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EM_V07_PORTUGUÊS LIVRO DE ATIVIDADES_PROFESSOR

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©
Shutterstock/BlueSkyIm
age
Livro do Professor
Volume 7
Livro de 
atividades
Língua Portuguesa
Rosalina Mariana Rathlew Soares
©Editora Positivo Ltda., 2017 
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) 
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
S676 Soares, Rosalina Mariana Rathlew.
 Língua portuguesa : livro de atividades : Rosalina Mariana 
Rathlew Soares. – Curitiba : Positivo, 2017.
 v. 7 : il.
 ISBN 978-85-467-1632-6 (Livro do aluno)
 ISBN 978-85-467-1585-5 (Livro do professor)
 1. Ensino médio. 2. Língua portuguesa – Estudo e ensino. 
I. Título.
CDD 373.33
13
Conto e romance: 
gêneros literários
Advérbio
Advérbio é uma palavra invariável que mo-
difica o sentido de verbo, adjetivo ou outro 
advérbio, expressando uma circunstância.
Locução adverbial é a expressão forma-
da de duas ou mais palavras com função 
de advérbio.
O advérbio pode modificar
uma palavra
O diretor agiu conscientemente. OU
toda uma frase.
Lamentavelmente a decisão do júri foi desfavorável a ele.
Classificação dos advérbios e locuções adverbiais
Os principais advérbios e locuções expressam circunstâncias de
tempo
advérbios hoje, ontem, amanhã, cedo, tarde, logo, outrora, depois, antes, etc.
locuções
à noite, às vezes, de vez em quando, de repente, de manhã, de quando em 
quando, a qualquer momento, em breve, etc.
modo
advérbios
a maior parte dos que terminam em "-mente" (calmamente, claramente, 
acintosamente e brilhantemente, etc.), bem, mal, assim, depressa, devagar, etc.
locuções
às pressas, aos poucos, às claras, às escondidas, desse jeito, à toa, à vontade, 
em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor,etc.
lugar
advérbios
aqui, ali, cá, lá, perto, longe, dentro,  adiante, fora, acolá, atrás, além, detrás, 
acima, aí, abaixo, debaixo, defronte, adentro, afora,etc.
locuções
por dentro, de longe, a distância, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao 
lado, em volta, etc.
afirmação
advérbios sim, certamente, decerto, realmente, efetivamente, deveras, etc.
locuções sem dúvida, com certeza, de fato, etc.
negação
advérbios não, absolutamente, tampouco, etc.
locuções em hipótese alguma, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
2 Volume 7
dúvida
advérbios talvez, quiçá, possivelmente, acaso, etc.
locuções quem sabe, por certo, etc.
intensidade
advérbios muito, menos, pouco, mais, bastante, demais, tão, demasiado, assaz, quão, etc.
locuções
em excesso, de todo, de muito, ainda mais, por completo, extremamente, 
intensamente, grandemente, etc.
exclusão
advérbios
apenas, somente, só, exclusivamente, salvo, senão, simplesmente, unicamente, 
etc.
locuções tão só,
inclusão advérbios ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
Grau do advérbio
Grau dos advérbios
de inferioridade:
Mora menos longe 
daqui do que eu.
Comparativo
de igualdade:
Mora tão longe 
daqui quanto eu.
de superioridade:
Mora mais longe 
daqui do que eu.
analítico:
Ficou muito perto 
de bater o 
recorde mundial.
sintético:
Ficou pertíssimo 
de bater o recorde 
mundial.
Superlativo
Modalização 
A modalização diz respeito à expressão das intenções e dos pontos de vista do enunciador. São exemplos de modalizadores adverbiais:
Isso foi realmente uma tragédia! (O locutor considera verdadeiro o conteúdo da proposição e apresenta-o como uma afirmação.)
Possivelmente haverá manifestações contrárias a essa medida. (O locutor considera o conteúdo da proposição como quase certo.)
De forma alguma, haverá demissões em massa na empresa. (O locutor considera falso o conteúdo da proposição e apresenta-o como 
uma negação.)
Felizmente ninguém saiu ferido! (O locutor expressa os sentimentos despertados pelo conteúdo proposicional.)
Eu, sinceramente, não acredito no arrependimento dele. (O locutor expressa os sentimentos por ele assumidos diante do seu interlo-
cutor em face do conteúdo proposicional.)
Língua Portuguesa 3
Atividades
1. Leia, a seguir, uma fala do artista plástico Vik Muniz, sobre a forma como ele vê a relação entre o público e museu.
“Parece que as pessoas vão ao museu não para pensar, mas, sim, para se fotografar com as obras”, 
critica. “Mas o importante é que vão ao museu”.
CARNEIRO, Mariana. Com 1ª mostra em Buenos Aires, Vik Muniz critica público de museus. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
ilustrada/2015/05/1633773-vik-muniz-abre-mostra-em-buenos-aires-e-diz-querer-que-as-pessoas-vao-aos-museus.shtml>. Acesso em: 
26 maio 2015.
a) No trecho, há uma repetição do termo “ao museu”. Substitua a segunda ocorrência por um advérbio que indique 
localização espacial, mantendo o sentido proposto pela fala do artista plástico Vik Muniz.
Como o uso da forma verbal “vão” indica distanciamento do enunciador em relação ao local a que se refere, o advérbio a ser usado 
seria lá. “Parece que as pessoas vão ao museu não para pensar, mas, sim, para se fotografar com as obras”, critica. “Mas o 
importante é que vão lá”.
b) Se Vik Muniz estivesse em um museu, substituindo-se as duas ocorrências de “ao museu” por advérbios de lugar 
diferentes, como deveria ser a sua fala? Faça as alterações necessárias.
Observe com os alunos que a mudança do posicionamento do enunciador em relação ao local de referência exije a alteração do 
verbo ir para vir. Na segunda oração, cabe também observar que o verbo deve ser flexionado no subjuntivo. Sua fala poderia ser: 
“Parece que as pessoas vêm aqui (ou vêm cá ou para cá) não para pensar, mas, sim, para se fotografar com as obras”, critica. 
“Mas o importante é que venham aqui (ou vnham para cá).
2. Conforme o contexto em que se insere, a palavra bem pode assumir diferentes significados. Em qual alternativa essa 
palavra expressa uma circunstância de modo?
a) A cultura é um bem incomparável.
b) Bem! Isso certamente trará consequências para nós.
c) Fazer o bem sem olhar a quem.
X d) Você conhece o provérbio “Quem cuida bem sempre tem.”?
e) É uma pessoa do bem!
3. Muitos advérbios podem ser substituídos por uma locução adverbial de sentido equivalente. Quais são as locuções 
adverbiais correspondentes aos advérbios destacados nas frases a seguir?
a) As pessoas aceitaram prazerosamente o convite para o evento beneficente. 
Com prazer.
b) Falou enfaticamente para que todos prestassem atenção.
Com ênfase.
c) O rapaz reagiu furiosamente aos insultos.
Com fúria.
4 Volume 7
d) Certamente, a festa será um sucesso!
Com certeza.
e) Os idosos devem ser atendidos prioritariamente.
Com prioridade.
f) Deixou a sala apressadamente.
Às pressas.
g) Indubitavelmente essa decisão foi desastrosa!
Sem dúvida.
h) A emoção foi paulatinamente tomando conta do público.
Aos poucos, pouco a pouco.
4. (UFTM – MG) Leia o texto Outro você para responder à questão.
E dizem que rola um texto na internet com minha assinatura baixando o pau no “Big Brother Brasil”.
Não fui eu que escrevi.
Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou 
quatro brasileiros que nunca o acompanharam.
O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me deixou perplexo: o que, afinal, 
atraía tanto as pessoas – além do voyeurismo* natural da espécie – numa jaula de gente em exibição?
Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi, agora frequento a internet com um 
Twitter.
Aviso: não tenho tuiter, não recebo tuiter, não sei o que é tuiter.
E desautorizo qualquer frase de tuiter atribuída a mim a não ser que ela seja absolutamente genial. Brin-
cadeira, mas já fui obrigado a aceitar a autoria de mais de um texto apócrifo (e agradecer o elogio) para não 
causar desgosto, ou até revolta. Como a daquela senhora que reagiu com indignação quando eu inventei 
de dizer que um texto que ela lera não era meu:
— É sim.
— Não, eu acho que...
— É sim senhor!
Concordei que era, para não apanhar. O curioso, e o assustador, é que, emtextos de outros com sua 
assinatura e em tuiters falsos, você passa a ter uma vida paralela dentro das fronteiras infinitas da internet.
É outro você, um fantasma eletrônico com opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, sobre o qual você 
não tem nenhum controle.
— Olha, adorei o que você escreveu sobre o “Big Brother”. É isso aí!
— Não fui eu que...
— Foi sim!
* voyeurismo: forma de curiosidade mórbida com relação ao que é privativo, privado ou íntimo. 
(Luiz Fernando Veríssimo, http://oglobo.globo.com, 30.01.2011. Adaptado.)
 Explique o que o advérbio só, no trecho – O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me 
deixou perplexo: o que, afinal, atraía tanto as pessoas – além do voyeurismo natural da espécie – numa jaula de gente 
em exibição? –, revela sobre a opinião do autor acerca do programa “Big Brother Brasil”. 
O advérbio “só” enfatiza o alto grau de perplexidade experimentada por Luís Fernando Veríssimo e que o impediu de fazer qualquer 
outra reflexão crítica que não fosse indagar-se sobre a razão de tanta gente se interessar por esse tipo de espetáculo de exibicionismo 
puro.
Língua Portuguesa 5
5. Foram destacadas algumas palavras e expressões no trecho a seguir. Assinale a alternativa que indica corretamente 
os advérbios e locuções adverbiais.
“E dizem que rola um texto na internet com minha assinatura baixando o pau no “Big Brother Brasil”.
Não fui eu que escrevi.
Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou 
quatro brasileiros que nunca o acompanharam.
O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me deixou perplexo: o que, afi-
nal, atraía tanto as pessoas – além do voyeurismo natural da espécie – numa jaula de gente em exibição?
Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi, agora frequento a internet com um 
Twitter.”
a) na internet (locução adverbial de lugar); não, nunca (advérbios de negação); pouco (advérbio de intensidade); de 
passagem (advérbio de lugar); agora (advérbio de tempo)
X b) na internet, entre canais, numa jaula (locuções adverbiais de lugar); não, nunca (advérbios de negação); de passa-
gem (advérbios de modo); só (advérbio de exclusão); agora (advérbio de tempo)
c) na internet, entre canais, numa jaula (locuções adverbiais de lugar); não, nada, nunca (advérbios de negação); só 
(advérbio de exclusão); agora (advérbio de tempo)
d) na internet (locução adverbial de lugar); não, nunca (advérbios de negação); pouco (advérbio de intensidade); de 
passagem, entre canais (advérbios de modo); 
6. Releia a frase a seguir.
“Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três 
ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam.”
 Qual das frases a seguir reescreve o trecho acima da forma mais adequada, mantendo-lhe o sentido?
a) Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contrariamente, porque sou um dos três ou 
quatro brasileiros que nunca o acompanharam.
b) Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, favoravelmente ou contrariamente, porque sou um dos três 
ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam.
X c) Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, favorável ou contrariamente, porque sou um dos três ou 
quatro brasileiros que nunca o acompanharam.
d) Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil” porque sou um dos três ou quatro brasileiros, a favor ou 
contra, que nunca o acompanharam.
7. (UNEAL) Em relação à tirinha, assinale a alternativa correta. 
a) O advérbio “Onde”, presente no terceiro quadrinho, pode ser substituído por “Aonde” sem que ocorra prejuízo 
sintático ou semântico.
b) O pronome “Quem”, presente no primeiro quadrinho, é um pronome demonstrativo.
Disponível em <http://tirinhasdogarfield.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html>. Acesso em 19/12/2014.
6 Volume 7
c) O advérbio “Onde”, presente no terceiro quadrinho, indica movimento.
d) Na oração “Sou um gato da fazenda”, presente no primeiro quadrinho, o sujeito da oração não está elíptico.
X e) A expressão “de novo” pode ser substituída pelo advérbio “novamente” sem que haja prejuízo semântico.
8. É possível que um só advérbio expresse mais de uma circunstância. Qual das frases exemplifica essa afirmação?
a) Agia calmamente como se não estivesse em meio a uma crise.
X b) O menino nunca acordava tarde, pois aguardava ansioso a chegada do pai.
c) Efetivamente, este é o momento de nos mudarmos daqui.
d) Fiquei bastante comovido com aquelas cenas de miséria.
e) Terminou a refeição e, depressa, deixou a mesa.
9. O falante pode usar modalizadores com o objetivo de evidenciar que assume uma posição de dúvida diante do fato. 
Em qual das frases a seguir a palavra destacada cumpre essa função?
a) Seguramente seguiremos as recomendações médicas.
b) Você pode garantir que estes dados são absolutamente exatos?
X c) Iniciou a palestra, contando-nos um caso provavelmente real.
d) Resolveu tudo rapidamente para não se atrasar.
e) Nunca se comportou tão mal quanto hoje.
10. (UNICAMP –SP) 
 Em transmissão de um jornal noturno televisivo (RedeTV, 7/10/2008), um jornalista afirmou: 
 “Não há uma só medida que o governo possa tomar.”
a) Considerando que há duas possibilidades de interpretação do enunciado acima, construa uma paráfrase para cada 
sentido possível de modo a explicitá-los.
Paráfrase 1 – Não há medida alguma que o governo possa tomar. (ou seja, o governo não poderá tomar nenhuma medida.)
Paráfrase 2 – Há mais de uma medida que o governo possa tomar. Não há apenas uma medida que o governo possa tomar.
b) Compare o enunciado citado com: Não há uma medida que só o governo possa tomar. O termo ‘só’ tem papel 
fundamental na interpretação de um e outro enunciado. Descreva como funciona o termo em cada um dos enun-
ciados. Explique. 
Na frase, a palavra “só” relaciona-se à palavra “medida”, portanto é adjetivo e tanto poderia ser substituído por “única” quanto valer 
pelo advérbio “apenas”. Por isso, a frase pode significar que o governo não pode tomar nenhuma medida ou então que o governo 
tem a sua disposição diversas medidas. Já na frase “Não há uma medida que só o governo possa tomar”, a palavra “só” (somente, 
apenas) modifica “governo”, atuando como advérbio e exprime, restrição, exclusão, no sentido de que a medida não depende 
apenas do governo, não podendo ser tomada apenas por ele, mas podendo ser tomada por outros. Portanto, a frase: “Há medidas 
que outros, além do governo, podem tomar” seria equivalente em sentido.
Língua Portuguesa 7
11. (UNICAMP – SP) A breve tira abaixo fornece um bom exemplo de como o contexto pode afetar a interpretação e até 
mesmo a análise gramatical de uma sequência linguística.
a) Supondo que a fala da moça fosse lida fora do contexto dessa tira, como você a entenderia? 
Os homens são mentirosos. 
b) Se a fala da moça fosse considerada uma continuação da fala do rapaz, poderia ser entendida como uma única 
palavra, de derivação não prevista na língua portuguesa. Que palavra seria e o que significaria? 
“Homemente”; ‘à moda dos homens, do jeito dos homens’.
c) As duas leituras possíveis para a fala da moça não estão em contradição; ao contrário, reforçam-se. O que signifi-
cará essa fala, se fizermos simultaneamente as duas leituras?
Que é próprio / típico / natural dos homens mentir.
12. (UFGO) Leia o texto:
Menina mal amada
[...] Minha mãe, muito viúva, isolava-se em seu mundo de frustrações, 
ligada maternalmente à caçula do seu terceiro casamento. 
Eu, perna mole, pandorga, moleirona, vencendo sozinha as etapas destes primeiros tempos. Afinal, pa-
ramos no détraqué. 
Tudo isso, aumentava minha solidão e eu me fechava, circunscrita 
no meu mundo de faz de conta... [...]
CORALINA, Cora. Melhores poemas de Cora Coralina. Seleção de Darci F. Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 117. 
Fonte: O Estado de S. Paulo, 24/09/2000
8 Volume 7
 A partir do cenárioidealizado no fragmento do poema, explique o sentido que a palavra “muito” adquire no texto.
A palavra “muito” reforça os sentimentos de solidão, tristeza, frustração ocasionados pelo estado de viuvez da pesoanegm, o que pode 
estar relacionado ao fato de a mãe ter ficado viúva mais de uma vez. O “muito” serve para mostrar o quanto a mãe se entregara à 
viuvez.
13. (UERJ) As palavras classificadas como advérbios agregam noções diversas aos termos a que se ligam na frase, 
demarcando posições, relativizando ou reforçando sentidos, por exemplo. O advérbio destacado é empregado para 
relativizar o sentido da palavra a que se refere em:
X a) utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? 
b) Certamente me irão fazer falta, 
c) Afirmarei que sejam absolutamente exatas? 
d) desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram. 
14. (UECE) O texto que você lerá é um excerto retirado do primeiro parágrafo do artigo de opinião “Com um braço só”, 
escrito por J. R. Guzzo, que trata da corrupção na política.
(1) Um dos aspectos menos atraentes da personalidade humana é a tendência de muitas pessoas de só 
condenar os vícios que não praticam, ou pelos quais não se sentem atraídas. Um caloteiro que não fuma, 
não bebe e não joga, por exemplo, é frequentemente a voz que mais grita contra o cigarro, a bebida e os 
cassinos, mas fecha a boca, os ouvidos e os olhos, como (6) os três prudentes macaquinhos orientais, quan-
do o assunto é honestidade no pagamento de dívidas pessoais. É a velha história: (2) o mal está (4) sempre 
na alma dos outros. Pode até ser verdade, (5) infelizmente, quando se trata da política brasileira, em que 
continua valendo, mais do que nunca, a máxima popular do (3) “pega um, pega geral”.
Extraído do artigo ”Com um braço só”, de J.R. Guzzo. VEJA. 21/08/2013. 
 Atente para as seguintes afirmações sobre alguns dos elementos do texto.
 I. Os gramáticos modernos distinguem os advérbios frásicos (aqueles advérbios que modificam um elemento da 
frase, como em Ele correu muito.) dos advérbios extrafrásicos (aqueles que são exteriores à frase, estão no âm-
bito da enunciação, como em Ele, naturalmente, passou de primeira, não foi?). Esse segundo grupo congrega os 
advérbios avaliativos, isto é, que indicam uma avaliação do enunciador acerca do conteúdo enunciado. No texto em 
estudo, temos um advérbio frásico (ref. 4): “sempre”; e um advérbio extrafrásico (ref. 5): “infelizmente”.
 II. Na expressão “os três prudentes macaquinhos orientais” (ref. 6), o artigo definido “os” confere a “três macaquinhos 
orientais” o status de informação conhecida.
 III. O texto, embora constitua apenas um excerto do parágrafo original, apresenta a estrutura paragráfica canônica: 
tópico frasal ou introdução, desenvolvimento e conclusão.
 Está correto o que se diz em 
a) I e II apenas. 
b) II e III apenas. 
X c) I, II e III. 
d) II apenas. 
Língua Portuguesa 9
14
Resenha e sinopse: 
 
da leitura para a es
crita
Coesão por conexão
Conectivos são palavras relacionais, isto é, usadas para estabelecer relações entre palavras na oração, entre orações no período e mesmo entre 
parágrafos de um texto.
Preposição, conjunção, pronomes relativos 
 • Palavra invariável cuja função é ligar duas outras palavras entre si, estabelecendo re-
lações de sentido entre elas ou atendendo a regência de alguns verbos e nomes. Ex.: a, 
de, em, para, perante, com, contra, etc.
 • Na locução prepositiva, duas ou mais palavras apresentam valor equivalente ao de 
uma preposição. Ex.: abaixo de, à custa de, através de, de encontro a, à frente de, graças 
a, junto com, etc.
Preposição
 • Enquanto as preposições relacionam palavras, as conjunções são usadas para relacio-
nar orações em um período. Com exceção da conjunção integrante, classificam-se 
conforme os sentidos que produzem ao relacionar as orações no período. Ex.: e (adi-
tiva), mas (adversativa), pois (explicativa), portanto (conclusiva), porque (causal), se 
(condicional), conforme (conformativa), quando (temporal), embora (concessiva), etc.
 • Na locução conjuntiva, duas ou mais palavras apresentam valor equivalente ao de uma 
conjunção. Ex.: à medida que, ainda que, se bem que, visto que, etc.
l l
Conjunção
 • São usados para referir-se a um termo já citado e, ao mesmo tempo, introduzir uma 
nova oração. Podem ser invariáveis (que, quem, onde) ou variáveis (o qual , a qual, os 
quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas).
Pronomes relativos
10 Volume 7
Atividades
1. (UEMG)
Como ler bem
O bom repórter deve ser imparcial, diz a lição número 1 do jornalismo. 1Mas o bom leitor 2também tem 
sua regra de ouro. Ele deve 4sempre, 4sempre, manter a cabeça aberta. O bom leitor sabe se distanciar das 
paixões. Está sempre disposto a ouvir uma ideia nova – 5ainda que ela coloque abaixo suas ideias antigas. 
3Posto assim, ler bem parece um desafio fácil. Não é, como também não é simples ser imparcial.
SUPERINTERESSANTE, ed. nº 269, ano 23, nº 9 – Seção ESCUTA – texto adaptado 
 Constatando a presença dos elementos de COESÃO como fatores da construção de sentido no texto acima, só não 
está correta a afirmação de que 
a) o articulador mas (ref. 1), relaciona-se semanticamente com o articulador também (ref. 2), introduzindo, respec-
tivamente, ideias de contraste e inclusão, no sentido do texto. 
b) o termo posto assim (ref. 3), refere-se às atitudes recomendadas ao bom leitor, anteriormente indicadas. 
X c) a repetição do termo sempre (ref. 4), reforça a ideia de contradição entre a “lição número 1” do repórter e a “regra 
de ouro” do leitor. 
d) o articulador representado por ainda que (ref. 5), introduz o sentido de concessão, conectando as expressões “ideia 
nova” e “ideias antigas”.
 (USF – SP)
 Texto para as questões seguintes.
O PAÍS DOS PRIVILÉGIOS 
Os privilégios, de maneira geral, que em muitos outros países são encarados como exceção, no Brasil 
tendem a ser vistos como regra, em boa parte devido a crônicas desigualdades sociais que dão margem 
à sua existência e ajudam a preservá-los. Sob diferentes óticas, o debate sobre esse tema ampliou-se 
nos últimos meses a partir de integrantes de movimentos que foram às ruas pleitear passe livre nos 
ônibus e está também no centro das discussões relacionadas ao mensalão. Réus condenados no proces-
so argumentam que o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) não lhes dá chance a um outro 
grau de jurisdição, o que de fato corresponde à verdade. Omitem, porém, o aspecto de jamais terem 
se insurgido contra essa deformação até o STF começar a desfazer a sensação de impunidade histori-
camente associada a julgamentos de políticos. Este é um momento oportuno para brasileiros nas ruas 
e políticos nos gabinetes reavaliarem seriamente vantagens discutíveis concedidas a uma minoria cuja 
conta é transferida para toda a sociedade. 
Os benefícios arcados pelo conjunto dos contribuintes se apresentam sob diferentes formas. Come-
çam com aposentadorias especiais e megassalários para algumas categorias de servidores e incluem 
até mesmo o direito à meia-entrada e passe livre defendido por manifestantes nas ruas. A polêmica 
instalação de celas VIPs para abrigar políticos condenados em Brasília, rechaçada nos últimos dias 
pelos brasileiros, é um exemplo típico de até onde essas vantagens podem chegar. Sobram exemplos 
também tanto na área social quanto na econômica, onde há diferenças gritantes sob o ponto de vista 
tributário, por exemplo. 
Em muitos casos, o tratamento discricionário se mantém por falta de transparência – ou, como 
definiu o antropólogo Roberto DaMatta, em consequência da “opacidade de um sistema de governo 
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Língua Portuguesa 11
desenhado para manter os labirintos sombrios dos que se tornam aristocratas (e milionários!) pela 
política”. E isso só pode ter fim, na sua opinião, com uma diminuição na distância entre o ético e o 
legal.A redução do elevado custo dessas deformações depende de uma ampla mudança cultural que 
imponha maior transparência aos “jeitinhos” oficiais, permitindo à sociedade se manter devidamente 
inteirada sobre o custo com o qual arca para que seja dispensado a uns poucos tratamento diferente 
do concedido aos demais. 
O Brasil do carteiraço e do “sabe com quem está falando?” convive com regalias excessivas que preci-
sam ser revistas. O país não pode se conformar em continuar sendo chamado de “República da meia-
-entrada”, como o definiu o economista Marcos Lisboa num polêmico artigo publicado recentemente.
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Zero Hora, Editorial, 08 set. 2013.
2. O vocábulo onde (l. 17) tem regras bem específicas em relação ao seu uso prescrito pela norma gramatical. Nos 
últimos anos, no entanto, os falantes começaram a empregá-lo como um elemento de ligação entre orações que não 
seguem as regras tradicionais. Assinale a opção em que onde foi empregado corretamente. 
a) Os últimos resultados do censo mostraram que a população brasileira tem aumentado, onde serão necessárias 
medidas governamentais novas para a expansão das cidades. 
b) Depois de as manifestações públicas deste ano perderem seu ritmo, muitos daqueles que estavam nas ruas voltam 
à sua inércia, onde apenas reclamam sem tomar atitudes pessoais em relação aos problemas do país. 
c) Nas grandes cidades do mundo, é importante que haja planos de desenvolvimento urbano onde se beneficie a 
mobilidade da população, sobretudo em horários de tráfego intenso. 
X d) Algumas das reivindicações mais ferozes da população brasileira dizem respeito às verbas públicas utilizadas na 
construção dos estádios onde serão realizados os jogos da Copa do Mundo de 2014. 
e) Companhias de telefonia e centrais de transmissão de sinal de televisão a cabo são os serviços campeões em 
reclamações de clientes, onde se compreende o fato de haver tanta fiscalização sobre essas empresas. 
3. A seguir, são dadas possibilidades de substituição de alguns operadores coesivos do texto. Analise-as. 
 I. porém (l. 07) por portanto. 
 II. cuja (l. 10) por que. 
 III. com o qual (l. 25) por com que. 
 IV. como (l. 19) por conforme. 
 V. para que (l. 25) por a fim de que. 
 Dessas substituições, podem ser feitas, sem alteração semântica do período original ou incorreção gramatical,
a) apenas I, II e III. 
b) apenas I, III e V. 
c) apenas II e IV. 
d) apenas II, IV e V. 
X e) apenas III, IV e V.
4. Quando as preposições estabelecem relações de sentido, elas têm função nocional. Quando são usadas para atender 
à necessidade imposta pelo uso de verbos e nomes, sua função é relacional. Na frase a seguir, em “República da 
meia-entrada”, qual é a função da preposição?
“O país não pode se conformar em continuar sendo chamado de “República da meia-entrada”, como o 
definiu o economista Marcos Lisboa num polêmico artigo publicado recentemente.”
Nessa frase, a preposição “de” assume função nocional, pois estabelece relação de qualidade.
12 Volume 7
5. (ENEM) 
Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre 
línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propria-
mente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado 
do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas 
a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como 
o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES, S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.
 Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus ele-
mentos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da 
elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é: 
a) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe […]”. 
c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os 
homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper […]”.
X e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”
6. (UEMA) O texto a seguir foi transcrito integralmente da obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina 
Maria de Jesus. Leia-o com atenção e observe o mecanismo de coesão entre as frases no último parágrafo.
30 DE OUTUBRO 
(...) 
Eu comecei a fazer as contas quando levar os filhos na cidade quanto eu vou gastar de bonde. 3 filhos e 
eu, 24 cruzeiros ida e volta. Pensei no arroz a 30 o quilo.
Uma senhora chamou-me para dar-me papeis. Disse-lhe que devido ao aumento da condução a policia 
estava nas ruas. Ela ficou triste. Percebi que a noticia do aumento entristece todos. Ela disse-me: 
– Eles gastam nas eleições e depois aumentam qualquer coisa. O Auro perdeu, aumentou a carne. 
O Adhemar perdeu, aumentou as passagens. Um pouquinho de cada um, eles vão recuperando o que 
gastam. Quem paga as despesas das eleições é o povo! 
Fonte: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 9. ed. São Paulo: Ática, 2007. 
 O discurso direto, reproduzido no fragmento em destaque, é marcado por um encadeamento semântico-discursivo 
que resulta na sequência narrativa. A expressão coesiva responsável por essa sequência é 
a) “qualquer coisa”. 
b) “das eleições”. 
c) “de cada um”. 
X d) “e depois”. 
e) “o que”.
Língua Portuguesa 13
7. (UFSM – RS) 
Ele elevou à décima potência a disseminação do conhecimento. Ele nos permite viajar sem sair do 
lugar, mas, além disso, pode guardar informações por séculos. Romanos 2escreviam em tábuas, 1egíp-
cios, em papiros, 3e os maias e astecas tinham uma espécie de livro feito com casca de árvore. Mas o 
papel, desenvolvido no século 2 pelos chineses, e a prensa de Gutenberg, do século 15, foram as cria-
ções mais importantes para o surgimento do livro da forma como o temos hoje. A primeira impressão 
ocorreu em 1442. Depois que o uso da prensa se consolidou, comerciantes lançaram uma variedade 
de títulos, muitos deles originários de manuscritos antigos. Mas o boom ocorreu mesmo no século 19. 
A Revolução Industrial trouxe inovações tecnológicas para o papel, tornando-o mais barato e acessível 
às editoras. Sem esses calhamaços de folhas, provavelmente boa parte da história da humanidade teria 
se perdido.
Fonte: SUPERINTERESSANTE. As 101 maiores invenções da humanidade. Ed. Especial. 2013, p. 60. (Adaptado).
 Com relação ao emprego de recursos de coesão e de pontuação no texto, considere as afirmativas a seguir.
 I. O livro é referido, ao longo do texto, duas vezes pelo pronome “Ele” e duas vezes pelo pronome “o”.
 II. A vírgula que sucede “egípcios” (ref. 1) foi usada para indicar a elipse da palavra “escreviam” (ref. 2), evitando sua 
repetição.
 III. A vírgula que antecede “e os maias e astecas” (ref. 3) poderia ser eliminada, sem prejuízo à norma-padrão.
 Está(ão) correta(s) 
a) apenas I. 
X b) apenas II. 
c) apenas III. 
d) apenas I e II. 
e) I, II e III. 
8. (UFF – RJ )
 TEXTO I
Eu estava deitado num velho sofá amplo. 1Lá fora, a chuva caía com redobrado rigor e ventava forte-
mente. A nossa casa frágil parecia que, de um momento para outro, ia ser arrasada. Minha mãe ia e vinha 
de um quarto próximo; removia baús, arcas; cosia, futicava. Eu devaneava e ia-lhe vendo o perfil esquá-
lido, o corpo magro, premido de trabalhos, as faces cavadas com os malares salientes, tendo pela pele 
parda manchas escuras, como se fossem de fumaça entranhada. 2De quando em quando, ela lançava-me 
os seus olhos aveludados, redondos, passivamente bons, onde havia raias de temor ao encarar-me. Supus 
que adivinhava os perigos que eu tinha de passar; sofrimentose dores que a educação e inteligência, 
qualidades a mais na minha frágil consistência social, haviam de atrair fatalmente. Não sei que de raro, 
excepcional e delicado, e ao mesmo tempo perigoso, ela via em mim, para me deitar aqueles olhares de 
amor e espanto, de piedade e orgulho.
LIMA BARRETO. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro; Belo Horizonte: Livraria Garnier, 1989. p.26-27.
 TEXTO II
TEIA de aranha, galho seco da roseira,
quem sou?
Luz calçada em alpargatas de prata
14 Volume 7
rapta as flores da fronha,
quem sou?
Pássaro que mora na neblina
destila seu canto de água limpa
– longe, sozinho –
me diga quem sou.
A poesia prometida
Fui colega de faculdade, na década de 1980, do poeta Eucanaã Ferraz. Fizemos o curso de Letras na 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, e, depois, nunca mais nos encontramos pessoalmente. Duas ou 
três cartas, dois ou três e-mails. E mais nada. 
Quando leio seus poemas, a imagem e a voz de Eucanaã reaparecem bem nítidas para mim. Trinta anos 
de distância não são nada quando a palavra poética está presente. 
Esta é uma das promessas que a literatura (e a poesia em especial) cumpre: vencer tempo e espaço, rea-
presentar o ausente, renovar o momento passado, recuperar palavras e encontros. 
Toda leitura educadora é um encontro, e todo encontro é dialógico. E todo diálogo em leitura requer apren-
dizado: ver de novo e ouvir de novo. Talvez, quando os alunos se queixam da poesia, ou quando nós, profes-
sores, pouco espaço concedemos a ela em nosso dia a dia – talvez isto seja consequência de uma grande falha 
educacional. Uma falha que nos leva a só aceitar a poesia na medida em que a pudermos explicar. 
Mas a poesia não existe para ser explicada. Existe para nos ensinar a ver de novo e a ouvir de novo. Só 
isso. E isso é tudo. 
Gabriel Perissé. Revista Educação. São Paulo: Segmento, Ano 15,n° 178, fevereiro, 2012 
9. O uso do termo “Esta” no 3º parágrafo pode ser entendido como:
X a) Elemento de coesão referencial que remete para a ideia da poeticidade no texto. 
b) Expressão catafórica que faz referência às ideias propostas posteriormente. 
c) Elemento parafrástico que provoca ambiguidade no texto, constituindo uma ruptura de coesão. 
d) Termo coesivo que introduz uma justificativa para o que foi dito anteriormente. 
e) Forma vazia que pode ser substituída no texto, sem nenhuma consequência ao sentido da temática. 
ROQUETTE-PINTO, Claudia. Corola. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000. p. 67. 
 No texto I, vários recursos gramaticais são usados para garantir a progressão, a coesão e a coerência.
 Observe no texto o uso das expressões “Lá fora” (ref. 1) e “De quando em quando” (ref. 2). Em seguida:
a) Identifique a função sintática exercida por cada uma;
A expressão “lá fora” e “de quando em quando” são adjuntos adverbiais e indicam lugar e tempo, respctivamente.
b) Explique a importância dessas expressões para a progressão textual.
Tais expressões mostram a sucessão dos acontecimentos no espaço e no tempo, garantindo a progressão da narrativa.
 (UEPB ) Leia o texto e responda às questões:
Língua Portuguesa 15
10. Releia o trecho a seguir e explique a função coesiva do pronome demonstrativo “isto”.
“Talvez, quando os alunos se queixam da poesia, ou quando nós, professores, pouco espaço conce-
demos a ela em nosso dia a dia – talvez isto seja consequência de uma grande falha educacional. Uma 
falha que nos leva a só aceitar a poesia na medida em que a pudermos explicar.”
Nesse contexto, “isto” exerce função coesiva ao retomar e resumir informações já apresentadas – os alunos se queixarem da poesia ou 
os professores concederem pouco espaço a ela no dia a dia.
11. O conectivo “e” geralmente é usado para estabelecer relações de adição entre palavras ou orações, porém ele tam-
bém pode ser usado para expressar ideia de oposição, de adversidade. 
 Qual das alternativas a seguir traz um texto em que o conectivo “e” estabelece relação semântica de oposição?
X a) Fizemos o curso de Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e, depois, nunca mais nos encontramos 
pessoalmente.
b) Esta é uma das promessas que a literatura (e a poesia em especial) cumpre: vencer tempo e espaço, reapresentar 
o ausente, renovar o momento passado, recuperar palavras e encontros. 
c) Toda leitura educadora é um encontro, e todo encontro é dialógico.
d) Mas a poesia não existe para ser explicada. Existe para nos ensinar a ver de novo e a ouvir de novo. 
e) Há muitas diferenças entre ler por prazer e ler por obrigação.
12. (ENEM)
Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal — eu não fazia isso 
há muitos anos. Enquanto me escondia em poesia e ficção. 
Crônica algumas vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias 
mesmo o escritor mais escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para 
reclamar: moderna demais, antiquada demais. Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso comparti-
lhar ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você 
escreveu exatamente o que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo 
para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos 
andava meio assim: é como me botarem no colo — também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta 
no colo por leitores como na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com 
alguns textos que iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério... mesmo 
quando parece que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos 
e continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. 
 Os textos fazem uso constante de recursos que permitem a articulação entre suas partes. Quanto à construção do 
fragmento, o elemento 
X a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”. 
b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”. 
c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”. 
e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”. 
16 Volume 7
O leão e a raposa
Um leão envelhecido, 1não podendo mais procurar alimento por sua própria conta, julgou que devia 
arranjar um jeito de fazer isso. E, então, foi a uma caverna, deitou-se e se fingiu de doente. Dessa forma, 
quando recebia a visita de outros animais, ele 4os pegava e 5os comia. Depois que muitas feras 6já tinham 
morrido, uma raposa, ciente da armadilha, parou a certa distância da caverna e perguntou ao leão como 
ele estava. Como ele 2respondesse: “Mal!” e lhe 3perguntasse por que ela não entrava, disse a raposa: “Ora, 
eu entraria se não visse marcas de muitos entrando, mas de ninguém saindo”.
Esopo - escritor grego do século VI a.C. 
 Assinale a alternativa correta. 
X a) O fragmento não podendo mais procurar alimento por sua própria conta (ref. 1) apresenta a causa da decisão 
assumida pelo leão. 
b) A narrativa contém apenas discurso indireto, aquele em que o narrador faz uma paráfrase da fala dos personagens. 
c) O uso do subjuntivo em respondesse (ref. 2) e perguntasse (ref. 3) denota a mesma ideia de hipótese presente em 
“O que você faria se ganhasse na loteria?”. 
d) O pronome os (ref. 4 e 5), nas duas ocorrências, evidencia que a relação de coesão é estabelecida com elemento 
que será apresentado no texto apenas após os pronomes. 
e) A partícula já (ref. 6) denota temporalidade relacionada exatamente a um momento presente, como em “Faça isso 
já, agora mesmo!”.
14. (UEPB)
Guardião da brasilidade na América
Na primeira vez em que esteve no Brasil, o historiador Thomas Cohen não estava entendendo nada. 
Logo ao chegar, tinha um encontro com um renomado professor da históriada universidade de São Paulo. 
O professor chegou uma hora e meia atrasado e anunciou que precisava viajar em seguida. Convidou o 
jovem Cohen, então com 25 anos, para acompanhá-lo à cidade de Franca, onde passaria o fim de semana 
dando palestras. Cohen pensou que o professor fizera o convite apenas para compensá-lo pelo desencontro 
e, polidamente, recusou. “Só depois descobri que os brasileiros são assim mesmo, disponíveis, espontâ-
neos”,diz. Cohen acabou encantando-se com a informalidade dos intelectuais brasileiros, e hoje, passados 
trinta anos, entende muito do Brasil. Já visitou o país dezenas de vezes, é fluente em português, especialista 
na obra do padre Antônio Vieira (1608-1697) e guardião de uma preciosidade: a única biblioteca dedicada 
exclusivamente às coisas do Brasil e de Portugal em solo americano — a The Oliveira Lima Library. [...] 
Andre Petry. RevistaVeja São Paulo Abril. Edição 2317. Ano 46. N° 16. 17 de abril de 2013, p. 93. 
 Na primeira linha, a expressão “Na primeira vez”, pode ser entendida como um(a): 
a) Forma nominalizante que remete a argumentos da oração subsequente. 
b) Elemento não referencial, pois não faz referência a nenhum elemento do grupo nominal. 
c) Elo de coesão que remete a todo um contexto anterior. 
d) Elemento referencial que tem função localizadora. 
X e) Forma remissiva que faz referência temporal a um constituinte do universo textual. 
13. (Mackenzie – SP)
Língua Portuguesa 17
Anotações
18 Volume 7

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