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Resumo- A Conquista da América Tzvetan Todorov

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TODOROV, T. A conquista da América. A questão do outro. 3°. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Credenciais do autor: 
Filosofo e linguista, Tzvetan Todorov estudou filologia na universidade de Sofia, fora professor visitante na Universidade de Yale, Harvard, Columbia e Berkeley. É autor de diversas obras, bem como A Gramática do Decameron (1996), A conquista da América (1982) e os inimigos íntimos da democracia (2012), dentre diversas outras obras. 
Credencias do resenhista: 
Acadêmica em História no centro universitário São Camilo
Conhecimento:
Introdução
A conquista da América fora um processo que resultou em um dos maiores genocídios da história da humanidade, para além disso perpetuou comportamentos simbólicos construídos forçosamente a partir do embate cultural dessas duas sociedades opostas, além de servir de alicerce para pré-julgamentos taxativos e de sustentáculo para o imperialismo colonial na era moderna, ocasionando a construção e propagação da terminologia viciosa empregada a partir da expressão “descobrimento”. Isto posto, Todorov aborda o processo de colonização a partir da perspectiva da descoberta não do território, mas sim das impressões que o eu (conquistador) faz do outro (ameríndios). 
Desenvolvimento: 
Todorov em seu livro A conquista da América, intitulado o primeiro capitulo de Conhecer, propondo uma discussão acerca do encontro do eu com o outro através de uma narrativa histórica que ele mesmo denomina de “história exemplar”, e para isso utiliza como estudo de caso o encontro do colonizador com o ameríndio, dado que o foco do autor é uma análise argumentativa da percepção que o eu tem do outro. Dessa forma as circunscrições e construções do eu para com o outro se dá por meio do entendimento que o eu possa vir a ser uma extensão do outro, o que os difere é justamente o cenário no qual esses se encontram, e para explicar isso Todorov utiliza de duas escalas, uma macro na qual se encontra a própria invasão do território americano, uma vez que o eu colonizador não faz parte do grupo social do outro; a escala micro, no momento em que hispânicos e ameríndios começam a se relacionar em um mesmo espaço. Ergue-se então uma divisão social dentro de uma mesma sociedade (Nova Espanha) pautada na diferença. A exemplo disso podemos mencionar a convivência entre Colombo e Montezuma, Cortez e Montezuma. 				O recorte temporal histórico é o século XVI, período em que as expedições marítimas ganham força juntamente com a curiosidade de desvendar os mistérios de além mar, o autor também faz uso de uma delimitação geográfica, e estabelece como campo de estudo a Meso América. Todorov ainda chama atenção para o fato de que a chegada de Colombo em 1492 possui um valor de casualidade, a travessia do oceano atlântico marca a passagem da idade média para a era moderna. Segundo o autor “é a conquista da América que anuncia a nossa identidade presente” (Todorov, p.7). 						De acordo com Las Casas, a partir da chegada de Colombo o homem finalmente compreende a completude da qual faz parte, eis que surge então a vontade ferrenha de desbravar o desconhecido. Ao contrário do que a historiográfica cartesiana factuava, a empreitada colonizadora de Colombo não possuía como fim único o acumulo de ouro, mas sim o desejo de universalizar o cristianismo, muito embora ambas estejam diretamente interligadas, posto que o acúmulo de ouro serviria para custear as cruzadas, real intenção desejosa de Colombo. Sua intenção é descrita por seu próprio punho, em um diário de navegação que ele matinha durante as viagens, em uma dessa muitas páginas colombo diz que:
Nosso senhor bem sabe que eu não suporto todas estas penas para acumular tesouros nem para descobri-los para min; pois, quanto a min, bem sei que tudo o que se faz nesse mundo é vão, se não tiver sido feito para a honra e o serviço de Deus. (Todorov, p.12).
Há ainda uma passagem similar na página 13, na qual o autor estabelece uma analogia literária, entre o personagem histórico Cristóvão Colombo e o personagem ficcional Dom Quixote. 
Qual um Dom Quixote atrasado de vários séculos e relação a seu tempo, Colombo queria partir em cruzada e liberar Jerusalém! Só que a ideia é extravagante em sua época e coo, por outro lado, não há dinheiro, ninguém quer escutá-lo. (Todorov, p.13).
Dessa forma Colombo põe-se diante de uma missão divina: evangelizar o novo mundo. Contudo é justamente essa mentalidade medieval que o norteia para a conquista da América

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