva do impacto das instituições sobre os atores sociais, isto é, o “[...] modo 
como as instituições influenciam o comportamento ao fornecer esquemas, categorias e modelos 
cognitivos que são indispensáveis à ação, mesmo porque, sem eles, seria impossível interpretar o 
mundo e o comportamento dos outros atores” (id., ibid:210); e a última delas se refere à origem das 
instituições e, nesse ponto, diferentemente dos teóricos da escolha racional, os institucionalistas 
sociológicos afirmam que as mudanças das práticas institucionais estão muito mais relacionadas aos 
valores que a legitimam do que propriamente das questões relacionadas ao aumento da sua 
eficiência. 
 Ao concluir esta seção é possível afirmar que a reflexão sistematizada sobre os fenômenos 
da política remonta aos pensadores socráticos e percorre um longo caminho até os dias atuais. Ela 
tem início com a especulação filosófica e chega ao nosso século munida das mais complexas 
metodologias e técnicas das ciências empíricas. Assim, a passagem de uma investigação normativa 
da política para uma investigação científica da mesma demandou uma mudança de abordagem de 
uma perspectiva filosófica para uma perspectiva empírica, o que culminou com a distinção entre a 
Filosofia Política e a Ciência Política. Esta, tratando os fenômenos políticos como eles são, aquela, 
tratando a política como ela deve ser. 
 
3 CIÊNCIA POLÍTICA: DEFINIÇÃO E RELAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
Nesta segunda seção pretende-se, em primeiro lugar,definir a Ciência Política como uma 
investigação empírica do político e, em segundo, estabelecer a sua relação com outras ciências 
sociais. 
 
 9 
3.1 Definindo Ciência Política 
Nesse momento, faz-se necessário que o primeiro conceito a ser explicitado seja o de 
“ciência”, palavra originada do termo latino scientia, que designa um conhecimento adquirido 
através de estudo. Para Stoker (1995:18-19) podemos entender sumariamente por ciência “[...] uma 
produção organizada de conhecimento que exige dos que a praticam certas disciplinas intelectuais, 
especialmente, coerência lógica e dados adequados”. Assim, uma ciência da política consiste em 
uma investigação sistematizada desse âmbito da realidade alicerçada, por um lado, em um conjunto 
teórico-metodológico e, por outro, em dados empíricos. Mas o que é política? Defini- la, portanto, é 
o próximo passo. 
 A palavra política pode contemplar um grande número de significados. Poder-se- ia 
apresentar aqui uma infinidade de conceitos da mesma, principalmente, oriundos dos grandes 
filósofos da política a exemplo de Aristóteles, Maquiavel e Hobbes, entre outros. No entanto, optou-
se por uma compreensão mais contemporânea que possa expressar de forma mais efetiva em que 
consiste a política nos dias atuais. Essa opção decorre do fato desse conceito ter sido 
gradativamente ampliado, e com ele o objeto formal de investigação da Ciência Política. 
 Segundo Stoker (1995) no Reino Unido dos anos cinqüenta, a ciência política estava voltada 
para os estudos institucionalistas clássicos cujo foco estava situado nas questões relativas ao 
parlamento, à administração pública, às eleições, aos partidos políticos e aos grupos de pressão. 
Duas décadas depois tem início uma ampliação na definição da esfera política. Agora ela irá 
abranger não apenas as ins tituições públicas, mas também boa parte da esfera privada: Para 
Chapman (Apud Stoker, 1995:16) “A política trata de todas as decisões que configuram nossa vida 
e não apenas daquelas que se tomam no âmbito restrito que tradicionalmente se define como 
político”. Assim, os assuntos privados se convertem em assuntos públicos. Finalmente, nos anos 
noventa a definição de política é ainda mais ampliada: 
 
“A política é uma atividade generalizada que tem lugar em todos os âmbitos nos quais os seres humanos se 
ocupam de produzir e reproduzir suas vidas. Esta atividade pode contemplar tanto enfrentamento quanto 
cooperação, de forma que os problemas se apresentam e se resolvem através de decisões tomadas 
coletivamente”. (Stoker, 1995:19) 
 
Assim, utiliza-se o termo política no sentido mais amplo possível do termo, ou seja, 
significando não apenas a esfera tomada convencionalmente como pública das relações humanas, 
mas as diversas esferas onde ocorrem relações de poder e de deliberação coletiva. Uma vez 
estabelecida a definição de ciência e de política, passa-se agora à definição de Ciência Política. 
Inicialmente é preciso que se diga que a possibilidade da existência de uma Ciência Política 
não é ponto pacífico. Para Goodin e Klingemann (2000:9) “Muita tinta tem sido derramada sobre a 
questão da existência e, em que sentido, o estudo da política é verdadeiramente uma ciência”. Esta 
 10 
questão não será aqui tratada, pois isso demandaria uma outra discussão acerca do estatuto de 
cientificidade de uma “ciência” da política. Diversamente, decidiu-se adotar uma definição de 
Ciência Política que deverá ser aceita por este trabalho. 
Analogamente a tantas outras definições, pode-se conceber a Ciência política de diversas 
maneiras. Uma possível é a de Stoker (1997:19): “Sem embargo, a ciência política deveria prestar 
uma especial atenção ao âmbito coletivo que conforma as atividades da administração pública no 
Estado moderno, dada a amplitude e o caráter coercitivo da autoridade que as ditas atividades 
representam”. Assim, a ciência política está fortemente relacionada com as questões pertinentes ao 
poder, à autoridade e à coerção. 
 
3.2 Relação entre a Ciência Política e outras ciências sociais 
Como situar a Ciência política em relação às outras ciências sociais? Havia sido dito 
anteriormente que em dado momento, disciplinas como a filosofia política, a história política, o 
direito político, haviam ocupado um espaço na explicitação de fenômenos concernentes à esfera 
política. Assim, a Ciência Política importou uma série de conceitos advindo de outras ciências 
sociais tais como a sociologia a psicologia, a economia, a antropologia, entre outras. 
 No entanto, para Dogan (1996:97) “A relação entre a ciência política e as outras ciências 
sociais são na realidade relações entre alguns setores das diversas disciplinas e não entre as 
disciplinas na sua totalidade”. Portanto, temos aqui uma relação de interdisciplinaridade de 
subcampos das diversas ciências sociais, pois uma vez que o progresso requer especialização esta 
relação não poderia ser outra, aliás, grande parte do progresso científico nas ciências sociais pode 
ser explicado a partir dessa hibridização dos diversos segmentos dessas ciências. Aqui serão citadas 
duas relações entre esses domínios híbridos. 
 O primeiro deles é o da psicologia política. Segundo Dogan (1996) a psicologia política tem 
duas irmãs, uma mais velha, a psicologia social, e uma mais nova, a ciência cognitiva. A psicologia 
política se encontra em permanente contato com a primeira. Harold Lasswell é considerado o 
fundador da psicologia política americana. Esta forneceu para a Ciência Política categorias tais 
como as de alienação, ambivalência, aspiração, atitude, comportamento, estereótipo, empatia, entre 
outras. 
 O segundo domínio híbrido é o da sociologia política. Para Smelser (apud Dogan, 1996:112-
113) “O mais novo ramo da ciência política tem-se agrupado livremente sob a abordagem 
comportamental, os métodos de pesquisa são, exceto para relativas ênfases, quase indistintamente 
de métodos da sociologia [...] os cientistas políticos têm empregado uma vasta ordem de métodos e 
dados, tratamento estatístico e métodos comparativos que são também comumente empregados 
pela sociologia”. 
 11 
 Sartori (1969) afirma que é possível fazer uma distinção entre sociologia e Ciência Política a 
partir da diferenciação na ênfase sobre a variável dependente ou sobre as variáveis independentes. 
Diz Sartori (apud Dogan, 1996:113) “As variáveis independentes – causas, determinantes ou 
fatores – dos sociologos são, basicamente, estruturas sociais, enquanto as variáveis independentes 
dos cientistas políticos são basicamente estruturas políticas”. 
 Igualmente à psicologia, a sociologia propiciou uma série de categorias à Ciência Política 
tais como: classe social, estrutura social, comportamento coletivo, socialização, acomodação, 
segregação, hierarquia, coesão, agregação, etc. 
 Obviamente uma série de outras disciplinas se relacionaram e continuam se relacionando 
com a Ciência Política, entre as quais é possível citar a economia política, a cuja metodologia os 
cient istas políticos recorrem fartamente, a geografia política que trata das relações entre espaço e 
poder político e a filosofia política, responsável ainda por boa parte da teoria normativa da política e 
que tem em Rawls e na sua obra “Uma teoria da Justiça” (1971) um momento emblemático dessa 
relação. 
 
4 TEMAS RECORRENTES E OBRAS RELEVANTES DA CIÊNCIA POLÍTICA 
Esta última seção será dedicada a esquematizar a temática e citar obras relevantes da Ciência 
Política no século XX. Não há aqui a pretensão em negar a importância do pensamento político dos 
grandes clássicos que precederam ao período em questão, por demais ressaltadas em grande parte 
da literatura sobre ciência política. No entanto, fez-se uma opção pelo tratamento da temática e das 
obras relativas a uma Ciência Política stricto sensu. 
 No que concerne à temática é possível elencar diversas nomenclaturas, no entanto, aqui 
serãorelacionadas três delas. A primeira, estabelecida sob a égide da UNESCO em 1948, a 
segunda, adotada pela American Polítical Science Association (APSA) e, finalmente, a terceira, 
aquela que constitui o diretório dos comitês de pesquisa da International Political Science 
Association (IPSA). 
 
4.1 Temática da Ciência Política 
A primeira temática sistematizada da Ciência Política adveio de especialistas que, sob os 
auspícios da UNESCO, elaboraram a seguinte nomenclatura: 
1. Teoria Política 
a) Teoria Política 
b) História das Idéias 
 
2. Instituições Políticas 
a) Constituição 
 12 
b) Governo Central 
c) Governo Regional e Local 
d) Administração Pública 
e) Funções Econômicas e Sociais do Governo 
f) Instituições Políticas Comparadas 
 
3. Partidos, Grupos e Opinião Pública 
a) Partidos Políticos 
b) Grupos e associações 
c) Participação do Cidadão no Governo e na Administração 
d) Opinião Pública 
 
4.Relações Internacionais 
a) Política Internacional 
b) Organização Internacional 
c) Direito Internacional 
 
Uma segunda temática bem semelhante à da UNESCO foi elaborada pela American 
Political Science Association que se apresenta da seguinte forma: 
a) Teoria e Filosofia Políticas 
b) Partidos Políticos 
c) Opinião Pública 
d) Grupos de Pressão 
e) Poder Legislativo e Legislação 
f) Direito Constitucional e Administrativo 
g) Administração Pública 
h) Economia Política 
i) Relações Internacionais 
j) Instituições Políticas Comparadas 
 
Finalmente, para que se possa ter uma visão mais detalhada das várias temáticas que são 
objeto de investigação da Ciência Política contemporânea, seguem abaixo os diversos comitês de 
pesquisas da International Political Science Association. 
“DIRECTORY OF RESEARCH COMMITTEES (RC) 
1. Committee on Concepts and Methods 
2. Political Elites 
3. European Unification 
4. Public Bureaucracies in Developing Societies 
5. Comparative Studies on Local Government and Politics 
6. Political Sociology 
7. Women, Politics and Developing Nations 
8. Legislative Specialists 
9. Comparative Judicial Systems 
10. ----- 
11. Science and Politics 
12. Biology and Politics 
 13 
13. Democratization in Comparative Perspective 
14. Politics and Ethnicity 
15. Political and Cultural Geography 
16. Socio-Political Pluralism 
17. Globalization and Governance 
18. Asian and Pacific Studies 
19. Gender and Politics 
20. Political Finance and Political Corruption 
21. Political Socialization and Education 
22. Political Communication 
23. ----- 
24. Armed Forces and Society 
25. Comparative Health Policy 
26. Human Rights 
27. Structure and Organization of Government 
28. Comparative Federalism and Federation 
29. Psycho-Politics 
30. ----- 
31. Political Philosophy 
32. Public Policy and Administration 
33. The Study of Political Science as a Discipline 
34. Comparative Representation and Electoral Systems 
35. Technology and Development 
36. Political Power 
37. Rethinking Political Development 
38. Politics and Business 
39. Welfare States and Developing Societies 
40. New World Orders? 
41. Geopolitics 
42. System Integration of Divided Nations 
43. Religion and Politics 
44. Role of the Military in Democratization 
45. Quantitative International Politics 
46. Global Environmental Change 
47. Local-Global Relations 
48. Administrative Culture 
49. Socialism, Capitalism and Democracy 
50. Language and Politics 
51. Political Studies on Contemporary North Africa 
52. Gender, Globalization and Democracy”10 
 
 
4.2 Obras relevantes da Ciência Política 
 
 Quanto às principais obras da Ciência Política, como já dito anteriormente, não se fará aqui 
menção aos grandes clássicos que constituíram e constituem o pensamento político universal, mas 
apenas aquelas obras que contemporaneamente têm se configurado como as mais relevantes da 
Ciência Política e que contribuíram enormemente para a sua construção como uma ciência positiva. 
Também não se ousaria classificar tão grande número de obras em um artigo. Para tanto, utilizou-se 
 
10 Fonte: International Political Science Association. 
 14 
como fonte A New Handbook of Political Science (Goodin e Klingemann, 1996:32), que traz no seu 
Apêndice 1D as obras e os autores mais referenciados naquele manual. São eles: 
a) Anthony Downs, An Economic Theory of Democracy (1957); 
b) Mancur Olson, The Logic of Colletive Action (1965); 
c) Elinor Ostrom, Governing the Commons (1990); 
d) Douglass North, Institutions, Institutional Change and Economic Performance 
(1990); 
e) Gabriel Almond e Sidney Verba, The Civic Culture (1963); 
f) Angus Campbell et alii, The American Voter (1960); 
g) James G. Marsh e Johan P. Olsen, Rediscovering Institutions (1989); 
h) John Rawls, A Theory of Justice (1971); 
i) Brian barry, Sociologist, Economists and Democracy (1970/1978) 
j) Morris P. Fiorina. Retrospective Voting in American National Elections (1981); 
k) Seymour Martin et alii, Party Systems and Voter Alignments (1967); 
l) John Rawls, Political Liberalism (1993); 
m) William Riker e Peter C. Ordeshook, An Introduction to Positive Political Theory 
(1973);” 
n) Theda Skocpol States and Social revolutions (1979). 
 
5 CONCLUSÃO 
 A Ciência Política compreendida como uma investigação empírica do fenômeno político é 
uma construção muito recente. Não obstante muitas outras áreas do saber tais como a filosófica, a 
histórica e a jurídica tenham dado uma importante contribuição na investigação das questões acerca 
da problemática política, somente no século XX é possível falar de uma Ciência Política 
propriamente no sentido de uma ciência positiva. 
 Ao longo de vários séculos, portanto, procurou-se explicar os fatos políticos à luz das 
diversas formas de conhecimento. No entanto, com o surgimento das ciências modernas era de se 
esperar que nascesse também no âmbito da investigação política uma ciência capaz de explicar os 
problemas políticos de um ponto de vista estritamente científico. Surge, assim, entre outras ciências 
sociais, a Ciência Política. 
 Mas, é preciso que se diga que o caráter de cientificidade de quaisquer ciências não se dá de 
pronto. Ao contrário, toda ela passa por um rigoroso crivo que tem nas ciências exatas e nas da 
natureza o seu mais vigoroso modelo. A Ciência Política, analogamente às demais ciências sociais 
passou e passa por essa constante busca de sua identidade e reconhecimento como ciência positiva. 
 15 
Assim, traçar um objeto próprio de investigação e estabelecer uma metodologia que lhe confiram tal 
caráter permanece sendo uma busca incessante da mesma. 
 
 
6 REFERÊNCIAS 
 
 
ALMOND, Gabriel. (1996). Political Science: The History of the Discipline in: GOODIN, Robert 
E. e KLINGEMANN, Hans-Dieter. A New Handbook of Political Science. Oxford: Oxford 
University Press. 
 
DOGAN, Mattei. (1996) Political Science and the Other Social Science in: GOODIN, Robert E. e 
KLINGEMANN, Hans-Dieter. A New Handbook of Political Science. Oxford: Oxford University 
Press. 
 
DUGUIT, Leon. (1917). The Law and the Stat. Cambridge, Mass: Harvard University Press. 
 
DUVERGER, Maurice. (1981) Ciência Política: teoria e método. 3. ed. Tradução de Heloísa de 
Castro Lima. Rio de Janeiro: Zahar. 
 
FERNANDES, Antonio José. (1995) Introdução à Ciência Política. Porto: Porto. 
 
FIGGIS, John Neville. (1896). The Divine Right of Kings; Cambridge: Cambridge University Press. 
 
GIERKE, Otto. (1868). Die Deutsche Genossenschaftsrecht. Berlim: Weidman. 
 
GOODIN, Robert E. e KLINGEMANN, Hans-Dieter. (1996). A New Handbook of Political 
Science. Oxford: Oxford University Press. 
 
LASKI, Harold. (1919). Authority in the modern State. New Haven, Conn.: Yale University Press. 
 
HALL, Peter A. e TAYLOR, Rosemary C. R. As três versões do neo- institucionalismo. Lua Nova, 
2003, n. 58, pp. 193-223. 
http://www.ipsa.ca/en/research/directory.asp. 
 
IMMERGUT, Ellen. The Theoretical Core of the New Institutionalism.Politics and Society, 1998, 
vol. 26 no. 1, pp. 5-34. 
 
KHODR, Hiba. (2005) Public Administration and Political Science: An Historical Analysis of 
Relation Between the Two Academic Disciplines. 
 
PETERS, B. Guy. (1996). Political Institutions, Old and New in: GOODIN, Robert E. e 
KLINGEMANN, Hans-Dieter. A New Handbook of Political Science. Oxford: Oxford University 
Press. 
 
STOKER, Gerry. (1995). Introdução in: MARSH, David e STOKER, Gerry. Teoría e método de la 
ciência política. Madrid: Alianza.

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