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Lei de Acesso à Informação 1. Introdução A Lei 12.527/2011 foi criada para regular os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios com o fim de garantir o acesso à informação, previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição. Representa um grande avanço na defesa da publicidade, da transparência administrativa e do respeito aos administrados, que devem acessar tudo aquilo que é público, salvo as exceções apresentadas pela própria lei. Esta norma criou mecanismos que possibilitam a qualquer pessoa, natural ou jurídica, sem necessidade de justificar o porquê de querer ter acesso a informação, o recebimento de informações públicas de órgãos ou entidades. Se foi negado o acesso a uma informação pessoal, utiliza-se, para ter acesso a ela, a ação de Habeas Data. Já se o dado negado é de caráter público, via de regra, será usado o Mandado de Segurança. Aplica-se a todos os Poderes da República, inclusive aos Tribunais de Conta e Ministério Público. Além disso, as entidades privadas sem fins lucrativos também devem dar publicidade a informações referentes ao recebimento e à destinação dos recursos públicos por elas recebidos. Art. 5º XXXIII todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse – particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Art. 37 §3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: II o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, – observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; Art. 216 §2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. 2. Princípios O acesso à informação é a regra, enquanto o sigilo é exceção pela necessidade de se respeitar a publicidade, a transparência administrativa. As hipóteses de sigilo são limitadas e estão estabelecidas em lei. O requerente não precisa justificar o porquê de querer a informação nem como irá utilizá-la, não há necessidade de motivação. Além disso, o fornecimento de informações deve ser gratuito – salvo custo de reprodução e a divulgação deve ser proativa, ou seja, os governantes não devem– esperar provocação para divulgar informações de interesse geral. A Lei 12.527/2011 proporcionou também a criação de procedimentos e prazos que facilitam o acesso às informações 3. Exceções As restrições só devem ocorrer por motivo específico e prazo determinado. São exceções à regra de acesso Dados pessoais Informações relacionadas a uma determinada pessoa, respeito à vida– – privada, honra, intimidade Informações classificadas por autoridades como sigilosas, pois a sua divulgação pode colocar– em risco a segurança da sociedade ou do Estado, há a classificação da autoridade competente As informações sigilosas com base em outras leis– 4. Principais Normas Na Lei 12.527/2011, há diversas definições relevantes, especialmente no art. 4º. Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e – transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; II documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato;– III informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em – razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; IV informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável;– Segundo o art. 5º, o Estado deve garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. Além disso, o art. 7º explora a amplitude do direito ao acesso à informação garantido na lei. Segundo o art. 10, qualquer interessado pode apresentar pedido de acesso a informação, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida, sendo esse um exemplo do direito de petição garantido no art. 5º, XXXIV. Este artigo busca facilitar o processo de acesso à informação pretendida. Sendo a informação disponível, o órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato. No artigo 11, estão expostas as regras acerca da atuação do ente público caso não seja possível conceder o acesso imediato à informação. Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local – onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; II informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos – ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de – qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; Art. 10 §1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. §2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. §3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. Art. 11 §1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a – certidão; II indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou– III comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a – entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação.
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