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LÓGICA I
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Lógica I – Prof. Ms. Marcos José Alves Lisboa
Meu nome é Marcos José Alves Lisboa, nasci em Tietê, 
interior de São Paulo, cidade que deixei para cursar 
Filosofia (graduação e pós-graduação – mestrado) em 
Campinas, na Puc-Campinas. Em Campinas fui professor de 
Filosofia na rede particular de ensino. No ensino superior 
lecionei na Universidade Metodista de São Paulo (São 
Bernardo do Campo) para as disciplinas Filosofia e Ética 
e Cidadania para os cursos de graduação. Atualmente, no 
Centro Universitário Claretiano sou docente de Filosofia 
para os cursos de licenciatura em Filosofia, Pedagogia e 
Matemática e coordenador do curso de Licenciatura em 
Filosofia – EAD; além de participar como pesquisador 
do CNPq (área de estudo: Ética Fenomenológica e Hermenêutica) e autor de outros 
materiais didáticos (Lógica I, Filosofia e História da Ciência e do conhecimento, Didática 
de Filosofia e Introdução à Filosofia).
E-mail: coordfilo@claretiano.edu.br
O autor agradece a colaboração do Prof. Licenciado 
em Filosofia Ricardo Bazilio Dalla Vecchia, pelas suas 
contribuições aos temas desenvolvidos, bem como pela 
criteriosa revisão técnica dos conteúdos deste Caderno de 
Referência de Conteúdo.
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
LÓGICA I
Caderno de Referência de Conteúdo
Marcos José Alves Lisboa
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2007 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
160 L749l
 Lisboa, Marcos José Alves
 Lógica I / Marcos José Alves Lisboa – Batatais, SP : Claretiano, 2013.
 140 p.
 ISBN: 978-85-67425-72-6
1. Examinar a importância da Lógica enquanto disciplina filosófica e sua relação 
 com o discurso no processo do conhecimento. 2. Descobrir os princípios do 
 raciocínio, aplicando-os às situações reais e cotidianas. 3. A Lógica Clássica
 Aristotélica. 4. Fundamentos do Silogismo e da Indução. I. Lógica I. 
 
 
 
 CDD 160
 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO ............................................................. 9
UNIDADE 1 – LÓGICA, É LÓGICO!
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 27
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 27
3 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNIDADE ....................................... 28
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 28
5 O QUE É LÓGICA AFINAL? .................................................................................. 30
6 OBJETO/PROBLEMA ........................................................................................... 36
7 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................... 39
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 44
9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 44
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 45
UNIDADE 2 – RECONHECENDO O TERRENO
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 47
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 47
3 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNIDADE ....................................... 48
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 48
5 ARGUMENTO E ENUNCIADO .............................................................................. 49
6 INFERÊNCIAS INDUTIVA E DEDUTIVA ................................................................ 52
7 PREMISSA ........................................................................................................... 54
8 INFERÊNCIAS ...................................................................................................... 55
9 ARGUMENTO ..................................................................................................... 56
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................... 59
11 CONSIDERAÇÕES................................................................................................ 60
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 61
UNIDADE 3 – LÓGICA FORMAL CLÁSSICA
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 63
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 63
3 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNIDADE ....................................... 63
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 64
5 PROPOSIÇÕES .................................................................................................... 64
6 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 69
7 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 70
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 71
Claretiano - Centro Universitário
UNIDADE4 – OPOSIÇÃO ENTRE PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 73
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 73
3 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNIDADE ....................................... 73
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 74
5 RELAÇÃO DE QUANTIDADE E QUALIDADE ......................................................... 74
6 OPOSIÇÃO ENTRE AS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS ........................................... 76
7 INFERÊNCIA IMEDIATA ....................................................................................... 79
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 84
9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 86
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 86
UNIDADE 5 – DEDUÇÃO E INDUÇÃO E OS DIAGRAMAS DE VENN
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 87
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 87
3 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNIDADE ....................................... 88
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 88
5 DEDUÇÃO E INDUÇÃO ........................................................................................ 88
6 APLICAÇÃO DOS DIAGRAMAS DE VENN NAS FIGURAS DO SILOGISMO ............. 110
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 117
8 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 119
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 119
UNIDADE 6 – FALÁCIAS INFORMAIS
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 121
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 121
3 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNIDADE ....................................... 122
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 122
5 FALÁCIAS DE APELO ÀS EMOÇÕES ..................................................................... 124
6 FALÁCIAS DE ATAQUES PESSOAIS E APELO À AUTORIDADE ............................... 128
7 PROBLEMAS INDUTIVOS E DEDUTIVOS.............................................................. 133
8 OUTROS TIPOS DE FALÁCIAS .............................................................................. 135
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 137
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 139
11 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ........................................................................................ 140
EA
D
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Examinar a importância da Lógica enquanto disciplina filosófica e sua relação 
com o discurso no processo do conhecimento. Descobrir os princípios do racio-
cínio, aplicando-os às situações reais e cotidianas.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo aos estudos de Lógica I! Vamos juntos des-
cobrir os mais diversos caminhos de argumentação e reflexão do 
conhecimento humano. 
Nesta parte chamada Caderno de Referência de Conteúdo, 
você encontrará o conteúdo básico das unidades em que se divide 
o CRC e que será estudado ao longo das semanas. 
A lógica que Aristóteles denominou Organon (instrumento) 
serve para distinguir o raciocínio correto do incorreto. Para isso, 
a Lógica estuda os termos e as proposições que compõem toda e 
qualquer argumentação, seja ela científica, filosófica, ou qualquer 
Caderno de 
Referência 
de Conteúdo CRC
© Lógica I8
tipo de raciocínio que façam parte de nosso cotidiano. Podemos 
dizer, conjuntamente com Aristóteles, que a Lógica é a introdução 
de todo o saber, nenhuma ciência pode prescindir de proceder lo-
gicamente. 
Para definir o que é Lógica, torna-se indispensável explicar 
seu objeto. Esta ciência não estuda a forma como pensamos nem 
como raciocinamos, mas fornece as ferramentas para dirigir de 
maneira sistemática os raciocínios que pretendem enunciar uma 
verdade.
Com o estudo da Lógica I, você poderá conhecer e analisar 
as formas de argumentação, os princípios lógicos, as proposições, 
enfim, conceitos importantes e necessários ao entendimento da 
Lógica. 
Esteja consciente de que seu bom desempenho intelectual 
dependerá de você mesmo. Na educação a distância, é fundamen-
tal que você participe ativamente das discussões no Fórum e na 
Lista, discutindo e debatendo os conteúdos com seus colegas e tu-
tores ou enviando suas contribuições por fax ou pelo correio. 
É nesse processo de colaboração que o conhecimento é 
construído.
Como futuro educador, profissional do conhecimento, é im-
portante não apenas compreender, mas, também, saber aplicar os 
conceitos fundamentais da Lógica. 
Você estará apto, por exemplo, a analisar um discurso, uma 
argumentação etc., além de construir você mesmo diversas espé-
cies de argumentos, proposições, enfim saberá compreender logi-
camente diversas formas de pensamento e arguição.
Nossos tutores estarão sempre ao seu lado. Você poderá 
fazer perguntas e resolver suas dúvidas seja por telefone, fax ou 
e-mail. 
Vamos nos preparar para este desafio?
Claretiano - Centro Universitário
9© Caderno de Referência de Conteúdo
2. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Prof. Ms. Luis Fernando Crespo
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es-
tudado neste CRC. Aqui, você entrará em contato com os assuntos 
principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportu-
nidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. 
No entanto, esta Abordagem Geral visa a fornecer-lhe o conheci-
mento básico necessário a partir do qual você possa construir um 
referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para 
que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com com-
petência cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos come-
çar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princípios 
básicos que fundamentam este CRC. 
Introdução à Lógica
Iremos tratar de uma área muito específica da Filosofia: a 
Lógica. Não será nosso intuito, aqui, desenvolver atividades es-
miuçadas sobre como trabalhar com a Lógica; apenas farei uma 
abordagem geral sobre o que o aguarda.
Pare e pense: quantas e quantas vezes, em nosso dia a dia, 
dizemos: "É lógico!"?
Você vai? Tem? Pode? Entendeu? – É lógico!
Aqui está nosso problema: o que significa dizer que algo é 
"lógico"?
Um exemplo:
Se eu pergunto: você saiu na chuva? E sem guarda-chuva? E 
se molhou?
© Lógica I10
Pense que se as duas primeiras respostas forem "sim" (sair 
na chuva, sem guarda-chuva), necessariamente a última também 
será (se molhar). Ou seja, se você saiu na chuva e sem guarda-chu-
va, é lógico que você se molhou. Isso quer dizer que eu tinha já os 
dados necessários para concluir que você se molhou, não preci-
sando perguntar. Outro exemplo simples é o chamado pleonasmo 
vicioso, quando estudamos Português: "entrar para dentro" e "sair 
para fora". Se entramos, é lógico que é para dentro, e se saímos, é 
lógico que é para fora.
Desta maneira, entendemos que, ao dizer "é lógico", afirma-
mos não haver outra possibilidade de resposta, pois se ela existir, 
não é algo lógico.Aquilo que é lógico está claro, não deixando dú-
vida alguma.
Assim, este curso pretende iniciá-lo nos estudos da Lógica, 
para que você esteja apto a elaborar e analisar melhor os raciocí-
nios; espera-se que você consiga entender e transitar no âmbito 
lógico com toda sua especificidade – e você verá que ele é bem 
específico.
Mas, muitas vezes, os alunos têm a Lógica como sendo um 
bicho-papão e, talvez, até mesmo você – sem ainda conhecer – 
acaba construindo uma imagem negativa desta disciplina apenas 
pelo que já ouviu por aí. De início, já digo: é muito gostoso saber 
lidar com a Lógica! Mas isto somente será possível depois de muito 
estudo, de muito esforço.
De início, apresento para você alguns argumentos (por ora, 
entenda o argumento como sendo um conjunto de frases que tem 
uma conclusão). Eles servirão para pensar (e rir) um pouco (po-
dem ser encontrados em vários sites da internet).
Vejamos: 
Claretiano - Centro Universitário
11© Caderno de Referência de Conteúdo
Argumento 1 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Portanto, Sócrates é mortal.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Você poderia dizer: é claro que vamos afirmar a última frase; 
é lógico. E eu digo: com certeza, este é um argumento corretamen-
te construído, perfeitamente lógico.
Argumento 2 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 
Existem biscoitos feitos de água e sal.
O mar é feito de água e sal.
Portanto, o mar é um grande biscoito.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O que podemos pensar sobre esse argumento? Dizer que ele 
não está correto parece óbvio, mas qual é o erro que podemos 
encontrar nele?
Argumento 3 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Deus é amor.
O amor é cego.
Steve Wonder é cego.
Portanto, Steve Wonder é Deus.
Disseram-me que eu sou ninguém.
Ninguém é perfeito.
Portanto, eu sou perfeito.
Mas só Deus é perfeito.
Portanto, eu sou Deus.
Se Steve Wonder é Deus, eu sou Steve Wonder!
Meu Deus, eu sou cego!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O que torna esse argumento engraçado? Simplesmente por 
não conseguirmos identificar qual é o seu erro. Parece que ele está 
errado, mas em quê? Na verdade, sabemos que ele está errado, 
pois está claro que eu não sou nem Deus nem Steve Wonder. Mas 
existe uma construção que quer nos levar a acreditar na conclusão.
© Lógica I12
Enfim, apenas citei esses argumentos para que entenda o 
que irá estudar. Os argumentos são formados por proposições e 
estas são formadas por termos; se cada termo não estiver no seu 
lugar (dentro das possibilidades lógicas), o argumento não pode 
ser visto como correto (válido). É exatamente isso o que aconteceu 
nos argumentos 2 e 3: os termos em posições erradas não podem 
levar às conclusões citadas.
Você verá, então, que poderemos trabalhar com o conteúdo 
de qualquer área, pois trataremos de regras e leis que regem o 
raciocínio correto – e pensar corretamente é possibilidade e dever 
de todas as pessoas. É muito importante saber construir os racio-
cínios corretamente!
Lembre-se sempre: se você apresentar um raciocínio bem 
construído, não há quem possa invalidar seu pensamento.
Mas é preciso saber Lógica para saber pensar? É interessan-
te a resposta que Copi dá em seu livro Introdução à Lógica. Ele 
compara com um atleta, um corredor, dizendo que não é neces-
sário estudar Educação Física para ser um bom esportista. Assim 
também, não é necessário estudar Lógica para se raciocinar cor-
retamente; mas temos certeza que, entendendo as regras, ficará 
mais fácil de construir melhores raciocínios.
Neste curso de Lógica, estudaremos um tipo de raciocínio: o 
silogismo. O primeiro formulador da teoria do silogismo foi Aristó-
teles. Nos seus Analíticos Anteriores, encontramos:
O silogismo é uma locução em que, uma vez que certas suposições 
sejam feitas, alguma coisa distinta delas se segue necessariamente 
devido à mera presença das suposições como tais. 
Ou seja, o silogismo é um conjunto de proposições no qual uma 
delas deve ser necessariamente afirmada a partir das demais: é 
a conclusão; em um argumento temos apenas uma única conclu-
são. Mas, e as demais proposições, como se chamam? Elas são as 
premissas; as premissas oferecem conteúdo para que a conclusão 
possa ser afirmada.
Claretiano - Centro Universitário
13© Caderno de Referência de Conteúdo
Neste caminhar, uma verificação que faremos é a seguinte: 
será que as dadas premissas oferecem condições para a verdade 
da conclusão?
Vejamos novamente o argumento 1:
Argumento 1 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Portanto, Sócrates é mortal.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Aqui temos três proposições, sendo que as duas primeiras 
são premissas e a última é a conclusão. Perceba que se eu afirmar 
as premissas necessariamente deverei afirmar a conclusão. 
O estudo do silogismo será o conteúdo principal deste curso. 
E aqui é necessário citar algo muito importante quando falamos 
do raciocínio: dedução e indução, pois o silogismo é um raciocínio 
dedutivo. De maneira breve, pois você terá oportunidade de apro-
fundar seus estudos nesta área, temos um argumento dedutivo 
quando o conteúdo de sua conclusão vem totalmente das premis-
sas. Por exemplo, no argumento 1, o conteúdo da conclusão (Só-
crates é mortal) é totalmente extraído das premissas.
Agora, pensemos no argumento 4: 
Argumento 4 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O teste com o medicamento X deu certo com o indivíduo 1.
O teste com o medicamento X deu certo com o indivíduo 2.
O teste com o medicamento X deu certo com o indivíduo 3.
O teste com o medicamento X deu certo com o indivíduo 500.
Portanto, o medicamento X dará certo com todos os indivíduos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Perceba que a conclusão dada no argumento 4 tem um con-
teúdo que excede o que foi dado pelas premissas. Como? Simples-
mente porque a conclusão diz que o medicamento dará certo com 
© Lógica I14
todos os indivíduos, só porque foi testado com quinhentos deles; a 
conclusão faz referência à classe de indivíduos inteira.
A verdade das premissas, neste caso, não garante a verdade 
da conclusão. Realizou-se aqui o chamado salto lógico (testei em 
um, dois, quinhentos, daí dou um salto, falando de todos os indi-
víduos). Temos aqui um processo de raciocínio chamado indução.
Perceba como a Lógica é importante em nosso dia a dia! To-
das as ações humanas são realizadas a partir da concepção que 
se tem da realidade sobre cada coisa ou situação. Por sua vez, tal 
concepção da realidade é sempre um raciocínio. Se o raciocínio for 
correto e válido, sua vida será de determinada maneira. Mas e se 
seus pensamentos sobre a realidade forem baseados em raciocí-
nios inválidos? Saiba, então, que a Lógica está totalmente ligada a 
você, à sua vida e à vida da sociedade, pois qualquer possibilidade 
de diálogo é apenas permitida pela Lógica.
A partir do que vimos até aqui, acredito que esteja um pou-
co claro para você o que será esta disciplina. No início, será im-
portante você aprender o que é um argumento, quando ele está 
completo e como enxergar claramente as premissas e a conclusão. 
Será muito interessante quando você passar a analisar seus pró-
prios raciocínios; e lembre-se: a prática será a sua melhor compa-
nheira-. Quanto mais exercícios forem realizados, mais fácil tudo 
se tornará.
Encerramos esta primeira parte. Então, proponho que você 
pense a respeito do que falamos:
• Qual a ideia que você tinha sobre Lógica?
• Qual a importância que podemos perceber deste estudo 
para o curso todo?
• O que você espera desta disciplina?
Proposições categóricas
Pronto para prosseguirmos nossa caminhada dentro da Lógi-
ca? Eu espero que a resposta seja: "É lógico!".
Claretiano - Centro Universitário
15© Caderno de Referência de Conteúdo
Até agora, o assunto tratado era uma breve apresentação do 
que vema ser a Lógica neste curso. Falar de argumentos, premis-
sas e conclusão será algo constante, pois você deverá saber lidar 
com esses conceitos e seu conteúdo.
Mas, agora, serei mais específico no trato com as proposi-
ções. De maneira especial, abordaremos as proposições chama-
das categóricas. É este tipo de proposição que Aristóteles estudou, 
assim, esta Lógica se chama Lógica Clássica ou Aristotélica. Mas 
o que são as proposições categóricas? Elas são declarações sobre 
classes, nas quais se afirma ou se nega a inclusão de uma classe 
em outra.
Por exemplo:
Todo homem é mortal.
Aqui temos uma proposição categórica. Observe que trata-
mos de duas classes: a classe homens e a classe de mortais. Neste 
caso, temos uma afirmação: estamos dizendo que toda a classe de 
homens está incluída na classe de mortais. Afirmamos que não há 
possibilidade de haver um homem que não seja mortal, pois todos 
estão incluídos na classe de mortais.
Observe o diagrama a seguir: 
Tudo que está dentro da classe H (homens), necessariamen-
te está dentro da classe M (mortais).
Veja como é interessante e simples entender com o diagra-
ma. Muitas vezes, quando você estiver com alguma dúvida, monte 
um diagrama para visualizar melhor a relação que existe entre as 
classes.
© Lógica I16
Neste exemplo, nós tomamos a classe de homens em sua to-
talidade, mas poderíamos modificar a proposição, tomando ape-
nas uma parte da classe. Por exemplo:
Algum homem é mortal.
Ainda podemos modificar a proposição, pois, nos dois exem-
plos acima, tínhamos proposições afirmativas, mas podemos tam-
bém negativá-las. 
Podemos dizer:
Nenhum homem é mortal.
Ou ainda:
Algum homem não é mortal.
Você percebeu como é fácil modificar essas proposições? 
Então, assim temos as quatro proposições categóricas existentes:
Tipos de proposições categórica –––––––––––––––––––––––
A - Todo homem é mortal. (Universal Afirmativa)
I - Algum homem é mortal. (Particular Afirmativa)
E - Nenhum homem é mortal. (Universal Negativa)
O - Algum homem não é mortal. (Particular Negativa)
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Grande parte do seu estudo será centrado nesses quatro 
tipos de proposição. Na verdade, você aprenderá a analisá-las a 
partir de sua verdade, sempre pensando na possibilidade de trans-
formá-las umas nas outras.
Cada uma delas tem um nome pelo seu tipo. Por exemplo, 
a primeira "Todo homem é mortal." é chamada de universal por 
tomar toda a classe do sujeito e por ser afirmativa. A segunda é 
chamada particular afirmativa. A terceira é universal negativa, e a 
última é particular negativa. 
Veja o exemplo que vou dar: 
Claretiano - Centro Universitário
17© Caderno de Referência de Conteúdo
Chego à sala dos professores e digo: "A turma do primeiro 
ano não tem condições de aprender Lógica". O professor X diz: 
"Isso é falso". Daí, pergunto a você: é possível concluir algo do pen-
samento do professor X? Ele quer dizer que todos têm condições 
ou que alguns têm condições?
Na verdade, não temos como determinar tal resposta.
Você verá que, ao se dedicar muito aos estudos, terá condi-
ções de lidar de maneira fácil com as proposições, usando regras e 
tabelas. Quer ver como o princípio é simples?
Temos a proposição: "Todo gato é azul". 
É uma proposição universal afirmativa (A) e eu lhe digo que 
ela é verdadeira (observe que não estou pedindo para verificar na 
realidade; digo que ela é verdadeira).
Caso tal proposição seja verdadeira, pergunto se as seguin-
tes são verdadeiras ou falsas. 
Algum gato é azul. (I)
Nenhum gato é azul. (E)
Algum gato não é azul. (O)
Pense em cada uma das três, lembrando que a primeira é 
verdadeira.
Qual a simples conclusão à qual chegamos aqui? Logicamen-
te fica claro que sempre que A for verdadeira, I também será, en-
quanto E e O serão falsas.
Outro exemplo de atividade que verá é a transformação de 
um tipo em outro, avaliando sua verdade. 
Por exemplo, se eu pergunto: é a mesma coisa dizer que 
"todo homem é aventureiro" e "todo aventureiro é homem"? É a 
mesma coisa dizer que "algum político não é homem honesto" e 
"algum homem honesto não é político"?
© Lógica I18
Tais atividades trarão agilidade ao seu raciocínio, mas lem-
bre-se de que, sem a prática, nada conseguirá. E, depois de tra-
balhado o tema das proposições categóricas, será o momento de 
estudar o silogismo formado por tais proposições: o silogismo ca-
tegórico.
No fundo, será estudado o que faz um silogismo categórico 
ser válido ou não; há regras para isso. Todas as regras se baseiam 
nas relações que são estabelecidas entre os termos sujeito e pre-
dicado das proposições.
Nas palavras do próprio Aristóteles: 
Chamo de termo aquilo em que a premissa se resolve, a saber, tan-
to o predicado quanto o sujeito, quer com a adição do verbo ser, 
quer com a remoção de não ser.
No silogismo categórico, teremos sempre três proposições 
categóricas. Tomemos o célebre exemplo: 
Argumento categórico ––––––––––––––––––––––––––––––––
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
∴ Sócrates é mortal.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Veja como o diagrama nos mostra de maneira simples o por-
quê de ser um argumento verdadeiro: 
Podemos deduzir que é lógico que a conclusão do argumento 
está certa, pois, se Sócrates está dentro da classe de homens e esta 
classe está inclusa na de mortais, é lógico que Sócrates também está 
na classe de mortais. Assim, o argumento é logicamente válido.
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19© Caderno de Referência de Conteúdo
Só conseguimos a validade do argumento porque seus ter-
mos estão em posições que permitem tal validade. Em um argu-
mento categórico, a primeira premissa é chamada de premissa 
maior enquanto a outra é a premissa menor. Isto porque também 
os termos são chamados assim: observe a conclusão; o sujeito da 
conclusão é o termo menor e o predicado da conclusão é o termo 
maior. E termo médio será o que aparece nas duas premissas, mas 
não na conclusão.
Observe melhor:
Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
∴ Sócrates é mortal.
Enfim, o objetivo deste CRC é o de iniciá-lo no estudo da Ló-
gica, dando condições de analisar e avaliar os raciocínios principal-
mente fundados no silogismo categórico. E quero retornar à ideia 
do início da aula: não é necessário saber Lógica para se pensar 
corretamente, mas este conhecimento nos leva a enxergar melhor 
nossos erros, ficando, assim, mais fácil de resolvê-los ou evitá-los.
Espero ter deixado uma noção clara sobre a disciplina. Você 
terá oportunidade de se aprofundar mais no decorrer dela.
A você um abraço e um ótimo curso de Lógica!
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados no CRC Lógica I. Veja, a seguir, 
a definição dos principais conceitos (Adaptado de: ABBAGNANO, 
1988):
© Lógica I20
1) Argumento: do latim argumentum é qualquer razão, 
prova, demonstração, indício que seja apto a captar o 
assentimento e induzir à persuasão ou à convicção.
2) Aristotelismo: por esse termo entende-se alguns fun-
damentos da doutrina de Aristóteles, que passaram à 
tradição filosófica e inspiraram todas as escolas e mo-
vimentos que mais diretamente se vinculam ao próprio 
Aristóteles.
3) Asserção: sinônimo de afirmação ou também ainda mais 
genericamente de enunciado. 
4) Conclusão: é termo mediante o qual se demonstra o re-
sultado de um argumento.
5) Conversão: é a operação com a qual de um enunciado 
se extrai outro. A conversão aparece pela primeira vez 
na obra de Aristóteles, Analíticos Primeiros, Livro I, 1, 2.
6) Dedução: é a derivação do particular em relação ao uni-
versal ou como um raciocínio que vai do universal ao 
particular. 
7) Discurso declarativo: em grego protasis em latim propo-
sitio. É o discurso que afirma ou que nega alguma coisa 
de alguma coisa.8) Identidade, princípio de: princípio lógico ou ontológico 
reconhecido primeiramente por Parmênides. Axioma da 
Lógica Clássica.
9) Indução: argumento segundo o qual de premissas indivi-
duais se deduz uma conclusão que supera a informação 
contida nelas.
10) Inferência: do latim inferre é utilzado para indicar o fato 
de que, numa conexão de duas proposições o primeiro 
implica necessariamente o segundo.
11) Lógica: no começo dos Primeiros analíticos Aristóteles de-
fine a Lógica como a ciência da demonstração e do saber 
demonstrativo. Seus objetos seriam a proposição, seus 
termos (sujeito e predicado) e finalmente o silogismo. 
12) Não contradição, princípio de: princípio lógico ou onto-
lógico admitido pela primeira vez por Aristóteles. Axio-
ma da Lógica Clássica.
Claretiano - Centro Universitário
21© Caderno de Referência de Conteúdo
13) Premissa: toda proposição da qual se infere outra pro-
posição.
14) Proposição: trata-se de um enunciado declarativo ou 
aquilo que é declarado, expresso ou designado por de-
terminado enunciado. 
15) Raciocínio: do latim ratiotinatio, é qualquer procedi-
mento de inferência ou de prova; portanto, qualquer 
argumento, conclusão, inferência, indução, dedução, 
analogia etc.
16) Semiótica: saber que analisa os sinais.
17) Signo: é qualquer objeto ou acontecimento, usado como 
citação de outro objeto ou acontecimento.
18) Silogismo: termo utilizado por Aristóteles para definir 
o raciocínio dedutivo correto, defino como um discurso 
em que dado alguma coisa outras derivam necessaria-
mente. é um raciocínio pelo qual, dadas algumas coisas, 
seguem necessariamente algumas outras pelo fato mes-
mo de que aquelas existem.
19) Silogística: desenvolvida por Aristóteles na Analytica 
Priora é a teoria do silogismo dedutivo categórico e par-
te mais antiga da lógica aristotélica.
20) Terceiro excluído, princípio do: princípio lógico segundo 
o qual não pode haver uma terceira alternativa. Axioma 
lógico.
21) Termo: é o signo linguístico que se refere a qualquer ob-
jeto ou coisa no discurso.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de construir o seu 
conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções. 
© Lógica I22
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequencia hierarquizada dos conteúdos de en-
sino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno É preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
 Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é 
você o principal agente da construção do próprio conhecimento, 
por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações 
internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por 
Claretiano - Centro Universitário
23© Caderno de Referência de Conteúdo
objetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando 
o seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou 
seja, estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou 
de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de 
mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.
br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. 
Acesso em: 11 mar. 2010). 
PARMENEDES E ARISTÓTELES
(A=)
LÓGICA FORMAL: 
BASES
PRINCÍPIO DE NÃO 
CONTRADIÇÃO
PRINCÍPIO DE IDENTIDADE
PRINCÍPIO DO TERCEIRO 
EXCLUÍDO
LÓGICA I PARTES DA LÓGICA
PROPOSIÇÃO JUÍZO IDEIATERMO
QUALIDADE QUANTIDADE
PREMISSAS E CONCLUSÃO ARGUMENTO FALÁCIAS NÃO FORMAIS
DEDUTIVO INDUTIVO
SILOGISMO FALÁCIAS FORMAIS
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Lógica I. 
Como você pode observar, esse Esquema oferece a você, 
como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos 
mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar 
entre um e outro conceito deste CRC e descobrir o caminho para 
construir o seu processo de ensino-aprendizagem.
© Lógica I24
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino de Filosofia pode ser uma 
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará 
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além 
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe-
cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis-
sional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões 
autoavaliativas de múltipla.
As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
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25© Caderno de Referência de Conteúdo
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte dos 
conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustrativas, pois es-
quematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não dei-
xe de observar a relação dessas figuras com os conteúdos do CRC, 
pois relacionar aquilo que está no campo visual com o conceitual 
faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas(motivacionais)
O estudo deste CRC convida você a olhar, de forma mais apu-
rada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. 
É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas 
e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que observa, permite-se des-
cobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar 
o que não havia sido percebido. Observar é, portanto, uma capaci-
dade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno dos cursos de Graduação, na modalidade 
EaD, e futuro profissional da educação, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com 
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da 
interação com seus colegas. Sugerimos que organize bem o seu 
tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
© Lógica I26
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este CRC, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para 
ajudar você. 
EA
D
1
Lógica, é lógico!
Para muita gente, antes morrer que pensar. E é isso 
mesmo que fazem. (Bertrand Russel)
1. OBJETIVOS
• Conhecer o discurso filosófico da Lógica I.
• Compreender o conceito de Lógica.
• Compreender os princípios da Lógica: Não contradição, 
Identidade, Terceiro excluído e de Causalidade.
2. CONTEÚDOS
• Lógica.
• Conceito.
• Objeto; Problema; Princípios.
• Princípio de Não contradição, Identidade, Terceiro excluí-
do e Causalidade.
© Lógica I28
3. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO DA UNI-
DADE
1) Interlocutor: cada uma das pessoas que participam 
de uma conversa, de um diálogo (Dicionário Eletrônico 
Houaiss da Língua Portuguesa).
2) Aluno off-line: sua participação é imprescindível para o 
bom andamento do curso, por isso participe ativamente 
das discussões e atividades propostas.
3) A seguir, apresentamos uma breve biografia de Aristóte-
les que é o principal teórico da Lógica como está sendo 
abordada neste CRC:
Aristóteles 
Notável filósofo grego, Aristóteles (384 - 322 a.C.) nasceu 
em Estágira, colônia de origem jônica encravada no reino da 
Macedônia. Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas, go-
zou de circunstâncias favoráveis para seus estudos. 
Em 367 a.C., aos seus 17 anos, foi enviado para a Acade-
mia de Platão em Atenas, na qual permanecera por 20 anos, 
inicialmente como discípulo, depois como professor, até a 
morte do mestre em 347 a.C.
O fato de ser filho de médico poderá ter dado a Aristóteles o 
gosto pelos conhecimentos experimentais e da natureza, ao 
mesmo tempo que teve sucesso como metafísico (Disponível em: <http://www4.
pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/biografia.html>. Acesso em: 
10 ago. 2010).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
O estudo da Lógica é fundamental para a formação do profes-
sor de Filosofia, por isso, convidamos você para estudá-la neste CRC 
com empenho e dedicação, para, desta forma, ampliar ainda mais 
os horizontes do pensamento. 
Mas você pode estar se perguntando: O que é Lógica? Para 
que ela serve? Ela serve para alguma coisa? Eu utilizo a Lógica? 
Pois bem, a Lógica é um elemento muito comum em nossas 
vidas. Neste momento em que nos dispomos a estudá-la pode pa-
recer algo novo, mas, efetivamente, não o é. 
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29© U1 - Lógica, é lógico!
Diariamente fazemos uso dela quando pronunciamos ex-
pressões do tipo: "É lógico!". É como se disséssemos: "Isto é evi-
dente!". Porque, para nós, trata-se de uma conclusão óbvia, extra-
ída de um raciocínio absolutamente correto. 
Em outras situações, por exemplo, esse termo aparece 
quando, no trabalho, tentamos convencer os colegas, mediante 
argumentos, que a melhor estratégia para escoar a produção é x e 
não y, ou ainda, quando temos uma opinião a respeito da pena de 
morte ou sobre política, amor, amizade, dentre outras.
Outras vezes, ainda, buscamos uma explicação para o que 
aconteceu, como por exemplo: "Por que ocorreu x?".
Ou quando dizemos: "Isto é razoável". 
Temos a confiança de que o argumento é racional.
No entanto, no cotidiano da maioria das pessoas, o uso da 
Lógica é apenas intuitivo (o que nos parece, a princípio, um para-
doxo), ou seja, não é sistemático ou rigoroso como pretendemos 
fazer neste curso. 
A palavra "LÓGICA" ou "LÓGICO" é de uso corrente no nosso 
cotidiano e equivale a "admissível", a 'razoável", a um raciocínio 
compatível com a ideia que tenho da realidade. Mas não é só isso, 
para compreender o que é a Lógica e seu alcance é necessário co-
nhecer os MÉTODOS utilizados para distinguir o raciocínio correto 
do incorreto.
A conhecida frase: "quem pensa bem, vive bem; quem pen-
sa mal vive mal!" é adjudicada a Sócrates, um dos grandes sábios 
da filosofia grega. Ela reflete o grande objetivo da Lógica pensada 
por Aristóteles: raciocinar corretamente, segundo as leis do pen-
samento para ter uma compreensão correta da realidade.
Por que é importante a Lógica na Filosofia?
É comum perceber que entre os professores de Filosofia sub-
siste a imagem de que a Lógica é coisa de matemáticos. É bom 
© Lógica I30
lembrar nesse momento que a argumentação é o coração da Filo-
sofia. Na Filosofia, entendida como um saber sem supostos, o pen-
sador pode defender suas teorias com total liberdade, mas deve 
sustentar o que defende com bons argumentos. E não é possível 
desenvolver uma arguição filosófica correta sem compreender o 
que é a argumentação; como não é possível compreender o que 
é a argumentação sem dominar os elementos básicos da Lógica 
formal. A Lógica é uma disciplina essencialmente filosófica, e seu 
conteúdo está intimamente interligado com os de outras discipli-
nas filosóficas, como a ontologia, a metafísica e gnoseologia ou 
teoria do conhecimento.
Em outras palavras, pensar logicamente segue certos crité-
rios, regras ou princípios. 
Convido você, agora, para iniciar definitivamente nossos es-
tudos sobre Lógica, a partir do exame dos seus conceitos básicos e 
um pouco do contexto em que se desenvolveu.
5. O QUE É LÓGICA AFINAL?
Conceito
A palavra Lógica vem do grego logós e seu significado expri-
me uma relação entre a linguagem e o conhecimento. É traduzido 
como razão, discurso, linguagem, palavra, pensamento, conheci-
mento. O substantivo logós vem do verbo legein, que quer dizer 
colher, reunir, juntar, calcular ou ordenar.
O verbo colher tem uma significação muito especial e mui-
to se aproxima do conceito grego, a saber: coletar, recolher, ar-
recadar, apanhar, pegar, prender, alcançar, obter, calcular, inferir, 
aprender e compreender. 
Assim, entendemos que falar e pensar possuem, entre si, 
uma relação umbilical. Expressamos verbalmente, ou seja, por 
meio da fala, o que pensamos sobre as coisas que nos cercam, o 
Claretiano - Centro Universitário
31© U1 - Lógica, é lógico!
mundo da cultura e dos valores. Embora, muitas vezes, não pense-
mos cuidadosamente no que falamos. 
Exprimimos um pensamento mediante um discurso, mas, 
para que haja umentendimento entre seus interlocutores, a men-
sagem deve ser clara, coerente, inteligível, ou seja, para dizer e 
pensar as coisas tais como são é necessário: ordem, organização, 
medida e proporção (isto não nos lembra da matemática?). Em 
outras palavras, ainda, é indispensável o rigor.
Por essa razão, a relação de diálogo é fundamental na Filoso-
fia. Cabe ressaltar, no entanto, que esta simples e modesta expli-
cação é apenas uma primeira aproximação.
Devemos considerar que a língua grega é, em si mesma, filo-
sófica; por isso, é importante nos familiarizarmos um pouco com 
sua estrutura e, também, com o contexto histórico e cultural no 
qual se desenvolveu. Assim, gradualmente nos aproximaremos do 
seu conceito sem, contudo, esgotar o seu significado.
A Lógica, do grego clássico λογική = logos, que significa pala-
vra, pensamento, ideia, argumento, razão ou relato lógico, é uma 
ciência de índole Filosófica. Como explica Benson Mates: 
Ao abordar a história da lógica deve-se ter presente que o termo 
Lógica fora aplicado a muitos objetos diferentes. Tópicos da episte-
mologia, metafísica, psicologia, sociologia e filologia foram coloca-
dos em alguma ocasião sob a epígrafe: Lógica. [...] Deve se acentuar 
que o interesse de um lógico é a investigação e formulação de prin-
cípios gerais relativos ao algo que se segue de algo ( 1968, p. 256).
O estudo da Lógica, que trata das condições em que se pode 
afirmar de um raciocínio que ele é correto ou, caso contrário, fal-
so, foi desenvolvido na Grécia, com a participação de Parmênides 
e Platão. Mas foi Aristóteles quem sistematizou e definiu a Lógica 
como a conhecemos. Esses pensadores gregos demonstraram in-
teresse por determinar quais poderiam ser os caminhos corretos 
da argumentação. 
As obras onde Aristóteles trata da Lógica são:
© Lógica I32
Categorias, Sobre a interpretação, Primeiros analíticos, Ana-
líticos posteriores e Tópicos e Refutações Sofistas, todas agrupadas 
num conjunto chamado Organon (instrumento em grego), que na 
filosofia é tido como uma propedêutica ou uma organização para 
o pensamento filosófico. A silogística, que é o núcleo essencial da 
obra de Aristóteles, está contida nos Primeiros analíticos (MATES, 
1968, p. 257)
A história da Lógica se desenvolve em três momentos princi-
pais: o primeiro ocorre nos séculos 3 a 4 a.C.; o segundo, do século 
7 ao século 14; e o terceiro iniciou-se ao final do século 19. Neste 
CRC, trataremos da produção lógica dos dois primeiros períodos 
referidos.
Lógica aristotélica corresponde ao período denominado an-
tigo. A obra de Aristóteles, junto com a de Crísipo (280 a 220 a.C.), 
com as produções sobre Lógica dos pensadores estoicos modela-
ram a Lógica antiga e desenvolveram teorias que possibilitaram o 
surgimento da Lógica proposicional. 
A Lógica de Aristóteles tinha um objetivo eminentemente 
metodológico, ou seja, seu objetivo era mostrar o caminho correto 
para o conhecimento e a demonstração científica. 
A Lógica aristotélica se ocupa do estudo dos conceitos (de-
dicando especial atenção aos predicáveis), das categorias (o pre-
dicamento) e se completa com a análise dos juízos e das formas 
de razoamento.
Prestando especial atenção aos razoamentos dedutivos, os 
modos do silogismo, como formas de demonstração especialmen-
te adequadas ao conhecimento científico, são agrupados por Aris-
tóteles nas três denominadas figuras. 
Para provar que, através do silogismo, A pertence ou não 
pertence a B, podemos atuar de três maneiras: 
Predicando A de C e C de B, ou C de ambos e ambos de C. As-
sim, o silogismo deve responder a alguma destas três figuras (ver 
silogismo na Unidade 5). 
Claretiano - Centro Universitário
33© U1 - Lógica, é lógico!
Apesar dos enormes avanços que possibilitou, a Lógica aris-
totélica tinha limitações quanto a apresentação de problemas se-
mânticos. A principal crítica está baseada no uso dos símbolos e 
o que estes designam já que em algumas ocasiões apresentam 
problemas de ambiguidade. Posteriormente a Aristóteles, o es-
toicismo fez uma contribuição importante para a Lógica. Mas foi 
na Lógica Clássica, também denominada Lógica Tradicional, por 
implicar em métodos de lógica dedutiva, que essas limitações da 
Lógica aristotélica foram definitivamente superadas. A Lógica Clás-
sica abrange a Lógica proposicional e a Lógica de predicados.
Comparado com o período clássico antigo, o período me-
dieval não assinalou grandes progressos, nem se criaram novos 
sistemas de axiomas, sua grande contribuição consiste em uma 
investigação exploratória da semântica. A primeira grande figura 
da Lógica medieval ou clássica foi Pedro Abelardo (1079-1142); e, 
no século 14, podemos citar, entre outros, Guilherme de Ockham 
(1295-1349), Jean Buridan (morto em 1358), Duns Scotus, etc. 
O Renascimento veio acompanhado de uma baixa produção 
lógica. Somente quatro séculos depois, com as obras de Boole, 
Morgan, Frege etc., a Lógica recobra seu impulso. (MATES, 1968, 
p. 265-273).
Esse intervalo improdutivo levou o filósofo alemão E. Kant 
(1724-1808) a afirmar no histórico prefácio da obra Crítica à razão 
pura que a Lógica era de absoluta responsabilidade de Aristóteles. 
Foi recentemente no século 19, a partir da obra de George 
Boole, Investigação sobre as leis do pensamento, na qual apresen-
ta seu cálculo lógico que consiste em um número grande de formas 
válidas de argumento, que a Lógica retoma seu desenvolvimento. 
A Lógica tradicional foi cultivada desde Aristóteles até Kant. 
A Lógica formal, a partir do século 19, sofre um processo de trans-
formação e toma a forma de lógica simbólica, matemática e logís-
tica e álgebra lógica.
© Lógica I34
Para distinguir os raciocínios corretos dos incorretos, a Lógica 
opera de maneira formal, ou seja, considera a forma ou estrutura 
do raciocínio, não tendo tanto peso seu conteúdo. A formalidade 
da Lógica coincide com a da Aritmética; se somamos mamíferos e 
aves, não interessa a realidade ontológica destes, e sim sua rela-
ção aritmética formal. Para ser exata, a adição deve atender à fór-
mula: a + b = b + a, e essa relação formal deve servir para qualquer 
objeto que possa substituir a e b. O procedimento para passar de 
um raciocínio formulado na linguagem natural (português, inglês, 
etc.) à forma lógica ou aritmética, como no exemplo formulado, 
denomina-se: abstração. 
A Lógica está dividida em Lógica formal e Lógica material. 
A Lógica formal, também denominada Lógica pura, é a "ci-
ência" que determina quais são as formas corretas e válidas que 
devemos obedecer para construir um bom raciocínio. Trata-se da 
relação entre as premissas e a conclusão, sua preocupação não 
está em indicar a verdade das premissas, interessa-lhe fornecer as 
regras do pensamento correto.
A Lógica material, também denominada Lógica aplicada, é 
a que analisando o pensamento em relação ao conteúdo real das 
premissas deve conduzir à verdade material, que concorda com a 
realidade. É também chamada metodologia. Consiste em um con-
junto de regras que devemos seguir para ordenar bem os atos de 
inteligência, a fim de obter um conhecimento verdadeiramente 
científico.
 
Figura 1 Tipos de Lógica.
Claretiano - Centro Universitário
35© U1 - Lógica, é lógico!
Pode-se dizer, ainda, que é um instrumento para habilitar o 
pensamento e a linguagem para a realização do conhecimento e 
do discurso, ou seja, para pensar e falar bem sobre a realidade 
circundante.
Raciocínio e Proposição
A Lógica se interessa por saber se as premissas garantem o 
que está sendo afirmado na conclusão. Por essa razão, definimos 
a Lógica como o estudo dos métodos que servem para distinguir o 
raciocínio correto do incorreto. Para definir raciocínio é necessá-
rio caracterizar o que é uma proposição. Definiremos proposição 
como as expressões linguísticas que possuem uma função infor-
mativa, que afirmam ou que negam alguma coisa, e que sempre 
têm sentido dizer que ou são falsas ou são verdadeiras (os com-
pêndiosda gramática que a gente utilizou na escola as definem 
como orações em que existe relação de sujeito e predicado). O 
valor da proposição é dado como verdade e falsidade. Se uma pro-
posição é verdadeira, dizemos que seu valor de verdade é verdade 
e se é falso que seu valor é falsidade.
Pinto (1981, p. 36) alerta que não existe uniformidade en-
tre os autores com relação ao emprego dos termos "proposição", 
"oração", "frase", "sentença" uma vez que todas mantêm a mes-
ma estrutura básica de sujeito e predicado. Desde Aristóteles, 
na Lógica, porém, existe uma distinção clara que determina que 
apenas a proposição se presta para expressar um "juízo", uma vez 
que ela serve para declarar algo, afirmando ou negando, ou seja, 
estabelecendo relações de verdade e falsidade.
Aristóteles chama em grego as verdadeiras proposições 
(aquelas que servem para manifestar adequação com determina-
da realidade) de protasis, sendo seu equivalente em latim propó-
sito, uma vez que serve para apresentar ou propor algo (PINTO, 
1981, p. 37).
© Lógica I36
Um raciocínio é um conjunto de proposições (duas ou mais) 
em que uma delas é chamada de conclusão que pretende estar 
justificada ou inferida das premissas (tanto premissas como con-
clusão podem ser afirmadas ou negadas). As premissas são as 
proposições (podem ser duas ou mais) usadas no argumento para 
defender a conclusão. A conclusão é a proposição que sintetiza a 
ideia que se defende. O raciocínio é uma fórmula na qual se deri-
vam conclusões a partir de premissas ou se realizam inferências.
6. OBJETO/PROBLEMA
Qual é, afinal, o objeto ou problema do qual a Lógica se ocupa?
Na definição do seu conceito, conforme você pôde ver an-
teriormente, encontramos uma pista. Pode-se dizer que o lógico 
debruça-se sobre a distinção entre raciocínio correto e incorreto.
O livro de Mary Haight, intitulado A serpente e a raposa, 
apresenta-nos um exemplo bem interessante no prólogo:
A Serpente e a Raposa eram rivais na liderança de um bando de 
ladrões. A Serpente propôs um teste: 'Noite e dia cem sacerdotes 
armados de facas guardam o deus Uniocular de Zorro, numa sala 
dentro de uma sala dentro de uma sala. Quem conseguir roubar o 
Olho de Rubi do deus vai se tornar nosso líder'.
A Raposa concordou, mas acrescentou: 'Como minha distinta rival 
sugeriu este teste, que ela seja a primeira a passar por ele'. Secre-
tamente, ela raciocinou:
'A Serpente é orgulhosa: ela vai aceitar. Será então quase certo que 
morra na tentativa. Nesse caso, não terei rival e vou poder conven-
cer o bando de que mais testes são uma perda de tempo.
Ou ela vai sobreviver, mas fracassar. O resultado será o mesmo: 
com a cara no chão, ela vai partir imediatamente para longe.
Ou talvez – é de presumir – tenha sucesso. Mas, tendo ela roubado 
o Olho, a possibilidade de eu tê-lo feito não pode ser aventada. E 
a vingança dos sacerdotes de Zorro é horrível e rápida. Ela não vai 
liderar por muito tempo; e sou seu único sucessor possível. ( 1999, 
p. 11) 
Claretiano - Centro Universitário
37© U1 - Lógica, é lógico!
Então, você acha que o raciocínio da Raposa está correto?
Pode parecer difícil neste momento solucionar a questão, 
mas à medida que você se dedicar aos estudos de Lógica logo es-
tará apto e munido de instrumentos para analisar melhor este pro-
blema. 
Princípios
O fundamento da Lógica, que examinaremos a partir de ago-
ra, foi elaborado por Aristóteles em Organon e na Metafísica, e 
serve de base para todos os outros modelos que surgiram depois. 
Aristóteles adota como ponto de partida os seguintes princípios 
básicos, a saber: 
Princípio de não contradição
"A é A" não pode, ao mesmo tempo e na mesma relação, ser 
"não A". 
Veja outro exemplo:
Os cães são mamíferos. (verdadeiro)
Os cães não são mamíferos. (falso)
Segundo o Princípio de não contradição, nenhum enunciado 
pode ser, simultaneamente, verdadeiro e falso. 
Assim, diz Aristóteles, na Metafísica:
É impossível que o mesmo convenha e não convenha ao mesmo 
ente ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto (Livro. III, 2, 996b).
Princípio de identidade
"A é A", ou seja, uma coisa só pode ser conhecida ou pen-
sada, qualquer que seja a sua natureza ou forma, se percebida de 
forma permanente e constante a sua identidade. Em outras pala-
vras: o que é, é. 
© Lógica I38
Uma das grandes indagações filosóficas é saber: Quem so-
mos? Quem sou eu? Embora o tempo passe e nos tornemos mais 
velhos o que faz com que eu seja quem sou? Qual é a minha essên-
cia? De certo ponto de vista, alguém pode identificá-lo pelos do-
cumentos que traz consigo ou por suas características físicas que o 
distingue dos outros.
Outro exemplo é a forma geométrica do quadrado. Todos 
sabem o que é um quadrado porque sua identidade já foi estabe-
lecida. Possui quatro lados e quatro ângulos retos e a matemática 
se vale de sua forma para examinar cálculos, equações, etc.
Em outros termos, pode-se dizer que conhecemos as coisas a 
partir de suas definições, como por exemplo: Todo homem é mortal. 
Princípio do terceiro excluído
"A é X ou é Y" e não há outra possibilidade. Por exemplo: 
Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates.
Neste sentido, lembra-nos da brilhante poeta Cecília Meireles:
Ou se tem chuva e não se tem sol
Ou se tem sol e não tem chuva!
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro! 
(MEIRELES, 1981, p. 57).
No âmbito das experiências humanas, vivemos sempre pos-
sibilidades de escolha, uma "certa" (isto está certo) e outra "erra-
da" (isto está errado), não há uma terceira alternativa. Ou isto está 
certo ou está errado; ou isto é verdadeiro, ou é falso.
Princípio de causalidade
Este princípio afirma que tudo o que existe ou acontece tem 
uma causa (razão ou motivo) para existir ou ocorrer e que tal causa 
pode ser conhecida por nosso intelecto. Por exemplo:
Claretiano - Centro Universitário
39© U1 - Lógica, é lógico!
O deslocamento de placas tectônicas no Oceano Índico ne-
cessariamente acarretou o Tsunami na Costa da Ásia e África.
Outro exemplo:
Se for declarada guerra neste ou naquele país, ocorrerão 
mortes.
Podemos afirmar que no princípio de causalidade há cone-
xões, relações de causa e efeito entre fatos, fenômenos e aconte-
cimentos.
7. TEXTO COMPLEMENTAR
Antes de passar para o estudo da Unidade 2, é importan-
te que você leia o extrato de texto retirado da obra Tópicos de 
Aristóteles, para se familiarizar com a utilização da Lógica no texto 
filosófico. 
Tópicos ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1
Passaremos agora ao exame das questões que dizem respeito ao gênero e à 
propriedade. Estes são elementos das questões relativas às definições, mas os 
dialéticos raras vezes procuram investigar estas coisas por si mesmas.
Se, pois, for sugerido um gênero para alguma coisa existente, devemos primeiro 
considerar todos os objetos que pertencem ao mesmo gênero que a coisa men-
cionada e ver se o gênero sugerido não se predica de uma delas, como acontece 
no caso de um acidente: por exemplo, se o "bem" é indicado como o gênero 
de "prazer", deve-se verificar se algum prazer particular não é bom; porque, se 
assim acontecer, evidentemente o bem não é o gênero de prazer, dado que o 
gênero se predica de todos os membros da mesma espécie. Em segundo lugar, 
devemos ver se ele não se predica na categoria de essência, mas como um aci-
dente, como "branco" se predica da neve ou "semovente" da alma. Com efeito, 
"neve" não é uma espécie de "branco", e, portanto "branco" não e o gênero da 
neve, nem é a alma uma espécie de "objeto em movimento": o movimento é um 
acidente seu, como o é muitas vezes de um animal o andar ou estar andando. 
Por outro lado, "mover-se" não parece indicar a essência, mas antes um estado 
de atividade ou passividade. E analogamente no que se refere a "branco", pois 
este termo não indica a essência da neve, mas uma certa qualidade desta. Logo, 
nem o movimento, nem a brancura se predicam na categoria de essência.
Deve-se prestaruma atenção especial à definição de acidente e ver se ela se 
ajusta ao gênero mencionado, como no caso dos exemplos que acabamos de 
mencionar. Pois é possível que uma coisa seja e não seja semovente, como 
também que seja e não seja branca. E assim, nenhum destes atributos é o gê-
© Lógica I40
nero, mas sim um acidente, pois já dissemos que um acidente é um atributo que 
tanto pode pertencer como não pertencer a uma coisa. Veja-se, também, se o 
gênero e a espécie não se encontram na mesma divisão, mas um deles é uma 
substância e o outro uma qualidade, ou um deles é um relativo enquanto o outro 
é uma qualidade, como, por exemplo, "neve" e "cisne" são ambos substâncias 
ao passo que "branco" não é uma substância e sim uma qualidade, de modo 
que "branco" não é o gênero nem de "neve", nem de "cisne". E, por outro lado, 
"conhecimento" é um relativo, enquanto "bom" e "nobre" são ambos qualidades, 
e, por conseguinte, nenhum deles é o gênero de conhecimento. Porquanto os 
gêneros de relativos devem ser eles mesmos também relativos, como sucede 
com "duplo": pois "múltiplo", que é o gênero de "duplo", é, ele próprio, também 
um relativo. Em termos gerais, o gênero deve incluir-se na mesma divisão que 
a espécie, de modo que, se a espécie é uma substância, também deve sê-lo o 
gênero, e se a espécie é uma qualidade, também o gênero será uma qualidade: 
por exemplo, se o branco é uma qualidade, também o será a cor. E de maneira 
análoga nos outros casos.
Veja-se, também, se o gênero participa necessária ou possivelmente do objeto 
que nele foi classificado. "Participar" significa "admitir a definição" daquilo de que 
se participa. É evidente, pois, que as espécies participam do gênero, porém não 
os gêneros das espécies, já que a espécie admite a definição do gênero, mas 
este não admite a definição daquela. Deve-se, pois, verificar se o gênero indica-
do participa ou pode talvez participar da espécie, como, por exemplo, se alguém 
propusesse alguma coisa como sendo o gênero de "ser" ou de "unidade", pois 
daí resultaria que o gênero participa da espécie, uma vez que de tudo que existe 
se predicam o "ser" e a "unidade", e, por conseguinte, também as respectivas 
definições.
Veja-se, além disso, se há alguma coisa de que a espécie indicada seja verda-
deira, mas não o seja o gênero: como, por exemplo, se alguém afirmasse que 
"ser" ou "objeto de conhecimento" e o gênero de "objeto de opinião". Com efeito, 
"objeto de opinião" também se predica do que não existe, pois muitas coisas que 
não existem são objetos de opinião, enquanto é evidente que nem "ser", nem 
"objeto de conhecimento" se predicam do que não existe. Por conseguinte, nem 
"ser", nem "objeto de conhecimento" são o gênero de "objeto de opinião", pois o 
gênero deve predicar-se também dos objetos de que se predica a espécie.
Examine-se, também, se o objeto incluído no gênero é totalmente incapaz de par-
ticipar de qualquer espécie deste, pois é impossível que ele participe do gênero 
se não participa de alguma de suas espécies, salvo quando se trata de uma das 
espécies obtidas na primeira divisão: estas, com efeito, participam unicamente 
do gênero. Se, portanto, "movimento" for indicado como o gênero de prazer, 
deve-se verificar se o prazer não é nem locomoção, nem alteração, nem qual-
quer outra das modalidades de movimento que enumeramos: porque, evidente-
mente, se pode afirmar então que não participa de nenhuma das espécies e, em 
consequência, não participa tampouco do gênero, já que aquilo que participa do 
gênero deve necessariamente participar também de uma das espécies; de modo 
que o prazer não poderia ser uma espécie de movimento, nem tampouco ser um 
dos fenômenos individuais compreendidos sob o termo "movimento". Porque os 
indivíduos também participam do gênero e da espécie, como, por exemplo, um 
indivíduo humano participa tanto de "homem" como de "animal".
É preciso ver, além disso, se o termo incluído no gênero tem uma extensão mais 
ampla do que este, como tem, por exemplo, "objeto de opinião" comparado com 
"ser", pois tanto o que existe como o que não existe são objetos de opinião: logo, 
Claretiano - Centro Universitário
41© U1 - Lógica, é lógico!
"objeto de opinião" não pode ser uma espécie de ser, dado que o gênero tem 
sempre uma extensão mais ampla do que a espécie. Veja-se, igualmente, se a 
espécie e o seu gênero têm igual extensão: se, por exemplo, dos atributos que 
se encontram em todas as coisas, um fosse apresentado como uma espécie e 
outro como o seu gênero, "ser" e "unidade"; porquanto todas as coisas possuem 
ser e unidade, de modo que nenhum destes dois é gênero do outro, tendo eles, 
como têm, uma igual extensão. E do mesmo modo se do "primeiro" de uma série 
e do "começo", um fosse subordinado ao outro, pois o primeiro é o começo e o 
começo é o primeiro, de modo que ou ambas estas expressões são idênticas, ou, 
de qualquer forma, nenhuma é o gênero da outra. O princípio elementar referente 
a todos os casos deste tipo é que o gênero tem uma extensão mais vasta do que 
a espécie e sua diferença, pois a diferença tem, igualmente, uma extensão mais 
restrita do que o gênero.
Veja-se também se o gênero mencionado não se aplica, ou pode admitir-se ge-
ralmente que não se aplique, a algum objeto que não difira especificamente da 
coisa em questão; ou, pelo contrário, se o nosso argumento é construtivo, veja-
-se se ele se aplica dessa maneira. Porquanto todas as coisas que não diferem 
especificamente pertencem ao mesmo gênero. Se, por conseguinte, se demons-
tra que este se aplica a uma delas, então é evidente que se aplica a todas; e se 
não se aplica a uma, é claro que não se aplica a nenhuma: por exemplo, se al-
guém que admitisse as "linhas indivisíveis" dissesse que "indivisível" é o gênero 
delas. Porque o termo mencionado não é o gênero das linhas divisíveis, e estas 
não diferem das indivisíveis quanto à espécie: com efeito, as linhas retas nunca 
diferem umas das outras no que diz respeito à espécie.
2
Examine-se também se existe algum outro gênero da espécie dada que nem 
abarque o gênero apresentado, nem, tampouco, se inclua nele. Suponha-se, por 
exemplo, que alguém afirmasse que "conhecimento" é o gênero de justiça. Por-
quanto a virtude é também o gênero desta, e nenhum destes gêneros abarca o 
outro, de forma que o conhecimento não pode ser o gênero da justiça, pois se 
admite geralmente que, sempre que uma espécie se inclui em dois gêneros, um 
destes é abrangido pelo outro. Entretanto, um princípio desta classe dá margem 
a que se suscite em certos casos uma dificuldade. Há, por exemplo, quem afirme 
que a justiça tanto é uma virtude como um conhecimento e que nenhum destes 
gêneros é abarcado pelo outro - embora, por certo, nem todos admitam que a 
prudência seja conhecimento. Se, todavia, alguém admitisse a verdade dessa 
asserção, haveria, por outro lado, o consenso geral de que os gêneros do mesmo 
objeto devem necessariamente ser subordinados um ao outro ou ambos a um 
terceiro, como em verdade sucede com a virtude e o conhecimento. Com efeito, 
ambos se incluem no mesmo gênero, sendo como é cada um deles um estado 
e uma disposição. Deve-se verificar, portanto, se nenhuma dessas coisas é ver-
dadeira do gênero apresentado; porque, se nem os gêneros são subordinados 
um ao outro, nem ambos a um mesmo gênero, o que foi proposto não pode ser 
o gênero verdadeiro.
Examine-se, também, o gênero do gênero proposto, passando depois ao gênero 
próximo mais alto, para ver se todos se predicam da espécie, e se predicam 
na categoria de essência: pois todos os gêneros mais altos devem predicar-se 
das espécies nessa categoria. Se, portanto, houver algures uma discrepância, 
é evidente que o que se propôs não é o gênero verdadeiro. (Veja-se também 
se o próprio gênero ou um dos gêneros mais altos participa da espécie, pois o 
© Lógica I42
gênero superior não participa de nenhum dos que lhe são inferiores.) Se, pois, 
estamos rebatendo uma opinião, deve-se seguir a regra conformefoi dada; se, 
pelo contrário, se trata de estabelecer o nosso ponto de vista, então - na hipótese 
de que se admita que o gênero proposto pertence à espécie, porém não como 
gênero - basta demonstrar que um dos seus gêneros superiores se predica da 
espécie na categoria de essência. Porque, se um deles predica nessa categoria, 
todos os demais, tanto os superiores como os inferiores a ele, se de algum modo 
se predicam da espécie, há de ser na categoria de essência: e assim, o que se 
propôs como gênero também se predica na categoria de essência. A premissa de 
que, quando um gênero se predica na categoria de essência, todos os demais, 
se de algum modo se predicarem, será nessa categoria, deve ser estabelecida 
por indução.
Supondo-se, por outro lado, que se conteste que aquilo que foi proposto como 
gênero pertença em absoluto à espécie, não basta demonstrar que um dos gê-
neros superiores se predica desta na categoria de essência: por exemplo, se 
alguém propôs "locomoção" como gênero de "passeio", não basta demonstrar 
que passear é um "movimento" para provar que é "locomoção", visto existirem 
também outras formas de movimento; mas é preciso demonstrar igualmente que 
o passear não participa de nenhuma das outras espécies de movimento obtidas 
pela mesma divisão, exceto a locomoção. Porque necessariamente o que par-
ticipa do gênero também participa de uma das espécies obtidas pela primeira 
divisão deste. Se, portanto, o passear não participa do aumento, nem do decrés-
cimo, nem das demais espécies de movimento, é evidente que deve participar da 
locomoção, e a locomoção será o gênero do passear.
Examinem-se também as coisas de que a espécie dada se predica como gêne-
ro para ver se o que é proposto como seu gênero se predica, na categoria de 
essência, das mesmas coisas de que a espécie é assim predicada, e também 
se todos os gêneros superiores a esse se predicam também assim. Porque, se 
houver alguma discrepância, evidentemente o que se propôs não é o verdadeiro 
gênero; com efeito, se o fosse, tanto os gêneros superiores a ele quanto ele 
próprio se predicariam todos na categoria de essência daqueles objetos de que 
a própria espécie é predicada em tal categoria. Se, pois, estamos rebatendo um 
ponto de vista, é útil verificar se o gênero não se predica na categoria de essên-
cia daquelas coisas de que também se predica a espécie. Se, por outro lado, 
estamos estabelecendo uma opinião, é útil verificar se ele se predica na catego-
ria de essência, pois nesse caso teremos que o gênero e a espécie se predicam 
do mesmo objeto na categoria de essência, de modo que o mesmo objeto fica 
incluído em dois gêneros; por conseguinte, os gêneros devem necessariamente 
subordinar-se um ao outro; e, se de mostrarmos que aquele que desejamos esta-
belecer como gênero não está subordinado à espécie, evidentemente a espécie 
estará subordinada a ele, e pode dar-se como demonstrado que esse é o gênero.
É preciso considerar também as definições dos gêneros e ver se ambas se apli-
cam à espécie dada e aos objetos que participam da espécie. Porquanto as 
definições dos seus gêneros devem necessariamente predicar-se da espécie e 
dos objetos que dela participam. Se, pois, houver algures uma discrepância, é 
evidente que o que se propôs não é o gênero.
Veja-se, por outro lado, se o adversário apresentou como gênero a diferença: por 
exemplo, "imortal" como gênero de "deus". "Imortal", com efeito, é uma diferença 
de "ser vivente", uma vez que dos viventes alguns são mortais e outros imortais. 
É evidente, pois, que se cometeu aí um erro grave, dado que a diferença de uma 
coisa nunca é o seu gênero. E a verdade disto entra pelos olhos, pois a diferen-
Claretiano - Centro Universitário
43© U1 - Lógica, é lógico!
ça de uma coisa jamais significa a sua essência, mas antes alguma qualidade, 
como "semovente" ou "bípede".
Veja-se também se o contendor colocou a diferença dentro do gênero, tomando, 
por exemplo, "ímpar" como diferença de número, e não uma espécie. E tampou-
co se admite geralmente que a diferença participe do gênero, pois o que deste 
participa é sempre uma espécie ou um indivíduo, ao passo que a diferença não 
é uma espécie nem um indivíduo. Evidentemente, pois, a diferença não participa 
do gênero, de modo que "ímpar" tampouco é uma espécie, mas sim uma diferen-
ça, visto que não participa do gênero.
Além disso, convém verificar se ele colocou o gênero dentro da espécie, supon-
do, por exemplo, que "contato" seja uma "união", que "mistura" seja uma "fusão", 
ou, como na definição platônica, que "locomoção" seja o mesmo que "transpor-
te". Pois não é forçoso que um contato seja uma união; antes pelo contrário, a 
união é que deve ser um contato: pois o que está em contato nem sempre se une, 
embora o que se une esteja sempre em contato. E de maneira análoga quanto 
aos outros exemplos: pois a mistura nem sempre é uma "fusão" (se misturarmos 
coisas secas, por exemplo, não as fundiremos), nem tampouco a locomoção é 
sempre "transporte". Com efeito, não se pensa geralmente que caminhar seja um 
transporte: este termo é empregado de preferência com relação ao que muda de 
lugar involuntariamente, como acontece no caso das coisas inanimadas. É evi-
dente, pois, que a espécie, os exemplos dados acima, tem uma extensão mais 
ampla do que o gênero, quando o contrário é que devia acontecer.
É preciso ver também se ele colocou a diferença dentro da espécie, tomando, 
por exemplo, "imortal" no significado de "um deus". Pois o resultado será que a 
espécie tem uma extensão igual ou mais ampla; e isso é impossível, pois acon-
tece sempre que a diferença tenha uma extensão igual ou mais ampla que a 
da espécie. Veja-se, além disso, se ele colocou o gênero dentro da diferença, 
fazendo com que a "cor", por exemplo, seja uma coisa que "traspassa", ou o 
"número" algo que é "ímpar". Ou, então, se ele mencionou o gênero como sendo 
a diferença, pois é possível que alguém formule também um juízo desta espécie, 
dizendo, por exemplo, que "mistura" é a diferença de "fusão", ou que "mudança 
de lugar" é a diferença de "transporte". Todos os casos desta espécie devem ser 
examinados à luz dos mesmos princípios, pois dependem de regras ou tópicos 
comuns: o gênero deve ter um campo de predicação mais amplo do que a sua 
diferença, e, ao mesmo tempo, não deve participar dela; ao passo que, se for 
apresentado dessa maneira, nenhum dos requisitos mencionados será satisfeito, 
pois o gênero terá ao mesmo tempo um campo de predicação mais estreito do 
que a sua diferença e participará dela.
Por outro lado, se nenhuma diferença pertencente ao gênero se predicar da es-
pécie dada, tampouco se predicará dela o gênero: por exemplo, se de "alma" não 
se predica "par" nem "ímpar", tampouco se predica "número". Veja-se, igualmen-
te, se a espécie é naturalmente anterior ao gênero e o anula ao ser anulada, pois 
o ponto de vista geralmente admitido é o contrário. Além disso, se é possível que 
o gênero proposto ou a sua diferença estejam ausentes da espécie alegada, por 
exemplo, que "movimento" esteja ausente da "alma", ou "verdade e falsidade" 
de "opinião", então nenhum dos gêneros propostos pode ser o seu gênero ou a 
sua diferença; pois a opinião geral é que o gênero e a diferença acompanham a 
espécie enquanto esta existe (Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/cv000069.pdf>. Acesso em: 7 out. 2010).
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© Lógica I44
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar 
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta 
unidade, ou seja, da possibilidade do ensino de Filosofia, da sín-
tese desses problemas e do estabelecimento dos paralelos entre 
algumas correntes filosóficas. 
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em 
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas.

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