Buscar

Alvenarias_Condicoes_Tecnicas_de_Execuca

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Alvenarias 
Condições Técnicas de Execução 
 
 
 
 
 
 
 
Série MATERIAIS 
joão guerra martins Versão provisória (não revista) 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 2 
Alvenarias 
Definição 
Apresentam-se duas definições sobre este tema: 
 
• As alvenarias são maciços construídos de pedras ou blocos, naturais ou 
artificiais, ligadas entre sí de modo estável pela combinação de juntas e 
interposição de argamassa ou somente por um desses meios; 
 
• Alvenaria é o termo que designa as paredes executadas com pedra, 
tijolo ou blocos de cimento e que, travados em sobreposição por meio de 
argamassas, servem para a execução de edifícios. 
 
• 
Introdução 
Nos últimos anos os traçados das redes internas das instalações técnicas 
aumentaram significativamente, bem como a quantidade dos aparelhos de comando ou de 
utilização no interior das habitações. 
 
Das soluções tradicionais passámos à necessidade de prever instalações telefónicas 
em todos os compartimentos, várias tomadas por compartimento, redes de aquecimentos, de 
música ambiente, iluminação decorativa e aumento do número de instalações sanitárias. 
 
Estas redes implicam espaços mais amplos nas paredes interiores, sem que o 
sistema tradicional de construção tenha sido adoptado para o efeito. 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 3 
Após a execução das alvenarias interiores, habitualmente em tijolo, assiste-se à sua 
demolição para a abertura de roços que posteriormente, serão refechados com argamassas 
sujeitas a processos de fissuração. 
 
 
1- Finalidade das alvenarias 
 Divisão, vedações e protecção; 
 Estrutural: paredes que recebem esforços verticais (lajes e coberturas em 
construções não estruturadas) e horizontais (empuxo de terra); 
 Resistência mecânica; 
 Isolamento térmico e; 
 Isolamento acústico. 
2 – Tipos de alvenarias 
2.1 - Alvenarias exteriores 
A espessura das paredes exteriores deve ser definida com muito rigor tendo em 
conta diversos condicionantes, nomeadamente no que diz respeito, à estrutura, isolamento 
térmico e ás caixas de estore, cujas dimensões variam de caso para caso (figura 1 ). 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 4 
 Fig. 1 - Caixa de estore 
 
Apesar da definição da espessura das paredes depender das condições particulares 
do projecto, no geral, as paredes exteriores são constituídas pelos seguintes elementos: 
Parede dupla, com tijolo 30x20x15cm ou 30x20x11cm a aplicar pelo exterior e 
30x20x11cm no interior, deixando-se uma caixa de ar de 5cm, a qual deverá ser preenchida 
com um isolamento térmico (figura 2). 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 5 
Fig. 2 - Parede dupla 
Nas condições referidas a parede terá a espessura final de 35cm no limpo. 
Nas paredes expostas a Norte e decorrente do estudo do comportamento térmico, 
poderá ser utilizada uma solução do tipo indicado na (figura 3). 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 6 
Fig. 3 - Parede dupla exposta a Norte 
Na parte inferior da caixa-de-ar deverá ser executado uma caleira para recolha de 
eventuais águas provenientes de infiltrações ou de condensações, sendo desejável a 
drenagem das caleiras para o exterior através de furos e tubos colocados na alvenaria 
exterior. 
Recentemente foram introduzidas no mercado soluções de isolamento da caixa de ar 
através da projecção de poliestereno sobre a face interior da alvenaria exterior. 
2.2 - Alvenarias interiores 
Devido á necessidade de embeber as redes nas paredes interiores, a espessura das 
paredes separadoras e confinantes dos compartimentos que possuam tubagens de 
instalações especiais, tais como as cozinhas e as instalações sanitárias, deverão ser 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 7 
estudadas com muito rigor, uma vez que as espessuras habitualmente apresentadas são 
insuficientes. A quantidade de roços é em número tão elevado que obriga à quase total 
reconstrução das paredes já executadas (figuras 4 e 5). 
Fig. 4 – Parede com roços Fig. 5 – Parede com roços 
Deverá ser estudada a compatibilização sistemática entre os projectos de 
arquitectura e das redes de esgotos, de águas e eléctricas, tendo como objectivo garantir 
uma adequada espessura das paredes para comportarem as diferentes tubagens. 
Um dos aspectos relevantes a ter em conta, e que foi agravado pelo acréscimo das 
redes internas, é a possibilidade das mesmas serem perfuradas pelos futuros utilizadores das 
habitações, decorrentes da sua adequação funcional. 
Neste contexto destacam-se como frequentes as perfurações de tubagens nas 
situações seguintes: 
 Instalações de esquentadores e de caldeiras mural; 
 Fixação de móveis de cozinha; 
 Colocação de toalheiros; 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 8 
 Fixação dos batentes das portas, para evitar o seu encosto nas paredes; 
 Fixação de candeeiros. 
Devido ao elevado número de redes e ao reduzido espaço para a sua passagem é 
recomendável a definição de critérios na instalação, tendo em conta o exposto e, a posterior 
comunicação aos utilizadores das fracções. 
Á semelhança do que se verifica noutros países da Europa desde há muitos anos, em 
Portugal, tem vindo a ser introduzidos sistemas de divisórias interiores com revestimento a 
placas de gesso, permitindo um compromisso entre as novas exigências e soluções mais 
adequadas. 
A questão que se coloca é ainda de custo, quando se compara com sistemas com 
características acústicas equivalentes ao tijolo, mas, inevitavelmente, tal como já sucede 
com os tectos falsos, também as divisórias leves irão ocupar o seu espaço, com destaque 
para as obras de reabilitação urbana. 
3 - Organização dos trabalhos 
3.1 - Análise do projecto e preparação para obra 
O planeamento e a programação da execução de alvenarias devem obedecer aos 
mesmos princípios aplicados a outras actividades, nomeadamente, (execução da estrutura, 
acabamentos, instalações técnicas, etc.), adaptados, em cada caso, ao volume e 
complexidade da obra. 
Os principais aspectos a considerar no planeamento da execução das alvenarias são 
os seguintes: 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 9 
 Quantificação global dos trabalhos; 
 Programação da sequência e duração das diversas tarefas (cronograma); 
 Avaliação dos meios necessários (mão-de-obra, materiais, acessórios especiais e 
equipamentos); 
 Avaliação das exigências logísticas (aquisição de materiais, armazenamento, transporte 
e elevação, manutenção de equipamentos, etc.); 
 Definição de equipas de trabalho e sua qualificação; 
 Definição dos instrumentos de previsão e controlo da produtividade e custos; 
 Definição de procedimentos de controlo de qualidade. 
3.2 - Influência da programação da execução das alvenarias no plano da obra 
Recomenda-se que se retarde o início das alvenarias e que se aguarde algum tempo 
ate à execução dos revestimentos isto, devido: 
 Á deformabilidade das estruturas sob acção das cargas; 
 
 Á retracção das estruturas e das paredes. 
As estruturas em geral e em particular as de betão armado, têm deformações 
imediatas sob a acção do seu próprio peso e dos elementos construtivos que suportam, além 
destas deformações têm também, deformações posteriores a médio e longo prazo. 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 10 
As alvenarias só deverão ser executadas depois de terminada a estrutura e por 
ordem inversa, isto é, de cima para baixo. Esta prática é em geral, impossível, 
recomendando-se em alternativa a construção de piso sim,piso não, ou ainda, começando 
do 3º para o 1º, depois do 6º para o 4º e assim sucessivamente. 
O revestimento só deverá ser efectuado no fim da construção integral das 
alvenarias, porque o fecho superior destas – no remate à viga ou piso superior, por exemplo 
– só deve ser feito quando todas as alvenarias estiverem executadas ou pelo menos 50% 
destas, e de preferência de cima para baixo. 
Recomenda-se ainda que nenhuma alvenaria seja fechada antes de decorridos 14 
dias após a execução da última fiada. 
 
 
 
 
 
 Fig. 6 Fig. 7 
 
X – alvenarias a executar depois da estrutura concluída 
Figs. 6 e 7 – Exemplos de alternativas à execução das alvenarias a partir do último para o 1º 
Piso. 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 11 
3.3 – Características essenciais dos tijolos cerâmicos para alvenarias 
 
 Regularidade na forma e dimensões; 
 Arestas vivas e cantos resistentes; 
 Som "claro" quando percutido; 
 Resistência suficiente para resistir esforços de compressão 
 Ausência de fendas e cavidades; 
 Facilidade no corte; 
 Homogeneidade da massa e cor uniforme; 
 Pouca porosidade (baixa absorção). 
 
3.4 – Correcta execução de alvenaria de tijolos cerâmicos 
 
 Efectuar a "marcação" das paredes com base na planta baixa (arquitectónica) da 
edificação, executando os cantos e, logo após, a primeira fiada com argamassa e 
com o auxílio de linha, esquadro, prumo e nível; 
 Nas extremidades da parede suspendem-se prumadas de guia, controlando com o 
prumo e assentando os tijolos alternados. 
 Executar todas as fiadas, seguindo um fio de nylon nivelado de acordo com as 
prumadas-guia das extremidades. Uma parede bem executada é plana, vertical, sem 
ondulações e necessita de pouca espessura de argamassa de revestimento 
 
3.5 – Tipos de argamassas mais utilizadas 
 
 cimento, cal e areia na proporção 1 : 2 : 9 em volume; 
 
 O enchimento da parede também pode ser feito com uma argamassa aditivada que, 
aquando da sua secagem, aumenta o seu volume. 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 12 
3.6 – Tipos de blocos e tijolos mais utilizados 
 
 3.6.6.1 - Bloco de betão estrutural 
 Aplicação em alvenaria estrutural armada e parcialmente armada. Permite 
que as instalações eléctricas e hidráulicas fiquem embutidas já na fase de levantamento 
da alvenaria. 
 
3.6.2 - Bloco de betão de vedação 
 Para fechamento de vãos em prédios estruturados. Devem ser observados os 
vãos entre vigas e pilares, de modo a propor vãos modulados em função das dimensões dos 
blocos. 
 
 3.6.3 - Bloco cerâmico de vedação 
 Deve-se procurar a modulação dos vãos, apesar de ser mais fácil o corte 
neste tipo de bloco. Dimensões mais encontradas (cm): 9x19x19 e 9x19x29. 
 
3.6.4 - Tijolo cerâmico maciço 
 Empregado geralmente para alvenaria de vedação ou como estrutural para 
casas térreas. Devido às suas dimensões, a produtividade da mão-de-obra na 
execução dos serviços é mais baixa. Os tijolos maciços também são usados em 
alvenaria aparente. Dimensões (cm): 5x10x20 aproximadamente. 
 
3.6.5 - Bloco silico-calcáreo 
 Empregado como bloco estrutural ou de vedação. Mistura de cal e areia 
silicosa, curadas em autoclaves, com vapor e alta pressão e temperatura. Também 
conhecidos como blocos de betão celular autoclavados. 
 
 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 13 
3.7 – Recepção e armazenamento dos materiais em obra 
 
 A recepção dos materiais em obra destina-se a garantir e verificar se estes 
corresponde ás exigências de projecto, se apresentam a uniformidade desejada e se não 
sofreram qualquer deterioração durante o transporte. 
O controlo em obra é sobretudo visual e diz respeito às principais características dos 
materiais. 
Em obras especiais ou de maior envergadura podem estabelecer-se procedimentos 
laborais. 
Os limites de aceitação devem corresponder aos que estiverem definidos na 
normalização aplicável e ás exigências estabelecidas no caderno de encargos do projecto. 
 
3.7.1 - Procedimentos da recepção dos materiais em obra por parte da 
fiscalização 
Os procedimentos normais por parte da fiscalização, no que diz respeito á qualidade 
e condições em que se encontra os materiais, necessários á execução de determinada obra, 
são os seguintes: 
 Verificação da integridade dos sacos de cimento (e outros ligantes) e de eventuais sinais 
de humidade que possam constituir indícios de que se deu o início da hidratação; 
 Verificação da presença de ramos, folhas ou outros materiais indesejáveis (como por 
exemplo, argilas) nas areias, procedendo sempre que possível a uma análise 
granulométrica das mesmas (como se refere no parágrafo referente ao fabrico das 
argamassas); 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 14 
 Verificação do aspecto do tijolo e de eventuais defeitos aparentes, confirmando ainda 
que a produção dispõe da necessária certificação; 
 Verificação do prazo de validade e da documentação técnica de produtos deterioráveis 
(adjuvantes, etc.) bem como a integridade das suas embalagens. 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 8 - Embalagem de tijolo em obra, protegido com filme plástico, 
apenas nas faces laterais 
4 - Fabrico das argamassas de assentamento 
 
 As argamassas de assentamento têm como principais funções, a capacidade de unir 
os vários blocos ou tijolos, a distribuição uniforme das cargas verticais, a absorção de 
deformações, a resistência a esforços laterais e a selagem das juntas contra a entrada de 
águas. 
Para garantir estes desempenhos, temos que efectuar um estudo ás argamassas 
quanto: 
 Á sua capacidade de resistência à flexão e à compressão; 
 Ao seu módulo de elasticidade; 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 15 
 As possíveis retracções; 
 Á sua aderência; 
 Á sua capacidade de retenção de água; 
 Á trabalhabilidade; 
Depois de efectuados os testes, aos desempenhos das argamassas nos critérios acima 
referidos, estas devem cumprir também as seguintes condições: 
 As argamassas de assentamento das alvenarias serão realizadas com Cimento Portland 
Normal (CPN) e areia, ao traço 1:5, ou ao traço 1 :5:5 de CPN, cal e areia. 
 A sua aplicação deve respeitar sempre as indicações do fabricante e deverão estar 
adequadas aos diferentes tipos de trabalho. 
 A espessura dos leitos e juntas não deverá ser superior a 0.01 m. 
 A espessura das massas de assentamento, de alvenarias de pedra, tijolo ou betão 
estrutural, são variáveis de acordo com as peças mas nunca inferiores a 0.02m e 
superiores a 0.04m. 
Deverá existir um especial cuidado no aprovisionamento das matérias-primas. No 
caso de duas areias diferentes, estas deverão estar convenientemente separadas e deve 
evitar-se qualquer tipo de contaminação. 
Deverá também existir um cuidado especial no aprovisionamento dos ligantes 
hidráulicos. Se o fornecimento destes for em sacos, estes deverão ser armazenados num 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 16 
espaço fechado, assentes sobre um estrado com boa ventilação. Deve garantir-se que a 
pressão exercida sobre os sacos que ficarem debaixo não seja excessiva. 
Deverá igualmente garantir-se que os adjuvantes se mantenham nos recipientes 
vindos de fábrica, para que não haja qualquer contaminação destes produtos. 
Os trabalhos de assentamento têm baixos consumos de argamassa (cerca de 10 a 15 
litros de argamassa por m2 de alvenaria), pelo que se deve considerar pequenos volumes. É 
de ter em atenção que na evolução de uma argamassa, após o seu fabrico, temos um período 
dormente, um período de presa,com o respectivo início e fim, e um posterior período de 
endurecimento. 
As argamassas devem ser utilizadas antes do início de presa. 
4.1 - Verificação e controlo das argamassas 
4.1.1 - Estado fresco 
O estado fresco de uma argamassa define-se pela sua trabalhabilidade, sendo esta a 
primeira característica e a introdutora de todas as outras. Uma argamassa que não possua 
boa trabalhabilidade, será difícil de aplicar e tornar-se mais porosa do que o desejável. 
Existe um aparelho de laboratório, a chamada mesa de espalhamento, que nos 
permite uma boa avaliação da trabalhabilidade de uma determinada argamassa, (flow-test). 
4.1.2 - Estado endurecido 
Deverá proceder-se a uma recolha, para fazer uma escolha racional dos produtos 
mais adequados, nomeadamente no que diz respeito á: 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 17 
 Resistência à flexão; 
 Resistência à compressão; 
 Retracção; 
 Arranque (pull-off); 
 Determinação do módulo de elasticidade (dinâmico). 
5 - Assentamento de tijolos 
5.1 - Tarefas preliminares 
 Antes de se iniciar a execução das paredes de alvenaria, cujas tarefas e etapas são 
descritas nas alíneas seguinte, é necessário realizar diversas verificações preliminares. 
 Verificar o estado da estrutura (geometria, desempeno e alinhamentos); 
 Verificar a necessidade de uma reparação pontual da estrutura, e se decorreram 3 dias 
após a eventual reparação; 
 Verificar a limpeza e nivelamento dos pavimentos; 
 Verificar se as peças de betão armado foram chapiscadas e se decorreram pelo menos 3 
dias após essa operação; 
 Verificar se existem ferros de espera na estrutura para ligação das alvenarias (se 
estiverem previstos em projecto); 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 18 
 Verificar se estão implementadas as medidas de segurança colectivas necessárias à 
execução das alvenarias; 
 Verificar se foram executadas todas as tarefas antecedentes previstas no plano de obra. 
Depois de se ter efectuado todas as verificações descritas anteriormente, entramos 
na fase de execução da alvenaria, propriamente dita. 
A execução de alvenarias tem três etapas principais: 
 A marcação da primeira fiada; 
 A elevação da parede; 
 Fecho (ou fixação). 
Estas tarefas devem ser intercaladas com diversos procedimentos de verificação e 
controlo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 19 
5.2 - Tipos de tijolos mais usados nas construções em Portugal 
 
 Fig. 9 – Formas e medidas dos tijolos mais usados em alvenarias 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 20 
5.3 - Levantamento de paredes em zona corrente 
5.3.1 - Conceitos Gerais 
A espessura da alvenaria é definida pela dimensão do tijolo, medida 
perpendicularmente ao paramento vertical da parede. Assim, em função deste 
posicionamento, as paredes podem designar-se, no que se refere á espessura em, paredes a 
um quarto de vez, a meia vez e a uma vez, no caso do tijolo ser assente com a sua menor 
dimensão, (largura ou comprimento), perpendicularmente à face da parede. 
 A combinação do posicionamento de dois tijolos, na mesma fiada, conduz a 
paredes de uma vez e meia, duas vezes, etc. 
5.3.1.1 - Marcação e 1ª fiada 
Depois de se ter verificado (ou corrigido) o nivelamento do pavimento (térreo ou 
elevado), com uma régua de 2 metros, marca-se as paredes de acordo com o projecto de 
execução (plantas, alçados e cortes). 
Na realização desta marcação (em planta), aplica-se uma fina camada de argamassa 
de cimento e areia (com largura compatível com a espessura da parede a marcar), na qual é 
implantada em primeiro lugar os ângulos (geralmente esquadrias), e de seguida os 
alinhamentos rectos (ou curvos) e a localização das aberturas (estas têm uma tolerância de 
+ 5 mm). 
Os ângulos são geralmente marcados com o assentamento de 2 tijolos, a partir dos 
quais são traçados os restantes alinhamentos no pavimento, quer este seja efectuado por 
"batimento" de um fio pigmentado bem esticado, quer por utilização de uma régua ou por 
um riscador de aço. 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 21 
A ortogonalidade das paredes pode ser verificada com um esquadro rígido, e não 
deve apresentar desvios superiores a 2 mm/m. 
 
 
 
 Fig.10 - Marcação e 1ª fiada de paredes simples no interior 
 
5.3.1.2 - Marcação em altura e nivelamento 
 Realizada a 1ª fiada, torna-se necessária a marcação em altura da parede de modo a 
garantir a horizontalidade das fiadas e a verticalidade do paramento. Para tal, recorre-se ao 
uso das “fasquias” nas quais são marcadas as fiadas de tijolo a realizar. Esta divisão em 
altura, que também visa minimizar o número de fiadas a realizar com tijolos cortados, é 
realizada por tentativas sucessivas com a fita ou com o compasso, sendo esta condicionada 
pela altura dos peitoris das janelas, padieira dos vãos e pelo pé-direito da parede. 
O “cordel” esticado entre fasquias permite uma constante verificação do 
nivelamento pretendido das juntas horizontais, e com o auxílio do fio-de-prumo, a 
sistemática verificação da verticalidade do pano da parede. Este procedimento facilita e 
melhora os tempos de execução, (não dispensa o uso do nível e do fio de prumo) e garante 
ainda a correcta interligação das fiadas na junção de duas paredes. 
Face ao peso próprio da alvenaria e ao ritmo de presa da argamassa, num dia de 
trabalho não deve ser executada uma altura superior a 1,60 m de parede, o que corresponde 
a cerca de 4 fiadas por período de trabalho (meio dia). 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 22 
 
 
 
 
 
 
 Fig.11. Verificação de aprumo a alinhamento de uma parede. 
5.3.1.3 - Elevação da parede 
5.3.1.3.1 - Molhagem previa 
Os tijolos, antes de serem assentes, devem ser molhados. Quando não é efectuada 
uma molhagem previa aos tijolos, estes absorvem parte da água da amassadura da 
argamassa. Esta por sua vez, sem a água necessária, em vez de adquirir a dureza necessária, 
torna-se desagregável. 
A melhor aderência entre os tijolos e a argamassa obtêm-se com teores médios, 
sendo recomendado o uso de retentores de água nas argamassas de assentamento. 
A porosidade excessiva, como se referiu, também é prejudicial, porque pode retirar 
água em excesso da argamassa, que seria necessária para as reacções de hidratação. 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig.12 - Aspecto da capacidade de absorção do tijolo que, em geral, 
obriga à molhagem prévia 
5.3.1.3.2 - Juntas e aparelho 
 O assentamento de tijolos, para qualquer espessura de parede, deve ser realizado de 
modo que as juntas verticais e horizontais (no caso de paredes com espessura superior a 
uma vez) fiquem desencontradas a pelo menos 1/3 do comprimento do tijolo (“matar a 
junta”). 
 As juntas, com espessura final de cerca de 10 mm, devem ser realizadas com 
argamassas pouco consistentes, de modo a preencher completamente o intervalo entre os 
tijolos. 
 1 cm
1,5cm
 
 Fig. 13 – Juntas de argamassa 
 
 
5.3.1.3.3 – Assentamento 
 
O assentamento de tijolos deve verificar as seguintes condições: 
 Cada tijolo deve ser assente sobre o leito de argamassa colocada na fia inferior (junta 
horizontal) levando no seu topo uma “chapada” de argamassa distribuída à colher (junta 
vertical). 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 24 
 O tijolo deve ser ligeiramente carregado, esfregado e percutido pelo maço (ou cabo da 
colher) de modo a que a argamassa possarefluir pelas juntas. Esta argamassa excedente 
é imediatamente retirada da face do tijolo (raspada com a colher) e aproveitada para o 
assentamento do tijolo seguinte. 
 Durante o assentamento, deve ser permanentemente controlado o acabamento das juntas 
na face oposta à face de trabalho do operário, de modo a recolher a argamassa em 
excesso que reflui das juntas, garantindo, deste modo, o desempeno dessa superfície. 
 O espalhamento da argamassa na junta horizontal, criando o leito de assentamento. 
Pode abranger, de cada vez, o comprimento de um ou mais tijolos, dependendo do 
ritmo de aplicação e das condições climatéricas. 
 Com o tempo seco severo é preferível a aplicação da argamassa tijolo a tijolo, para 
evitar a sua dessecação precoce e a diminuição de trabalhabilidade. 
 O fecho superior das paredes contra a laje ou viga deve ser feito alguns dias depois 
(como já referido). 
 Após cada dia de trabalho as paredes devem ser protegidas com filme plástico para 
evitar uma secagem demasiado rápida ou para as resguardar da chuva. 
 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 25 
5.3.1.3.4 – Processos de assentamento de tijolos maciços 
 
Argamassa rebatida
com a colher
1º método
Argamassa
abundante
Argamassa
aplicada no tijolo
com a colher
2º método 
 Fig. 14 – Métodos para assentamento de tijolos maciços 
5.3.1.3.4.1 – Assentamentos tradicionais e especiais de tijolos maciços 
 
a chato 1/2 vez
 Ajuste
a chato 1 vez
Fileira ímpar em planta
Fileira par em planta Ajuste
Para paredes de 22 a
25 cm de espessura
 
 
 Fig.15 – Ajuste normal de tijolos maciços 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 26 
 
Fileira ímpar em planta
Fileira par em planta
Ajuste inglês ou gótico
Para paredes de 22 a
25 cm de espessura
 
 Fig. 16 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços 
 
 
 
 
 
Fileira ímpar em
planta
Fileira par em plantaAjuste francês
Para paredes de 34 a
38 cm de espessura
 
Fig.17 – Ajuste francês de tijolos maciços 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 27 
 
Fileira ímpar em planta
Fileira par em planta
Ajuste inglês ou gótico
Para paredes de 34 a
38 cm de espessura
 
Fig. 18 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços 
 
 
 
 
 
 
Ajuste de pilares de tijolos maciços
Para pilares de 25x25 cm
Fiada par Fiada ímpar
Fiada par Fiada ímpar
Para pilares de 38x38 cm
Fiada par Fiada ímpar
Para pilares de 50x50 cm
 
Fig. 19 – Ajuste em pilares para tijolos maciços 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 28 
5.3.1.3.4.2 – Tipos de amarrações em tijolos 
Consideram-se alvenarias amarradas as que apresentam juntas verticais 
descontínuas. A seguir, nas figuras, são mostrados os tipos de amarrações mais comuns 
para tijolos maciços ou de dois furos. 
 Os esquemas também são válidos para outros tipos de tijolos cerâmicos ou blocos 
de concreto. 
 
 
1ª fiada 2ª fiada
Em T - parede de 1/2 vez
1ª fiada 2ª fiada
Cruzamento - parede de 1/2 vez
1ª fiada 2ª fiada
Parede de meia vez em paredes de uma vez 
 
Fig. 20 – Tipos de amarrações 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 29 
1ª fiada 2ª fiada
Parede de meia vez
1ª fiada 2ª fiada
Parede de uma vez
1ª fiada 2ª fiada
Canto em parede
de meia vez
1ª fiada 2ª fiada
Canto em parede
de uma vez 
 
Fig. 21 – Amarrações em cantos 
 
 
Parede de espelho (cutelo) Parede de meio tijolo
Parede de um tijolo Parede de um tijolo e meio 
 
Fig. 22 – Tipos de paredes 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 30 
5.3.1.3.5 - Correcção do posicionamento 
 Qualquer erro no posicionamento inicial do tijolo que não possa ser corrigido com 
ligeira percussão, deve ser corrigido mediante o levantamento do tijolo, retirando 
completamente a argamassa das juntas e tornando a executar a operação com argamassa 
fresca. 
 A tentativa de bascular o tijolo em torno do seu eixo longitudinal, para obter a 
verticalidade, ou eventual percussão acidental depois do assentamento, conduzem com 
frequência ao abaulamento transversal da junta da argamassa, reduzindo o desempenho da 
junta (resistência, isolamento térmico e acústico, resistência à passagem da água, etc.). 
5.3.1.3.6 - Cunhais 
 Nos cunhais e ângulos das paredes deverá existir um cuidado especial de modo que 
os tijolos fiquem bem travados entre si, usando-se para tal meio tijolo ou três quartos de 
tijolo para se conseguir o desencontro vertical das juntas. 
Nos cunhais das paredes de fachada, ombreiras e outras extremidades de parede em 
contacto com o exterior, é fundamental que o tijolo não fique com furos voltados para o 
exterior. 
Na ausência de tijolos de formato especial para estas situações, pode usar-se o tijolo 
furado corrente, ao alto (furação na vertical) cortado para as dimensões convenientes, mas 
sempre devidamente travado. 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 31 
 
 
 
 
 Fig. 23 - Cunhal mal executado e esquema do princípio para uma correcta execução. 
Nos cunhais, como nos resultantes cruzamentos de paredes é muito vantajoso que as 
fiadas das duas direcções estejam niveladas, para permitir um adequado travamento. 
Quando se pretender uma maior rigidez da ligação, podem aplicar-se grampos 
metálicos na junta horizontal por forma a ligar as duas paredes. 
5.3.1.3.7 - Verificação do levantamento de paredes 
Terminada a execução de cada pano de parede é necessário proceder ás seguintes 
verificações: 
 Alinhamento da parede com as paredes confinantes do mesmo piso e com a estrutura; 
 Alinhamento com as paredes dos outros pisos, em particular nas fachadas; 
 Aspecto geral das juntas (sem rebarbas, sem irregularidades e com espaçamento 
regular); 
 Dimensão das juntas horizontais (tolerância da ordem de 3mm); 
 Completo preenchimento das juntas verticais de ligação à estrutura de betão armado; 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 32 
 Confirmação das características necessárias à aplicação do revestimento previsto 
(porosidade, rugosidade, aprumo). 
5.3.1.4 – Paredes duplas 
Devem ser adoptadas as mesmas medidas e precauções descritas para as paredes 
simples, com as seguintes particularidades: 
 A primeira operação corresponde à marcação dos 2 panos de alvenaria a que se segue a 
execução da 18 fiada interior; 
 A seguir executa-se a meia cana ou caleira que remata o fundo da caixa-de-ar e assenta-
se a 18 fiada exterior, com aplicação de tubos de drenagem (em plástico) salientes para 
o exterior (espaçados em cerca de 2 metros); 
 Os tubos de drenagem devem recolher as águas do fundo da caleira, que deve ter a 
inclinação e impermeabilização adequadas, e conduzi-las ao exterior, com uma 
saliência em relação ao revestimento final não inferior a 15mm. Face à eventual 
incerteza relativa à espessura dos revestimentos, os tubos devem ficar mais compridos, 
para posterior alinhamento por corte. 
A execução das paredes duplas devem ter em conta os seguintes aspectos, para se 
poder proceder à limpeza: 
 Protecção da caldeira com forra de papel, a retirar posteriormente por aberturas 
provisórias na 1ª ou 2ª fiada exteriores; 
 Utilização de uma régua horizontal, com a largura da caixa-de-ar, suspensa, que vai 
recolher os restos de argamassa que caem na caixa-de-ar, sem que estes atinjam a 
caldeira; 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 33 
 Execução da parede interior, depois de executada a parede exterior e limpa a caixa-de-
ar, de encontro ao isolante térmico rígido contínuo que protege a caixa-de-ar.No caso de paredes duplas envolventes deverá sempre recordar-se o facto de que a face 
da parede resultante é mais “cuidada” do lado que o operário está a trabalhar, ficando 
bem aprumada deste lado e com algumas irregularidades do outro. 
 
 
 
 
 Fig. 24 - Parede dupla com placas isolantes encostadas ao pano interior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 25 – Caixa-de-ar com isolante, obstruídas e com isolante mal 
posicionado (situações não recomendadas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 26 Fig. 27 
 
Figs.26 e 27 - Tubos de drenagem da caixa de ar 
 
 
 
 
 
 
 Fig. 28 - Caldeira do fundo da caixa-de-ar 
5.3.1.5 - Paredes em pavimento térreo ou em contacto com o terreno 
As paredes de alvenaria devem ser assentes sobre base rígida e indeformável no 
tempo, razão pela qual é necessário a criação de lintéis ou sapatas contínuas, quando 
construídas sobre o terreno, e de eventuais lintéis de reforço quando executadas sobre 
pavimento térreo; 
As paredes em contacto com o terreno ou com sapatas, ou outros elementos do 
betão armado, que contactem com o terreno, devem ser objecto da colocação de uma 
barreira contra a humidade ascensional. Esta barreira deve ser colocada numa das primeiras 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 35 
fiadas acima do terreno, em particular quando o nível freático é elevado ou existem 
condições favoráveis à infiltração no solo junto às paredes; 
As paredes enterradas, devem ser impermeabilizadas em todas as superfícies em 
contacto com o terreno. 
5.3.1.6 - Vãos e corte de tijolo 
O corte de tijolo pode ser feito manualmente com pequenos golpes de martelo ou 
por meios mecânicos (serra circular com arrefecimento a água), mais rentáveis e com 
menor desperdício de material, permitindo o total desempeno da face de corte. 
Quer na ligação às estruturas de betão armado, quer nos vãos, o topo cortado deve 
ficar voltado para o interior da parede, isto é, deve constituir a última junta vertical interior 
e não a ligação ou extremidade. 
Na execução de vãos devem usar-se moldes ou pré-aros indeformáveis que 
permitam a execução da parede nas dimensões exactas, evitando posteriores demolições ou 
enchimentos. 
5.3.1.7 - Roços para alojamento de cabos e tubagens 
 As tubagens embutidas nas paredes só deverão ser executadas aquelas que estão 
previstas no projecto, incluindo as zonas de cruzamento e atravessamento. 
 O planeamento dos traçados e a sua marcação devem ser rigorosos e a abertura limitada 
ao mínimo indispensável, sem deteriorar os tijolos e juntas confinantes. 
 Em paredes de espessura reduzida deve evitar-se a execução de roços, em particular se 
não forem verticais. 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 36 
 Em qualquer parede, os roços não devem afectar, se possível, mais do que um alvéolo 
do tijolo, tendo o cuidado, todavia, de recobrir convenientemente as tubagens para 
evitar a fissuração do revestimento posterior. 
 Quando é necessário abrir roços de maior dimensão, pode ser útil preencher o roço com 
argamassa e pequenos fragmentos de tijolo, reduzindo a quantidade da primeira e, 
consequentemente, os riscos de fissuração por retracção. 
 
 
 Fig. 29 Fig. 30 Fig. 31 
 Figs. 29, 30 e 31 - Abertura de roços com diferentes graus de danos. 
5.4 - Colocação de materiais de isolamento térmico 
5.4.1 - Isolamento térmico na caixa-de-ar 
 5.4.1.1 - Materiais rígidos 
A colocação deste tipo de placas na caixa-de-ar de uma parede dupla deve obedecer 
às seguintes exigências gerais: 
 O material deve ser imputrescível e indeformável (nas condições de aplicação e de 
serviço) e apresentar, de preferência, uma reduzida absorção de humidade (uma vez que 
em geral não está garantida a total estanquidade da parede exterior, que os fluxos de 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 37 
vapor de água que atravessam a parede podem ser significativos e que a resistência 
térmica diminui com o aumento do teor de humidade). 
 As placas de isolamento térmico devem estar aprumadas, encostadas à parede interior 
(com uma caixa de ar livre remanescente de 2 a 7 cm) e cobrir toda a sua superfície; 
 As placas devem constituir uma barreira contínua sem juntas verticais ou horizontais 
abertas entre elas, de modo a impedir fenómenos de conservação entre as suas duas 
faces. 
 A colocação das placas rígidas do isolamento deve ser coordenadas com sequência de 
operações da execução das alvenarias, uma vez que inviabiliza, por exemplo, o 
levantamento simultâneo dos 2 panos de parede (exterior e interior). Em geral a 
marcação da 2ª fiada dos 2 planos de parede e à execução da caldeira de drenagem, à 
qual se segue a elevação do plano exterior. 
Para manter as placas de isolamento térmico afastadas da parede exterior terá de se 
utilizar um dos seguintes processos: 
 Atravessamento do isolamento pelos grampos de ligação das duas paredes, previamente 
fixados nas juntas da parede exterior e que serão posteriormente inseridos nas juntas 
horizontais a construir depois da colocação do isolante. 
 Utilização de espaçadores metálicos ou de plástico, ligados ou não à parede exterior, 
com um batente (anilha) de posicionamento do isolante, com eventual ajuste através de 
rosca; 
 Utilização de calços fabricados no local (eventualmente a partir de tiras de isolante 
excedente) colocados à placa pela face exterior. 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 38 
As placas de material isolante não hidrófilo podem ser aplicadas entre os dois panos 
de parede sem caixa-de-ar. 
Verifica-se todavia que a contribuição da caixa-de-ar remanesce (com largura 
mínima livre de 2cm) traz significativas vantagens do ponto de vista da prevenção de 
problemas ligados à humidade, quer no que respeita às infiltrações exteriores, quer às 
eventuais condensações devidas à difusão do vapor de água proveniente do interior do 
edifício. 
 
 
 
 
 
 
Fig. 32 Fig. 33 Fig. 34 Fig. 35 
 
Figs. 32, 33, 34 e 35 - Exemplos da utilização de placas de isolamento térmico na caixa de 
ar 
 
5.4.1.2. Materiais flexíveis 
Condicionantes de fixação em zona corrente: 
 Os materiais flexíveis devem ser fixados por pontos à parede interior, com 
densidade compatível com a sua flexibilidade e resistência mecânica; 
 Para uma correcta colocação e garantia do cumprimento das diversas exigências já 
definidas para os isolamentos em placas, devem ser aplicados depois de construída a 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 39 
parede interior, o que obriga a inverter a ordem do processo de construção, isto é, 
obriga à construção da parede exterior em último lugar, a partir de andaimes exteriores 
e com maiores dificuldades na limpeza final da caldeira da caixa de ar; 
 A utilização de materiais de isolamento térmico flexíveis sem caixa de ar, fixados ao 
pano exterior da parede, poderia permitir a construção posterior da parede interior, mas 
está limitada, em geral, pela elevada capacidade da absorção de água destas mantas e 
pela fragilização da parede exterior nos pontos de fixação, que poderão constituir zonas 
preferências para a entrada de água. 
5.4.1.3. Materiais a granel 
 É necessário garantir o total preenchimento da caixa-de-ar, sem vazios ou zonas de 
diferente compacidade (o que é particularmente difícil em paredescom aberturas ou 
outros elementos singulares). 
 È igualmente necessário garantir que o material não sofre qualquer compactação ou 
adensamento natural com o tempo, que provoque a diminuição do volume que ocupa na 
caixa-de-ar; 
 O material deve ser imputrescível, não absorvente e insensível à água; 
 A face exterior do pano exterior deve ser impermeável à água mas permeável ao vapor 
de água; 
 Deve ser garantida a drenagem do fundo da caixa-de-ar, apesar de totalmente 
preenchida com material granular, mas impedindo que os grânulos de isolante saiam ou 
obstruam os tubos de drenagem. 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 40 
5.5 – Patologias em alvenarias 
5.5.1 – Possíveis patologias 
As patologias mais frequentes relacionam-se com a humidade que pode ser 
proveniente: 
a) Do solo (eflorescências junto ao chão); 
b) Por infiltração (manchas de água); 
c) Por condensação (fungos ou bolores); 
d) Também é frequente em alvenarias verificar-se o aparecimento de fissuras. Estas podem 
ter diversas designações em função da sua abertura, podendo identificar-se como: 
 Microfissuras: quando a largura é inferior a 0,2mm; 
 Fissuras: quando a fissura varia entre 0,2 e 2mm; 
 Fendas ou gretas: quando a largura é superior a 2mm. 
 As fissuras podem ainda ser superficiais - quando só afectam o revestimento – ou 
profundas – quando a sua extensão atinge os elementos estruturais. 
 
 
 
 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 41 
 Fig. 36 – Alvenaria com manchas de água 
5.5.2 – Causas para as patologias 
As causas para as patologias referidas anteriormente são as seguintes: 
a) Nas paredes em contacto com o solo a água sobe arrastando sais que se depositam á 
superfície. 
b) Devido é rotura nas impermeabilizações, das canalizações de águas e esgotos ou do 
entupimento das tubagens. 
c) Deficiente isolamento térmico das paredes. 
d) Retracção devido á secagem rápida dos materiais, execução defeituosa, acção térmica, 
ou deficiências estruturais do edifício. 
 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 42 
 Fig. 37 – Alvenaria exterior sem caixa-de-ar, (não evita 
infiltrações de água) 
5.5.3 – Soluções para as possíveis patologias 
Para encontrar a solução adequada é necessário em primeiro lugar identificar a 
causa. No que diz respeito as causas referidas anteriormente, as soluções encontradas são as 
seguintes: 
a) Drenar a água junto á parede e impregnar a parede com produtos impermeabilizantes. 
b) Reparar a rotura, desobstruindo entupimentos ou executar paredes duplas. 
c) Ventilação dos locais assim como prever um bom isolamento térmico na envolvente 
exterior dos edifícios. 
d) Nos casos mais simples motivados por exemplo, por retracção, a solução passa pela 
limpeza da fissura e aplicação de produtos adequados disponíveis no mercado. Nos 
casos mais graves pode ser necessário proceder ao reforço da estrutura. 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 43 
 Fig. 38 – Fenda numa alvenaria 
5.6 - Medidas de segurança na execução de alvenarias. 
5.6.1 - Enquadramento geral 
 É necessário levar a cabo um conjunto de acções destinadas à prevenção e protecção 
dos trabalhadores, através da diminuição da probabilidade de ocorrência e da atenuação dos 
efeitos dos acidentes que possam vir a ocorrer. 
 As acções a em prender para a prevenção de riscos compreendem a preparação de 
um conjunto de planos a nível do empreendimento: o plano de prevenção de riscos, plano 
de inspecções e o plano de registo de acidentes e índices de sinistralidade. Estes diversos 
planos devem fazer parte de um documento que reúne todas as informações e indicações 
relevantes em matéria de segurança e saúde (Plano de Segurança e Saúde do 
Empreendimento). 
 
5.6.2 - Riscos e correspondentes acções de prevenção 
 
Após a realização da estrutura, deve proceder-se ao fecho vertical do edifício por 
intermédio das paredes – assentes sobre as lajes – que constituem a envolvente exterior. 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 44 
A execução destas paredes aumenta as condições de comodidade e segurança e 
constitui, ela própria, uma medida de protecção colectiva contra os riscos de queda em 
altura e queda de objectos, dispensando a utilização de guarda-corpos e rodapés. 
 
5.6.3 - Riscos relativos às condições de trabalho 
 
 São obrigatórios os equipamentos de protecção individual e devem ser utilizados em 
todas as circunstâncias. 
 
 
Riscos Medidas de protecção 
 Colectivas Individuais 
 
 
 
Queda 
em 
altura 
 
 Utilização de guarda-corpos, nas 
bordaduras das lajes dos pisos e 
aberturas neles existentes (vãos, 
caixas de elevadores, courettes); 
 Montagem de redes de grande 
extensão; 
 Execução adequada de 
andaimes e plataformas de 
trabalho; 
 Correcta utilização da escada de 
mão. 
 
 Utilização de cinto de 
segurança 
 
 
Queda 
ao 
mesmo 
nível 
 
 
 Limpeza do estaleiro e 
arrumação dos materiais e 
equipamentos; 
 Delimitação das zonas de 
circulação. 
 
 Calçado de sola anti-
derrapante. 
 
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II 
Alvenarias 45 
 
 
Queda 
de 
objectos 
 
 Execução de rodapé nos guada-
corpos; 
 Colocação de uma rede de 
protecção na periferia do 
edifício; 
 Execução de passadeiras com 
cobertura de protecção. 
 
 Utilização de capacete de 
protecção (EPO)*; 
 Utilização de botas de 
palmilha e biqueira de 
aço(EPO). 
 
Derrube da 
parede por 
perda de 
estabilidade 
 
 Colocação de escoras ou cunhas 
de madeira até fixação 
definitiva, (por exemplo 
padieiras); 
 Faseamento da execução em 
altura para elementos de grande 
dimensão. 
 
 
 
Intempéries 
 e 
Insolação 
 
 Execução de coberturas 
protecção; 
 Suspensão dos trabalhos em 
condições climatéricas 
desfavoráveis (chuva, vento 
forte). 
 
 Utilização de equipamento de 
protecção adequado 
(vestuário). 
* EPO (Equipamento de protecção obrigatório) 
 
Quadro 1 - Riscos associados às condições gerais de trabalho na execução de alvenarias e 
consequentes medidas de protecção aplicáveis.

Continue navegando