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Observações 6 semestre de Psicologia

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
PSICOLOGIA
BRUNA OLIVEIRA PAIÃO DE SOUZA
TRABALHO DE RELATÓRIO DE OBSERVAÇÕES
ASSIS – SP
2020
R.A: N3262C8
PERÍODO: MATUTINO
Observação do noticiário: “Band Notícias” – 26/08/2020 – das 20:00 às 21:00 (uma hora)
O noticiário se inicia falando sobre o Auxílio Emergencial, volta das aulas presenciais nas escolas e número de mortes do Covid-19.
Há mais uma vacina há caminho, vindo de Cuba, o que é um fato marcante. O governo busca um “meio-termo” para o Auxílio Emergencial. O presidente é derrotado pelo Congresso na proposta da não utilização de máscaras. Os Lakers foram derrotados no NBA, surpreendendo o planeta.
Uma notícia muito relevante para as observações de hoje, é de uma jovem americana que pulou num rio poluído e tóxico, de Nova Iorque. O motivo? Postar nas redes sociais. Menina que sofreu abuso recebe alta. Comércios que estão na fase amarela voltarão a funcionar oito horas por dia. No Norte e Nordeste do Brasil, pessoas que dependem do Bolsa Família superam os com carteira assinada. 
Nos últimos meses, a busca por sites e aplicativos de relacionamento cresceu, e muitas pessoas foram vítimas de golpe.
Fazendo essas observações, me senti bem por voltar a ver conteúdos de cunho jornalístico, pois isso me faz sair da bolha, ajudando a ampliar os horizontes, principalmente neste ano de isolamento social. Me senti grata à Globalização e tudo que nos proporciona. Logo após isso, refleti que essa Globalização também contribui para a liquidez e cegueira moral. Enfim, são dois lados de uma mesma moeda. Percebi quanto o tempo urge, mesmo em meio à pandemia, o mundo não parou. E por quê? Pois vivemos em um mundo predominantemente capitalista, onde o capital precisa girar. O Brasil, sendo hoje um país periférico, não conseguiu parar, para não morrer de fome. É tanta desigualdade, que até um cego seria capaz de ver.
Enquanto uns lutam para sobreviver, seja para não passarem fome, sejam entubados com Coronavírus nos hospitais, certos jovens não pensam duas vezes em colocar sua saúde e vida em jogo para ganhar “likes” no Instagram. Para “vender’ sua imagem, e a um preço tão ordinário! E, no meio disso tudo, ainda há aqueles que não estão conseguindo suportar o peso de sua própria solidão, onde um vazio enorme precisa ser preenchido (mesmo que talvez com pessoas que são totais desconhecidas). Parece que a pandemia só serviu para trazer à tona mazelas da alma. E o que muitos estão fazendo com isso é extremamente deplorável, sobretudo os que estão absortos em uma cegueira moral, aproveitando-se da vulnerabilidade do outro.
Observação do noticiário: “Canal BBC News Brasil” – 02/09/2020 – 
das 11:00 às 12:00 (uma hora)
A primeira notícia vista, foi a que possuía a manchete “Jesse e Austin, os corpos da mala do Tik Tok”, onde jovens americanos encontram dois cadáveres no meio do vídeo, em uma praia. Primeiro, eles encontram duas malas, abrem e encontram dois cadáveres. As famílias ficaram desoladas com a exposição e pediram para o Tik Tok retirar do ar, que se negou. A empresa Tik Tok alega que o vídeo não viola suas diretrizes.
O Brasil tem seis abortos por dia entre meninas de dez a quatorze anos. É explicitado que o aborto, em caso de estupro de menor, é permitido no Brasil, por lei. E expor os dados dessas garotas - como fizeram recentemente – é crime.
Um japonês jovem possui uma empresa chamada “Paixão Familiar”, no Japão. Ele é ator, e é contratado para ser pai, amigo, irmão, namorado, noivo, marido, primo, filho, etc. Ou seja, é um “ente querido de aluguel”. Ele é pai de aluguel de uma menina há nove anos.
Fazendo as observações de hoje, fiquei triste em ver como vidas jovens estão sendo ceifadas tão estupidamente, e tratadas como se fossem nada. Tanto pelos assassinos, quanto pela empresa Tik Tok, que, recusando-se a retirar o vídeo do ar, mostrou sua falta de humanidade, compaixão, empatia e respeito pela memória dos jovens e pela família. Os jovens que encontraram os corpos fizeram um serviço melhor que da polícia, aí vemos o impacto do “ócio produtivo”. 
O jovem asiático que é contratado para fingir ser uma companhia real, nos mostra como as pessoas estão sozinhas, e não suportam isso. Não que estar sozinho seja algo ruim. Querem ter um marido, noivo, pai ou seja lá o que for, apenas para cumprir um papel social, para agradar, muitas vezes, a sociedade, e não a si próprias. Uma vez que amor, afeto e vínculos não se monetizam. Sim, o afeto nesse caso pode, de fato, ocorrer, mas é uma situação extremamente complexa.
Observação do noticiário: “Band Notícias” – 09/09/2020 – das 20:00 às 22:00 (duas horas)
Uma mulher polonesa teve sua reputação destruída, por conta da internet. Inventaram uma história muito pesada ao seu respeito, que prejudicou seriamente sua carreira. Fizeram uma postagem anônima com seus dados na página do Facebook da empresa em que trabalhava, ela era corretora de imóveis. A história era a seguinte: havia um relato anônimo, que vinha de um site chamado “destruidorasdelares.com”, em que uma mulher relata que encontrou a corretora tendo relações sexuais com seu marido no chão de uma residência que foram visitar. Sabendo da falsidade desse relato, e sofrendo muito com isso, a corretora contratou advogados, foi até a polícia e levantou uma investigação sobre isso. Passaram-se anos, e nada de descobrir a autoria da postagem. Até que, depois de tanto tempo, encontraram a autora. Era uma mulher jovem, que morava numa cidade próxima, e que era uma total desconhecida. A razão disso? Um comentário feito na internet, pela corretora. Ela comentou uma reportagem que uma jovem de dezoito anos tinha feito ataques antissemitas, dizendo que que “com dezoito anos ninguém sabe o que faz”. Fato é que a responsável por difamar a corretora é de origem judia. Viu aquilo, pensou ser um ataque, e quis se vingar da forma mais cruel possível.
Homem que perseguiu uma mulher de moto em um escadaria, para roubar um celular, é preso em São Paulo. A moça está agora bastante abalada psicologicamente. Um médico vai até o apartamento de vizinho, pedir para ele abaixar o som de madrugada e é agredido brutalmente, junto com sua esposa. Eles chegam a ser internados, e a mulher até vai para a UTI. 
Fazendo as observações de hoje, pude perceber claramente o imediatismo em que jovens e pessoas de várias idades têm em agir de acordo com seus interesses, mesmo que sejam ações e interesses cretinos, egoístas e violentos. Há uma onda de narcisismo, egocentrismo, falta de moral, empatia e respeito gigantescas. Também percebi como a internet nos deixa vulneráveis a pessoas extremamente perturbadas e obcecadas, que podem até arquitetar planos para nos prejudicar.
Observação do noticiário: “Canal CNN Brasil” – 16/09/2020 – das 11:00 às 13:00 (duas horas)
As praias, mesmo em plena pandemia, ficam lotadas. As pessoas fazem aglomeração, contrariando totalmente as regras da OMS. 
Enquanto vários sofrem pela perda de entes queridos, sem velório e sem poderem se despedir, muitos (principalmente jovens) estão fazendo festas clandestinas. Por vezes, cobrando caro pela entrada das pessoas. Essas festas ocorrem, geralmente, em lugares afastados, como chácaras, sítios, etc.
O pessimismo, tristeza e depressão se fazem presentes em várias pessoas durante a pandemia. A sensação fúnebre de luto coletivo tem prejudicado bastante a saúde mental da população, inclusive dos jovens. Os números de suicídio também têm sido relevantes desde o início da quarentena.
Nas observações de hoje, me senti bem desgastada e sugada com as notícias, mesmo sabendo que serei psicóloga, e lidar com o luto e melancolia alheios fazem parte da profissão. Foi um pouco tedioso também, pois, nesse tempo todo, não houveram muitas notícias relevantes no noticiário que coincidissem com a abordagem aqui tratada. Percebi a cegueira das pessoas quanto à pandemia, é como se elas simplesmente “entregassem o jogo”. Como se fossem incapazes de lutar contra seus impulsos, seus desejos,o que as torna escravas disso. Refleti bastante sobre como isso está deixando as pessoas perdidas, num limbo emocional e comportamental. Por outro lado, muitos que dão luz à consciência dos fatos, sentem demasiadamente o desespero, e são tomados pela “nuvem negra” de depressão, desespero, luto coletivo, etc”. Mais do que nunca, investir na saúde mental - mesmo que à distância – tornou-se vital.
Observação do noticiário: “Câmera Record” – 23/09/2020 – das 11:00 às 12:00 (duas horas)
Um adolescente de dezessete anos, que reside em Peruíbe, sonha em se tornar igual o boneco Ken. Ele é de origem humilde e trabalhador, e diz que adora o boneco Ken, por ser a versão masculina da Barbie. O jovem se produz, maquia e veste para ficar igual o boneco, transformando-se completamente.
Brasileira de vinte e cinco anos realiza o sonho de ficar parecida com a Barbie. Ela já gastou uma quantia relevante de dinheiro com todas as modificações corporais realizadas. Entre os procedimentos, estão cirurgias plásticas e tratamentos estéticos. Ela alega que, na adolescência, foi chamada de “loirinha gordinha” num “chat” da internet e, a partir daí, resolveu mudar. Ela vive em função da imagem e pretende fazer mais plásticas ainda.
Um casal de Santos-SP, faz do corpo um laboratório de transformações extremas. O homem até retirou o próprio nariz, tatuou o corpo todo com a cor preta, implantou chifres por baixo e por cima da pele, bifurcou a língua e fez outros procedimentos para ficar igual o “diabo”. Ele se transformou numa imagem assustadora e perturbadora de se olhar, digno de filmes de terror macabros. A mulher também é exacerbadamente tatuada, pintou o “branco do olho” de amarelo, etc.
Fazendo as observações hoje, pude perceber o quanto certas pessoas estão fanáticas por um “ideal”. Me parece que elas buscam algo que nunca conseguirão alcançar. Na tentativa de buscar o outro, e se apropriar do outro, seu EU verdadeiro está preso e sufocado em algum lugar dentro delas. É uma despersonalização tremenda. E a internet e a mídia possuem muita influência sobre isso, que é bem recorrente nos tempos atuais, esse querer “encaixar-se” em um modelo que lhe é admirado. Porém, nos casos observados, essa busca soa como patológica, masoquista e obsessiva.
Observação do noticiário: “Canal Jornal O Globo” – 30/09/2020 – das 16:00 às 18:00 (duas horas)
Um apresentador e Youtuber foi atacado e difamado nas redes sociais, sendo acusado de pedofilia. Quem levantou o movimento contra ele foram os apoiadores do atual presidente da República. O Youtuber vem se posicionando contra o presidente há tempos, nas redes sociais e até no “The New York Times”. Fizeram um “post” falso usando sua imagem e nome, com uma mensagem que incita a pedofilia.
A cultura do “cancelamento” se tornou uma bússola moral para julgar as pessoas na internet, e as principais vítimas são aqueles que trabalham com a própria imagem on-line. Os famosos “influencers” digitais. A cultura do cancelamento consiste em julgar, expor e difamar as pessoas por meio das redes sociais. Duas influenciadoras digitais chegaram a perder contratos milionários por conta do “cancelamento”.
Facebook e Twitter bloqueiam contas de políticos, ativistas, blogueiros e empresários investigados pelo “inquérito das fake news”, do STF. 
Hoje, nessas observações, pude perceber como a exposição na internet pode ser uma “faca de dois gumes”. Pois, da mesma forma que ajuda a promover seu trabalho, seu nome, sua imagem, enfim, sua “marca”, essa construção toda pode desabar em questão de pouco tempo. Manchando seriamente sua reputação, te fazendo perder dinheiro, etc.
Nota-se também que a cultura do cancelamento é o novo “Código de Hamurabi”, pois existem diversos “juízes” aos postos, prontos para condenar qualquer deslize. Isto é, sem dúvida alguma, extremamente prejudicial à integridade e saúde mental dos atacados. Também é muito desonesto e hipócrita, por parte dos que atacam, cometerem tal ato. Uma vez que, humanos que somos, nesta vida – em algum momento – todos nós seremos “cancelados”.

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