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SANEAMENTO: RESÍDUOS SÓLIDOS E CONTROLE DE VETORES

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MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - INTRODUÇÃO 
 Resíduo x Lixo 
A diferença básica é que resíduo é a sobra ou resto de algum processo produtivo ou de consumo que, 
passando por tratamentos específicos, tem valor e pode ser reutilizado ou reciclado. O resíduo também 
pode ser tratado como lixo. Reflete como nos relacionamos com o que sobrou do processo de produção ou 
consumo. 
 
 Relatividade do termo resíduo: o que é considerado inútil para alguns, pode ter serventia para outros, 
dependendo do tratamento recebido. 
 
 Reciclagem: o lixo orgânico e inorgânico é reaproveitado, contribuindo para a redução da poluição do meio 
ambiente. 
 
 Futuro: 3R’s (reduzir, reutilizar e reciclar), mas é impossível ter resíduos 0. 
 
 Brasil: 360-390kg de resíduos/pessoa/ano  A produção não é diferente em outros países, porém, a 
destinação dos resíduos sim. 
 
 Resíduos do serviço de saúde possuem destinação específica (incineração  processo mais fácil e barato), 
devido ao maior poder contaminante. 
 
 Lixões (vazadores a céu aberto) foram proibidos e todos os resíduos sólidos, seja do serviço de saúde ou 
urbanos, devem ser enviados para aterros sanitários, porém, há limitações financeiras nos municípios para 
criação dos mesmos. 
*A duração dos aterros sanitários está relacionada a quantidade de processos realizados nos mesmos. 
 
 Geralmente, os resíduos de construção civil são descartados na beira de estradas. 
 
 O lixo passa por análise gravimétrica, que serve para que o serviço de coleta realize um planejamento das 
coletas a partir do peso/quantidade de partículas descartado em cada localidade. 
 
 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 
Resíduos nos estados sólido ou semissólido, originários de atividades domésticas em residências urbanas 
(resíduos domiciliares) e os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços 
de limpeza urbana (resíduos de limpeza urbana). 
*Atividades domésticas, comerciais, industriais e agrícolas: resíduos causam problemas ambientais e de saúde pública. 
 
PROBLEMAS GERADOS PELO LIXO 
Social, econômico, ambiental e de saúde pública. 
 Poluição do ar, água e solo; 
 Proliferação de vetores (roedores, baratas, formigas, moscas, mosquitos); 
 Presença de animais; 
 Degradação humana. 
 
A destinação incorreta de resíduos gera prejuízos, como: 
 Gastos maiores do SUS com doenças; 
 Chorume: substância resultante do processo de degradação e solubilização de resíduos  Pode contaminar 
lençóis freáticos, mananciais de água e até mesmo pessoas (quando em contato com a pele) devido a presença 
de metais pesados e outras substâncias; 
*Nos aterros sanitários, há impermeabilização do solo, para que esse material não contamine o solo e reservatórios 
de água. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS 
Ciência do lixo 
Estudo das características qualitativas e quantitativas dos resíduos produzidos diariamente, o que é fundamental para 
determinar a forma de acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final. 
 
 Origem: 
 Resíduos domiciliares; 
 Resíduos de limpeza urbana; 
 Resíduos sólidos urbanos; 
 Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços – dependendo da característica, podem ser 
considerados resíduos sólidos urbanos; 
 Resíduos de serviços públicos de saneamento básico; 
 Resíduos industriais; 
 Resíduos de serviços de saúde; 
 Resíduos da construção civil. 
 
 Periculosidade: 
RESÍDUOS PERIGOSOS: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade apresentam 
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; 
RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS: aqueles não enquadrados na alínea "a". 
- Resíduo Inerte: nenhum de seus constituintes são solubilizados em concentrações superiores aos padrões de 
potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. 
- Não inerte (biodegradável): combustibilidade ou solubilidade em água 
 
 Produção per capita: 
Quantidade de lixo/habitante/tempo. 
Importância: 
Planejamento do sistema de gerenciamento do lixo; 
Dimensionamento de instalações e equipamentos. 
 
 Peso específico aparente do lixo 
É o peso do lixo solto, sem descontar os vazios. 
Importância: 
Dimensionamento da frota de veículos coletores, de estações de destinação final e de recursos humanos. 
 
 Composição gravimétrica 
Composição % das frações, tais como papel, papelão, madeira, trapo, couro, plástico duro ou mole, matéria orgânica, 
metal ferroso, metal não ferroso, vidro, borracha, etc. 
Importância: 
Avaliar o potencial de reciclagem e reutilização de determinada área. 
*Os centros urbanos possuem maior potencial, devido a presença de mais lojas e comércios que produzem mais caixas, 
embalagens, etc. 
 
 Teor de umidade 
Água contida na massa de lixo; 
Pode variar de acordo com a estação do ano (chuvas); 
Influencia no poder calorífico e na decomposição de materiais biodegradáveis. 
Importância: 
Escolha de tecnologias de tratamento e aquisição dos equipamentos de coleta. 
 
 Poder calorífico 
Capacidade de combustão. 
Importância: 
Dimensionamento das instalações de todos os processos de tratamento térmico (incineração). 
*Para determinados resíduos, a incineração não é indicada, devido a liberação de gases tóxicos no processo. 
 
 Composição química 
Análise de elementos químicos: N, P, K, S, C, relação C/N, pH e sólidos voláteis. 
Importância: 
Indicar a forma mais adequada de tratamento e disposição. 
 
 Relação C:N 
Determinação da quantidade de materiais ricos em C (por exemplo, papel, madeira, serragem) e N (por exemplo, 
fezes); 
Indicativo de degradabilidade; 
Importância: 
Qualidade para uso em compostagem. 
 
 Teor de matéria orgânica 
Determinação de matéria orgânica putrescível e não putrescível no lixo. 
Importância: 
Qualidade para uso em compostagem. 
 
 
 
O QUE FAZER COM OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS? 
Processos de tratamento: incineração/queima, reciclagem, triagem, compostagem, pirólise, etc; 
Tratamentos que visam reduzir o volume, infectividade e toxicidade dos resíduos. 
 
Fatores a serem considerados: questões sociais, ambientais e econômicas. 
 
*PNRS: determinou a instalação de aterros sanitários em todos os municípios  Pode inviabilizar alguns processos de 
tratamento a depender do país onde é instalada. 
 
*No Brasil, existem de 800 mil a 1 milhão de catadores de lixo. Alguns tratamentos inviabilizam a ação dessas pessoas, 
afetando-os de forma econômica, gerando impacto social. 
 
O que sobra dos processos de tratamento e não pode ser reciclado ou reutilizado é considerado rejeito (fraldas, 
absorventes, preservativos) e vai para os aterros sanitários. 
 
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
Instituída pela Lei 12.305/2010; 
Instrumentos para o enfrentamento dos principais problemas ambientais, econômicos e sociais gerados pelos resíduos 
sólidos no Brasil; 
Prevenção e redução da geração de resíduos sólidos: 
 Práticas de hábitos de consumo sustentável – minimizar a geração de resíduos com novos processos 
produtivos; 
 Aumento da reciclagem e reutilização; 
 Destinação adequada da parte não aproveitada dos resíduos (rejeitos). 
 
 Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos 
Conjunto de atribuições individualizadas para fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores 
e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos com o objetivo de minimizar o 
volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados e reduzir os impactos causados à saúde humana e a qualidade 
ambiental. 
 
 Logística Reversa 
Ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, 
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente 
adequada. 
Sistemas implantados: pilha alcalina,pneus, embalagens de agrotóxicos (pouco exigida na área de MV, mas os 
carrapaticidas, etc devem entrar), óleo lubrificante usado ou contaminado e embalagens plásticas de óleos lubrificantes. 
 
 Lei 12.305/2010 PNRS Art. 9º 
Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: 
1. Não geração 
 Obrigada todos os gerados de resíduos sólidos a gerenciar seus resíduos de forma adequada; 
 Deve ser aplicada de maneira equilibrada para não tirar a viabilidade econômica dos empreendimentos 
existentes causando desemprego; 
 Exemplos: indústria da madeira pode utilizar os resíduos do processamento (serragem) para produção de 
energia ou de móveis. 
 
2. Redução 
 Esgotadas as metodologias de não geração, devemos aplicar técnicas para redução da produção de resíduos; 
 Exemplos: e-mail x fax; documentos eletrônicos x documentos em papel; livros eletrônicos; smartphones; sites 
de notícias x jornais. 
 
3. Reutilização 
 Para que resíduos possam ser reutilizados, os produtos devem apresentar características que permitam a 
reutilização dos mesmos sem perda significativa de sua qualidade inicial; 
 Exemplos: setor de embalagens (garrafas, sacolas e caixas). 
 
4. Reciclagem 
*3R’s: geram menos rejeitos e prolongam a vida útil dos resíduos. 
 
5. Tratamento 
 Reciclagem; 
 Compostagem; 
 Tratamento térmico. 
Tipos: 
- Tratamento mecânico: quebra, compressão, sedimentação, filtração e flotação; 
- Tratamento bioquímico: compostagem e biodigestão – para materiais orgânicos (possuem C); 
- Tratamento térmico: secagem, pirólise, incineração e plasma. 
 
6. Disposição final adequada. 
 Vazadouros a céu aberto – acabar com os lixões gera problemas sociais e econômicos devido as pessoas que 
tiram seu sustento dos locais, mesmo que em condições não indicadas; 
 Aterros controlados – lixões disfarçados; 
 Aterros sanitários – disposição final indicada no Brasil. 
 
PROCESSOS DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
 Metodologias existentes desde a reciclagem até a disposição final de rejeitos; 
 Utilização de tecnologias para: 
- Minimizar ou neutralizar os problemas gerados pelos resíduos; 
- Transformação de resíduos em um fator de geração de renda. 
 
o Reciclagem 
- Processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas 
ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos; 
- Os produtos precisam ser concebidos de forma que após serem descartados, os resíduos derivados possam ter 
destinação correta e possam ser reciclados; 
- Coleta seletiva  Reciclagem  Aumento da vida útil do aterro e conscientização. 
 
Vantagens: 
 Economia de recursos naturais – diminui a necessidade de matérias-primas; 
 Diminuição do desmatamento e melhor controle de manejo florestal; 
 Redução no consumo de energia para produção; 
 Geração de emprego e renda para a população; 
 Incentivo ao desenvolvimento social pela integração dos catadores de material reciclável ou reutilizável. 
 
Fases: 
1. Coleta seletiva 
 Coleta e triagem de materiais recicláveis; 
 Inclusão dos catadores; 
 Mobilização social e educação ambiental. 
2. Limpeza e descontaminação 
Adequações necessárias para que o material coletado e selecionado possa ser utilizado como matéria-prima. 
3. Tratamento 
Aplicação de processos mecânicos, químicos ou térmicos, quando necessários. 
4. Transformação 
Fabricação ou confecção de novo produto pelo processamento do material coletado. 
 
Coleta seletiva de lixo  Reciclagem  Aumenta vida útil do aterro 
 
o Incineração 
Um dos processos mais utilizados; 
Aterro sanitário x Incineração  Os dois possuem geração de gases tóxicos, porém, o processo de incineração 
causaria impacto social ao não permitir a reciclagem; 
 
Vantagens: 
 Redução do volume requerido para disposição em aterros – aumenta a vida útil dos mesmos; 
 Possibilidade de recuperação de energia durante a combustão que pode ser utilizada para produção de 
eletricidade; 
 Evita a emissão de metano (gás de efeito estufa) que poderia aumentar com a disposição de lixo em aterro. 
 
Desvantagens: 
 Custo elevado; 
 Libera gases e substâncias tóxicas (dioxina e furano  cancerígenos; maiores fontes: consumo de carne, pois se 
acumulam na gordura dos animais) que podem causar poluição atmosférica e gerar impacto ambiental – mesmo 
com sistemas de filtração; 
 Perda de material reciclável e reutilizável. 
 
 
 
o Plasma 
Sólido  Líquido  Gasoso  Plasma (4º estado da matéria); 
Fornecimento de energia suficiente para que a matéria chegue ao estado de plasma. 
 
Vantagens: 
 Redução rápida e elevada de volume (99%). 
 
Desvantagens: 
 Custo elevado – não é justificado de forma econômica, já que a política de tratamento passa pela redução da 
produção de resíduos e o sistema só valeria se houvesse grande volume mantido por muito tempo; 
 Gasto energético; 
 Desvantagens do processo de incineração (liberação de gases e substâncias tóxicas (dioxina e furano  
cancerígenos – maiores fontes: consumo de carne, pois se acumulam na gordura dos animais – que podem causar 
poluição atmosférica e gerar impacto ambiental, mesmo com a utilização de sistemas de filtração; e, perda de 
material reciclável e reutilizável. 
 
o Compostagem 
Decomposição biológica de materiais orgânicos, ou seja, aqueles que contém C em sua estrutura, de origem animal e 
vegetal, pela ação de MO; 
Gera composto que pode ser utilizado principalmente na forma de adubo. 
Requisitos: 
 Nutrientes: principalmente C como fonte de energia e N para síntese de proteínas, fundamentais para os MO 
presentes; 
 Balanceamento adequado de C e N melhora o desempenho da degradação biológica; 
 Mais lento e pode inclusive ser interrompido em materiais ricos em C, como palhas, serragem e resíduos de poda; 
 Mais rápido em resíduos ricos em nitrogênio, como nos resíduos orgânicos domiciliares; 
 *A relação C/N deve ser de 30:1 no início do processo. 
 
Tipos de materiais: 
- Degradação da matéria orgânica pela ação de microrganismos com diferentes metabolismos: há elevação da 
temperatura do material em decomposição, que pode variar de 40ºC até a 60ºC; 
- Celulose e materiais similares são degradados pela ação de microrganismos: as temperaturas baixam para a faixa 
de 30ºC a 45ºC, e há uma fase de maturação ou humificação (20º e 35ºC). 
 
Os resíduos sólidos urbanos apresentam boas condições para a compostagem. O equilíbrio pode ser obtido com a 
utilização de uma parte de resíduos de frutas, legumes e verduras e três partes de resíduos de poda e jardinagem. 
 
Formas: 
o Compostagem natural 
Resíduos dispostos sobre o solo em leiras com dimensões predefinidas e realização de procedimento periódico de seu 
reviramento e, eventualmente, de umidificação, até que o processo seja terminado. 
o Compostagem com aeração forçada 
Aeração forçada nas leiras, sem reviramento do material, colocando a massa a ser compostada sobre um sistema de 
tubulação perfurada pela qual se fará a aeração da pilha de resíduos. 
o Compostagem em reator 
Reator biológico fechado, que permite controlar os parâmetros sem interferência do ambiente externo. 
 
o Disposição final 
1. ATERRO SANITÁRIO 
Requisitos: 
 Vias de acesso rodoviário; 
 Solo argiloso ou areno-argiloso; 
 Disponibilidade de material para recobrimento; 
 Estar localizado fora da área de influência direta do manancial de abastecimento público; 
 Estar localizado a uma distância mínima de 1500 m de núcleos populacionais, a partir do perímetro da área; 
 Estar localizado a uma distância mínima de 500 m de residências isoladas, a partir do perímetro da área; 
 Áreas que garantam a implantação de empreendimentos com vida útil superior a 15 anos; 
 Topografia: as áreas devem ter características planas, com inclinação máxima em torno de 10%. Evitar terrenos 
em topos de morros; 
 Dimensões: devem ser coerentes com a vida útil pretendida. Com base de cálculo primária, estimar1 m² por 
tonelada de resíduo a ser aterrada por dia; 
 Proteção contra enchentes: devem ser evitadas áreas sujeitas a inundações e flutuações excessivas de lençol 
freático como as várzeas de rios, pântanos e mangues; 
 Ventos predominantes: a direção dos ventos predominantes não deve possibilitar o transporte de poeira ou maus 
odores para núcleos habitacionais; 
 Outros: 
Deve-se ainda observar: 
 As legislações pertinentes; 
 As possibilidades de fácil acesso em qualquer época do ano; 
 A menor distância possível entre a área escolhida e os geradores de resíduos. 
 
Infraestrutura básica 
- Guarita; 
- Balança; 
- Isolamento; 
- Sinalização; 
- Acessos externo e interno; 
- Iluminação; 
- Sistema de comunicação; 
- Abastecimento de água; 
- Instalações de apoio; 
- Área de disposição de resíduos; 
- Instrumentos de monitoramento. 
 
Elementos de proteção animal 
- Sistema de impermeabilização de base e laterais; 
- Sistema de recobrimento diário e cobertura final; 
- Sistema de coleta e drenagem de líquidos percolados; 
- Sistema de coleta e tratamentos dos gases; 
- Sistema de drenagem superficial; 
- Sistema de tratamento de líquidos percolados; 
*Recobrimento diário: 15-20 cm de terra; 
 Cobertura final: 60 cm. 
 
Tipos: 
Convencional ou em valas. 
 
Eficiência do aterro quanto à sua operação e ao controle ambiental 
 Controle das águas superficiais da área, por meio da coleta de amostras em pontos a montante e a jusante do 
local onde é lançado o efluente; 
 Controle das águas subterrâneas, por meio da coleta de amostras nos poços de monitoramento instalados a 
montante e a jusante do aterro sanitário; 
 Monitoramento da qualidade do chorume e do efluente tratado; 
 Caracterização dos resíduos da massa aterrada; 
 Monitoramento geotécnico do maciço do aterro; 
 Controle da saúde do pessoal envolvido na operação do aterro. 
 
Problemas: 
- Inutilização de grandes áreas em locais valorizados e próximos aos municípios; 
- Investimentos em equipamentos para operação no aterro; 
- Custo operacional para cumprir as condições mínimas obrigatórias; 
- Vida útil do aterro limitada; 
- Poluição da atmosfera pela exalação de odores fétidos num raio de vários quilômetros; 
- Riscos permanentes de poluição dos mananciais subterrâneos; 
- Necessidade de queima dos gases emanados pelos drenos constituídos principalmente pelo gás metano. 
 
Fatores que influenciam diretamente no índice de qualidade de um aterro sanitário 
1) Deficiências de ordem sanitária 
Frequentemente encontradas, são: fogo, fumaça, odor, macrovetores de doenças (cachorros, gatos, porcos, urubus, 
ratos) e microvetores (moscas, mosquitos, bactérias, fungos). 
2) Deficiência de ordem ambiental 
Poluição do ar, águas superficiais e subterrâneas, poluição do solo e prejuízos à estética e paisagem locais. 
3) Deficiências de ordem operacional 
Via de acesso intransitável nos dias de chuva, falta de controle da área, descontrole dos resíduos recebidos, falta de 
procedimentos para inspeção e pesagem, ausência de critérios de disposição. 
 
2. LIXÕES 
 Depósitos de lixo a céu aberto; 
 Não ocorre preparação prévia do solo; 
 Não há sistema de tratamento de efluentes líquidos (chorume)  Penetração no solo  Contaminação dos lençóis 
freáticos; 
 Lixo exposto atraí ratos, insetos e urubus; 
 Problemas ambientais e sociais. 
3. ATERROS CONTROLADOS (LIXÕES DISFARÇADOS) 
 Esse método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada 
de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho; 
 Produz (teoricamente) poluição localizada; 
 Não há impermeabilização de base, comprometendo a qualidade do solo e das águas subterrâneas; 
 Sem sistema de tratamento de percolado (chorume + água de infiltração) ou de extração e queima controlada 
dos gases gerados. 
 
LEI Nº 12.305/10, QUE INSTITUI A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) 
 Instrumento legal: diretrizes gerais aplicáveis aos resíduos sólidos para orientar os Estados e os Municípios na 
adequada gestão desses resíduos; 
 Prevenção e redução na geração de resíduos; 
 Hábitos de consumo sustentáveis; 
 Propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos; 
 Responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: fabricantes, importadores, distribuidores, 
comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa 
dos resíduos e embalagens pós-consumo; 
 Plano Nacional sobre mudança do clima, que era de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 
2015. 
 Disposição de resíduos sólidos em lixões é crime desde 1998, quando foi sancionada a lei de crimes ambientais 
(Lei nº 9.605/98). A lei prevê, em seu artigo 54, que causar poluição pelo lançamento de resíduos sólidos em 
desacordo com leis e regulamentos é crime ambiental: “a disposição final ambientalmente adequada dos 
rejeitos (...) deverá ser implantada em até quatro anos após a data de publicação desta lei”. 
 Extinção dos lixões até 2014, conforme a Lei nº 12.305/10, o prazo foi 2 de agosto de 2014; 
 
A lei foi adiada e até hoje ainda vemos lixões a céu aberto em vários Municípios do país! 
 
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL 
 2017 
o 78,4 milhões de toneladas gerados; 
o 71,6 milhões de toneladas coletados; 
o 59,1 milhões dispostos em aterros sanitários; 
o 29 milhões de toneladas dispostos em lixões ou aterros controlados; 
o 44.512 (94%) toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos (91% reciclados, 9% incineração). 
 
 Viçosa 
o 52 toneladas de resíduos sólidos/dia (95% AS; 5% R); 
o Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Viçosa (ACAT) e Associação dos Trabalhadores da Usina 
de Triagem e Reciclagem de Viçosa (ACAMARE). 
 
 Brasil 
o Sudeste possui a maior % de resíduos coletados; 
o Sul e Sudeste são os estados com maior % de aterros sanitários, que também é a maior considerando todos os 
estados; 
o Sul e Sudeste são os estados com maior % de coleta seletiva; 
o Os resíduos recicláveis gerados (T/dia) mudaram sua composição ao longo dos anos: a % de plástico, 
papel/papelão e alumínio diminuiu; 
o Papel/papelão possui a maior % de resíduos recicláveis recuperados em T/dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE (RSS) 
 São resíduos gerados por prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica e instituições 
de ensino e pesquisa médica relacionados tanto a população humana quanto a veterinária; 
 Não apenas os hospitais geram os resíduos do serviço de saúde, mas também lojas de tatuagem/piercing, 
universidades (devido a realização de pesquisas), etc; 
 Configuram 1% dos resíduos produzidos em uma cidade. 
 
Resolução RDC nº 222 de 28 de março de 2018 
- Regulamenta as boas práticas de gerenciamento (manejo) dos resíduos de serviços de saúde; 
- Se aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde (RSS) cujas atividades envolvam qualquer etapa do 
gerenciamento dos RSS, sejam eles públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem 
ações de ensino e pesquisa. 
 
Geradores de RSS 
 Serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; 
 Laboratórios analíticos de produtos para saúde; 
 Necrotérios, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embalsamamento (tanatopraxia e 
somatoconservação); 
 Serviços de medicina legal; 
 Drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; 
 Estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; 
 Centros de controle de zoonoses; 
 Distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para 
diagnóstico in vitro; 
 Unidades móveis de atendimento à saúde - ambulâncias; 
 Serviços de acupuntura; 
 Serviços de tatuagem, dentre outros similares. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS RSS 
 GRUPO A 
Resíduos com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou 
concentração, podemapresentar risco de infecção. 
 
o A1: culturas e estoques de MO, resíduos de fabricação de produtos fisiológicos  Basicamente materiais que 
possuem sangue ou líquidos corpóreos; 
 
o A2: carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de 
experimentação; 
 
o A3: peças anatômicas (membros) do ser humano e produto de fecundação sem sinais vitais com peso <500g, ou 
estatura menor que 25 cm, ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal 
e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares. 
 
o A4: filtros de ar e gases aspirados de área contaminadas (muitos laboratórios possuem filtros de ar); membrana 
filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes 
contendo fezes, urina e secreções, provenientes ou não de pacientes suspeitos de conter agentes; resíduos de 
tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica; 
 
o A5: órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes 
da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. 
 
 GRUPO B 
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, 
dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade, como: 
 Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contento materiais pesados; reagentes para 
laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; 
 Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); 
 Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; 
 Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; 
imunomoduladores; antirretrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e 
distribuidores de medicamentos ou apreendidos, e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos 
controlados. 
 
 
 
 Grupo C 
Enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, 
laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear a radioterapia que contenham radionuclídeos em 
quantidade superior aos limites de eliminação. 
 Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades 
superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear 
(CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista; 
*Muitos são carcinogênicos. 
 
 Grupo D 
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser 
equiparados aos resíduos domiciliares, como: 
 Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de 
paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, sobras de alimentos e do preparo de 
alimentos; resto alimentar de refeitório; resíduos provenientes das áreas administrativas; resíduos de varrição, 
flores, podas e jardins e ; resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. 
 
 Grupo E 
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, como: 
 Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, 
lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios 
de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri). 
 
RISCOS RELACIONADOS AOS RSS 
Na média, 80% dos RSS têm risco semelhante aos resíduos domésticos. 
o Risco biológico: 
Acidentes envolvendo resíduos perfurocortantes (criação da porta de entrada) com sangue ou fluidos orgânicos com a 
possível presença e concentração de agentes infectantes. Pode ocorrer tanto com os profissionais da atenção à saúde 
como os da limpeza e coleta dos resíduos, muitas vezes, com baixa resistência e sem imunização. 
 
o Risco físico: 
Exposição dos profissionais a agentes físicos como temperaturas extremas durante o abastecimento manual das 
unidades de tratamento térmico e à radiação ionizante, quando os rejeitos radioativos são mal acondicionados ou 
armazenados para decaimento. 
 
o Risco químico: 
Qualquer substância ou medicamento que possa oferecer risco: quimioterápicos (citostáticos, antineoplásicos, etc), 
amalgamadores, desinfetantes químicos (álcool, glutaraldeído, hipoclorito de sódio e ácido peracético). 
 
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOS SISTEMAS DE SAÚDE 
1. SEGREGAÇÃO 
Separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, 
biológicas, seu estado físico e os riscos envolvidos; 
Se não for feita adequadamente, aumenta muito o risco de acidentes. 
2. ACONDICIONAMENTO 
Embalagem dos resíduos, segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de 
punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de 
cada tipo de resíduo (os resíduos não devem ultrapassar 2/3 do volume dos recipientes). 
 
3. IDENTIFICAÇÃO 
Conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo 
informações do correto manejo dos RSS; 
Feita por símbolos e cores; 
 Sacos de acondicionamento, recipientes de coleta interna e externa, recipientes de transporte interno e externo, 
locais de armazenamento. 
 
4. TRANSPORTE INTERNO 
Translado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário (muitas vezes feito 
dentro da própria instalação) ou para o armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta, se o 
mesmo não for feito. 
- Diferente de acordo com o grupo de resíduos; 
- Recipientes específicos para cada grupo de resíduos; 
- Pessoal treinado – EPI. 
 Material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e 
bordas arredondados, identificação com o símbolo correspondente ao risco do resíduo neles contidos. 
 
 Acondicionamento inadequado  Comprometimento da segurança do processo  Maiores custos; 
 Recipientes inadequados ou improvisados (pouco resistentes, mal fechados ou muito pesados), 
construídos com materiais sem a devida proteção  Maiores riscos de acidentes de trabalho. 
 
5. ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO 
Guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, 
visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto 
destinado à apresentação da coleta externa. 
 
6. ARMAZENAMENTO EXTERNO 
Consiste no acondicionamento dos resíduos em abrigo, em recipientes coletores adequados, em ambiente exclusivo 
e com acesso facilitado para os veículos coletores e proteção para evitar o acesso de pessoas e/ou animais, no 
aguardo da realização da etapa de coleta externa. 
 
7. TRATAMENTO 
Pode ser feito na unidade geradora ou em estrutura externa; 
Reciclagem (plásticos, metais não ferrosos, papéis, vidro e matéria orgânica); 
 Incineração; 
 Autoclavagem; 
 Micro-ondas; 
 Pirólise; 
 Radiação gama; 
É importante que haja descaracterização dos resíduos. 
 
8. COLETA E TRANSPORTE EXTERNO 
A coleta externa consiste na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de 
tratamento ou disposição final, pela utilização de técnicas que garantam a preservação das condições de 
acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. 
 
Para a coleta de RSS do grupo A o veículo deve ter os seguintes requisitos: 
 Ter superfícies internas lisas, de cantos arredondados e de forma a facilitar a higienização; 
 Não permitir vazamentos de líquidos e ser provido de ventilaçãoadequada; 
 Sempre que a forma de carregamento for manual, a altura de carga deve ser inferior a 1,20 m; 
 Quando possuir sistema de carga e descarga, este deve operar de forma a não permitir o rompimento dos 
recipientes. 
 
9. DESTINAÇÃO FINAL 
 Valas sépticas 
Esta técnica, com a impermeabilização do solo de acordo com a norma da ABNT, é chamada de Célula Especial de 
RSS em pequenos municípios. Consiste no preenchimento de valas escavadas impermeabilizadas, com largura e 
profundidade proporcionais à quantidade de lixo a ser aterrada  Resolução CONAMA no 358/04: permitido para 
municípios com menos de 30.000 habitantes que não disponham de aterro. 
 
OBS 
 O pessoal envolvido na coleta e transporte dos RSS deve observar rigorosamente a utilização dos EPIs e EPCs 
adequados; 
 Ao final de cada turno de trabalho, o veículo coletor deve sofrer limpeza e desinfecção simultânea, mediante o uso 
de jato de água, preferencialmente quente e sob pressão. Esses veículos não podem ser lavados em postos de 
abastecimento comuns. 
 
 Aterros sanitários 
Aterro de resíduos perigosos (classe I - aterro industrial): técnica de disposição final de resíduos químicos no solo, sem 
causar danos ou riscos à saúde pública, minimizando os impactos ambientais e utilizando procedimentos específicos 
de engenharia para o confinamento destes. 
 
RSS 
Pará, Tocantins (Norte), Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte (Nordeste) e Minas Gerais (Sudeste) realizam a queima a 
céu aberto como principal tipo de processamento de RSS (IBGE, 2010). 
 
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO DOS RSSS 
 Autoclavagem 
Vantagens 
 Praticidade operacional; 
 Baixo custo operacional; 
 Tratados como resíduos comuns após a autoclavagem. 
Desvantagens 
 Pouco eficiente: menor redução de volume; 
 Geração de odores; 
 Formação de vapores tóxicos. 
 
 Micro-ondas 
Vantagens 
 Operação contínua; 
 Descaracterização; 
 Redução de volume (60 a 90%); 
 Resíduos comum após a desinfecção; 
 Descontaminação eficiente; 
Desvantagens 
 Radiação; 
 Geração de odores; 
 Formação de vapores tóxicos. 
 
 Incineração 
Vantagens 
 Alta eficiência na destruição; 
 Maior redução do volume (90-95%); 
 Alto nível de descaracterização. 
Desvantagens 
 Custo operacional e de manutenção elevado; 
 Necessidade de medição da emissão de dioxinas e furanos; 
 Necessidade de aterro classe I. 
 
 Plasma 
Vantagens 
 Resíduo utilizado e inerte; 
 Redução de volume: quase 100%; 
 Sem danos ao meio ambiente. 
Desvantagens 
 Custo operacional e de manutenção elevado; 
 
 Pirólise 
Vantagens 
 Garantia da eficiência de tratamento, quando em perfeitas condições de funcionamento; 
 Redução substancial do volume de resíduos a ser disposto. 
Desvantagens 
 Custo operacional e de manutenção elevado; 
 Manutenção difícil, exigindo trabalho constante de limpeza no sistema de alimentação de combustível auxiliar, 
exceto se for utilizado gás natural; 
 Elevado risco de contaminação do ar, com geração de dioxinas a partir da queima de materiais clorados existentes 
nos sacos de PVC e desinfetantes. 
 
 Desinfecção química 
Vantagens 
 Baixo investimento inicial. 
Desvantagens 
 Pouca redução de volume; 
 Não aplicado a peças anatomopatológicas; 
 Resíduos tóxicos. 
 
 
 
 
Destinação final de RSSS no Brasil: 
 
 
 
CONTROLE DE VETORES: CARRAPATOS 
Podem atuar como vetores por várias gerações, devido a transmissão transovariana e transestadial. 
 
Importância maior para os vetores que estão envolvidos na transmissão de doenças para animais domésticos, 
silvestres e humanos. 
 
Carrapatos têm predileção por animais, por isso são os principais reservatórios. Mas também são importantes 
transmissores de doenças para os seres humanos. 
 
Transmissores de vírus, bactérias, protozoários e helmintos de forma biológica ou mecânica. 
 
A forma que o carrapato se fixa ao hospedeiro se associa ao fato dele atuar na transmissão biológica ou mecânica de 
agentes  O fato de o ingurgitamento do mesmo demorar possibilita que ele desenvolva suas fases em apenas um 
hospedeiro. Além disso, há maior liberação de saliva, que pode ter substância como neurotoxinas. 
 
Alimentação: 
 
 
Importância 
- Espoliação; 
- Transmissão de patógenos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos); 
- Paralisia do carrapato (causada por neurotoxina da espécies Ixodes holocyclus): pessoa entra em quadro de parada 
respiratória e cardíaca  Não é comum no Brasil; 
- Dermatoses. 
 
Aspectos biológicos 
Monoxeno: Rhipicephalus boophilus microplus e Dermacentor 
Heteroxeno. 
 
Grande capacidade de atuarem como vetores: 
 Hematofagismo em todas as fases evolutivas – grande chance de adquirir patógenos que podem se multiplicar e 
sofrer alterações importantes para transmissão para os hospedeiros; 
 Fixação profunda no corpo do hospedeiro; 
 Processo de ingurgitamento lento – presença de substâncias vasoativas, imunossupressoras e anticoagulantes 
na saliva, por onde os patógenos também são liberados (geralmente se alojam na glândula salivar)  *Se o 
carrapato tiver alta carga de patógenos, os mesmos podem causar doenças nele; 
 Adaptação a diferentes hospedeiros – gênero Amblyomma. Na ausência do hospedeiro definitivo, procuram 
hospedeiros secundários; 
 Longevidade dos diferentes estágios no ambiente – na ausência de um hospedeiro, as larvas se mantêm por até 
6 meses e os adultos por até 1 anos; 
 Transmissão transovariana – ovos e larvas já saem infectados; 
 Poucos inimigos naturais; 
 Grande potencial biótico; 
 Grande esclerotização – resistência a desidratação. 
 
Morfologia 
Carrapatos de 3 (Amblyomma cajennense e sculptum – equinos, Ixodes loricatus e luciae – gambás: importante 
amplificador para Rickettsias rickettsii no Brasil), 2 e 1 hospedeiros. 
 
3 a 4 perfis da Febre Maculosa: 
Região Sudeste – Amblyomma sculptum; 
Região metropolitana de São Paulo – Amblyomma aureolatum; 
Áreas silvestres. 
*Relacionadas ao perfil epidemiológico e de como ocorre a infecção do hospedeiro. 
 
LEVANTAMENTO ACAROLÓGICO 
Avalia se uma determinada espécie de carrapato que atua como vetor de determinada doença em alguma região está 
presente em outras e se a carga presente nessas regiões é suficiente para transmissão da doença. 
 
Utiliza teste com flanela, armadilhas de CO2 ou com animais vivos (equinos). 
 
Coleta de carrapatos: 
 Utilizar como vestimenta macacões de mangas longas e botas, sempre brancos para facilitar a visualização do 
carrapato; 
 A barra do macacão deverá ser fixada à bota, utilizando-se fita adesiva para impedir a subida dos carrapatos; 
 Caso possível, aplicar repelentes a base de Icaridina, DEET ou IR3535 no corpo e na vestimenta a cada 2 horas; 
 Utilizar escova de cerdas grossas para retirada dos carrapatos fixados a roupa; 
 Após a coleta, inspecionar minuciosamente o corpo em busca de possíveis larvas, ninfas ou adultos fixados ao 
corpo; 
 Tomar banho com sabonete acaricida e esfregar com buchas grossas para remover o máximo de carrapatos 
aderidos ao corpo; 
 Não espremer 
 
DOENÇAS TRANSMITIDAS POR CARRAPATOS 
Brasil: 
 Febre Maculosa Brasileira 
Zoonose reemergente; 
Grande impacto para a saúde pública; 
Dificuldade de diagnóstico; 
 
Reservatórios 
Dermacentor, Rhipicephalus e Amblyomma; 
Transmissão transovariana e transestadial; 
Bactéria não permanece ativa o tempo todo no corpo do carrapato. 
 
Hospedeiros amplificadores 
Equinos infectados artificialmente não mantiveram rickettsemia por tempo suficiente para infectarem outros carrapatos. 
 
 
Sinais clínicos em cães 
Não específicos, ocorrendo também nos casos de Erliquiose  Ficar atento aos casos onde não se consegue isolar a 
Erlichia. O tratamento é o mesmo: Doxiciclina. 
 
 Doença de Lyme símile brasileira 
Não existem relatos conclusivos da ocorrência da doença com as mesmas características (agente causador não foi 
isolado). 
 
 
Mimetizam um grande número de doenças infecciosas e parasitárias, dificultando o diagnósticoe o tratamento 
específico; 
 
CONTROLE DE VETORES/RESERVATÓRIOS 
 Importância dos vetores: 
Transmissão de doenças: 
Arboviroses (~150 em humanos) – doenças veiculadas por artrópodes; 
Transmissão de outras doenças causadas por bactérias, helmintos (filariose linfática e dirofilariose) e protozoários; 
Doenças de transmissão vetorial: aumento da morbidade e mortalidade  Causando ausência escolar, aumento da 
pobreza, diminuição da produtividade econômica e sobrecarga dos sistemas de saúde. Por exemplo, malária causa 
muito prejuízo; 
Presença dos vetores muito relacionada a fatores climáticos. 
 
 Vetores, agentes e doenças no Brasil 
Tabela 
 
Vetores: alta capacidade adaptativa. 
 
OBS 
 O brasil possui nove das dez doenças caracterizadas como Doenças Tropicais Negligenciadas, destacando-se: 
dengue, leishmaniose, tuberculose, hanseníase, malária, filariose linfática, oncocercose, esquistossomose e doença 
de Chagas; 
 Fatores de ordem biológica, geográfica, ecológica, social, cultural e econômica atuam sinergicamente na produção, 
distribuição e controle das doenças vetoriais. 
 
 Fatores relacionados a dispersão/estabelecimento de doenças vetoriais 
 Desequilíbrio ambiental – Centro-oeste e Norte (instalação de hidrelétricas); 
 Concentração populacional em áreas urbanas; 
 Condições precárias de habitação; 
 Condições precárias de saneamento; 
 Mudanças climáticas; 
 Migrações; 
 Baixo nível de escolaridade. 
 
 Tríade epidemiológica 
 
 
Intervenção na doença vetorial: 
Medidas podem focar no ambiente (medidas de saneamento), vetor (campanhas de conscientização), agente ou 
hospedeiro (vacinação). 
*O controle vetorial é um dos pontos mais importante! Apesar de que, nem sempre a presença do vetor (fator de 
risco) é sinônimo da presença da doença. A presença da doença também nem sempre é sinônimo de presença de 
vetor, pois podem ser casos alóctones (vindos de fora). 
*Casos autóctones: hospedeiro se infecta no mesmo local onde apresenta os sintomas. 
 
Importante saber se os casos são alóctones ou autóctones, pois as medidas tomadas para cada um dos tipos são 
diferentes! 
 
 Principais vetores 
1. Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi 
Responsáveis pela transmissão de Leishmania infantum. L. cruzi tem transmitido também Leishmania amazonenses, 
que parece estar associada também a leishmaniose visceral, além da leishmaniose tegumentar. 
 
Família Psychodidae; 
Subfamília Phlebotominae; 
Popularmente: mosquito palha, cangalha, cangalhinha, tatuquiras, birigui; 
Vetores da Leishmaniose Visceral Americana. 
 
Aspectos biológicos 
Raio de voo de 250 metros (reduzido); 
Vivem preferencialmente ao nível do solo, próximos a vegetação em raízes ou troncos de árvores, ricos em matéria 
orgânica (ppt de origem vegetal); 
Preferência por lugares com pouca luz, úmidos, sem vento e que tenham alimento (MO em decomposição) por perto 
 Controle focado em áreas que possuem MO vegetal em decomposição. 
 
Leishmaniose Visceral Americana 
2012: 39.653 casos no mundo; 
Brasil notificou 3.118 casos, representando 
 
 
 
Padrões epidemiológicos da LV 
- Silvestre; 
- Rural; 
- Urbano. 
 
 
 
 
 
O número de casos está muitas vezes associado a densidade de vetores no local. A eficácia dos métodos repelentes 
dos mosquitos também está associada a densidade de vetores. 
 
 
 
 
Controle integrado 
 Controle ambiental; 
 Controle químico – deve ser feito com critério, para evitar resistência nos vetores; 
 Controle biológico; 
 Controle social. 
 
Medidas de proteção individual 
- Uso de repelentes – piretróides (coleiras repelentes); 
- Uso de telas mosquiteiros; 
- Uso de telas em janelas e portas – pouco utilizado devido a abertura menor que diminui a passagem de ar. 
 
o Aedes aegypti

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