Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO 
Campus Petrolina 
Curso de Licenciatura em Pedagogia 
 
 
 
EDJARA VALQUIRIA LACERDA DE FARIAS 
KRISLAYNNE MONNESKA DE OLIVEIRA SOUZA 
MARTA VIEIRA SALES 
MIRELE VIEIRA SALES 
 
 
 
SOMOS PLURAIS EM TODOS OS SENTIDOS 
E PRECISAMOS RESPEITAR UNS AOS OUTROS 
 
 
Atividade elaborada para obtenção da nota 
da 1ª WEBQUEST do componente 
curricular: PRÁTICA PEDAGÓGICA II 
Professor: Myllena Karina Miranda dos 
Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Cruz do Capibaribe 
2020 
INTRODUÇÃO 
Essa atividade tem o intuito de proporcionar a reflexão a respeito do papel do professor 
diante da diversidade inserida dentro do espaço escolar e dos métodos que podem ser utilizados 
para promover o respeito a essa diversidade, na prática. 
A Dinâmica entre o corpo docente e o corpo discente perpetua-se como algo crucial para 
o processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil. O potencial psicossocial das crianças 
se desenvolve através do contato entre elas e os docentes. Algo a ser considerado, é a 
competência que esses educadores possuem para influenciar os educandos através de exemplos, 
principalmente durante a fase infantil, onde existe o maior espelhamento do educador 
(BARBOSA et al., 2011). 
A diversidade Sociocultural presente na nossa sociedade precisa ser respeitada. No 
entanto, o preconceito social, racial, religioso e de gênero, entre outros, infelizmente ainda 
representam problemas sociais muito presentes na sociedade. Algo que deve ser analisado sob 
uma perspectiva crítica, pois, na sala de aula não cabe nenhum tipo de segregação. 
 
DESENVOLVIMENTO 
Ao iniciarmos nossa pesquisa para a construção dessa dissertação assistimos à aula do 
Professor Sílvio Almeida, onde logo em sua introdução ele menciona que ao buscar referências 
nos livros sobre a educação brasileira sobre o tema de sua palestra, ele não encontrou nenhum 
que mencionasse a palavra raça e poucas vezes ele encontrou a palavra negro. Algo que o fez 
questionar se ele estava buscando algo que não era relevante ou se “nós” (como educadores) 
damos pouca atenção a um fato tão importante? Claramente a segunda opção é a resposta 
correta. Mesmo que a população brasileira seja formada majoritariamente por 53,9% de 
pessoas negras, entre os menores indicadores sociais do Brasil, são os negros que ocupam 
posições de destaque. Não é preciso pesquisar muito para percebermos a ausência da questão 
racial não é um fato isolado dos livros de história da educação, isso ocorre também nos livros 
de história geral do Brasil. Após o episódio da abolição da escravatura muito pouco se fala a 
respeito do que aconteceu com os negros depois que foi concedida a libertação. Infelizmente 
é algo recorrente a maneira que o nosso país tenta omitir os fatos vergonhosos de sua história. 
Nos livros didáticos vimos durante muitos anos (e ainda vemos) homens que foram 
responsáveis por causar verdadeiros massacres contra os povos negros e indígenas sendo 
tratados como heróis nacionais. 
Quando se fala em preconceito racial na educação um marco histórico é a icônica foto 
de Ruby Bridges, uma garotinha negra de 6 anos, da cidade de New Orleans, Louisiana – 
EUA, caminhando para o seu primeiro dia de aula escoltada por três agentes federais, entre 
gritos de protestos de pessoas brancas, que não queriam que seus filhos estudassem ao lado de 
crianças negras. É fato que existiram várias “Ruby’s” através do mundo ao longo da história, 
porém só essa ficou conhecida. Pois, o acontecimento recebeu a repercussão na mídia e 
também, porque nós (brancos) damos pouca importância ao racismo. Nos livros de história do 
Brasil não aparecem nenhum relato de como ocorreu a inserção das crianças negras no 
ambiente escolar. 
Quando estudamos sobre a evolução da educação e dos modelos institucionais de 
ensino, podemos perceber no âmbito geral, que mesmo em diferentes períodos históricos a 
educação foi utilizada como ferramenta de controle social, em um período a serviço dos 
interesses da Igreja, e em outro, tanto do Estado, quanto da elite socioeconômica. Isso diz 
muito sobre os “erros” e omissões nos livros de história do Brasil. O fato é que a educação 
nacional se pautou durante muito tempo em modelos excludentes e elitistas, que visavam 
educar as populações menos favorecidas para suprir as necessidades do mercado, na forma de 
mão-de-obra “qualificada”. 
Foi apenas a pouco tempo que efetivamente começaram a existir políticas públicas e 
sociais, voltadas a garantir a implantação de novas diretrizes educacionais, que buscassem 
tentar sanar os danos causados, por cerca de 500 anos de racismo estrutural presente na nossa 
educação. Infelizmente, essas medidas apesar de gerarem novas oportunidades para a 
população das classes sociais menos favorecidas, não foram totalmente efetivas. Nos últimos 
anos com o envolvimento do atual governo, essas políticas têm passado por uma onda de 
retrocesso. Retrocesso esse que veio acompanhado do aumento de ideais fascistas na 
população, o que gerou o aumento do racismo e do discurso de ódio contra várias minorias. 
Algo que nos leva a perceber o quão importante é a reflexão acerca do tema desse trabalho. 
Uma vez que com o aumento do discurso de ódio pelo país, esse também acaba se 
manifestando dentro das salas de aulas. 
E o que os professores podem fazer para combater o racismo dentro das salas de aula? 
Usar a história! 
A maior arma contra o racismo nas mãos dos Professores é a história. Os professores 
podem e devem utilizar a história real e sem manipulações em sala de aula, para explicar aos 
alunos todos os danos causados pela escravidão. Esclarecer a eles como abolição da 
escravatura concedida sem reparação social causou uma imensa dívida histórica com os 
negros. Dialogar com os alunos sobre como após a abolição, a escravidão remodelou-se na 
forma do racismo estrutural e que ela sobrevive até hoje atingindo a população negra, em todas 
as esferas de suas vidas. Os professores podem e devem explicar aos alunos que o culto trazido 
da África pelos negros não é do mal, e nem demoníaco, que os traços e características físicas 
da raça negra não são feias. Que todas essas concepções negativas que possuímos sobre a 
cultura negra são frutos do racismo impregnado na nossa sociedade há séculos. 
“Ninguém nasce na miséria porque Deus quer, viver sem conhecer o passado é como 
andar no escuro. O que a gente vive hoje é resultado do que aconteceu no passado.” (Uma 
História de Amor e Fúria, 2013). 
Uma História de Amor e Fúria é um filme nacional, de animação, lançado em 2013 
com roteiro de Luiz Bolognesi, que venceu o principal prêmio do Annecy International 
Animated Film Festival na França e foi um dos 19 filmes indicados ao Oscar de melhor filme 
de animação na edição de 2014. O filme traz em seu enredo duras críticas sociais que vão 
desde o racismo até as meias-verdades contadas nos livros de história. Meias-verdades essas 
responsáveis por alimentar a discriminação racial e também por omitir as injustiças sofridas 
pelo povo negro no Brasil, desde que o primeiro Navio Negreiro aportou por aqui. 
Trouxemos esse recorte para elucidar outra ferramenta que os professores possuem na 
luta contra o racismo dentro das salas de aula: a cultura. Da mesma forma que nos últimos 
tempos o conservadorismo trouxe à tona novamente ideais fascistas ao Brasil. Surgiu 
paralelamente um movimento de conscientização social, as pessoas compreendem que não 
podem mais se calar diante do preconceito social, religioso, de raça, de gênero, etc. E isso fez 
com que o movimento antirracista, entre outros, recebesse atenção dos meios de comunicação 
e nas mídias sociais. 
A valorização da cultura negra está cada vez mais presente no cinema, na música, na 
literatura, e nas redes sociais. As pessoas de religiões de matriz africana estão tendo coragem 
de expressar a sua fé publicamente, as mulheresestão assumindo seus cabelos crespos e 
rompendo com padrões de beleza caucasianos. Tudo isso pode e deve ser usado como 
ferramenta dentro das salas de aula, para desconstruir o racismo estrutural que nos acompanha 
desde que nós nascemos. 
 
 
CONCLUSÃO 
Sendo assim, ao analisarmos todas as fontes pesquisadas e também toda a bagagem de 
conhecimento que possuímos sobre o assunto, podemos perceber a necessidade da escola de 
firmar o seu papel social desconstruindo o preconceito estrutural que acompanha muitos 
alunos desde o seu nascimento. A escola também deve fortalecer a autoestima das crianças 
negras, trazendo para dentro da sala de aula a representatividade e a cultura de seus ancestrais. 
Cada um luta usando as armas que tem, o professor deve utilizar a informação, 
compartilhando o seu conhecimento com os alunos, de maneira a tornar a experiência de 
aprendizagem agradável e gratificante. 
A cultura negra que apesar de tão presente na nossa sociedade, é ainda muito pouco 
conhecida e é apenas a partir do conhecimento que o racismo poderá ser vencido. “O passado 
é o que está acontecendo agora, a cada dia que Passa uma nova página é escrita. Viver sem 
conhecer o passado é como andar no escuro.” (Uma História de Amor e Fúria, 2013). 
 
REFERÊNCIAS 
 
Almeida, Silvio. História da discriminação racial na educação brasileira 
- Escola da Vila 2018. Disponível em: <https://youtu.be/gwMRRVPl_Yw/>. Acesso em: 8 de 
Out. de 2020 
 
ANDRÉ, Marli. Pedagogia das diferenças na sala de aula. Papirus Editora, 2017. 
 
BARBOSA, Altemir José Gonçalves; CAMPOS, Renata Araújo; VALENTIM, Tássia 
Azevedo. A diversidade em sala de aula e a relação professor-aluno. Estudos de Psicologia 
(Campinas), v. 28, n. 4, p. 453-461, 2011. 
 
MARQUES, Eugênia Portela de Siqueira. “Compreendendo algumas categorias de análise”. 
A pluralidade cultural e a proposta pedagógica na escola – Um estudo comparativo entre as 
propostas pedagógicas de uma escola de periferia e uma escola de remanescentes de 
quilombos. Dissertação de mestrado. 2004. Mestrado em Educação na Universidade 
Católica Dom Bosco. p. 10 a 76. Disponível em: https://site.ucdb.br/public/md-
dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-
comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-
remanescentes-de-quilombos.pdf. Acesso em: 8 out. 2020. 
 
MARQUES, Eugênia Portela de Siqueira. “O racismo e a discriminação racial –reflexões 
sobre a construção da identidade negra”. A pluralidade cultural e a proposta pedagógica na 
escola – Um estudo comparativo entre as propostas pedagógicas de uma escola de periferia e 
uma escola de remanescentes de quilombos. Dissertação de mestrado. 2004. Mestrado em 
Educação na Universidade Católica Dom Bosco. p. 78 a 100. Disponível 
em: https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-
pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-
escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf. Acesso em: 8 out. 
2020. 
 
PAIVA, Adriana Rodrigues de. Fundamentos sociológicos da educação. Recife: Upe/nead, 
2009. 
 
PORTAL GELEDÉS. A Pequena Ruby Bridges e a História do Racismo nos EUA. 2015. 
Disponível em: https://www.geledes.org.br/a-pequena-ruby-bridges-e-a-historia-do-racismo-
nos-eua/. Acesso em: 8 out. 2020. 
 
 
ROCHA, Joelma Mª Britto Almeida. Prática Pedagógica II. Recife: Upe/nead, 2010. 
 
UMA HISTÓRIA de Amor e Fúria. Direção Luiz Bolognesi. Rio de Janeiro: Globo Filmes, 
2013. 1 DVD (75 min.). 
https://youtu.be/gwMRRVPl_Yw
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf
https://site.ucdb.br/public/md-dissertacoes/7793-a-pluralidade-cultural-e-a-proposta-pedagogica-na-escola-um-estudo-comparativo-entre-as-propostas-pedagogicas-de-uma-escola-de-periferia-e-uma-escola-de-remanescentes-de-quilombos.pdf
https://www.geledes.org.br/a-pequena-ruby-bridges-e-a-historia-do-racismo-nos-eua/
https://www.geledes.org.br/a-pequena-ruby-bridges-e-a-historia-do-racismo-nos-eua/

Mais conteúdos dessa disciplina