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Contabilidade de custos

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CONTABILIDADE DE CUSTOS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ivanildo Viana Moura 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, aluno, tudo bem? Seja bem-vindo à segunda aula de Contabilidade 
de Custos. Dando sequência ao que vimos na Aula 1, nesta aula falaremos sobre 
os estoques, iniciando com os materiais, na forma de matéria-prima, e 
terminando com os métodos de avaliação destes. Para tanto, trabalharemos os 
seguintes tópicos: 
 Materiais Diretos: Conceito, definição e classificação 
 Impostos na aquisição de materiais 
 Critérios de avaliação dos materiais: o custo médio 
 Critérios de avaliação dos materiais: PEPS (FIFO) 
 Critérios de avaliação dos materiais: UEPS (LIFO) 
Aproveite a leitura e pratique os conhecimentos adquiridos resolvendo os 
exercícios. Lembre-se, a melhor maneira de aprender é praticando. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Na composição dos custos dos produtos fabricados, um dos fatores mais 
importantes é o tratamento dado aos materiais, que são os itens físicos utilizados 
no processo de fabricação. A classificação desses itens, bem como sua 
contabilização, é de suma importância para a apuração dos custos dos produtos. 
Deve-se levar em conta, também, que na aquisição de materiais a empresa 
estará incorrendo em tributos, devendo fazer uma avaliação para saber se estes 
devem ou não compor o custo dos produtos. 
Outro aspecto importante é que a contabilidade de custos é norteada pela 
legislação, e que esta última fornece leis, normas, pronunciamentos e decretos 
que visam a nortear a atividade contábil no que tange à avaliação, apuração e 
contabilização de seus estoques. Diante desse aspecto, é importante saber 
quais são os principais métodos de avaliação de estoques existentes, e quais 
deles são aceitos pela legislação e pelo fisco brasileiro. 
TEMA 1 – MATERIAIS DIRETOS 
A fabricação dos produtos é um processo de transformação de materiais 
que são requisitados diretamente dos fornecedores ou dos estoques da empresa 
 
 
3 
e encaminhados para a fábrica para processamento. O processamento se dá 
pela manipulação dos materiais com a utilização de fatores como mão de obra, 
instalações e equipamentos, além do consumo de outros recursos necessários 
ao processo de fabricação (Padoveze, 2010). Segundo o autor supracitado, os 
insumos industriais responsáveis pela formação dos estoques são: 
 Materiais consumidos no processo industrial 
 Mão de obra dos operários da indústria 
 Gastos gerais de fabricação 
 Depreciação das instalações e equipamentos industriais 
O tema da nossa aula é sobre os materiais. Mas, afinal, o que são 
materiais dentro do processo produtivo? Em contabilidade de custos, “material é 
o mais importante elemento do custo industrial” (Schier, 2013, p. 148) e constitui 
todos os componentes adquiridos prontos, utilizados no processo de produção e 
apropriados aos produtos ou serviços (Martins, 2010). Nesse sentido, 
consideram-se materiais todos os itens tangíveis adquiridos pela empresa para 
serem utilizados durante alguma fase do processo produtivo. 
De acordo com Schier (2013) os materiais podem ser classificados em 
Diretos e indiretos, sendo: 
 Materiais diretos: sua aplicação ao produto pode ser identificada de 
forma direta, não necessitando de uma base de rateio. 
 Materiais indiretos: seu consumo só pode ser medido em conjunto, 
pois não existe a possibilidade de sua determinação em cada unidade 
fabricada. 
Dado o exposto, podemos definir os materiais diretos como aqueles que 
constituem parte do produto, são itens que podem ser identificados no produto 
fabricado. Por sua vez, os materiais indiretos são aqueles usados no processo, 
mas que não constituem parte do produto, ou seja, são itens consumidos durante 
o processo de fabricação. O Quadro 1 apresenta alguns exemplos de materiais 
diretos e indiretos (considerando como exemplo uma fábrica de calçados): 
 
 
 
4 
Quadro 1 Exemplos de materiais 
MATERIAIS DIRETOS MATERIAIS INDIRETOS 
Couro Graxa 
Tecidos Água 
Pinos Cola 
Rebites Lixa 
Embalagem Material de limpeza 
 
A apuração dos custos dos materiais diretos e indiretos deve ser feita de 
forma diferente, pois, conforme já vimos na Aula 1, os materiais diretos (custos 
diretos) podem ser mensurados conforme seu consumo em cada produto ou lote 
de produto, enquanto os indiretos (custos indiretos) precisam de uma base de 
rateio para sua apropriação (Schier, 2013). Posteriormente, nas próximas aulas, 
trabalharemos com métodos de custeio, e vamos ver diferentes formas de 
alocação de custos indiretos. Nesta aula, vamos trabalhar somente com os 
custos diretos, mais especificamente, com os materiais diretos. A classificação 
dos materiais diretos segue a mesma lógica dos custos diretos. Dessa forma, 
pelo fato de serem facilmente apropriados aos produtos, quanto à sua formação, 
os custos de material direto são classificados como variáveis. Em relação à sua 
ocorrência, são classificados como diretos, sendo o custo de material o 
componente do custo total dos bens que propicia a maior precisão na sua 
apuração (Stark, 2010). 
Uma vez classificados, torna-se necessário saber o que compõe os 
materiais diretos. “Material direto (MD) é o custo de qualquer material 
diretamente identificável com o produto e que se torna parte integrante dele” 
(Crepaldi; Crepaldi, 2018, p. 41). O material direto “é constituído pelas matérias-
primas e pelas matérias secundárias que, transformadas, irão constituir o 
produto fabricado” (Schier, 2013, p. 148). Para Megliorini (2012, p. 26), os 
materiais diretos, “também chamados de matérias-primas, são os recursos que 
integram “fisicamente” as carteiras, representando a parte “visível” do custo”. No 
mesmo sentido, Silva e Garbrecht (2016, p. 87) colocam que “os materiais diretos 
representam as matérias-primas, embalagens e demais itens que são facilmente 
identificados com os produtos e, assim, podem ser apropriados diretamente a 
eles”. 
Conforme exposto pelos autores supracitados, os materiais diretos são 
componentes físicos que integram o produto e podem ser visivelmente 
 
 
5 
identificados. No entanto, esses materiais podem ser divididos em duas 
categorias (Schier, 2013): 
 Matéria-prima: material que entra em maior quantidade na fabricação 
do produto. 
 Material secundário: embora aplicado diretamente no produto, as 
quantidades aplicadas representam uma pequena parte do custo do 
material. 
A matéria-prima, por se tratar do material direto que é utilizado em maior 
quantidade na fabricação dos produtos, é o material mais importante do processo 
produtivo. De acordo com Megliorini (2012), na cadeia produtiva, o produto 
fabricado por uma empresa pode ser a matéria-prima utilizada por outra 
empresa, sendo, de um modo geral, destinado ao consumidor, que poderá 
utilizá-lo para consumo ou na fabricação de outros itens. Ainda de acordo com o 
autor supracitado, para que seja considerada como custo direto, é necessário 
quantificar o consumo de matéria-prima. De forma complementar, Stark (2010, 
p. 101) afirma que “apenas as quantidades requisitadas pela produção serão 
consideradas como custo e não a totalidade das compras efetuadas no período, 
pois podem existir quantidades em estoque no início e no final do período”. 
Nesse sentido, Martins (2010) aponta que é necessária alguma forma de controle 
para que se saiba quanto de material foi aplicado em cada produto, e coloca 
como sugestões de controles a requisição do almoxarifado, o apontamento pelo 
chefe do departamento ou apontamento por alguém do próprio sistema de 
custos. É importante ressaltar que a eficiência no processo de fabricação é 
influenciada pelo controle desses materiais, pois as variações nas quantidades 
deles vão impactar no custo final do produto. 
O ciclo desde a entrada dos materiais no almoxarifado da empresa até o 
estoque de produtos acabadosé um ponto que merece muita atenção por parte 
da contabilidade de custos, pois esse processo envolve muitos aspectos 
importantes para a apuração do custo dos produtos vendidos. A Figura 1 
apresenta esse ciclo, conforme exposto por Padoveze (2010). 
 
 
 
6 
Figura 1 Fluxo dos estoques industriais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Padoveze, 2010, p. 322. 
É importante conhecer todo esse fluxo dos estoques, pois em cada fase 
existem itens que podem impactar na contabilização dos custos dos produtos 
fabricados, que se inicia com a aquisição dos materiais, a qual incorre em 
impostos que podem compor ou não os custos dos produtos, e também existe a 
questão dos métodos de avaliação dos estoques, que é regulamentada pelo fisco 
brasileiro. Esses são os assuntos dos nossos próximos temas. 
TEMA 2 – IMPOSTOS NA AQUISIÇÃO DE MATERIAIS 
A importância da classificação dos materiais na apuração dos custos dos 
produtos é ressaltada num item que deve ser considerado quando da aquisição 
destes, seja na forma de matéria-prima para a fabricação de novos produtos, 
seja na aquisição de mercadorias para revenda. Estamos falando da incidência 
de impostos na aquisição de materiais, uma vez que o custo dos produtos 
também pode ser impactado pelos tributos, e por esse motivo é necessário 
conhecer sobre eles. Inicialmente, é preciso entender um pouco mais sobre a 
contabilização desses impostos, e um fato a ser ressaltado é a classificação 
destes em recuperáveis ou não recuperáveis. 
 
ALMOXARIFADOS 
FÁBRICA 
PRODUÇÃO EM 
ELABORAÇÃO 
PRODUTOS 
ACABADOS 
Envia materiais 
para fábrica 
Estoca materiais 
não requisitados 
(Em processo) 
Incorpora aos 
materiais; 
Mão de obra, gastos 
e depreciação 
Estoca produção 
inacabada 
Expede os 
produtos 
acabados 
(vendas) 
Estoca produtos 
acabados não vendidos 
Requisição de 
materiais 
Produção 
acabada 
Custo dos 
Produtos 
Vendidos 
 
 
7 
2.1 Classificação dos tributos 
A classificação dos tributos é uma questão muito importante em 
contabilidade de custos, pois o tributo incidente sobre a compra pode ou não 
compor o custo do produto, dependendo unicamente da sua classificação. Dessa 
forma, os tributos podem ser classificados de duas maneiras: 
 Tributos recuperáveis ou não cumulativos 
 Tributos não recuperáveis ou cumulativos 
A legislação permite que alguns impostos pagos na aquisição de materiais 
sejam compensados na venda dos produtos, o chamado “tributos a recuperar”. 
O termo “tributos a recuperar”, conforme exposto por Iudicibus et al. (2010, p. 
70), “identifica o tributo pago na aquisição de bens, embutido no preço que 
poderá ser deduzido do tributo devido sobre vendas ou prestação de serviços, 
sendo essa normalmente a única forma possível de sua recuperação”. “Nesse 
tipo de tributação, a empresa credita os tributos sobre suas compras, 
descontando seu valor dos tributos gerados pelas vendas” (Padoveze, 2014, p. 
227). Nesse sentido, Iudicibus et al. (2010, p. 681) ressaltam que “esses tributos, 
quando recuperáveis, não fazem parte do custo de aquisição dos estoques da 
compradora. Não fazem parte, também, da receita líquida da vendedora”. 
Observe que os tributos recuperáveis não podem ser classificados como 
custo, tampouco como receita, pois a empresa não estará desembolsando o 
valor pago por eles nem ganhando com a cobrança deles, funcionando ela, 
simplesmente, como uma intermediária entre o ente recolhedor e o ente pagador. 
Por outro lado, temos os tributos não recuperáveis ou cumulativos. Esses 
tributos, por não serem compensados na venda dos produtos, podem ser 
alocados a eles como parte do custo de aquisição, conforme exposto pelo CPC 
16 (R1). Diante desse aspecto, Padoveze (2014, p. 226) afirma que: 
Quando o tributo é cumulativo para a empresa, ele deve fazer parte do 
custo para fins de formação do preço de venda, pois o valor dos tributos 
dentro das compras não pode ser recuperado via tributação, devendo 
ser recuperado via preços de venda. 
Nota-se que é imprescindível conhecermos os impostos, visto que as 
empresas estão sempre realizando operações de compra e venda de 
mercadorias, e em ambos os casos ocorre a incidência de impostos. Diante 
desse aspecto, a relevância da informação da cumulatividade ou não do imposto 
 
 
8 
se dá pelo fato de ser justamente essa classificação que vai impactar no custo 
do produto. 
Pelo exposto, daremos ênfase aos dois principais tributos que incidem 
sobre a compra de mercadorias, sendo eles: 
 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 
2.2 IPI e ICMS sobre a compra de materiais 
O IPI é um tributo de competência federal e tem seu fato gerador 
caracterizado pela entrega ao comprador dos produtos adquiridos por ele, que 
foram industrializados ou equiparados a industrializados. Esse imposto é pago 
por ocasião da aquisição da matéria-prima, materiais de embalagens e outros 
itens necessários para a industrialização ou a fabricação de produtos finais 
(Bazzi, 2015). De acordo com Martins (2010), quando a empresa paga IPI na 
compra de seus materiais e tem seus produtos tributados (não é isenta desse 
imposto), ela funciona como uma intermediária entre o pagador final do imposto 
(comprador final) e o governo federal (ente arrecadador), não possuindo 
nenhuma receita pela cobrança do IPI e tampouco nenhum custo quando paga 
o encargo ao seu fornecedor. 
O ICMS “é um imposto estadual cujo saldo é evidenciado por meio de 
conta gráfica, em que, por ocasião da compra, há crédito de ICMS a ser 
compensado com o ICMS gerado pela venda de mercadorias” (Schier, 2012, p. 
83). Nesse sentido, entende-se que o ICMS é um imposto recuperável, e que o 
pagamento do imposto na aquisição de estoques (matéria-prima ou mercadorias 
para revenda) pode ser compensado quando da venda destes, seja na forma de 
produto acabado (no caso da indústria, quando transformou a matéria-prima em 
outro produto) ou da própria mercadoria conforme adquirida (no caso do 
comércio, que compra para revender). De acordo com Martins (2010), o ICMS 
tem as mesmas características que o IPI, tendo em vista que o imposto pago na 
aquisição da mercadoria pode ser recuperado quando da venda desta, não 
sendo nem receita o que ela recebe nem despesa ou custo o que ela paga, 
devendo ser contabilizado igual ao IPI. Complementarmente, Crepaldi e Crepaldi 
(2018) afirmam que “o valor do ICMS pago ao fornecedor por ocasião da compra 
corresponde a um direito da empresa (ICMS a Recuperar). O Valor do ICMS que 
 
 
9 
a empresa recebe de um cliente por ocasião da venda de mercadorias 
representa uma obrigação (ICMS a Recolher)”. 
Vamos usar um exemplo para visualizar a contabilização do IPI e ICMS 
sobre a compra de mercadorias. 
A CIA Mandirituba é uma indústria de calçados e, no dia 02/05/20X8, 
adquiriu matéria-prima da Indústria de Curtumes Boi Bandido, tendo negociado 
o pagamento para 30, 60 e 90 dias, conforme demonstrado na nota fiscal: 
Figura 2 Nota fiscal de compra 
INDÚSTRIA DE CURTUMES BOI 
BANDIDO 
DANFE CONTROLE DO FISCO 
Nº 
 
CURITIBA - PR CENTRO 12345 
CÓDIGO 
DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS / 
SERVIÇOS 
QUANT. 
VALOR 
UN. 
VALOR TOTAL 
300300 COURO INDUSTRIALIZADO 200 100,00 20.000,00 
BASE CÁLCULO 
ICMS 
VALOR ICMS VALOR IPI 
ALÍQUOTA 
ICMS 
ALÍQUOTA 
IPI 
VALOR TOTAL 
DA NOTA 
20.000,00 3.600,00 2.000,00 18% 10% 22.000,00 
Com base na nota fiscal, vamos fazer a contabilização da compra, 
considerando que esses tributos são recuperáveis. O preenchimento do nosso 
livro diário fica dessa forma: 
Data: 02/05/20X8 
Débito: Estoque de matéria-prima R$ 16.400,00 
Débito: ICMS a recuperar R$ 3.600,00 
Débito: IPI a recuperar R$ 2.000,00 
Crédito: Fornecedores R$ 22.000,00 
Histórico: Aquisição de matéria-prima do fornecedor Indústria de Curtumes Boi Bandido 
conforme NF 12345. 
Note que na contabilizaçãotemos três débitos e apenas um crédito. Isso 
acontece em razão de os tributos serem recuperáveis, e por isso eles são 
contabilizados no ativo em contas específicas, sendo o estoque de matéria-prima 
contabilizado pelo seu valor líquido, livre dos tributos. Conforme exposto por 
Crepaldi e Crepaldi (2018), “os impostos compensáveis/recuperáveis são 
registrados em contas representativas de direitos realizáveis”, ou seja, supõe-se 
que a empresa vai recuperar esses valores pagos na compra, futuramente, 
quando da venda dos produtos acabados. Nesse sentido, o estoque líquido de 
matéria-prima adquirido foi de R$ 16.400,00 (R$ 20.000,00 – R$ 3.600,00). 
Nesse cálculo, descontamos o valor do ICMS, pois esse tributo é calculado por 
dentro. Pelo fato de a compra ter sido realizada com pagamento negociado para 
30, 60 e 90 dias, sabemos que a empresa adquiriu uma obrigação para com 
10 
terceiros, ou seja, ela deve para quem lhe vendeu a mercadoria. Por conta disso, 
o crédito é realizado na conta fornecedores.
Agora, seguindo o mesmo exemplo, suponha que, com a matéria-prima 
adquirida, a empresa tenha elaborado produtos e estes tenham sido vendidos 
em sua totalidade por R$ 41.000,00 a prazo. Consideremos também que a 
alíquota do ICMS é de 18% e o IPI incidente é de 10%. Vamos ver como fica a 
contabilização. 
Data: 30/05/20X8 
Débito: Clientes R$ 45.100,00 
Receitas: R$ 45.100,00 
Histórico: Venda de produtos conforme NF 456789. 
Data: 30/05/20X8 
Débito: Custo dos produtos vendidos R$ 16.400,00 
Crédito: Estoques R$ 16.400,00 
Histórico: Baixa no estoque por venda conforme NF 456789. 
Data: 30/05/20X8 
Débito: ICMS sobre vendas R$ 7.380,00 
Crédito: ICMS a recolher R$ 7.380,00 
Histórico: Apuração do ICMS sobre venda conforme NF 456789. 
Data: 30/05/20X8 
Débito: IPI sobre vendas R$ 4.100,00 
Crédito: IPI a recolher R$ 4.100,00 
Histórico: Apuração do IPI sobre venda conforme NF 456789. 
Os tributos incidentes sobre a venda serão recolhidos ao fisco 
posteriormente, mas lembramos que são recuperáveis, dessa forma, o valor 
pago na aquisição da matéria-prima poderá ser recuperado na venda dos 
produtos. Diante desse aspecto, a empresa somente vai fazer o recolhimento da 
diferença entre o que tem a pagar na venda e o que já foi pago na aquisição. A 
contabilização fica da seguinte forma: 
Débito: ICMS a recolher R$ 7.380,00 
Crédito: ICMS a recuperar R$ 3.600,00 
Crédito: Caixa R$ 3.780,00 
Débito: IPI a recolher R$ 4.100,00 
Crédito: IPI a recuperar R$ 2.000,00 
Crédito: Caixa R$ 2.100,00 
 
 
11 
Perceba que, embora a empresa tenha tirado dinheiro do caixa para 
realizar o pagamento dos impostos, esses valores já serão cobrados na nota 
fiscal, ficando o comprador como o real pagador desses tributos, e a empresa 
funcionando como simples intermediária entre o seu cliente e o governo. Por 
esse motivo, esses impostos não podem ser considerados nem como custo, na 
aquisição da matéria-prima, nem como receita, na venda dos produtos. 
TEMA 3 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS: O CUSTO MÉDIO 
A aquisição de materiais pelas empresas é realizada de acordo com suas 
necessidades, sendo que alguns materiais são adquiridos com mais frequência, 
podendo ser comprados em diferentes datas e de diversos fornecedores, 
podendo variar os preços destes conforme cada tipo de negociação. Por conta 
disso, é possível que existam em estoques várias unidades do mesmo material 
com custos diferentes (Megliorini, 2012), sendo necessário adotar um critério de 
avaliação dos materiais para que se possam apurar os custos quando da venda 
dos produtos fabricados. 
Conforme exposto por Schier (2013, p. 103), “os métodos de avaliação de 
estoques visam, exclusivamente, separar o custo dos materiais, mercadorias e 
produtos entre o que foi consumido ou vendido e o que permaneceu em 
estoque”. Os métodos de avaliação de estoques mais conhecidos são o Custo 
Médio, o Primeiro que Entra Primeiro que Sai (PEPS) e o Último que Entra 
Primeiro que Sai (UEPS). 
De acordo com Martins (2010), entre os métodos de avaliação de 
estoques, no Brasil, o mais utilizado é o custo médio. Esse método não usa como 
base os custos efetivamente incorridos no processo produtivo, mas usa a média 
ponderada destes para a avaliação dos custos dos estoques, tornando mais fácil 
o processo de inventário, uma vez que a sua aplicação é mais rápida e prática 
que a dos dois outros métodos. Os custos aqui apurados dizem respeito aos 
materiais diretos utilizados na fabricação, e posteriormente vão compor os 
Custos dos Produtos Vendidos (CPV). 
O método do Custo Médio Ponderado Móvel é assim chamado porque 
realiza o controle constante dos estoques, atualizando o custo médio dos 
produtos a cada aquisição de materiais (Martins, 2010). A lógica desse método 
é que o valor de cada unidade em estoque altera-se cada vez que a empresa 
 
 
12 
compra outras unidades do mesmo produto por preço diferente (Iudicibus et al., 
2010). 
A legislação fiscal e a do imposto de renda indicam a obrigatoriedade do 
inventário periódico para fins de apuração de resultados, controle da 
movimentação do material e apuração efetiva do custo (Schier, 2013). Para um 
melhor entendimento do funcionamento do método do custo médio, vamos 
aplicá-lo num exemplo, e para tanto, visando demonstrar uma forma de 
inventário, adotamos uma ficha de controle de estoques, na qual registraremos 
as entradas, as saídas e o saldo em estoque. Segue o modelo de ficha de 
estoque adotado, representado pela Tabela 1. Em seguida, temos o exemplo de 
aplicação do método. 
Tabela 1 – Ficha de Controle de Estoque 
 
A CIA Mandirituba apresentou as seguintes movimentações de estoques 
de materiais no mês de maio: 
 Estoque inicial de 40 unidades com preço unitário de R$ 50,00. 
 Dia 02: entrada de 30 unidades por R$ 55,00 cada. 
 Dia 05: saída de 35 unidades. 
 Dia 10: entrada de 25 unidades por R$ 60,00 cada. 
 Dia 15: saída de 40 unidades. 
 Dia 18: saída de 10 unidades. 
 Dia 20: entrada de 50 unidades por R$ 54,00 cada. 
Agora, utilizando a ficha de controle de estoque, vamos fazer a apuração 
para saber qual foi o custo das vendas do período e o saldo final pelo critério do 
custo médio. Para fazer a apuração do estoque, temos que ir calculando o preço 
toda vez que acontecer algum lançamento de entrada de materiais. A nossa 
primeira informação é de que o saldo inicial do estoque era de 40 unidades com 
preço de R$ 50,00 cada, totalizando um saldo em valores monetários de R$ 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL
TOTAL
DATA
ENTRADA SAÍDA SALDO
QTD
VALOR
QTD
VALOR
QTD
VALOR
 
 
13 
2.000,00. Uma vez que houve uma entrada no dia 02/05/X8, precisamos 
atualizar o preço unitário dos produtos. Para calcular o custo médio, basta fazer 
a soma das unidades e dos totais em valores e, em seguida, dividir o valor total 
pela quantidade de unidades em estoque. O cálculo é feito da seguinte forma: 
 
 
 
Feito esse primeiro cálculo, temos o valor do custo médio unitário das 
unidades em estoque, e é esse valor que será usado para dar baixa nas 
próximas unidades que serão vendidas. Acompanhe os lançamentos na nossa 
ficha de controle de estoque, representada pela Tabela 2. 
Tabela 2 – Método do Custo médio: Movimentação 02/05/20X8 
DATA 
ENTRADA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
E. I. 40 R$ 50,00 R$ 2.000,00 
02/05/X8 30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 70 R$ 52,14 R$ 3.650,00 
 
Com isso, as 35 unidades do dia 05/05 foram baixadas pelo custo de R$ 
52,14 cada uma, totalizando R$ 1.825,00. O nosso saldo em estoque agora é de 
35 unidades com custo médio de R$ 52,14, totalizando um valor de R$ 1.825,00. 
Isso ocorre devido ao fato de termos baixado exatamente a metade do saldo em 
estoque. Perceba que na baixa do estoque o custo médio não se alterou, sendo 
que isso só vai ocorrer quando da entrada deprodutos por preços diferentes. 
Tabela 3 – Método do Custo médio: Movimentação 05/05/20X8 
DATA 
SAÍDA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
02/05/X8 70 R$ 52,14 R$ 3.650,00 
05/05/X8 35 R$ 52,14 R$ 1.825,00 35 R$ 52,14 R$ 1.825,00 
 
(R$2.000,00 + R$1.650,00)
(40 + 30)
CUSTO MÉDIO = 
R$3.650,00
70
CUSTO MÉDIO = 
CUSTO MÉDIO = 52,14R$ 
 
 
14 
Continuando o registro das transações, no dia 10/05 temos uma entrada 
de mercadorias de 25 unidades pelo custo unitário de R$ 60,00, o que totaliza 
R$ 1.500,00. Vamos fazer um novo cálculo do custo médio utilizando o saldo do 
dia 05/05 com as entradas do dia 10/05. 
 Total de unidades = 35 + 25 = 60 
 Total em valores: R$ 1.825,00 + R$ 1.500,00 = R$ 3.325,00 
 Custo médio ponderado móvel: R$ 3.325,00 / 60 = R$ 55,42 
Tabela 4 – Método do Custo médio: Movimentação 10/05/20X8 
DATA 
ENTRADA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
05/05/X8 35 R$ 52,14 R$ 1.825,00 
10/05/X8 25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 60 R$ 55,42 R$ 3.325,00 
Nos dias 15/05 e 18/05 temos duas saídas, sendo a primeira de 40 
unidades e a segunda de 10 unidades. Uma vez que o custo médio unitário não 
se altera com as saídas, mas somente com as entradas quando estas são de 
valores diferentes do saldo em estoque, então em ambas as transações os 
valores do custo unitário de saída serão os mesmos. E teremos no dia 15/05 
uma saída de 40 unidades por R$ 55,42 por unidade, totalizando R$ 2.216,80, 
ficando nosso estoque com saldo de 20 unidades com custo unitário de R$ 55,42 
e valor total de R $1.108,40. Com a saída de 10 unidades no dia 18/05, damos 
baixa em R$ 554,20 (10 unidades x custo unitário de R$ 55,42) e ficamos com o 
saldo em estoque também de 10 unidades, pelo custo unitário de R$ 55,42 
totalizando R$ 554,24. 
Tabela 5 – Método do Custo médio: Movimentação 15/05 e 18/05/20X8 
DATA 
SAÍDA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
10/05/X8 60 R$ 55,42 R$ 3.325,00 
15/05/X8 40 R$ 55,42 R$ 2.216,80 20 R$ 55,42 R$ 1.108,40 
18/05/X8 10 R$ 55,42 R$ 554,20 10 R$ 55,42 R$ 554,20 
Como última transação informada, temos no dia 20/05X8 uma entrada de 
50 peças no estoque pelo preço unitário de R$ 54,00. Assim como nas outras 
vezes, vamos fazer o cálculo do preço médio. 
 Total de unidades = 10 + 50 = 60 
 Total em valores: R$ 554,20 + R$ 2.700,00 = R$ 3.254,20 
 
 
15 
 Custo médio ponderado móvel: R$ 3.254,20 / 60 = R$ 54,24 
Tabela 6 – Ficha de controle de estoque Método do Custo Médio 
Resumidamente, a ficha de controle de estoques apresenta todas as 
transações realizadas no decorrer do mês, com seus respectivos saldos 
atualizados a cada nova transação realizada. Conforme observado, a baixa das 
mercadorias pelo custo médio ponderado móvel é dada sempre se fazendo a 
média ponderada das entradas, ou seja, cada vez que a empresa adquire 
mercadorias, o preço médio dos produtos em estoques é alterado, influenciado 
pelo preço de entrada dos novos produtos. Dessa forma, pode-se perceber que 
os valores totais de saída evidenciados por esse método somam R$ 4.596,00, 
correspondentes a 85 unidades vendidas, ao passo que o saldo total em estoque 
é de 60 unidades, que representam a soma das 10 unidades de saldo no dia 
18/05/X8 com a entrada de 50 unidades do dia 20/05/X8, totalizando R$ 3.254,20 
de saldo em estoque. 
Note também que, como estamos trabalhando com o custo médio, pode-
se apresentar o preço médio no saldo em todas as transações, visto que esse 
valor é calculado conforme as entradas de estoque. Por esse motivo, na linha da 
soma temos o preço unitário das unidades em saldo no estoque. Essa prática 
não é permitida nos outros métodos. 
TEMA 4 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS: PEPS (FIFO) 
Esse método de avaliação estabelece que as primeiras unidades que 
entram no estoque devem ser as primeiras a sair, por isso o nome Primeiro que 
Entra, Primeiro que Sai (PEPS), ou, na sua nomenclatura em inglês, First In, First 
Out (FIFO). Quando da saída de produtos, a baixa do estoque é feita sempre 
pelo custo mais antigo, o custo de aquisição das mercadorias que entraram 
primeiro, considerando-se dessa forma que são vendidas primeiro as 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL
E. I. 40 50,00R$ 2.000,00R$ 
02/05/X8 30 55,00R$ 1.650,00R$ 70 52,14R$ 3.650,00R$ 
05/05/X8 35 52,14R$ 1.825,00R$ 35 52,14R$ 1.825,00R$ 
10/05/X8 25 60,00R$ 1.500,00R$ 60 55,42R$ 3.325,00R$ 
15/05/X8 40 55,42R$ 2.216,80R$ 20 55,42R$ 1.108,40R$ 
18/05/X8 10 55,42R$ 554,20R$ 10 55,42R$ 554,20R$ 
20/05/X8 50 54,00R$ 2.700,00R$ 60 54,24R$ 3.254,20R$ 
TOTAL 105 5.850,00R$ 85 4.596,00R$ 60 54,24R$ 3.254,20R$ 
VALOR
SALDO
QTD
VALOR
ENTRADA
VALOR
QTD
DATA
SAÍDA
QTD
 
 
16 
mercadorias adquiridas antes no estoque. Relembrando o que foi explanado no 
Tema 1, sobre os controles de matéria-prima por requisições, pelo método 
PEPS, “as quantidades requisitadas são valorizadas pelo custo de aquisição 
mais antiga. Quando o saldo for esgotado, deve-se passar à aquisição seguinte, 
e assim, sucessivamente” (Megliorini, 2012, p. 32). 
De acordo com Martins (2010), a utilização desse método faz com que 
haja uma tendência de o produto ser avaliado por custo menor do que quando 
avaliado pelo custo médio, considerando que o normal é que os preços de 
aquisição cresçam. Com base nesse raciocínio de crescimento de preços, o 
custo do produto é apropriado pelo menor valor existente do material em 
estoque, fazendo com que haja uma subavaliação do custo do produto 
elaborado, e, consequentemente, um resultado maior para o exercício em que 
for vendido. Vamos aplicar o mesmo exemplo utilizado no custo médio para fazer 
a avaliação do estoque pelo método PEPS. 
A CIA Mandirituba apresentou as seguintes movimentações de estoques 
de materiais no mês de maio: 
 Estoque inicial de 40 unidades com preço unitário de R$ 50,00. 
 Dia 02: entrada de 30 unidades por R$ 55,00 cada. 
 Dia 05: saída de 35 unidades. 
 Dia 10: entrada de 25 unidades por R$ 60,00 cada. 
 Dia 15: saída de 40 unidades. 
 Dia 18: saída de 10 unidades. 
 Dia 20: entrada de 50 unidades por R$ 54,00 cada. 
Para a apuração, vamos utilizar o mesmo modelo de ficha de controle de 
estoque, com uma única diferença, pois agora vamos dar as baixas 
considerando primeiro os valores dos materiais que entraram antes. A primeira 
informação é de que o saldo inicial do estoque era de 40 unidade com preço de 
R$ 50,00 cada, totalizando um saldo em valores monetários de R$ 2.000,00. No 
dia 02/05/X8 tivemos uma entrada de 30 unidades de mercadorias no valor 
unitário de R$ 55,00 cada. Diferentemente do custo médio, no método PEPS não 
vamos juntar as unidades para calcular um valor médio, e sim mantê-las em 
registros separados por se tratar de valores diferentes. Podemos calcular o total 
de peças em estoque e o preço total dessas peças, mas não podemos calcular 
um preço médio para a baixa. Dessa forma, temos que manter os dois saldos 
registrados em separado na nossa ficha de controle, para poder fazer as baixas 
 
 
17 
de acordo com o que manda o método. Então teremos um saldo mais antigo de 
40 unidades ao valor de R$ 50,00/UN e um saldo de 30 unidades ao valor de R$ 
55,00/UN, totalizando 70 unidades em estoque com saldo total de R$ 3.650,00, 
conforme demonstrado pela Tabela 7. 
Tabela 7 – Método PEPS: Movimentação 02/05/20X8 
DATA 
ENTRADA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
E. I. 40 R$ 50,00 R$ 2.000,00 
02/05/X8 30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
40 R$ 50,00 R$ 2.000,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
70 R$ 3.650,00 
 
No dia 05/05/X8 tivemos uma venda de 35 unidades. Agora, como 
estamos fazendo uma saída, é necessário ter muita atenção, pois a baixa deve 
ser dada pelos valores mais antigos,ou seja, as primeiras mercadorias que 
entraram devem ser as primeiras a sair. Portanto, o estoque é baixado da 
seguinte forma: 
Tabela 8 – Método PEPS: Movimentação 05/05/20X8 
DATA 
SAÍDA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
02/05/X8 
40 R$ 50,00 R$ 2.000,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
70 R$ 3.650,00 
05/05/X8 35 R$ 50,00 R$ 1.750,00 
5 R$ 50,00 R$ 250,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
35 R$ 1.900,00 
 
Podemos perceber que o saldo mais antigo em estoque foi suficiente para 
atender a venda do dia 05/05/X8, e ainda ficamos com 5 unidades referentes 
àquele estoque. Dessa forma, a próxima baixa de estoque deverá iniciar com 
esse saldo. 
No dia 10/05/X8 tivemos uma entrada de 25 unidades a R$ 60,00 cada 
uma, totalizando R$ 1.500,00. Então, o nosso saldo em estoque nessa data 
passa a ser composto de 5 unidades a R$ 50,00 cada; 30 unidades a R$ 55,00 
cada; e 25 unidades a R$ 60,00 cada, totalizando 60 unidades com valor de R$ 
3.400,00, conforme exposto na Tabela 8. 
 
 
18 
Tabela 9 – Método PEPS: Movimentação 10/05/20X8 
DATA 
ENTRADA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
05/05/X8 
5 R$ 50,00 R$ 250,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
35 R$ 1.900,00 
10/05/X8 25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 
5 R$ 50,00 R$ 250,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 
60 R$ 3.400,00 
 
No dia 15/05/X8 temos uma saída de 40 unidades. Como a baixa dos 
estoques inicia pelo saldo mais antigo, iniciamos pelo saldo de 5 unidades no 
valor de R$ 50,00 unitários. A baixa do estoque mais antigo zera todo o saldo 
deste. Ainda restam 35 unidades a serem baixadas. Então, passamos para o 
próximo estoque de mercadorias mais antigas e, nessa baixa, novamente o 
estoque é zerado, e ficamos ainda com saldo a baixar de 5 unidades para fechar 
as 40 vendidas. Seguimos para o próximo saldo de estoque mais antigo. Com a 
baixa das 5 unidades, o saldo de estoque fica com um total de 20 unidades ao 
preço unitário de R$ 60,00, totalizando R$ 1.200,00. 
No dia 18/05/X8 temos uma saída de 10 unidades. Nesse momento, 
temos em estoque somente o saldo de 20 unidades ao preço unitário de R$ 
60,00. Dessa forma, damos baixa em 10 unidades com total de R$ 600,00 e 
ficamos com o mesmo saldo em estoque (10 unidades x R$ 60,00 = R$ 600,00). 
Tabela 10 – Método PEPS: Movimentação dos dias 15/05 e 18/05/20X8 
DATA 
SAÍDA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
10/05/X8 
5 R$ 50,00 R$ 250,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 
60 R$ 3.400,00 
15/05/X8 
5 R$ 50,00 R$ 250,00 
20 R$ 60,00 R$ 1.200,00 30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
5 R$ 60,00 R$ 300,00 
18/05/X8 10 R$ 60,00 R$ 600,00 10 R$ 60,00 R$ 600,00 
 
No dia 20/05/20X8 a empresa adquiriu 50 unidades ao preço unitário de 
R$ 54,00. Então, nosso saldo em estoque nessa data passa a ser composto de 
 
 
19 
10 unidades a R$ 60,00 cada; mais 50 unidades a R$ 54,00 cada, totalizando 60 
unidades com valor de R$ 3.300,00. Todas as transações estão registradas na 
ficha de controle. 
Tabela 11 – Ficha de controle de estoque Método PEPS 
 
Conforme exposto na ficha, todas as saídas foram dadas pelo custo mais 
antigo, conforme determinado pelo método PEPS. Note também que todos 
saldos foram mantidos separados, justamente para não confundir na hora da 
venda, visto que os estoques mais antigos devem ser baixados primeiro. 
Pode-se observar também que, conforme exposto por Martins (2010), o 
custo apurado dos materiais requisitados por esse método foi menor que o valor 
pelo custo médio. Nesse sentido, caso os lotes produzidos fossem vendidos, se 
comparássemos os resultados por ambos os critérios, o método PEPS traria um 
maior resultado para a empresa, uma vez que os custos foram mais baixos. 
TEMA 5 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS: UEPS (LIFO) 
O próximo método a ser apresentado é o Último a Entrar e Primeiro a Sair 
(UEPS) ou no termo em inglês Last In, First Out (LIFO). De acordo com Martins 
(2010), a adoção desse método tende a reduzir o lucro contábil, uma vez que se 
faz a apropriação dos custos mais recentes aos produtos vendidos, e a tendência 
natural é que os custos de aquisição aumentem a cada período, ficando os mais 
atuais com valores mais altos, sendo que provavelmente essa seja a razão de 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL
E. I. 40 50,00R$ 2.000,00R$ 
40 50,00R$ 2.000,00R$ 
30 55,00R$ 1.650,00R$ 
70 3.650,00R$ 
5 50,00R$ 250,00R$ 
30 55,00R$ 1.650,00R$ 
35 1.900,00R$ 
5 50,00R$ 250,00R$ 
30 55,00R$ 1.650,00R$ 
25 60,00R$ 1.500,00R$ 
60 3.400,00R$ 
5 50,00R$ 250,00R$ 
30 55,00R$ 1.650,00R$ 
5 60,00R$ 300,00R$ 
18/05/X8 10 60,00R$ 600,00R$ 10 60,00R$ 600,00R$ 
10 60,00R$ 600,00R$ 
50 54,00R$ 2.700,00R$ 
60 3.300,00R$ 
SOMA 105 5.850,00R$ 85 4.550,00R$ 60 3.300,00R$ 
20/05/X8 50 54,00R$ 2.700,00R$ 
20 60,00R$ 1.200,00R$ 15/05/X8
1.750,00R$ 
10/05/X8 25 60,00R$ 1.500,00R$ 
05/05/X8 35 50,00R$ 
VALOR
02/05/X8 30 55,00R$ 1.650,00R$ 
VALOR
QTD
DATA
ENTRADA SAÍDA SALDO
QTD
VALOR
QTD
 
 
20 
esse método não ser aceito pelo imposto de renda brasileiro, provocando efeitos 
contrários ao PEPS. 
Ainda de acordo com Martins (2010), a utilização desse método leva as 
operações a um risco, visto que os estoques de materiais são avaliados por 
preços antigos, e se em algum dia houver a utilização dos estoques sem que 
haja compras adicionais, na sua apropriação os produtos serão subavaliados em 
comparação com preços recentes. Vamos utilizar o mesmo exemplo dos 
métodos anteriores para visualizar o funcionamento do UEPS. 
A CIA Mandirituba apresentou as seguintes movimentações de estoques 
de materiais no mês de maio: 
 Estoque inicial de 40 unidades com preço unitário de R$ 50,00. 
 Dia 02: entrada de 30 unidades por R$ 55,00 cada. 
 Dia 05: saída de 35 unidades. 
 Dia 10: entrada de 25 unidades por R$ 60,00 cada. 
 Dia 15: saída de 40 unidades. 
 Dia 18: saída de 10 unidades. 
 Dia 20: entrada de 50 unidades por R$ 54,00 cada. 
Como estamos trabalhando com o método UEPS, vamos dar as baixas 
considerando primeiro os valores dos materiais que entraram por último no 
estoque. Para começar a preencher a ficha de controle, temos um saldo inicial 
do estoque de 40 unidades com preço de R$ 50,00 cada, totalizando um saldo 
em valores monetários de R$ 2.000,00. A primeira transação acontece no dia 
02/05/X8, em que ocorre uma entrada de 30 unidades de mercadorias no valor 
unitário de R$ 55,00. Dessa forma, nessa data temos um saldo de 70 unidades, 
totalizando R$ 3.650,00 em estoque. 
Tabela 12 – Método UEPS: Movimentação 02/05/20X8 
DATA 
ENTRADA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
E. I. 40 R$ 50,00 R$ 2.000,00 
02/05/X8 30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
40 R$ 50,00 R$ 2.000,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
70 R$ 3.650,00 
No dia 05/05/X8 tivemos uma venda de 35 unidades. Agora, como 
estamos fazendo uma saída, é necessário ter muita atenção, pois a baixa deve 
 
 
21 
ser dada pelos valores mais recentes, ou seja, as últimas aquisições de materiais 
devem ser as primeiras a sair. Portanto, o estoque é baixado da seguinte forma: 
Tabela 13 – Método UEPS: Movimentação 05/05/20X8 
DATA 
SAÍDA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
02/05/X8 
40 R$ 50,00 R$ 2.000,00 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
70 R$ 3.650,00 
05/05/X8 
30 R$ 55,00 R$ 1.650,00 
35 R$ 50,00 R$ 1.750,00 
5 R$ 50,00 R$ 250,00 
 
Podemos perceber que o saldo mais recente em estoque não foi suficiente 
para atender a venda do dia 05/05/X8, e por isso tivemos que baixar 5 unidades 
referentes ao saldo inicial. 
Continuando as transações, no dia 10/05/X8,tivemos uma entrada de 25 
unidades a R$ 60,00 cada uma, totalizando R$ 1.500,00. Então, o nosso saldo 
em estoque nessa data passa a ser composto de 35 unidades a R$ 50,00 cada 
e 25 unidades a R$ 60,00 cada, totalizando 60 unidades com valor de R$ 
3.250,00. 
Tabela 14 – Método UEPS: Movimentação 10/05/20X8 
DATA 
ENTRADA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
05/05/X8 35 R$ 50,00 R$ 1.750,00 
10/05/X8 25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 
35 R$ 50,00 R$ 1.750,00 
25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 
60 R$ 3.250,00 
 
No dia 15/05/X8 temos uma saída de 40 unidades. Como a baixa dos 
estoques inicia pelo saldo mais recente, iniciamos pelas 25 unidades no valor de 
R$ 60,00 cada. A baixa do estoque mais recente zera todo o saldo. Ainda restam 
15 unidades a serem baixadas. Então, passamos para o próximo estoque de 
mercadorias mais recentes e baixamos 15 unidades deste. Dessa forma, ficamos 
com 20 unidades em estoque com valor total de R$ 1.000,00. No dia 18/05/X8 
temos uma saída de 10 unidades. Nesse momento, temos em estoque somente 
o saldo de 20 unidade ao preço de R$ 50,00 unitário. Com a baixa em 10 
 
 
22 
unidades ficamos com o mesmo saldo em estoque (10 unidades x R$ 50,00 = 
R$ 500,00). 
Tabela 15 – Método UEPS: Movimentação dos dias 15/05 e 18/05/20X8 
DATA 
SAÍDA SALDO 
QTD 
VALOR 
QTD 
VALOR 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL 
10/05/X8 
35 R$ 50,00 R$ 1.750,00 
25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 
60 R$ 3.250,00 
15/05/X8 
25 R$ 60,00 R$ 1.500,00 
20 R$ 50,00 R$ 1.000,00 
15 R$ 50,00 R$ 750,00 
18/05/X8 10 R$ 50,00 R$ 500,00 10 R$ 50,00 R$ 500,00 
No dia 20/05/20X8 a empresa adquiriu 50 unidades ao preço unitário de 
R$ 54,00. Então, o nosso saldo em estoque nessa data passa a ser composto 
de 10 unidades a R$ 50,00 cada; mais 50 unidades a R$ 54,00 cada, totalizando 
60 unidades com valor de R$ 3.200,00. 
Vamos observar o resultado visualizando a ficha de controle completa, 
exposta na Tabela 16. 
Tabela 16 – Ficha de controle de estoque Método PEPS 
 
Após a apuração dos estoques, utilizando cada método específico, 
chegamos à resultados diferentes. Os efeitos dos diferentes métodos, podem ser 
visualizados na Tabela 17. 
UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL UNITÁRIO TOTAL
E. I. 40 50,00R$ 2.000,00R$ 
40 50,00R$ 2.000,00R$ 
30 55,00R$ 1.650,00R$ 
70 3.650,00R$ 
30 55,00R$ 1.650,00R$ 
5 50,00R$ 250,00R$ 
35 50,00R$ 1.750,00R$ 
25 60,00R$ 1.500,00R$ 
60 3.250,00R$ 
25 60,00R$ 1.500,00R$ 
15 50,00R$ 750,00R$ 
18/05/X8 10 50,00R$ 500,00R$ 10 50,00R$ 500,00R$ 
10 50,00R$ 500,00R$ 
50 54,00R$ 2.700,00R$ 
60 3.200,00R$ 
SOMA 105 5.850,00R$ 85 4.650,00R$ 60 3.200,00R$ 
DATA
ENTRADA SAÍDA SALDO
QTD
VALOR
QTD
VALOR
QTD
VALOR
05/05/X8
02/05/X8 30 55,00R$ 1.650,00R$ 
20/05/X8 50 54,00R$ 2.700,00R$ 
15/05/X8
10/05/X8 25 60,00R$ 1.500,00R$ 
35 50,00R$ 1.750,00R$ 
50,00R$ 1.000,00R$ 20
 
 
23 
Tabela 17 – Comparação entre os resultados dos diferentes métodos de 
avaliação de estoques 
 
Conforme exposto na Tabela 17, pode-se observar que, embora as 
quantidades de entrada, saída e saldo sejam iguais em todos os métodos, os 
valores totais são diferentes para a saída, e consequentemente também diferem 
no saldo. Observa-se o que foi colocado por Martins (2010), ao mencionar que 
o método PEPS faz com que haja uma tendência de o produto ser avaliado por 
custo menor do que quando avaliado pelo custo médio, ou pelo método UEPS, 
uma vez que o valor total das saídas de materiais foi de R$ 4.596,00 para o custo 
médio contra R$ 4.550,00 para o método PEPS e R$ 4.650,00 para o método 
UEPS, tendo este último evidenciado o maior custo para o total de produtos 
vendidos. 
Para perceber o efeito do uso de cada método no resultado da empresa, 
vamos considerar que os lotes de produtos foram vendidos pelo preço total de 
R$ 10.000,00 e que não existem outros custos incorridos no processo. Vamos 
ver qual o lucro do período de acordo com cada método, conforme apresentado 
pela Tabela 18: 
Tabela 18 – Simulação de Resultado 
MÉTODO CUSTO MÉDIO PEPS UEPS 
VENDAS R$ 10.000,00 R$ 10.000,00 R$ 10.000,00 
CPV R$ 4.596,00 R$ 4.550,00 R$ 4.650,00 
LUCRO BRUTO R$5.404,00 R$ 5.450,00 R$ 5.350,00 
 
Conforme visualizado na Tabela 18, o método que apresenta menor lucro 
é o UEPS, justamente pelo fato de apresentar o maior custo do período. Esse 
resultado vem ao encontro do que foi exposto por Martins (2010) ao mencionar 
que a adoção desse método tende a reduzir o lucro contábil, pois provoca efeitos 
contrários ao PEPS. Ainda conforme o autor, a explicação para isso decorre do 
fato de que por esse método a apropriação dos custos é feita pelas aquisições 
mais recentes, e a tendência natural é que os valores de aquisição aumentem a 
cada período, ficando os mais atuais com valores mais altos, e provavelmente 
TOTAL TOTAL TOTAL
CUSTO MÉDIO 105 5.850,00R$ 85 4.596,00R$ 60 3.254,20R$ 
PEPS 105 5.850,00R$ 85 4.550,00R$ 60 3.300,00R$ 
UEPS 105 5.850,00R$ 85 4.650,00R$ 60 3.200,00R$ 
MÉTODO
ENTRADA
QTD
VALOR
QTD
VALOR
QTD
VALOR
SAÍDA SALDO
 
 
24 
talvez seja essa a razão para esse método não ser aceito pelo imposto de renda 
brasileiro. 
TROCANDO IDEIAS 
Você já parou para pensar que o material que uma empresa fabrica pode 
ser a matéria-prima de outra empresa? Já observou que quando uma empresa 
vende sua mercadoria ela está vendendo seu produto final, mas, muitas vezes, 
esse produto será colocado em processo de fabricação dentro de outra empresa, 
para se transformar em outro item, que, por sua vez, pode acabar sendo 
comprado por outra empresa e entrar no processo de fabricação de outro 
produto? Esse ciclo é contínuo e dificilmente se encerra, principalmente na 
atualidade, em que falamos tanto em sustentabilidade e reaproveitamento, e a 
tendência é de que, cada vez mais, os materiais recicláveis voltem para as 
fábricas e se transformem em outros produtos. Dessa forma, conhecer sobre 
materiais, matéria-prima e processos produtivos não é somente uma 
necessidade do profissional da área de custos, mas é uma necessidade de 
praticamente todas as áreas, visto que a tendência é de que as empresas 
busquem cada vez mais reaproveitar os materiais recicláveis, diminuindo, assim, 
a exploração ambiental, e nesse ínterim o papel do profissional de custos será 
aprimorar as práticas, viabilizando os processos e desenvolvendo técnicas que 
possibilitem o máximo de aproveitamento desses recursos. 
Diante do exposto, é comum vermos cada vez mais campanhas de 
conscientização para separação do lixo, visando principalmente à reciclagem. 
Imagine você que, para uma empresa, muitas vezes usar produtos reciclados 
como matéria-prima pode ser muito mais vantajoso do que comprar produto novo 
ou mesmo explorar o meio ambiente. Nesse sentido, pense no seu cotidiano, no 
seu dia a dia. Você conhece alguma empresa que pratica ações sustentáveis e 
que lucram com isso? Imagine as grandes empresas brasileiras e pense, será 
que práticas sustentáveis podem de alguma forma contribuir para o crescimento 
da empresa no sentido de reduzir custos e aumentar a eficiência no processo 
produtivo? 
 
 
25 
NA PRÁTICA 
Questão 01. Classifique os materiais a seguir em diretos e indiretos, 
considerando o contexto de uma fábrica de móveis. 
MATERIAL CLASSIFICAÇÃO 
Pregos 
Lixas 
Cola 
Dobradiças 
Madeira 
MDF 
Puxador 
Parafusos 
Corrediças 
 
Questão 02. A CIA Parthenon apresentou as seguintes movimentações 
de seus estoques num determinado período: 
 Estoque inicial de 120 unidades com preço unitário de R$ 125,00. 
 Dia 03: entrada de 90 unidades por R$ 140,00 cada. 
 Dia 06: saída de 105 unidades. 
 Dia 12: entrada de 75 unidades por R$ 150,00 cada. 
 Dia 18: saída de 120 unidades. 
 Dia 22: saída de 30 unidades. 
 Dia 30: entradade 150 unidades por R$ 155,00 cada. 
Faça a apuração dos estoques utilizando os três métodos aprendidos. Em 
seguida, compare o CPV dos três e diga qual método apresentou o valor mais 
baixo. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao final de mais uma aula sobre contabilidade de custos. No 
decorrer dos temas apresentados, percebemos o quão importante é o 
conhecimento do profissional da área de custos sobre os materiais, bem como o 
processo produtivo como um todo. Foi possível fazer um entendimento sobre o 
que são materiais, como eles se classificam e o mais importante: a distinção 
entre matéria-prima e os demais materiais utilizados no processo produtivo. 
Outro ponto importante que foi trabalhado é a incidência dos tributos nas 
operações com materiais. Conforme estudado, os tributos podem ou não compor 
os custos dos produtos fabricados, sendo que é necessário saber a classificação 
destes, de acordo com o regime tributário da empresa e outras questões legais, 
 
 
26 
pois somente poderá ser considerado custo o tributo pago na operação de 
entrada e não recuperável na operação de saída, de modo que a empresa tenha 
que recuperar os valores via preço de venda. 
Em relação à movimentação desses materiais dentro do processo 
produtivo, destacamos um item primordial para as operações da empresa, que 
é a questão do critério de avaliação destes. Conforme estudamos nos temas 3, 
4 e 5, os três principais métodos de avaliação dos estoques existentes são a 
média ponderada móvel, PEPS e UEPS, e os resultados podem ser diferentes 
em cada método utilizado, sendo que no Brasil o método UEPS não é permitido. 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
ÁVILA, C. A. de. Gestão contábil para contadores e não contadores. Curitiba: 
Intersaberes Dialógica, 2012. 
BAZZI, S. Gestão Tributária. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: 
Atlas, 2018. 
FERREIRA, J. A. S. Contabilidade de custos. 3. reimp. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2010. 
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de 
Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2012. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de 
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PADOVEZE, C. L.; MARTINS, M. A. M. Contabilidade e gestão para micro e 
pequenas empresas. Curitiba: Intersaberes Dialógica, 2014. 
SCHIER, C. U. da C. Gestão de custos. 1. ed. Curitiba: Intersaberes Dialógica, 
2013. 
SILVA, E. J.; GARBRECHT, G. T. Custos empresariais: uma visão sistêmica 
do processo de gestão de uma empresa. Curitiba: Intersaberes Dialógica, 
2016.

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