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Livro Eletrônico Aula 00 RETA FINAL-Questões Comentadas de Dir. Administrativo p/ Receita Federal (Analista Tributário) 2018 Professores: Herbert Almeida, Time Herbert Almeida 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 78 AULA 0: Princípios da Administração. Estado, Governo e Administração. Lei de Acesso à Informação Sumário ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................... 5 Administração pública em sentido amplo e em sentido estrito .................................................. 7 Administração pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico .............................................. 8 Administração pública em sentido objetivo, material ou funcional ............................................ 8 Atividades-meio e atividades-fim da Administração ................................................................... 9 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ..............................................................................................13 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................................14 Princípios Expressos .....................................................................................................................15 Princípios Implícitos .....................................................................................................................16 LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO .......................................................................................................44 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................60 GABARITO .......................................................................................................................................78 Olá concurseiros e concurseiras. É com muita satisfação que estamos lançando o curso de Questões Comentadas de Direito Administrativo para o concurso de Analista da Receita Federal do Brasil. O curso terá como foco as questões da ESAF, cobrindo todos os itens do último edital. De imediato, vejamos as características deste material: ü grande quantidade de questões comentadas (resolveremos as questões encontradas da avaliadora + questões complementares – se necessário); ü contato direto com o professor através do fórum de dúvidas. Caso ainda não me conheçam, meu nome é Herbert Almeida, sou Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo. Além 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 78 disso, obtive o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º Região/2011. Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu através das Forças Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exército Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e Chefe de Seção. Sou professor de Direito Administrativo e Administração Pública aqui no Estratégia Concursos e palestrante da Turma Estratégica. Além disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas com o Direito Administrativo. Ademais, os concursos públicos em que fui aprovado exigiram diversos conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus estudos, resolvi diversas questões, aprendendo a forma como cada organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Então, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levará você à aprovação no concurso público para Analista da Receita Federal do Brasil. Observo ainda que o nosso curso contará com o apoio do Prof. Alfredo Alcure, que nos auxiliará com as respostas no fórum de dúvidas. O Prof. Alfredo também é Auditor de Controle Externo do TCE-ES e possui vasta experiência em Direito Administrativo pelo desempenho de funções de procurador. Com isso, daremos uma atenção mais completa e pontual ao nosso fórum. Falando do nosso curso, vamos abordar o seguinte conteúdo para a nossa disciplina: DIREITO ADMINISTRATIVO: Princípios básicos da Administração Pública. Estado, governo e administração pública. Direito Administrativo: origem, conceito, fontes. Lei de Acesso à Informação. Organização administrativa da União: administração direta e indireta. Entidades paraestatais e terceiro setor. Agências executivas. Agências reguladoras. Atos administrativos Poderes administrativos. Licitação Pública. Contratos administrativos. Convênios e instrumentos congêneres. Serviços públicos e regulação estatal. Concessões, permissões e autorizações. Parcerias Público-Privadas. Consórcios-Públicos. Controle da Administração Pública. Sistemas Administrativos. Improbidade Administrativa. Agentes públicos: disposições doutrinárias e constitucionais. Lei nº 8.112/1990. Processo Administrativo Federal. Ética na Administração. Lei de conflito de interesses (Lei nº 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 78 11.813/2013). Responsabilidade civil do Estado. Bens públicos. Intervenção do Estado na propriedade privada. Para cobrir estes itens, seguiremos o seguinte cronograma: AULA CONTEÚDO DATA Aula 0 Princípios básicos da Administração Pública. Estado, governo e administração pública. Direito Administrativo: origem, conceito, fontes. Lei de Acesso à Informação. Disponível Aula 1 Organização administrativa da União: administração direta e indireta. Entidades paraestatais e terceiro setor. Agências executivas. Agências reguladoras. 29/03 Aula 2 Atos administrativos 05/04 Aula 3 Poderes administrativos. 12/04 Aula 4 Licitação Pública. 19/04 Aula 5 Contratos administrativos. Convênios e instrumentos congêneres 26/04 Aula 6 Serviços públicos e regulação estatal. Concessões, permissões e autorizações. Parcerias Público-Privadas. Consórcios-Públicos 03/05 Aula 7 Controle da Administração Pública. Sistemas Administrativos. Improbidade Administrativa. 10/05 Aula 8 Agentes públicos: disposições doutrinárias e constitucionais. Lei nº 8.112/1990. (parte 1) 17/05 Aula 9 Agentes públicos: disposições doutrinárias e constitucionais. Lei nº 8.112/1990. (parte 2). 24/05 Aula Extra Responsabilidade civil do Estado. 31/05 Aula 10 Processo Administrativo Federal. Ética na Administração. Lei de conflito de interesses (Lei nº 11.813/2013). 07/06 Com isso, vamos poder abordar os diversos itens do edital, direcionando os estudos para o que a banca poderá cobrar em sua prova. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 78 Em nossas aulas, vamos apresentar um resumo do assunto e, na sequência, várias questões da banca + as questões complementares. Com isso, o candidato poderá se preparar e, ao mesmo tempo, resumir o conteúdo para a prova. Atenção! Este curso é completo em pdf, não teremos videoaulas para essa matéria. Por fim, se você quiser receber dicas diárias de preparaçãopara concursos e de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais (não esqueça de habilitar as notificações no Instagram, assim você será informado sempre que eu postar uma novidade por lá): @profherbertalmeida www.facebook.com/profherbertalmeida/ @profherbertalmeida Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso. Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 78 ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO O Estado é um ente personalizado, que se apresenta exteriormente, nas relações internacionais com outros Estados soberanos, e, internamente, como pessoa jurídica de direito público, capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem pública. De acordo com Hely Lopes Meirelles, apresentando os ensinamentos de outros doutrinadores, o conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado: sociológico – é corporação territorial dotada de um poder de mando originário (Jellinek); político – é comunidade de homens, fixada sobre um território, com poder superior de ação, de mando e de coerção (Malberg); e constitucional – é pessoa jurídica territorial soberana (Biscaretti di Ruffia). Nesse contexto, o Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: ü Povo: é o seu componente humano, demográfico; ü Território: a sua base física, geográfica; ü Governo soberano: o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. A evolução institucional, a partir das correntes liberais, substituiu o poder quase ilimitado dos reis e monarcas (absolutismo) para dar lugar ao que chamamos de Estado de Direito, que, segundo José dos Santos Carvalho Filho, se baseia na regra de que, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar-se a ele. Com efeito, a ideia de Estado de Direito se traduziu, originalmente, na relação de três postulados fundamentais1: a generalização do princípio da legalidade; a universalidade de jurisdição e a tripartição dos poderes. Segundo o princípio da legalidade, a atuação estatal exige autorização legislativa para as suas ações ou omissões. Em outras palavras, a atividade do Estado deve se realizar em estrita observância ao que estabelece a lei. A universalização de jurisdição, por sua vez, significa que todos os atos estatais devem submeter-se a controles que permitam a responsabilização dos sujeitos que atuarem de modo inadequado. Por fim, a tripartição dos poderes consiste na dissociação da atuação estatal, gerando a diferenciação de competências (funções), atribuídas a órgãos diversos. Dessa forma, nenhum órgão estatal possui poder ilimitado, estando sujeito ao sistema de freios e contrapesos que gera o equilíbrio aos chamados três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 1 Justen Filho, 2014, p. 100. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 78 Poderes do Estado De acordo com a Constituição Federal de 1988, são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (art. 2º). A cada um desses poderes foi atribuída uma função principal. Dessa forma, o Poder Legislativo se encarrega da função legislativa (normativa); o Poder Judiciário desempenha a função jurisdicional; e o Poder Executivo exerce a função administrativa. A função legislativa (normativa, legiferante) pode ser entendida como aquela em que o Estado edita atos jurídicos primários, de caráter geral (aplicável a sujeitos indeterminados) e abstrato (possuem uma previsão hipotética, aplicando-se a todos os casos concretos que se enquadrarem na situação nela prevista), que inovam na ordem jurídica, com fundamento na própria Constituição. A função jurisdicional, por sua vez, consiste na resolução de controvérsias com a força jurídica da definitividade. Trata-se de ato subsidiário dos atos primários, em que o Estado é chamado a decidir litígios decorrentes de conflitos na aplicação da lei. Finalmente, a função administrativa consiste na execução das leis. De forma mais técnica, ocorre quando o Estado, no interior de uma estrutura hierárquica, desenvolve atos complementares à lei, ou, excepcionalmente, à Constituição, com a finalidade de lhes dar aplicação. Formas de Estado A partir da organização política do território, podemos falar em Estado unitário e Estado federado (complexo ou composto). A característica do Estado unitário é a centralização política, pois existe um único poder político central sobre todo o território nacional e sobre toda a população o qual controla todas as coletividades regionais e locais. O Estado federado, por outro lado, é marcado pela descentralização política, em que ocorre a convivência de diferentes entidades políticas autônomas, distribuídas regionalmente, em um mesmo território. Vale destacar que não existe subordinação ou hierarquia entre os entes federados. O que ocorre é coordenação, sendo que cada ente possui autonomia política, financeira e administrativa. GOVERNO O governo se relaciona com a função política de comando, de coordenação, de direção e de fixação de planos e diretrizes para a atuação estatal (as chamadas políticas públicas). Enquanto o governo é formado pelos órgãos governamentais superiores, com funções eminentemente políticas, de fixação de diretrizes e elaboração de planos de ação; a 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 78 administração pública, em sentido estrito, é formada pelos órgãos e entidades administrativas, subalternos, que desempenham funções de execução das decisões e dos planos governamentais. Sistema de governo O sistema de governo representa o modo como se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções governamentais, sendo classificado em dois tipos: presidencialismo e parlamentarismo. No sistema presidencialista, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se nas mãos de uma única pessoa, chamada de Presidente da República. Assim, a característica do presidencialismo é o predomínio da divisão dos Poderes, que devem ser independentes e harmônicos entre si. Por outro lado, o sistema parlamentarista é marcado pela colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo. Nesse caso, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo são exercidas por pessoas distintas. A chefia de Estado cabe ao Presidente da República ou monarca, enquanto a chefia de Governo é exercida pelo Primeiro Ministro ou Conselho de Ministros. Forma de governo A forma de governo representa a maneira como se dá a instituição e a transmissão do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados2. Podemos caracterizar duas formas de governo distintas: república e monarquia. São características da forma republicana de governo: eletividade, temporalidadeno exercício do poder, representatividade popular e responsabilidade do governante (dever de prestar contas). As características da monarquia, por outro lado, são: hereditariedade, vitaliciedade, inexistência de representação popular, irresponsabilidade do governante (ausência do dever de prestar contas). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Administração pública em sentido amplo e em sentido estrito Em sentido amplo, a Administração Pública abrange (a) os órgãos governamentais, ou simplesmente Governo, superiores, que exercem suas funções eminentemente políticas, isto é, de comando, direção, fixação de diretrizes e elaboração de planos de ação; e (b) os órgãos e pessoas jurídicas que exercem a função meramente administrativa, ou seja, são encarregados da execução das decisões e dos planos governamentais. 2 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 17. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 78 Por outro lado, em sentido estrito, a expressão abrange somente os órgãos e entidades administrativas que exercem a função administrativa. Ou seja, no sentido estrito, só encontramos os órgãos e pessoas jurídicas responsáveis pela execução dos planos de governo, isto é, os responsáveis por desenvolver a função administrativa. Administração pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, a Administração Pública3 abrange os sujeitos que desempenham a função administrativa. Assim, esse critério considera “quem” realiza a atividade administrativa, ou seja, o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas aos quais é atribuído o exercício da função administrativa. Administração pública em sentido objetivo, material ou funcional A administração pública em sentido objetivo, material ou funcional corresponde às diversas atividades finalísticas compreendidas na função administrativa. Ou seja, trata-se do conjunto de atividades consideradas próprias da função administrativa. Nesse contexto, considera-se o objeto ou “o que” é realizado, e não “quem”. Existem quatro atividades dessa natureza, todas disciplinadas por regras e princípios administrativos: Ø Fomento: abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de interesse ou utilidade pública, ocorrendo por meio de auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos sob condições especiais, favores fiscais, repasses de recursos, benefícios, etc. Ø Polícia administrativa ou poder de polícia: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe restrições, limitações ou condicionamentos ao exercício das atividades privadas em prol do interesse coletivo. Ø Serviço público: toda atividade concreta e imediata que a Administração Pública executa, direta ou indiretamente, para satisfazer a necessidades coletivas, com regime jurídico predominantemente público. Ø Intervenção administrativa: em sentido amplo, a intervenção compreende três espécies de atividades: (i) a regulamentação e a fiscalização da atividade econômica de natureza privada (intervenção indireta); (ii) a atuação direta do Estado no domínio econômico (intervenção direta), o que ocorre normalmente por meio das empresas estatais; e (iii) as atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos incidentes sobre destinatários específicos (desapropriação, servidão administrativa, tombamento, ocupação temporária, etc.). 3 Normalmente, os autores escrevem “Administração Pública”, com letras iniciais maiúsculas, para designar o sentido subjetivo, ou seja, os sujeitos que desempenham a função administrativa. Por outro lado, “administração pública”, com letras iniciais minúsculas, representa o sentido material, isto é, o conjunto de atividades consideradas próprias da função administrativa. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 78 Atividades-meio e atividades-fim da Administração A função administrativa alcança também o conjunto de atividades relacionadas com o aparelhamento humano e material das entidades, assim como ao seu aprimoramento e manutenção, representando as atividades-meio da Administração. São exemplos a nomeação de servidores, a aquisição de bens, a celebração de contratos de manutenção das instalações, etc. O professor Gustavo Barchet inclui também como atividade-meio a edição de atos normativos pelas autoridades administrativas. Além dos atos normativos, também se enquadram nas atividades-meio as decisões que resolvam litígios na esfera administrativa. Concluindo o tema, podemos dizer que a função administrativa compreende as quatro atividades finalísticas – fomento, polícia administrativa, serviços públicos e intervenção administrativa – e as atividades-meio – atividades acessórias como (i) a composição, a manutenção e o aparelhamento material e humano; (ii) a edição de atos normativos; (iii) decisões administrativas que solucionem conflitos, sem força de definitividade. Vamos às questões. 1. (ESAF - AFRFB/2005) Em seu sentido subjetivo, o estudo da Administração Pública abrange a) a atividade administrativa. b) o poder de polícia administrativa. c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas. d) o serviço público. e) a intervenção do Estado nas atividades privadas. Comentário: em sentido subjetivo, formal ou orgânico, a Administração Pública abrange os sujeitos que desempenham a função administrativa. Assim, esse critério considera “quem” realiza a atividade administrativa, ou seja, o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas aos quais é atribuído o exercício da função administrativa (alternativa C). Todas as demais alternativas versam sobre a Administração pública em sentido objetivo, material ou funcional, que corresponde às diversas atividades finalísticas compreendidas na função administrativa. Ou seja, trata-se do conjunto de atividades consideradas próprias da função administrativa. Nesse contexto, considera-se o objeto ou “o que” é realizado, e não “quem”. Existem quatro atividades dessa natureza, todas disciplinadas por regras e princípios administrativos: fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção administrativa. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 78 Gabarito: alternativa C. 2. (ESAF - ATRFB/2006) A primordial fonte formal do Direito Administrativo no Brasil é a) a lei. b) a doutrina. c) a jurisprudência. d) os costumes. e) o vade-mécum. Comentário: a doutrina apresenta quatro fontes principais do Direito Administrativo: § a lei; § a jurisprudência; § a doutrina; e § os costumes. Destas, a lei, em decorrência do princípio da legalidade, é a fonte principal do Direito Administrativo brasileiro (alternativa A). Gabarito: alternativa A. 3. (ESAF – AFC/CGU/2006) O Direito Administrativo é considerado como sendo o conjunto harmonioso de normas e princípios, que regem o exercício das funções administrativas estatais e a) os órgãos inferiores, que as desempenham. b) os órgãos dos Poderes Públicos. c) os poderes dos órgãos públicos. d) as competências dos órgãos públicos. e) as garantias individuais. Comentário: tranquila! O Direito Administrativo é o ramo do direito público que disciplina o exercício da função administrativa,e a atividade das pessoas e órgãos que a desempenham. Gabarito: alternativa A. 4. (ESAF - PFN/2003) Assinale, entre os atos abaixo, aquele que não pode ser considerado como de manifestação da atividade finalística da Administração Pública, em seu sentido material. a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo urbano. b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 78 c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a normas de posturas municipais. d) Nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso público. e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova indústria em determinado Estado-federado. Comentário: a administração pública em sentido material se manifesta através de quatro atividades. Quais sejam: § Fomento: abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de interesse ou utilidade pública, ocorrendo por meio de auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos sob condições especiais, favores fiscais, repasses de recursos, benefícios, etc.; § Polícia administrativa ou poder de polícia: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe restrições, limitações ou condicionamentos ao exercício das atividades privadas em prol do interesse coletivo. São exemplos as atividades de fiscalização, expedição de licenças, sanções, autorizações, etc.; § Serviço público: toda atividade concreta e imediata que a Administração Pública executa, direta ou indiretamente, para satisfazer a necessidades coletivas, com regime jurídico predominantemente público. São exemplos a prestação de serviços de telecomunicação ou de instalação e fornecimento de energia elétrica; § Intervenção administrativa: em sentido amplo, a intervenção compreende três espécies de atividades: (i) a regulamentação e a fiscalização da atividade econômica de natureza privada (intervenção indireta); (ii) a atuação direta do Estado no domínio econômico (intervenção direta), o que ocorre normalmente por meio das empresas estatais; e (iii) as atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos incidentes sobre destinatários específicos (desapropriação, servidão administrativa, tombamento, ocupação temporária, etc.). Podemos, agora, retornar às alternativas: a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo urbano – serviço público – CORRETA; b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar – intervenção administrativa – CORRETA; c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a normas de posturas municipais – polícia administrativa – CORRETA; d) Nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso público – atividade-meio da Administração – ERRADA; 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 78 e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova indústria em determinado Estado-federado – fomento – CORRETA. Gabarito: alternativa D. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 78 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO O regime jurídico administrativo resume-se em dois aspectos: de um lado, estão as prerrogativas, que representam alguns privilégios para a Administração dentro das relações jurídicas; de outro, encontram-se as sujeições, que são restrições de liberdade de ação para a Administração Pública. Regime Jurídico-administrativo As prerrogativas ou privilégios são regras, desconhecidas no direito privado, que colocam a Administração em condições de superioridade nas relações com o particular. São faculdades especiais que o setor público dispõe, como, por exemplo, o poder de requisitar bens e serviços, de ocupar temporariamente imóvel alheio, de aplicar sanções administrativas, de alterar ou rescindir unilateralmente os contratos administrativos, de impor medidas de polícia, etc4. Por outro lado, as sujeições ou restrições retiram ou diminuem a liberdade da Administração quando comparada com o particular, sob pena de nulidade do ato administrativo ou, até mesmo, de responsabilidade da autoridade que o editou. São exemplos a necessidade de observar a finalidade pública ou de pautar-se segundo os princípios da moralidade, legalidade e publicidade. Além desses, podemos mencionar a sujeição à realização de concurso público para selecionar pessoal e de fazer licitação para firmar contratos com particulares. 4 Di Pietro, 2014, p. 62. Prerrogativas Sujeições 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 78 A base do regime jurídico administrativo encontra-se nos princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público. Princípios basilares ou fundamentais do Direito Administrativo Celso Antônio Bandeira de Mello ü Supremacia do interesse público ü Indisponibilidade do interesse público Maria Sylvia Zanella Di Pietro ü Supremacia do interesse público ü Legalidade PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, os mandamentos mais gerais que orientam a elaboração das leis administrativas, direcionam a atuação da Administração Pública e condicionam a validade de todos os atos administrativos. Os princípios podem ser expressos, quando estão previstos taxativamente em uma norma jurídica de caráter geral, ou implícitos, quando não constam taxativamente em uma norma jurídica, decorrendo, portanto, da jurisprudência ou da doutrina. Tendo como referência unicamente a Constituição, são princípios previstos expressamente para a administração pública direta e indireta – autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista –, de qualquer dos Poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – LIMPE. Por outro lado, os princípios implícitos não constam taxativamente em uma norma jurídica geral, decorrendo de elaboração doutrinária e jurisprudencial. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 78 Princípios Expressos Princípios expressos na Constituição Federal L I M P E Legalidade: a lei é a base do Estado Democrático de Direito, constituindo a base da atuação administrativa. Os agentes públicos só podem atuar quando a lei autorizar ou determinar. Impessoalidade: esse princípio possui quatro aplicações principais. Na primeira, ele representa o princípio da finalidade, ou seja, a atuação administrativa deve ter por objetivo o interesse público. Na segunda aplicação, ele se traduz no princípio da isonomia, isto é, a Administração deve atender a todos os administrados sem discriminações, pois não se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições indevidas. Alémdisso, a impessoalidade determina a vedação de promoção pessoal, uma vez que os agentes públicos atuam em nome do Estado. Por fim, este princípio é fundamento para o reconhecimento dos casos de impedimento e suspeição, com a finalidade de afastar dos processos administrativos e judiciais as autoridades que não poderão julgar com imparcialidade. Moralidade: impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta. Publicidade: relaciona-se com a exigência de publicação de determinados atos em órgãos oficiais como requisito de eficácia e com o dever de transparência da Administração Pública. Eficiência: é o princípio constitucional expresso mais “novo”, pois foi incluído na CF pela EC 19/1998. Exige uma atuação da Administração Pública com excelência, fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o menor custo possível (desde que mantidos os padrões de qualidade) e no menor tempo. A eficiência se relaciona com o agente público, que deve desempenhar suas atribuições com qualidade; e com a forma de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública, que deve ser a mais racional possível, permitindo que se alcancem os melhores resultados na prestação dos serviços públicos. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 78 Princípios Implícitos P ri n cí p io s Im p lí ci to s Supremacia do interesse público sobre o privado: trata das prerrogativas do poder público, isto é, os poderes conferidos à Administração, que lhe asseguram a posição de superioridade perante o administrado, aplicando-se somente nas relações em que a Administração atua em prol do interesse da coletividade. Indisponibilidade do interesse público: representa as sujeições da Administração, ou seja, são limitações e restrições impostas ao poder público com o intuito de evitar que ela atue de forma lesiva aos interesses públicos ou de modo ofensivo aos direitos fundamentais dos administrados. Razoabilidade e proporcionalidade: em regra, esses dois princípios são tratados como se fossem um só. Eles buscam limitar a atuação discricionária dos agentes públicos, evitando decisões exageradas ou desarrazoadas. Qualquer limitação ou penalidade deve ser aplicada com bom senso, dentro de parâmetros aceitáveis pela população em geral. Com efeito, qualquer restrição deve ser aplicada em equilíbrio com os fins de interesse público desejados. Controle ou tutela: fundamenta o controle da Administração Direta sobre a Indireta, com o objetivo de garantir que as entidades administrativas cumpram o princípio da especialidade. Por conseguinte, as entidades administrativas encontram- se vinculadas aos órgãos da Administração Central, assegurando o desenvolvimento de suas finalidades. Autotutela: representa o controle que a Administração pode realizar sobre os seus próprios atos. Nos termos da Súmula 473 do STF, a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Motivação: representa que o administrador deve indicar os fundamentos de fato e de direito que o levam a adotar qualquer decisão no âmbito da Administração Pública, demonstrando a correlação lógica entre a situação ocorrida e as providências adotadas. Dessa forma, a motivação serve de fundamento para examinar a finalidade, a legalidade e a moralidade da conduta administrativa. Continuidade do serviço público: os serviços públicos devem ser prestados de maneira contínua, ou seja, sem parar. Isso porque é justamente pelos serviços públicos que o Estado desempenha suas funções essenciais ou necessárias à coletividade. Por conseguinte, os serviços públicos não podem ser interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade. Contraditório e ampla defesa: assegura aos litigantes e aos acusados as formas para que possam se defender, contestar e apresentar provas para defesa de seus direitos. Especialidade: reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se criam entidades para o desempenho de finalidades específicas. Dessa forma, é a lei que define as áreas de atuação das entidades da Administração Indireta, não podendo um mero ato administrativo modificar a finalidade dessas entidades. Segurança jurídica: tem a finalidade de assegurar a estabilidade das relações jurídicas já consolidadas, diante da inevitável evolução do Direito, tanto em nível legislativo quanto jurisprudencial. Possui diversas aplicações, como a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Fundamenta, ainda, os institutos da prescrição e decadência administrativa. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 78 Fechamos com questões. Vamos lá?! 5. (ESAF - AnaTA/MTUR/2014) Assinale a opção em que consta princípio da Administração Pública que não é previsto expressamente na Constituição Federal. a) Publicidade. b) Eficiência. c) Proporcionalidade. d) Legalidade. e) Moralidade. Comentário: para começar o assunto de modo bem fácil. Os princípios previstos expressamente na Constituição Federal correspondem ao LIMPE: § Legalidade [alternativa D] § Impessoalidade § Moralidade [alternativa E] § Publicidade [alternativa A] § Eficiência [alternativa B] Dito isto, podemos assinalar a alternativa C (proporcionalidade) como nossa alternativa incorreta. Gabarito: alternativa C. 6. (ESAF - TA/DNIT/2013) Segundo Meirelles (1985), administrar é gerir interesses segundo a lei, a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda e à conservação alheias. Se os bens e interesses geridos são individuais, realiza-se a administração privada; se são coletivos, realiza-se a administração pública. Neste contexto, assinale a opção que não apresenta um dos princípios que norteiam a Administração Pública. a) Legalidade: presa aos mandamentos da lei, deles não podendo se afastar, sob pena de invalidade do ato. b) Impessoalidade: qualquer atividade de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza. c) Finalidade: impõe-se à administração pública a prática de atos voltados para o interesse público. d) Habilidade: por parte daqueles encarregados das operações, para dirigir e coordenar estas operações a fim de que sejam cumpridos os planos. e) Igualdade: todos os cidadãos são iguais perante a lei e, portanto, perante a administração pública. Comentário: a) o princípio da legalidade impõe a atuação administrativa nos termos da lei e constitui uma das garantias principais de respeito aos direitos individuais. Isso 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 78 ocorre porque a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites de atuação administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade – CORRETA; b), c) e e) o princípio da impessoalidade divide-se em quatro vertentes: § finalidade: todo ato da Administração deve ser praticado visando à satisfação do interesse público (sentido amplo) e da finalidade para ele especificamente prevista em lei (sentido estrito).Se não for assim, o ato será inválido; [alternativa C – CORRETA] § igualdade ou isonomia: a Administração deve atender a todos os administrados sem discriminações. Não se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições indevidas. Isso quer dizer que todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput), sendo que eventuais tratamentos diferenciados só podem ocorrer quando houver previsão legal; [alternativa E – CORRETA] § vedação da promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado. Dessa forma, não poderá ocorrer a pessoalização ou promoção pessoal do agente público pelos atos realizados; e § impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de processos administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem condições de aplicar a lei de forma imparcial, em função de parentesco, amizade ou inimizade com pessoas que participam do processo. Sendo assim, pelo princípio da impessoalidade (isonomia) qualquer atividade de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza [alternativa B: CORRETA]; Por fim, a alternativa D apresenta uma característica que não corresponde a um princípio da Administração (habilidade). Gabarito: alternativa D. 7. (ESAF - Ag Exec/CVM/2010) O dever da Administração de dar transparência aos seus atos denomina-se: a) legalidade b) motivação c) publicidade d) eficiência e) moralidade Comentário: conversamos sobre o princípio da legalidade há pouco, desse modo, vejamos os demais princípios, isso irá nos auxiliar na resposta: 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 78 § Motivação: representa que o administrador deve indicar os fundamentos de fato e de direito que o levam a adotar qualquer decisão no âmbito da Administração Pública, demonstrando a correlação lógica entre a situação ocorrida e as providências adotadas; § Publicidade: exige a publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia de atos administrativos gerais (efeitos gerais e externos), bem como a transparência da atuação administrativa, constituindo um requisito indispensável para o efetivo controle da Administração Pública por parte dos administrados; § Eficiência: diz respeito a uma atuação da administração pública com excelência, fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o menor custo possível (desde que mantidos os padrões de qualidade) e no menor tempo; e § Moralidade: impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta. Agora ficou fácil para indicar nossa resposta: o dever da Administração de dar transparência aos seus atos denomina-se publicidade (alternativa C). Gabarito: alternativa C. 8. (ESAF - Ag Exec/CVM/2010) O princípio da Administração Pública que se fundamenta na ideia de que as restrições à liberdade ou propriedade privadas somente são legítimas quando forem necessárias e indispensáveis ao atendimento do interesse público denomina-se: a) legalidade. b) publicidade. c) proporcionalidade. d) moralidade. e) eficiência. Comentário: para não ficar repetitivo – acabamos de ver 4 dos 5 princípios citados – não iremos retornar a eles, por enquanto, ok?! Além disso, como trabalhamos os princípios da legalidade, da publicidade, da moralidade e da eficiência, já sabemos que nenhum deles corresponde ao mencionado no enunciado. Portanto, podemos assinalar a alternativa C como nossa resposta. Isso porque o princípio da proporcionalidade exige o equilíbrio entre os meios que a Administração utiliza e os fins que ela deseja alcançar, segundo os padrões comuns da sociedade, analisando cada caso concreto5. Considera, portanto, 5 Marinela, 2013, p. 56. 0 00000000000 - DEMO 0 Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 78 que as competências administrativas só podem ser exercidas validamente na extensão e intensidade do que seja realmente necessário para alcançar a finalidade de interesse público ao qual se destina. Gabarito: alternativa C. 9. (ESAF - APO/MPOG/2010) A observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente público, constitui fundamento do seguinte princípio da Administração Pública: a) Publicidade. b) Moralidade. c) Legalidade. d) Proporcionalidade. e) Impessoalidade. Comentário: de graça! A observância da adequação e da exigibilidade visa um equilíbrio entre os fins e os meios do que é realizado pela Administração. Por esse motivo, pelo princípio da proporcionalidade (alternativa D), as competências administrativas só podem ser exercidas na extensão e intensidade do que seja realmente necessário para alcançar a finalidade de interesse público. Gabarito: alternativa D. 10. (ESAF - ACE/MDIC/2012) Determinado município da federação brasileira, visando dar cumprimento a sua estratégia organizacional, implantou o programa denominado Administração Transparente. Uma das ações do referido programa consistiu na divulgação da remuneração bruta mensal, com o respectivo nome de cada servidor da municipalidade em sítio eletrônico da internet. A partir da leitura do caso concreto acima narrado, assinale a opção que melhor exprima a posição do Supremo Tribunal Federal - STF acerca do tema. a) A atuação do município encontra-se em consonância com o princípio da publicidade administrativa. b) A atuação do município viola a segurança dos servidores. c) A atuação do município fere a intimidade dos servidores. d) A remuneração bruta mensal não é um dado diretamente ligado à função pública. e) Em nome da transparência, o município está autorizado a proceder a divulgação da remuneração bruta do servidor e do respectivo CPF. Comentário: com base na CF/88: Art. 5º (...) XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;” 0 00000000000 - DEMO ==0== Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 78 Dessa forma, a publicidade torna-se um preceito geral e o sigilo a exceção. Assim, com exceção dos dados pessoais (dizem respeito à intimidade, honra e imagem das pessoas) e das informações classificadas por autoridades como sigilosas (informações imprescindíveis para a segurança da sociedade e do Estado), todas as demais informações devem ser disponibilizadas aos interessados, algumas de ofício (pela internet ou por publicações) e outras mediante requerimento. Posto isto, a atuação do município encontra-se em consonância com o princípio da publicidade administrativa (alternativa A), tendo em vista que a divulgação da remuneração bruta mensal, com o respectivo nome de cada servidor da municipalidade não se enquadra como informação sigilosa. Gabarito: alternativa A. 11. (ESAF - AFC/CGU/2012) O princípio que instrumentaliza a Administração para a revisão de seus próprios atos, consubstanciando um meio adicional de controle da sua atuação e, no que toca ao controle de legalidade, representando potencial redução do congestionamento do Poder Judiciário, denomina-se a) Razoabilidade. b) Proporcionalidade. c)Autotutela. d) Eficiência. e) Eficácia. Comentário: a) o princípio da razoabilidade impõe que, ao atuar dentro da discrição administrativa, o agente público deve obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas – ERRADA; b) o princípio da proporcionalidade tem por objeto o controle do excesso de poder, pois nenhum cidadão pode sofrer restrições de sua liberdade além do que seja indispensável para o alcance do interesse público (equilíbrio entre os meios e os fins) – ERRADA; c) o princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possui o poder de controlar os seus próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos. Assim, a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus atos, podendo fazê-lo diretamente – CORRETA; d) a eficiência diz respeito a uma atuação da administração pública com excelência, fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 78 menor custo possível (desde que mantidos os padrões de qualidade) e no menor tempo – ERRADA; e) a eficácia não reproduz um princípio, mas sim uma característica inerente a várias condutas. Assim, podemos entender a eficácia como um indicador de quantidade ou qualidade, que demonstra o alcance dos objetivos e metas estabelecidos para determinado período de tempo – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 12. (ESAF - ATRFB/SRFB/2012) A Súmula n. 473 do Supremo Tribunal Federal – STF enuncia: "A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". Por meio da Súmula n. 473, o STF consagrou a) a autotutela. b) a eficiência. c) a publicidade. d) a impessoalidade. e) a legalidade. Comentário: fácil, não é mesmo? A forma que a Administração possui de corrigir os seus próprios atos, consagrada pela Súmula 473 do STF, é o princípio da autotutela (alternativa A). Gabarito: alternativa A. 13. (ESAF - AUFC/TCU/2000) Em relação aos princípios da Administração Pública é correto afirmar, exceto: a) ao contrário dos particulares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não veda, pelo princípio da legalidade, a Administração só pode realizar o que lhe é expressamente autorizado em lei b) pelo princípio da finalidade, não se admite outro objetivo para o ato administrativo que não o interesse público c) o princípio da publicidade impõe a publicação, em jornais oficiais, de todos os atos da Administração d) a conduta ética do administrador deve-se pautar pelo atendimento ao princípio da moralidade e) o princípio da legalidade impede que a Administração crie direitos de qualquer espécie mediante ato administrativo Comentário: 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 78 a) em síntese, a função administrativa se subordina às previsões legais e, portanto, o agente público só poderá atuar quando a lei determinar (vinculação) ou autorizar (discricionariedade). Ou seja, a atuação administrativa obedece a vontade legal. Por outro lado, os administrados podem fazer tudo o que não estiver proibido em lei, vivendo, assim, sob a autonomia da vontade. Sendo assim, correta a afirmativa – CORRETA; b) pelo princípio da finalidade, todo ato da Administração deve ser praticado visando à satisfação do interesse público (sentido amplo) e da finalidade para ele especificamente prevista em lei (sentido estrito). Se não for assim, o ato será inválido – CORRETA; c) o que ocorre é a exigência de publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia. Isso quer dizer, os atos administrativos gerais que produzirão efeitos externos ou os atos que impliquem ônus para o patrimônio público devem ser publicados em órgãos oficiais, a exemplo do Diário Oficial da União ou dos estados, para terem eficácia (produção de efeitos jurídicos) – ERRADA; d) isso aí. O princípio da moralidade, que também está previsto de forma expressa no caput do art. 37 da Constituição Federal, impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta – CORRETA; e) a Administração deve se limitar aos ditames da lei, não podendo, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações. Para tanto, depende de prévia edição legal – CORRETA. Gabarito: alternativa C. 14. (ESAF - AFT/MTE/2006) Em face dos princípios constitucionais da Administração Pública, pode-se afirmar que: I. a exigência constitucional de concurso público para provimento de cargos públicos reflete a aplicação efetiva do princípio da impessoalidade. II. o princípio da legalidade, segundo o qual o agente público deve atuar de acordo com o que a lei determina, é incompatível com a discricionariedade administrativa. III. um ato praticado com o intuito de favorecer alguém pode ser legal do ponto de vista formal, mas, certamente, comprometido com a moralidade administrativa, sob o aspecto material. IV. o gerenciamento de recursos públicos sem preocupação de obter deles o melhor resultado possível, no atendimento do interesse público, afronta o princípio da eficiência. V. a nomeação de um parente próximo para um cargo em comissão de livre nomeação e exoneração não afronta qualquer princípio da Administração Pública, 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 78 desde que o nomeado preencha os requisitos estabelecidos em lei para o referido cargo. Estão corretas: a) as afirmativas I, II, III, IV e V. b) apenas as afirmativas I, II e IV. c) apenas as afirmativas I, III e IV. d) apenas as afirmativas I, III e V. e) apenas as afirmativas II, III e V. Comentário: vamos analisar uma a uma: I. a exigência constitucional de concurso público para provimento de cargos públicos reflete a aplicação efetiva do princípio da impessoalidade – perfeito! A seleção via concurso público evita favoritismos e indicações de cunho político para a grande parte dos cargos públicos, prezando pela impessoalidade – CORRETA; II. o princípio da legalidade, segundo o qual o agente público deve atuar de acordo com o que a lei determina, é incompatível com a discricionariedade administrativa – mesmo nos atos discricionários, o administrador deve agir baseado nos critérios legais, sendo que a conveniência e oportunidade de suas escolhas deve recair dentre opções legalmente previstas no ordenamento – ERRADA; III. um ato praticado com o intuito de favorecer alguém pode ser legal do ponto de vista formal, mas, certamente, comprometido com a moralidade administrativa, sob o aspecto material – de acordo com Di Pietro, “sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa”. Assim,pode até existir lei formal favorecendo algum particular, mas, havendo ofensa à moral, tal ato será considerado ilegal – CORRETA; IV. o gerenciamento de recursos públicos sem preocupação de obter deles o melhor resultado possível, no atendimento do interesse público, afronta o princípio da eficiência – exatamente! O princípio da eficiência surgiu como forma de proporcionar uma atuação da administração pública com excelência, fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o menor custo possível (desde que mantidos os padrões de qualidade) e no menor tempo – CORRETA; 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 78 V. a nomeação de um parente próximo para um cargo em comissão de livre nomeação e exoneração não afronta qualquer princípio da Administração Pública, desde que o nomeado preencha os requisitos estabelecidos em lei para o referido cargo – existe em nosso ordenamento a vedação ao nepotismo, que proíbe a indicação de parentes para exercer cargos públicos, nos termos da súmula vinculante nº 13 do STF: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal” – ERRADA. Portanto, estão corretas as alternativas I, III e IV. Gabarito: alternativa C. 15. (ESAF - AFRFB/SRFB/2003) Tratando-se de poder de polícia, sabe-se que podem ocorrer excessos na sua execução material, por meio de intensidade da medida maior que a necessária para a compulsão do obrigado ou pela extensão da medida ser maior que a necessária para a obtenção dos resultados licitamente desejados. Para limitar tais excessos, impõe-se observar, especialmente, o seguinte princípio: a) legalidade b) finalidade c) proporcionalidade d) moralidade e) contraditório Comentário: dos princípios apresentados, é o da proporcionalidade que surge como limitador de excessos possivelmente decorrentes do poder de polícia. Nos termos do art. 2º, parágrafo único da Lei 9.784/99, a administração deve observar a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Gabarito: alternativa C. 16. (ESAF - AFT/MTE/2003) A Emenda Constitucional nº 19, de 1998 (EC 19/98), acrescentou aos princípios constitucionais da Administração Pública o princípio da eficiência, que é composto de algumas características básicas. Entre elas, não se inclui: 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 78 a) direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum. b) imparcialidade. c) participação e aproximação dos serviços públicos da população. d) desburocratização. e) liberdade de ação para o servidor. Comentário: todas as alternativas trazem características que foram implementadas a partir da EC n° 19/98, como decorrência da reforma gerencial, iniciada em 1995 com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE). Nesse sentido, a eficiência se relaciona a uma atuação da administração pública com excelência e imparcialidade, fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o menor custo possível, desburocratizando-o sempre que possível (desde que mantidos os padrões de qualidade) e no menor tempo, para atendimento do bem comum. A despeito de toda essa “modernização”, tal princípio não configura uma “carta branca” ao administrado, que deve nortear sua atuação sob o aspecto da legalidade administrativa. Gabarito: alternativa E. 17. (ESAF - AFRFB/SRFB/2000) Indique, nas opções abaixo, aquela que não se apresenta como um princípio da Administração Pública estabelecido pela Constituição de 1988. a) Legalidade b) Impessoalidade c) Unidade d) Moralidade e) Publicidade Comentário: dos princípios expressos no caput do artigo 37 da CF, temos: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência Portanto, das alternativas apresentadas, apenas o princípio da unidade não consta expressamente do texto constitucional como princípio da Administração Pública. Gabarito: alternativa C. 18. (ESAF - AFC/CGU/2001) O regime jurídico-administrativo abrange diversos princípios. Entre os princípios abaixo, assinale aquele que se vincula à limitação da discricionariedade administrativa. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 78 a) impessoalidade b) presunção de legitimidade c) razoabilidade d) hierarquia e) segurança jurídica Comentário: conforme nos ensina Maria Sylvia Di Pietro, o princípio da razoabilidade é “aplicado ao Direito Administrativo como mais uma das tentativas de impor-se limitações à discricionariedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciação do ato administrativo pelo Poder Judiciário”. Assim, ensina a autora que, por mais que determinada decisão discricionária não transgrida nenhuma norma concreta e expressa, será considerada ilegítima se não for razoável, o que pode acontecer quando: não dê os fundamentos de fato ou de direito que a sustentam; não leve em conta os fatos constantes do expediente, ou públicos e notórios ou não guarde uma proporção adequada entre os meios que emprega e o fim que a lei deseja alcançar. Gabarito: alternativa C. 19. (ESAF - Ana Tec/SUSEP/2006) A legalidade, como princípio básico da Administração Pública, especificamente, consiste mais em que, a autoridade administrativa só pode praticar atos, quando a) autorizados ou permitidos em lei. b) não vedados em lei. c) indicada sua fundamentação. d) tenha competência para tanto. e) objetivam interesse público. Comentário: segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da legalidade constitui uma das garantias principais de respeito aos direitos individuais. Isso ocorre porque a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites de atuação administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade. A legalidade apresenta dois significados distintos. O primeiro aplica-se aos administrados, isto é, às pessoas e às organizações em geral. Conforme dispõe o inciso II do artigo 5º da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Dessa forma, para os administrados tudo o que não for proibido será permitido. Assim, a lei tem um aspecto negativo, pois restringe o campo de atuação dos administrados. O segundo sentido do princípio da legalidade é aplicável à Administração e decorre diretamente do artigo 37, caput, da CF/88, impondo a atuação administrativa somente quando houver 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do BrasilQuestões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 78 previsão legal. Assim, para o setor público a lei tem conotação positiva. Isso ocorre porque a Administração só poderá agir quando houver previsão legal. Por esse motivo, ele costuma ser chamado de princípio da estrita legalidade. Gabarito: alternativa A. 20. (ESAF - Ana/CVM/2010) Analise os itens a seguir, relacionados aos princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente. ( ) Segundo o princípio da impessoalidade, a atuação do administrador público deve objetivar a realização do interesse público. ( ) Em razão do princípio da isonomia, é vedada a adoção de quaisquer discriminações positivas pela Administração Pública. ( ) As restrições ao direito de greve do servidor público decorrem do princípio da continuidade das atividades da Administração Pública. ( ) A estipulação legal de prazo decadencial para a Administração anular seus atos é contrária ao princípio da segurança jurídica. a) V, F, F, F b) F, V, V, F c) V, V, V, V d) F, V, F, V e) V, F, V, F Comentário: - Segundo o princípio da impessoalidade, a atuação do administrador público deve objetivar a realização do interesse público. Isso mesmo. A atuação da administração deve ter em vista os interesses da coletividade, sem preferencias ou distinções entre os administrados – VERDADEIRA; - Em razão do princípio da isonomia, é vedada a adoção de quaisquer discriminações positivas pela Administração Pública. A Constituição Federal estabelece que todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput), sendo que eventuais tratamentos diferenciados só podem ocorrer quando houver previsão legal. Ademais, referido princípio determina que a Administração Pública deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades – FALSA; - As restrições ao direito de greve do servidor público decorrem do princípio da continuidade das atividades da Administração Pública. Pelo princípio da continuidade, os serviços públicos devem ser prestados de maneira contínua, sem parar. Segundo Carvalho Filho, a “consequência lógica desse fato é a de 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 78 que não podem os serviços públicos ser interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade” –VERDADEIRA; - A estipulação legal de prazo decadencial para a Administração anular seus atos é contrária ao princípio da segurança jurídica. Muito pelo contrário. Segundo Di Pietro, este princípio está na base das normas sobre prescrição e decadência. Os posicionamentos da administração podem mudar no decorrer do tempo, devendo-se assegurar que as situações já consolidadas sejam mantidas. Nesse sentido, a prescrição e a decadência constituem formas de assegurar essas situações, dando segurança aos administrados – FALSA. Gabarito: alternativa E. 21. (ESAF - Ag Faz/Pref RJ/2010) Em relação aos princípios constitucionais da administração pública, é correto afirmar que: I. o princípio da publicidade visa a dar transparência aos atos da administração pública e contribuir para a concretização do princípio da moralidade administrativa; II. a exigência de concurso público para ingresso nos cargos públicos reflete uma aplicação constitucional do princípio da impessoalidade; III. o princípio da impessoalidade é violado quando se utiliza na publicidade oficial de obras e de serviços públicos o nome ou a imagem do governante, de modo a caracterizar promoção pessoal do mesmo; IV. o princípio da moralidade administrativa não comporta juízos de valor elásticos, porque o conceito de "moral administrativa" está definido de forma rígida na Constituição Federal; V. o nepotismo é uma das formas de ofensa ao princípio da impessoalidade. Estão corretas: a) apenas as afirmativas I, II, III e V. b) apenas as afirmativas I, III, IV e V. c) as afirmativas I, II, III, IV e V. d) apenas as afirmativas I, III e V. e) apenas as afirmativas I e III. Comentário: à exceção da alternativa IV, todas as demais estão corretas. Ao contrário do que diz a afirmativa, o conceito de "moral administrativa" não está definido de forma rígida na Constituição Federal. A moralidade administrativa configura um conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração, que implica saber distinguir não só o bem e o mal, o legal e o ilegal, o justo e o injusto, mas também o honesto e o desonesto. Gabarito: alternativa A. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 78 22. (ESAF - APO/MPOG/2005) Os princípios da Administração Pública estão presentes em todos os institutos do Direito Administrativo. Assinale, no rol abaixo, aquele princípio que melhor se vincula à proteção do administrado no âmbito de um processo administrativo, quando se refere à interpretação da norma jurídica. a) legalidade b) proporcionalidade c) moralidade d) ampla defesa e) segurança jurídica Comentário: em matéria de interpretação da norma jurídica, é essencial que a Administração possua meios de garantir que novas interpretações não prejudiquem situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. Essa garantia se dá a partir do princípio da segurança jurídica, que se relaciona com a boa-fé. Não significa que o entendimento administrativo não possa mudar; o que não é possível é fazê-la retroagir a casos já decididos com base em interpretação anterior, considerada válida diante das circunstancias do momento em que foi adotada. Os demais princípios também devem ser observados no âmbito dos processos administrativos, mas o que guarda relação com a interpretação da norma jurídica é o da segurança jurídica. Gabarito: alternativa E. 23. (ESAF - AFRE PA/SEFA PA/2002) Assinale a situação que não se relaciona com o princípio da impessoalidade, em alguma das suas acepções. a) Vedação ao uso da imagem da autoridade para promoção pessoal. b) Provimento de cargo público efetivo mediante concurso público. c) Anulação de ato cometido com desvio de finalidade. d) Verificação da presença do interesse público em todo ato cometido pela Administração Pública. e) Obrigação da divulgação pública dos atos oficiais. Comentário: o princípio da impessoalidade, previsto expressamente na CF/88, apresenta quatro sentidos: a) princípio da finalidade: em sentido amplo, o princípio da finalidade é sinônimo de interesse público, uma vez que todo e qualquer ato da administração deve ser praticado visando à satisfação do interesse público (D). Por outro lado, em sentido estrito, o ato administrativo deve satisfazer a finalidade específica prevista em lei (C). Em casos de desvio de finalidade, o ato deve ser anulado; 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 78 b) princípio da igualdade ou isonomia: o princípio da impessoalidade se traduz na ideia de isonomia, pois a Administração deve atender a todos os administrados sem discriminações. Não se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições indevidas, consagrando assim o princípio da igualdade ou isonomia.São exemplos: o art. 37, II, que exige a aprovação prévia em concurso público (B) para a investidura em cargo ou emprego público, permitindo que todos possam disputar-lhes com igualdade; o art. 37, XXI, que exige processo de licitação pública para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, assegurando igualdade de condições a todos os concorrentes; o art. 175, que também exige licitação pública para as permissões e concessões de serviço público; e o art. 100 que trata do regime de precatórios judiciais para o pagamento dos débitos das fazendas públicas. c) vedação de promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado. Dessa forma, não poderá ocorrer a pessoalização ou promoção pessoal do agente público pelos atos realizados (A) d) impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de processos administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem condições de aplicar a lei de forma imparcial, em função de parentesco, amizade ou inimizade com pessoas que participam do processo. Portanto, pelo que demonstramos acima, a obrigação da divulgação pública dos atos oficiais não se relaciona com o princípio da impessoalidade, apesar de ser característica do princípio da publicidade. Gabarito: alternativa E. 24. (ESAF - AFC/STN/2008) O art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988 previu expressamente alguns dos princípios da administração pública brasileira, quais sejam, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Consagra- se, com o princípio da publicidade, o dever de a administração pública atuar de maneira transparente e promover a mais ampla divulgação possível de seus atos. Quanto aos instrumentos de garantia e às repercussões desse princípio, assinale a assertiva incorreta. a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. b) É assegurada a todos a obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. c) Da publicidade dos atos e programas dos órgãos públicos poderá constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, desde que tal iniciativa possua caráter educativo. 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 78 d) Cabe habeas data a fim de se assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. e) É garantido ao usuário, na administração pública direta e indireta, na forma disciplinada por lei, o acesso a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas as garantias constitucionais de sigilo. Comentário: as alternativas A, B D e E retratam a previsão expressa da Constituição Federal, de preceitos que ou confirmam, ou restringem o princípio da publicidade. A seguir, aponto em quais artigos/incisos estão essas previsões: a) previsto no art. 5º, XXXIII – CORRETA; b) previsto no art. 5º, XXXIV, b – CORRETA; c) referida previsão está relacionada ao princípio da impessoalidade, na acepção de que é vedada a promoção pessoal da autoridade, já que os agentes públicos atuam em nome do Estado. Esse significado decorre diretamente da disposição do §1º do Art. 37 da CF/88: “§1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos” – ERRADA; d) previsto no art. 5º, LXXII – CORRETA; e) previsto no art. 37, §3º, II da CF – CORRETA. Gabarito: alternativa C. 25. (ESAF - Ana/IRB/2006) Considerando-se os princípios que regem a Administração Pública, relacione cada princípio com o respectivo ato administrativo e aponte a ordem correta. (1) Impessoalidade (2) Moralidade (3) Publicidade (4) Eficiência ( ) Punição de ato de improbidade. ( ) Divulgação dos atos da Administração Pública. ( ) Concurso Público. ( ) Pagamento por precatório. ( ) Escolha da melhor proposta em sede de licitação. a) 1/3/4/2/2 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 78 b) 2/3/1/1/4 c) 4/2/1/3/1 d) 3/4/2/1/4 e) 3/2/2/1/4 Comentário: (1) Impessoalidade (2) Punição de ato de improbidade. (2) Moralidade (3) Divulgação dos atos da Administração Pública. (3) Publicidade (1) Concurso Público. (4) Eficiência (1) Pagamento por precatório. (4) Escolha da melhor proposta em sede de licitação. Tanto a necessidade de elaboração de concurso público para preenchimento dos cargos públicos, quanto o pagamento via precatório atendem ao princípio da impessoalidade, segundo o qual o interesse e a finalidade pública devem nortear o comportamento da administração, proibindo a atuação da Administração com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas. A punição por atos de improbidade, por sua vez, tem como objetivo a proteção da moralidade administrativa. O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. Por fim, ao selecionar as melhores propostas em sede de licitação, a administração privilegia o princípio da eficiência, na medida em que a escolha é baseada em critérios objetivos, vencendo aquele que prestará os serviços da forma mais adequada, além do dever de prestar um serviço satisfatório, sob pena de sofrer as sanções legais. Gabarito: alternativa B. 26. (ESAF - TA/ANEEL/2006) Assinale a opção que elenque dois princípios norteadores da Administração Pública que se encontram implícitos na Constituição da República Federativa do Brasil e explícitos na Lei n. 9.784/99. a) Legalidade / moralidade. b) Motivação / razoabilidade. c) Eficiência / ampla defesa. d) Contraditório / segurança jurídica. e) Finalidade / eficiência. Comentário: questão interessante para diferenciarmos os princípios constitucionalmente explícitos dos implícitos. Os princípios explícitos são aqueles que estão expressamente veiculados no texto constitucional; os implícitos, por sua vez, são os que decorrem dos preceitos trazidos pela Carta 0 00000000000 - DEMO Direito Administrativo p/ Receita Federal Analista da Receita Federal do Brasil Questões Comentadas Prof. Herbert Almeida – Aula 0 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 78 Maior. Vale lembrar que, apesar de serem considerados implícitos tendo como parâmetro a CF, eles podem ser considerados explícitos tomando-se por base a legislação infraconstitucional. Nesse sentido, temos como princípios explícitos da Administração Pública constante do art. 37 da CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...). Ademais, são princípios explícitos da Administração constantes do art. 2º da Lei 9.784/99: Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
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